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O Projeto “Varal de Poesias” apresenta aos alunos do 1º ano do Ensino Fundamental a oportunidade de brincar com as palavras, combinando, inventando novos sentidos e construindo sons, ritmos e imagens diferentes. A poesia chama a atenção das crianças por ter caráter lúdico que auxilia na elaboração e orientação das atividades desenvolvidas em sala de aula. A finalidade do projeto é aproximar os alunos da linguagem poética, familiarizando-os com esse gênero textual, despertando neles o gosto pela leitura. Através de brincadeiras com a sonoridade das palavras, de pinturas de telas, confecção de cartazes individuais e coletivos, interpretações teatrais, danças e outras atividades, os discentes constroem um maior conhecimento sobre a poesia. A finalização do projeto acontecerá com o Sarau de Poesias e exposição de um varal de trabalhos desenvolvidos durante o projeto. Confira a galeria de fotos aqui. Leilão de Jardim Cecília Meireles Quem me compra um jardim com flores? borboletas de muitas cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos? Quem me compra este caracol? Quem me compra um raio de sol? Um lagarto entre o muro e a hera, uma estátua da Primavera? Quem me compra este formigueiro? E este sapo, que é jardineiro? E a cigarra e a sua canção? E o grilinho dentro do chão? (Este é meu leilão!) Leilão na Praça Alunos do 1º ano E. E. Clementino Vieira Cordeiro Piedade/SP. 2008 Quem me compra muitas flores, Uma praça com muitas cores? Quem me compra aqueles namorados, Que tem filhos endoidados? Quem me compra um pouco de chuva, um casamento de viúva? Quem me compra um macaquinho e um passarinho? Quem me compra uma praça, Com muita grama no jardim, cheio de alecrim? Quem me compra uma praça cheia de graça? Esse é o nosso leilão! A porta Vinícius de Moraes Eu sou feita de madeira Madeira, matéria morta Mas não há coisa no mundo Mais viva do que uma porta. Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinheira Eu abro de supetão Pra passar o capitão. Só não abro pra essa gente Que diz (a mim bem me importa...) Que se uma pessoa é burra É burra como uma porta. Eu sou muito inteligente! Eu fecho a frente da casa Fecho a frente do quartel Fecho tudo nesse mundo Só vivo aberta no céu! A nossa porta Alunos do 1º ano E. E. Professora Laila Galep Sacker Sorocaba/SP. 2014 Eu sou feita de vidro De vidro, material transparente Mas só passa pela porta Quem for meu parente Eu abro bem rapidinho Pra passar meu irmãozinho Eu abro que nem champanhe Pra passar minha mamãe Eu abro com muito carinho Pra passar o papaizinho. Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz Otávio Roth Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela. Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado. Pão quentinho de manhã, drops de hortelã, grito do Tarzan. Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço. Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa. Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão. Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo. Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim. Uma dezena de felicidades Alunos do 1º ano E. E. Clementino Vieira Cordeiro Piedade/SP. 2008 Carrinho que carrega nenenzinho, Jogar bola no campinho, Brincar com o irmãozinho, Salada verde com tomatinho, Passarinho no murinho, Ver o peixe no laguinho, Um sapato bem novinho, Assistir desenho no friozinho, Ir em Piedade comer salgadinho, Ir na biblioteca para ler livrinhos! Trem de ferro Manuel Bandeira Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força Oô… Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho De ingazeira Debruçada No riacho Que vontade de cantar! Oô… Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficiá Oô… Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matá minha sede Oô… Vou mimbora vou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Oô… Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente… Quanta roupa Alunos do 1º ano E. E. Clementino Vieira Cordeiro Piedade/SP. 2008 Quanta roupa, quanta roupa, quanta roupa, quanta roupa quanta roupa no varal. Foguista ponha lenha Pro caldeirão esquentar Para o trem andar Com o vapor O trem vai falar Quanta roupa no varal Que legal! Passa o morro, passa o sol É o dia do Natal Mas que legal, Mas que legal Mas que legal. Os textos são incríveis! Foram escritos alfabeticamente e revisados pelo grupo de autores, antes de serem apresentado aos demais alunos. Dá para perceber que, mesmo sendo escritores iniciantes, eles já se apropriaram das características e dos recursos linguísticos presentes nos textos modelos. Bons modelos de escrita favorecem textos de qualidade. E vocês, queridos professores? Quais bons modelos textuais estão utilizando em sala de aula? Como estão desenvolvendo a escrita de seus alunos? Contem aqui nos comentários! Um grande abraço a todos e até a próxima segunda-feira,
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