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ESTÁGIO SUPERVISIONADO - RELATÓRIO DE PRÁTICAS DE PERÍCIA CONTÁBIL E AUDITORIA AV1 2021 2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÃO PAULO
Relatório Estágio Supervisionado Práticas de Auditoria e Perícia
Contábil.
Thatiane dos Santos Nascimento
Matrícula: 201602423849
Curso: Ciências contábeis
UNIDADE I: RELATÓRIO DE PRÁTICAS DE PERÍCIA CONTÁBIL: NBC TP 01 Perícia
Contábil, NBC PP 01 Perito Contábil e NBC PP 02 Exame de Qualificação Técnica
para Perito Contábil
Conceito
A Perícia Contábil inscreve-se num dos gêneros de prova pericial, ou seja, é uma das
provas técnicas à disposição das pessoas naturais ou jurídicas, e serve como meio de
prova de determinados fatos ou de questões patrimoniais controvertidas.
Alargando o significado do que se pode entender por fatos ou questões patrimoniais, não se
pode olvidar que a Contabilidade, enquanto ciência social aplicada, tem por objeto o
patrimônio das entidades e das pessoas naturais, seja no aspecto qualitativo, seja no
quantitativo, e ainda o observa em situações estáticas e dinâmicas; portanto, quando se
relaciona a perícia contábil a fatos ou questões patrimoniais, é evidente e inerente que
estas e aqueles sempre hão de referir-se a determinado patrimônio ou parcela deste e qual
sua finalidade.
Situa, porém, a questão conceitual de modo stricto sensu, em nível exclusivo de exame.
Inobstante o aspecto restrito, é uma definição feliz, dado que, em sua simplicidade, permite
entender-se com muita clareza o aspecto operacional da perícia contábil do qual é
possuidora.
Normas de Perícia
As principais normas que abrangem a perícia contábil, segundo o CPC (Lei nº 13.105/15)
são: NBC PP 01; NBC TP 01; e o artigo 158. Estes, regem as regras, e procedimentos da
conduta do perito contábil.
1. Estabelecer regras e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo perito,
quando da elaboração de perícia contábil, no âmbito judicial, extrajudicial, inclusive arbitral,
mediante o esclarecimento dos aspectos e dos fatos do litígio por meio de exame, vistoria,
indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação.
2. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a
levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do
litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial
contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica
no que for pertinente.
3. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil têm por limite os próprios objetivos
da perícia deferida ou contratada.
4. A perícia contábil, tanto a judicial como a extrajudicial, é de competência exclusiva de
contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.
Entende-se como perícia judicial aquela exercida sob a tutela da justiça. A perícia
extrajudicial é aquela exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária.
5. A perícia arbitral é aquela exercida sob o controle da lei de arbitragem. Perícia no âmbito
estatal é executada sob o controle de órgão do Estado, tais como perícia administrativa das
Comissões Parlamentares de Inquérito, de perícia criminal e do Ministério Público. Perícia
voluntária é aquela contratada espontaneamente pelo interessado ou de comum acordo
entre as partes.
Plano de trabalho em perícia contábil
O plano de trabalho deve evidenciar todas as etapas necessárias à execução da perícia,
como: diligências, deslocamentos, trabalho de terceiros, pesquisas, cálculos, planilhas,
respostas aos quesitos, reuniões com os assistentes técnicos, prazo para apresentação do
laudo pericial contábil ou oferecimento do parecer pericial contábil.
Tipos de Perícia Contábil
A perícia contábil é dividida em três tipos: Judicial, solicitada pelo o Poder Judicial;
Extrajudicial, solicitadas pelas pessoas jurídica e física para uma análise não judicial da
empresa e Arbitral, busca solucionar os desacordos entre as partes, fora do âmbito da
justiça para agilizar acordos entre elas.
Conceito, estrutura, tipos e prazos do laudo pericial.
O laudo pericial contábil é peça técnica da lavra do perito nomeado. Pode ser elaborado em
cumprimento à determinação judicial, arbitral, ou ainda por força de contratação. No
primeiro caso, surge o laudo pericial contábil judicial. Nos demais, surge o laudo pericial
contábil extrajudicial, um por solicitação do Tribunal Arbitral, e outro em decorrência de
contrato.
Aspectos gerais.
Terminadas as operações de averiguação e coleta das informações, dos documentos
necessários, é chegado o momento de elaboração do laudo pericial contábil.
O laudo pericial contábil pode ser entendido sob dois aspectos:
a) é a materialização do trabalho pericial desenvolvido pelo perito; e
b) é a própria prova pericial.
Enquanto materialização do trabalho pericial, é bom lembrar o que dizia o saudoso mestre
Santos sobre o laudo: "consiste na fiel exposição das operações e ocorrências da diligência,
com o parecer fundamentado sobre a matéria que lhes foi submetida."
Como trabalho técnico juntado aos autos do processo, o laudo pericial contábil é a própria
prova pericial sobre a qual as partes irão oferecer seus comentários, aceitando-o,
criticando-o.
Por outro lado, enquanto prova técnica, servirá, apesar de não exclusivamente, para suprir
as insuficiências do magistrado ou dos membros do tribunal arbitral no que se refere a
conhecimentos técnicos ou científicos, propiciando certeza jurídica quanto à matéria fática.
O laudo pericial contábil deve obedecer a certos requisitos, "extrínsecos uns, intrínsecos
outros."
Como requisitos extrínsecos, deve o laudo pericial contábil ser lavrado na forma escrita e
assinado pelo perito, por ser peça formal que se junta aos autos. No Direito brasileiro, não
se prevê outra forma que não a escrita.
Será subscrito pelo perito garantindo sua proveniência, além de ser rubricado, evitando-se
qualquer possibilidade de substituição de folhas.
O laudo pericial contábil deve possuir algumas determinadas qualidades intrínsecas, tais
como: ser completo, claro, circunscrito ao objeto da perícia e fundamentado.
O conteúdo do laudo pericial contábil, independentemente da quantidade de capítulos em
que for organizado, deve possibilitar a apreensão de duas grandes partes: uma expositiva,
outra conclusiva, ou melhor, relatório e parecer.
Nessa primeira parte, ou seja, o relatório, o perito relata e informa tudo o que ocorreu no
trabalho de campo, o objeto da perícia, o desenvolvimento do trabalho pericial, enquanto a
segunda parte será a das conclusões a que chegou o perito, ou seja, seu parecer técnico.
Esses são os aspectos de fundo que devem nortear o profissional quando da elaboração de
seu trabalho técnico e que serão mais aprofundados a seguir.
Estrutura, Organização e desenvolvimento do conteúdo.
Organizar e desenvolver o conteúdo do laudo pericial contábil de forma lógica e
tecnicamente correta obriga o perito a pensar criativamente como oferecer uma peça
técnica inteligível para seus leitores, com qualidades técnicas impecáveis, que permitam,
por meio de sua leitura, entender os contornos do processo, os fatos controvertidos que
ensejaram o próprio pedido ou determinação da prova técnica, bem assim a certificação
positiva ou negativa desses mesmos fatos.
O perito inicia o laudo com um primeiro tópico, que pode denominar-se Considerações
Preliminares. É a parte introdutória da peça técnica pericial, ou seja, a parte relativa ao
relatório pericial.
Esta parte pode ser dividida em alguns subtópicos.
No primeiro subtópico, o perito descreve, sucintamente, o pedido formulado pelo
proponente da ação constante da inicial. Em seguida, oferece, de forma breve, os fatos
relatados e sua contestação, aspectos fundamentais para a identificação da controvérsia
levada a Juízo ou Tribunal Arbitral e, consequentemente, traz à luz os contornos e limites do
trabalho pericial.
Aqui se vê a necessidade e a relevância da leitura atenta dos autos do processo.
Um segundo subtópico a ser oferecido é o que relata as diligências realizadas pelo perito. É
a ocasião de seinformar os principais momentos de como foi desenvolvido o trabalho de
campo, referenciando, inclusive, o termo de ciência às partes da data e local de início da
prova e o termo de diligência, prova essencial de que o perito realizou a diligência e que
requereu a exibição de determinados livros e documentos. É também pertinente inserir aqui
eventuais ocorrências que, porventura, tenham sucedido.
O tópico seguinte vai abordar, de forma breve, os principais procedimentos técnicos
adotados pelo perito, bem como os exames efetuados, no sentido de solucionar, de maneira
competente, as questões técnicas submetidas à sua apreciação.
Por último, é importante colocar alguns limites quanto à responsabilidade do perito no
desenvolvimento de seu trabalho técnico, referenciando, no que se refere a esse aspecto,
os dispositivos das Normas Técnicas de Perícia Contábil e Funcionais do Perito que
abordam essa(s) questão(ões).
Posto isso, é o momento do perito entrar na questão técnica que pode ser desenvolvida,
primeiramente, discorrendo sobre a matéria fática examinando vis a vis os pontos
controvertidos e, em seguida, por meio das respostas aos quesitos oferecidos. Na ausência
de quesitos, terá o profissional que organizá-la de forma criativa e tecnicamente competente
em função dos pontos controvertidos.
Para a ausência de quesitos não há uma forma acabada para a organização e elaboração
do laudo contábil; por isso, no tópico Alguns tipos de laudo, mais adiante, abordaremos
algumas formas de como ordenar o conteúdo técnico, nessa circunstância.
Quando as questões técnicas objeto da lide são desenvolvidas mediante perguntas
formuladas pelo magistrado, pelas partes, por uma das partes apenas, ou pelo tribunal
arbitral, o perito observará algumas regras básicas.
Na vertente judicial, por uma questão hierárquica, são oferecidas, preliminarmente, as
respostas aos quesitos formulados pelo magistrado; em seguida, as respostas aos quesitos
oferecidos pelas partes, pela ordem de juntada das mesmas aos autos do processo. Na
vertente extrajudicial, pela forma determinada pelo tribunal arbitral ou pela ordem formulada
por quem contratou.
Uma segunda ordem deve ser respeitada. Não pode o perito responder de forma aleatória,
por exemplo, aos quesitos 2 e 4, e, depois, retornar ao quesito 1. Deve oferecer resposta
obedecendo, rigorosamente, à ordem em que foram formulados, ou seja, do quesito 1 até o
último.
O perito deve ter presente que as perguntas formuladas pelo magistrado e aquelas
formalizadas pelos advogados das partes, ou pelo tribunal arbitral, são, em geral,
ordenadas, atendendo a determinada lógica que reflete a estratégia da busca da verdade
dos fatos por parte do magistrado e das partes, ou dos membros do tribunal arbitral; é a
busca de elementos fáticos com os quais se pretende corroborar a matéria fática objeto da
lide.
Portanto, a oferta das respostas aos quesitos formulados guardará a ordem de juntada aos
autos do processo judicial ou arbitral, ou seja, responde-se aos quesitos juntados
primeiramente e em seguida aos demais, e, ainda dentro de cada série de quesitos, as
respostas deverão respeitar a ordem cronológica de quem os formulou.
Quanto à boa técnica a ser adotada pelo perito, quando das respostas aos quesitos
formulados, já foi mencionada, inclusive, acerca dos aspectos de como proceder quando se
depara com quesitos indeferidos ou fora de sua área de competência legal.
Seguindo na construção do laudo pericial contábil, após a oferta das respostas aos quesitos
ou da abordagem da questão técnica, o trabalho prossegue com as conclusões técnicas, ou
seja, o parecer, que se pode denominar de Considerações Finais.
Nessa parte do laudo pericial contábil, o perito expõe, sinteticamente, os fatos observados,
suas conclusões e, eventualmente, oferece comentários técnicos de questões surgidas no
decorrer do trabalho pericial relacionadas com o objeto da perícia e dentro de seus limites
que não tenham sido objeto de quesitos.
Partindo-se de que a tarefa fundamental do perito é a busca da verdade dos fatos
relacionados com a lide, pode acontecer que, ao se debruçar sobre o tema técnico
proposto, venham à luz questões sobre as quais as partes não tiveram interesse de
perguntar, quem sabe, talvez por lhes serem prejudiciais.
Como enfrentar, então, essa situação nem sempre tranquila entre os peritos?
Na vertente judicial, a questão pode ser resolvida fazendo-se uma leitura atenta do art. 145
do CPC.
Esse comando legal é amplo, não havendo nenhum indicativo de que a prova pericial
contábil deva ficar adstrita a eventuais quesitos formulados como alguns propugnam. Se
assim fosse, não havendo quesitos, a prova pericial estaria em tese prejudicada, o que os
fatos periciais desmentem, pois há diversas situações processuais em que basta apenas
um comando do magistrado para a realização da prova pericial, como é o caso, por
exemplo, de apuração de haveres, na qual o trabalho pericial desenvolve-se sem a
necessidade de quesitos.
Assim, assistir competentemente o magistrado significa trazer para o laudo pericial contábil
toda a amplitude da questão técnica; porém, sempre nos limites do objeto da lide proposta,
isso vale dizer que fatos alheios devem ser olvidados, mesmo porque, se observados pela
perícia, são inúteis, à medida que o magistrado ou o Tribunal Arbitral decidir a lide nos
limites em que foi proposta.
Por outro lado, oferecer laudo contemplando de forma ampla a questão técnica submetida à
sua apreciação independentemente de haver quesitos ou não, é dever de ofício do perito, já
que nomeado para assistir o magistrado em matéria técnica; não o fazendo, estará criando
obstáculos e passando silente por cima de eventuais simulações processuais, não trazendo
elementos para os autos que permitam ao magistrado cumprir o disposto no art. 129, CPC.8
Na vertente extrajudicial, a questão será enfrentada em função das diretrizes traçadas pelo
tribunal arbitral ou na forma de como o trabalho pericial foi ajustado.
Finalmente, é praxe constar do laudo pericial contábil um capítulo denominado
Encerramento, no qual o perito dá por terminado o trabalho, inventariando o número de
folhas em que o laudo pericial contábil está composto, a quantidade de anexos e
documentos juntados, datando-o e assinando-o. As demais folhas, anexos e documentos
são rubricados pelo perito. Dessa forma, fica garantida a proveniência do trabalho pericial e
a inerente responsabilidade.
É importante salientar que o perito pode instruir o laudo pericial contábil com peças que
entender relevantes ao bom fundamento de seu trabalho. Na função judicial, o CPC garante
tal procedimento.
Naturalmente, a juntada de anexos e documentos, o mais usual na perícia contábil, deve
fazer-se de forma parcimoniosa, nunca no sentido de inchar o laudo pericial contábil; a
juntada de um documento compulsado ou a elaboração de anexo justifica-se quando for
suporte importante a determinada resposta ou conclusão, sempre no sentido de oferecer
fundamentação técnica. Inútil e desnecessária, como já se viu, a juntada de centenas de
documentos para ilustrar determinado fato, quando a questão poderia ser resolvida
adequadamente com a inclusão de apenas alguns exemplares. Primeiro, porque o perito
tem fé pública; segundo, porque o excesso de juntada, em especial de documentos, estará
transformando, em nosso entender técnico, a prova pericial em prova documental, outro tipo
de prova que prescinde da presença do perito.
Ainda com referência a essa questão, é necessário distinguir anexo de documento.
Costuma-se denominar de anexo às demonstrações elaboradas pelo perito,
frequentemente, planilhas eletrônicas, para ilustrar determinadas respostas ou para
evidenciar cálculos e apuração de valores. E de documento o material colhido pelo perito,
em cópia reprográfica, dos originais compulsados quando do trabalho de campo.
Em síntese, a clareza do laudo pericial contábil é vital. Delimitados os contornos da perícia,
deles não poderá afastar-se o perito.
Dele,perito, espera-se que, dados os limites, cumpra sua função, sendo-lhe vedado
procurar conduzir ou orientar a fase de instrução da lide. Assim é que o laudo pericial
contábil será "circunscrito ao objeto da perícia". Contudo, esses limites não podem ser
entendidos como desculpa para o não cumprimento das obrigações do perito de apreciar
todos os fatos necessários a bem resolver a questão técnica sob sua responsabilidade
funcional.
Por derradeiro, a condição de que o laudo pericial contábil deve ser fundamentado é
evidente. Se o laudo é o repositório de tudo o que foi observado pelo perito, bem como de
seu parecer, deve o mesmo ter o poder de convencimento que emana das razões técnicas
de que se vale para expender suas conclusões.
Alguns tipos de laudo
Diversas modalidades de perícia contábil demandam laudos diferenciados.
A prova pericial contábil mais usual é aquela requerida e deferida na fase de instrução do
processo, nos termos do art. 420, CPC,11 que se materializa através do exame técnico de
questões contábeis controvertidas tratadas por meio de perguntas formuladas pelo
magistrado e pelas partes e atendidas mediante respostas oferecidas pelo perito, tudo
materializado em laudo pericial contábil.
Resumindo esse tipo de laudo pericial contábil, já apresentado e comentado anteriormente,
temos que seu conteúdo pode ser ordenado assim:
1. Das considerações preliminares:
a. Aspectos gerais dos autos;
b. Diligências;
c. Procedimentos técnicos adotados;
d. Responsabilidade profissional.
2. Da matéria fática e dos quesitos:
2.1 Da matéria fática e os pontos controvertidos
2.2 Dos quesitos
a. Do magistrado
b. Do autor
c. Do réu
3. Das considerações finais
4. Do encerramento
- Anexos
- Documentos
As modalidades de perícia contábil que comportam laudo organizado na forma acima são:
Os exames, as vistorias, as indagações e as investigações.
São modalidades de perícia contábil normalmente construídas mediante perguntas e
respostas.
As modalidades de arbitramento e avaliação requerem laudos diferenciados quanto a seu
conteúdo.
Desenvolver uma perícia contábil de arbitramento requer a construção de tópicos muito
específicos.
Preliminarmente, cabe relembrar que esta modalidade de perícia contábil surge para
liquidar sentença exarada, que, por sua natureza ou por dificuldades da parte perdedora,
obriga o magistrado a assim decidir. Portanto, é perícia contábil que surge na fase de
liquidação de sentença, de modo que já há condenação; porém, falta apenas apurar o valor
respectivo.
Após as Considerações preliminares, nos moldes oferecidos no tópico anterior, é necessário
desenvolver tópico que pode ser denominado Do arbitramento, destacando as premissas e
os critérios adotados, os cálculos e a fixação ou estimação dos valores arbitrados.
Assim, nos subtópicos Premissas e Critérios adotados, o perito levanta, descreve e justifica
as premissas e critérios por ele adotados para o arbitramento. Eleger determinadas
premissas e critérios requer discernimento acurado da origem dos valores a serem fixados.
Para tanto, exige do perito a leitura atenta de tudo o que consta dos autos, com atenção
especial para o conteúdo da sentença exarada pelo magistrado e do V. Acórdão, se houver.
Em seguida, no subtópico dos cálculos, é necessário evidenciar os cálculos desenvolvidos
por arbitramento, correlacionado-os com as premissas e critérios assumidos pelo perito.
E, como resultante de todo o procedimento, apresenta a fixação ou estimação dos valores
arbitrados, por juízo técnico.
Como de praxe, é também oferecido o tópico do encerramento, seguido dos anexos e
documentos, se houver.
Resumindo esse tipo de laudo, podemos ter a seguinte organização de seu conteúdo, a
saber:
1. Das considerações preliminares:
a. Dos aspectos gerais dos autos;
b. Das diligências;
c. Dos procedimentos técnicos adotados;
d. Da responsabilidade profissional.
2. Do Arbitramento:
a. Das premissas adotadas;
b. Dos critérios adotados;
c. Da demonstração dos cálculos;
d. Da fixação dos valores arbitrados.
3. Do Encerramento
- Anexos
- Documentos
Para suportar a espécie pericial de avaliação, em particular de apuração de haveres,
necessário se faz desenvolver um tipo de laudo que se adapte à natureza da matéria
pericial.
Persiste a necessidade do tópico Considerações preliminares, como descrito no primeiro
tipo de laudo.
Na sequência, é necessário abrir tópico que contemple todas as etapas técnicas da
apuração de haveres.
O primeiro momento é o da verificação da existência ou não das demonstrações contábeis
especiais. O falecimento de sócio componente de sociedade limitada ou dissidência
societária nesse mesmo tipo de sociedade obriga os sócios remanescentes a preparar
demonstrações contábeis especiais na data do evento.
Nem sempre, porém, tal procedimento é efetuado, o que, em sua ausência, leva o perito a
proceder a sua preparação.
Se existirem as demonstrações contábeis especiais, o primeiro procedimento do perito é
averiguar se as mesmas refletem adequadamente a realidade patrimonial da sociedade
avalianda, dando consistência aos saldos das contas, o que poderá ensejar determinados
ajustes técnicos em decorrência de erros ou de ausência de escrituração de algumas
operações.
Cuidado especial deve ter o perito no sentido de evidenciar eventuais desvios patrimoniais
perpetrados pelos sócios remanescentes. Para tanto, é importante desenvolver exame
técnico comparativo com as demonstrações contábeis anteriores às especiais, cotejando os
níveis de receitas, das despesas, o movimento das contas de ativo permanente, de
financiamentos bancários e demais obrigações societárias.
Garantida a consistência dos valores patrimoniais, é o momento de partir para os
procedimentos avaliatórios propriamente ditos.
É necessário reconhecer os ganhos e perdas dos itens monetários constantes do ativo e
passivo, por intermédio de indexador monetário aceito pelo Poder Judiciário.
Se houver estoques de produtos ou mercadorias, será necessário reconhecer eventuais
ganhos monetários de estocagem.
É premente desenvolver procedimento avaliatório do grupo de ativo permanente, em
especial dos subgrupos de investimentos e de imobilizado.
Para os investimentos, é necessário constatar quais os tipos de investimentos e
desenvolver procedimentos avaliatórios próprios para cada um deles, considerando, em
seguida, os respectivos efeitos no patrimônio líquido da sociedade avaliada.
Para o imobilizado, se existirem imóveis e instalações industriais ou comerciais, será
necessário desenvolver avaliação imobiliária por profissional engenheiro nomeado pelo
magistrado ou contratado pelo perito com a anuência daquele.
Para os demais itens deste subgrupo patrimonial, se não houver possibilidade avaliatória,
ou no caso de pouca expressão monetária, costuma-se adotar os valores contábeis líquidos
de depreciação. Posto isso, apuram-se os efeitos monetários desse processo avaliatório no
patrimônio líquido da sociedade avalianda.
Na sequência, é necessário desenvolver procedimentos quanto à constatação de eventuais
contingências trabalhistas, fiscais ou de outra natureza.
Por fim, é pertinente desenvolver estudos técnicos quanto a se constatar a existência ou
não do denominado goodwill, ou aviamento.
As diversas questões técnico-científicas que são suscitadas quanto ao tema goodwill ou
aviamento não serão, aqui, objeto de análise. Alerta-se apenas tratar-se da apuração de um
ativo intangível, que, se constatado pela perícia contábil, deve integrar o patrimônio líquido
avaliando.
Constatados ganhos de capital originários especialmente da reavaliação do ativo
permanente, é necessário proceder ao cálculo das provisões tributárias incidentes sobre
tais ganhos.
Efetuados todos os ajustes originários do processo avaliatório, é chegado o momento da
perícia contábil construir o balanço de determinação, ou balanço especial, como consta do
Código Civil vigente - art. 1.031, da sociedade avalianda, evidenciando-se, assim, o
patrimônio líquido a valores de mercado, o que permitirácalcular-se o valor unitário de uma
quota e, seguidamente, obter-se o valor da participação do sócio falecido ou do dissidente.
Os haveres serão então constituídos do valor apurado para as quotas de capital avaliadas
adicionado de eventuais valores a receber a título de empréstimos concedidos ou de
pró-labore a receber não liquidados até a data do evento, ou, ainda, subtraídos de valores
que porventura tenham sido emprestados pela sociedade ao sócio e não devolvidos até a
data do evento.
Trata-se de trabalho técnico-pericial altamente complexo, pois, muito embora se desenvolva
sem ser necessária a oferta de quesitos, tem, em seu cerne, uma grande pergunta, qual
seja, a de se obter resposta consistente para o valor real da sociedade avalianda.
É possível o perito deparar-se com quesitos em processo judicial que envolva dissidência
societária. Inobstante tal fato, deve o profissional considerar o roteiro técnico sugerido
acrescido das respostas aos quesitos formulados pelas partes.
Resumindo esse tipo de laudo, 13 temos que seu conteúdo pode ser assim ordenado:
1. Das considerações preliminares
a. Dos aspectos gerais dos autos
b. Das diligências
c. Da responsabilidade profissional
2. Da apuração de haveres
a. Das demonstrações contábeis especiais
b. Dos ajustes contábeis
c. Dos critérios e procedimentos avaliatórios
d. Dos ajustes avaliatórios
e. Do balanço de determinação
f. Dos haveres apurados
3. Do encerramento
- Anexos
- Documentos
Os modelos de laudo retro apresentados e comentados refletem as práticas mais usuais
observadas no desenvolvimento da perícia contábil no âmbito do Poder Judiciário.
Prazo do laudo
O laudo pericial deve ser protocolado em juízo em prazo a ser fixado pelo juiz, que deverá
ser 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento (Art. 477 do Novo CPC). As
partes serão intimadas para manifestação acerca do laudo pericial, com prazo de 15
(quinze) dias para tal. Interessante saber que também é este o prazo para manifestação dos
Assistentes Técnicos (AT) das partes, que deverá ser avisado pelo respectivo patrono, já
que o AT não possui acesso ao sistema eletrônico judicial. O prazo de resposta do Perito às
divergências ou dúvidas das partes, do juízo, do Ministério Público e divergência técnica
dos Assistentes Técnicos também é de 15 (quinze) dias.
Legislação Aplicável ao Perito Contábil
O Decreto-Lei nº 9.295/46, na alínea “c” do art. 25, determina que o laudo pericial contábil e
o parecer pericial contábil somente sejam elaborados por contador que esteja devidamente
registrado e habilitado no Conselho Regional de Contabilidade.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892125/artigo-477-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
NBC PP 01
Esta norma institui procedimentos característicos do perito, que é o profissional
regularmente registrado no CRC, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo
ser profundo conhecedor por suas qualidades e experiências da matéria periciada. Nesse
sentido Zanna ( 2011,p.57) diz que o “perito-contador é um profissional ao qual são
reputados conhecimentos especializados na matéria objeto da perícia, portador de
integridade moral inquestionável e legalmente habilitado” .Sobre a definição de perito-
contador a NBC PP 01 - item 3 esclarece que: perito-contador nomeado é o designado pelo
juiz em perícia contábil judicial; contratado é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e
escolhido é o que exerce sua função em perícia contábil arbitral.
Acerca do perito-contador assistente, este é o contratado e indicado pela parte em perícias
contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral (NBC PP 01). O
perito-contador assistente deve possuir as mesmas qualidad es profissionais e pessoais
citadas para o perito-contador; todavia, terá seu nome indicado pela parte que o escolher
(ZANNA, 2011)
A NBC PP 01 traz os procedimentos imprescindíveis para o perito: competência
técnico-profissional, habilitação profissional, educação continuada, independência,
impedimento e suspeição, sigilo, responsabilidade, zelo profissional, utilização de trabalho
de especialista e por fim honorários.Para D'Áuria apud Ornelas (2003, p. 50) “resumem-se
no perito a competência técnica da sua especialidade, a experiência da função e as
qualidades morais, formando um conjunto de requisitos que lhe dão a reputação necessária
para ser preferido pel as partes interessadas e pelas autoridades judiciárias”. Desse modo o
perito deve ser um profissional técnico com profundo conhecimento d e sua ciência, que
deve sempre está se renovando e se adequando às normas vigentes.
UNIDADE II: RELATÓRIO DE PRÁTICAS DE AUDITORIA CONTÁBIL: NBC TA de
Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica e NBC PA do Auditor
Independente
Conceito
O objetivo do auditor externo ou independente é emitir sua opinião sobre as demonstrações
financeiras examinadas, cujas peças básicas são as seguintes:
– balanço patrimonial;
– demonstração do resultado do exercício;
– demonstração de lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do
patrimônio líquido;
– demonstração dos fluxos de caixa;
– demonstração do valor adicionado;
– notas explicativas.
Para atingir esse objetivo, o auditor independente necessita planejar adequadamente seu
trabalho, avaliar o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil e proceder à
revisão analítica das contas do ativo, passivo, despesa e receita, a fim de estabelecer
natureza, datas e extensão dos procedimentos de auditoria, colher as evidências
comprobatórias das informações das demonstrações financeiras e avaliar essas evidências.
No Quadro 2.1, apresenta-se um gráfico com esses passos de auditoria.
Normas
As normas de auditoria geralmente aceitas exigem que o trabalho de auditoria seja
adequadamente planejado. Planejar significa estabelecer metas para que o serviço de
auditoria seja de excelente qualidade e ao menor custo possível. Os principais objetivos a
serem atingidos são os seguintes:
– adquirir conhecimento sobre a natureza das operações, dos negócios e forma de
organização da empresa;
– planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares;
– obter maior cooperação do pessoal da empresa;
– determinar a natureza, amplitude e datas dos testes de auditoria;
– identificar previamente problemas relacionados com contabilidade, auditoria e impostos.
Nos tópicos seguintes objetivos relacionados, adquirir conhecimentos sobre a empresa
auditada:
- Financeira;
- Contábil;
- Orçamentária;
- Pessoal;
- Fiscal e legal;
- Operações;
- Vendas;
- Suprimentos;
Direção dos testes
O saldo de uma conta do balanço patrimonial ou da demonstração do resultado do exercício
pode estar errado para mais (superavaliado) ou para menos (subavaliado). Devido a esse
risco, todas as contas da contabilidade devem ser testadas para superavaliação e para
subavaliação. A experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes principais
de superavaliação para as contas devedoras (normalmente, as contas do ativo e despesas)
e os de subavaliação para as contas credoras (geralmente, contas de passivo e receitas).
Devido ao fato de as transações na contabilidade serem registradas pelo sistema de
partidas dobradas, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, as contas
credoras também estão sendo testadas indiretamente nessa mesma direção. Por exemplo,
se durante o exame das demonstrações contábeis de uma empresa, para o ano findo em
31-12-20X0, o auditor descobre que as despesas de pessoal estão superavaliadas, em
função de os salários do mês de janeiro de 20X1 terem sido provisionados indevidamente
em 20X0, é evidente que a conta credora de salários a pagar, classificada no passivo
circulante, também está superavaliada. Da mesma forma, quando se testam as contas
credoras para subavaliação, as contas devedoras estão sendo testadas secundariamente
nessa mesma direção. Por exemplo: por ocasião da auditoria da conta credorade
fornecedores a pagar (testado para subavaliação), o auditor descobre que uma fatura de
compra de matéria-prima não foi registrada na contabilidade; consequentemente, as contas
de fornecedores a pagar e matéria-prima (conta devedora classificada no grupo de
estoques do ativo circulante) estão subavaliadas. No Quadro 2.2, são demonstrados para
as contas de ativo, passivo, despesa e receita os testes principais e os testes secundários.
A seguir, apresentaremos exemplos das situações previstas no Quadro 2.2.
1 Teste principal para superavaliação de uma conta do ativo e teste secundário para
subavaliação de outra conta do ativo Durante a auditoria da conta de ativo intangível, o
auditor constatou que participações no capital social de outras sociedades foram debitadas
indevidamente nessa conta, quando o correto seria o grupo de contas de investimentos.
Como consequência, o ativo intangível (teste principal) estava superavaliado e
investimentos (teste secundário) subavaliado.
2 Teste principal para superavaliação do ativo e teste secundário para superavaliação do
passivo Por ocasião da auditoria da conta de matéria-prima (grupo de estoques do ativo
circulante), o auditor observou que uma compra realizada em janeiro de 20X1 foi
contabilizada erroneamente em 20X0. Por conseguinte, a conta de matéria-prima (teste
principal) e a conta de fornecedores a pagar (teste secundário) estavam superavaliadas.
3 Teste principal para superavaliação do ativo e teste secundário para subavaliação de
despesa Na auditoria da conta de máquinas e equipamentos (ativo imobilizado), o auditor
verificou que foram capitalizadas (debitadas no ativo) peças de reposição, que, de acordo
com os princípios contábeis, deveriam ser registradas como despesas do ano. Portanto, a
conta de máquinas e equipamentos (teste principal) estava superavaliada e o grupo de
despesas (teste secundário) subavaliado.
4 Teste principal para superavaliação do ativo e teste secundário para superavaliação de
receita Na auditoria da conta de duplicatas a receber (ativo circulante), o auditor constatou
que uma venda realizada em 20X1 foi contabilizada em 20X0. Como consequência, a conta
de duplicatas a receber (teste principal) e a conta de receita bruta na venda de bens (teste
secundário) estavam superavaliadas.
5 Teste principal para subavaliação do passivo e teste secundário para subavaliação do
ativo Na auditoria da conta de fornecedores a pagar, o auditor notou que uma nota fiscal de
competência de 20X0, referente à compra de um veículo, foi registrada somente por
ocasião de seu efetivo pagamento em 20X1. Por conseguinte, a conta de fornecedores a
pagar (teste principal) e a conta de veículos do ativo imobilizado (teste secundário) estavam
subavaliadas.
6 Teste principal para subavaliação de uma conta do passivo e teste secundário para
superavaliação de outra conta do passivo No exame da conta de empréstimos a pagar, o
auditor constatou que um financiamento foi registrado indevidamente na conta de
fornecedores a pagar. O auditor descobriu esse problema por ocasião do confronto dos
contratos de financiamentos com os valores efetivamente contabilizados na conta de
empréstimos a pagar. Portanto, a conta de empréstimos a pagar (teste principal) estava
subavaliada e a conta de fornecedores a pagar (teste secundário) estava superavaliada.
7 Teste principal para subavaliação do passivo e teste secundário para subavaliação de
despesa O auditor observou, por ocasião da inspeção dos contratos de empréstimos, que
os juros devidos e não pagos, até a data de encerramento do exercício social, não foram
provisionados. Como consequência, a conta de juros a pagar (teste principal) e a conta de
despesa de juros (teste secundário) estavam subavaliadas.
8 Teste principal para subavaliação do passivo e teste secundário para superavaliação de
receita Na auditoria das contas de fretes a pagar, o auditor notou que fretes incorridos e
ainda não pagos foram creditados indevidamente na conta de receita. Portanto, a conta de
fretes a pagar (teste principal) estava subavaliada e a conta de receita (teste secundário)
estava superavaliada.
9 Teste principal de despesa para superavaliação e teste secundário de ativo para
subavaliação O auditor observou, na auditoria da conta de despesa de manutenção, que
uma máquina foi debitada nessa conta. Consequentemente, a conta de despesa
de manutenção (teste principal) estava superavaliada e a conta de máquina do ativo
imobilizado (teste secundário) subavaliada.
10 Teste principal para superavaliação de despesa e teste secundário para superavaliação
do passivo Durante o exame dos comprovantes da conta de despesa de advogados, o
auditor constatou que uma nota fiscal foi provisionada a maior. Como consequência, a conta
de despesas de advogados (teste principal) e a conta de serviços prestados a pagar (teste
secundário) estavam superavaliadas.
11 Teste principal para superavaliação de uma conta de despesa e teste secundário para
subavaliação de outra conta de despesa Por ocasião do exame da conta de despesa de
encargos sociais, o auditor verificou que juros sobre empréstimos foram classificados
indevidamente nessa conta. Por conseguinte, a conta de despesa de encargos sociais
(teste principal) estava superavaliada e a conta de despesas financeiras (teste secundário)
subavaliada.
12 Teste principal para superavaliação de despesa e teste secundário para superavaliação
de receita O auditor constatou, durante o exame da conta de despesas administrativas, que
uma devolução de vendas foi contabilizada indevidamente nessa conta. Logo, a conta de
despesas administrativas (teste principal) estava superavaliada e a conta de receita (teste
secundário) superavaliada.
13 Teste principal de receita para subavaliação e teste secundário de ativo para
subavaliação No exame da conta de receita na venda de bens, o auditor comprovou que
algumas faturas não foram registradas. Portanto, a conta de receita na venda de bens (teste
principal) e a conta de faturas a receber (teste secundário) estavam subavaliadas.
14 Teste principal para subavaliação de receita e teste secundário para superavaliação do
passivo No exame da conta de receitas financeiras, o auditor notou que juros ganhos em
aplicações financeiras foram classificados erroneamente na conta de juros a pagar.
Consequentemente, a conta de receitas financeiras (teste principal) estava subavaliada e a
conta de juros a pagar (teste secundário) superavaliada.
15 Teste principal para subavaliação de receita e teste secundário para subavaliação de
despesa Na revisão da conta de receita na prestação de serviços, o auditor observou que
uma fatura, emitida pela empresa auditada, foi contabilizada incorretamente como dedução
da conta de despesas administrativas. Logo, a conta de receita na prestação de serviços
(teste principal) e a conta de despesas administrativas (teste secundário) estavam
subavaliadas.
16 Teste principal para subavaliação de uma conta de receita e teste secundário para
superavaliação de outra conta de receita No exame da conta de outras receitas
operacionais, o auditor verificou que a receita na venda de um veículo do ativo imobilizado
foi classificada erroneamente na conta de receita de serviços. Por conseguinte, a conta de
outras receitas operacionais (teste principal) estava subavaliada e a conta de receita de
serviços (teste secundário) superavaliada.
2.3 Teste para superavaliação
No teste para superavaliação, o auditor parte do valor registrado no razão geral para o
documento-suporte da transação. No Quadro 2.3, são demonstrados os passos de auditoria
no teste para superavaliação. O registro final representa o último registro contábil antes do
razão geral. O registro inicial é elaborado com base no documento e representa o primeiro
registro contábil em função de uma operação. O registro intermediário representa qualquer
registro contábil elaborado entre o registro inicial e o registro final. No Quadro 2.4, é dado
um exemplo dos registros inicial, intermediário e final.Nesse exemplo, a Filial A prepara o
resumo das compras do dia (registro inicial) com base nas notas fiscais de compra dos
fornecedores. Posteriormente, a Filial A elabora o resumo mensal de compras (registro
intermediário), que representa o somatório dos resumos diários de compra. O resumo
mensal de compras de cada filial é enviado para a matriz da empresa, onde é preparado o
resumo de compras do mês de todas as filiais (registro final). Este último resumo é que
serve de base para a contabilização no razão geral. Os procedimentos básicos de auditoria
do teste para superavaliação são os seguintes:
– conferir a soma da conta do razão geral;
– selecionar débito e conferir seu valor com o valor total do registro final;
– conferir a soma do registro final;
– selecionar parcela no registro final e conferir seu valor com o valor total do registro
intermediário;
– conferir a soma do registro intermediário;
– selecionar parcela no registro intermediário e conferir seu valor com o valor total do
registro inicial;
– conferir a soma do registro inicial;
– Selecionar parcela no registro inicial e conferir o seu valor com a documentação
comprobatória.
O objetivo dos procedimentos supracitados é detectar a superavaliação de débitos. Essa
superavaliação poderia ser feita verificando-se o seguinte:
– falta de documento ou documento não válido;
– soma a maior dos registros ou razão geral;
– transporte a maior do valor do documento para o registro inicial e do valor de um registro
para outro ou para o razão geral.
2.4 Teste para subavaliação
No teste para subavaliação, o auditor parte do documento para o razão geral.
No Quadro 2.5, são apresentados os passos de auditoria no teste para subavaliação. No
Quadro 2.6, é dado um exemplo numérico de registros de uma conta que é testada para
subavaliação. Nesse exemplo, a Filial A prepara o resumo das vendas do dia (registro
inicial) com base nas notas fiscais de venda. Depois, a Filial A elabora o resumo mensal de
vendas (registro intermediário), que representa o somatório dos resumos diários de vendas.
O resumo mensal de vendas de cada filial é enviado para a matriz da empresa, onde é
preparado o resumo de vendas do mês de todas as filiais. Esse último registro é que serve
de base para a contabilização no razão geral.
Os procedimentos básicos de auditoria do teste para subavaliação são os seguintes:
– selecionar e inspecionar o documento-suporte;
– verificar a inclusão do valor do documento no registro inicial;
– conferir a soma do registro inicial;
– verificar a inclusão do valor total do registro inicial no registro intermediário;
– conferir a soma do registro intermediário;
– verificar a inclusão do valor total do registro intermediário no registro final;
– conferir a soma do registro final;
– verificar a inclusão do valor total do registro final no razão geral;
– conferir a soma do razão geral.
O objetivo dos procedimentos relatados é identificar a subavaliação de créditos.
Os créditos poderiam ser subavaliados das seguintes formas:
– não inclusão do documento no registro inicial;
– soma a menor dos registros ou do razão geral;
– transporte a menor do valor do documento para o registro inicial e do valor de um registro
para outro ou para o razão geral.
2.5 Procedimentos de auditoria
Os procedimentos de auditoria representam um conjunto de técnicas que o auditor utiliza
para colher as evidências sobre as informações das demonstrações financeiras. A seguir,
exemplificaremos os principais procedimentos de auditoria.
2.5.1 Contagem física
Esse procedimento é utilizado para as contas do ativo e consiste em identificar fisicamente
o bem declarado nas demonstrações financeiras. Exemplificaremos abaixo ativos que
normalmente são submetidos à contagem física pelo auditor:
– dinheiro em caixa;
– estoques;
– títulos (ações, títulos de aplicações financeiras etc.);
– bens do ativo imobilizado.
2.5.2 Confirmação com terceiros
Esse procedimento é utilizado pelo auditor para confirmar, por meio de carta, bens de
propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações, conforme
exemplificado abaixo:
– dinheiro em conta corrente bancária;
– contas a receber de clientes;
– estoques em poder de terceiros;
– títulos em poder de terceiros;
– contas a pagar a fornecedores;
– empréstimos a pagar.
2.5.3 Conferência de cálculos
O contador efetua diversos cálculos em todo o processo de elaboração das demonstrações
financeiras. Evidentemente, um erro de cálculo ocasiona uma informação errônea nessas
demonstrações. Portanto, o auditor deve conferir, na base de teste, esses cálculos.
A seguir, exemplificaremos transações para as quais o auditor utiliza esse procedimento de
auditoria:
– cálculos de valorização de estoques;
– cálculos de amortização de despesas antecipadas;
– cálculos das depreciações dos bens do ativo imobilizado;
– cálculos de variação monetária e cambial de empréstimos a pagar;
– cálculos dos juros provisionados.
2.5.4 Inspeção de documentos
Existem dois tipos de documentos: os internos e os externos. Os documentos internos são
produzidos pela própria empresa, já os externos são fornecidos por terceiros à empresa,
normalmente comprovando algum tipo de transação. Esses documentos representam os
comprovantes hábeis que suportam os lançamentos contábeis nas contas de ativo, passivo,
receita e despesa. O auditor examina esses documentos com o objetivo de constatar a
veracidade dos valores registrados.
São exemplos de documentos internos:
– relatório de despesas;
– boletim de caixa;
– mapas demonstrativos (apropriação de custos, depreciação, amortização etc.);
– requisição de compra;
– mapa de licitação de compras;
– registro de empregado;
– folha de pagamento;
– livros sociais (atas de reunião de acionistas, conselho de administração, diretoria e
conselho fiscal).
São exemplos de documentos externos:
– notas fiscais, faturas e duplicatas de fornecedores;
– apólices de seguro;
– contratos;
– escrituras de imóveis;
– certificados de propriedade de veículos.
Relatório dos auditores independentes.
O relatório do auditor independente, anteriormente denominado de parecer, representa o
produto final do auditor. As normas de auditoria que tratam desse assunto são a NBC TA
700, a NBC TA 705 e a NBC TA 706.
O relatório do auditor independente padrão compreende basicamente quatro parágrafos:
a) Identificação da Entidade, das demonstrações financeiras auditadas e do período
auditado.
b) Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras.
c) Responsabilidade dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras.
d) Opinião dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras.
Cumpre relembrar que os objetivos do auditor independente são:
a) formar uma opinião sobre as demonstrações financeiras com base na avaliação das
conclusões atingidas pela evidência de auditoria obtida; e
b) expressar claramente essa opinião por meio de relatório de auditoria por escrito que
também descreva a base para a referida opinião
Título, destinatário, data e assinatura
O título recomendado é “Relatório dos Auditores Independentes sobre as Demonstrações
Financeiras". Devem ser evitadas expressões, tais como: certificado, atestado, etc.
O relatório dos auditores independentes é normalmente endereçado às pessoas para quem
o relatório é elaborado, frequentemente para os acionistas ou para os responsáveis pela
governança (Conselho de Administração, por exemplo) da Entidade, cujas demonstrações
contábeis estão sendo auditadas.
A data do relatório do auditor independente deve ser a data que ele concluiu a obtenção de
evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as
demonstrações financeiras (data do término do serviço de auditoria), incluindo evidência de
que:
a) todas as demonstrações que compõem as demonstrações financeiras, incluindo as
respectivas notas explicativas, foram elaboradas; e
b) as pessoas com autoridade reconhecida na Entidade afirmam que assumem a
responsabilidadesobre essas demonstrações financeiras.
O relatório do auditor independente deve ser assinado pelo sócio de auditoria responsável
pelo serviço de auditoria. No Brasil, é requerido pelo Conselho Federal de Contabilidade a
identificação do auditor, tanto da firma de auditoria como do sócio responsável, pelo número
de registro no Conselho Regional de Contabilidade.
Tipos de relatórios dos auditores independentes
Os principais tipos de relatórios dos auditores independentes são os seguintes:
a) Relatório sem ressalva.
b) Relatório com ressalva.
c) Relatório com opinião adversa.
d) Relatório com abstenção de opinião.
e) Relatório com parágrafo de ênfase.
f) Relatório com parágrafo de outros assuntos.
Relatório-Comentário
Conforme já abordado em capítulos anteriores, o objetivo principal do auditor externo ou
independente é emitir uma opinião ou parecer sobre as demonstrações financeiras, as quais
compreendem o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a
demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração dos fluxos de caixa, a
demonstração do valor adicionado e as notas explicativas.
No entanto, o empresário normalmente supõe que o auditor, depois de passar algumas
semanas ou meses examinando sua empresa, lhe ofereça alguma coisa mais do que um
simples parecer. Ele espera que o auditor, com base na experiência adquirida ao longo dos
anos na auditoria de várias empresas de diversos ramos de negócios, dê recomendações
construtivas visando ao aprimoramento dos controles internos, redução de custos,
melhoramento das práticas contábeis e administrativas e até mesmo uma forma mais
adequada de conduzir sua companhia.
Aliás, a qualidade profissional dos auditores é que distingue as firmas de auditoria.
O auditor deve olhar a empresa também como um empresário e não apenas como um
contador especializado. Ele deve estar atento para levantar pontos e dar sugestões que
levem a empresa, principalmente, a ter maior controle sobre seus ativos, melhorar a
qualidade e segurança de suas informações e, finalmente, aumentar seus lucros.
Baseados nesses fatos, os auditores externos passaram a emitir relatórios comentários, em
que são descritos os problemas de maior importância constatados durante o decurso
normal do serviço de auditoria, e dadas sugestões para solucioná-los.
NBC TA 700 - FORMAÇÃO DA OPINIÃO E EMISSÃO DO RELATÓRIO DO AUDITOR
INDEPENDENTE SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1. Esta norma trata da responsabilidade do auditor independente para formar uma opinião
sobre as demonstrações contábeis e trata da forma e do conteúdo do relatório a emitir como
resultado da auditoria das demonstrações contábeis. Para efeitos desta norma, a referência
a auditor independente e a auditor tem o mesmo significado.
2. A NBC TA 701 - Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do
Auditor Independente trata da responsabilidade do auditor independente de comunicar os
principais assuntos de auditoria no seu relatório. A NBC TA 705 - Modificações na Opinião
do Auditor Independente e a NBC TA 706 - Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros
Assuntos no Relatório do Auditor Independente tratam do modo como a forma e o conteúdo
do relatório do auditor são afetados quando o auditor expressa uma opinião modificada ou
inclui um parágrafo de ênfase ou de outros assuntos no seu relatório. Outras normas
também contêm exigências de apresentação de relatórios que são aplicáveis na emissão do
relatório do auditor.
3. Esta norma se aplica para auditoria de um conjunto completo de demonstrações
contábeis para fins gerais e foi redigida nesse contexto. A NBC TA 800 - Considerações
Especiais - Auditorias de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas
Conceituais de Contabilidade para Propósitos Especiais trata das considerações especiais
quando as demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com estruturas conceituais
de contabilidade para propósitos especiais. A NBC TA 805 - Considerações Especiais -
Auditoria de Quadros Isolados das Demonstrações Contábeis e de Elementos, Contas ou
Itens Específicos das Demonstrações Contábeis trata das considerações especiais
relevantes para uma auditoria de quadros isolados das demonstrações contábeis e de
elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis. Esta norma também
se aplica nas auditorias em que a NBC TA 800 ou a NBC TA 805 são aplicadas.
4. As exigências desta norma têm como objetivo propiciar o equilíbrio apropriado entre a
necessidade de consistência e comparabilidade do relatório do auditor em mercado
globalizado e a necessidade de aumentar o valor do relatório do auditor ao tornar as
informações nele contidas mais relevantes para os usuários. Esta norma propicia
consistência no relatório do auditor, mas reconhece a necessidade de flexibilidade para
acomodar circunstâncias específicas de determinadas jurisdições. A consistência no
relatório, quando a auditoria for conduzida de acordo com as normas de auditoria, propicia
credibilidade em mercados globalizados ao tornarem essas auditorias, que foram
conduzidas de acordo com normas reconhecidas mundialmente, mais prontamente
identificáveis e também ajuda a promover o entendimento por parte dos usuários e a
identificar circunstâncias incomuns quando elas ocorrem.
DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL
A característica básica de ambas é a revisão de trabalhos já executados por colegas nas
outras áreas da contabilidade. Em alguns casos até, a identificação e/ou a produção de
trabalhos que deveriam ter sido executados e não o foram.
Sendo, auditória e perícia, técnicas de revisão elas não podem ser confundidas, pois a
auditoria utiliza-se quase sempre do método de amostragem, já a perícia usa o método
analítico de maior abrangência. Quando ocorre, na perícia, o método de amostragem,
trata-se de um caso excepcional.
Diferença entre Auditoria e Perícia Contábil
Auditoria Perícia
É mais revisão, verificação; tende a ser
necessidade constante, repetindo-se de tempo
em tempo, com rigores metodológicos próprios e
diferentes, pois utiliza amostragem nos seus
levantamentos.
É a prova elucidativa dos fatos e, sendo assim, até mesmo
por ser um meio de prova, repudia a amostragem como
critério, tem caráter de eventualidade e só trabalha com o
universo completo, em que a opinião é expressa com rigores
de cem por cento de análise.
LIVRO PERÍCIA CONTÁBIL - MARTINHO MAURÍCIO GOMES DE ORNELAS 5° EDIÇÃO
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE, NBC TP Nº 1 (R1), DE 19 DE MARÇO DE
2020
LIVRO AUDITORIA - MARCELO CAVALCANTI ALMEIDA

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