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ARQUITETURA COMERCIAL Professora Me. Larissa Siqueira Camargo Professor Esp. Adriano Pereira Cardoso Professora Esp. Leticia Graziele Roque GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CAMARGO, Larissa Siqueira; CARDOSO, Adriano Pereira; ROQUE, Leticia Graziele. Arquitetura Comercial. Larissa Siqueira Camargo; Adriano Pereira Cardoso; Leticia Graziele Roque. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. Reimpresso em 2019. 180 p. “Graduação - EaD”. 1. Arquitetura. 2. Comercial. 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0537-0 CDD - 22 ed. 720 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Designer Educacional Maria Fernanda Vasconcelos Ana Claudia Salvadego Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Ellen Jeane da Silva Qualidade Textual Danielle Loddi Ana Carolina Martins Prado Ilustração Marta Sayuri Kakitani Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO RE S Professora Me. Larissa Siqueira Camargo Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) - 2014, com pesquisa na área de funcionalidade e qualidade habitacional. Especialista em Arte e Educação pela Faculdade de Cruzeiro do Oeste (FACO) - 2013 e em Docência no Ensino Superior pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) - 2015. Graduada em Tecnologia em Design de Interiores pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) - 2007. Atualmente é coordenadora e professora do curso de Tecnologia em Design de Interiores do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), coordenadora de cursos de especialização na área de Design de Interiores na mesma instituição. Integrante da Comissão Assessora de Área de Tecnologia em Design de Interiores do Enade 2015, no INEP. Desenvolve pesquisas na área de design social, ergonomia, design universal e materiais para designer de interiores. <http://lattes.cnpq.br/3951052633448090>. Professor Esp. Adriano Pereira Cardoso Especialista em Finanças pelo Instituto Paranaense de Ensino - 2011 e em Docência do Ensino Superior - 2016 pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). Graduado em Administração - 2009 pela Universidade do Noroeste do Paraná (Unespar) Campus FAFIPA/Paranavaí e em Tecnologia em Design de Interiores pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). Atualmente é professor mediador no curso de Tecnologia em Design de Interiores, modalidade EaD, do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). <http://lattes.cnpq.br/2622482684854955>. Professora Esp. Leticia Graziele Roque Especialista em Ambientação de Interiores: Tecnologia e Sustentabilidade pela Faculdade de Cruzeiro do Oeste (FACO) - 2014. Graduada em Design de Interiores pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) - 2013. Sócio-proprietária do escritório Design Coringa e professora mediadora no curso de Tecnologia em Design de Interiores, modalidade EaD, do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). <http://lattes.cnpq.br/6879787117295102>. SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo(a) ao livro de Arquitetura Comercial, onde apre- sentaremos a você um pouco mais sobre esse assunto que, a princípio, parece tão dis- tante da gestão de um comércio, loja, ou Ponto de Venda (PDV). Pois saiba que conhecer sobre o assunto, entendendo suas etapas, processos, suas representações, atribuições e pontos importantes, inclusive legais, faz parte do todo que cabe a um bomgestor de va- rejo. Para tanto, apresentaremos esse mundo a você, indicando qual é a sua participação e como pode ocorrer a sua contribuição em tal processo. Vamos lá! Na unidade I você irá conhecer os processos que precedem o projeto arquitetônico e de interiores, incluindo o briefing, que é o item mais importante, onde se estabelece quem é o cliente e os pontos principais do projeto, a partir do perfil criado. Seguidamente, vem o programa de necessidades, que, como o próprio nome já diz, é a definição de tudo que deve ser englobado para atender às reais necessidades do projeto, para de- pois começar o processo de criação, que também segue metodologias e fundamentos embasados cientificamente, assim como no estabelecimento do conceito do projeto. Após essa pré-etapa, iniciam-se as representações gráficas do projeto em si, e é esse o conteúdo da unidade II, onde serão apresentadas as formas de representação, indican- do o que são, como compreendê-las e para quê servem, e assim você poderá acompa- nhar o projeto efetivamente, fazendo as leituras dessas imagens. E para que o projeto seja bem realizado e atenda às suas funções reais, diversos elemen- tos precisam ser considerados e inclusos, os quais são tratados na unidade III, tornan- do possível que você não apenas acompanhe a elaboração por parte do profissional contratado para o projeto, mas também faça considerações e sugestões, tornando os elementos arquitetônicos e de todo o projeto de interiores do PDV mais atrativos aos clientes, inclusive estimulando a compra. Na unidade IV serão apresentadas as questões que envolvem conforto ambiental: ilumi- nação, acústica, térmica e ergonomia, conceitos que proporcionam melhor qualidade de conforto dentro dos PDVs e até economia na conta de energia, por meio de soluções no projeto, que vão da escolha de um material a ser aplicado, como uma lâmpada ou piso, por exemplo, ao tipo de instalação e dimensão adequada para cada situação. Tudo isso visando espaços ainda mais agradáveis aos clientes e também aos colaboradores. Por fim, na unidade V trataremos de questões legais relacionadas ao projeto de arqui- tetura comercial. Exatamente, são muitas as leis e normas a serem consideradas quan- do da elaboração de um ambiente para instalação de uma loja ou PDV, cabendo não somente ao profissional que fará o projeto e a execução do ambiente mas também ao gestor a responsabilidade de acompanhar a aplicação e respeito a essas normativas, que são cabíveis de multas e até suspensão do alvará. APRESENTAÇÃO ARQUITETURA COMERCIAL Entendemos que caberá ao gestor da loja ou PDV a contratação de um profissional adequado, com as atribuições cabíveis: arquiteto, engenheiro civil ou designer de interiores, para a elaboração do projeto e a sua devida execução, mas entendemos também que a contribuição desse gestor, quando melhor entende esses processos, pode ser muito benéfica ao resultado final, tornando o ambiente ainda mais eficaz, atendendo de forma mais plena aos resultados esperados. Ótimos estudos! APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I METODOLOGIA PROJETUAL 15 Introdução 16 Briefing 19 Programa de Necessidades 24 Processo Criativo 26 Etapas do Processo Criativo 29 Conceito 31 Considerações Finais 39 Referências 40 Gabarito UNIDADE II LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS 43 Introdução 44 Planta Baixa 50 Corte e Vista 53 Perspectivas 57 Modelos e Maquetes 62 Considerações Finais 69 Referências 70 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III PROJETO DE INTERIORES COMERCIAIS 73 Introdução 74 Elementos Construtivos 79 Espaço 85 Mobiliário e Equipamentos 90 Cores 97 Fachada 100 Considerações Finais 108 Referências 110 Gabarito UNIDADE IV CONFORTO AMBIENTAL 113 Introdução 114 Iluminação 131 Acústica 133 Térmica 136 Ergonomia 139 Considerações Finais 146 Referências 147 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V LEGISLAÇÃO APLICADA 151 Introdução 152 Responsabilidade Técnica - Reforma e Construção 157 Acessibilidade 164 Segurança Contra Incêndio e Pânico 171 Considerações Finais 176 Referências 179 Gabarito 180 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professora Esp. Leticia Graziele Roque METODOLOGIA PROJETUAL Objetivos de Aprendizagem ■ Entender a importância do briefing. ■ Compreender o processo e evolução do programa de necessidades. ■ Analisar a importância do processo criativo e aprender as suas etapas. ■ Conhecer a definição e relevância do conceito. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Briefing ■ Programa de Necessidades ■ Processo Criativo ■ Conceito INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à primeira unidade do nosso livro didático. Começamos destacando que os assuntos abordados são processos ini- ciais de qualquer projeto, composição ou produto de design. Como gestor(a) de um Ponto de Venda (PDV), conhecer esse conteúdo certamente contribuirá no momento em que estiver acompanhando a instalação do negócio, pois assim per- ceberá como se estabelece um projeto comercial e de qual maneira você poderá contribuir. Vamos compreender a importância de se estabelecer um bom relaciona- mento e conhecer verdadeiramente os anseios e necessidades de seus clientes e público-alvo, para que os resultados em projetos sejam o mais atrativos e asser- tivos possível. Também iremos conhecer toda a evolução e etapas de um programa de neces- sidades, que é uma das ferramentas utilizadas nesse processo inicial de projeto, utilizada como norteadora para todos os mobiliários, equipamentos, especifica- ções e outros elementos obrigatórios a serem inseridos no ambiente. Nesta unidade será apresentado o processo criativo, e vamos juntos perce- ber o quanto exercitar constantemente nosso cérebro é importante para que nos tornemos pessoas cada vez mais criativas. Veremos também quais são as eta- pas do processo criativo para que consigamos um melhor resultado em projeto para o nosso cliente. Por fim, iremos definir o que é conceito e o quanto o profissional responsável pelo projeto está encarregado de não apenas apresentar uma solução funcional e estética, mas também de determinar resultados que tragam significados intrín- secos aos usuários (clientes). Para obter um resultado compositivo satisfatório, é necessário conhecer deta- lhadamente cada uma dessas etapas e princípios, para então alcançar resultados em projetos que atendam às expectativas das pessoas. Por isso, a proposta da unidade foi a de apresentar exatamente os elementos iniciais do processo proje- tual, assim como explicar a importância de cada um deles para que você, como gestor(a), possa acompanhar essas etapas e contribuir ainda mais no andamento dessa fase. Bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 ©shutterstock METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 BRIEFING Caro(a) aluno(a), primeiramente, você sabe o que é briefing? Briefing é um conjunto de informações importantes em um processo criativo e uma etapa indispensável para iniciar qualquer projeto. É com essa ferramenta que o profissional contratado para a elaboração do projeto determina qual será o norte do seu trabalho, estabelecendo o perfil do cliente, do negócio e, assim, do projeto. A primeira etapa, em qualquer situação, é o contato entre o profissional res- ponsável pelo projeto (arquiteto, engenheiro, designer) e o cliente (proprietário da empresa ou um gestor responsável). A partir disso, alguns dados importan- tes são estabelecidos para que o briefing possa ser elaborado. É fundamental que você, caro(a) aluno(a), entenda que o levantamento de informações sobre o cliente não se faz apenas por meio de entrevistas e conversas verbais, mas tam- bématravés de observações (PHILLlPS, 2007). Não existe um modelo pronto para a elaboração de um briefing, assim como não é possível estabelecer um padrão de itens a serem levantados junto ao cliente para a elaboração de um projeto comercial. Porém, alguns pontos podem ser con- siderados como gerais para qualquer situação. Phillips (2007, p. 3) diz que um briefing bem elaborado deve ser “completo e útil” para então servir como “ponto de partida para a descoberta de conceitos criativos”. E o que seria um briefing com- pleto? Aquele que apresenta todas as informações necessárias para a elaboração do projeto, sem que ocorram dúvidas, atendendo às necessidades dos clientes. E um briefing útil é aquele que realmente servirá como base para todo o projeto. Briefing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Segundo Ching e Binggeli (2006, p. 48), “uma análise do problema exige que este seja decomposto, que as questões levantadas sejam esclarecidas e que sejam determinados valores aos vários aspectos do problema”. No momento de preencher um briefing, toda e qualquer informação é de suma importância. Quanto mais o profissional souber sobre o problema a ser resol- vido, melhor será o resultado do projeto. Afinal, é por meio desse material que o profissional terá a possibilidade de conhecer as necessidades, anseios e objetivos a serem alcançados, e o propósito é fundamental para entender a importância daquele projeto, e principalmente se a solução irá atender aos objetivos traçados. Para Ching e Binggeli (2006, p. 49), “a partir da análise do problema e de suas partes, podemos começar a formular possíveis soluções. Isso exige sinte- tizar, coletar e integrar respostas para várias questões e aspectos do problema em solução coerentes”, estruturando as informações onde as mesmas, inclusive, podem servir de inspiração criativa, por meio também da associação de ideias. O roteiro de um briefing deve conter informações sobre produtos (serviços), mercado, consumidores, objetivos e estratégias. Caro(a) aluno(a), para melhor exemplificar a importância de um bom briefing, imagine as possíveis respostas que o Papa Julius II poderia ter dado ao briefing de Michelangelo para a realização dos afrescos na Capela Sistina. Logo após cada frase, um comentário: O brainstorming ou sessão de “agitação” de ideias é realizado em grupo, composto de um líder e cerca de cinco membros regulares ou cinco con- vidados. Os membros regulares servem para dar ritmo ao processo e os membros convidados podem ser especialistas, que variam em função do problema a ser resolvido. De qualquer maneira, é importante haver também alguns não-especialistas no grupo, de modo a fugir da visão tradicional dos especialistas. Fonte: Baxter (2008, p. 66). METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Preciso que pinte o teto da Capela. Você pode fazer o que quiser. Este tipo de informação não dá ao Michelangelo a menor ideia do que fazer. Deixando toda a responsabilidade e decisão por conta do artista. Temos problemas sérios com infiltração no teto e nos foi indicado o seu tra- balho para resolver as manchas. Este briefing, além de não passar nenhuma informação relevante sobre o tra- balho a ser realizado, ainda sugere a ideia de não haver interesse na obra artística, e sim em uma solução momentânea. Preciso que pinte o teto com afrescos que descrevem a criação do mundo, Deus separando a luz das trevas, a criação de Adão, o pecado original e a expulsão do paraíso, o sacrifício de Noé e o dilúvio Universal, para o povo glorificar a Deus e seguir esses ensinamentos como lição e inspiração. Agora sim. Com todas essas informações, Michelangelo com certeza saberá o que fazer no teto da Capela Sistina e certamente tais referências o inspirarão a realizar um trabalho de qualidade. Assim como diz Baxter (2008, p. 53), “uma grande ideia criativa não surge no vácuo, mas quando houve esforço consciente da solução.” O briefing é uma impor- tante etapa para um processo criativo projetual de sucesso. A documentação do briefing é importante para evitar que o objetivo inicial não seja esquecido, assim como para evitar também que as informações não sejam distorcidas no decorrer do processo. Uma vez definido o problema, pode parecer que basta ter uma boa ideia para resolvê-lo automaticamente. As coisas não são bem assim, por isso é necessário também definir o tipo de solução que se quer atingir. (Bruno Munari) ©shutterstock Programa de Necessidades Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 PROGRAMA DE NECESSIDADES Para Mirian Gurgel (2005, p. 14-15), “a arquitetura de interiores aplicada a espa- ços comerciais deve analisar o contexto socioeconômico e cultural da empresa em questão, bem como sua estrutura de trabalho e, principalmente, sua imagem empresarial”. Na arquitetura, um programa de necessidades é uma importante etapa do desenvolvimento projetual. Afinal, é por meio dele que percebemos metodicamente os objetivos do projeto, podendo ser organizada em tópicos cada etapa a ser realizada. Dessa maneira, a autora pontua quais seriam os tópicos a serem estabelecidos dentro do programa de necessidades. OBJETIVOS Esta etapa, caro(a) aluno(a), tem como finalidade fazer o levantamento dos serviços a serem realizados, fixar os honorários profissionais a serem cumpridos e definir as fases projetuais necessárias. Deve-se definir os objetivos principais e que nortearão o projeto, sendo que esses objetivos devem ser estabelecidos a partir dos dados já levantados na etapa do briefing. Por exemplo, se no briefing estabeleceu-se que os clientes que frequentarem aquela instalação terão que aguardar por um período antes de serem atendidos, traça-se como um dos objetivos projetar uma sala de espera agradável, onde o tempo não seja sentido pelo cliente de forma tão intensa. METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 PROPÓSITOS DOS CLIENTES É importante conhecer a que público se destinará o projeto. Afinal, a funciona- lidade é um fator de extrema importância, assim como o levantamento correto das atividades que serão realizadas, as necessidades específicas envolvidas em cada ofício ali exercido e todos os equipamentos indispensáveis para o bom fun- cionamento do local. “Nessa etapa devem ser estudadas todas as características espaciais, com seus pontos de interesse e defeitos a serem escondidos ou camu- flados”, diz Gurgel (2005, p. 198). Para Morris (2010, p. 48), “conhecer a que público o projeto se destina é um momento vital no processo [...]; qualquer mal-entendido nessa fase irá compro- meter tempo, dinheiro e recursos, implicando em alto custo e falhas na etapa de desenvolvimento”. ANÁLISE DO LOCAL Não cabe ao profissional que elaborará o projeto de arquitetura comercial realizar a análise de localização da empresa, ou seja, estabelecer se o ponto é interessante para o negócio, mas este pode indicar se a instalação existente não exigirá mui- tas reformas e alterações, se o espaço físico existente comportará as estruturas de mobiliários e equipamentos essenciais, e mesmo se atende a legislações necessárias. Com o local escolhido, o levantamento para a elaboração do projeto deve ser minucioso, a fim de se estabelecer todas as reais necessidades e representar as propostas da maneira mais real ao espaço existente. DEFINIÇÃO DAS NECESSIDADES/ESTILO Gurgel (2005) pergunta: como deve ser expressa a relação direta entre o produto a ser vendido ou o serviço a ser oferecido e o espaço? Que mensagem deve ser lida por meio do projeto? E esses questionamentos devem ser feitos durante o processo de elaboração doprojeto. ©shutterstock Programa de Necessidades Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 Dessa maneira, deve-se levar em consideração todas as especificidades do local a ser projetado, tais como respeitar as cores padrão do local, se houver, os materiais e/ou elementos adequados ao segmento que está sendo projetado, bem como também levar em consideração as sensações que o espaço deverá causar aos usuários. De acordo com Mancuso (2012, p. 64): [...] você precisa se dar conta do quão diferente se torna ambientar um dormitório residencial a um quarto de hotel. A função principal é a mesma (dormir), mas as funções agregadas são as mais diversas, o clima psicológico no uso também é diverso, e tudo isso gera novas concepções. ORÇAMENTO DO CLIENTE Ter conhecimento do quanto o cliente pretende investir na obra é imprescindí- vel. Gurgel (2005, p. 198) diz que “quanto maior o orçamento, mais é possível ‘viajar’”, ou seja, criar, ousar, abusar das soluções estéticas e construtivas. No entanto, isso não signi- fica que com orçamentos mais reduzidos não seja possível apresentar soluções criativas. Basta o profissional pensar em soluções mais econômicas. Qualquer que seja a atividade da empresa, a recepção é um dos mais impor- tantes ambientes - se não o mais importante - , por se tratar do cartão de visitas, da primeira impressão que a empresa passa ao cliente. (Miriam Gurgel) METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 ESTUDO DO LAYOUT Gurgel (2005, p. 198) explica que “analisadas todas as informações cole- tadas, passa-se para a etapa dos desenhos e da escolha do layout que mais se adapta à empresa em questão”. Para melhor entender as características do local, é indicado medi-lo, podendo ser feito também um levantamento fotográfico, além de solicitar todas as plantas executivas existentes (estrutural, elétrica, hidráulica etc.). ANÁLISE DO PROJETO Rever toda a proposta projetual e perceber se realmente está de acordo com as necessidades da empresa é uma importante etapa. “Entender as necessidades dos consumidores é fundamental para identificar, especifi- car e justificar uma oportunidade de produto. Isso é feito pela pesquisa das necessidades de mercado” (BAXTER, 2008, p. 133). Caro(a) aluno(a), por isso é muito importante analisarmos toda a proposta projetual e se certificar que realmente foram levadas em consideração todas as necessidades e exigências do cliente no projeto, como: ■ Importante se certificar da setorização e fluxograma definidos e entender se a proposta está condizente com as necessidades da empresa. ■ Refletir se realmente todos os setores estão representados no projeto. [...] as atividades de projeto não seguem uma linha reta, mas são marcadas por avanços e retornos, pois uma decisão tomada numa determinada etapa pode afetar a alternativa anteriormente adotada. (Mike Baxter) Programa de Necessidades Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 ■ Estudar sobre os espaços reservados para as atividades exercidas na empresa e sua funcionalidade. ■ Observar a iluminação projetada e sua eficiência adequada às atividades que serão realizadas no espaço. ■ Pesquisar se o projeto está de acordo com todas as normas de acessibilidade. ■ Conferir se os materiais especificados são realmente adequados às ativi- dades que serão realizadas no espaço. ■ Examinar se todos os fatores de segurança foram pensados tanto para os colaboradores quanto para os clientes. ■ Verificar se a imagem que a empresa deseja passar para seu público poten- cial está bem representada no projeto. ■ Observar no projeto se foram levadas em consideração todas as normas técnicas, como o código de obras vigentes e normas técnicas brasileiras. ■ Refletir com relação ao orçamento final da obra, se realmente está con- dizente com a pretensão de investimento do cliente. Um bom planejamento e análise do projeto garantem o sucesso e previnem aborreci- mentos durante seu desenvolvimento na fase de execução. Começar a obra sem um bom planejamento é como sair por aí navegando às cegas, sem ter um destino certo. Implantar soluções ecologicamente corretas nas empresas, hoje, é sinônimo não apenas de admiração dos clientes e colaboradores, mas também reflexo de um grande crescimento econômico do empreendimento. Para Gurgel (2005, p. 134), “não é mais aceitável que empresas causem danos à natureza devastando matas, poluindo rios ou ainda maltratando animais”. Ching e Binggeli (2006, p. 66) afirmam que “[...] os planejadores de espaço programam as necessidades dos clientes, estudam as atividades dos usuá- rios e analisam as exigências espaciais”. A partir dessa análise completa, o projeto está pronto para ser finalizado. Fonte: os autores. METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 PROCESSO CRIATIVO Caro(a) aluno(a), para entender melhor o que é criatividade, é importante saber que ter uma ideia diferente não faz de você uma pessoa criativa, mas sim a con- cretização dessa ideia é que atribui a você tal característica. Para Baxter (2008, p. 1), “a inovação é um ingrediente vital para o sucesso dos negócios”. A criatividade é resultado da sua percepção do mundo, podendo incluir mate- mática, física, escrita e envolvendo geralmente um grupo de pessoas a ponto de a sua ideia impactar a estrutura da área onde esse grupo está inserido, criando algo notavelmente diferente. Baxter (2008, p. 2) adverte que “o desenvolvimento com- pleto de um produto, por si só, não garante o seu sucesso”. No desenvolvimento de ideias você cria pergun- tas e deve gerar respostas exequíveis. Baxter (2008, p. 2) coloca que “deve-se esta- belecer metas, verificar se satisfazem aos objetivos propostos, se são bem acei- tas pelos consumidores e se o projeto pode ser fabricado a um custo aceitável, conside- rando a vida útil do produto no mercado”. A inovação deve ser acompanhada criticamente em todas as etapas, de modo que o desenvolvimento de produtos considerados insatisfatórios seja interrompido o mais rápido possível, para não acumular perdas. (Mike Baxter) Processo Criativo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 Os significados referentes à palavra criatividade nos dicionários estão relacionados à capacidade de criação ou à qualidade de quem é criativo. Falar de criatividade é um pouco complexo, e talvez por esse motivo existam ideias ainda erradas de que a criatividade é um dom, e não algo que possa ser um exercício diário. Vivenciar experiências diferentes estimula o seu cérebro a estar sempre modifi- cando a ordem das coisas, tornando-o(a) assim uma pessoa cada vez mais criativa. Como defende Mancuso (2012, p. 198), “obrigar-se a criar algo estimula a criatividade”. A criatividade está relacionada à capacidade que nós temos de acumular e transfor- mar nossas experiências. Lubart (2007) nos diz que para Poincaré, um matemático francês, o primeiro estágio do processo criativo surge a partir do momento em que se toma consciência do problema. No processo criativo, a produção de ideias e elaboração da solução acontece durante o estágio de iluminação, que antecede a etapa de inspiração inicial, ou seja, existe essa evolução a partir do momento em que o profissional se familiariza com o “problema”. Durante essa etapa da iluminação, se inicia o pensamento lateral e a pos- sibilidade de novas ideias. Para Baxter (2008, p. 5), “a quanti- dade e a qualidade das ideias rejeitadas é provavelmente a melhor medida da capacidade criativa de uma pessoa”. A teoriada Gestalt é um misto de filosofia e psicologia. Sob uma orientação científica e experimental, elaborou-se uma hipótese de que existia no ser humano uma tendência a integrar as formas percebidas, estabelecendo um certo equilíbrio formal ou de estruturação da forma. Fonte: Mancuso (2012, p. 197). METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 ETAPAS DO PROCESSO CRIATIVO Caro(a) aluno(a), a atividade profissional de um arquiteto ou designer natu- ralmente explora variados conhecimentos, se mistura a diversas habilidades, personalidades e consequentemente é muito mais viável durante o processo de geração de ideias e da elaboração de soluções a serem aplicadas em conjunto. A criatividade é exercitada por meio de metodologias criativas realizadas durante o processo projetual, que são métodos normalmente desenvolvidos em grupo a fim de buscar novas maneiras de resolver um “problema” e conceitualizar o projeto. Segundo Baxter (2008, p. 110), “oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e quase sempre se relacionam aos fatores externos ou ambiente de negócios. BRAINSTORMING Técnica criada por Alex Oesborn e difundida com a publicação de seu livro “O poder criador da mente”, em 1953. O brainstorming é uma ferramenta associada à criatividade e soluções de problemas, sendo usada sempre em grupos onde os participantes da reunião criam o maior número de ideias acerca de um tema, assim como o próprio nome já sugere: brain = mente, storming = tempestade. Etapas do Processo Criativo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Segundo Baxter (2008, p. 67), “o brainstorming baseia-se no princípio: ‘quanto mais ideias, melhor’. É possível conseguir mais de 100 ideias em uma sessão de uma a duas horas”. ANÁLISE DE SIMILARES É uma forma de raciocínio a partir de uma análise comparativa de projetos já executados. De acordo com Baxter (2008, p. 72), “a análise paramétrica de um problema ou produto geralmente abrange os aspectos quantitativos, qualitati- vos e de classificação”. Quantitativo - são levados em consideração aspectos que podem ser quan- tificados, como por exemplo: qual o peso, largura, velocidade, preço de um determinado produto? Qualitativo - são relações analisadas para comparar qualidades dos produ- tos, como por exemplo: qual cadeira é mais confortável? Qual lâmpada ilumina mais? Qual tapete é mais fácil de limpar? Qual tinta é mais resistente à água? Classificação - é a característica do projeto que o classificará dentre tantas pos- sibilidades, como por exemplo: compro um sofá retrátil ou fixo? Faço um tampo de mesa de madeira ou vidro? Assento com revestimento cerâmico ou laminado? As analogias podem ser utilizadas de diferentes maneiras, mas sempre com o intuito de agregar novas funções, configurações e estéticas ao novo projeto. Baxter (2008, p. 72) defende que “a análise paramétrica pode ser aplicada nos estágios finais do processo de desenvolvimento de novos produtos. Nesse caso, ela é usada para resolver algum aspecto particular, em que esse produto ainda esteja falhando”. A ideia certa é, muitas vezes, o oposto da óbvia. (Alex Osborn) ©shutterstock METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 PAINEL SEMÂNTICO Caro(a) aluno(a), sendo uma importante etapa projetual, um painel de referên- cias visuais nos auxilia na criação do conceito visual de um projeto, ou seja, tem como finalidade organizar as ideias, definir o estilo e criar um foco a ser seguido no processo de criação. São utilizados pelos profissionais com o propósito de expor os conceitos, as cores e materiais a serem seguidos no projeto, podendo ser criados por meio de colagens que agrupam imagens de recortes de revistas, imagens impressas da internet, amostras de tecidos, lâminas de madeira, cores, texturas e palavras- -chave com o intuito de expressar conceitos, intenções e sentimentos, assim facilitando e direcionando as ideias. Para Baxter (2008, p. 65), “a geração de ideias pode ser mais efetiva quando hou- ver um período de preparação para absorver e digerir as informações disponíveis”. A partir de todas essas análises e etapas de um processo criativo, entendemos o quanto o pensamento é tridimensional e a capacidade criativa é um exercício sempre em constante renovação. As soluções projetuais com uma base concei- tual consolidada se tornam uma união integrada e harmônica entre o mundo racional e o mundo sensível. ©shutterstock Conceito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 CONCEITO Caro(a) aluno(a), tendo origem a partir do latim conceptus, a palavra conceito significa “coisas concebidas”. O conceito é uma noção abstrata de algo, que cor- responde a um conjunto de características, traduzindo as qualidades de algo e determinando de uma forma subjetiva o seu significado. Para Baxter (2008, p. 223), “os conceitos devem mostrar como os produtos atenderão às necessidades dos consumidores e se diferenciarão dos concorrentes. O conceito é determinado de acordo com a forma com que pensamos, desenvolvemos e chegamos a um resultado final, tendo como princípio que a simplicidade é a satisfação da evolução do projeto bidimensional para o tridi- mensional, atribuindo relações funcionais e espaciais. De acordo com Ching e Binggeli (2006, p. 49), “uma boa forma de desen- volver o conceito é verbalizar as principais ideias de projeto de maneira concisa”, ou seja, desde o processo inicial do projeto é importante estabelecer objetivos que atendam às expectativas do usuário de uma forma clara, retratando e valo- rizando determinados conceitos intrínsecos. Gurgel (2005, p. 21) afirma que “a imagem de uma empresa incorpora conceitos, conhecimento, enfoques, percep- ções, opiniões e principalmente expectativas”. Ou seja, a meta a ser alcançada está baseada em elementos objetivos e subjetivos. METODOLOGIA PROJETUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 O termo ‘conceito’ é definido tendo como base a forma como é pensado o projeto, como ele é desenvolvido e como se chega a um resultado final. Para conceitualizar um projeto, devemos analisar o objetivo a ser alcançado, o pro- duto que será oferecido e o público-alvo a ser conquistado, ou seja, para quem estamos projetando. Pensando em um espaço comercial onde serão oferecidos produtos exclu- sivos com valores agregados, por exemplo, podemos definir como conceito a própria exclusividade, requinte, status e luxo. Essas palavras estão carregadas de simbologia, podendo ser traduzidas e transmitidas por meio de cores, for- mas, materiais, apresentação do produto, iluminação e comunicação da empresa. Todos os produtos são projetados para serem usados, de alguma forma, pelo homem. Examinando-se a interface homem-produto em detalhe, pode-se descobrir que ela geralmente é complexa e pouco compreendida, até mes- mo no caso dos produtos mais simples. Fonte: Baxter (2008, p. 177). Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), finalizamos aqui a primeira unidade do livro da disciplina Arquitetura Comercial. A partir dos conhecimentos adquiridos nesta unidade, você pôde perceber que, de acordo com a necessidade de cada projeto, é impor- tante o profissional responsável se atentar a todas as etapas projetuais para que suas soluções venham ao encontro das diferentes preferências e necessidades do seu cliente e, independentemente dessas especificidades, o arquiteto ou desig- ner deve estar preparadotecnicamente para atender a todas as expectativas do cliente traduzidas em forma de projetos. Desejamos que seja capaz de perceber como os princípios apresentados nesta unidade são essenciais e como essas etapas se complementam. Perceba o quanto uma proposta bem fundamentada torna uma solução projetual muito mais exclusiva e organizada. Estudamos o quanto o briefing é uma importante etapa para se definir con- ceitos e soluções, além de conhecer detalhadamente as necessidades e anseios dos empresários (clientes). Foram ensinadas também todas as etapas do programa de necessidade para que o projeto esteja de acordo com as normas técnicas, perce- bendo se os objetivos foram alcançados e se realmente todos os aspectos estéticos e funcionais foram levados em consideração no projeto. Foi possível conhecer e aprender o quanto o processo criativo é de extrema relevância para um projeto e o quanto explorar essa “ciência” torna os espaços muito mais exclusivos. Por meio do conceito, você pôde perceber o valor, conhe- cer o seu público-alvo, como ele está diretamente ligado à imagem da empresa e o quanto ela deve estar de acordo com as expectativas do cliente. Temos certeza que os assuntos abordados aqui são de grande valia para que você possa iniciar os próximos temas a serem estudados neste livro, compre- endendo facilmente todas as etapas de projetos juntamente com a evolução de cada uma delas, principalmente porque são temas de extrema importância para a sua vida profissional. 32 1. Conforme estudamos, o briefing é um conjunto de informações muito importan- tes em um processo criativo. Assinale a alternativa correta sobre o briefing: a. É a partir desta ferramenta que o profissional contratado desenvolve o proje- to e estabelece também o perfil do cliente. b. Com o briefing não é possível desenvolver um bom projeto. c. Esta é uma ferramenta que tem como objetivo conhecer os funcionários que trabalharão na obra. d. Esta ferramenta tem como objetivo fazer somente o levantamento da obra. e. Não é possível conhecer o perfil do cliente com esta ferramenta. 2. O programa de necessidades é uma importante etapa do desenvolvimento pro- jetual. Com base nesse assunto, analise as seguintes afirmações: I. É por meio dele que percebemos metodicamente os objetivos do projeto. II. É importante conhecer a que público se destinará este projeto. Afinal, a mão de obra é um fator de extrema importância. III. Analisar o local onde será instalada a empresa só é necessário se a localização favorecer os serviços e produtos oferecidos. IV. Em definições das necessidades, são levadas em consideração todas as espe- cificidades do local a ser projetado. V. No programa de necessidades temos objetivos, e nesta etapa é feito um le- vantamento dos serviços a serem realizados. É correto o que se afirma em: a. I e II, apenas. b. I, II e III, apenas. c. II, III e IV, apenas. d. I, IV e V, apenas. e. I, II, III, IV e IV. 33 3. Ter conhecimento da pretensão de investimento do cliente é essencial para con- seguir um resultado em projeto satisfatório em todos os fatores. Sobre o orça- mento, assinale a alternativa correta: a. Com orçamentos mais reduzidos, não é possível apresentar soluções criativas. b. Quanto maior o orçamento, mais se torna difícil o processo de criação. c. Só é possível realizar um projeto se o cliente tiver um ótimo poder aquisitivo. d. Mesmo com orçamentos reduzidos é possível apresentar soluções criativas. e. Quanto menor o orçamento, mais fácil se torna o processo criativo. 4. A inovação é uma etapa fundamental para o sucesso dos negócios. Sobre o pro- cesso criativo, analise as afirmativas a seguir: I. A criatividade é resultado da sua percepção do mundo. II. Criatividade está relacionada à capacidade de criação ou à qualidade de quem é criativo. III. Vivenciar experiências diferentes estimulam o seu cérebro a estar sempre modificando a ordem das coisas, assim se tornando uma pessoa cada vez mais criativa. IV. O brainstorming é uma ferramenta associada à criatividade e soluções de pro- blemas. V. A geração de ideias pode ser mais efetiva quando: houver um período de preparação para absorver e digerir as informações disponíveis. É correto o que se afirma em: a. V, apenas. b. III e IV, apenas. c. I, II e IV, apenas. d. II, III, IV e V, apenas. e. I, II, III, IV e V. 34 5. O conceito deve mostrar como os produtos atenderão às necessidades dos con- sumidores e se diferenciarão dos concorrentes. Sobre o conceito, analise as afirmações: I. De acordo com Ching e Binggeli (2006, p. 49), uma boa forma de desenvolver o conceito é verbalizar as principais ideias de projeto de maneira confusa. II. O termo conceito é definido tendo como base a forma como é pensado, o “projeto” como ele é desenvolvido e como se chega a um resultado final. III. Para conceitualizar algo, é importante entender parcialmente a mensagem e sensações que deseja passar com sua criação. IV. A imagem de uma empresa incorpora conceitos, conhecimento, enfoques, percepções, opiniões e principalmente expectativas. V. O conceito é baseado em elementos objetivos e artísticos. É correto o que se afirma em: a. II, apenas. b. I e III, apenas. c. II e IV, apenas. d. I, III e IV, apenas. e. I, III, IV e V, apenas. 35 CONCEITOS-CHAVE SOBRE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO A necessidade da estratégia Uma empresa inovadora é aquela que sabe para onde está indo e como se chega lá. Contudo, não nega que a oportunidade tem um papel importante na identificação de novos produtos. Uma empresa que tenha uma estratégia bem definida procura ativa- mente as oportunidades que contribuam para alcançar os seus objetivos. Cada produto novo é visto como uma etapa para cumprir a missão da empresa. A estratégia corpora- tiva baseia-se em diversas etapas, começando com a definição da missão e evoluindo para outras etapas, visando a sua implementação. Observe a seguir estas etapas: Missão A missão da empresa é uma declaração clara e concisa da direção em que ela pretende evoluir e o que ela pretende alcançar. Corresponde a uma visão de futuro, declarada pelos principais dirigentes da empresa. Objetivos da empresa Objetivos da empresa são metas específicas de mudanças pretendidas, geralmente em termos gerais (crescimento do faturamento, aumento da margem de lucros, conquista de novos mercados). Quando esses objetivos forem alcançados, pelo menos boa parte da missão estará cumprida. Estratégia da empresa A estratégia da empresa explicita o caminho que ela pretende seguir para alcançar os seus objetivos. Ela pode referir-se a qualquer aspecto dos negócios (vendas, marketing, fabricação), incluindo o desenvolvimento de produtos. Objetivos do desenvolvimento de produtos É uma parte dos objetivos da empresa. Especifica o que se pretende alcançar com a atividade de desenvolvimento de produtos. Estratégia do desenvolvimento de produtos Explicita quais são os novos produtos visados pela empresa e de que forma as oportuni- dades de novos produtos serão exploradas. Implementação da estratégia Apresenta as ações que devem ser desenvolvidas pelas pessoas ou grupos responsáveis, a fim de atingir os objetivos estratégicos. Análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (FOFA) A análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (também conhecida como FOFA) é uma forma simples e sistemática de verificar a posição estratégica da empresa. 36 Forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da empresa e se relacionam quase sempre aos fatores internos. Oportunidades e ameaças são antecipações do fu- turo e quase sempre se relacionam aos fatores externos ou ambiente de negócios. Há quatro etapas na análise FOFA. Primeira: o brainstorming pode ser usado para gerar uma longa lista de itens sobre esses quatro tópicos. Muita gente não consegue avançar nesta primeira etapa porque certos fatos podem ser classificados igualmente nos quatro tópicos. Por exemplo, os consumidoresgostaram do nosso último produto e estão comprando além do previs- to. No primeiro instante, isso poderia ser classificado como importante força. Contudo, poderia ser considerado também uma fraqueza porque a empresa passou a depender muito do faturamento desse produto. Pode ser visto como uma possibilidade para o de- senvolvimento de outros produtos. Mas pode ser também uma ameaça para a empresa, se esse produto sofrer uma queda repentina nas vendas. Não se preocupe muito com essa classificação e escreva o máximo que puder. Segunda: agrupe os itens similares ou aqueles relacionados entre si. Essa tarefa pode tornar-se mais fácil se os itens da primeira etapa forem escritos em pequenos cartões, separadamente. Terceira: analise os itens agrupados, generalize-os em forças, fraquezas, oportunidades e ameaças mais amplas, e coloque-os em ordem de prioridade. Quarta: sintetize as informações, identifique os principais pontos que merecem mudan- ças e decida como introduzir essas mudanças. Se a análise FOFA estiver ocorrendo como parte de um planejamento mais geral, essa última etapa pode ser adiada até que outras informações relevantes sejam obtidas e analisadas. De preferência, a análise FOFA deve ser feita por um grupo de pessoas da empresa que ocupem diferentes cargos e tenham diferentes tipos de responsabilidades. Se isso não for possível, pode ser feita por uma única pessoa que conheça bem a empresa. Essa análise pode revelar fatos desagradáveis sobre a empresa - isso justifica porque ela é evitada. A análise FOFA só será bem feita se for realista e honesta. Ela também precisa ser bem abrangente. Pode revelar alguns fatos desabonadores, escondidos sob uma manta e aparente sucesso. Não se pode concluir que você tem uma empresa dinâmica produzin- do produtos desejados pelos consumidores se a pessoa que cuida do seu almoxarifado é desorganizada, incompetente e incapaz de despachar as encomendas nos prazos e quantidades certas. Fonte: Baxter (2008, p. 109-110). Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Projeto de Produto - guia prático para o design de novos produtos Mike Baxter Editora: Edgard Blucher Sinopse: enfrentando uma competição severa, as empresas em todo o mundo investem cada vez mais no design como poderoso meio de aumentar a qualidade dos produtos e se diferenciar dos seus concorrentes. Comentário: este livro apresenta uma metodologia de projeto de produto orientado para as necessidades do consumidor e do mercado. A sua abordagem é bastante prática, com os principais conceitos organizados em forma de “ferramentas” para serem utilizadas como produtos simples, encomendados por instrumentos durante a atividade de projeto. A teoria é ilustrada com diversos casos de aplicação prática. Todos eles foram baseados em projetos desenvolvidos pelo próprio autor e sua equipe do Design Research Centre, ligada à Universidade de Brunel, Inglaterra. Referem-se a pequenas e médias empresas da região. Arquitetura de interiores ilustrada Francis Ching e Corky Binggeli Editora: Bookman Companhia ED Sinopse: é uma introdução ao projeto de interiores, abordando as exigências de arquitetura dos espaços internos e os detalhes dos móveis e acabamentos. Aborda tópicos como sustentabilidade, consumo de água e energia, a qualidade do ar interno, entre outros. Arquitetura de interiores e decoração Clarice Mancuso Editora: Sulina Sinopse: a autora procurou abordar modernamente o conteúdo partindo do pressuposto de se tratar de um livro teórico, e, sendo assim, de ter na sua proposta modifi cações que acompanham as tendências na arquitetura de interiores. Esta obra trata-se de um guia de ação com teoria retirada não só de bibliografi a variada como também da experiência da autora de 30 anos no mercado de Design de Interiores. MATERIAL COMPLEMENTAR Das coisas nascem coisas Bruno Munari Editora: Martins Fontes Sinopse: projetar é fácil quando se sabe como fazer e quando se conhece o modo de proceder para alcançar a solução de algum problema. Neste livro sobre metodologia de projetos, são apresentados problemas tendo em vista o que se deve fazer para resolvê-los. Todos os exemplos são comunicados ao leitor de acordo com o método seguido para projetar sua solução. Divertida Mente Ano: 2015 Sinopse: Riley é uma garota divertida de 11 anos de idade que deve enfrentar mudanças importantes em sua vida quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal, no estado de Minnesota, para viver em São Francisco. Dentro do cérebro de Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza. A líder deles é Alegria, que se esforça bastante para fazer com que a vida de Riley seja sempre feliz. Entretanto, uma confusão na sala de controle faz com que ela e Tristeza sejam expelidas para fora do local. Agora, elas precisam percorrer as várias ilhas existentes nos pensamentos de Riley para que possam retornar à sala de controle - e, enquanto isso não acontece, a vida da garota muda radicalmente. REFERÊNCIAS BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São Paulo: Blucher, 2008. CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. Porto Alegre: Bookman, 2006. GURGEL, M. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas co- merciais. São Paulo: Senac, 2005. LUBART, T. Psicologia da criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007. MANCUSO, C. Arquitetura de interiores e decoração. Porto Alegre: Meridional, 2012. MORRIS, R. Fundamento de design de produto. Porto Alegre: Bookman, 2010. MUNARI, B. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2008. PHILLIPS, P. L. Briefing: a gestão do projeto de design. São Paulo: Blucher, 2007. 39 REFERÊNCIASGABARITO 1. A. 2. D. 3. D. 4. E. 5. C. U N ID A D E II Professor Esp. Adriano Pereira Cardoso Professora Esp. Leticia Graziele Roque LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar aos alunos documentos arquitetônicos presentes nas obras e edifícios comerciais. ■ Ajudar na interpretação de plantas arquitetônicas a fim de adequar espaços internos diversos. ■ Apresentar os diferentes tipos de plantas: planta baixa, cortes, vistas, perspectivas. ■ Demonstrar o uso dos modelos e maquetes na representação mais próxima do real de um ambiente interno. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Planta baixa ■ Corte e vista ■ Perspectivas ■ Modelos e maquetes INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à segunda unidade do livro Arquitetura Comercial. O objetivo desta unidade é apresentar a você os projetos de desenho e apresentação técnica referentes à construção ou reforma de prédio comercial, bem como demonstrar algumas ferramentas utilizadas por profissionais da área de construção civil e design, na concepção e adequação de novos espaços. Iniciamos falando sobre a planta baixa, que servirá de base para as demais plantas e representações diversas ao concebermos uma nova construção ou reforma. Este documento tem como objetivo demonstrar, como se olhássemos de cima, todo o espaço a ser trabalhado, suas limitações, limites de aberturas de janelas e portas e toda a parte estrutural (paredes, pilares etc.). Em seguida apresentaremos um pouco sobre os cortes e vistas, que tam- bém são documentos importantes no estudo de novos espaços e adequação de layouts. Por meio dos cortes e vistas podemos enxergar, mais detalhadamente, a disposição de mobiliários, altura de aberturas, bem como revestimentos de parede em suas representações. Logo após, trataremos das perspectivas, que são as representações do ambiente como um espelho do olho humano, ou seja, a imagem mais aproximada do real possível, gerando a sensação para o espectador de ambiente acabado, sinalizando toda a concepção do projeto finalizado. E por fim, vamos conhecer um pouco sobre os modelos e maquetes, fechando esse ciclo de representaçõesgráficas. Os modelos e maquetes são representações em croquis, ou assistidos por computador (digitais), da tridimensionalidade do espaço, dando vida ao projeto e tornando-o real aos olhos do espectador quanto à estrutura de layout, mobiliários, ergonomia, circulação, texturas e demais aspec- tos arquitetônicos do espaço interno dos ambientes comerciais. Bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Figura 1 - Planta baixa técnica ©shutterstock LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E44 PLANTA BAIXA Caro(a) aluno(a), quando nos deparamos com qualquer tipo de projeto para um novo estabelecimento comercial, reforma, adequação de layout, decoração e ambientação de interiores, é necessário fazer uma avaliação da planta baixa. A planta baixa é uma representação do piso em forma de desenho, onde a partir dela, além da localização de cada parede, portas e janelas, é possível ter representações da planta hidráulica, elétrica, cortes, telhado, entre outros. Sendo um importante documento e referencial para quem pretende cons- truir ou reformar, é a partir da planta baixa que se tem ideia de dimensões do imóvel e também da distribuição dos cômodos. Para Kowaltowski et al. (2011, p. 91), “o projeto arquitetônico visa a uma solu- ção que satisfaça às metas e objetivos desejados pelos clientes [...]”. Na planta baixa se especifica todo tipo de informação possível do projeto, como informações da construção, locação da obra dentro do terreno e cotas, apresentando as distâncias da largura e comprimento dos ambientes. Normalmente, a planta baixa é feita a partir de sua secção de 1,50 m de altura, e tudo o que estiver acima dessa medida será representado em vistas ou cortes. Figura 2 - Corte horizontal - Resulta planta baixa Fonte: Montenegro (1978, p. 47). Planta Baixa Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 Todos os ambientes são retratados fielmente com suas respectivas medidas e todo esse detalhamento é feito em escala. Escala é a relação entre as dimensões de um determinado desenho com as dimensões do local ou peça a ser representada. Segundo Ching (2013, p. 294), “a escala alude o tamanho de algo comparado a um padrão de referência ou ao tamanho de outra coisa, a proporção se refere à relação apropriada e harmoniosa de uma parte com a outra, e com o todo”. Ou seja, utilizamos a escala para fazer a representação do prédio em tamanho menor, sem alterar as proporções. Existem vários softwares no mercado que já fazem esse trabalho de conver- são dos tamanhos reais e suas representações, mas, manualmente, utilizamos de uma ferramenta chamada escalímetro, que nada mais é do que uma régua em formato de prisma triangular que possui 6 réguas com diferentes escalas. A arquitetura é um ambiente que é experimentado por seus habitantes. Quem cria essa experiência é o arquiteto - ela é o resultado direto dos proje- tos. Embora os espaços sejam o principal meio da arquitetura, eles também são definidos e contidos pelas formas. Fonte: Ching e Eckler (2014, p. 80). Além do escalímetro triangular, há o escalímetro de bolso, que geralmen- te tem várias réguas, cada uma com duas escalas em um dos lados ou em ambos os lados. As escalas devem ser graduações marcadas com precisão e gravações resistentes ao uso constante. Fonte: Ching e Eckler (2014, p. 122). ©shutterstock LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E46 Figura 3 - Utilização do escalímetro nos projetos técnicos Caro(a) aluno(a), em todos os tipos de plantas podemos observar a descrição da escala que está sendo utilizada, que deve estar indicada abaixo do desenho, no canto esquerdo, como na figura a seguir, onde a escala indicada é a de 1:50, ou seja, a dimensão real do que está desenhado é 50 vezes maior do que no desenho, ou seja, 1cm corresponde a 50cm reais. Ching e Eckler (2014, p. 122) explicam que “em um desenho em grande escala, a redução de tamanho é relativamente pequena, enquanto em um desenho em pequena escala, a redução do tamanho é considerável”. ©shutterstock Figura 4 - Exemplo de planta baixa Planta Baixa Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 Com essas informações, teremos a noção de todo o espaço, podendo assim tra- balhar melhor na concepção e ambientação dos interiores do PDV, pensando melhor na funcionalidade do ambiente construído, na circulação de clientes e colaboradores, no conforto ambiental e possíveis alterações de layout para deter- minados períodos do ano, o que é muito comum para nós, que trabalhamos com a sazonalidade, datas comemorativas, promoções, lançamentos e assim por diante. A grande vantagem de termos sempre em mãos a planta baixa do local é a visualização do que vamos construir, reformar ou adequar layout por meio da ambientação ou decoração dos interiores, e assim prever a disposição de mobiliá- rio e ilhas de serviço. Todos os profissionais envolvidos na obra utilizarão da planta baixa inicial para conceber e organizar as demais etapas do projeto, como a planta de gesso, elétrico e muitos outros projetos necessários para reformar ou construir. Mas para compreendermos detalhadamente a planta baixa, precisamos ler as cotas, que são números correspondentes às medidas reais no desenho. É por meio delas que vemos informações referentes às dimensões dos projetos. São as medi- das reais, indicadas na própria planta. Assim, não é preciso utilizar o escalímetro para saber todas as dimensões, bastando fazer a leitura do projeto e seus detalhes. ©shutterstock Figura 5 - Cotas na planta baixa LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 PLANTA BAIXA HUMANIZADA A planta baixa humanizada, que teve como base a planta baixa técnica anterior, vem com a representação do mobiliário e revestimentos de piso, pintados e tex- turizados, por isso a denominação humanizada, pois traz o aspecto humano ao projeto, deixando-o mais compreensível por um leigo. Diferente da planta baixa técnica composta basicamente por linhas e especificações de tamanhos e dimen- sões, a humanizada é mais comercial e utilizada para se fazer entender como ficaria o projeto acabado. Segundo Mancuso (2012), em uma planta baixa humanizada deve haver propor- ção entre os móveis, em geral, e entre os móveis componentes dos grupos (caso existam). Ou seja, os mobiliários e elementos acrescentados ao projeto devem estar na mesma escala que a própria planta baixa, o que permite se ter uma visão real da proporção de uso do espaço. O uso de desenhos e modelos em escala serviu como meio mais usual para arquitetos se comunicarem com os construtores e clientes. Fonte: Kowaltowski et al. (2011, p. 83). A comunicação visual ocorre por meio de mensagens visuais que fazem par- te da grande família das mensagens que atingem os nossos sentidos. (Bruno Munari) ©shutterstock Planta Baixa Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 As plantas humanizadas são muito indicadas para apresentar o projeto final para o cliente, pois nelas são exploradas informações simples e superficiais de um projeto arquitetônico, assim facilitando a compreensão, além de possibilitar a ade- quação dos espaços, mobília e instalações. Dessa maneira, quando contratar um profissional para a elaboração do projeto do PDV, é interessante saber se ele apresen- tará a propostadessa maneira, o que pode facilitar o seu entendimento do projeto. Como vimos, caro(a) aluno(a), as plantas baixas são base para todo o restante do projeto. Além das plantas baixas, dispomos de outras plantas técnicas que nos auxiliam na compreensão do projeto arquitetônico e do seu entorno. A seguir, ire- mos conhecer e compreender melhor sobre as plantas de corte e vista e algumas ferramentas que deixam ainda mais evidente a projeção real da edificação e tudo que nela está ou estará contido, que são as perspectivas e os modelos e maquetes. ©shutterstock LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 CORTE E VISTA Caro(a) aluno(a), vamos imaginar que pudéssemos passar uma lâmina na ver- tical ao meio do espaço que temos e assim enxergar um dos lados por inteiro. Esse tipo de planta é utilizada para que saibamos, ao realmente “cortar” a edi- ficação por inteiro, o que encontramos de um lado a outro, quanto à estrutura e visão do todo, enxergando alturas e disposições esperadas de mobiliário com relação às dimensões de janelas e portas. Segundo Ching (2000, p. 45), “o corte é uma vista horizontal de uma edificação após a mesma ter sido cortada por um plano vertical e ter a parte frontal removida”. A NBR 6492 (1994) apresenta sobre representação de projetos de arquite- tura, define corte como um plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido longitudinal, seja no transversal. Dessa forma, percebemos as dimensões, especificações e contrapontos ao longo de toda a edificação. Os cortes reduzem a complexidade tridimensional de um objeto a duas di- mensões - altura e largura ou comprimento. Normalmente, são usados dese- nhos em corte para projetar e revelar os detalhes da construção, assim como a composição dos mobiliários. Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 170). ©shutterstock Corte e Vista Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 Figura 6 - Corte transversal Os cortes devem ser apresentados de forma que o desenho mostre o máximo possível de detalhes construtivos e suas limitações para que possamos realmente identificar falhas e atribuir correções que mais se adequem ao nosso ponto de venda e nossa realidade projetual e financeira. Para Ching e Juroszek (2012, p. 172): Em edificações que têm a planta baixa simétrica, o ponto lógico para se fazer o corte é ao longo dos eixos de simetria, em situações contrárias é indicado que o corte seja feito em espaços mais importantes, assim detalhando as principais características do espaço. Cortes são ferramentas importantes principalmente no detalhamento de sancas no teto, mobiliários e para melhor compreensão de detalhes contidos no projeto, além de também ser a representação em forma de desenho indicando as medidas ver- ticais. Para Mancuso (2012, p. 213), “o corte é outra ferramenta que diz respeito à expressão gráfica. É também uma elevação, ele secciona a planta baixa em seus extre- mos, pode ser usado em linha reta ou fazendo quebras, conforme a necessidade”. Os cortes da edificação são normalmente desenhados nas escalas 1:100 ou 1:50. Para grandes edificações e complexos, a escala pode ser reduzida para 1:200 ou ainda menor. Grandes escalas (1:25) são usadas somente para de- talhar cortes de projetos. Fonte: Ching (2000, p. 46). LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 ©shutterstock Figura 7 - Corte Técnico Já as vistas são desenhos onde temos a representação de um dos lados do ambiente e tudo o que nele está contido. Por meio dessa concepção de desenho, poderemos observar, de maneira mais aproximada do que o corte, todos os detalhes ali con- tidos, aberturas e mobiliários, bem como suas dimensões próximas às paredes daquela determinada representação. A vista é uma representação em desenho bidimensional de uma determinada parede do imóvel sendo observada de frente. ©shutterstock Figura 8 - Vista técnica ©shutterstock Perspectivas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 As vistas são também utilizadas para apresentar as instalações de determinada parede quanto a instalações elétricas e hidráulicas, não representando a alve- naria cortada com a espessura das paredes laterais e a espessura da laje, como acontece no corte. A vista é uma representação do que nosso olho é capaz de ver. PERSPECTIVAS Caro(a) aluno(a), outra ferramenta que devemos conhecer dentro desta concepção de criação é o desenho em perspectiva, que nada mais é do que tor- nar os objetos e seu entorno o mais realista possível, de maneira a observar no papel da mesma forma que serão vistos pelo olho humano, sendo uma ilusão de profundidade, volumes e distân- cias de um determinado ambiente. Segundo Ching e Juroszek (2012, p. 224): As perspectivas representam um objeto tridimensional projetando to- dos os seus pontos no plano do desenho por meio de linhas retas con- vergentes em um ponto fixo no espaço, que representa um dos olhos do observador. O ponto de visão pode ser qualquer uma das linhas de projeção estendidas do ponto de observação que vão direto aos vários pontos do objeto observado. Os desenhos dos arquitetos são comunicações visuais objetivas, perfeita- mente legíveis. Se fosse expresso de outra forma um projeto, com todas as medidas e indicações, seria muito difícil de entender. (Clarice Mancuso) LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 ©shutterstock Figura 9 - Desenho de ponto comercial em perspectiva Nesse sentido, é traçada uma linha do horizonte imaginária, que seria a linha localizada na altura da visão humana, para que, ao observarmos o desenho, pos- samos nos sentir dentro do ambiente ali projetado. ©shutterstock Figura 10 - Plano do quadro em perspectiva - Linha do horizonte Com isso, as profundidades dos objetos e noção de tamanhos reais com relação ao corpo humano ficam mais evidentes. É como estar no local e tirar uma foto real do ambiente. Porém, saber como esse ambiente ficará antes de estar pronto nos faz enxergar melhor algumas limitações e adequações necessárias para um projeto mais assertivo. Perspectivas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 Não importa onde o observador se encontra dentro da representação do ambiente. Os pontos de fuga podem variar à medida que o deslocamento é feito e o campo de visão é alterado, sendo um ou dois pontos de fuga. Para Ching (2013, p. 228), “o ponto de fuga de qualquer conjunto de retas paralelas é o ponto no qual uma linha traçada paralelamente ao conjunto intercepta o plano do desenho. Onde é importante que cada conjunto de retas paralelas tenham seu próprio ponto de fuga. É importante lembrar que, quanto maior for a distância do objeto em relação ao observador, mais estreito será o ângulo entre as linhas de visão e o objeto, e mais próximas ficarão as interseções das linhas de visão com o plano do desenho. Ching (2013, p. 232), diz que “a altura do ponto de observação em relação a um objeto deter- mina se esse objeto é visto de cima, de baixo ou na altura normal de observação”. ©shutterstock Figura 11 - Representações de perspectivas vistas por ângulos e alturas diferentes A orientação do eixo principal da visão em relação ao objeto determina quais de suas faces são visíveis e o quanto poderá, assim, deformar a perspectiva. Podemos desenhar uma perspectiva com um ou mais pontos de fuga. Com apenas um ponto de fuga, o eixo central da visão perpendicular a umadas faces de um ambiente, suas retas ficam paralelas em relação ao plano do desenho e permanecem verticais. “As retas horizontais paralelas ao plano do desenho e per- pendiculares ao eixo central de visão também se mantêm horizontais”, dizem Ching e Juroszek (2012, p. 249). LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E56 No caso de uma perspectiva com dois ou mais pontos de fuga, podemos mudar o nosso ponto de visão perpendicular para oblíqua, mas mantendo o nosso eixo central de visão horizontal, com as mesmas retas verticais, porém agora os pon- tos horizontais parecem convergir em dois ou mais pontos de fuga. ©shutterstock Figura 12 - Perspectiva com dois pontos de fuga A perspectiva nos permite representar projetos tridimensionais em superfícies bidimensionais, por meio de técnicas e regras geométricas de projeção. O sistema de perspectiva com um ponto de fuga se baseia na ideia de que dois dos três principais eixos - um vertical e um horizontal - são paralelos ao plano do desenho, portanto, permanecem com sua orientação real e não parecem convergir. Por esta razão, a perspectiva com um ponto de fuga também é conhecida como perspectiva paralela. Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 250). Todo desenho pode ser entendido como um estudo do movimento, já que é o caminho do movimento registrado por meios gráficos. (László Moholy-Nagy) ©shutterstock Modelos e Maquetes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 MODELOS E MAQUETES Caro(a) aluno(a), desde os tempos antigos, o homem tem necessidade de visu- alizar suas ideias para melhor compreendê-las. As maquetes fazem parte dessa história, sendo muito utilizadas até hoje na arquitetura moderna como importantes ferramentas facilitadoras da percep- ção do projeto. MODELOS A evolução da arquitetura reflete diretamente as mudanças na forma de pensar e produzir o desenho no seu processo criativo. Embora a prática do croqui con- tinue sendo uma importante etapa da criação, a prática digital proveniente da evolução tecnológica vem sendo cada vez mais utilizada e obrigatória na meto- dologia do projeto. O grande avanço da tecnologia e softwares para a área civil permitiu aos profissionais explorarem e visualizarem melhor suas criações em ambientes vir- tuais tridimensionais. Segundo Kowaltowski et al. (2011, p. 489), “as ferramentas digitais utilizadas atualmente não devem competir com os meios tradicionais, mas unir-se a eles para uma integração entre tecnologias digitais e analógicas”. ©shutterstock LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E58 Hoje em dia, além dos modelos de maquetes virtuais serem uma ferramenta de visualização do projeto em 3 dimensões, são também um importante instru- mento de venda, possibilitando ao arquiteto ou designer de interiores mostrar todos os detalhes do projeto para seu cliente, facilitando a compreensão desse projeto. Afinal, esta é uma tecnologia que possibilita a manipulação de cores, texturas, volumes, iluminação, perspectivas, espaços e muito mais. Com a maquete eletrônica, é possível simular os espaços internos, externos, mobiliários e tantos outros detalhes produzidos de forma virtual. Sua principal vantagem é a possibilidade de representar os projetos o mais próximos da realidade possível. Apesar de originalmente concebidas nos anos de 1960 como auxílio ao pro- jeto, a partir dos anos 1980 as ferramentas digitais e os programas CAD pas- saram a ser utilizados na representação do desenho técnico. Atualmente, programas de computador são utilizados para auxiliar no processo criativo, levando a uma reformulação circular das escolas de arquitetura, com a inser- ção de disciplinas que ensinam o uso da tecnologia. Fonte: Kowaltowski et al. (2011, p. 486). ©shutterstock Modelos e Maquetes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 59 MAQUETE A maquete é o sonho minia- turizado, muito utilizado para concretizar algo que ainda não aconteceu em forma de miniatura representada em escala, proporcionando ao cliente entender todos os detalhes do imóvel em forma de protótipo, entretendo e encantando com seu aspecto realístico e sua riqueza de detalhes. Hoje em dia, é uma ótima ferramenta de visualização e venda de um pro- jeto, e também pode auxiliar na hora de reformar ou construir, pois proporciona uma visão mais completa do projeto. Para Kowaltowski et al. (2011, p. 109), “a maquete é uma extensão do croqui, do desenho, com a vantagem da terceira dimensão”. ©shutterstockFigura 13 - Maquete em fase de construção ©shutterstock LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E60 No processo criativo, os estudos de massa são uma importante etapa para ana- lisar todo o conjunto de volumetria e seu impacto no entorno. Nesse período do projeto, a maquete tem como objetivo testar novas ideias e combinar com as demais linguagens gráficas, sendo principalmente um material de estudo por sua compreensível comunicação visual do projeto, evitando que um usuário com pouca experiência na leitura de desenho técnico tenha uma interpreta- ção equivocada. As maquetes permitem estudos de fenômenos específicos, como simula- ções para avaliar sombras, permitindo criar soluções para proteção de insolação excessiva, como o uso de brises, por exemplo. Esses testes podem ser realiza- dos chegando a resultados precisos nas simulações de desenhos e cálculos, além de também soluções virtu- ais. Kowaltowski et al. (2011, p.109) dizem que “existem tipos de simulações rea- lizadas que verificam a ventilação, o comporta- mento estrutural, o impacto ambiental e muito mais”. A construção de modelos em miniatura com os espaços construídos tem uma longa história e mostra a transformação nos hábitos de moradia e nas formas de convívio. Indícios arqueológicos apontam a produção de modelos em miniatura desde 6.000 anos a.C. e as primeiras representações arquite- tônicas foram produzidas pelas culturas neolíticas, quando a arquitetura era um fenômeno cultural permanente e durável, associado ao ambiente cole- tivo, à memória e à ritualização do conhecimento e da prática construtiva. Fonte: Kowaltowski et al. (2011, p. 110). Modelos e Maquetes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 61 A maquete é uma importante ferramenta que orienta as percepções espaciais, possibilitando maior compressão de cor, equilíbrio, luz, textura e visão, explo- rando os sentidos do ser humano e consequentemente melhorando a qualidade dos projetos a serem construídos. De acordo com Kowaltowski et al. (2011), é a melhor maneira de o observador se sentir parte do projeto mesmo antes do iní- cio da obra, entendendo o espaço e suas interações, e nesse sentido não se troca apenas informações verbais e visuais, mas também energéticas. Os modelos e maquetes desempenham um importante papel no processo de projetos, passando a ter forma visível e explorando elementos que valorizam o entendimento da proposta projetual. As qualidades de ambas as técnicas pro- porcionam aos usuários um maior contato com o mundo real e só enriquecem ainda mais os projetos e suas apresentações. Para os arquitetos, a mão sempre foi um precioso instrumento de trabalho. O desenho é uma forma de expressar uma ideia, e é através da mão que ele se revela. (Doris Kowaltowski) Na Idade Média, com as novas formas de organização urbana e conheci- mento empírico da engenharia, os modelos em miniatura e maquetes fo- ram muito
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