Buscar

EIXO ÉTICA E MEIO AMBIENTE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
2 
 
 
COLETÂNEA 
FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL E ÉTICA 
EAD (MÓDULO 54/2019) 
 
 
 
 
Disponível em: https://cidepe.com.br/index.php/br/noticia/preservacao-do-meio-ambiente-e-uma-ordem-nos-dias-atuais-
24. Acesso em: 04 nov. 2019. 
 
Organizadores 
Adriana Pacheco do Amaral Mello 
Claudineia Cristina Valim 
Cristiane de Oliveira Alves 
Diego Luiz Miiller Fascina 
Fátima Christina Calicchio 
Márcio Ricardo Dias Marosti 
Marta Ferreira Gomes de Lima 
 
 
 
 
 
Coordenação 
Fabiane Carniel 
 
3 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 4 
PALAVRAS INICIAIS ........................................................................................................................... 5 
CONSIDERAÇÕES SOBRE MEIO AMBIENTE ................................................................................... 6 
AGRICULTURA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PODEM ANDAR JUNTAS, DIZ ESTUDO. ............ 8 
POR QUE O FUTURO DO AGRONEGÓCIO DEPENDE DA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE 
NO BRASIL ........................................................................................................................................ 10 
SUSTENTABILIDADE: COMO A AGRICULTURA SUSTENTÁVEL PODE AJUDAR O MUNDO ..... 16 
MUDANÇA DE USO DO SOLO É RESPONSÁVEL POR 44% DAS EMISSÕES DE GASES DO 
EFEITO ESTUFA NO BRASIL, APONTA RELATÓRIO. .................................................................... 19 
A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E A GARANTIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ... 22 
ESTABILIDADE DO CLIMA DA TERRA DEPENDE DA AMAZÔNIA ................................................ 25 
UM EM CADA TRÊS FOCOS DE QUEIMADAS NA AMAZÔNIA TEM RELAÇÃO COM O 
DESMATAMENTO ............................................................................................................................. 27 
QUEIMADAS NA AMAZÔNIA: MITOS E VERDADES ....................................................................... 30 
IMPACTOS AMBIENTAIS DA MINERAÇÃO ..................................................................................... 33 
BARRAGEM DE REJEITOS E OS CASOS MARIANA E BRUMADINHO ......................................... 35 
DESASTRE AMBIENTAL NAS PRAIAS DO NORDESTE ................................................................. 41 
VAZAMENTO DE PETRÓLEO EM ÁREA COSTEIRA NORDESTINA SE TORNA UM DOS 
MAIORES IMPACTOS AMBIENTAIS NO PAÍS ................................................................................. 45 
OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO BRASIL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO MEIO 
URBANO ............................................................................................................................................ 50 
URBANISMO SUSTENTÁVEL: ENTENDA O CONCEITO QUE ESTIMULA A CRIAÇÃO DE 
ESPAÇOS PARA O CONVÍVIO HUMANO ........................................................................................ 55 
COMO SER SUSTENTÁVEL NO DIA A DIA ..................................................................................... 58 
OBJETIVOS DE UMA ALIMENTAÇÃO SUSTENTÁVEL E CONSCIENTE, ALÉM DO CONTEÚDO 
DO PRATO. ....................................................................................................................................... 60 
CHARGES ......................................................................................................................................... 63 
MÚSICAS ........................................................................................................................................... 66 
FILMES .............................................................................................................................................. 68 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 69 
 
 
 
 
4 
 
 APRESENTAÇÃO 
 
A Formação Sociocultural e Ética (FSCE) compõe um dos Projetos de Ação da UniCesumar, cujo 
principal objetivo é aperfeiçoar habilidades e estratégias de leitura fundamentais para seu 
desempenho pessoal, acadêmico e profissional. Nesse sentido, esta disciplina corresponde à 
missão institucional, a qual consiste em “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária”. Conforme slogan da FSCE, “Quem sabe mais faz a diferença!”, o 
conhecimento adquirido por meio da leitura é a mola propulsora capaz de formar e transformar 
sujeitos passivos em cidadãos ativos, preparados para fazer a diferença na sociedade como um 
todo. 
Na FSCE, você terá contato com vários assuntos e fatos que ocorrem na sociedade atual e que 
devem fazer parte do repertório de conhecimentos de todos os que buscam compreender 
criticamente seu entorno social, nacional e internacional. Em síntese, no intuito de atender ao 
objetivo desta disciplina, a FSCE está dividida em cinco grandes eixos temáticos: Ética e Sociedade 
– Ética, Política e Economia – Ética Cultura e Arte – Ética, Ciência e Tecnologia – Ética e Meio 
Ambiente. 
Este material, também chamado de Coletânea, é o principal instrumento de estudo da FSCE. 
Recebe o nome de Coletânea porque reúne vários gêneros textuais criteriosamente selecionados 
para estimular sua reflexão e análise pontuais. Textos retirados de diferentes fontes, com a 
finalidade de abordar recortes temáticos relacionados aos conteúdos de cada eixo supracitado. Tem 
como principal objetivo ser um material de apoio à sua formação geral, servindo-lhe de estímulo à 
leitura, interpretação e produção textual. Uma Coletânea como esta é organizada a cada duas 
semanas, ou seja, a realização completa desta disciplina ocorre no período de 10 semanas. 
Cada Coletânea apresenta-se, inicialmente, com uma introdução e a apresentação dos diversos 
textos referentes aos respectivos eixos. A sequência de textos normalmente é finalizada com os 
gêneros: música, poesia ou frases e charges, sendo finalmente concluída com breves considerações 
finais. 
Você tem em suas mãos, portanto, uma compilação por meio da qual terá acesso a um conteúdo 
seleto de textos basilares para sua reflexão, aprendizagem e construção de conhecimentos valiosos. 
Textos compostos por fatos, notícias, ideias, argumentos, aspectos veiculados nos principais meios 
de comunicação do país, links de acesso a entrevistas, depoimentos, vídeos relacionados ao eixo 
temático, além de respaldos teóricos e práticos acerca da linguagem que poderão servir como 
suporte à sua vida em todas as instâncias. 
 
 
5 
 
 PALAVRAS INICIAIS 
 
A presente coletânea de textos possui material para ampliar o seu conhecimento de leitura e 
interpretação, essa é um apoio para complementar o conhecimento já existente, pois o intuito da 
disciplina Formação Sociocultural e Ética é aprimorar a reflexão referente à leitura, interpretação e 
produção textual por meio dos textos disponibilizados. Os textos apresentam discussões atuais, 
presentes na sociedade de forma que visam à reflexão do indivíduo acerca da presença ou falta de 
ética contida nos assuntos apresentados. 
Esta disciplina oportuniza aos estudantes o acesso a um conjunto de textos dos mais diversos 
gêneros e assuntos fundamentais para a compreensão da sociedade, com o intuito de formar um 
profissional ético, competente e comprometido com a sociedade em que vive. Ou seja, com o 
desenvolvimento de perspectivas críticas, integradoras e que possa construir sínteses 
contextualizadas; além disso, faz compreender que os fatos e acontecimentos sociais, políticos, 
educacionais, culturais, ambientais, bem como, as questões referentes aos direitos humanos e ético-
raciais fazem parte do universo de qualquer profissional. 
Esta coletânea aborda a respeito do meio ambiente e como a ética ou a ausência dela está 
relacionada às açõeshumanas benéficas ou não, que são exercidas sobre ele. A reflexão sobre a 
referida relação é o cerne dos textos que compõem este material. 
Os problemas enfrentados na atualidade sobre os recursos naturais podem ser considerados como 
um reflexo da relação desrespeitosa do homem para com o meio ambiente. Pensar eticamente o 
meio ambiente possibilita que se compreenda a necessidade de haver um equilíbrio entre o homem 
e a natureza. Atualmente, a coexistência entre a destruição dos recursos naturais e o 
desenvolvimento social e ambiental requer que paradigmas sejam revistos no que tange à 
manutenção e preservação do meio ambiente. Dessa forma, é de suma importância o 
conhecimento, reflexão e tomada de conclusão, de forma crítica, de um assunto que está presente 
em várias demandas da sociedade. 
Boa leitura! 
 
Equipe de FSCE. 
6 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE MEIO AMBIENTE1 
Quando se fala em problemas ambientais, ainda é muito recorrente que algumas pessoas os 
relacionem a situações que, normalmente, acontecem distante da sua realidade, do seu cotidiano, a 
exemplo da extinção de animais, desmatamentos, derretimento das calotas polares, desertificação, 
dentre outros. Tal concepção pode estar relacionada à visão e/ou concepção reducionista que 
muitos possuem sobre o que seria o meio ambiente, bem como a ênfase midiática que vem sendo 
observada nas últimas décadas sobre a problemática ambiental, que normalmente, reduz 
tais problemas a alguns fatos isolados, descontextualizando a complexidade dos 
fenômenos e causas reais destes. 
O que pode ser compreendido quando se analisa algumas conceituações sobre o que seria 
meio ambiente, como observado no trecho que se segue: Embora a distância não seja grande, 
ecologia e meio ambiente de forma alguma são sinônimos. A primeira, segundo uma definição que 
remonta a mais de um século, seria a “ciência da morada”, a economia doméstica da 
natureza, por assim dizer. Seu objeto de estudo são as relações entre o organismo e o seu 
habitat. Meio ambiente, por sua vez - ou, mais elegantemente, o ecossistema -, vem a ser a própria 
morada (KLOETZEL, 2009, p. 14 - grifo nosso). Analisando a citação acima evidenciada, pode-se 
verificar que o autor utiliza a conceituação de meio ambiente como sinônimo para ecossistema, o 
que reforça a ideia reducionista e simplista que muitos possuem sobre meio ambiente. 
 Por esse motivo, é comum que, quando questionados, estes elenquem uma série de 
elementos naturais ou belas paisagens para definir e/ou exemplificar o significado de meio ambiente, 
sempre relacionando esses elementos a externalidades em que estão inseridos, fato que corrobora 
para o descaso e/ou desconhecimento da gravidade que tais problemas ambientais podem ou 
poderão vir a repercutir na vida destes. Por esse motivo (necessidade de se tratar o ambiente 
integralmente e não somente parte dele), é que alguns autores, a exemplo do geógrafo Carlos 
Walter Porto Gonçalves, propõe o abandono do termo meio ambiente, passando a adotar apenas 
ambiente na tentativa de minimizar as diferenças muitas vezes observadas, a começar por nossas 
próprias atitudes, haja vista que nem sempre compreendemos que somos animais e, por esse 
motivo, somos elementos do meio. 
 Procurando compreender as conceituações sobre meio ambiente, uma vez que esta muitas vezes 
se confunde com os conceitos de natureza, ecologia, ou até mesmo, ecossistema (como destacado 
 
1
 O referido texto trata-se de um recorte das considerações sobre meio ambiente presentes no artigo Meio Ambiente, 
Impacto Ambiental e Desenvolvimento Sustentável: Conceituações Teóricas sobre o Despertar da Consciência 
Ambiental. 
7 
 
anteriormente), encontramos algumas definições como forma de nortear as discussões ora 
propostas. Assim sendo, e levando em consideração a complexidade dos seus elementos 
constituintes, bem como das relações estabelecidas, o meio ambiente pode ser considerado: 
Para Primavesi (1997), meio ambiente não é apenas o espaço em que se vive "mas o 
espaço do qual vivemos". Para Tostes (1994), “meio ambiente é toda relação, é 
multiplicidade de relações. É relação entre coisas, como a que se verifica nas reações 
químicas e físico-químicas dos elementos presentes na Terra e entre esses elementos 
e as espécies vegetais e animais; é a relação de relação, como a que se dá nas 
manifestações do mundo inanimado com a do mundo animado (...) é especialmente, a 
relação entre os homens e os elementos naturais (o ar, a água, o solo, a flora e a 
fauna); entre homens e as relações que se dão entre as coisas; entre os homens e as 
relações de relações, pois é essa multiplicidade de relações que permite, abriga e rege 
a vida, em todas as suas formas. Os seres e as coisas, isoladas, não formariam meio 
ambiente, porque não se relacionariam” (apud DULLEY, 2004, p. 18, 19). 
Soma-se, às conceituações acima apresentadas, a definição descritiva de meio ambiente 
apresentada por Coimbra (2002), o qual define o meio ambiente como um conjunto de elementos 
abióticos (físicos e químicos) e bióticos (flora e fauna), organizados em diferentes ecossistemas 
naturais e sociais em que se insere o Homem, individual e socialmente, num processo de interação 
que atenda ao desenvolvimento das atividades humanas, à preservação dos recursos naturais e das 
características essenciais do entorno, dentro das leis da Natureza e de padrões de qualidade 
definidos. De acordo com o autor supracitado, a definição acima exposta, se apresenta como “longa 
e densa” devido à necessidade de compactar, em poucas linhas, uma grande quantidade de noções 
e conceitos, respeitando a complexidade que a temática requer. Branco (2007) ao tecer 
considerações sobre a definição de meio ambiente apresentada por Coimbra (op. cit.), ressalta 
alguns pontos, considerados para ele, fundamentais, a saber: 
O meio ambiente não é [...] um sinônimo de ecossistema. Ele inclui o elemento 
antrópico e tecnológico enquanto que o ecossistema, tal como definido, com suas 
características homeostáticas de controle e evolução natural não comporta o homem, 
a não ser em seus estágios primitivos, pois é incompatível com o finalismo e a 
deliberação característico desta espécie. Porém, isso não implica que o homem não 
se inscreva ou não constitua um elemento de um sistema maior e mais complexo: o 
meio ambiente, com um equilíbrio coordenado por uma rede de informações de ordem 
diferente da que preside o ecossistema, porque emanada de um princípio criador 
consciente, em permanente integração com o sistema como um todo (BRANCO, op. 
cit., p. 103). 
Ainda é possível registrar algumas definições para meio ambiente na visão de autores de 
diversas áreas do conhecimento, o que explicita a sua abrangência, bem como a necessidade e 
importância de uma contextualização pautada em uma visão interdisciplinar que a temática requer. 
Para Marques (2005), meio ambiente é a soma total das condições externas circundantes no interior 
das quais um organismo, uma condição, uma comunidade ou um objeto existe, acrescentando-se 
que, os organismos podem ser parte do ambiente de outros organismos. Segundo Mendonça 
8 
 
(2004), o meio ambiente deixa de receber aquela tradicional visão descritiva/contemplativa por parte 
da geografia como se fosse um santuário que existe paralelamente à sociedade. O meio ambiente é 
visto, então, como um recurso a ser utilizado e como tal deve ser analisado e protegido, de acordo 
com suas diferentes condições, numa atitude de respeito, conservação e preservação. De acordo 
com Coelho (2004), o ambiente ou meio ambiente social é historicamente construído. Sua 
construção se faz no processo da interação contínua entre sociedade em movimento e um espaço 
físico particular que se modifica permanentemente. 
O ambiente é passivo e ativo.Portanto, o meio ambiente por incluir o homem e tudo o que o 
envolve, constitui-se em um processo dinâmico e em permanente mudança, provocada tanto por 
fatores externos, sem que haja influência do homem, da flora ou da fauna, como provocada pelas 
ações do ser humano nos processos transformacionais das matérias primas que o mesmo manipula, 
bem como das transformações culturais provocadas por mudanças de valores que são induzidas 
pelo próprio homem. Este meio ambiente em constante transformação pode se alterar para melhor 
em termos de benefícios aos seres que nele vivem como pode piorar, provocando a destruição 
destes mesmos seres. Deste modo, o meio ambiente, como construção da mente e ação humana 
poderá servir de fator engrandecedor ou destruidor da própria humanidade que o manipula. 
Disponível em: http://reunir.revistas.ufcg.edu.br/index.php/uacc/article/view/78/pdf. Acesso em: 28 out 2019. 
Adaptado. 
 
AGRICULTURA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PODEM 
ANDAR JUNTAS, DIZ ESTUDO. 
 
Pesquisadores da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos e do 
Instituto Internacional para Sustentabilidade divulgaram hoje, no Museu do Meio Ambiente do Jardim 
Botânico do Rio de Janeiro, um resumo do relatório Restauração de Paisagens e Ecossistemas que 
poderá ajudar nas decisões políticas sobre recuperação e uso sustentável de solos degradados no 
país. O estudo mostra que é possível recuperar 12 milhões de hectares de terras, ter desmatamento 
ilegal zero e ainda liberar mais de 30 milhões de hectares para o aumento da produção agrícola. 
 
“Não é por falar em restauração que vamos perder a área produtiva. São áreas sinergéticas. 
Plantios próximos de florestas vão trazer mais polinizadores e maior ganho econômico. O relatório 
mostra que a recuperação do solo degradado é viável”, disse o coordenador do projeto, Renato 
Crouzeilles, professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio 
http://reunir.revistas.ufcg.edu.br/index.php/uacc/article/view/78/pdf
9 
 
de Janeiro (UFRJ).Segundo Crouzeilles, tanto o relatório como o sumário apontam caminhos que 
mostram que "isso é realizável e não apenas um desejo". 
O estudo foi feito por 45 pesquisadores de 25 instituições públicas e privadas e teve como 
base artigos científicos relatórios técnicos e casos de sucesso comprovado. Daqui a um mês, será 
entregue a representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). O 
resumo, no entanto, já está disponível online. 
Solo 
 O Brasil tem atualmente pastagens totalmente improdutivas, com menos de uma cabeça de 
gado em área de extensão equivalente a um estádio do Maracanã, informou o pesquisador. "Se 
fizermos uma intensificação da pecuária, vamos conseguir recuperar a produção nos próximos 
anos", disse. 
“O que a gente quer é uma paisagem diversificada. Ter agricultura, pecuária, mas também 
floresta em pé, restauração acontecendo. Há empregos a serem gerados, benefícios sociais, 
econômicos e ambientais." 
A estimativa é que essa sinergia entre meio ambiente e agricultura, com base na restauração 
de solos degradados, incremente a produtividade agrícola nacional em até 90%. "A projeção é 
extremamente positiva, uma vez que o Brasil perdeu 70 milhões de hectares de vegetação nativa 
nos últimos 30 anos." 
Na avaliação de Crouzeilles, é fundamental que haja a conscientização do governo sobre a 
sinergia entre meio ambiente e agricultura, o que pode elevar a qualidade ambiental, econômica e 
social do país, vitais para o enfrentamento das mudanças climáticas. 
Vegetação 
O estudo apresenta oito pilares considerados necessários para viabilizar a recuperação da 
vegetação nativa em larga escala no Brasil, identificados durante o processo de elaboração do 
Planaveg. Entre eles, a sensibilização dos proprietários de terras para que a restauração ocorra, 
porque é preciso ter um mercado de mudas e sementes que funcione; recursos financeiros para 
viabilizar a restauração dos solos degradados; e governança institucional que defina qual é o papel 
de cada instituição no desenvolvimento da atividade. 
10 
 
Também deve ser feito um planejamento espacial, monitoramento da restauração, entre 
outras condições. “Esses pilares são as condições necessárias para que a restauração possa 
acontecer”, apontou Crouzeilles. 
Benefícios 
De todo o conjunto de benefícios que a restauração de solos pode trazer, entre os quais 
emprego e renda, o professor chamou a atenção dos benefícios para as espécies e serviços 
ecossistêmicos trazidos pelos movimentos de restauração. 
“Hoje, a gente sabe como colocar a restauração no espaço, reduzindo custos; como engajar 
pessoas e alavancar essa restauração de forma que ela seja economicamente viável. Queremos 
demonstrar que a restauração é uma atividade produtiva, economicamente viável, que pode render 
até mais que outras atividades produtivas.” 
O relatório aponta ainda que a restauração pode contribuir para que sejam atingidos os 
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU associados à segurança alimentar hídrica e 
energética; à redução da pobreza; geração de empregos; e produção e consumo sustentáveis. 
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-08/agricultura-e-preservacao-ambiental-
podem-andar-juntas-diz-estudo. Acesso em: 28 out. 2019. 
POR QUE O FUTURO DO AGRONEGÓCIO DEPENDE DA 
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL 
 
Se hoje a bancada ruralista é a principal força pressionando o Congresso para flexibilizar a 
proteção ambiental, é consenso entre agrônomos e pesquisadores que o futuro do agronegócio 
depende da preservação ambiental. 
Agrônomos, biólogos e entidades como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária) alertam que a destruição da vegetação nativa e as mudanças climáticas têm grande 
potencial para prejudicar diretamente o agronegócio no Brasil, porque afetam diversos fatores 
ambientais de grande influência sobre a atividade agrícola. 
O principal deles é o regime de distribuição das chuvas, essenciais para nossa produção – 
apenas 10% das lavouras brasileiras são irrigadas. Com o desmatamento e o aumento das 
temperaturas, serão afetados umidade, qualidade do solo, polinizadores, pragas. 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-08/agricultura-e-preservacao-ambiental-podem-andar-juntas-diz-estudo
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-08/agricultura-e-preservacao-ambiental-podem-andar-juntas-diz-estudo
11 
 
A BBC News Brasil ouviu pesquisadores 
do agronegócio e nomes ligados ao setor para 
entender como esses riscos gerados pela 
destruição do ambiente devem afetar a 
produtividade das plantações brasileiras e 
mesmo se safras se tornarão inviáveis. 
 
Eles dizem que as notícias sobre o setor ambiental no Brasil não são animadoras: se o ritmo 
de desmatamento na Amazônia continuar como está, atingiremos em pouco tempo um nível de 
devastação sem volta. Junho foi o mês com mais desmatamento na Amazônia, 920,4 km², desde o 
início do monitoramento com sistema de alerta pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), 
em 2015. Foi um aumento de 88% em relação ao mesmo mês no ano passado. 
Ao mesmo tempo, as pressões e cobranças internacionais chamam atenção para a agenda 
ambiental do governo Bolsonaro, que tem flexibilizado a legislação ambiental e diminuído a 
fiscalização. 
Crise iminente 
Atualmente, o agronegócio é responsável por 21,6% do PIB brasileiro, segundo o Ministério 
da Agricultura. Preocupados com questões como logística, estrutura e desafios comerciais como o 
vaivém das commodities no mercado internacional, a questão da sustentabilidade acaba não sendo 
prioridade para o setor como um todo. 
"A questão da sustentabilidade, no sentido amplo, é uma preocupação. Mas em primeiro lugar vem a 
estrutura e a logísticae as questões comerciais", afirma o agrônomo Roberto Rodrigues, ex-ministro 
da Agricultura (2003-2006) e coordenador da área de agro da Fundação Getúlio Vargas. No entanto, 
os riscos gerados pela devastação ambiental na agricultura são uma ameaça muito mais iminente do 
que se imagina, segundo o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa. 
Alguns estudos, como um feito por pesquisadores das Universidades Federais de Minas 
Gerais e Viçosa, projetam perdas de produtividade causadas por desmatamento e mudanças 
climáticas para os próximos 30 anos. Outros não trabalham com tempo, mas com nível de 
devastação, como o estudo Efeitos do Desmatamento Tropical no Clima e na Agricultura, das 
cientistas americanas Deborah Lawrence e Karen Vandecar, que afirma que quando o 
desmatamento na Amazônia atingir 40% do território (atualmente ele está em 20%), a redução das 
chuvas será sentida a mais de 3,2 mil km de distância, na bacia do Rio da Prata. 
12 
 
Deficiência hídrica e temperatura 
A maior parte da produção agrícola brasileira depende das chuvas – só 5% da produção total 
e 10% da produção de grãos são irrigados. Isso significa que mudanças na precipitação afetam 
diretamente nossa produção. 
O regime de chuvas é afetado por uma série de fatores – desde a topografia até as correntes 
marítimas. Um fator importante é a dinâmica de evaporação e transpiração terrestres, ou seja, a 
umidade produzida pela respiração das árvores e plantas, explica o agrônomo da USP Gerd 
Sparovek, professor da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e presidente da 
Fundação Florestal do Estado de São Paulo. 
Esse fenômeno, chamado de evapotranspiração, é especialmente alto em florestas tropicais 
como a amazônica – elas são o ecossistema terrestre que mais movimenta água, transformando a 
água do solo em umidade no ar e diminuindo a temperatura da atmosfera sobre elas. 
"Ao cortar a vegetação natural que, durante o ano inteiro joga água na atmosfera, umas das 
principais consequências é a formação de menos nuvens no período seco", explica Assad, da 
Embrapa. "Um estudo que acabamos de finalizar mostra um aumento significativo de deficiência 
hídrica do Nordeste ao Centro-Oeste", diz.Isso afeta as chuvas potencialmente até no Sudeste, já 
que há correntes de ar que normalmente empurram essas nuvens para sul. 
A destruição da vegetação nativa afeta até a duração das temporadas de chuvas e estiagem, 
segundo o estudo de Lawrence e Vandecar, que faz uma revisão da literatura científica e foi 
publicado em 2014 na revista Nature. O corte da vegetação nativa também altera a temperatura e 
clima local, e potencialmente também o de regiões mais distantes, explica Sparovek, da Esalq. "As 
alterações, nesse caso, são sempre desfavoráveis. "E isso vale não só para a Amazônia: a remoção 
do Cerrado, onde hoje se encontra a principal expansão da fronteira produtiva, também eleva a 
temperatura local. 
Esse problema é reforçado pelo aquecimento global, que torna o clima mais instável e 
aumenta a frequência de extremos, como ondas de calor e estiagens e chuvas em excesso. E o 
desmatamento só intensifica esse processo. O risco para o agronegócio é especialmente grande 
quando altas temperaturas são concomitantes com períodos de diminuição das chuvas – isso 
diminui a produtividade das lavouras e pode comprometer safras inteiras, diz o biólogo. 
Um efeito adicional do comprometimento da disponibilidade de água tem a ver com a 
produção de energia elétrica, que também é importante para o agronegócio, aponta Sparovek. Um 
clima mais seco ou maiores períodos de estiagem podem comprometer a vazão dos rios e dos 
13 
 
reservatórios, afetando diretamente a produção de energia, já que nossa matriz energética é em sua 
maioria dependente de hidroelétricas. 
Perda de área produtiva 
A retirada total das florestas também gera outros problemas relativos aos recursos hídricos 
além da chuva, explica o biólogo Jean Paul Metzger, professor da USP e doutor em ecologia de 
paisagem. A retirada da vegetação nativa retira a proteção do solo, que não é reposta mesmo se a 
área virar uma plantação, já que as raízes das plantas cultivadas são muito superficiais. O solo 
cultivado também tem pouca permeabilidade. 
Isso dificulta a infiltração da água no solo, o que gera dois problemas. Um é a falta de 
reposição da água nos lençóis freáticos. A outra, é um processo de erosão e poluição dos rios. 
"A chuva vai escoando superficialmente e levando o solo junto, há uma perda da camada mais fértil, 
vai tudo para o rio" diz Metzger. "E a partir de um certo momento você não tem como reverter, há 
uma perda de área produtiva via erosão." 
Reserva Legal 
A melhor forma de evitar esse processo é manter a vegetação nativa – inclusive nas 
propriedades rurais, onde a cobertura florestal pode fazer uma filtragem das enxurradas antes de 
chegarem ao rio. Metzer aponta que as propriedades produtivas devem ter cerca de 30% de 
cobertura florestal, na média, para que o ciclo hidrológico e os chamados serviços ambientais 
funcionem normalmente. Serviços ambientais são benefícios trazidos ao cultivo pelo ecossistema, 
como, por exemplo, a polinização e o controle natural de pragas. 
"Paisagens onde há produção agrícola em desequilíbrio com o ambiente são poucos favoráveis à 
produção. Os inimigos naturais das pragas e doenças de plantas desaparecem, e a produção passa 
a depender cada vez mais de agrotóxicos", diz Sparovek, da Esalq. 
Daí, dizem os pesquisadores, vem a importância da manutenção das reservas legais – áreas 
de mata nativa dentro de propriedades rurais cujo desmatamento é proibido por lei. O índice de 
proteção exigido é de 80% na Amazônia, de 35% no Cerrado e de 20% nos outros biomas. 
O assunto esteve em pauta nos últimos meses, graças a um projeto do senador carioca Flávio 
Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, que quer acabar com as reservas legais, citando o "direito à 
propriedade". Pela Constituição, no entanto, nenhum direito à propriedade é absoluto no Brasil – a 
construção em propriedades urbanas, por exemplo, fica restrita às leis de zoneamento municipais. 
 
14 
 
Agrotóxicos 
O uso indiscriminado de agrotóxicos também é um problema ambiental que acaba se voltando 
contra o próprio agronegócio. Ele afeta principalmente os cultivos que dependem da polinização, já 
que os animais polinizadores - abelhas, besouros, borboletas, vespas e até aves e morcegos – são 
fortemente afetados por alguns tipos de inseticidas e até por herbicidas usados contra pragas em 
lavouras, sofrendo desde morte por envenenamento a desorientação durante o voo. 
Das 191 culturas agrícolas de produção de alimentos no país, 114 (60%) dependem de 
polinizadores, segundo o Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de 
Alimentos no Brasil, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Em 
resultado de safra, cerca de 25% da produção nacional é dependente de polinização, segundo 
Assad, da Embrapa. 
Além disso, o uso excessivo de agrotóxicos em espécies resistentes se torna um problema 
para produtores vizinhos de cultivos que não tem a mesma resistência. Produtores de uva do Rio 
Grande do Sul têm registrado milhões de reais de prejuízo por causa do herbicida 2,4-D, usado em 
plantações de soja. 
Ao se espalhar para as propriedades produtoras de uva, ele chegou a reduzir a colheita de 
uva em até 70%, segundo produtores do estado. O Instituto Brasileiro do Vinho chegou a defender a 
proibição do uso do agrotóxico na região. O noroeste gaúcho é campeão nacional no uso de 
agrotóxicos, segundo um mapa do Laboratório de Geografia Agrária da USP com dados do IBGE 
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
Questão da Produtividade 
Até hoje, olhando a série histórica, a produtividade do agronegócio no Brasil só aumentou. A 
produção do milho, por exemplo, subiu de 3,6 ton/ha em 2009 para 5,6 ton/ha em 2019(previsão), 
de acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). 
"O aumento da produção muitas vezes é usado como argumento pra dizer que não está 
acontecendo nada (em termos de efeitos da mudança climática). Mas a produtividade aumenta 
porque antes era muito baixa, porque estamos implementando as diversas tecnologias existentes", 
afirma Assad, que também é membro do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. "O teto de 
produtividade do milho, por exemplo, é de 10 toneladas por hectare considerando a tecnologia 
existente." Isso não quer dizer, diz ele, que os efeitos da devastação não terão um impacto na 
produtividade. 
15 
 
Segundo cálculos no modelo feito por cientistas das Universidades Federais de Minas Gerais 
e de Viçosa, em 30 anos as perdas na produção de soja podem ir de 25% a 60%, dependendo da 
região, graças ao desmatamento da Amazônia. Até a pecuária pode ser afetada, com a 
produtividade do pasto caindo de 28% a 33% e alguns lugares deixando de ser viáveis para a 
atividade. 
Expansão? 
Mas por que ainda há resistência em aceitar a visão de que a devastação do meio ambiente 
prejudica o agronegócio? 
Segundo Sparovek, da Esalq, narrativas que defendem a necessidade de expandir a fronteira 
agrícola não têm embasamento científico. Ele afirma que "quando se analisa a necessidade de 
expansão do agronegócio brasileiro prevista pelo próprio setor até 2050, não se vê necessidade 
alguma de desmatar e expandir a fronteira agrícola." 
"Temos áreas abertas o suficiente para produzir a demanda projetada e ainda restaurar a vegetação 
em uma quantidade enorme de terras", diz o agrônomo. Só na Amazônia, há 17 milhões de hectares 
cortados, desmatados e abandonados, segundo Assad, da Embrapa. Além das terras abertas 
existentes, há uma enorme possibilidade de incremento da produtividade através de implementação 
tecnológica, afirma o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. 
Assad, da Embrapa, afirma que soluções boas para a produção e para o ambiente – como 
técnicas de agricultura de baixa emissão de carbono e boas práticas de manejo de solo e água – 
têm se tornado cada vez mais acessíveis, e que uma maior organização de cooperativas agrícolas é 
necessária para aumentar o acesso dos pequenos produtores a tecnologias e avanços. 
Sparovek afirma que a expansão da fronteira, especialmente na Amazônia, não interessa 
diretamente, não ajuda a produzir – especialmente com o avanço tecnológico que exige um terreno 
mais plano pelo tamanho e velocidade das máquinas. "Isso é uma agenda muito mais ligada à 
valorização imobiliária das terras e à grilagem. Quem se beneficia disso é o especulador do mercado 
de terras, lícito ou criminoso." 
Segundo Rodrigues, o Brasil é um país gigantesco que não tem "uma agricultura ou um 
agricultor", mas diversos grupos com interesses diferentes. A existência de agricultores que não têm 
preocupação nenhuma com sustentabilidade ou com o longo prazo é "um pouco uma questão de 
educação, cultura e formação técnica adequada”. 
"Temos 4,4 milhões de produtores que seguiram o Código Florestal e fizeram o Cadastro Ambiental 
Rural (mecanismos de regulação das práticas agrícolas)", diz Assad. "É 1 milhão de agricultores que 
16 
 
fazem essa confusão toda. É só um povo que produz como na idade média (que tem interesse no 
desmatamento)." 
Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/07/16/por-que-o-futuro-do-
agronegocio-depende-da-preservacao-do-meio-ambiente-no-brasil.ghtml. Acesso em: 28 out 2019. Adaptado. 
SUSTENTABILIDADE: COMO A AGRICULTURA 
SUSTENTÁVEL PODE AJUDAR O MUNDO 
 
Pensar em agricultura sustentável é pensar a respeito de uma atividade que produza ao 
mesmo tempo em que respeite o planeta e as futuras gerações. Tanto o desempenho econômico 
quanto o meio ambiente fazem parte dos objetivos. Esta prática é, de fato, recente na história do 
homem. O avanço tecnológico na agricultura evoluiu sobremaneira desde o final da Segunda Guerra 
Mundial. É justamente nisto que se apoia a sustentabilidade na agricultura. 
O que é agricultura sustentável? 
O que é agricultura sustentável e como funciona pode ser representado por uma definição 
clara e objetiva. É o que faz o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A USDA 
utiliza uma definição de Greg McIsaac que diz o seguinte: 
Agricultura sustentável é uma filosofia baseada nos objetivos humanos e no entendimento do 
impacto de longo prazo das nossas atividades no meio ambiente e em outras espécies. O uso dessa 
filosofia guia nossa aplicação da experiência prévia e dos mais recentes avanços científicos para 
criar sistemas agrícolas integrados, que conservem recursos e sejam equitativos. Esses sistemas 
reduzem a degradação ambiental, mantêm a produtividade agrícola e promovem a viabilidade 
econômica tanto no curto quanto no longo prazo, e mantêm comunidades rurais estáveis e qualidade 
de vida. 
Daí, podemos destacar alguns pontos específicos do que representa e do que não representa 
a sustentabilidade na agricultura. Neste caso, podemos dizer que a agricultura sustentável: 
 possui objetivos de curto a longo prazo (econômicos e ambientais). 
 utiliza das tecnologias mais avançadas. 
 busca a conservação dos recursos naturais. 
 valoriza a produtividade agrícola e o lucro econômico. 
 visa sistemas agrícolas equitativos. 
 busca melhorar a qualidade de vida das gerações atuais e futuras 
 reduz a degradação ao meio ambiente com práticas modernas e sustentáveis 
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/07/16/por-que-o-futuro-do-agronegocio-depende-da-preservacao-do-meio-ambiente-no-brasil.ghtml
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/07/16/por-que-o-futuro-do-agronegocio-depende-da-preservacao-do-meio-ambiente-no-brasil.ghtml
17 
 
Nesta mesma linha, quem contribui é também o Agricultural Sustainability Institute (UCDAVIS), em 
seu programa de pesquisa e educação. Segundo a UCDAVIS, a agricultura sustentável possui três 
grandes objetivos gerais e simultâneos: 
 ambiente saudável. 
 lucro econômico. 
 equidade social e econômica. 
Isto significa que tanto a USDA quanto a UCDAVIS caminham para o mesmo entendimento. A 
agricultura sustentável não deixa de valorizar o aspecto econômico. A diferença é a utilização de 
tecnologias avançadas para promover o bem-estar ambiental e social, no presente e no futuro. 
Melhores práticas para a sustentabilidade na agricultura 
Quando falamos de agricultura sustentável e melhores práticas, o pensamento deve focar na 
conservação dos recursos naturais. Por isso, os tópicos básicos são a conservação do solo, da água 
e das comunidades rurais, por exemplo. 
A água 
Não precisa nem ser dito o quanto a utilização da água sempre foi, ainda é e sempre será 
vital para a prática da agricultura. Até mesmo por isso, a sua conservação é vital não só para a vida 
humana no geral, mas para a própria conservação da agricultura. O que os especialistas observam é 
que ela acaba se transformando num fator limitante quando mal utilizada. Por isso, seu uso e seu 
abastecimento devem ser olhados com cuidado. Instituições como a Agência de Proteção Ambiental 
dos Estados Unidos (EPA), além da UCDAVIS, indicam algumas práticas: 
 melhorar a conservação da água. 
 utilizar sistemas de irrigação de volume reduzido. 
 cuidar da perda de água na colheita. 
 incentivar o crescimento de espécies que necessitem de menos água. 
 criar incentivos públicos (governamentais) para a utilização de tecnologias sustentáveis. 
 
A energia 
Outra questão de vital importância é o aspecto energético. Sabemos que, por exemplo, o 
petróleo é bastante nocivo ao meio ambiente. Mas o que fazer, nestes casos? Nesta questão, 
mesmo o Brasil pode ser considerado um exemplo interessante. Os biocombustíveis reduzem 
sobremaneira na redução do efeito estufa. Além disso, mais de 40% da energia do país tem esta 
origem,com 29% na agricultura, de acordo com o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi. 
18 
 
O solo 
Com relação ao solo, o maior problema pode ser considerado a sua erosão. Isto é, inclusive, 
auto-limitante, prejudicando até mesmo a capacidade de produção agrícola. Na agricultura 
sustentável, manter o solo em boas condições significa melhorar os sistemas de irrigação e ter o 
solo coberto por plantações ou adubo. 
O ar 
Temos mais um componente em que a poluição pode ser um problema minimizado. É o caso 
do ar. O fundamental é administrar as plantações de modo que diminua a liberação de gases 
nocivos ao meio ambiente, bem como a utilização apenas essencial de produtos que possam ter o 
mesmo efeito negativo. 
A produção 
Por fim, podemos resumir muito disto, apontando medidas de produção adequadas para a 
agricultura sustentável. Elas utilizam abordagens distintas, de modo que respeitem cada um dos 
aspectos anteriormente citados. São estratégicas tecnológicas. Elas devem respeitar a topografia, o 
clima, o solo, os pesticidas, a viabilidade local e toda uma série de características. Novamente de 
acordo com a UCDAVIS, são as seguintes: 
 seleção e uso de espécies que se adaptam ao local e às condições da fazenda. 
 diversificação da produção (para gerar estabilidade biológica e econômica da produção). 
 uso eficiente das informações obtidas nas fazendas (agricultura de precisão). 
 utilização das práticas de promoção de água, energia, solo e ar. 
 importância da sustentabilidade na agricultura. 
Após esta explicação detalhada podem ser feitas algumas considerações finais sobre a 
importância da sustentabilidade na agricultura. Ela pode ser boa tanto ao ambiente quanto às 
pessoas, bem como à produção e ao ganho monetário do agricultor. Em termos gerais, vimos que a 
agricultura sustentável se baseia em princípios sólidos. Ela afirma que precisamos alcançar os 
objetivos do presente sem colocar em risco a capacidade das gerações futuras de alcançarem os 
delas. 
Para isso, faz uso de tecnologias modernas, sempre com adaptação às particularidades da 
fazenda e dos locais em que está sendo colocada. A agricultura sustentável, pois, deve ser moldada 
conforme a capacidade e as características da fazenda. Além disso, ressaltamos também que não 
compromete de forma alguma a lucratividade do produtor. Muito pelo contrário, aliás. A agricultura 
19 
 
sustentável é, na verdade, capaz de promover o aumento da lucratividade, fornecendo ganhos 
competitivos para o produtor rural a partir do desenvolvimento tecnológico. 
Disponível em: https://tecnologianocampo.com.br/sustentabilidade-na-agricultura/. Acesso em: 28 out 2019. 
Adaptado. 
MUDANÇA DE USO DO SOLO É RESPONSÁVEL POR 
44% DAS EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA 
NO BRASIL, APONTA RELATÓRIO. 
No ranking mundial, Brasil está em 6º lugar entre os países mais poluentes, se excluído o bloco da 
União Europeia. Os líderes são China e Estados Unidos. 
O Brasil é o 6º país que mais emite gases do efeito estufa no mundo. As emissões 
aumentaram 0,3% em 2018 após dois anos de quedas sucessivas. O índice foi puxado pela 
mudança de uso do solo, responsável por 44% das emissões do Brasil. Os dados são da 7ª edição 
do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgados 05 de 
novembro/2019 pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações com mais de 40 membros. 
Isso significa que 44% das emissões de gases poluentes do país no ano passado estão ligadas ao 
desmatamento (mudança de floresta para área degradada), degradação de solo, entre outros. De 
acordo com dados da plataforma Mapbiomas, de 2017 para 2018 o Brasil perdeu 109,3 milhões de 
hectares de florestas. Destes, 75,2 milhões viraram pastagens. 
Segundo Tasso Azevedo, coordenador-geral do Mapbiomas, o desmatamento na Amazônia 
em 2018 subiu 8,5%. O aumento foi puxado pelo Pará. "O desmatamento explodiu, principalmente 
nas regiões da rodovia BR-163 e na Terra do Meio”, afirmou Anne Alencar, diretora de Ciência do 
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). 
No comparativo nacional, entretanto, 
embora tenha havido aumento do 
desmatamento na Amazônia, houve 
redução de 10,9% na taxa de 
desmatamento no Cerrado. Já as 
atividades da agropecuária estão em 
segundo lugar no ranking de emissões 
do Brasil, responsável por 25% da 
https://tecnologianocampo.com.br/sustentabilidade-na-agricultura/
https://s2.glbimg.com/vRh0y959YO0A9nXogPOpzI6EAv0=/0x0:1380x968/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/3/g/KHEzMlQ6y8VTF47XKk3A/emissaogases-brasil2018.png
20 
 
produção dos gases poluentes, ligadas à fermentação, solos agrícolas, manejo de dejetos de 
animais, cultivo de arroz e queima de resíduos agrícolas. 
Estados mais poluentes 
No ranking de estados mais poluentes, Pará, Mato Grosso e Minas Gerais lideram o ranking, 
sendo responsáveis por 12,3%, 11,9% e 9,9%, sucessivamente, também impulsionadas pelas 
emissões ligadas ao uso da terra. Se excluída esta área, São Paulo se torna o estado mais poluente, 
responsável por 14,1% das emissões do país, impulsionada principalmente pelo setor de energia, 
seguido por Minas Gerais (10,9%) e Rio Grande do Sul (7,2%). 
 
Infográfico mostra a emissão de gases do efeito estufa por estado, em 2018. Pará lidera, seguido por Mato Grosso e 
Minas Gerais. Amapá é o estado que menos emite gases poluentes. — Foto: Elida Oliveira/G1. 
Ranking mundial 
Em relação aos países do mundo, o Brasil é a 6ª nação que mais emite gases do efeito estufa 
(2,9%), se excluído os 28 países que compõem o bloco da União Europeia. Os dados mais recentes 
são do ano de 2014. 
https://s2.glbimg.com/MDvgcSe_eZLBDI49Cnce-ETMPmA=/0x0:1280x1598/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/K/i/dA8A22TAe2vJbB7KVR0Q/gasesefeitoestufa-estados.png
21 
 
O ranking é liderado pela China, responsável por 23,7% das emissões globais; seguida por Estados 
Unidos (12,9%); Índia (6,5%); Indonésia (5,1%); e Rússia (4,2%) 
 
Infográfico mostra as emissões de gases do efeito estufa por país, em %. — Foto: Elida Oliveira/G1. 
Os dados são apresentados em toneladas de carbono equivalente (CO2) e são calculados a partir 
dos fatores de conversão presentes no relatório 5 do IPCC (IPCC- GWP AR5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/05/mudanca-de-uso-do-solo-e-responsavel-por-
44percent-das-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa-no-brasil-aponta-relatorio.ghtml. Acesso em: 05 nov. 2019 
Adaptado. 
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/05/mudanca-de-uso-do-solo-e-responsavel-por-44percent-das-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa-no-brasil-aponta-relatorio.ghtml
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/05/mudanca-de-uso-do-solo-e-responsavel-por-44percent-das-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa-no-brasil-aponta-relatorio.ghtml
https://s2.glbimg.com/qqhc0zV9SVtFsWzNsfGq26yQ-mw=/0x0:1380x1080/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/t/A/S6vBzERky0sgytV3hqPA/gasesefeitoestufa-rankingglobal.png
https://globoplay.globo.com/v/7840965/
22 
 
A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E A GARANTIA DO 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
 
O problema do modelo econômico tradicional é o fato de não considerar o meio ambiente, 
baseando-se apenas em ganhos com a produtividade e ignorando que nenhuma atividade 
econômica será viável se a natureza fornecedora dos recursos materiais e energéticos estiver 
comprometida. Contudo, o crescimento econômico não pode sensatamente ser considerado um fim 
em si mesmo, tendo de estar relacionado sobretudo com a melhoria da qualidade de vida e da 
própria vida, afinal a vida é o maior de todos os valores. 
 
Por isso, Eros Roberto Grau2 afirma que não pode existir proteção constitucional à ordemeconômica que sacrifique o meio ambiente. Fez-se necessária a criação de instrumentos capazes de 
aliar o desenvolvimento econômico à defesa do meio ambiente e à justiça social, o que implica na 
busca por um desenvolvimento sustentável — modelo que coaduna os aspectos ambiental, 
econômico e social e que considera em seu planejamento tanto a qualidade de vida das gerações 
presentes quanto a das futuras. 
 
De fato, a única porta de saída para a crise ambiental é a economia, que deve ser rediscutida 
e redesenhada no intuito de levar em consideração o meio ambiente e suas complexas relações. A 
despeito de uma ou outra análise pontual, o fato é que por muito tempo a economia ignorou a 
ecologia, como se esta não fosse esse o pano de fundo daquela. Um bom exemplo disso é o 
Produto Interno Bruto (PIB), que, além de ignorar a dimensão ambiental, pode considerar a 
degradação como algo positivo. 
 
A busca por outros critérios de desenvolvimento tem feito surgir outros referenciais de 
aferição, a exemplo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o qual passou a ser utilizado pelo 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Relatório de Desenvolvimento 
Humano (RDH), desde 1993. Cuida-se de uma avaliação do desenvolvimento das sociedades a 
partir de critérios mais amplos, o que envolveria a expectativa de vida ao nascer, a educação e o PIB 
per capita, e não mais a partir de uma ótica meramente econômica. 
 
 Existe também o Índice de Bem Estar Humano (IBEU), que foi criado pelo Instituto Nacional 
de Ciência e Tecnologia(INCT - Observatório das Metrópoles) com o objetivo de ponderar os 
indicadores urbanos, como mobilidade, meio ambiente, habitação, lazer, prestação de serviços 
 
2 GRAU, Eros Roberto. Proteção do meio ambiente (Caso do Parque do Povo). Revista dos Tribunais, n. 702. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 1992, p. 251. 
23 
 
coletivos e infraestrutura em grandes aglomerados urbanos, como no caso das metrópoles 
brasileiras. 
 
Por outro lado, o processo produtivo costuma repassar à sociedade determinado ônus a que 
se convencionou chamar de externalidades, a exemplo da poluição atmosférica ou hídrica. Era como 
se o empresário socializasse os prejuízos com a coletividade, embora mantendo o viés capitalista 
com relação aos lucros. Isso indica que é preciso uma mudança de paradigma para que o sistema 
econômico possa se tornar viável sob o ponto de vista ecológico. 
 
Na verdade, a preocupação em compatibilizar a proteção do meio ambiente com o 
desenvolvimento econômico não é recente. Na 1ª Conferência da ONU sobre o meio ambiente, que 
ocorreu em Estocolmo, na Suécia, em 1972, foi aprovada a Declaração Universal sobre o Meio 
Ambiente que já fazia referência ao assunto. Depois, com a segunda Conferência Mundial sobre o 
Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ocorreu em 1992, no Rio de Janeiro e que é conhecida 
como a Eco-92, o desenvolvimento sustentável se consagrou em definitivo na esfera internacional 
por causa da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, cujo Princípio 
3 consagra que “o direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam 
atendidas equitativamente as necessidades de gerações presentes e futuras”. 
 
A formulação do conceito de desenvolvimento sustentável implica no reconhecimento de que 
as forças de mercado abandonadas à sua livre dinâmica não garantem a manutenção do meio 
ambiente, impondo um paradigma novo ao modelo de produção e consumo do ocidente. O 
desenvolvimento sustentável coloca na berlinda o modelo de produção e consumo ocidental, que 
ameaça o equilíbrio planetário. 
 
Além disso, preocupa-se com os problemas do futuro, enquanto o atual modelo de 
desenvolvimento — fundado em uma lógica essencialmente econômica — se centra exclusivamente 
no presente. O termo desenvolvimento sustentável foi usado pela primeira vez em 1980, por um 
organismo privado de pesquisa, a Aliança Mundial para a Natureza (UICN), e foi consagrado em 
1987, quando a ex-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland o utilizou em um informe feito para a 
ONU, em que dizia da imprescindibilidade de um novo modelo de desenvolvimento econômico. 
 
O desenvolvimento sustentável é o modelo que procura coadunar os aspectos ambiental, 
econômico e social, buscando um ponto de equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais, o 
crescimento econômico e a equidade social. Esse modelo de desenvolvimento considera em seu 
planejamento tanto a qualidade de vida das gerações presentes quanto a das futuras, 
24 
 
diferentemente dos modelos tradicionais que costumam se focar na geração presente ou, no 
máximo, na geração imediatamente posterior. 
 
Devem ser apreciadas as necessidades de cada região, seja na zona urbana ou na zona 
rural, e as peculiaridades culturais. A Constituição Federal de 1988 consagrou o desenvolvimento 
sustentável ao afirmar no artigo 225 que "todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e para as 
futuras gerações". 
 
O mesmo ocorre com a Lei 6.938/81, que dispõe no inciso I do artigo 4º que a Política 
Nacional do Meio Ambiente visará à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a 
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. O meio ambiente é tão 
importante que foi transformado pelo inciso VI, do artigo 170, da Constituição Federal em um 
princípio da ordem econômica, passando a se compatibilizar com ele os princípios da livre-iniciativa 
e da livre concorrência. É um reconhecimento de que não se pode tratar a problemática econômica 
sem lidar com a questão ambiental, pois, se o Estado tem a obrigação de promover o 
desenvolvimento, esse desenvolvimento tem a obrigação de ser ecologicamente correto. 
 
 Luís Paulo Sirvinskas destaca que o desenvolvimento sustentável é o objetivo da Política 
Nacional do Meio Ambiente, na medida em que se procura conciliar a proteção do meio ambiente e 
a garantia do desenvolvimento socioeconômico, de outro, visando assegurar condições necessárias 
ao progresso industrial, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana. O problema é que a noção de desenvolvimento sustentável é considerada contraditória, 
face à amplidão semântica do conceito. 
 
Com efeito, se parece que todos os atores políticos concordam em aceitá-lo, não é menor verdade 
que cada um deles têm a sua própria ideia sobre o assunto. Embora a sua ampla aceitação tenha 
sido importante para a institucionalização da questão ambiental, a falta de consenso acerca do seu 
conteúdo impede que os avanços estruturais possam ocorrer. Cuida-se, realmente, de uma 
conceituação movediça, dado à dificuldade conceitual intrínseca. 
 
A despeito de sua importância histórica, a ideia de 
desenvolvimento sustentável, no cenário atual, não 
contribui mais para o amadurecimento das discussões e 
25 
 
das instituições. Há que se ir além, portanto, já que no dizer de Marcos Nobre ele “se tornou, seja 
um instrumento subalterno de uma maquinaria econômica, seja uma bandeira de luta utópica”. 
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-mai-04/ambiente-juridico-protecao-meio- ambiente-
desenvolvimento-economico. Acesso em: 29 out 2019.Adaptado. 
ESTABILIDADE DO CLIMA DA TERRA DEPENDE DA 
AMAZÔNIA 
 
 
A bacia amazônica sustenta a maior floresta tropical do mundo e desempenha um papel 
essencial na regulação de climas regionais e até globais. Aqui estão alguns fatos sobre a região. 
 
Desmatamento 
 A destruição contínua de suas florestas tropicais - medida em dezenas de milhares de 
quilômetros quadrados por ano - poderia transformar grande parte da Amazônia em savana árida, 
comimpactos maciços no clima e na biodiversidade em todo o mundo, alertam especialistas. Em 
uma área de mais de cinco milhões de quilômetros quadrados, a densa cobertura tropical da 
Amazônia armazena uma enorme quantidade de carbono, equivalente a 10 vezes a quantidade que 
a humanidade libera na atmosfera a cada ano. Cerca de 20% da floresta amazônica desapareceu 
nos últimos 50 anos. Vastas extensões de cobertura de árvores foram desmatadas, principalmente 
para a produção de madeira, soja, óleo de palma, biocombustíveis ou carne bovina. 
 
Sumidouro de carbono 
 Quando uma árvore é cortada, seu carbono armazenado vazará para a atmosfera 
gradualmente; quando é queimada, o CO2 escapa de uma só vez. De qualquer forma, contribui para 
o aquecimento global. Ao mesmo tempo, as florestas do mundo - e especialmente dos trópicos - 
absorvem 25 a 30% do dióxido de carbono que a humanidade lança na atmosfera. Os oceanos 
absorvem outros 20%. Sem esses "sumidouros" de CO2, a temperatura da superfície da Terra já 
estaria mais alta, e o risco de aquecimento global descontrolado seria muito maior. 
 
Dos cerca de 160.000 km² de cobertura de árvores tropicais perdidos em todo o mundo em 
2017, 35% foram na Amazônia e mais de um quarto no Brasil, segundo o World Resources Institute 
(WRI), um centro de estudos de política ambiental. "As florestas tropicais do mundo estão agora no 
pronto-socorro", disse no início deste ano Frances Seymour, membro sênior do WRI. "A saúde do 
planeta está em jogo. A cada hectare perdido, estamos muito mais perto do cenário assustador de 
mudança climática desenfreada”. 
 
https://www.conjur.com.br/2019-mai-04/ambiente-juridico-protecao-meio-ambiente-desenvolvimento-economico
https://www.conjur.com.br/2019-mai-04/ambiente-juridico-protecao-meio-ambiente-desenvolvimento-economico
26 
 
"Pulmão do planeta"? 
Além do Brasil, sete nações situam-se na bacia amazônica: Peru, Equador, Colômbia, 
Venezuela, Guiana, Suriname e o território ultramarino da Guiana Francesa. Além de capturar e 
armazenar carbono, as florestas também afetam a velocidade do vento, os padrões de chuvas e a 
mistura de substâncias químicas na atmosfera. A Amazônia é frequentemente descrita como o 
"pulmão do planeta" e como produtora de uma porcentagem significativa do oxigênio do mundo, mas 
essas afirmações são imprecisas. 
 Segundo o cientista ambiental Jonathan Foley, diretor executivo do Project Drawdown, esta 
floresta produz cerca "de 6% [do nosso oxigênio], talvez menos". "Há muitas razões para se 
preocupar com os recentes aumentos no desmatamento da Amazônia - carbono, clima, água, 
biodiversidade e populações. Mas o oxigênio, graças a Deus, não é uma delas", acrescentou. 
 
Temporada de incêndios 
O grande número de incêndios em todo o sudeste do Brasil que uniu os líderes mundiais em 
torno a uma resposta de emergência tornou-se, na verdade, típico nessa época do ano nas últimas 
décadas. O total de quase 150.000 incêndios no Brasil até agora em 2019 é menor do que em 2016. 
De 2002 a 2010, houve cinco anos em que o número de incêndios em agosto chegou a 200.000. O 
auge da "temporada de incêndios" é setembro, quando o número aumenta ainda mais. "Parece que 
muitos dos incêndios na Amazônia estão acontecendo em terras que já haviam sido desmatadas", 
disseram Mikaela Weisse e Sarah Ruiz, do Global Forest Watch, com sede em Washington, DC, em 
um post em um blog esta semana. 
 
Na Amazônia, quando se capina uma floresta, retiram-se os troncos, mas o resto da 
vegetação queima no lugar durante a temporada seca, que vai de julho a novembro. Nas terras 
agrícolas, ou de pastagem, a vegetação e as ervas daninhas também se acumulam, esperando a 
chegada da seca. Isto é o que está queimando neste momento, explicam os especialistas. A 
Amazônia também abriga uma das coleções de diversidade biológica mais concentrada e extensa 
da Terra, incluindo centenas de plantas usadas nas medicinas tradicional e moderna. 
 
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2019/08/26/estabilidade-do-
clima-da-terra-depende-da-amazonia-veja-fatos-sobre-a-regiao.htm. Acesso em: 30 out 2019. 
 
 
 
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2019/08/26/estabilidade-do-clima-da-terra-depende-da-amazonia-veja-fatos-sobre-a-regiao.htm
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2019/08/26/estabilidade-do-clima-da-terra-depende-da-amazonia-veja-fatos-sobre-a-regiao.htm
27 
 
UM EM CADA TRÊS FOCOS DE QUEIMADAS NA 
AMAZÔNIA TEM RELAÇÃO COM O DESMATAMENTO 
 
Na Amazônia, 31% dos focos de queimadas registrados até agosto deste ano localizavam-se 
em áreas que eram floresta até julho de 2018. A conclusão é de uma análise feita pela equipe do 
WWF-Brasil, sobre focos de queimadas no bioma, com base em séries históricas de imagens de 
satélite e em dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). 
 
Esse resultado revela que aproximadamente um em cada três focos de queimadas 
registrados em 2019 não tiveram relação com a limpeza de pastagens, mas sim com queimadas que 
sucederam o corte de áreas de floresta, no ciclo tradicional de corte e queima. Historicamente, na 
Amazônia, o uso do fogo é um dos estágios finais do desmatamento após o corte raso da floresta. 
 
Os líderes dos países amazônicos deveriam assinar no dia 06/09, na cidade de Letícia, na 
Colômbia, um Pacto Pela Amazônia. A proposta consistia em coordenar esforços para defender o 
bioma nesta imensa crise. Mas o governo brasileiro pode pressionar para que o pacto seja fraco e 
apoiar a mineração e outras indústrias extrativistas, com grandes impactos ambientais, prejudicando 
toda a região. 
 
O mês de agosto trouxe notícias preocupantes para a Amazônia brasileira: a área com alertas 
de desmatamento foi de 1.394 km2, um valor 120% maior do que o mesmo mês em 2018. Somente 
nos oito primeiros meses de 2019, a área total com alertas de desmatamento foi de 6 mil km2, um 
valor 62% maior do que o observado para o mesmo período em 2018. 
 
Acompanhando o rastro do desmatamento, o número de focos de queimadas na Amazônia, 
entre janeiro e agosto de 2019, cresceu mais de 110%, na comparação com o mesmo período de 
2018. Ao todo, foram registrados 46.825 pontos, segundo a medição do Programa Queimadas do 
INPE. Esse valor representa um aumento de 64% em relação à média dos últimos dez anos (2009-
2018) para o mesmo período. 
 
28 
 
. 
 
A nova análise realizada pela equipe da WWF-Brasil corrobora com a nota técnica recém-
publicada pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), a qual verificou que 30% dos 
focos de fogo registrados nos primeiros oito meses de 2019 localizavam-se em florestas públicas 
não destinadas (20%) ou áreas sem informação cadastral (10%). As florestas públicas não 
destinadas ainda carecem de destinação para uma categoria fundiária de proteção e, portanto, por 
definição, qualquer desmatamento ou fogo que acontece ali é de origem ilegal. 
 
Em síntese, as análises apontam que não está ocorrendo na Amazônia um aumento de 
queimadas em pastagens, ou mesmo de incêndios florestais fora de controle -mesmo porque 
estamos num ano mais úmido, com a floresta menos suscetível a esses incêndios acidentais- mas 
sim uma verdadeira epidemia de desmatamento, na qual o fogo vem sendo utilizado 
intencionalmente como ferramenta para limpeza de áreas recém-desmatadas. 
 
De acordo com Mauricio Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil, as queimadas na 
Amazônia não são naturais -elas são deliberadamente deflagradas, de forma ilegal, por madeireiros 
e grileiros- e só poderão ser controladas com uma ação conjunta do governo, do setor privado e da 
sociedade. "Pedimos à sociedade que apoie um modelo de desenvolvimento para a Amazônia que 
seja capaz de estimular a ciência e a tecnologia, o uso sustentável da biodiversidade e o respeito 
aos povos indígenase comunidades tradicionais", disse Voivodic. 
 
Segundo ele, a menos que o governo aplique leis e penalidades mais rigorosas para colocar 
um fim nessas atividades ilegais, o mundo continuará testemunhando a devastação de uma das 
principais proteções naturais existentes contra a crise climática. 
 
29 
 
"Fazemos um apelo para que os governos dos países amazônicos lutem contra o 
desmatamento e a grilagem relacionada à exploração de terras públicas. E também pedimos que o 
setor privado implemente mecanismos de rastreabilidade e transparência para garantir a eliminação 
da compra de bens -especialmente carne, madeira e produtos de mineração- provenientes de áreas 
ou atividades ilegais", afirmou Voivodic. 
 
Em agosto de 2019, uma área de 24.944 km² foi queimada na Amazônia brasileira. Essa área 
corresponde a mais de quatro vezes a que foi registrada no ano anterior, de 6.048 km². Ao longo de 
2019, a área total da Amazônia destruída por incêndios é estimada em cerca de 43.753 km². No 
mesmo período, em 2018, foram queimados 17.553 km², o que representa um aumento de quase 
150% neste ano. 
 
Áreas protegidas sob ameaça 
 
Segundo dados preliminares do Mapbiomas, mais de 90% dos desmatamentos registrados 
nos três primeiros meses de 2019 no Brasil foram realizados sem autorização do órgão ambiental 
competente, ou seja, são totalmente ilegais. Por meio da ferramenta, é possível detectar que 40% 
dos alertas validados no primeiro trimestre de 2019 ocorreram em áreas nas quais sequer poderia 
haver autorização, pois são unidades de conservação, terras indígenas ou áreas de preservação 
permanente, como nascentes. 
 
Um dado preocupante, que demonstra a sensação de impunidade reinante na Amazônia, é o 
aumento significativo do desmatamento em áreas protegidas (Parques Nacionais, terras indígenas 
etc.). Entre janeiro e agosto de 2019, o desmatamento nessas áreas cresceu 84% em relação a 
2018 e mais de 190% em relação a 2017. 
 
A proporção de área com alertas de desmatamento dentro de áreas protegidas em relação ao 
total de alertas na Amazônia também sinaliza uma tendência de elevação nos últimos três anos 
avaliados: 11% em 2017, 13% em 2018 e 17% em 2019. Dados do IPAM mostram que 20% dos 
focos de queimadas registrados até agosto deste ano ocorreram dentro de áreas protegidas, e que 
apesar da proteção ambiental que conferem, foi observado aumento surpreendente aumento no 
número de focos de queimadas em UCs em 2019, com o dobro dos focos registrados em relação à 
média dos últimos oito anos. 
 
30 
 
 
 
Todos esses dados e análises deixam claro que os esforços do Governo Federal devem se 
concentrar sobretudo na prevenção do desmatamento ilegal, com ações efetivas de fiscalização e 
punição àqueles que vêm infringindo a lei. É o caso, por exemplo, dos mais de 300 grileiros que 
invadiram a terra indígena Trincheira-Bacajá, no Estado do Pará, que estão derrubando e colocando 
fogo na floresta com a intenção de se apossarem da área e mais tarde revendê-la no lucrativo 
mercado de terras roubadas do patrimônio público. 
 
Apenas em julho foram desmatados 945 hectares de florestas na terra dos Xikrin, um 
aumento exponencial impulsionado pela sensação de impunidade que vigora em áreas de fronteira 
na Amazônia como decorrência dos discursos e ações adotadas pelo atual governo. 
 
Disponível em: https://www.wwf.org.br/?72843%2Famazonia-um-em-tres-queimadas-tem-relacao-com-
desmatamento. Acesso em: 04 nov. 2019. Adaptado. 
QUEIMADAS NA AMAZÔNIA: MITOS E VERDADES 
 
Afinal, o que está acontecendo na Amazônia? Nos últimos dias, notícias no Brasil e no mundo 
divulgaram altos números de queimadas na região amazônica e a repercussão delas no restante do 
País — como foi o caso ocorrido em São Paulo, conhecido por “o dia em que anoiteceu às três da 
tarde”. 
Diante de tanto burburinho sobre o tema, buscamos responder possíveis dúvidas sobre a 
ocorrência das queimadas na Amazônia, como elas impactam o meio ambiente, a sociedade e a 
economia e como cada um de nós pode contribuir na preservação do bioma. 
https://www.wwf.org.br/?72843%2Famazonia-um-em-tres-queimadas-tem-relacao-com-desmatamento
https://www.wwf.org.br/?72843%2Famazonia-um-em-tres-queimadas-tem-relacao-com-desmatamento
31 
 
Para ajudar a sanar tais dúvidas, elaboramos um guia de “mitos e verdades” sobre as 
queimadas na Amazônia. E também damos sugestões de ações para que você, individualmente, 
possa colaborar na sua preservação. 
 
Houve um aumento de queimadas em 2019 em relação a 2018. VERDADE. 
 Desde o começo do ano, foram registrados 32.728 focos de incêndio. Segundo o IPAM, um 
aumento de 60% em comparação à média dos três anos anteriores. 
 
As queimadas mais recentes são causadas pelas secas na região. MITO. 
 
O bioma amazônico sofreu menos com falta de chuvas em 2019 do que em 2018, de acordo 
com o IPAM. 
 
As queimadas se deram em áreas onde também houve grande desmatamento. VERDADE. 
Com a estiagem mais branda, a relação desmatamento/queimadas tende a ser mais forte. 
Segundo o IPAM, os 10 municípios amazônicos que mais registraram focos de incêndio em 
2019 foram também os que tiveram maiores taxas de desmatamento. 
 
O Brasil é o país com mais florestas do mundo. MITO. 
A Rússia tem área florestal similar à de todo o território brasileiro. O Brasil ocupa o segundo 
lugar no mundo. E está na frente em se tratando de florestas tropicais, de acordo com a WWF. 
 
Fatores causadores do desmatamento 
 
Faltam áreas para produção de alimentos no Brasil. MITO. 
Há muita área no Brasil destinada à produção de alimentos. O país possui a terceira maior área 
destinada à agropecuária no mundo: são 245 milhões de hectares, de acordo com o 
Mapbiomas. 
 
As áreas protegidas atrapalham o desenvolvimento do país. MITO. 
Existem, nas florestas brasileiras, as chamadas concessões florestais, onde se produz madeira 
e outros produtos da floresta. Existem também as reservas extrativistas, nas quais as 
comunidades produzem borracha, castanha, açaí, etc. Segundo a Imazon, em 2017, o Brasil 
gerou renda de R$ 1,5 bilhão apenas com a comercialização de produtos não madeireiros 
originados da floresta. 
 
32 
 
 
O Brasil é o país que mais desmata no 
mundo. VERDADE. 
Em termos absolutos, o Brasil é o 
país que tem a maior área anual 
desmatada no planeta. Nos últimos 30 
anos, o país teve uma perda líquida de 
florestas que supera os 70 milhões de 
hectares, de acordo com o Mapbiomas, o 
que coloca o país na posição 
desconfortável de campeão do 
desmatamento. 
 
Vamos precisar desmatar mais para produzir alimentos no futuro. MITO. 
 Para alimentar a população projetada para o planeta, bastaria aproveitar melhor as áreas 
hoje utilizadas na produção agrícola por meio do uso de técnicas de aumento de produtividade, 
como também aproveitar melhor as áreas já desmatadas. Segundo a Terraclass, na Amazônia, 60% 
da sua área desmatada é atualmente ocupada por pecuária de baixa produtividade e 23% 
correspondem a áreas abandonadas e que estão se regenerando. 
 
Conheça também alguns dos impactos da destruição da floresta amazônica pelas queimadas: 
 
1. Perda de biodiversidade: a perda do habitat impede a sobrevivência de diversas espécies, o 
que resulta em perda de biodiversidade especialmente quando a espécie está concentrada 
em uma determinada área; 
2. Agravamento das mudanças climáticas: a Amazônia concentra milhões de toneladas de 
gás carbono em suas árvores que são liberadas quando as árvores são queimadas ou 
cortadas; 
3. Problemas de saúde: a fumaça leva a problemas na qualidade do ar, que desencadeiam 
problemas respiratórios nas pessoas e acarretam gastos maiores com a saúde pública; 
4. Desequilíbrios hidrológicos (secas): o vapor d’água que emana das florestas é 
transportado para todo o território brasileiro. Sem a Amazônia, muitas áreas podem sofrer 
com problemas de estiagem;5. Prejuízos às comunidades: sem as florestas, muitas pessoas deixam de usufruir do manejo 
sustentável dos recursos naturais ali concentrados, o que amplia a condição de pobreza de 
muitos. 
33 
 
 
A preservação da Amazônia não é responsabilidade só de governos, empresas e ONGs. 
Cada um de nós pode contribuir a partir da adoção de hábitos diários de consumo e de 
comportamento. 
Saiba como você pode ajudar 
 
1. Informe-se. 
 Busque informações de fontes confiáveis, compartilhe com amigos e familiares e questione 
as ações que impulsionam o desmatamento. 
 
2. Use sua voz. 
Participe de mobilizações contra o desmatamento e as mudanças climáticas e cobre ações 
dos governos e das empresas para reverter esse cenário. 
 
3. Preserve as florestas, comprando madeira certificada. 
Verifique se a origem dos produtos madeireiros (como móveis e papel) é legal e sustentável e 
opte pela compra de itens produzidos com madeira certificada, o que garante que não provém 
de áreas de desmatamento. 
 
4. Reduza seu consumo de carne vermelha. 
A abertura de áreas para a pecuária é uma das maiores causadoras do desmatamento; 
portanto, reduza o consumo de carne, substituindo-a por outras fontes de proteína. 
 
5. Doe e apoie programas de conservação da Amazônia. 
Suporte ações de organizações confiáveis que direcionam seus esforços para a proteção das 
florestas. Se não for possível contribuir financeiramente, torne-se um defensor da causa e um 
agente multiplicador, compartilhando suas mensagens e mobilizando sua família e amigos. 
 
Disponível em: https://www.akatu.org.br/noticia/queimadas-na-amazonia-mitos-e-verdades/. Acesso em: 04 
nov. 2019.Adptado. 
IMPACTOS AMBIENTAIS DA MINERAÇÃO 
 
A atividade mineradora consiste na extração de riquezas minerais dos solos e das formações 
rochosas que compõem a estrutura terrestre. Trata-se, assim, de uma das mais importantes 
https://www.akatu.org.br/noticia/queimadas-na-amazonia-mitos-e-verdades/
34 
 
atividades econômicas tanto no Brasil como em todo o mundo, com destaque para o petróleo e o 
carvão mineral. No entanto, é preciso ressaltar que essa prática costuma gerar sérios danos ao meio 
ambiente. 
Os impactos ambientais da mineração são diversos e apresentam-se em diversas escalas: 
desde problemas locais específicos até alterações biológicas, geomorfológicas, hídricas e 
atmosféricas de grandes proporções. Portanto, conhecer esses problemas causados e a 
minimização de seus efeitos é de grande necessidade para garantir a preservação dos ambientes 
naturais. 
Entre as principais alterações nas paisagens e os impactos gerados pela mineração, podemos 
destacar. 
 Remoção da vegetação em todas as áreas de extração; 
 Poluição dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) pelos produtos químicos 
utilizados na extração de minérios; 
 Contaminação dos solos por elementos tóxicos; 
 Proliferação de processos erosivos, sobretudo em minas antigas ou desativadas que não 
foram reparadas pelas empresas mineradoras; 
 Sedimentação e poluição de rios pelo descarte indevido do material produzido não 
aproveitado (rochas, minerais e equipamentos danificados); 
 Poluição do ar a partir da queima ao ar livre de mercúrio (muito utilizado na extração de vários 
tipos de minérios); 
 Mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos elementos químicos oriundos de 
minas; 
 Evasão forçada de animais silvestres previamente existentes na área de extração mineral; 
 Poluição sonora gerada em ambientes e cidades localizados no entorno das instalações, 
embora a legislação vigente limite a extração mineral em áreas urbanas atualmente; 
 Contaminação de águas superficiais (doce e salgada) pelo vazamento direto dos minerais 
extraídos ou seus componentes, tais como o petróleo. 
Diversos estudos ambientais indicam que muitos dos materiais gerados pela mineração são 
rejeitos, estes muitas vezes erroneamente descartados. Na produção de ouro, por exemplo, 99,9% 
de todo material produzido não é aproveitado, sendo muitas vezes depositado de forma deliberada 
no leito de rios ou em áreas onde as águas das chuvas escoam para a sedimentação de cursos 
d'água. Na extração de cobre, por sua vez, menos de 1% do que é extraído costuma ser 
devidamente aproveitado, ao passo que o restante é lixo. A contaminação por compostos químicos, 
35 
 
com destaque para o mercúrio, também é um dos principais danos ambientais provocados pela 
mineração. 
Esses compostos são utilizados para a separação de misturas, retirada dos minerais e 
catalização de reações. Após o processo, costumam ser descartados, o que ocorre muitas vezes de 
maneira indevida, principalmente, em localidades de limitada fiscalização, ou até em minas ilegais, 
que, além de tudo isso, costumam empregar trabalho análogo ao escravo ou infantil. Essa realidade, 
infelizmente, é muito comum em países como o Brasil e em territórios dependentes 
economicamente, a exemplo de muitas nações do continente africano. 
Diante dessas considerações, é importante mencionar que a atividade mineradora é, de toda 
forma, de vital importância para as sociedades. Mas isso não significa, no entanto, que ela deva ser 
realizada de maneira não planejada e sem a devida fiscalização de suas instalações. É preciso, pois, 
promover medidas para o correto direcionamento do material descartado e a contenção da poluição 
gerada pelos elementos químicos. Além disso, torna-se necessário pensar na utilização sustentável 
dos recursos minerais a fim de garantir a sua existência para as gerações futuras. 
Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/impactos-ambientais-mineracao.htm. Acesso 
em: 30 out 2019. Adaptado. 
BARRAGEM DE REJEITOS E OS CASOS MARIANA E 
BRUMADINHO 
 
No dia 5 de novembro de 2015 acontecia o maior desastre ambiental do Brasil: o rompimento 
da barragem de rejeitos Fundão, localizada na cidade de Mariana, Minas Gerais. Pouco mais de três 
anos depois, surge uma nova tragédia tão preocupante quanto: o rompimento da barragem de 
rejeitos da Mina do Feijão, no município de Brumadinho, no mesmo estado. 
 
Diante da repercussão internacional de 
ambas as tragédias, acompanhadas de 
mobilização para ajudar as famílias 
atingidas, surgem questões como: por 
que esses desastres aconteceram? Quem 
foram os responsáveis? Algo mudou 
desde então? 
 
Lago contaminado por componentes químicos resultantes da mineração. 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/impactos-ambientais-mineracao.htm
36 
 
O que é uma barragem? 
Uma barragem é uma estrutura, feita em 
cursos de água, que possui o objetivo de conter ou 
acumular grandes quantidades de substâncias 
líquidas ou misturas de líquidos e sólidos. Suas 
principais finalidades são: o abastecimento de 
água, produção de energia elétrica e prevenção de 
enchentes. 
Engana-se quem pensa que barragens são apenas aquelas que possuem enormes estruturas 
– como a de Itaipu, onde a altura da principal construção equivale a um prédio de 65 andares. 
Mesmo pequenas represas de uso local e/ou abastecimento rural também são consideradas 
barragens. Elas estão mais presentes em nosso cotidiano do que imaginamos, não é mesmo? 
Mas apesar dos benefícios que uma barragem pode trazer para sociedade (como, por 
exemplo, reserva de água durante períodos de escassez, diminuição da possibilidade de enchentes, 
fonte de abastecimento, etc.), a criação dela também causa interferências ambientais e sociais. 
Isso porque, com a criação de uma área alagada, a fauna que até então morava ali é obrigada 
a buscar outro ambiente que possa se alimentar e suprir suas necessidades. O mesmo também vale 
para os seres humanos: em alguns casos, comunidades inteiras são realocadas para a criação de 
uma nova barragem. 
 E como é formada uma barragem de rejeitos? 
Como vimos, existem vários tipos de barragens e com diferentes finalidades. Nesse texto, em 
específico, trataremos

Mais conteúdos dessa disciplina