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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO ............................................................ 5 2.1 Objetivos da administração na de segurança do trabalho .................... 6 2.2 Evolução administrativa/organizacional (conhecimento) ...................... 7 2.3 O processo de transição das empresas ............................................... 7 2.4 Princípios básicos da administração .................................................... 8 2.4.1 Divisão do trabalho ............................................................................... 8 2.4.2 Subordinação ao Interesse geral.......................................................... 8 2.4.3 Remuneração do Pessoal: ................................................................... 9 2.4.4 Centralização/descentralização............................................................ 9 2.4.5 União do pessoal ................................................................................ 10 3 FUNÇÕES CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO ....................................... 10 3.1 Organizar ............................................................................................ 10 3.2 Comandar ........................................................................................... 10 3.3 Controlar ............................................................................................. 11 3.4 Avaliar ................................................................................................ 11 3.5 Coordenar .......................................................................................... 12 3.6 Supervisionar ..................................................................................... 12 4 ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA DE SEGURANÇA .......................... 13 5 POLÍTICA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ......................................... 14 5.1 Pressupostos ...................................................................................... 14 5.2 Definição da política de segurança..................................................... 15 5.3 Gerenciamento de linha ..................................................................... 16 5.4 Criação da consciência prevencionista dos empregados ................... 18 5.5 Pronta Remoção das Condições Inseguras de Trabalho ................... 18 2 6 PROGRAMA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................... 20 7 SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO (SESMT)....................................................................... 24 7.1 Engenheiro de segurança do trabalho................................................ 24 7.2 Médico do trabalho ............................................................................. 24 7.3 Enfermeiro do trabalho ....................................................................... 25 7.4 Auxiliar de enfermagem do trabalho ................................................... 25 7.5 Técnico de segurança do trabalho ..................................................... 25 7.6 Programas do SESMT ........................................................................ 27 8 ORGANIZAÇÃO DA CIPA ........................................................................ 29 9 NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES .......... 29 10 TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO E INCIDENTES 40 10.1 O indivíduo (I) .................................................................................. 40 10.2 A tarefa (T) ...................................................................................... 41 10.3 O material (M) ................................................................................. 41 10.4 O meio de trabalho (MT) ................................................................. 42 10.5 Metodologia de investigação e análise de acidentes de trabalho ... 42 10.6 Técnica de análise sistemática de causas ...................................... 47 10.7 Necessidade de ação e controle (NAC) .......................................... 48 10.8 Árvore de causas (ADC) ................................................................. 49 10.9 Consequências dos acidentes de trabalho...................................... 52 11 NORMA OHSAS 18001 ...................................................................... 53 11.1 Origem, conceito e evolução da Norma Occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS) 18001 .......................................................... 53 11.2 Dicionário da saúde e segurança do trabalho ................................. 55 11.3 Requisitos mínimos para melhores práticas em gestão de saúde e segurança ocupacional .......................................................................................... 57 3 10.3.1 Políticas de saúde e segurança do trabalho .................................... 57 10.3.2 Planejamento do sistema ................................................................. 57 10.3.3 Implementação e implantação do sistema ....................................... 58 10.3.4 Documentação do sistema ............................................................... 58 10.3.5 Controle da documentação .............................................................. 59 10.3.6 Análise e interpretação dos resultados ............................................ 60 11.4 O engenheiro e as etapas de implantação ...................................... 60 10.4.1 Manifestação da necessidade de um sistema .................................. 60 10.4.2 Planejamento ................................................................................... 61 10.4.3 Preparação, implantação e operação do sistema ............................ 61 10.4.4 Manutenção e melhoria .................................................................... 61 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 65 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO O conceito de Administração é bastante amplo e deve ser lembrado sempre que se inicia um estudo sobre o assunto. De modo geral, podemos definir Administração como o campo de conhecimento e de atividade que se ocupa com situações nas quais um indivíduo ou grupo de indivíduos se empenha em alcançar objetivos, valendo-se do trabalho de várias pessoas (SILVA, 2013). Embora a administração, sob diferentes formas, perpasse toda a vida dos seres humanos, em todos os segmentos da sociedade, a empresa é uma das áreas em que essa presença se faz mais importante (SILVA, 2013). Os dois conceitos (administração e empresa) são estreitamente ligados, sendo que a empresa pode ser entendida como “toda instituição que se propõe atingir determinados objetivos com a participação, pelo menosem trabalho, de várias pessoas” (SILVA, 2013). Em resumo podemos dizer que a Administração é um campo que se volta para as atividades empresariais (SILVA, 2013). Assim, a história da Administração tem a empresa como principal cenário. Didaticamente, podemos dividi-la em três fases, considerando o seu processo evolutivo. Fase Tradicional - os procedimentos administrativos são baseados na transmissão assistemática de condutas administrativas bem-sucedidas. Esta transmissão, na maioria das vezes, é realizada através de contatos pessoais, sem grande formalismo. Fase Pragmática ou Racional - com a evolução social, dentro e fora da empresa, seus integrantes já não se relacionam apenas por meio de contatos pessoais. Faz-se necessária a criação de procedimentos administrativos, estabelecendo-se tratados e normas a respeito do assunto. Busca-se maior racionalidade nas organizações com aumento direto de produtividade. São representantes clássicos dessa fase o francês Henri Fayol e o americano Frederick N. Taylor. Fase Científica - a Administração já não se ocupa com problemas que possam ter soluções imediatas (a pesquisa experimental sem finalidades imediatas é muito desenvolvida). Nessa fase a empresa já não é vista como uma entidade isolada, 6 os problemas fora dela também passam ser considerados e a integrar conscientemente o âmbito dos estudos e atividades. Verifica-se, portanto, que a Administração é uma área em constante evolução e vários conceitos relativos a ela foram produzidos por diferentes autores. Neste momento, todavia, vamos focalizar dois, Fayol e Jiménez Castro, principalmente para destacar o sentido evolutivo, já enfatizado (SILVA, 2013). a) Fayol (1956) considerava a administração como um conjunto de atividades dentro da estrutura da empresa. Para ele, administrar é: prever ou planejar; organizar; comandar; coordenar; controlar. b) Jiménez Castro (1963) define a Administração como uma ciência social composta de princípios, técnicas e práticas cuja aplicação a conjuntos humanos, permite estabelecer sistemas racionais de esforço cooperativo, por meio dos quais se podem alcançar propósitos comuns que individualmente não seria fácil lograr. É a própria visão científica da Administração. No primeiro conceito (Fayol) está nítida a fase pragmática, enquanto que no segundo (Jiménez) percebe-se uma preocupação mais universalista, mais científica (SILVA, 2013). 2.1 Objetivos da administração na de segurança do trabalho O objetivo geral é discutir os principais conceitos de administração aplicados à Administração na Segurança do Trabalho, enquanto os objetivos específicos são (SILVA, 2013): a) Entender os modelos de gestão das organizações e suas implicações; b) Conhecer o processo de mudança pessoal e organizacional; c) Estudar os modelos de liderança. 7 2.2 Evolução administrativa/organizacional (conhecimento) A figura abaixo mostra a resultante dos processos da Revolução Industrial, Revolução da Produtividade e Revolução Gerencial (SILVA, 2013). Figura 01 - Evolução administrativa/Organizacional Fonte: SAGAH (2021). 2.3 O processo de transição das empresas Figura 02 - O processo de transição das empresas 6 Fonte: SAGAH (2021). 8 2.4 Princípios básicos da administração São princípios básicos da Administração: divisão do trabalho, subordinação ao interesse geral, centralização/descentralização, iniciativa e união do pessoal (SILVA, 2013). 2.4.1 Divisão do trabalho Para produzir mais e melhor com o mesmo esforço, é fundamental dividir o trabalho a ser realizado entre diferentes pessoas. Pode até haver vários trabalhadores executando as mesmas tarefas, porém, a divisão de trabalho implica atribuir tarefas específicas a grupos de pessoas distintas. A divisão do trabalho implica os seguintes aspectos: a) Autoridade: para que o trabalho grupal se desenvolva eficientemente, é necessário que alguém goze do direito/poder de mandar em outras pessoas e de se fazer obedecer; b) Disciplina: é a existência, entre as pessoas que desenvolvem uma atividade grupal, de obediência às convenções estabelecidas entre a empresa e seus agentes, obediência essa manifestada através da assiduidade e do cumprimento das atividades, como também, através de sinais exteriores de respeito às convenções existentes; c) Unidade de mando: é o princípio segundo o qual um funcionário da empresa, para a execução de uma tarefa qualquer, deve receber ordens de um só chefe; d) Unidade de direção: é o princípio segundo o qual as operações desenvolvidas devem todas tender aos objetivos gerais da empresa. 2.4.2 Subordinação ao Interesse geral Segundo o princípio da subordinação ao interesse geral, o interesse de um funcionário ou de um grupo de funcionários não deve prevalecer contra o interesse da empresa. No entanto, isso não dispensa a remuneração do pessoal (SILVA, 2013). 9 2.4.3 Remuneração do Pessoal: O serviço prestado por qualquer funcionário em uma empresa tem um “preço” e, portanto, deve ser “remunerado”. Esta remuneração pode ser feita de várias formas, mas atualmente o mais usual é a remuneração financeira, que deve ser pré- estabelecida, com equidade, de forma que atenda a interesses pessoais do empregado e da empresa (SILVA, 2013). 2.4.4 Centralização/descentralização É necessário que ocorra uma centralização do comando a fim de evitar uma dispersão de esforços que inviabilize a consecução dos objetivos da empresa. Entretanto, essa centralização deve ser distribuída em grau maior ou menor, de acordo com a realidade de cada empresa, o que conduz a alguns aspectos como: 10 2.4.5 União do pessoal Julgando que a harmonia e a união do pessoal são de suma importância ao bom desempenho dos empregados, a corporação deverá realizar esforços no sentido de estabelecer esse congraçamento (SILVA, 2013). 3 FUNÇÕES CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO Após considerarmos os princípios clássicos, poderemos analisar as funções clássicas da administração: organizar; comandar; coordenar; controlar; avaliar; supervisionar (SILVA, 2013). 3.1 Organizar Organizar é gerenciar os recursos da empresa a fim de propor seu duplo mecanismo, material e social. Todavia, quando falamos em dispor adequadamente os recursos, podemos referir-nos a várias organizações conforme tratemos de diferentes tipos de recursos: Humanos - organização do pessoal; Materiais – organização do espaço físico (prédios e instalações móveis e máquinas e equipamentos); Financeiros - organização financeira; Atividades - organização funcional. Por onde devemos começar a organização de uma empresa? É necessário, primeiramente, tratar da organização estrutural, pois é a partir dela que tudo o mais se estrutura (SILVA, 2013). 3.2 Comandar Comando é a função administrativa exercida por pessoa investida de autoridade para tanto. Basicamente consiste em: 11 Portanto, para exercer a função de comando é necessário ter poderes para: decidir, determinar, delegar, propor (SILVA, 2013). 3.3 Controlar O controle no sentido mais amplo é a função pela qual se verifica a execução do que é determinado ou especificado, aplica-se tanto às coisas quanto às pessoas. Por exemplo: controle de horário de pessoal ou controle de estoque. Silva 92013) fala que: Para que a função de controle possa se processar de fato e aumentar a eficiência do trabalho, é fundamental que o estabelecido esteja perfeitamente claro e explicado. O sistema de controle deve permitir chegar a uma conclusão real, pois, do contrário, ocorre um descrédito generalizado no sistema estabelecido. Quando se trata do controle de pessoas é fundamental que todos conheçam previamente os mecanismos de controle que serão utilizados (SILVA, 2013). 3.4 Avaliar Avaliar é a função pela qual tentamos verificar e analisar se o determinadoou estabelecido alcançou os objetivos esperados. Observando o trabalho executado por um empregado para configurar uma avaliação, é necessário verificar se o desempenho atende ou não com o que se esperava do subordinado. 12 Assim como no controle, os critérios de avaliação devem ser previamente estabelecidos a fim de se evitar subjetivismos na análise dos dados ou na coleta das informações que retratam um fenômeno observado (SILVA, 2013). 3.5 Coordenar A função de coordenar diz respeito a um conjunto de medidas estabelecidas dentro da empresa com o objetivo harmonizar recursos e processos, mesmo quando já devidamente previstos, organizados, comandados, controlados e supervisionados. 3.6 Supervisionar Supervisão é a é a atividade que consiste basicamente em motivar e orientar as pessoas a desenvolverem suas atividades dentro de determinados padrões que são considerados os melhores para atingir os objetivos da empresa. Portanto, as decisões de supervisão são sempre aplicadas a pessoas. Não é necessário que sejam permanentes, pois as normas são relativamente estáveis e, ao mesmo tempo, a motivação e a orientação dos empregados, se bem-feitas, não necessitam de reforços constantes. É importante lembrar que: Quem exerce a supervisão deve possuir autoridade técnica; Antes de exercer a supervisão, deve-se verificar previamente se há os recursos e meios; As medidas de supervisão devem ser executadas de forma que o supervisionado não veja, na pessoa que está exercendo a supervisão, a figura de um fiscal ou alguém que imponha suas ideias. Na figura abaixo estão resumidas as funções clássicas da Administração: 13 Figura 03 - Funções clássicas da Administração Fonte: SAGAH (2021). 4 ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA DE SEGURANÇA Conhecer bem tudo Conhecer bem as pessoas, as linhas de produção, os ambientes de trabalho, as atividades e os produtos e serviços existentes (SILVA, 2013). Recomendação Um Engenheiro de Segurança iniciante deve principalmente ouvir sempre as pessoas e visitar constantemente todos os ambientes de trabalho (SILVA, 2013). Conhecer bem a Política da Empresa, com relação a: Suas Atribuições Quais são as suas tarefas (ex.: responder pela segurança do patrimonio, bombeiros, meio ambiente etc.). Primeiro de tudo, todos nós devemos ter proposto e assumir tempo para dar mais energia mais importante, que sempre informou seu supervisor hierárquico com dicas legais. (SILVA, 2013). 14 Conhecer bem a Política da Empresa, com relação a: Sua Competência Campo de ação (onde atuar), o qual deverá ser ilimitado (todos os locais) e até onde (ex. interrupção da produção ou de tarefas, limitar compra de materiais perigosos etc.) (SILVA, 2013). Sua Autoridade Deve ser fundamentada em bases pré-estabelecidas (Leis, Normas Técnicas, Normas Internas etc.) e ser distribuída para diretoria, as gerências, as chefias, os Técnicos de Segurança do Trabalho (TST), a CIPA, entre outros. O Engenheiro de Segurança Trabalho (EST) não precisa ter autoridade e, sim possuir boa didática de como passar as informações para fazer as pessoas entenderem o problema existente. O Engº de Segurança deve ter sempre em mente que deve ser um excelente vendedor e que qualquer funcionário é seu cliente (SILVA, 2013). Sua Responsabilidade De acordo com Silva (2013): Saber o nível de entendimento que as pessoas possuem com relação às definições de responsabilidade civil e criminal, com o objetivo de evitar acidentes. Procurar sempre, de forma natural e progressiva, passar os conceitos de que o Engenheiro de Segurança é um assessor, que nada executa e não manda executar, não delega, somente indica e alerta sobre os riscos e sugere ações preventivas e corretivas afim de evitar acidentes/ perdas (SILVA, 2013). 5 POLÍTICA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 5.1 Pressupostos Muito embora a maioria dos empresários já tenha algum contato com as políticas de segurança e possua consciência das suas atribuições e responsabilidades pela Segurança do Trabalho, poucas são as empresas que fazem uso dessas políticas (SILVA, 2013). Tal fato pode ser indicador de distorções involuntárias, pela falta de compreensão ou até mesmo pela pouca importância que costuma ser atribuída à segurança, o que pode indicar a inexistência de uma consciência prevencionista. Portanto, a temática da segurança deve ser cuidadosamente analisada, desenvolvida 15 e adaptada à realidade de cada empresa antes de ser introduzida em seu programa de trabalho (SILVA, 2013). Os acidentes do trabalho, como comprovam os fatos, constituem o tipo de ocorrência que mais efeitos negativos impõe a uma comunidade: a dor e os problemas de ordem psíquica causados ao trabalhador que sofre a lesão física; as sequelas que reduzem sua capacidade laborativa; o ônus que isso representa para ele, sua família, a empresa e o estado. Esses, entre outros problemas de ordem social e econômica, constituem exemplos dos efeitos negativos dos acidentes de trabalho e, se não impedem, pelos menos retardam muito a evolução de uma comunidade (SILVA, 2013). Assim, a Segurança do Trabalho, que visa essencialmente à prevenção dos acidentes, tem um papel de imensurável importância e sua ação deve ser avaliada a partir de dois pontos de vista: Humanitário, buscando garantir a integridade física do trabalhador; Produtivo, buscando eliminar os fatores negativos que distorcem um processo de trabalho e impedem que se cumpra o programado. Com essa visão, que desconsidera qualquer conotação meramente paternalista, busca-se atingir o objetivo final da Segurança do Trabalho que é zelar pelo bem-estar e o desenvolvimento da comunidade, com base no trinômio integrado “Empregado, Empresa e Nação”. 5.2 Definição da política de segurança Tal como as demais atividades desenvolvidas em uma empresa, as de Segurança do Trabalho devem ser precedidas pela definição de uma política, entendida como linha de conduta administrativa adotada pela direção (SILVA, 2013). Ao declará-la, é imprescindível que essa direção o faça de forma clara e de fácil interpretação por todos os funcionários e que, em escopo, demonstre a vontade, o interesse e o grau de importância, dedicados à atividade em pauta. Nesse contexto, os profissionais especializados em Segurança do Trabalho, têm um papel de vital importância, devendo contribuir por meio de sua assessoria, no direcionamento daquela política, que deve se fundamentar em quatro elementos básicos: O apoio ativo da administração; 16 Definição precisa das responsabilidades por prevenção de acidentes; Criação da consciência prevencionista em todos os empregados; Pronta remoção das condições inseguras de trabalho, logo após sua constatação. 5.3 Gerenciamento de linha Os gerentes, traduzindo a alta administração, devem liderar as ações de prevenção de acidentes, para que todos os empregados, de qualquer nível hierárquico, sintam a preocupação da empresa pelo assunto. Essa preocupação deve expressar-se, principalmente, no total apoio, moral e financeiro, ao desenvolvimento de um programa prevencionista adequado (SILVA, 2013). Somente com uma política bem definida de delegação de atribuições e de responsabilidades poder-se-á alcançar sucesso na área de Segurança do Trabalho. Em uma empresa, a responsabilidade pela prevenção de acidentes compete a todos; para que um programa alcance sucesso, é indispensável que todos os integrantes da empresa, em todos os níveis hierárquicos, delem participem ativamente; para tanto, torna-se necessário que, a cada categoria de pessoal, seja atribuída uma cota de responsabilidade dentro do programa geral desenvolvido (SILVA, 2013). Responsabilidade da alta administração Estabelecer e divulgar a política de segurança da empresa; Estabelecer e divulgar um programade segurança para a empresa; Adotar medidas administrativas e financeiras visando ao cumprimento das normas e diretrizes e proporcionando a manutenção dos locais de trabalho, de modo a mantê-los em condições seguras, ou seja, em condições favoráveis à saúde e à integridade dos empregados. Responsabilidade da área encarregada da Segurança do Trabalho A alta administração de uma empresa tem diferentes formas de mostrar seu interesse pelos assuntos de Segurança do Trabalho. Uma das mais importantes é delegar à área especializada a coordenação da prevenção de acidentes na empresa. 17 Evidentemente, nem todas as empresas (pelo número de empregados e pelos poucos riscos que apresentam) estão em condições de ter um funcionário para trabalhar em tempo integral como responsável pela segurança, mas algumas podem dispor de diversos técnicos dedicados exclusivamente à prevenção de acidentes. Em todos os casos, porém, qualquer empresa deve contar com um responsável pela prevenção de acidentes, que deve dispensar, rigorosa e diariamente, pelo menos parte de seu tempo no desenvolvimento do programa de prevenção de acidentes (SILVA, 2013). Oportunamente, iremos estudar esse assunto em mais detalhes, mas podemos relacionar algumas das principais responsabilidades da área de prevenção de acidentes: Elaborar o programa de prevenção de acidentes e estimular seu desenvolvimento; Fiscalizar a execução do programa; Assessorar a alta administração e a supervisão em aspectos técnicos envolvidos nas medidas preventivas a serem adotadas. Responsabilidade de todos os níveis de supervisão Inteirar-se da política de segurança estabelecida pela direção da empresa e do programa de Segurança do Trabalho, responsabilizando-se pelo cumprimento das diretrizes estabelecidas e pelo resultado do programa; Cumprir e fazer cumprir as diretrizes e normas emanadas dos serviços especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; Tomar providências para a correção de condições inseguras e adotar medidas de caráter preventivo; Cuidar para que os respectivos subordinados sejam integrados e instruídos sobre os aspectos da Segurança do Trabalho; Manter os respectivos subordinados com consciência e espírito voltados à prática da prevenção de acidentes. Estabelecer medidas visando ao pronto atendimento médico aos respectivos subordinados acidentados. Responsabilidade dos trabalhadores 18 Geralmente, pela falta de conhecimento dos riscos, os trabalhadores são os que mais dificilmente aceitam sua cota de responsabilidades pela prevenção de acidentes, mas a eliminação da prática de atos inseguros depende deles, em grande parte. Vejamos, pois as responsabilidades dos trabalhadores: Cumprir as normas e diretrizes da empresa, dos serviços especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; Estar atentos para informar à respectiva chefia imediata quaisquer anormalidades que possam resultar em acidentes envolvendo sua pessoa, as de seus companheiros de trabalho ou as máquinas e equipamentos da empresa; Não executar trabalhos sobre cujos riscos não tenha pleno conhecimento, buscando esclarecer as dúvidas com sua chefia imediata; Zelar pela manutenção de seu próprio espírito prevencionista e do de seus companheiros de trabalho. 5.4 Criação da consciência prevencionista dos empregados Esse fundamento da política de Segurança do Trabalho visa a criar nos trabalhadores uma verdadeira consciência prevencionista, de maneira que deixem de praticar atos inseguros, com a absoluta convicção de que a única maneira correta de trabalhar é a maneira segura. O lema de todas as empresas deve ser segurança com benefícios para todos, incluindo cada um no conjunto dos beneficiários da prevenção de acidentes (SILVA, 2013). 5.5 Pronta Remoção das Condições Inseguras de Trabalho A experiência demonstra que os acidentes de trabalho geralmente são provocados por condições inseguras e atos inseguros. Deve-se, em conseqüência, dar grande importância à eliminação das condições inseguras de trabalho, mesmo porque, com essa eliminação, tornar-se-á impossível a prática de muitos atos inseguros. Vejamos agora um exemplo de declaração da política de Segurança do Trabalho de uma empresa (SILVA, 2013). 19 A direção da empresa X, entendendo que só é possível alcançar a plena produtividade a partir da garantia do bem-estar físico, social e mental de seus funcionários e que esse só será conseguido através de um alto grau de desenvolvimento das atividades de trabalho com segurança e saúde para as pessoas, define sua política de segurança, como segue: a) Todos os entendimentos sobre as questões de Segurança do Trabalho deverão ser feitos levando em consideração os aspectos legais e os técnicos; para tanto serão considerados os dispositivos da legislação brasileira e da internacional, bem como dados técnicos de especialistas. b) Os serviços especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho constituem um órgão de assessoria e representam a empresa em questões de Segurança do Trabalho; para tanto, terão desta direção todo o respaldo necessário ao cumprimento de suas obrigações c) Cada um dos funcionários, individualmente, tem um compromisso com o programa de Segurança da empresa, sendo, portanto, responsável pelos seus resultados. d) A responsabilidade pelo cumprimento das diretrizes, normas e medidas de segurança é sempre da chefia imediata e tal responsabilidade não poderá em, nenhuma circunstância, ser delegada. e) A proteção coletiva é preponderante na prevenção de acidentes e sua efetivação constitui uma meta desta direção; portanto, deverá ser considerada em todas as atividades da empresa, desde a fase de planejamento e/ou projeto. f) Enquanto a proteção coletiva não tiver sido efetivada, a empresa fornecerá os equipamentos para proteção individual, cujo uso é de caráter obrigatório. g) As medidas preventivas constituem o melhor caminho para atingir os objetivos da Segurança do Trabalho e, portanto, deverão ser priorizadas. h) Cumprir-se-ão e far-se-ão cumprir as disposições sobre a proteção do trabalhador e a prevenção de acidentes. i) Cumprir-se-ão e far-se-ão cumprir as diretrizes e normas emitidas pelos serviços especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. 20 6 PROGRAMA DE SEGURANÇA DO TRABALHO Após termos constatado a necessidade de uma empresa ter definida a sua Política de Segurança do Trabalho, vamos focalizar o Programa de Segurança que, na realidade, irá colocar em prática tudo aquilo que ficou estabelecido na política. O Programa de Segurança do Trabalho da empresa constitui a ferramenta por meio da qual a direção busca atingir seus objetivos relacionados às atividades prevencionistas. Antes, de estabelecer a estrutura básica de um Programa de Segurança do Trabalho, é importante alertar para algumas precariedades dos programas tradicionais, que normalmente são baseados em: Concentração dos esforços visando exclusivamente à eliminação de acidentes com lesões; Ações reativas, isto é, adoção de medidas após o acidente. Outro aspecto a ser considerado diz respeito aos programas-padrão. Ao usá- los, é preciso evitar a repetição de falhas que são comuns, tais como: a) Falta de proteção de máquinas e equipamentos – muitas vezes não são compradas com proteção, porque fica mais barato; b) Descaso com a ordem, a arrumação e a limpeza – normalmente esse ponto não é incluído nos programas; c) Inadequação de normas e regras de segurança -- se são normas não aplicáveis, tendem a ficar engavetadas; d) Campanhas baseadas na fixação de cartazes -- geralmente não se avaliam os efeitos delas; e) Falta de atenção às Cipa -- se nãohouver um assessoramento, podem desvirtuar seus objetivos; f) Concursos de segurança -- deve-se ter cuidado para que não venham a inibir os empregados ou estimulá-los a esconder os acidentes; g) Tratamento pontual da Sipat - atentar para que o trabalho prevencionista não se restrinja a uma semana, abandonando-se as demais 51 semanas do ano. Independentemente das diferenças específicas de cada empresa -- tais como porte, objetivos e cultura organizacional -- podemos fixar alguns elementos 21 considerados determinantes na estruturação do Programa de Segurança do Trabalho, que deverá ter como objetivos centrais: A integridade física e mental dos funcionários e A produtividade, através da sistematização das atividades prevencionistas. Um programa de Prevenção de Acidentes de Trabalho pode ser subdividido em quatro tópicos: Atividades Básicas/ Diretrizes Gerais. Atribuição precisa das responsabilidades com a Segurança. Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - Cipa. São tópicos de um programa de segurança: Seleção de novos funcionários A seleção de novos funcionários, sob o ponto de vista prevencionista, deve considerar vários aspectos (SILVA, 2013). Em primeiro lugar, o requisitante da mão de obra, geralmente o supervisor imediato, deve estar inteirado dos riscos da atividade específica e de outros aos quais ficará submetido o trabalhador requisitado. Assim, ao fazer a requisição, o requisitante deve fornecer ao selecionador as características comportamentais e outras que se fizerem necessárias, segundo a visão prevencionista. O selecionador deve inteirar-se dos riscos da atividade específica para a qual será selecionado o novo funcionário, de forma a ter elementos para fazer uma avaliação adequada. É importante discutir com a chefia requisitante as características pessoais imprescindíveis e/ou aquelas nas quais é necessário julgar o potencial do candidato necessário ao desenvolvimento de um trabalho seguro. Tanto o requisitante quanto o selecionador deverão buscar assessoria do SESMT. Além disso, devem ser levados em consideração os dispositivos relativos aos exames médicos admissionais previstos na NR-7 (SILVA, 2013). Integração de empregados novos Quando do processo de integração de novos funcionários à empresa, devem ser previstas atividades direcionadas à conscientização de segurança. O 22 envolvimento do SESMT e da supervisão no processo de integração facilitará ao novo empregado a apropriação das diretrizes e normas da empresa relativas à prevenção de acidentes e ajudará a enfatizar os riscos específicos de cada atividade e os cuidados que deverão ser tomados para evitar os acidentes. Deve-se prever, no programa de integração, a utilização de recursos audiovisuais, dinâmicas de grupo, visitas a diversas áreas da empresa, entrevistas, entre outros instrumentos que se mostrarem necessários. O trabalho de integração de novos funcionários deve ser avaliado, aperfeiçoado e atualizado constantemente, pois constitui a primeira atividade do indivíduo como empregado da empresa, sendo, portanto, de importância vital no desenvolvimento da consciência prevencionista (SILVA, 2013). Acompanhamento de novos empregados O processo de acompanhamento de novos empregados visa ao desenvolvimento de sua consciência de Segurança do Trabalho. Ele deve ser contínuo, e desenvolver-se com base no estabelecimento de parâmetros. É importante que o grau de consciência do empregado seja periodicamente avaliado, de modo a estimular-lhe o desenvolvimento profissional (SILVA, 2013). Treinamento Os empregados devem ser permanentemente treinados na prevenção de acidentes, através de reciclagens, objetivando atualizar e manter viva a consciência de segurança. Esse programa deve contar com a participação do setor responsável pelo treinamento da empresa, em conjunto com o SESMT e as chefias. Em todos os cursos, principalmente os profissionalizantes, deve haver um módulo de Segurança e Medicina do Trabalho (SILVA, 2013). Planejamento e projetos de mudança Os planejamentos e projetos de mudanças e instalações de leiautes, estruturas, maquinarias, equipamentos etc. deverão ser elaborados considerando-se os aspectos prevencionistas. Sempre que necessário, deve ser solicitada a assessoria técnica do SESMT. Vale lembrar também a exigência legal da NR-2, que prevê a inspeção prévia dos novos estabelecimentos (SILVA, 2013). Análise de acidentes 23 Toda ocorrência identificada deve ser objeto de análise conjunta do SESMT com as chefias imediatas e a Cipa. Devem ser elaborados relatórios em comum por esses setores, encaminhando-se cópias às lideranças da empresa, bem como a todas as áreas envolvidas. O SESMT deverá exercer controle sobre o desenvolvimento das atividades de segurança da empresa, destacando-se as seguintes: Levantamento de condições inseguras; Ocorrência de acidente; Coeficientes de frequência e gravidade. Auditorias O SESMT e a Cipa deverão realizar, em conjunto com as chefias dos diversos setores da empresa, inspeções planejadas de segurança, de forma periódica e rotineira, com vistas à detecção de riscos de acidentes e ao estabelecimento de medidas de controle (SILVA, 2013). Temos que ter claro em nossas mentes que a implantação de um programa de Segurança do Trabalho vai encontrar vários obstáculos dentro da empresa. Entre eles, podemos destacar: hábitos relativos ao controle de lesões; não reconhecimento de problemas, por parte da gerência; falta de informação e de conhecimento técnico, sobre a prevenção de acidentes entraves administrativos/ burocracia. Portanto, para que o programa tenha ÊXITO, precisamos: diminuir a resistência, através de um trabalho de motivação e treinamento; divulgar amplamente o desenvolvimento do programa; propiciar uma compreensão sólida do programa a todos os integrantes da empresa. 24 7 SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO (SESMT) O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) tem por objetivo a promoção da saúde e a proteção da integridade física do servidor no seu local de trabalho. (ROJAS, 2015). Todas as empresas que possuem empregados sob o regime da CLT devem ter o SESMT (item 4.1) dimensionado de acordo com os Quadros I e II da NR 4 (item 4.2). As formas de dimensionamento do SESMT e os casos especiais estão previstos nos itens 4.2.1 a 4.3.4. Todos os custos decorrentes da instalação e manutenção do SESMT são do empregador (item 4.11) (BRASIL, 1978a). Segundo o item 4.4 da NR 4 (BRASIL, 1978a), dependendo da quantidade de empregados e da natureza das atividades, o serviço pode incluir os profissionais relacionados a seguir que comprovem os requisitos especificados (item 4.4.1), sendo que um deles é o responsável pelo SESMT (item 4.7). Tais profissionais não podem exercer outra atividade remunerada na empresa durante o horário de atuação no SESMT (item 4.10), sob pena de a empresa ser punida por cometer infrações classificadas no item 4.19, código 104025-1, grau 4, tipo S da NR 28 (BRASIL, 1978a). 7.1 Engenheiro de segurança do trabalho Engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho, em nível de pós-graduação, de acordo com o disposto na Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985 (item 4.4.1.1) (BRASIL, 1985a). Conforme disposto no Quadro II da NR 4, sendo empregado da empresa ou de empresa prestadora de serviços, ele “[...] deve dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades do SESMT. ” (Item 4.9) (ROJAS, 2015). 7.2 Médico do trabalho Médico portador de certificado de conclusão decurso de especialização em medicina do trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de 25 residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em medicina. Conforme disposto no Quadro II da NR 4, sendo empregado da empresa ou de empresa prestadora de serviços, ele deve “[...] dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades do SESMT. ” (Item 4.9) (BRASIL, 1978a). 7.3 Enfermeiro do trabalho Enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em enfermagem do trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem. Conforme disposto no Quadro II da NR 4, sendo empregado da empresa ou de empresa prestadora de serviços, ele deve “[...] dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades do SESMT. ” (Item 4.9) (BRASIL, 1978a). 7.4 Auxiliar de enfermagem do trabalho Auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação. Conforme disposto no Quadro II da NR 4, sendo empregado da empresa ou de empresa prestadora de serviços, ele deve permanecer na empresa durante 8 (oito) horas por dia envolvido com as atividades do SESMT (item 4.8) (BRASIL, 1978a). 7.5 Técnico de segurança do trabalho Técnico portador de comprovação de Registro Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho de acordo com o disposto na Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985 (item 4.4.1.1) (BRASIL, 1985a). Conforme disposto no Quadro II da NR, sendo empregado da empresa ou de empresa prestadora de serviços, ele deve 26 permanecer na empresa durante 8 (oito) horas por dia envolvido com as atividades do SESMT (item 4.8) (BRASIL, 1978a). Os profissionais do SESMT devem ser empregados da empresa (item 4.4.2), mas existem empresas que terceirizam seus serviços. As empresas que terceirizam o SESMT têm de seguir o que determina a NR 4 com relação aos funcionários nos itens 4.4.2, 4.5, 4.5.1, 4.5.2 e 4.6, conforme previsto nos itens 4.14 e 4.15. A empresa pode terceirizar o SESMT a empresas especializadas e incluir nele funcionários das empresas contratadas, desde que isso conste na Convenção ou no Acordo Coletivo de Trabalho (itens 4.5.3, 4.5.3.1, 4.5.3.2 e 4.5.3.3) (BRASIL, 1978a). Também podem compor a equipe do SESMT profissionais habilitados (não precisam ser registrados no Ministério do Trabalho e Emprego – MTE) cuja atividade contribua para a melhoria das condições pessoais dos funcionários, como: Terapeuta ocupacional; Professor de educação física; Músico terapeuta; Fisioterapeuta. Dentre as atividades do SESMT, mensalmente terão de ser registrados os dados atualizados de acidente do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridades preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI da NR 4 (BRASIL, 1978a). Além disso, a empresa precisará encaminhar um mapa contendo a avaliação anual desses dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro de cada ano. As empresas desobrigadas de indicarem médico coordenador ficam dispensadas de elaborar o relatório anual, de acordo com a Portaria nº 8, de 08 de maio de 1996 (BRASIL, 1996). (NR 7, alterações introduzidas pela Portaria nº 8, de 08/05/96, DOU de 09/05/96). SESMT deverá ser registrado no órgão regional do MTE (itens 4.17 e 4.18) mediante requerimento contendo os dados listados no item 4.17.1, alíneas “a” a “e”. Além da ficha de registro de empregado, contendo nome completo, CPF, carga horária diária (entrada, saída e intervalo para refeição), cargo e função de sua especialidade, deve ser enviada em anexo à ficha de inscrição a fotocópia de um dos seguintes documentos profissionais, de acordo com o caso: Carteira de técnico de segurança do trabalho; 27 Diploma/certificado de curso com habilitação para auxiliar de enfermagem do trabalho; Diploma/certificado de curso com habilitação para enfermeiro do trabalho; Diploma/certificado de curso com habilitação para engenheiro do trabalho; Diploma/certificado de curso com habilitação para medicina do trabalho. Em razão de sua importância, a legislação do SESMT é bastante flexível e permite várias formas e meios para sua instalação, de acordo com os itens 4.14, 4.14.1, 4.14.2, 4.14.3, 4.14.3.1, 4.14.3.2, 4.14.3.3, 4.14.3.4, 4.14.4, 4.14.4.1, 4.14.4.2, 4.14.4.3, 4.15, 4.16, 4.16.1 e 4.20, não sendo, portanto, justificável a sua inexistência, sob pena de punição fiscal prevista na NR 28 (BRASIL, 1978a). 7.6 Programas do SESMT A equipe do SESMT cria e implanta programas de orientação ao trabalhador sobre os mais diversos assuntos que contribuam para seu bem-estar, segurança e saúde. Os programas realizados pelo SESMT são importantes para o trabalhador e para a empresa, pois contribuem muito para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, o que se reflete na imagem da empresa. A seguir, são detalhados os programas mais comumente encontrados (ROJAS, 2015). O Programa de Segurança no Trabalho tem por objetivo a proteção à saúde e à integridade física e psíquica do trabalhador em seu local de trabalho. O programa orienta sobre a necessidade de cumprimento das normas de segurança e uso dos EPIs e instrui sobre os perigos relacionados à saúde (p. ex., DST’s/AIDS) por meio de cursos e palestras (ROJAS, 2015). O Programa de Recreação Laboral traz grandes resultados à empresa pela melhoria do desempenho físico e do controle emocional dos trabalhadores, o que melhora a qualidade de vida e reduz os afastamentos causados por LER e DORT. As atividades desenvolvidas na recreação laboral pelos profissionais de educação física e terapia ocupacional complementam as orientações prescritas pelo médico do trabalho, pela CIPA e pela área de recursos humanos da empresa (ROJAS, 2015). O programa de recreação laboral é estabelecido pelo SESMT da empresa e busca desenvolver nos funcionários o autoconhecimento, a criatividade e a motivação, além de melhorar a integração e cooperação nos trabalhos em equipe, proporcionar 28 um aumento nos relacionamentos sociais e gerar bem-estar físico e mental. Também busca proporcionar aos indivíduos oportunidades de melhorias comportamentais (p. ex., timidez) e desenvolvimento de virtudes e competências (p. ex., liderança e autoconfiança) (ROJAS, 2015). Figura 04 - Recreação laboral. Fonte: ajkkafe/iStock/Thinkstock. Já o Programa de Ginástica Laboral trata da aplicação de exercícios específicos por especialistas durante a jornada de trabalho a fim de promover a saúde do trabalhador por meio da compensação do esforço para evitar a ocorrência de LER e DORT. A ginástica laboral melhora a disposição física e mental do trabalhador, tornando-o fisicamente mais capaz e mentalmente mais confiante para desempenhar suas funções (ROJAS, 2015). De acordo com o Artigo 4 da Portaria nº 3, de 1º março de 2002 (BRASIL, 2002a), a participação financeira do trabalhador fica limitada a 20% do custo direto da refeição. O Quadro 1 apresenta os objetivos do PAT segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. 29 Quadro 01 - Objetivos do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) Fonte: SAGAH (2021). 8 ORGANIZAÇÃO DA CIPA A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é uma instituição dentro das corporações ou empresas. Ela pode ser compostatanto por empregados como por empregadores. A CIPA está no artigo 163 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e a Norma Regulamentador 5 (NR-5) determina os principais pontos da CIPA, bem como seu funcionamento. Toda a legislação é importante e tem pontos essenciais para a atuação da comissão. No entanto, é a NR-5 que considera a formação da mesma. 9 NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 5.1 Objetivo 5.1.1 Esta norma regulamentadora - NR estabelece os parâmetros e os requisitos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA tendo por objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador. 5.2 Campo de aplicação 30 5.2.1 As organizações e os órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como os órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, devem constituir e manter CIPA. 5.2.2 Nos termos previstos em lei, aplica-se o disposto nesta NR a outras relações jurídicas de trabalho. 5.3 Atribuições 5.3.1 A CIPA tem por atribuição: a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização; b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver; c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segurança e saúde no trabalho; e) participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; f) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados; g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais; h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das medidas corretivas e de controle; e 31 i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA. 5.3.2 Cabe à organização: a) proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes no plano de trabalho; b) permitir a colaboração dos trabalhadores nas ações da CIPA; e c) fornecer à CIPA, quando requisitadas, as informações relacionadas às suas atribuições. 5.3.3 Cabe aos trabalhadores indicar à CIPA, ao SESMT e à organização situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho. 5.3.4 Cabe ao Presidente da CIPA: a) convocar os membros para as reuniões; e b) coordenar as reuniões, encaminhando à organização e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão. 5.3.5 Cabe ao Vice-Presidente substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários. 5.3.6 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições de: a) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados; e b) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento. 5.4 Constituição e estruturação 5.4.1 A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de representantes da organização e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as disposições para setores econômicos específicos. 5.4.2 A CIPA das organizações que operem em regime sazonal devem ser dimensionadas tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior e obedecido o Quadro I desta NR. 5.4.3 Os representantes da organização na CIPA, titulares e suplentes, serão por ela designados. 32 5.4.4 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. 5.4.5 A organização designará dentre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes eleitos dos empregados escolherão dentre os titulares o vice-presidente. 5.4.6 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. 5.4.7 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior. 5.4.8 A organização deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares e suplentes da CIPA. 5.4.9 Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos trabalhadores da categoria preponderante, no prazo de até 10 (dez) dias. 5.4.10 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pela organização, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. 5.4.11 É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA: a) a alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o exercício de suas atribuições; e b) a transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT. 5.4.12 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. 5.4.12.1 O término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA. 5.4.13 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I e não for atendido por SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora n° 4 (NR-04), a organização nomeará um representante da organização dentre seus empregados 33 para auxiliar na execução das ações de prevenção em segurança e saúde no trabalho, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, por meio de negociação coletiva. 5.4.13.1 No caso de atendimento pelo SESMT, este deverá desempenhar as atribuições da CIPA. 5.4.13.2 O microempreendedor individual - MEI está dispensado de nomear o representante da NR-05. 5.4.14 A nomeação de empregado como representante da NR-05 e sua forma de atuação devem ser formalizadas anualmente pela organização. 5.4.15 A nomeação de empregado como representante da NR-05 não impede o seu ingresso na CIPA, quando da sua constituição, seja como representante do empregador ou como dos empregados. 5.5 Processo eleitoral 5.5.1 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso. 5.5.1.1 A organização deve comunicar, com antecedência, podendo ser por meio eletrônico, com confirmação de entrega, o início do processo eleitoral ao sindicatoda categoria preponderante. 5.5.2 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros a comissão eleitoral, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral. 5.5.2.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a comissão eleitoral será constituída pela organização. 5.5.3 O processo eleitoral deve observar as seguintes condições: a) publicação e divulgação de edital de convocação da eleição e abertura de prazos para inscrição de candidatos, em locais de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico; b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de 15 (quinze) dias corridos; c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante em meio físico ou eletrônico; 34 d) garantia de emprego até a eleição para todos os empregados inscritos; e) publicação e divulgação da relação dos empregados inscritos, em locais de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico; f) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver; g) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados do estabelecimento; h) voto secreto; i) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante da organização e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral, facultado o acompanhamento dos candidatos; e j) organização da eleição por meio de processo que garanta tanto a segurança do sistema como a confidencialidade e a precisão do registro dos votos. 5.5.4 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá prorrogar o período de votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados no dia anterior, a qual será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos empregados. 5.5.4.1 Constatada a participação inferior a um terço dos empregados no segundo dia de votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá prorrogar o período de votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados nos dias anteriores, a qual será considerada válida com a participação de qualquer número de empregados. 5.5.4.2 A prorrogação referida nos subitens 5.5.4 e 5.5.4.1 deve ser comunicada ao sindicato da categoria profissional preponderante. 5.5.5 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada de inspeção do trabalho, até 30 (trinta) dias após a data da divulgação do resultado da eleição da CIPA. 5.5.5.1 Compete à autoridade máxima regional em matéria de inspeção do trabalho, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação quando for o caso. 35 5.5.5.2 Em caso de anulação somente da votação, a organização convocará nova votação no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. 5.5.5.3 Nos demais casos, a decisão da autoridade máxima regional em matéria de inspeção do trabalho determinará os atos atingidos, as providências, e os prazos a serem adotados, atendidos os prazos previstos nesta NR. 5.5.5.4 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral. 5.5.6 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes os candidatos mais votados. 5.5.7 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento. 5.5.8 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes. 5.6 Funcionamento 5.6.1 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido. 5.6.1.1 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte - EPP, graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser bimestrais. 5.6.2 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização, preferencialmente de forma presencial, podendo a participação ocorrer de forma remota. 5.6.2.1 A data e horário das reuniões serão acordadas entre os seus membros observando os turnos e as jornadas de trabalho. 5.6.3 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes. 5.6.3.1 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes da CIPA, podendo ser por meio eletrônico. 5.6.3.2 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser disponibilizadas a todos os empregados em quadro de aviso ou por meio eletrônico. 5.6.4 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando: a) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou 36 b) houver solicitação de uma das representações. 5.6.5. Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA designarão o secretário responsável por redigir a ata. 5.6.6 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. 5.6.7 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião. 5.6.7.1 Caso não existam mais suplentes, durante os primeiros 6 (seis) meses do mandato, a organização deve realizar eleição extraordinária para suprir a vacância, que somente será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos trabalhadores. 5.6.7.1.1. Os prazos da eleição extraordinária serão reduzidos à metade dos prazos previstos no processo eleitoral desta NR. 5.6.7.1.2. As demais exigências estabelecidas para o processo eleitoral devem ser atendidas. 5.6.7.2. No caso de afastamento definitivo do presidente, a organização indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA. 5.6.7.3. No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis. 5.6.7.4 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão. 5.6.7.5 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser realizado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da posse. 5.6.8. As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. 5.6.8.1. Não havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de votação e o pedido de reconsideração da decisão. 5.7 Treinamento 5.7.1 A organização deve promover treinamento para o representante nomeado da NR-5 e para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. 37 5.7.1.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da posse. 5.7.2 O treinamento deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens: a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo; b) noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho decorrentes das condições de trabalho e da exposição aos riscos existentes no estabelecimento e suas medidas de prevenção; c) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho; d) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção dos riscos; e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; f) noções sobrea inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos processos de trabalho; e g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão. 5.7.3 O treinamento realizado há menos de 2 (dois) anos contados da conclusão do curso pode ser aproveitado na mesma organização, observado o estabelecido na NR-1. 5.7.4 O treinamento deve ter carga horária mínima de: a) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 1; b) 12 (doze) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; c) 16 (dezesseis) horas para estabelecimentos de grau de risco 3; e d) 20 (vinte) horas para estabelecimentos de grau de risco 4. 5.7.4.1 A carga horária do treinamento deve ser distribuída em no máximo 8 (oito) horas diárias. 5.7.4.2. Para a modalidade presencial deve ser observada a seguinte carga horária mínima do treinamento: a) 4 (quatro) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; e b) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 3 e 4. 38 5.7.4.3 A carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1 e do representante nomeado da NR-05 podem ser realizadas integralmente na modalidade de ensino à distância ou semipresencial, nos termos da NR-01. 5.7.4.4 O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino à distância deve contemplar os riscos específicos do estabelecimento nos termos do subitem 5.7.2. 5.7.4.5 O integrante do SESMT fica dispensado do treinamento da CIPA. 5.8 CIPA das organizações contratadas para prestação de serviços 5.8.1 A organização de prestação de serviços deve constituir CIPA centralizada quando o número total de seus empregados na Unidade da Federação se enquadrar no Quadro I desta NR. 5.8.1.1. Quando a organização contratada para prestação de serviços a terceiros exercer suas atividades em estabelecimento de contratante enquadrado em grau de riscos 3 ou 4 e o número total de seus empregados no estabelecimento da contratante se enquadrar no Quadro I desta NR, deve constituir CIPA própria neste estabelecimento, considerando o grau de risco da contratante. 5.8.1.1.1 A organização contratada está dispensada da constituição da CIPA própria no caso de prestação de serviços a terceiros com até 180 (centro e oitenta) dias de duração. 5.8.1.2 O número total de empregados da organização contratada para prestação de serviços, para efeito de dimensionamento da CIPA centralizada, deve desconsiderar os empregados alcançados por CIPA própria. 5.8.2 A organização contratada para prestação de serviços, quando desobrigada de constituir CIPA própria, deve nomear um representante da NR-5 para cumprir os objetivos desta NR se possuir 5 (cinco) ou mais empregados no estabelecimento da contratante. 5.8.2.1 A nomeação de representante da NR-05 em estabelecimento onde há empregado membro de CIPA centralizada é dispensada. 5.8.2.2 O estabelecido no subitem 5.8.2 não exclui o disposto no subitem 5.4.13 quanto ao estabelecimento sede da organização contratada para a prestação de serviços. 39 5.8.2.3 A nomeação do representante da organização contratada para a prestação de serviços deve ser feita entre os empregados que exercem suas atividades no estabelecimento. 5.8.3 A organização contratada para a prestação de serviços deve garantir que a CIPA centralizada mantenha interação entre os estabelecimentos nos quais possua empregados. 5.8.3.1 A organização deve garantir a participação dos representantes nomeados da NR-05 nas reuniões da CIPA centralizada. 5.8.3.2 A organização deve dar condições aos integrantes da CIPA centralizada de atuarem nos estabelecimentos que não possuem representante nomeado da NR- 05, atendido o disposto no subitem 5.6.2. 5.8.4 O representante nomeado da NR-05 das organizações contratadas para a prestação de serviço deve participar de treinamento de acordo com o grau de risco da contratante. 5.8.5 A CIPA da prestadora de serviços a terceiros constituída nos termos do subitem 5.8.1.1 será considerada encerrada, para todos os efeitos, quando encerradas as suas atividades no estabelecimento. 5.8.6 A organização contratante deve exigir da organização prestadora de serviços a nomeação do representante da NR-05 prevista no subitem 5.8.2. 5.8.7 A contratante deve convidar a contratada para participar da reunião da CIPA da contratante, com a finalidade de integrar as ações de prevenção, sempre que as organizações atuarem em um mesmo estabelecimento. 5.8.7.1 A contratada deve indicar um representante da CIPA ou o representante nomeado da NR05 para participar da reunião da CIPA da contratante. 5.9 Disposições finais 5.9.1 A contratante adotará medidas para que as contratadas, suas CIPA, os representantes nomeados da NR-05 e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de prevenção, em conformidade com o Programa de Gerenciamento de Riscos, previsto na NR-01. 5.9.2 Toda a documentação referente à CIPA deve ser mantida no estabelecimento à disposição da inspeção do trabalho pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos. 40 5.9.3 em havendo alteração do grau de risco do estabelecimento, o redimensionamento da CIPA deve ser efetivado na próxima eleição. 10 TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO E INCIDENTES Além dos preceitos contidos na NBR 14280, as metodologias geralmente utilizadas na investigação dos motivos da ocorrência de acidentes de trabalho e incidentes que resultaram ou poderiam ter resultado em lesões ao trabalhador, danos à empresa e prejuízos nas operações são a técnica de análise sistemática de causas (TASC) e a árvore de causas (ADC), apresentadas na seção Metodologia de investigação e análise de acidentes de trabalho (ROJAS, 2015). A investigação parte do pressuposto de que o acidente é sempre um acontecimento que decorre de uma série de fatores existentes em processos, materiais e ambiente e também do comportamento humano. Eles acontecem em geral durante o desenvolvimento de alguma atividade individual ou em equipe. As atividades desenvolvidas pelos trabalhadores são compostas por quatro elementos, detalhados a seguir (ROJAS, 2015). 10.1 O indivíduo (I) Indivíduo é a pessoa que exerce suas atividades profissionais no local de trabalho, com suas capacidades físicas e emocionais e suas preocupações profissionais e pessoais. Também são consideradas nessa categoria as demais pessoas que se relacionam com o indivíduo direta ou indiretamente durante o exercício de suas atividades (ROJAS, 2015). Os indivíduos são diferentes fisicamente uns dos outros e modificam-se fisiologicamente diante de determinadas circunstâncias vivenciadas dentro e fora do ambiente de trabalho (p. ex., fadiga, embriaguez, sono, condição inabitual). Além disso, passam por modificações de sua forma de ser e agir em virtude de suas condições psicológicas (p. ex., preocupação, descontentamento) (ROJAS, 2015). Os indivíduos possuem, ainda, capacidades e competências diferentes em decorrência de seus interesses pessoais e de sua formação profissional (p. ex., falta 41 de treinamento, treinamento deficiente, pouca experiência). Eles podem se sentir bem ou mal alocados de acordo com o clima existente em seu local de trabalho, o que influencia aspectos como colaboração, camaradagem, respeito, amizade e outros atributos do ambiente de trabalho (ROJAS, 2015). 10.2 A tarefa (T) Tarefas são atribuições recebidas e realizadas pelo indivíduo na manufatura de um produto ou na execução de um serviço, incluindo as etapas anteriores e posteriores ao processo (ligar a máquina ou equipamento, operar, desligar, limpar, manter) (ROJAS, 2015). A tarefa nem sempre é rotineira, podendo sofrer algumas modificações que precisam ser consideradas, como: Mudanças nas operações (alterações nas formasde execução das tarefas e nos procedimentos, pressão para realizar a tarefa, aceleração de equipamento, má orientação, má adequação corporal, entre outras); Mudanças na utilização da máquina ou ferramenta (utilizar máquinas para realizar atividades para as quais ela não foi projetada, empregar ferramentas com defeito ou para aplicações diferentes das recomendadas, etc.); Mudanças em relação ao equipamento de proteção (deixar de usar o EPI adequado ou utilizar equipamento com defeito, etc.). 10.3 O material (M) O material compreende tudo o que é utilizado pelo trabalhador para realizar suas tarefas (matéria- -prima, produtos, máquinas, tecnologia, etc.). O material pode apresentar os seguintes tipos de variações: Matéria-prima: Alterações de características físicas (peso, dimensão, temperatura), mudanças na forma de fornecimento à produção, aumento ou diminuição do tempo de reposição. Máquinas e meio de produção: Mau funcionamento, substituição, instalação inadequada, falta de manutenção, falta de dispositivo de proteção, etc. Energia: Variação, interrupção, variação brusca ou não controlada, etc. 42 10.4 O meio de trabalho (MT) O meio de trabalho é o ambiente no qual o trabalhador executa suas tarefas e se relaciona com os demais trabalhadores. As variações no meio de trabalho em geral acontecem no ambiente físico de trabalho e incluem aspectos como nível de iluminação, ruído, temperatura, umidade, presença de gases tóxicos e espaço, entre outros (ROJAS, 2015). 10.5 Metodologia de investigação e análise de acidentes de trabalho Na investigação e na análise de acidentes, os quatro elementos envolvidos nas atividades do trabalhador são levados em conta por meio de uma metodologia que abrange todos os aspectos relacionados. Uma boa maneira de conduzir a investigação é dividi-la em passos, conforme detalhado a seguir (ROJAS, 2015). O primeiro passo consiste em coletar dados sobre o acidente e buscar informações sobre os procedimentos de segurança do trabalho adotados na empresa. A coleta de dados é realizada no local onde ocorreu o acidente, logo após sua ocorrência, com o objetivo de obter evidências, informações e declarações espontâneas das pessoas que o presenciaram. Também é interessante obter opiniões e considerações de técnicos, operadores e profissionais que atuam na área, mesmo que eles não tenham presenciado o acidente (ROJAS, 2015). A coleta de dados estende-se aos documentos da empresa que tratam da segurança do trabalho, como os que serão solicitados pelos fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego: Comunicação de acidente de trabalho (CAT); Cartão de ponto referente, no mínimo, aos três últimos meses de trabalho; Ficha do departamento de recursos humanos das vítimas/pessoas diretamente envolvidas no acidente de trabalho com dados sobre histórico de cargos, funções e atividades desenvolvidas desde a contratação, formação prévia à contratação e na empresa (detalhar conteúdos de aspectos potencialmente relacionados ao acidente); Normas de segurança e prescrições pertinentes à atividade com informações relativas à sua forma de difusão para os trabalhadores; 43 Procedimentos, normas operacionais, passo a passo ou outros documentos relevantes à(s) atividade(s); Manuais de máquinas, equipamentos ou dispositivos envolvidos no acidente de trabalho; Histórico de manutenção de máquinas, equipamentos ou dispositivos envolvidos no acidente de trabalho relativo aos 12 últimos meses e ao período pós- acidente; Informações acerca de estado da máquina, equipamento ou dispositivos após o acidente, inclusive relativas a defeitos identificados, substituição de componentes, ajustes ou outras intervenções realizadas visando à sua liberação para o trabalho; Layout da área (indicando áreas de circulação, equipamentos, etc.); Análise de acidente realizada por equipe técnica da empresa e de consultores (com respectivos anexos, especialmente registros fotográficos, filmes, esquemas, etc.); Ata de reunião da CIPA em que o acidente foi discutido; Medidas preventivas recomendadas e adotadas após o acidente; Outros documentos. Ainda no âmbito da empresa, devem ser solicitados ao SESMT da empresa o prontuário médico da vítima ou de pessoas diretamente envolvidas no acidente de trabalho (diagnóstico, referência a medicamento ou hábitos pessoais, etc.) que sugira aspecto pessoal capaz de contribuir no acidente investigado (ROJAS, 2015). O segundo passo da investigação e análise de acidentes de trabalho consiste em definir o acidente de forma clara e concisa, relatando-o com base no levantamento de dados e informações coletadas. O terceiro passo é identificar as causas imediatas do acidente, que costumam estar diretamente relacionadas aos seguintes aspectos: Atos abaixo de padrões: São atos que partem do indivíduo, em geral em desrespeito a regulamentos e normas da empresa e da CIPA, como operar equipamentos sem autorização; remover barreiras de segurança; não utilizar EPI; armazenar de maneira incorreta; empregar equipamentos defeituosos; entre outras. Também podem ser decorrentes de desatenção, inexperiência, despreparo, ou da não observação de práticas de segurança geralmente utilizadas (ROJAS, 2015). 44 Condições abaixo de padrões: Em geral são as condições que conduzem à causa básica do acidente, sendo considerados como tais o uso de ferramentas, equipamentos ou materiais defeituosos; espaços limitados para o trabalho; ruído excessivo; ordem e limpeza deficientes; sistema de advertência inadequado; entre outros (ROJAS, 2015). O quarto passo da investigação e análise de acidentes do trabalho relaciona- se à identificação das causas básicas e das falhas de gestão. É a razão da existência de atos e condições abaixo de padrões, que podem ser gerados por um dos fatores apresentados no Quadro 4. Quadro 04 - Aspectos relacionados às causas básicas dos riscos Fonte: SAGAH (2020). Para entender melhor esse assunto, vamos recorrer aos estudos de Frank E. Bird, realizados quando ele trabalhava na Companhia Siderúrgica Lukens de Coatesville, na Pensilvânia, nos Estados Unidos no período entre 1950 e 1968. Segundo De Cicco e Fantazzini (1993), Bird realizou um estudo baseado em dados estatísticos coletados sobre cerca de 2 milhões de acidentes ocorridos em 297 empresas de diferentes segmentos que envolviam 1.750.000 empregados e mais de 3 bilhões de homens-horas trabalhados (ROJAS, 2015). Com esses dados, ele criou uma relação dos acidentes com seu nível de gravidade e frequência e estabeleceu uma proporção que hoje é representada no formato de uma pirâmide. Nessa representação, conhecida mundialmente como pirâmide de Bird (Fig. 5), aparecem indicadas as proporções de danos causados pelas lesões sofridas pelos empregados em acidentes (ROJAS, 2015). 45 Figura 05 - Pirâmide de Bird Fonte: Adaptada de De Cicco e Fantazzini (1993) e Araújo (2004). A pirâmide de Bird mostra que há uma lesão incapacitante ou grave para cada 10 lesões leves, e que ocorrem 30 acidentes com danos materiais para cada 600 incidentes (1:10:30:600). A interpretação dada por Bird a esses dados é que estatisticamente existe uma distribuição natural dos acidentes de acordo com sua gravidade e o impacto geral na organização (ROJAS, 2015). A solução sugerida por esse autor é a prevenção, ou seja, se forem criadas barreiras à ocorrência de incidentes, se os incidentes forem comunicados e se as causas forem imediatamente sanadas, é possível evitar que o incidente se transforme em danos materiais e físicos, leves ou fatais. Associando os conceitos de identificação das causas imediatas do acidente, das causas básicas e das falhas de gestão, a pirâmide passa a ter a configuração apresentada na Figura 06. Figura 06 - Pirâmide de Bird incluindo as causas básicas
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