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Apostila Treinamento

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2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIPA 
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
Curso de Treinamento para Membros da CIPA ou Designados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIPA SUPORTE 
Jundiaí - 2014 
 
© 2014 CIPA SUPORTE - JOÃO CARLOS PINTO FILHO 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
A reprodução dessa publicação pode ser feita somente para uso exclusivo do titular do 
CD-ROM CIPA Suporte. É vedada a distribuição ou compartilhamento dessa 
publicação por qualquer meio sem prévia autorização. A violação dos direitos autorais 
desta obra é crime e punível de acordo com o Código Penal e Lei de Direitos Autorais 
em vigor. O autor acredita que todas as informações aqui apresentadas estão corretas 
e podem ser utilizadas para qualquer fim legal. Entretanto, não existe qualquer 
garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao 
resultado desejado. 
 
 
 
 
 
Contato com o autor 
joaocarlostst@terra.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capa e Ilustrações: Alexandre Falasco 
Revisão: Fabiana Claudia Ruano Pinto 
 4 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 Você foi escolhido ou eleito para integrar uma equipe e possui uma 
importante missão: praticar prevenção de acidentes e doenças do trabalho. 
Você não foi escolhido ao acaso, você é especial! Em você foram identificadas 
características de liderança, representatividade, cooperação, preocupação com 
o bem estar do próximo, entre outras. Tudo isso o torna a pessoa certa para 
ser CIPEIRO. 
 
 Certamente, atuar como CIPEIRO, poderá não ser uma tarefa simples, 
porém, em você, foram depositados os votos da empresa e de muitos 
companheiros de trabalho, que assim como você almejam um ambiente de 
trabalho mais seguro e sadio e melhores condições de trabalho. 
 
 Durante esse período de treinamento, que o tornará um CIPEIRO 
preparado, essa apostila - complementada pelas explicações técnicas de seu 
instrutor - lhe proporcionará de forma simples, objetiva e didática 
conhecimentos mínimos e indispensáveis para uma boa atuação. 
 
 Esse trabalho traz informações sobre a história da segurança do 
trabalho e da própria CIPA no Brasil, legislação aplicada (incluindo os 
dispositivos da CLT e Previdência relacionados com a SST), acidente e 
doenças do trabalho, informações sobre riscos ambientais nos ambientes 
ocupacionais, inspeções de segurança, equipamentos de proteção individual - 
EPI e equipamentos de proteção coletiva - EPC, investigação e análise de 
acidentes do trabalho, AIDS, conceitos e definições aplicados à SST, 
prevenção de incêndio e muito mais. 
 
 Desejo, que esse trabalho possa contribuir para sua importante missão, 
que inicia a partir de agora. 
 
 
O Autor 
 
 
"O trabalho dignifica o homem." 
Max Weber - sociólogo alemão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
SUMÁRIO 
 
Capítulo 1 - CIPA 8 
 
1.1. O que é CIPA? 9 
1.2. História da CIPA 10 
1.3. Objetivo da CIPA 10 
1.4. O papel do cipeiro ou designado 10 
1.5. Estabilidade no emprego 12 
 
Capítulo 2 - Norma Regulamentadora nº. 5 (NR-5) - CIPA 13 
 
2.0. Informações Básicas para Consulta 14 
2.1. Do Objetivo 14 
2.2. Da Constituição 14 
2.3. Da Organização 17 
2.4. Das Atribuições 20 
2.5. Do Funcionamento 24 
2.6. Do Treinamento 26 
2.7. Do Processo Eleitoral 28 
2.8. Das Contratantes e Contratadas 31 
2.9. Disposições Finais 32 
 
Capítulo 3 - Segurança no Trabalho 33 
 
3.1. O que é Segurança no Trabalho? 34 
3.2. Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil 34 
 
Capítulo 4 - O Acidente do Trabalho 37 
 
4.1. Definição Legal e Prevencionista de Acidente do Trabalho 38 
4.2. Classificação dos Acidentes do Trabalho 39 
4.2.1. Acidentes Típicos 39 
4.2.2. Acidentes de Trajeto 40 
4.2.3. Doenças Ocupacionais ou Doenças do Trabalho 40 
4.3. Equiparação à Acidente do Trabalho 42 
4.3.1. Incidente 42 
4.4. Comunicação do Acidente do Trabalho 42 
4.5. Custos dos Acidentes do Trabalho 44 
4.6. Estatísticas de Acidentes do Trabalho 45 
4.6.1. Horas-Homem de Exposição ao Risco (horas-homem) 45 
4.6.2. Dias Perdidos - DP 46 
4.6.3. Dias Debitados – DB 46 
4.6.4. Taxa de Frequência - TF 47 
4.6.5. Taxa de Gravidade - TG 48 
4.7. Estatísticas Através dos Quadros da NR-4 50 
 
Capítulo 5 - Legislação Trabalhista e Previdenciária 51 
 
5.1. Noções de Legislação Trabalhista para Membros da CIPA 52 
5.1.1. Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT 52 
5.1.2. Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho 52 
5.2. Noções de Legislação Previdenciária para Membros da CIPA 53 
5.2.1. Auxílio-doença 53 
5.2.2. Auxílio-acidente 53 
5.2.3. Aposentadoria por Invalidez 54 
5.2.4. Pensão por Morte 54 
5.2.5. Habilitação e Reabilitação profissional 54 
5.3. Legislação Complementar 54 
 
 6 
Capítulo 6 - Conceitos e Definições Aplicados à SST 55 
 
6.1. Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do 
Trabalho (SESMT) 
56 
6.2. Medicina do Trabalho 57 
6.3. Ergonomia 57 
6.4. Programas de Segurança, Saúde e Gestão de Riscos 57 
6.5. Campanhas de Segurança e Saúde no Trabalho 58 
6.6. Higiene Ocupacional 58 
6.6.1. Avaliações Quantitativas 58 
6.6.2. Avaliações Qualitativas 59 
6.7. Insalubridade 60 
6.8. Periculosidade 60 
6.9. Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) 61 
 
Capítulo 7 - Riscos Ambientais 62 
 
7.0. Riscos Ambientais 63 
7.1. Classificação dos Riscos Ambientais 63 
7.2. Agentes Ambientais (riscos ambientais) 64 
7.2.1. Agentes Físicos 64 
7.2.2. Agentes Químicos 67 
7.2.3. Agentes Biológicos 70 
7.2.4. Agentes Ergonômicos 71 
7.2.5. Agentes Mecânicos (ou de acidentes) 71 
7.3. Mapa de Riscos Ambientais 72 
7.4. Etapas da Elaboração do Mapa de Riscos Ambientais 72 
7.5. Representação Gráfica do Mapa de Riscos Ambientais 73 
 
Capítulo 8 - Inspeções de Segurança 76 
 
8.0. Inspeções de Segurança 77 
8.1.1. Inspeções de Rotina 77 
8.1.2. Inspeções Periódicas 78 
 
Capítulo 9 - Investigação e Análise de Acidentes 79 
 
9.0. Investigação e Análise de Acidente 80 
9.1. Etapas da Investigação de Acidentes do Trabalho 80 
9.2. Causas dos Acidentes do Trabalho 81 
9.3. Fatores Pessoais e Atitudes que Podem Causar Acidentes 83 
9.3.1. Negligência 83 
9.3.2. Imprudência 83 
9.3.3. Imperícia 83 
9.3.4. Outros Fatores 83 
9.3.5. A Importância da Prevenção de Acidentes do Trabalho 84 
9.4. O Treinamento como Fator de Prevenção de Acidentes 84 
 
Capítulo 10 - Equipamento de Proteção Individual - EPI 86 
 
10.0. Equipamento de Proteção Individual - EPI 87 
10.1. Cabe ao Empregador quanto ao EPI 87 
10.2. Cabe ao Empregado quanto ao EPI 87 
10.3. Controle de Entrega de Equipamentos de Proteção Individual 87 
10.4. Tipos de Equipamentos de Proteção Individual 88 
10.4.1. EPI para Proteção da Cabeça 88 
10.4.2. EPI para Proteção dos Olhos e Face 89 
10.4.3. EPI para Proteção Auditiva 90 
10.4.4. EPI para Proteção de Tronco 91 
10.4.5. EPI para Proteção Respiratória 91 
 7 
10.4.6. EPI para Proteção de Membros Superiores 92 
10.4.7. EPI para Proteção de membros Inferiores 93 
10.4.8. EPI para Proteção de Corpo Inteiro 95 
10.4.9. EPI para Proteção contra Quedas em Locais com Diferença de Nível 96 
10.5. Certificado de Aprovação de EPI 96 
10.5.1. Validade dos Certificados de Aprovação para EPI 97 
 
Capítulo 11 - Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC 98 
 
11.0. Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC 99 
11.1. Modelos de Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC 99 
 
Capítulo 12 - AIDS (Conceito e Prevenção) 100 
 
12.0. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS 101 
12.1. Como o HIV é Transmitido? 101 
12.2. Quais são os sintomas? 101 
12.3. Como prevenir a infecção pelo HIV 102 
 
Capítulo 13 - Prevenção e Segurança no Trabalho 103 
 
13.1. Prevenção Contra Incêndios 104 
13.1.1. Teoria do Fogo 104 
13.1.2. Características Físico-químicas do Fogo 106 
13.1.3. Propagação do Fogo 107 
13.1.4. Classes de Incêndio 109 
13.1.5. Agentes Extintores 109 
13.1.6. Métodos de Extinção de Incêndios 113 
13.1.7.Medidas de Prevenção de Incêndio 115 
13.2. Segurança no Trânsito 116 
13.2.1. Infrações e Penalidades no Trânsito 116 
13.3. Segurança no Trabalho Rural 117 
13.3.1. Classificação de Riscos no Trabalho Rural 117 
13.3.2. Orientações de Segurança e Saúde no Trabalho Rural 118 
13.4. Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 118 
13.4.1. Sistema Elétrico 119 
13.4.2. Riscos em Instalação e Serviços em Eletricidade 120 
13.4.3. Prevenção do Risco Elétrico 122 
13.5. Segurança na Construção Civil 122 
13.6. Segurança na Mineração 123 
13.7. Segurança no Trabalho Portuário 123 
13.7.1. Prevenção de Riscos nas Operações Portuárias 124 
 
 Referências Bibliográficas 125 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
 9 
1.1. O que é CIPA? 
 
 O termo CIPA é formado pelas letras iniciais das palavras Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes conforme definição abaixo: 
 
a) Comissão 
 
 Grupo de pessoas conjuntamente encarregadas de tratar de um 
determinado assunto. Como grupo, deve haver a preocupação de um trabalho 
unitário, onde seus objetivos estejam sempre em primeiro plano. A Comissão 
enseja a participação do empregador e dos empregados na prevenção de 
acidentes. 
 
b) Interna 
 
 O campo de atuação da CIPA ou designados está restrito à própria 
empresa. 
 
c) Prevenção 
 
 Esse termo define claramente o papel da CIPA que é atuar em prol da 
prevenção. Trata-se de sua meta principal. Prevenção significa caminhar antes 
do acidente. É a atuação do cipeiro quando se depara com alguma situação de 
risco capaz de provocar um acidente, inerente à atividade laboral desenvolvida. 
 
d) Acidentes 
 
 Qualquer ocorrência imprevista e sem intenção que possa causar danos 
ou prejuízos à propriedade ou pessoa. Podemos incluir de forma subentendida 
as doenças do trabalho ou doenças profissionais que podem acometer o 
trabalhador em seu local de trabalho. 
 
 10 
 
 
1.2. História da CIPA 
 
 A Organização Internacional do Trabalho (OIT), fundada em 1919, 
organizou no ano de 1921, um comitê, cujo objetivo era estudar assuntos sobre 
segurança e higiene do trabalho como recomendações de medidas e ações 
preventivas de doenças e acidentes do trabalho. Uma dessas recomendações 
foi a organização foi a comissão de segurança do trabalho em 
estabelecimentos industriais, que no Brasil se deu em 10 de novembro de 1944 
através do Decreto-Lei 7.036. 
 A CIPA surgiu dessa recomendação da OIT. Em 19 de junho de 1945, 
com a Portaria 229, houve a primeira regulamentação da comissão recém-
criada. A segunda, terceira e quarta regulamentação chegaram em 27 de 
novembro de 1953 (Portaria 155), 29 de novembro de 1968 (Portaria 32) e em 
3 de agosto de 1977 (Portaria 3.456), respectivamente. 
 No ano de 1977 foi sancionada a Lei 6.514 que regulamentava mais 
uma revisão no Capitulo V da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) dando 
à CIPA mais destaque nos artigos 163,164 e 165. 
 Em 8 de junho de 1978 foi baixada a importante Portaria 3.214 
revogando todas as portarias anteriores que vigoravam sobre segurança do 
trabalho e aprovou e expediu 28 novas Normas Regulamentadoras, dentre 
essas normas a que tratava, exclusivamente, sobre a Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (NR-5). 
 Em 24 de maio de 1999, entrou em vigor a nova redação da Norma 
Regulametadora nº. 5, dada pela Portaria 8, de 23 de fevereiro de 1999. 
 
 
1.3. Objetivo da CIPA 
 
 Conforme o item 5.1 da NR-05 a CIPA possui como objetivo a prevenção 
de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível 
permanentemente o trabalho com a preservação e a promoção da saúde do 
trabalhador. Esse será, também, o objetivo ou a missão do cipeiro. 
 
 
1.4. O papel do Cipeiro ou Designado 
 
 Primeiramente, devemos saber que o termo "cipeiro" não é 
dicionarizado. Esse termo é utilizado na área técnica para identificar o 
trabalhador que é membro de uma CIPA ou designado pelo empregador para o 
cumprimento das funções estabelecidas pela norma. 
 Você foi escolhido para fazer parte da CIPA ou atuar como designado. 
Provavelmente foram identificadas em você algumas qualidades: vontade de 
colaborar, bom senso, responsabilidade, entre outras, que foram percebidas 
por aqueles que o escolheram e o viram como alguém capaz de desempenhar, 
a contento, esse importante papel. 
 Assim, começa sua responsabilidade na medida em que esperam uma 
atuação positiva de sua parte. O primeiro passo é acreditar que algo pode ser 
feito para a prevenção de acidentes em sua empresa, que a CIPA não é 
 11 
abstrata, mas que pode desenvolver um trabalho concreto, real. Dificuldades 
poderão existir, visto que você nunca irá trabalhar sozinho. O cipeiro faz parte 
de uma Comissão que, por sua vez, poderá esbarrar em outras áreas da 
empresa. Isso porque o sucesso da atuação da CIPA depende de: 
 
 Do apoio constante do empregador; 
 Da assessoria do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho); 
 Da receptividade e conscientização dos empregados; 
 
 É necessário que o cipeiro ou designado esteja consciente dessa 
situação, de sua responsabilidade e que se proponha a ser um agente de 
mudança, no sentido de ser o elemento de articulação para resolver os 
problemas. Para tanto, é indispensável que o objetivo da CIPA – prevenção de 
acidentes – norteie todas as suas ações. O grupo ganhará maior coesão se 
todos os seus membros reconhecerem a importância deste objetivo. 
 
 Portanto, o cipeiro deve: 
 
 Ter uma atitude receptiva com tudo quanto diz respeito à prevenção de 
acidentes; 
 Estar predisposto a participar do treinamento para membros da CIPA, 
para adquirir conhecimentos específicos, necessários à sua atuação; 
 Buscar e propor soluções para os problemas que porventura surjam, 
como se isto dependesse especialmente dele. 
 
 
 
 A prevenção de acidentes não se faz de noite para o dia. É preciso 
trabalhar tendo em mente as dificuldades, mas com a convicção de que pode 
ser concretizada, se houver boa vontade, por parte de todas as pessoas 
envolvidas, e persistência nos objetivos. 
 O cipeiro deve, ainda, defender os interesses dos trabalhadores, indicar 
propostas de melhorias nos locais de trabalho, cobrar do empregador prazos 
para sanar possíveis irregularidades, colaborar com a empresa na 
conscientização e fiscalização dos funcionários em relação ao uso dos 
 12 
Equipamentos de Proteção Individual - EPI e cumprimentos dos procedimentos 
e normas internas de segurança e saúde do trabalho. 
 
 
1.5. Estabilidade no Emprego 
 
 De acordo com o item 5.8 da NR-05 a estabilidade temporária de 
emprego está garantida aos membros eleitos (titulares e suplentes) e não 
abrange os representantes do empregador ou ainda o designado pelo 
empregador, que não possui qualquer garantia de emprego prevista na NR-5. 
 
"É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do 
empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas 
de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura 
até um ano após o final de seu mandato." 
 
 O objetivo da estabilidade de emprego, prevista na NR-5 e reforçada 
pelo enunciado n°. 393 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), é proteger a 
atuação do cipeiro em prol da prevenção de acidentes e doenças do trabalho 
dando autonomia para criticar, agir e portanto não deve ser usada por ele para 
qualquer outro fim. 
 Vale acrescentar que a estabilidade de emprego não imuniza o cipeiro 
da dispensa por justa causa ou impede, sob qualquer hipótese, a aplicação das 
sanções por parte da empresa, nos casos de desvio de conduta ou quaisquer 
outros aplicáveis e/ou previsto pela legislação trabalhista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
 14 
2.0. Informações Básicas para Consulta 
 
 Esse item traz dois textos distintos, mas que se complementam. 
Primeiramente, aparecem citados os itens originais da Norma 
Regulamentadora nº. 5 (destacados em itálico) e em seguida os comentários 
contidosno Manual da CIPA. Tanto o texto da norma como o Manual da CIPA 
poderão ser acessados no site do Ministério do Trabalho e Emprego na 
internet. 
 
 
2.1. Do Objetivo 
 
Item 5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como 
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo 
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e 
a promoção da saúde do trabalhador. 
 
 
Manual: A CIPA deverá abordar as relações entre o homem e o trabalho, 
objetivando a constante melhoria das condições de trabalho para prevenção de 
acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
 
 
2.2. Da Constituição 
 
Item 5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular 
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, 
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, 
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que 
admitam trabalhadores como empregados. 
 
Manual: A CIPA é obrigatória para as empresas que possuam empregados 
com vínculo de emprego. A ampliação das questões relativas à CIPA para as 
categorias de trabalhadores que não estão enquadrados nas formatações dos 
vínculos de emprego - em especial servidores públicos - não foi possível face à 
falta de regulamentação constitucional, que defina a quem cabe regulamentar 
as questões de segurança para essa categoria de trabalhadores. 
 
Manual: Havendo órgão público, ou empresa pública, onde hajam 
trabalhadores efetivamente com vínculos de emprego regidos pela CLT e 
outros com vínculos estabelecidos conforme o estatuto do servidor público, a 
CIPA deve ser constituída levando-se em consideração o número de 
empregados efetivamente vinculados ao regime celetista. E, sendo assim, 
somente esses devem ser candidatos e somente esses devem votar. 
Entretanto, cabe ressaltar que na ação da CIPA para a melhoria das condições 
de trabalho não pode haver, sob pena de infração à Constituição Federal, 
determinação de medidas discriminatórias, como por exemplo a solicitação de 
distribuição de determinado equipamento somente para os celetistas. 
 
 15 
Manual: Caso exista interesse do órgão ou empresa pública em englobar todos 
os trabalhadores, empregados e funcionários públicos, em sua CIPA, não há 
nada que o impeça. Nessa situação, poderão ser candidatos também os 
trabalhadores servidores públicos, mas deve ser garantido o número de vagas 
estabelecidas para os empregados celetistas, naquele estabelecimento público. 
O dimensionamento da CIPA, no caso, deverá considerar todos os 
trabalhadores naquele estabelecimento, celetistas e estatutários. Não deve 
englobar, entretanto, os prestadores de serviços que estejam em atividades no 
estabelecimento e que sejam contratados por outra empresa. 
 
Manual: Devem constituir CIPA os empregadores, ou seus equiparados, que 
possuam empregados conforme as determinações do Artigo 3º - da CLT - em 
número acima do mínimo estabelecido no Quadro I, dimensionamento, para 
sua categoria específica. As empresas que possuam empregados em número 
inferior devem indicar um designado conforme estabelece o item 5.6.4. 
 
Manual: É importante verificar que a NR 5 fala algumas vezes de 
trabalhadores e algumas de empregados. Quando a norma diz empregados, 
refere-se àqueles com vínculo de emprego com a empresa determinada, 
quando refere-se a trabalhadores engloba todos os que trabalham no 
estabelecimento de determinada empresa, ainda que sejam contratados por 
outras. 
 
Manual: Deve ser considerado empregado, para fins de constituição da CIPA, 
a pessoa física que preste serviço de natureza não eventual a empregador, sob 
dependência deste e mediante salário. 
 
Manual: O Fiscal do Trabalho verificará o número real de trabalhadores com 
vínculo de emprego, portanto é importante que a empresa faça 
adequadamente sua avaliação. 
 
Manual: O estabelecimento deve ser definido conforme o estabelecido na 
alínea “d” do item 1.6 da NR 1 da Portaria 3214/78: “ estabelecimento é cada 
uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: 
fábrica, refinaria, usina, escritório, loja oficina, depósito, laboratório. 
Ressalvados os setores com NR ou regra específica estabelecida em portaria. 
Havendo dúvidas nessa definição, a empresa poderá consultar o órgão 
regional do MTE. 
 
Manual: No caso de empresas prestadoras de serviço ou empreiteiras deve 
ser considerado como estabelecimento o local onde efetivamente os trabalhos 
são desenvolvidos, ou seja, os estabelecimentos estarão dentro de outras 
empresas ou em locais públicos. 
 
Item 5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos 
trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as 
disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores 
econômicos específicos. 
 
 16 
Manual: Trabalhadores avulsos são aqueles geralmente ligados ao 
carregamento de mercadorias, a maioria em portos. Nesse caso considera-se 
como empresa o sindicato ou o órgão gestor de mão de obra. A CIPA para as 
atividades portuárias deve observar o que estabelece a NR 29. 
 
Item 5.4 (revogado). 
 
Item 5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial 
estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de 
integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de 
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de 
uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo. 
 
 
Manual: No caso de empresas instaladas em centro comercial ou industrial, 
devem ser consideradas como instalações de uso coletivo as áreas de uso 
comum por parte dos trabalhadores de todas as empresas. Como exemplo: 
áreas de circulação, vestiários, banheiros, refeitórios, entre outros. Há também 
as ambiências geradas por sistemas como: ar condicionado, instalações 
elétricas, redes de gás. O que se almeja é que tais sistemas, quase sempre de 
responsabilidade dos administradores, mas que afetam todas as empresas e 
seus empregados, sejam avaliados pelas CIPA, já que podem ser origem de 
acidentes e de doenças. 
 
Manual: Enquadram-se neste item os “shoppings” e os consórcios de 
empresas industriais, ou seja, as empresas que se estruturem com 
administração autônoma, ou semi-autônoma, em um mesmo local. O item 
aborda empresas que, apesar de possuírem autonomia gerencial, 
administrativa, técnica e financeira, se estabelecem de forma conjunta, 
havendo ou não interação entre suas atividades no processo produtivo. São 
empresas que não trabalham umas para as outras mas que se relacionam ou 
pelo espaço, ou por regras ou por finalidade. O item engloba a situação na qual 
a administradora é ou não proprietária do estabelecimento. 
 
Manual: As empresas que compõem um condomínio são individualizadas, 
tendo autonomia, desta forma, podem acatar ou não as definições da 
administradora. Mas, cabe ressaltar que o administrador tem papel primordial 
na estruturação deste item, como aliás em todas as regras de convivência 
coletiva. Podemos elencar duas situações: a primeira, quando são poucas as 
empresas e elas definem através dos membros de suas CIPA ou designados, 
conforme estabelece o item, os mecanismos de integração; a segunda, quando 
são muitas as empresas, tornando-se necessária uma atitude proativa por 
parte da administradora. 
 
Manual: Os Fiscais do Trabalho irão verificar o cumprimento das regras de 
participação de um centro comercial (Shopping) ou industrial de duas formas. A 
primeira será quando a empresa administradora ou as empresas “conviventes” 
já tiverem definidos os mecanismos e estes se encontrarem em adequado 
funcionamento. Neste caso, os Fiscais do Trabalho poderão discutir a eficácia 
dos procedimentos, no sentido de contribuir, mas nunca poderão autuar por 
 17 
discordância, já que os mecanismos não foram definidos na Norma. O segundo 
caso se dá quando os mecanismos não foram definidos. Caberá então uma 
notificaçãopara que o sejam. Neste caso, cada empresa e a administradora, se 
houver, devem ser notificadas. A notificação pode ser feita por ofício individual 
a todas elas, num procedimento de fiscalização indireta, ou através da 
fiscalização direta a cada uma. Não caberá uma notificação somente à 
administradora porque não é sua responsabilidade objetiva. 
 
 
2.3. Da Organização 
 
Item 5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos 
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta 
NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores 
econômicos específicos. 
 
Manual: A CIPA terá dimensionamento paritário, a menos que se estabeleça 
de outra forma em negociações nacionais submetidas à Comissão Tripartite 
Paritária Permanente - CTPP, conforme estabelece a Portaria SSST/MTE nº 9, 
de 23 de fevereiro de 1999. A composição paritária da CIPA tem importância 
por consolidá-la como uma instância de análise e negociação das questões de 
segurança e saúde no local de trabalho. 
 
Manual: A CIPA não segue mais critério do Grau de Risco mas ele ainda 
permanece para outras NR. Os setores econômicos, que se encontram no 
Quadro II, foram englobados por semelhança das atividades, em primeiro lugar, 
e por critérios de semelhança de âmbitos de negociação coletiva. O 
empregador pode reconduzir seus representantes para mais de dois mandatos. 
 
Item 5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão 
por eles designados. 
 
Item 5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão 
eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de 
filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. 
 
Manual: O empregado, se assim desejar, poderá abster-se de votar na eleição 
dos representantes da CIPA. Os suplentes, cujo quantitativo está estabelecido 
no Quadro I, são aqueles eleitos com número de votos imediatamente inferior 
aos titulares. 
 
Item 5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando 
a ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento 
previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em 
atos normativos de setores econômicos específicos. 
 
Manual: Caso haja previsão de dimensionamento diferente para setores 
econômicos em outras Normas Regulamentadoras estas têm precedência ao 
estabelecido na NR 5. 
 
 18 
Item 5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a 
empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, 
podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através 
de negociação coletiva. 
 
Manual: Conforme estabelece o item, qualquer empresa de qualquer ramo de 
atividade que não esteja obrigada a constituir CIPA para determinado 
estabelecimento deverá possuir nele o designado. O responsável pelo 
cumprimento desta NR será designado pela empresa, podendo a definição dos 
mecanismos de participação dos empregados ser objeto de negociação interna 
no estabelecimento ou através de Acordo ou Convenção Coletiva. 
 
Item 5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, 
permitida uma reeleição. 
 
Manual: Reeleição é a eleição subsequente, ou seja, o empregado foi eleito 
para o mandato referente ao ano de 1999 e reeleito para o ano 2.000. Ele está 
formalmente impedido de se candidatar ao mandato referente ao ano 2.001. 
Porque seria a segunda reeleição, mas não há nenhum impedimento que ele 
venha a se candidatar novamente para a eleição de 2.002, voltando a valer a 
mesma regra anterior. 
 
Manual: Se houver candidatos insuficientes para a eleição o fato deve ser 
comunicado ao órgão descentralizado do MTE, que avaliará e definirá caso a 
caso. 
 
Manual: No caso de prestação de serviços com atividades em períodos 
menores que um ano em determinado estabelecimento o órgão 
descentralizado do MTE avaliará e definirá, caso a caso. 
 
Item 5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado 
eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes 
desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. 
 
Manual: O texto é o contido no Artigo 10º , do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, que tem seu entendimento explicitado em várias 
decisões judiciais, especialmente no Enunciado TST nº 393. Conforme a 
jurisprudência, têm garantia de emprego os titulares e os suplentes eleitos. 
 
Manual: Caso desejar sair da empresa, o empregado deverá primeiramente 
solicitar por escrito sua renúncia ao mandato da CIPA ou ao direito da garantia 
de emprego, quando o mandato já houver encerrado. A empresa deverá enviar 
correspondência ao MTE, comunicando o fato e a substituição do membro da 
CIPA pelo suplente. A empresa poderá efetivar o acordo junto ao sindicato da 
categoria. O número de suplentes, constante no Quadro I, deve ser mantido 
com a nomeação do próximo candidato mais votado, conforme a ata de 
eleição. 
 
Item 5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não 
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a 
 19 
transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o 
disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT. 
 
Manual: O artigo 469 da CLT estabelece: 
Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para 
localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando 
transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu 
domicílio. 
§ lº. Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que 
exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como 
condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real 
necessidade de serviço. 
§ 2º. É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em 
que trabalhar o empregado. 
 
Item 5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a 
representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções 
de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. 
 
Manual: Este item garante a representação dos indicados pelo empregador, os 
quais, ainda que sob consulta, pois também são empregados, devem 
encaminhar adequadamente as questões negociadas na CIPA. 
 
Item 5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da 
CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o 
vice-presidente. 
 
Manual: A redação consta da CLT - artigo 164, parágrafo 5º. 
 
Item 5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no 
primeiro dia útil após o término do mandato anterior. 
 
Manual: Quando não houver mandato anterior, a posse ocorrerá em data 
estabelecida no edital de convocação para as eleições. 
 
Item 5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um 
secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo 
neste caso necessária a concordância do empregador. 
 
Manual: A anuência do empregador só se faz necessária se o secretário não 
for membro da CIPA, será entretanto de bom princípio, a comunicação ao 
empregador sobre quem será o secretário, em função das atribuições que lhe 
serão delegadas. 
 
Manual: A consulta ao empregador pode ser feita pelo próprio presidente da 
CIPA e não precisa ser formalizada por escrito, pode ser uma consulta 
informal. 
 
Manual: O Secretário e seu substituto só terão direito à garantia de emprego 
quando forem membros eleitos da CIPA. 
 20 
 
Item 5.14 A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo 
as atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, 
deve ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do 
Trabalho e Emprego. 
 
Manual: O livro de Atas não precisam mais existir, porém as Atas continuam 
sendo obrigatórias. O procedimento deverá ser efetivado para todos os 
mandatos. 
 
Item 5.14.1 A documentação indicada no item 5.14 deve ser encaminhadaao 
Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada. 
 
Item 5.14.2 O empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse 
aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. 
 
Item 5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem 
como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do 
mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados 
da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do 
estabelecimento 
 
Manual: Ainda que a empresa tenha o seu número de empregados reduzido 
ela deverá manter a representação adequada ao número de trabalhadores que 
possuía no início do mandato. O número de representantes também não será 
ampliado quando o número de empregados aumentar. A situação inicial é 
mantida em qualquer circunstância, salvo se houver encerramento das 
atividades no estabelecimento. Nesse caso o mandato da CIPA é considerado 
encerrado. Este mesmo critério é válido para as empreiteiras e prestadoras de 
serviço. 
 
 
2.4. Das Atribuições 
 
5.16 A CIPA terá por atribuição: 
 
a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de 
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com 
assessoria do SESMT, onde houver; 
 
Manual: A CIPA não tem como atribuição fazer avaliações quantitativas para 
identificação dos riscos. A atribuição de medir e quantificar é do SESMT, ou do 
responsável pelo PPRA. A CIPA deve identificar os riscos para poder elaborar 
o mapa de riscos que é uma metodologia de avaliação qualitativa e 
subjetiva dos riscos presentes no trabalho. 
 
Manual: A NR 5 não mais estabelece a metodologia, ficando aberta a 
utilização de metodologias mais avançadas. Nada impede que se siga o 
estabelecido na antiga NR 5. 
 
 21 
b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução 
de problemas de segurança e saúde no trabalho; 
 
Manual: A CIPA deverá fazer um plano de trabalho simples o qual conterá 
objetivos, metas, cronograma de execução e estratégia de ação. A elaboração 
de plano do trabalho foi escolhida dentro da visão de que a CIPA deve ser uma 
comissão proativa, que pretenda efetivamente contribuir, dentro de suas 
possibilidades, para a melhoria das condições de trabalho. Cabe ressaltar que 
o mesmo pode estar estruturado na própria ata, não necessitando constituir 
documento separado. É importante que a empresa garanta aos membros da 
CIPA o tempo necessário para que este plano seja elaborado e monitorado. 
 
c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação 
nos locais de trabalho; 
 
Manual: A CIPA deve participar da implementação e controle das medidas de 
proteção uma vez que o conhecimento da realidade do trabalho é fundamental 
para que se estabeleça controle dos riscos. 
 
d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de 
trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos 
para a segurança e saúde dos trabalhadores; 
 
e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas 
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram 
identificadas; 
 
f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde 
no trabalho; 
 
Manual: A melhor forma de despertar o interesse dos trabalhadores para a 
segurança e saúde é através da divulgação de informações. 
 
g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo 
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e 
processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos 
trabalhadores; 
 
Manual: Item importante num mundo onde as transformações tecnológicas e 
administrativas estão na pauta do dia, inserindo na realidade do trabalho novos 
perigos e riscos, que precisam ser conhecidos e avaliados pelo SESMT, 
quando houver, com a participação da CIPA. 
 
h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação 
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à 
segurança e saúde dos trabalhadores; 
 
Manual: A paralisação das atividades está consignada na Convenção 155 da 
Organização Internacional do Trabalho OIT e na NR 09, da Portaria 3214/78. 
 22 
 
“art. 13 – Em conformidade com a prática e as condições nacionais, deverá ser 
protegido, de conseqüências injustificadas, todo trabalhador que julgar 
necessário interromper uma situação de trabalho por considerar, por motivos 
razoáveis, que ela envolve um perigo iminente e grave para sua vida ou sua 
saúde”. (Convenção OIT 155, de 1981, aprovada no Brasil pelo Decreto 
Legislativo n° 2, de 17.03.92, do Congresso Nacional; ratificado em 18.05.92, 
vigente em 18.05.93).v 
 
9.6.3 – O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais 
nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um 
ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato suas 
atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas 
providências”. 
(NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, PT SSST n° 25, de 
29.12.94 (DOU de 30.12.94, republicada no de 15.02.95). 
 
Manual: O Plano de Trabalho da CIPA deverá estar em sintonia com os 
programas de prevenção adotados pela empresa, para tanto é importante que 
os responsáveis pela elaboração do PCMSO e PPRA contem com a 
colaboração da Comissão quando do desenvolvimento e implantação desses 
programas. 
 
i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e 
de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; 
j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, 
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, 
relativas à segurança e saúde no trabalho; 
l) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o 
empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de 
trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados; 
m) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que 
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; 
n) Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; 
o) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a 
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; 
 
Manual: A CIPA é a instância de prevenção de acidentes dentro das 
empresas. Deve conhecer o perfil acidentário da mesma. É importante 
acrescentar que a CAT é emitida, segundo a lei n.º 2173, em quatro vias, 
sendo uma para a empresa, uma para o INSS, uma para o empregado 
acidentado e outra para o sindicato que o representa. 
 
p) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de 
Prevenção da AIDS; 
 
Item 5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios 
necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente 
para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. 
 
 23 
Manual: O tempo e os meios necessários para o desempenho das funções 
previstas no Plano de Trabalho da CIPA, deverão ser garantidas pelo 
empregador. 
 
5.18 Cabe aos empregados: 
a) Participar da eleição de seus representantes; 
b) Colaborar com a gestão da CIPA; 
c) Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e 
apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; 
d) Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à 
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
 
5.19 Cabe ao Presidente da CIPA: 
a) Convocar os membros para as reuniões da CIPA; 
b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao 
SESMT, quando houver, as decisões da comissão; 
c) Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA; 
d) Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria; 
e) Delegar atribuições ao Vice-Presidente; 
 
5.20 Cabe ao Vice-Presidente: 
a) Executar atribuições que lhe forem delegadas; 
b) Substituir o Presidente nosseus impedimentos eventuais ou nos seus 
afastamentos temporários; 
 
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as 
seguintes atribuições: 
a) Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o 
desenvolvimento de seus trabalhos; 
b) Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os 
objetivos propostos sejam alcançados; 
c) Delegar atribuições aos membros da CIPA; 
d) Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; 
e) Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do 
estabelecimento; 
f) Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; 
g) Constituir a comissão eleitoral. 
 
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição: 
a) Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as 
para aprovação e assinatura dos membros presentes; 
b) Preparar as correspondências; e Outras que lhe forem conferidas. 
 
 
2.5. Do Funcionamento 
 
Item 5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o 
calendário preestabelecido. 
 
 24 
Manual: A CIPA deverá seguir o calendário previamente estabelecido, porque 
a situação pode gerar autuações, no caso da fiscalização comparecer ao 
estabelecimento na hora marcada e verificar que não haverá reunião. 
Entretanto, caso a CIPA não possa observar o calendário, por motivos 
justificados, a empresa deverá encaminhar comunicação contra recibo aos 
membros da CIPA e guardá-los para apresentação oportuna à fiscalização. 
 
Item 5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o 
expediente normal da empresa e em local apropriado. 
 
Manual: Entende-se como expediente normal da empresa aquele em que 
trabalham o maior número de empregados do estabelecimento. Caso a reunião 
ocorra fora do horário de trabalho do empregado membro da CIPA, o tempo da 
reunião deve ser considerado como de trabalho efetivo. 
 
Manual: Local apropriado é aquele que forneça condições para a efetivação de 
uma reunião. Deve haver cadeiras, mesa, ser limpo e permitir a concentração 
necessária. 
 
Item 5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com 
encaminhamento de cópias para todos os membros. 
 
Manual: Os comprovantes de entrega de cópia das atas a todos os membros 
da CIPA, deverão ficar à disposição dos Fiscais do Trabalho. 
 
Item 5.26 As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização 
do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
Item 5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando: 
 
a) Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine 
aplicação de medidas corretivas de emergência; 
 
Manual: Denúncias provenientes da CIPA e dos trabalhadores. As situações 
podem também se relacionar a eventos da natureza ou de situações de 
entorno que possam afetar o estabelecimento. Podemos citar como exemplo a 
suspeita de rompimento de barragem, a ocorrência iminente de inundação, 
entre outros. 
 
b) Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; 
 
Manual: A reunião extraordinária, no caso de acidente fatal, deve se dar o mais 
cedo, sempre que possível, antes das modificações do local onde o acidente 
ocorreu. 
 
c) Houver solicitação expressa de uma das representações. 
 
Item 5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. 
 
 25 
Item 5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação 
direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a 
ocorrência na ata da reunião. 
 
Manual: A mediação pode ser feita por pessoa ou entidade que conte com o 
aceite das duas partes. Pode ser alguém da própria empresa, de um dos 
sindicatos - quer representantes dos trabalhadores quer das empresas - pode 
ser um membro das comissões tripartites ou bipartites, quando existentes, ou 
mesmo o órgão regional do MTE. 
 
Item 5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante 
requerimento justificado. 
 
Manual: A reconsideração relativa às decisões podem ser de iniciativa do 
empregador, de um trabalhador ou de grupo deles. A reconsideração deve ser 
encaminhado à CIPA . 
 
Item 5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a 
próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o 
Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários. 
 
Item 5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, 
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. 
 
Item 5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será 
suprida por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada 
na ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada 
do Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos. 
 
Manual: A suplência não é específica de cada titular, portanto deve ser 
observada a ordem decrescente de votos constante na ata de eleição. 
 
Item 5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador 
indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros 
da CIPA. 
 
Manual: O empregador pode substituir o presidente da CIPA por empregado 
que não seja membro da CIPA. No caso de substituição por pessoa não 
integrante, deverá ser promovido seu treinamento, seguindo o princípio 
estabelecido para o primeiro mandato da CIPA, ou seja, deve ser realizado até 
trinta dias após a data da substituição. 
 
Item 5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros 
titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus 
titulares, em dois dias úteis. 
 
Item 5.31.3 Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o 
empregador deve realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as 
exigências estabelecidas para o processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, 
que devem ser reduzidos pela metade. 
 26 
 
Item 5.31.3.1 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário 
deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão. 
 
Item 5.31.3.2 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve 
ser realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da 
posse. 
 
 
 
2.6. Do Treinamento 
 
Item 5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, 
titulares e suplentes, antes da posse. 
 
Manual: O treinamento deverá ser repetido quando o trabalhador for 
novamente indicado ou reeleito ou mesmo quando o indicado ou eleito já 
houver feito o curso anteriormente, em outro estabelecimento ou em outra 
empresa. O curso deve ser realizado para cada membro de cada mandato da 
CIPA . 
 
Manual: Profissionais titulados em matérias de segurança e saúde no trabalho 
deverão fazer o curso da CIPA se houverem sido eleitos ou indicados para a 
CIPA. O curso tem eminente caráter de treinamento mas é também uma 
oportunidade de firmar laços para a consecução dos objetivos da comissão. 
 
Item 5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no 
prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. 
 
Manual: Refere-se ao primeiro mandato no estabelecimento. É ponto de vista 
administrativo que o período de trinta dias valha também para a formação do 
presidente substituto quando esse não fizer parte da CIPA. 
 
Item 5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão 
anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do 
objetivo desta NR. 
 
Manual: O treinamento é equivalente em conteúdo àquele ministrado para os 
membros da CIPA sendo que a carga horária poderá ser negociada por Acordo 
ou Convenção Coletiva. 
 
Item 5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os 
seguintes itens: 
 
Manual: O treinamento da CIPA teve seu escopo transformado, visando a que 
o trabalhador compreenda o processo produtivo e seus principais riscos. 
 
a) Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos 
originados do processo produtivo; 
 
 27 
Manual: O item tem o objetivofazer com que os trabalhadores compreendam o 
ambiente e as condições de trabalho da empresa, inclusive, quanto aos 
critérios relacionados à organização do trabalho. 
 
b) Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do 
trabalho; 
 
Manual: É importante que o método escolhido seja participativo e que se 
proponha a buscar causas intervenientes, com o objetivo de eliminá-las ou de 
inserir barreiras protetoras, e não com o objetivo de classificar de forma 
simplória o acidente, que é sempre complexo, e, muito menos, de buscar 
configurar culpados. 
 
c) Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de 
exposição aos riscos existentes na empresa; 
 
Manual: Estudo dos casos clássicos de acidentes que tenham ocorrido na 
empresa ou em similares. O estudo das possibilidades de acidentes também se 
faz promissor. 
 
d) Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e 
medidas de prevenção; 
 
e) Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
 
Manual: Noções básicas das Normas Regulamentadoras e Acordos e 
Convenções Coletivas relacionados à segurança e saúde. Estudos básicos da 
legislação previdênciária, em especial os itens que tratam do Acidente de 
Trabalho. 
 
f) Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos 
riscos; 
 
g) Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das 
atribuições da Comissão. 
 
 
Item 5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no 
máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da 
empresa. 
 
Item 5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, 
entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua 
conhecimentos sobre os temas ministrados. 
 
Item 5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive 
quanto à entidade ou profissional que o ministrará, constando sua 
manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional 
que ministrará o treinamento. 
 28 
 
Item 5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens 
relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do 
Trabalho e Emprego, determinará a complementação ou a realização de outro, 
que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência 
da empresa sobre a decisão. 
 
Manual: Não haverá credenciamento do profissional ou instituição que vai 
ministrar o curso para a CIPA. A avaliação do profissional ou instituição será 
feito pela própria CIPA. O Ministério do Trabalho e Emprego agirá no caso de 
denúncias de irregularidades e poderá determinar a realização de outro curso 
ou de complementação, caso o efetuado tenha sido incompleto. 
 
Manual: No caso de primeiro mandato a própria CIPA deve ser ouvida já na 
reunião de posse. O curso, nesse caso, poderá ser realizado até trinta dias 
após a posse. No caso de comissões subsequentes a CIPA que está 
encerrando o mandato deve ser ouvida na última reunião sobre a entidade ou o 
profissional que ministrará o curso. 
 
 
2.7. Do Processo Eleitoral 
 
Item 5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos 
representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) 
dias antes do término do mandato em curso. 
 
Manual: A responsabilidade pela convocação da CIPA é do empregador. Se 
não há convocação dentro do prazo adequado ele se sujeita a multa, em valor 
estipulado em norma. 
 
Item 5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do 
processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional. 
 
Manual: A forma de comunicação não está definida, mas deverá ter 
comprovação para efeito de fiscalização do MTE. A mesma deve ser efetivada 
quando do inicio do processo eleitoral, ou seja, quando da convocação pela 
empresa, no mínimo sessenta dias antes da posse. 
 
Item 5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus 
membros, no prazo mínimo de 55 (cinqüenta e cinco) dias antes do término do 
mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela 
organização e acompanhamento do processo eleitoral. 
 
Manual: A comissão é responsável pelo processo. Deve acompanhar as 
inscrições, divulgar os inscritos, rubricar as cédulas; acompanhar a votação; 
guardar as cédulas caso a apuração não seja imediata; efetivar a apuração e 
declarar os eleitos, titulares e suplentes. 
 
Item 5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral 
será constituída pela empresa. 
 29 
 
Item 5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições: 
 
a) Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e 
visualização, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do 
término do mandato em curso; 
 
Manual: A publicação e divulgação deve ser efetivada de forma que a maioria 
dos trabalhadores tomem conhecimento do desencadeamento do processo de 
eleição. O prazo de quarenta e cinco dias deve ser observado para permitir que 
os empregados se candidatem e que possam efetivamente participar do 
processo. Após o encerramento das inscrições, a comissão eleitoral deverá dar 
ampla divulgação dos candidatos. 
 
b) Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para 
inscrição será de quinze dias; 
 
Manual: As inscrições deve ser individuais e mantidas abertas por pelo menos 
quinze dias, de forma a garantir a possibilidade de participação de todos os 
empregados que assim o desejarem. 
 
c) Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, 
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento 
de comprovante; 
 
Manual: Conforme estabelece o item as inscrições devem ser livres com 
fornecimento de comprovante, que deve conter a data da efetivação do ato e a 
assinatura de quem a recebeu. 
 
Manual: Em estabelecimentos que possuam áreas ou setores cujo risco 
potencial de acidentes ou doenças do trabalho se diferenciem dos demais é 
importante que sejam estimuladas as inscrições de representantes destes 
locais de trabalho. 
 
d) Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição; 
 
Manual: Como o artigo 10º dos ADCT define que a garantia de emprego deve 
ser a partir da inscrição é implícito que ficam garantidos, transitoriamente, os 
empregos de todos os candidatos, pois antes da eleição não se sabe quem vai 
ser eleito. 
 
e) Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do 
término do mandato da CIPA, quando houver; 
 
f) Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os 
horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria 
dos empregados. 
 
Manual: As eleições devem respeitar os turnos de trabalho, quando houver. No 
caso de empresas onde os trabalhadores não permanecem nos 
 30 
estabelecimento é possível a utilização de urnas “itinerantes” de forma a 
garantir maior participação. 
 
g) Voto secreto; 
 
h) Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com 
acompanhamento de representante do empregador e dos empregados, 
em número a ser definido pela comissão eleitoral; 
 
Manual: Ocorrendo eleição em mais de um dia ou em não havendo 
possibilidade de apuração no término da votação, a Comissão Eleitoral - CE 
deve garantir a guarda segura dos votos. 
 
i) Faculdade de eleição por meios eletrônicos; 
 
Manual: O meio eletrônico deverá manter a inviolabilidade do voto, garantindo 
a vontade manifesta do votante e a posterior avaliação das informações, que 
devem ser guardadas, de forma acessível à fiscalização do trabalho, pelo 
período mínimo de cinco anos. 
 
j) Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, 
por um período mínimo de cinco anos. 
 
Item 5.41 Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados 
na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá 
organizar outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de dez dias. 
 
Item5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas 
na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos 
novos membros da CIPA. 
 
Item 5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e 
Emprego, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua 
correção ou proceder a anulação quando for o caso. 
 
Manual: A Portaria MTE 82 estabelece o prazo de 60 dias para a anulação, 
que deve ser formal e os prazos devem começar a contar a partir do dia 
seguinte do conhecimento, também formal, do empregador sobre o fato. 
 
Item 5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo 
de cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. 
 
Manual: Nesse caso são reabertos todos os prazos anteriormente definidos e 
devem ser observadas novamente todas as regras estabelecidas. 
 
Item 5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, 
ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a 
complementação do processo eleitoral. 
 
 31 
Item 5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os 
candidatos mais votados. 
 
Item 5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de 
serviço no estabelecimento. 
 
Item 5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de 
eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação 
posterior, em caso de vacância de suplentes. 
 
Manual: Assumirá o candidato mais votado que na ocasião da vacância for 
empregado do estabelecimento. 
 
 
2.8. Das Contratantes e Contratadas 
 
Item 5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de 
serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o 
local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades. 
 
Manual: O dimensionamento da CIPA, para as empreiteiras ou empresas 
prestadoras de serviço, é calculado com base no número de seus empregados 
em cada estabelecimento, separadamente, não podendo ser somados com os 
empregados do estabelecimento onde prestam seus serviços, ou dos demais 
estabelecimentos, ou da sede da empresa, sendo que estabelecimento é o 
local onde os empregados estejam exercendo suas atividades. 
 
Item 5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo 
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em 
conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos 
de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às 
decisões das CIPA existentes no estabelecimento. 
 
Item 5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo 
estabelecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de 
prevenção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, 
de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e 
saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento 
 
Item 5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as 
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores 
lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos 
presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção 
adequadas. 
 
Item 5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para 
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu 
estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho. 
 
 32 
Manual: Os itens 5.47, 5.48, 5.49 e 5.50, tratam da relação e das 
responsabilidades de contratantes e contratadas. A norma responsabiliza, 
solidariamente, contratantes e contratadas na criação de mecanismos de 
integração de políticas de segurança e saúde e de CIPA ou designados, de 
forma a garantir o mesmo nível de proteção a todos os trabalhadores do 
estabelecimento. A contratante deve: repassar as informações sobre os riscos 
presentes nos ambientes de trabalho às contratadas, às CIPA ou Designados e 
aos demais trabalhadores do estabelecimento; definir as medidas de proteção 
adequadas aos riscos da empresa e acompanhar a implementação das 
medidas indicadas. A forma como se dará o cumprimento desses itens deverá 
ser definida pela empresa ou estabelecida em acordos e convenções coletivas. 
 
 
2.9. Disposições Finais 
 
Item 5.51 (revogado). 
 
Manual: Este item refere-se a Portaria que estabelece os critérios, os níveis e 
as possibilidades de negociação que buscarão adequar melhor os critérios 
relativos às CIPA às diversas realidades dos setores econômicos e mesmo às 
várias realidades geográficas de tais setores. 
 
Manual: Quando houver itens relativos à CIPA em normas de setores 
econômicos específicos, esses têm prioridade sobre o que define a NR 5. Para 
aqueles itens não disciplinados na norma específica, devem ser observados o 
que dispõe a NR 5. 
 
Manual: As portarias que estabeleçam dispositivos relacionados à CIPA para 
setores específicos, deverão explicitar os itens da NR 5, cujo cumprimento é 
obrigatório para aqueles setores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
 
 34 
3.1. O que é Segurança no Trabalho? 
 
 Segurança no trabalho é um conjunto de ciências e tecnologias que 
visam a proteção do trabalhador em seu ambiente de trabalho. O objetivo 
elementar da segurança no trabalho é a prevenção de acidentes. É uma área 
da engenharia e medicina do trabalho que constitui basicamente em identificar, 
avaliar e controlar situações de risco proporcionando, dessa forma, um 
ambiente mais seguro e saudável. 
 
 
 
 
 
3.2. Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil 
 
 Na Europa, em 1802, surge na Inglaterra a primeira lei de proteção ao 
trabalhador acidentado no exercício de suas funções; em 1862, acontece a 
regulamentação da Segurança e Higiene do Trabalho na França; em 1865, na 
Alemanha; e, em 1921, nos Estados Unidos. 
 No entanto, no Brasil, a proteção legal ao trabalhador é mais recente e 
vem se desenvolvendo nos últimos 50 anos. 
 
 Veja a linha histórica, que traz, os fatos históricos mais importantes no 
campo da segurança do trabalho no Brasil: 
 
 Em 1919 surge a primeira Lei de Acidentes do Trabalho no Brasil 
(Decreto Legislativo nº. 3.274 de 15/01/1919). Essa lei exige a 
reparação apenas em caso de “moléstia contraída pelo exercício do 
trabalho”. 
 35 
 Em 1934 surge a segunda Lei de Acidentes do Trabalho no Brasil 
(Decreto-Lei nº. 24.637 de 10/07). É reconhecida como acidente do 
trabalho a doença profissional atípica. 
 A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é apresentada à nação em 
1943. 
 Em 1953, a Portaria nº. 155 regulamenta a atuação das Comissões 
Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), no Brasil. 
 Em 1977, a Lei nº. 6.514, altera o Capitulo V do Titulo II da CLT, relativo 
à Segurança e Medicina do Trabalho. O artigo 163 torna obrigatória a 
constituição de CIPA. 
 A Portaria nº. 3.214, de 08/06/1978, aprova as Normas 
Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho, relativas à 
Segurança e Medicina do Trabalho. 
 Em 1992, através do Decreto nº. 611, da Presidência da Republica, dá 
nova redação ao regulamento dos benefícios da Previdência Social 
criando a estabilidade acidentária pelo período de 12 meses e torna 
contravenção penal, punível com multa, a empresa que deixar de 
cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho; 
 Em 1999, a Portaria nº. 8, de 23 de fevereiro, da Secretaria de 
Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, 
altera a Norma Regulamentadora nº. 05, que dispões sobre a Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes. O novo texto altera, 
consideravelmente, a antiga redação. Destacamos os principais: 
estabilidade dos suplentes eleitos, muda o dimensionamento da CIPA de 
grau de risco para ramo de atividade, atribuições comuns para 
presidente e vice, entre outras. 
 Em 1999, através da Portaria nº. 5.051, de 26 de fevereiro é aprovado o 
novo formulário para a CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho. 
 Ainda em 1999,através da Portaria nº 4, de 6 de outubro, da Secretaria 
de Inspeção, do MTE, são estabelecidos os códigos e normas de 
infrações para os subitens da NR-05. 
 Em 2001, pelo Decreto nº. 4.032, de 26 de novembro, altera o Decreto 
nº. 3.048, de 06 de maio de 1999. Neste Decreto surge o termo Perfil 
Profissiografico Previdenciário, pela primeira vez. 
 Em 2002, a Instrução Normativa nº. 78, de 16 de julho, recomenda o 
fornecimento do PPP a partir de 1º de janeiro de 2003. 
 No ano de 2003, pelo Decreto nº. 4.882, de 18 de novembro, o 
Regulamento da Previdência Social é alterado e passa a vigorar com 
algumas alterações importantes, tais como: a redefinição de “trabalho 
permanente”, recomenda que a metodologia de avaliações ambientais 
sejam o estabelecido pela Fundacentro, altera o limite de exposição do 
agente ruído para 85dB(A), determina que o INSS auditará a 
regularidade e a conformidade das demonstrações ambientais. 
 Em 2005, a Instrução Normativa nº. 86, de 3 de março, aprova a NR 31, 
de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, 
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura e dentre outros itens, 
apresenta o dimensionamento da CIPATR. 
 36 
 Em 2006, através da Lei nº. 11.430, de 26 de dezembro, o NTEP – Nexo 
Técnico Epidemiológico Previdenciário entre o trabalho e o agravo é 
introduzido. 
 No ano de 2007, o Decreto nº. 6.042, de 12 fevereiro, disciplina a 
plicação, acompanhamento e avaliação do Fator Acidentário de 
Prevenção (FAP) e do NTEP. 
 Em 2009, através da Portaria nº. 84, de 4 de março, do Ministério do 
Trabalho e emprego, é retirada a expressão “ato inseguro” e inserida a 
seguinte redação “elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde 
do trabalho, dando ciência aos empregados por meio de cartazes ou 
meios eletrônicos”. 
 Ao longo desse tempo, outras normas regulamentadoras (NR), foram 
publicadas pelo Ministério do Trabalho. Atualmente, temos 33 normas 
regulamentadoras de segurança e saúde do trabalho e outras em projeto 
e/ou consulta pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
 
 38 
4.1. Definição Legal e Prevencionista de Acidente do Trabalho 
 
 De acordo com a lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, que alterou 
outras leis e dispositivos legais contidos em legislações anteriores diz que: 
 "O acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, 
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da 
capacidade para o trabalho." 
 Desde 1930, época em que foi criado o Ministério do Trabalho no País, 
já se considerava um "conceito prevencionista" para "acidente do trabalho". O 
conceito prevencionista para acidente do trabalho pode ser definido como toda 
ocorrência indesejável que interfere no andamento normal do trabalho. 
 Na verdade, o conceito prevencionista, traduz com mais clareza tudo o 
que cerca um acidente do trabalho, veja: 
 
 Os acidentes do trabalho são ocorrências indesejáveis à empresa e ao 
trabalhador; 
 Paralisam ou causam perda de tempo na execução da atividade do setor 
podendo se alastrar para outros setores e atividades; 
 Causam prejuízos às empresas; 
 Causam lesões nos trabalhadores (leves ou graves) ou até mesmo a 
morte; 
 
 
 
 
 
 
 
 39 
4.2. Classificação dos Acidentes do Trabalho 
 
 Os acidentes do trabalho podem ser classificados em acidentes típicos, 
acidentes de trajeto e doenças ocupacionais ou doenças do trabalho. 
 
 
4.2.1. Acidentes Típicos 
 
 Os acidentes do trabalho típicos são aqueles que ocorrem no local de 
trabalho (espaço físico da empresa) ou ainda nos casos em que o trabalhador 
(empregado) está à serviço da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
4.2.2. Acidentes de Trajeto 
 
 Os acidentes de trajeto são aqueles que ocorrem no trajeto entre a 
residência e o local de trabalho ou vice-versa e ainda nos casos em que o 
acidente ocorre no intervalo para as refeições e nos casos específicos em que 
a empresa não oferece local interno adequado à realização das refeições. Vide 
artigo 216 da IN INSS/DC n.57 de 10/10/2001. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.3. Doenças Ocupacionais ou Doenças do Trabalho 
 
 São caracterizados como acidentes do trabalho as doenças 
ocupacionais ou doenças do trabalho. 
 a) Doenças Ocupacionais (ou profissional): são aquelas produzidas 
ou desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar ou inerente a 
determinada atividade dispensando a necessidade da comprovação do nexo 
causal. 
 b) Doenças do Trabalho: as doenças do trabalho diferenciam-se das 
doenças ocupacionais em vários pontos. Ela resulta de condições especiais em 
que o trabalho é exercido e com ele relaciona-se diretamente. Sendo uma 
doença genérica (que acomete qualquer pessoa), exige a comprovação do 
nexo causal em que a mesma foi adquirida pelo exercício do trabalho. 
 
 41 
 
 
 
4.3. Equiparação a Acidente do Trabalho 
 
 Segundo a lei nº. 8.213, de 24 de junho de 1991, em seu artigo nº. 21, 
equiparam-se a acidente do trabalho os seguintes casos: 
 
 O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa 
única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para 
redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido 
lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; 
 O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em 
conseqüência de ato de agressão, sabotagem, terrorismo praticado por 
terceiro ou companheiro de trabalho, ofensa física intencional, inclusive 
de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho, ato de 
imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de 
companheiro de trabalho; 
 Ato de pessoa privada do uso da razão; 
 Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou 
decorrentes de força maior; 
 A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no 
exercício de sua atividade; 
 O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de 
trabalho; 
 O acidente sofrido na execução de ordem ou na realização de serviço 
sob a autoridade da empresa; 
 42 
 Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito; 
 Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando 
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da 
mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, 
inclusive veículo de propriedade do segurado; 
 No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, 
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de 
propriedade do segurado. 
 Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da 
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou 
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 
 
4.3.1. Incidentes 
 
 Podemos definir como incidente toda ocorrência que atinge 
exclusivamente objetos, provocando, portanto, prejuízos materiais. Exemplo: a 
queda de um material de uma ponte rolante, sem atingir os trabalhadores, é 
caracterizada como um incidente. 
 Os incidentes sinalizam que há alguma coisa errada no ambiente de 
trabalho e sua observação e análise, pela CIPA, contribui sensivelmente para a 
melhoria dos locais de trabalho, sempre com o objetivo de prevenir acidentes. 
 
 
4.4. Comunicação do Acidente do Trabalho 
 
 Todo acidente do trabalho deve ser comunicado pela empresa. Essa 
comunicação é feita através da CAT. 
 A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente 
na Lei nº. 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei 
nº. 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº. 2.172/97. 
 A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência 
Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de 
morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre 
o limite mínimoe o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente 
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. 
 Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o 
completo e exato preenchimento do formulário, tendo em vista as informações 
nele contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico e 
epidemiológico, mas também trabalhista e social. 
 A Comunicação de Acidente do Trabalho pode ser emitida pelo: 
 
 Empregador; 
 Sindicato; 
 Médico; 
 Segurado ou seus dependentes; 
 Autoridade publica; 
 
 Existem três tipos de CAT, conforme segue: 
 
 43 
 a) Inicial: se refere à primeira comunicação de acidente ou doença do 
trabalho. 
 b) Reabertura: deve ser emitida quando houver reinício de tratamento ou 
afastamento por agravamento da lesão (acidente ou doença comunicado 
anteriormente ao INSS. 
 c) Comunicação de Óbito: refere-se à comunicação do óbito, em 
decorrência de acidente do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial. 
Deverá ser anexada a cópia da Certidão de Óbito e, quando houver, do laudo 
de necropsia. Os acidentes com morte imediata são comunicados por CAT 
inicial. 
 A CAT constitui-se num documento com 63 campos para 
preenchimento. São inseridas informações relativas ao emitente, ao 
acidentado, informações relativas ao acidente ou doença, as testemunhas, ao 
atestado médico, e completada com informações inseridas exclusivamente pelo 
INSS. Sua emissão deve ser feita em 6 vias e devidamente entregues, 
conforme segue: 
 
 INSS 
 à empresa 
 ao segurado ou dependente 
 ao sindicato de classe do trabalhador 
 ao SUS – Sistema Único de Saúde 
 à DRT – Delegacia Regional do Trabalho 
 
 A Comunicação de Acidente do Trabalho pode ser feita pela internet 
utilizando o aplicativo exclusivo disponibilizado pela Previdência Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44 
4.5. Custos dos Acidentes do Trabalho 
 
 Vimos em "Conceito Legal e Prevencionista de Acidente do Trabalho" 
que além dos danos humanos, os acidentes do trabalho podem gerar danos 
materiais à empresa e ao empregado. 
 Muitos profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho usam 
análises de custos de acidentes do trabalho para justificar a indispensável 
necessidade de investir em prevenção de acidentes e doenças ocupacionais ou 
do trabalho. 
 A FUNDACENTRO (Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de 
Segurança e Saúde do Trabalho), por meio de uma pesquisa recente, revelou a 
necessidade de modificar os conceitos tradicionais de custos de acidentes, 
com enfoque prático, denominada custo efetivo dos acidentes do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 onde: 
 
Ce = custo efetivo do acidente 
C = custo do acidente 
i = indenizações e ressarcimentos recebidos por meio de seguro ou de 
terceiros (valor liquido) 
 
 e: 
 
 
 
 
 
 45 
 
 onde: 
 
C1 = custo correspondente ao tempo de afastamento (até os 15 primeiros dias) 
em conseqüência de acidentes com lesão; 
C2 = custo referente aos reparos e reposições de máquinas, equipamentos e 
materiais danificados (acidentes com danos à propriedade); 
C3 = custos complementares relativos às lesões (assistência médica e 
primeiros socorros) e aos danos à propriedade (outros custos operacionais, 
como os resultantes de paralisações, manutenção e lucros interrompidos). 
 
 
 O custo de um acidente do trabalho está ligado diretamente a diversas 
grandezas como: 
 
 Graduação de gravidade; 
 Quantidade de trabalhadores envolvidos; 
 Extensão dos danos; 
 Atividade desenvolvida; 
 Processos de produção envolvidos na atividade; 
 Características específicas do produto gerado pela empresa; 
 
 
4.6. Estatísticas de Acidentes do Trabalho 
 
 A NBR 14.280 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 
estabelece os procedimentos de cadastro de acidentes do trabalho, além de 
definir critérios para registro, comunicação, estatística, investigação e análise 
dos acidentes e suas causas e consequências. A Norma Regulamentadora nº. 
04, do Ministério do Trabalho e Emprego, também torna compulsório o 
protocolo dos dados estatísticos referente aos acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais nas empresas junto ao TEM. 
 Para o SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do 
Trabalho) as estatísticas de acidentes do trabalho podem contribuir para 
identificar as deficiências da empresa no campo da prevenção e tornar possível 
ações que objetivam a prevenção e a saúde no ambiente de trabalho. 
 Vamos conhecer os parâmetros essenciais para a criação das 
estatísticas de acidentes: 
 
 horas-homem de exposição ao risco; 
 dias perdidos; 
 dias debitados; 
 taxa de frequência de acidentes; 
 taxa de gravidade dos acidentes; 
 
 
4.6.1. Horas-Homem de Exposição ao Risco (horas-homem) 
 
 Trata-se do somatório das horas durante as quais os empregados ficam 
à disposição do empregador, em determinado período, devendo ser 
 46 
consideradas as horas normais e extras. O cálculo é feito multiplicando-se o 
numero de empregados da empresa pelas horas de trabalho durante o mês. 
Considerando que a jornada de trabalho brasileira é de 8 horas diárias e 44 
semanais. 
 Assim, durante o mês o numero de horas trabalhadas é de 220 horas 
(44 x 5 semanas). 
 
 Exemplo: 
 
 Vamos considerar uma empresa com 100 empregados. 
 
220 horas mês x 100 empregados = 22.000 horas-homem de exposição ao 
risco 
 
 Se durante o mês houver 10% de trabalho extraordinário, teremos: 
 
22.000 + 10% de 22.000 = 24.200 horas-homem de exposição ao risco 
 
4.6.2. Dias Perdidos – DP 
 
 Os dias perdidos são aqueles em que o trabalhador ficou afastado em 
virtude da lesão pessoal provocada pelo acidente. Na contagem, o dia do 
acidente e o dia da volta ao trabalho não são contados. 
 
4.6.3. Dias Debitados – DB 
 
 São os dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, isto 
é, nos acidentes mais graves que deixam sequelas. 
 47 
 
 
 
 O quadro acima estabelece valores padronizados para os dias debitados 
a serem considerados na estatística em razão da gravidade e a extensão da 
incapacidade provocada pelo acidente. O referido quando foi proposto pela 
ANSI tendo sido adorado pela maioria dos países. 
 
4.6.4. Taxa de Freqüência - TF 
 
 A taxa de freqüência de acidentes é uma expressão que relaciona o 
numero de acidentes do trabalho com numero de horas-homem trabalhadas. A 
taxa de freqüência é calculada é calculada dividindo-se o numero de acidentes, 
 48 
multiplicado por 1.000.000 dividindo-se pelo numero de horas-homem 
trabalhadas por todos os que estão expostos ao risco durante o mesmo 
período. 
 
 
 
Onde: 
 
FA = taxa de freqüência de acidentes 
N = numero de acidentes 
H = horas-homem de exposição ao risco 
 
Importante: 
 
 A constante 1.000.000 corresponde a um parâmetro arbitrário de 
1.000.000 de horas-homem de exposição ao risco que permite a comparação 
da taxa entre as empresas. 
 
a) Taxa de Freqüência de acidentados com lesão com afastamento: 
A equação é idêntica, porem, o valor N nesse caso corresponde ao 
numero de acidentados como lesão e com afastamento. 
b) Taxa de Freqüência de acidentados com lesão sem afastamento: 
A equação é idêntica, porem, o valor N nesse caso corresponde ao 
numero de acidentados como lesão e sem afastamento. 
 
 Exemplo: 
 
 Uma empresa “x” com 1500 empregados, o numero de acidentes no 
mês foi igual a 6 (seis). Considerando que a jornada normal de trabalho no 
mês é de 220 horas, a taxa de frequência é: 
 
 
 
 49 
4.6.5. Taxa de Gravidade - TG 
 
 A taxa de gravidade fornece informações sobre as perdas por invalidez e 
morte resultantes dos acidentes do trabalho. Esse índice é calculado pela 
seguinte expressão: 
 
 
 
 
Onde: 
 
G = taxa de gravidade 
T = tempo computado 
H = horas-homem de exposição ao risco 
 
 Os dias perdidos por todos os acidentados vítimas de incapacidade 
permanente não devem ser considerados, mas apenas debitados, a não ser no 
caso do acidentado perder o numero de dias superior

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