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Gestão da CIPA

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Segurança do Trabalho
Gestão da CIPA
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Norma Regulamentadora 5 (NR-5)
tornam a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) uma obrigação legal. A CIPA é
composta por funcionários da empresa indicados pelo empregador e por representantes
escolhidos em processo eletivo. O mandato tem duração de um ano, sendo possível a
reeleição. Desde o registro da candidatura até um ano após o mandato, é vedada a dispensa
arbitrária ou sem justa causa do colaborador que foi eleito para fazer parte da comissão.
Atribuições
A principal atribuição da CIPA é prevenir doenças e acidentes provenientes do ambiente
de trabalho. O objetivo é preservar a vida e a integridade física de todos os trabalhadores.
Conforme a legislação, a CIPA é constituída no âmbito de cada estabelecimento. A sua
manutenção é garantida no âmbito de empresas privadas ou públicas, sociedades de
economia mista, órgãos da administração direta e indireta, associações recreativas ou
cooperativas, instituições beneficentes ou qualquer outra que conte com trabalhadores como
empregados.
Dimensionamento da CIPA
Muitas dúvidas podem surgir durante o dimensionamento da CIPA. Porém, há um passo
a passo estabelecido pela NR-5 (Portaria 3.214/77).
O primeiro passo é saber o número de funcionários da empresa. Depois, devem-se
coletar dados disponíveis a respeito dela, como ramo de atuação e a CNAE (Classificação
Nacional de Atividades Econômicas). Esta informação pode ser encontrada na inscrição do
CNPJ da empresa.
Após a obtenção das informações listadas, basta realizar a consulta e analisar os dados
contidos nos quadros I, II e III da NR-5.
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Exemplo
Vamos imaginar que uma determinada empresa do ramo de marcenaria conte com 550
pessoas em seu quadro de funcionários. Ela tem a CNAE 16.10-2 (fabricação de produtos de
madeira – serrarias com desdobramento de madeiras). Antes de dimensionarmos a sua CIPA,
precisamos consultar o quadro III da NR-5 para descobrir a qual grupo pertence. No caso,
devido à sua atividade, trata-se do grupo C-6, conforme o quadro a seguir:
CNAE Descrição Grupo
16.10-
2
Fabricação de produtos de madeira (serrarias com
desdobramento de madeiras) C-6
Figura 1 – CNAE, descrição e grupo, de acordo com o Quadro III da NR-5
Em seguida, é possível consultar o quadro I da NR-5 para encaminhar o
dimensionamento. É importante lembrar sempre que devemos cruzar as informações
referentes ao número de funcionários e ao grupo ao qual a empresa pertence:
Grupo
Número de
empregados no
estabelecimento
Número de
membros da
CIPA
0
a
19
20
a
29
30
a
50
51
a
80
81
a
100
101
a
120
121
a
140
141
a
300
301
a
500
501
a
1000
1001
a
2500
C5a
Efetivos 1 1 2 2 2 3 3
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3
C6
Efetivos 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8
Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6
Figura 2 – Dimensionamento da CIPA por meio do Quadro I da NR-5 (apresentação de
trecho do quadro da norma)
O resultado obtido mostra que a CIPA da empresa deverá ter seis membros efetivos e
quatro membros suplentes. De acordo com a NR-5, a CIPA deverá ser composta do mesmo
número de representantes eleitos e indicados pelo empregador.
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Portanto, ao realizarmos a soma do número de membros efetivos e suplentes (dez),
devemos multiplicar o valor por dois. Chegamos, assim, ao resultado de dez membros
indicados pelo empregador e de dez membros eleitos.
No caso de o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I da CIPA, é necessário
indicar um “designado”, o qual será responsável por cumprir as exigências da NR-5.
Gestão da CIPA
A CIPA é um dos mecanismos mais importantes no que se refere à prevenção de
acidentes e de doenças laborais. O seu objetivo principal é compatibilizar o ambiente de
trabalho com a preservação e a manutenção integral da saúde física e mental do trabalhador.
Por isso, a CIPA é uma comissão essencial. Ela deve trabalhar em conjunto com os
demais planos e ferramentas na gestão administrativa das questões de saúde e segurança do
trabalho (SST).
Pode-se inclusive dizer que a CIPA está em constante utilização nas tarefas exercidas
dentro da empresa. Por isso, sabemos que os profissionais envolvidos e que fazem parte da
comissão devem também manter uma comunicação constante com os demais profissionais da
área de SST dentro e fora da empresa.
Responsabilidades da CIPA
Há algumas ações importantes a serem realizadas no momento de se implantar a gestão
da CIPA, como:
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Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, especialmente os itens de que
trata a NR-5
Divulgar e promover os textos em vigor de normas regulamentadoras, acordos
coletivos, convenções e cláusulas de acordos envolvendo SST
Revisar e atualizar o mapa de riscos
Elaborar propostas e material de comunicação sobre condições inseguras no
ambiente de trabalho
Proceder com sugestões para possíveis reparos ou medidas visando à
neutralização ou à redução de condições inseguras ou de agentes de risco
Realizar, conforme cronograma, reuniões programadas em calendário
Avaliar qualquer impacto causado pela alteração do ambiente de trabalho ou
métodos envolvendo funções e atividades
Produzir material impresso, em forma de panfleto ou cartilha, para informar os
funcionários a respeito dos procedimentos de emergência a serem adotados em
caso de evento indesejável
Promover a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho),
visando a alcançar o maior número de trabalhadores possível
Registrar os acidentes de trabalho e de trajeto para análise e possível
adequação de procedimentos
Ao longo do percurso traçado nas áreas de saúde no trabalho e higiene ocupacional,
podemos contar com a contribuição de diversas áreas do conhecimento. Buscam-se sempre a
preservação e a manutenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores em seu
ambiente laboral.
No entanto, podemos verificar que muitas empresas têm muita dificuldade em
implementar os sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacionais. Não basta apenas
identificar os riscos ambientais e estabelecer um programa de prevenção, ou até mesmo
SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) ou
CIPA. A empresa deve estar realmente comprometida com a geração de impactos na sua
cultura organizacional. Os programas exigem movimentação e conscientização nos dois
sentidos (horizontal e vertical) dentro da organização.
No segmento industrial, o desafio é ainda mais amplo devido à quantidade e à qualidade
dos riscos envolvidos. Um dos aspectos mais importantes para o sucesso na implementação
de sistemas de gestão de segurança no trabalho é a total eliminação da cultura do “fatalismo”.
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Acidentes não podem ser considerados naturais, decorrentes de fatalidades, pois isso faz com
que não se tomem atitudes para mudar a realidade.
Sabemos que os acidentes e as doenças de trabalho têm o potencial de causar prejuízo
a todos os agentes envolvidos no processo: trabalhadores, empresa e governo.
No caso dos trabalhadores, o prejuízo direto de um acidente ou de uma doença é
primeiramente a dor física. Depois, há também o sofrimento pessoal e familiar, a redução ou a
perda de rendimentos e o receio de perder o emprego, além de custos relacionados ao
cuidado com a saúde.
Os empregadores têm danos diretamente relacionados a custos, como tarefas não
realizadas, indenizações e despesas, reparação ou troca da máquina ou equipamento, custos
administrativos, perda de qualidade de produto e de serviço e redução do moral dentro da
empresa. Entre os custos indiretos ao empregador, podem-se considerar a substituição parcial
ou permanente do trabalhador acidentado e a queda de produção.
Por parte do governo, os custos envolvem indenizações e seguros.
Atualmente, com o grande espaço da mídia e a velocidade com que as notícias são
compartilhadas,é importante para a imagem das empresas zelar por seus colaboradores. O
não comprometimento do estabelecimento com condições de segurança do trabalho e os
repetidos acidentes podem, inclusive, comprometer o nome da empresa perante os
consumidores.

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