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Unidade 1 Tópicos especiais em design de interiores

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03/06/2022 10:34 Unidade 1 – Tópicos especiais em design de interiores
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_TOESDI_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 1/24
TÓPICOS ESPECIAISTÓPICOS ESPECIAIS
EM DESIGN DEEM DESIGN DE
INTERIORES INTERIORES 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃOUNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
AO DESIGN DE INTERIORES AO DESIGN DE INTERIORES 
Autor: Fábio Henrique Sales Nogueira Autor: Fábio Henrique Sales Nogueira 
Revisora: Aline Kedma Araujo Alves Revisora: Aline Kedma Araujo Alves 
IN ICIAR
Introdução
Caro aluno, a partir de agora, você terá contato com um material que busca apresentar,
de modo instigante, os elementos que são imprescindíveis para a realização de um bom
projeto de interiores. Nesta unidade, abordaremos, de modo breve, um pouco da história
da profissão, bem como sua situação atual no contexto brasileiro. Entendendo que o
design de interiores e ambientes é uma atividade de criação, em um primeiro momento,
examinaremos as especificidades do processo criativo de projeto para, em seguida,
entendermos quantas e quais são as etapas para o seu desenvolvimento. A partir de uma
situação-problema, você terá a oportunidade de criar uma proposta de ambientação para
um loft, como exercício deste capítulo. Desse modo, estará apto a compreender a
importância do levantamento, análise e organização de dados em um projeto, assim como
03/06/2022 10:34 Unidade 1 – Tópicos especiais em design de interiores
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1.1 Introdução ao design de interiores
Muitas são as possibilidades de atuação do profissional de Design de interiores junto à
sociedade. Da organização dos espaços da casa à otimização de arranjos espaciais
institucionais e comerciais. Da composição paisagística, ao design de cenários e projetos
efêmeros, nas suas mais variadas escalas, o designer de interiores tem como
compromisso harmonizar técnica e estética, apresentando resoluções espaciais eficazes,
que busquem promover um ambiente que se alinhe às expectativas do usuário, tendo
como foco o seu bem-estar. Ching e Binggeli (2013, p. 36), no livro Arquitetura de
Interiores Ilustrada , definem design de interiores como: 
[...] o planejamento, o leiaute e o projeto de espaços internos às
edificações. Esses ambientes físicos satisfazem nossa
necessidade básica de abrigo e proteção; eles estabelecem o
palco para a maior parte de nossas atividades e influenciam suas
formas; nutrem nossas aspirações e exprimem as ideias que
acompanham nossas ações; afetam nossas vistas, humores e
personalidades. O objetivo da arquitetura de interiores é, portanto,
a melhoria funcional, o aprimoramento estético e a melhoria
psicológica dos espaços internos. 
Historicamente, a atuação que é compreendida, na atualidade, como design de interiores
pode ser percebida, como uma versão mais primária, no período de transição do
Renascimento para o Barroco, especialmente, na França. As intervenções
encomendadas por Luís XIV para o Palácio de Versalhes concretizaram as primeiras
experiências de atuação em projeto de interiores, feitas pelos arquitetos François
Mansart, Louis Le Vau e o pintor real Charles Le Brun (GIBBS, 2010). 
estará preparado para reconhecer os elementos-guia para a resolução de problemas
projetuais.
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Figura 1 – Exemplo de ambiente decorado do Palácio de Versalhes. 
Fonte: Shutterstock, 2020. Acesso em: 02/07/2020.
Importante destacar que, no período mencionado, pensar os interiores, do modo como
conhecemos atualmente, não era campo de nenhum profissional. Ainda assim, esperava-
se que a decoração do interior do palácio em todos os seus atributos constituintes, como
mobiliário, revestimentos e objetos, expressasse toda a imponência da gestão do rei.
Sobre esse aspecto, Janson (2001, p. 780) salienta que: 
As características barrocas, ainda que não oficialmente
reconhecidas, reapareceram no maior empreendimento do rei, o
Palácio de Versalhes. A mudança correspondia ao gosto do próprio
Luís XIV, menos interessado em teorias arquitetônicas e exteriores
monumentais que em interiores luxuosos que proporcionassem
um quadro adequado a si próprio e à sua corte. 
Nos séculos seguintes, a atuação de profissionais nos espaços de interiores foi crescente
e marcou os estilos que ficaram conhecidos como Rococó, Neoclássico, Eclético, Art
Nouveau, Arte Decó, dentre outros, em várias partes da Europa. No fim do século XIX,
cabe destacar a importância do movimento inglês Arts and Crafts (Artes e ofícios) que
buscava valorizar o fazer artesanal e trabalho artístico na produção de mobiliário e
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objetos que iriam compor os interiores. Esse movimento reunia teóricos e artistas e fazia
oposição à produção industrial. Entendendo o artesanato criativo como alternativa à
mecanização e à produção em massa, tinha intenção de ser um design mais acessível à
população. Nesse contexto, William Morris, principal líder do movimento, se destacava
por propor o desenho da padronagem dos seus tecidos, papéis de parede e mobiliário
(GIBBS, 2010). 
VOCÊ SABIA?
Quer conhecer o famoso Palácio de Versalhes sem sair de casa e saber como
eram os luxuosos interiores do edifício? A iniciativa do Google Arts and Culture
permite a navegação por diversas modalidades utilizando suportes multimídia e
realidade virtual. Destacamos a seção Interiores incríveis , em que é possível
conhecer de modo mais detalhado o design e a decoração do Palácio. Disponível
em: 
< https://artsandculture.google.com/project/versailles >.
Esses contextos nos quais o design estava presente de modo não oficial e, ainda
preliminar, culminaram no surgimento da escola alemã Bauhaus, por volta de 1919,
encabeçada pelo arquiteto Walter Gropius e de onde foram formados oficialmente os
primeiros designers. 
A Bauhaus trazia uma proposta inovadora que buscava unir as mais variadas expressões
artísticas, como a arquitetura e o artesanato. Influenciado também pelo já citado
movimento Arts and crafts, Gropius defendia uma espécie de retomada da conexão entre
quem cria e quem fabrica em função do desenvolvimento industrial (BANHAM, 2003). 
Antes dessa consolidação, o objeto da prática do designer de interiores, ou seja, o
espaço interno de edifícios arquitetônicos, era concebido e projetado pelos mais variados
profissionais, a exemplo de artesãos, estofadores e marceneiros. A consolidação e
reconhecimento da profissão aconteceu em 1950, liderada pelo Instituto Britânico de
Decoradores que, posteriormente, incluiu o termo "designer de interiores" ao nome do
https://artsandculture.google.com/project/versailles
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instituto (BROOKER; STONE, 2014). 
No entanto, essa conquista não foi somente mérito de associações profissionais
específicas, mas também produto de transformações históricas necessárias para a
evolução da profissão como conhecemos atualmente. Brooker e Stone (2014, p.16-18)
sinalizam a atuação de amadores e entusiastas; donas de casa, já que a decoração do
ambiente doméstico era tida como obrigações femininas e familiar; a ascensão de uma
nova classe de pessoas ricas no final do século XIX; as publicações de livros e manuais
de decoração e, sobretudo, o período promissor de popularização de novas ideias, com o
pós-Segunda Guerra Mundial, como fatores que difundiram a profissão. 
A linha do tempo a seguir apresenta os estilos arquitetônicos a partir da presença da
atuação dadecoração de interiores. 
» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto
LINHA DO TEMPO - Estilos arquitetônicos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Na Figura 2, observa-se um modelo de um selo postal alemão e pode se perceber que
são destacadas criações feitas pelos designers da Bauhaus. A escola alemã é uma das
principais referências para o período moderno com muitas peças sendo tendência no
design até os dias de hoje. 
 Séc. XVI Séc. XVII Séc. XVIII Séc. XIX
Séc. XX
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Figura 2 – Selo postal alemão temático Bauhaus. 
Fonte: Shutterstock, 2020. Acesso em: 02/07/20.
Embora o exercício dos profissionais de interiores já estar consolidado no mercado de
trabalho há muito tempo, com instituições formando profissionais no Brasil desde os anos
de 1960, somente no ano de 2016 a profissão foi regulamentada no país. Antes disso,
tinha-se projetos de lei apresentados ao Congresso Nacional desde 1980 (BROOKER;
STONE, 2014). 
A conquista da regulamentação ocorreu após um esforço que uniu profissionais e,
principalmente, a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD). A lei nº
13.369/2016 dispõe sobre a garantia do exercício da profissão de designer de interiores e
ambientes no Brasil e, de acordo com a referida lei, o designer de interiores é quem [...]
“planeja e projeta espaços internos, visando ao conforto, à estética, à saúde e à
segurança dos usuários [...] (BRASIL, 2016). A lei ainda indica que são delimitadas as
competências do profissional que, resumidamente, se relacionam ao: 
Estudo, planejamento e projeto de ambientes de interiores (existentes ou
não);
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Elaboração de documentos gráficos (plantas, cortes, elevações,
perspectivas) relativos ao projeto de interiores;
Criação e detalhamento de mobiliário;
Assessoria de compras e especificação e consultoria de materiais e
equipamentos, revestimentos, pintura, podendo também gerenciar obras de
interiores;
Exercício de cargos e funções em instituições públicas e privadas
relacionadas ao design de interiores;
Atuação no ensino e pesquisa relativos aos interiores.
Desse modo, além dos espaços residenciais, o designer pode atuar em projetos de
interiores comerciais, institucionais e de serviços nas mais variadas escalas,
desenvolvendo, também, mobiliários sob medida, projetos de natureza efêmera e
trabalhando de modo colaborativo com outras profissões afins, como arquitetos e
engenheiros. 
A regulamentação da profissão significou um marco importante na atuação do designer de
interiores e ambientes no Brasil, permitindo não somente o exercício profissional legal,
mas também promovendo a valorização do designer junto à sociedade civil. 
VOCÊ SABIA?
No Brasil, o órgão de referência para os designers de interiores e ambientes é a
Associação Brasileira de Designers de Interiores – ABD. O órgão foi fundado no
ano de 1980 e, desde então, tem buscado solidificar o espaço desse profissional
junto à sociedade brasileira. Em seu site, além de informações ligadas à filiação, é
possível acompanhar os eventos da área, tabelas com sugestões de honorários,
bem como matérias que são de interesse para estudantes e profissionais sobre o
universo do design de interiores. Disponível em: 
< http://www.abd.org.br >.
http://www.abd.org.br/
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1.1.1 Etapas projetuais
Durante muito tempo o processo de criação e a criatividade foram atrelados a um alto
grau de subjetividade. Acreditava-se que o ato de concepção dependia única e
exclusivamente de algo chamado “inspiração”. Hoje, apesar da percepção de que o
projeto de ambientes e interiores se constitui para além da ideia romântica de criação,
obedecendo também a outras questões como os quesitos técnicos, muitas pessoas ainda
encaram o desenvolvimento de projeto como algo relacionado a uma espécie de
“inspiração divina”. Sobre esse aspecto, Bryan Lawson (2011, p. 45) comenta que: 
[...] os vários tipos de projeto lidam com ideias precisas e vagas,
exigem pensamento sistêmico e caótico, precisam de ideias
criativas e cálculos mecânicos. No entanto, um grupo de campos
parece ficar próximo do meio dessa série de atividades que
envolvem projetos. Os campos tridimensionais e ambientais de
arquitetura, do design de interiores, do desenho industrial e de
produto, do urbanismo e do paisagismo exigem todos que o
projetista gere produtos finais belos e também úteis, práticos e
que funcionem bem. 
Muito embora cada processo criativo possa ser único e variar de acordo com a ocasião e
com o tipo de objeto que está sendo criado, alguns estudos que pertencem ao campo dos
processos cognitivos projetuais conseguiram identificar e extrair etapas padrão, que
podem ajudar com o desenvolvimento de propostas para o projeto de interiores. 
Apesar das especificidades de cada área e escopo, o que se tem como consenso é a
noção da atividade de projeto como uma ação para resolução de problemas. Ou seja, a
ideia de que o designer irá, por meio de sua ação projetual, solucionar um problema no
ambiente em que deve intervir. 
Ching e Binggeli (2013, p. 41) apresentam uma possibilidade de mapeamento do
desenvolvimento projetual, que pode ser desmembrado em movimentos de análise,
síntese e avaliação, conforme representado no Diagrama 1. 
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Diagrama 1 – Representação dos momentos do processo criativo.
Fonte: CHING; BINGGELI, 2013, p. 41.
Por análise, se entende a ação do designer de investigar as variáveis do problema
projetual a ser resolvido como quais as demandas do cliente, qual a natureza do projeto a
ser executado, atendimento às exigências de possíveis órgãos legais, dentre muitas
outras. “A análise envolve a investigação das relações na busca de algum padrão nas
informações disponíveis e a classificação dos objetivos [...] É o ordenamento e a
estruturação do problema” (LAWSON, 2011, p.45). Em argumentos semelhantes, Ching e
Binggeli (2013, p.42) dizem que: 
Uma análise do problema exige que este seja decomposto, que as
questões levantadas sejam esclarecidas e que sejam
determinados valores aos vários aspectos do problema. A análise
também envolve a coleta de informações relevantes que nos
ajudariam a entender a natureza do problema e a desenvolver
respostas apropriadas. 
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Por sua vez, a etapa de síntese corresponde ao desenvolvimento do projeto por parte do
designer, que deve propor uma solução espacial que seja satisfatória à resolução dos
problemas encontrados na etapa de análise. É normal que o designer elabore não
apenas uma, mas diversas opções projetuais até encontrar a que melhor se adeque ao
problema naquele contexto. 
De acordo com Ching e Binggeli (2013, p. 43), essa ação “exige sintetizar – coletar e
integrar – respostas para várias questões e aspectos do problema em soluções
coerentes. Projetar requer pensamento racional com base em conhecimentos e obtido
com experiência e pesquisas”. Lawson define a síntese como sendo a [...] “tentativa de
avançar e criar uma resposta ao problema – a geração de soluções” (2011, p.45). 
Já o momento de avaliação, como o nome sugere, se faz importante para que seja
julgado se a resposta dada na etapa desíntese (projeto) foi satisfatória aos problemas
elencados na análise. “A avaliação envolve a crítica das soluções sugeridas em relação
aos objetivos identificados na fase de análise” (LAWSON, 2011, p.45). 
A forma cíclica, na qual a Figura 3 foi desenvolvida, também informa sobre a
característica desta etapa de desenvolvimento criativo. O movimento do ciclo nos alerta
para a não linearidade deste processo, e que ele pode ser reiniciado inúmeras vezes, até
que ambas as partes estejam satisfeitas, o projetista e o cliente. É muito comum que uma
proposta projetual em algum momento necessite retornar para as etapas de análise e
síntese, mesmo que parcialmente. Assim, independente de termos apresentado estas
etapas em sequência, uma após a outra, na prática, o movimento acaba sendo como um
circuito, de ordem cíclica. 
Apesar da importância do conhecimento sobre esses momentos, Lawson (2011, p. 48)
alerta para uma atenção mais ampla aos conhecimentos relativos ao projeto, afirmando
que: “saber que o projeto consiste de análise, síntese e avaliação ligadas em um ciclo
iterativo não capacita ninguém a projetar, assim como conhecer os movimentos do nado
peito não impede que alguém se afogue na piscina”. 
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VOCÊ QUER VER?
Quer saber mais sobre o processo criativo dos mais famosos designers do
mundo? Como criaram suas obras? Quais são suas inspirações? Esses e outros
temas importantes são apresentados na série documental Abstract: a arte do
design , que em duas temporadas, apresenta o processo criativo de ilustradores,
arquitetos, cenógrafos, designer de interiores, dentre outros. A série foi lançada
em 2017 e está disponível no catálogo do serviço de streaming Netflix.
Um projeto de interiores, em qualquer nível ou tipo em que seja proposto, é uma atividade
complexa e que se prolonga por um determinado período. Desde as reuniões iniciais com
o cliente, até a finalização dos ambientes, há uma série de etapas e elaboração de
documentos (sejam gráficos, textuais ou documentais) que guiam o andamento da obra. 
Para definir quais documentos devem ser entregues no desenvolvimento de projetos de
edificações, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou a NBR 13531
(1995), que fixa as atividades exigíveis para a construção de edificações. A norma
entende que os projetos relativos às edificações, seja de interiores, arquitetura ou
engenharia, devem apresentar as seguintes etapas:
Levantamento (LV);
Programa de necessidades (PN);
Estudo de viabilidade (EV);
Estudo preliminar (EP);
Anteprojeto (AP) e/ou pré-execução (PR);
Projeto legal (PL);
Projeto básico (PB);
Projeto para execução (PE).
Apesar de cada etapa acima listada cumprir uma função específica dentro do processo,
que vai do projeto até a sua execução, é comum que algumas dessas fases sejam
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agrupadas, ou ainda que não sejam desenvolvidas a depender da natureza do projeto. É
muito comum que os oito passos descritos na NBR 13531 (ABNT, 1995) sejam agrupados
em três, são eles:
Estudo preliminar (EP);
Anteprojeto (AP);
Projeto executivo (PE).
No estudo preliminar, o projetista deve levantar as informações necessárias para a
definição do problema a ser resolvido, como por exemplo, reconhecer o local para o qual
será desenvolvido o projeto, realizar o levantamento físico e fotográfico, coletar dados
diretamente com os clientes por meio de entrevista, estudar o perfil do cliente, elaborar o
briefing, os primeiros estudos de uso e layout do ambiente. O estudo preliminar no projeto
de interiores engloba também os itens descritos na NBR 13531 (ABNT, 1995), como
levantamento (LV), programa de necessidades (PN) e estudo de viabilidade (EV). 
De acordo com a ABNT, estudo preliminar é a “etapa destinada à concepção e à
representação do conjunto de informações técnicas iniciais e aproximadas, necessários à
compreensão da configuração da edificação, podendo incluir soluções alternativas”
(ABNT, 1995). Em outras palavras, é no estudo preliminar que o projetista apresenta as
primeiras versões da proposta projetual, buscando, por meio de desenhos técnicos e
imagens em perspectiva, apresentar ao cliente a proposta desenvolvida. Como visto, é
comum que o designer elabore mais de uma versão da solução projetual, sempre
objetivando a aprovação por parte do cliente. 
Uma vez que o estudo preliminar é aprovado, o projeto segue para a próxima fase, o
anteprojeto (AP). Nesta etapa, o projeto recebe uma série de informações técnicas
provisórias relativas ao detalhamento técnico do espaço, para que o cliente tenha uma
noção aproximada dos custos e do prazo de execução, como também deve auxiliar no
desenvolvimento de projetos complementares que, caso necessários, sejam elaborados
por outros projetistas (ABNT, 1995). Dependendo da natureza do projeto, é importante
estar atento para a necessidade de sua aprovação junto a órgãos fiscalizadores. Se
houver essa demanda, deve acontecer nesse momento. 
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Com a aprovação formal da fase de anteprojeto por parte do cliente, o designer de
interiores deve reunir informações de todos os produtos detalhados no projeto. Assim, a
fase de projeto executivo é a:
[...] etapa destinada à concepção e à representação final das
informações técnicas da edificação e de seus elementos,
instalações e componentes, completas, definitivas, necessárias e
suficientes à licitação (contratação) e à execução dos serviços de
obra correspondentes. (ABNT, 1995, p.4). 
Essa é a parte mais técnica do projeto, em que deve ser elaborada toda representação
gráfica, contendo minuciosamente cada detalhe. É nessa fase, que são desenvolvidas e
acompanhadas todas as especificações e orçamentos que devem ser entregues aos
possíveis construtores, fornecedores e especialistas, para proporcionar uma base para
realizarem a cotação. No que se refere ao projeto, é importante desenvolver todos os
detalhes construtivos necessários para o bom andamento de sua execução. 
É comum que, uma vez que se iniciem as obras para a execução do projeto, o designer
realize visitas periódicas ao local para acompanhar o andamento, podendo,
ocasionalmente, solucionar possíveis dúvidas e problemas do canteiro. O Quadro 1, a
seguir, resume as etapas do projeto. 
Quadro 1 – Etapas do projeto.
» Clique nas setas ou arraste para visualizar as etapas
Estudo preliminar (EP) : primeira fase do projeto,
em que é necessário entender os anseios do cliente
e elaborar uma proposta inicial a ser apresentada. É
preciso convencê-lo de que a sua proposta atende
às necessidades solicitadas.
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Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
1.1.2 Entrega da situação problema
Buscando uma maior efetivação dos conhecimentos abordados nesta disciplina, faz-se
importante que sejam aplicados em uma etapa prática. Desse modo, será apresentada a
seguir uma situação-problema, que deve ser utilizada como recurso para que haja uma
maior aderência e aplicação prática dos conceitos que serão desenvolvidos nas unidades
seguintes. 
Como visto anteriormente, dentro do processo criativo, a elaboração de um projeto pode
ser entendida e descrita como uma ação de análise e resolução de problemas. Desse
modo, a partir de agora, desenvolveremos um projeto residencial, de baixa complexidade,
para um apartamento tipo loft (Figura 3).
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Figura 3 – Planta baixa de apartamento tipo loft. 
Fonte: Elaborador pelo autor, 2020. 
Ao longo das unidades, iremos desenvolver a proposta de ambientação para esse mesmo
espaço, conforme avançamos no aprendizado sobre quais itens e peças gráficas devem
ser desenvolvidas para cada etapa de projeto.
1.2 Levantamento de dados
Como dito, antes de iniciar um projeto de ambientação e interiores há uma série de
protocolos que devem ser seguidos para a coleta de informações necessárias para seu
desenvolvimento. Por se tratar de uma ação de intervenção em espaços existentes, ou a
serem criados, a coleta de dados por meio de ferramentas, como a visita técnica e a
entrevista, são indispensáveis e lançam as bases de um bom projeto. Sobre a importância
desse momento, Ching e Binggeli (2013, p. 42) afirmam que:
[...] para ajudar a entender e, em última análise, cumprir a função e
o objetivo de um espaço interno, é necessário analisar
cuidadosamente o usuário e as exigências impostas pelas
atividades que ocorrerão naquele espaço. As ideias gerais a seguir
podem ajudar o projetista a incluir tais exigências no programa de
necessidades, traduzir tais necessidades em formas e padrões e
integrá-las no contexto espacial. 
A seguir, descreve-se algumas estratégias úteis nessa aproximação para o levantamento
de dados para elaboração do projeto de interiores.
1.2.1 Visita técnica
O reconhecimento do local para o qual se desenvolve o projeto de interiores é muito
importante. É, nesse momento, que o designer não apenas realiza ações mais
pragmáticas, como a conferência de medidas relativas ao espaço, mas também deve
estar atento para os diversos fatores, sejam de ordem física ou subjetiva, que possam
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impactar a realização do projeto. Sobre esse aspecto, Netto (2014, p.118) comenta que
“no projeto de interiores, seja de uma residência, seja de um ambiente público, o arquiteto
deve pesquisar e compreender como as atividades dos ambientes a serem planejados se
relacionam, e atender a essa demanda”. É importante destacar também que esse
momento acaba sendo muitas vezes único pois, por diversos fatores, nem sempre é
possível retornar ao espaço para o qual se está projetando sem atrapalhar a dinâmica
dos seus usuários. Assim, entende-se que a visita técnica é um passo constituinte do
levantamento de dados.
1.2.2 Coleta de dados
Como visto, muitas são as áreas em que o projeto de interiores pode se enquadrar e é
importante estar atento a essas especificidades na hora de reunir as informações
relevantes para o projeto. Espaços residenciais têm demandas distintas dos ambientes
comerciais, do mesmo jeito que elaborar uma proposta de vitrine demanda esforços
outros do que projetar um cenário para um espetáculo teatral. Apesar disso, há uma série
de itens que permeiam o levantamento de informações básicas para o desenvolvimento
de um projeto. Ching e Binggeli (2013, p. 64-66) sugerem uma diferenciação entre a
coleta de dados sobre as necessidades dos usuários e das atividades
desempenhadas no espaço em si , apresentadas sucintamente a seguir.
Identificação dos usuários : Quantas pessoas irão utilizar o espaço? Qual o grupo
etário e como isso impacta na proposta a ser desenvolvida? Como esse espaço será
utilizado?
Necessidade dos usuários : São individuais ou em grupo? O cliente é uma pessoa
física, instituição, marca? Quais são seus anseios? Há alguma demanda específica
no que se refere à inclusão, por exemplo?
Compreensão das preferências : Quais são os objetos e cores favoritos? O que
esperam do espaço?
Necessidades territoriais : É importante que se tenha privacidade? Interação entre
os espaços? Como se darão os acessos? E a segurança?
A observação das demandas dos usuários é elaborada não só no momento de entrevista
com o cliente, mas também na própria observação do designer acerca do uso do espaço.
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Isso porque muitas vezes o cliente não tem clareza sobre o que, de fato, necessita, e é o
olhar experiente do profissional que pode acrescentar valor à proposta. 
No que se refere às demandas das atividades a serem desempenhadas no espaço
em si , Ching e Binggeli (2013, p. 65) sugerem que sejam observadas:
As atividades primárias e secundárias que são realizadas no ambiente:
classificação dasatividades que acontecem no ambiente e como estão relacionadas;
A exploração da natureza dessas atividades : são ativas ou passivas? Fazem
barulho ou são silenciosas? Qual a frequência de uso? São atividades individuais ou
coletivas? As atividades realizadas no espaço demandam mobiliário específico?
As exigências determinadas pelo espaço : o espaço necessita atingir a índices
de desempenhos específicos, como por exemplo, acústica e iluminação? Podem ser
espaços flexíveis? Demandam privacidade ou acessibilidade?
Outras instalações especiais necessárias : para além das instalações básicas,
esse espaço demanda alguma instalação especial?
No âmbito da aquisição de dados sobre o espaço físico da intervenção em si, os autores
recomendam a:
Documentação com o levantamento físico e fotográfico : é muito importante
que na visita técnica o profissional realize um preciso levantamento físico-espacial
do ambiente, que busque contemplar não apenas as medidas de comprimento e
largura, mas não esqueça das alturas de pé-direito, eventuais desníveis, dimensões
de esquadrias, pontos elétricos e de iluminação, dentre outros atributos físicos que
possam interferir no projeto. Ainda sobre o levantamento, é importante que o
designer também tenha as medidas de eventuais mobiliários e/ou equipamentos que
irão fazer parte da proposta (CHING; BINGGELI, 2013, p. 65). O levantamento
fotográfico é importante, pois serve como material de consulta ou complemento para
uma eventual informação que possa ter passado despercebida no momento da
visita. Recomenda-se, pelo menos, duas fotografias por ambiente que busquem
enquadrar o máximo de informação possível, atentando-se para ter sempre que
possível como referência o teto e piso no enquadramento de cada fotografia, bem
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procurar fazer uma sequência lógica de fotos para que possa, posteriormente,
entender o espaço de forma panorâmica.
Indica-se, ainda, que além das trenas e de uma prancheta de mão, o projetista realize
anotações acerca de características específicas que possam ser importantes para o
desenvolvimento do projeto. 
Recentemente, tem estado à disposição dos usuários de smartphones e tablets alguns
aplicativos e recursos nativos que podem auxiliar nessa tarefa. Alguns outros já realizam
uma espécie de escaneamento digital 3D do ambiente enquanto outros ajudam na
detecção de instalações e tubulações de água, por exemplo. São muitas as opções,
certifique-se de que se encaixam em suas necessidades.
Figura 4 – Ferramentas necessárias para um bom levantamento físico e fotográfico de interiores. 
Fonte: Shutterstock, 2020. Acesso em: 03/07/2020. 
VOCÊ SABIA?
No que se refere ao levantamento físico das medidas do espaço, é muito
importante a precisão no manuseio dos equipamentos, bem como atentar para o
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seu correto funcionamento. Se possível,utilize as trenas metálicas ou as digitais,
pois diminuem o risco de distorção de medidas.
1.3 Levantamento de dados
A partir deste tópico, iremos conhecer algumas possibilidades de tratamento e
organização das informações que podem ser prospectadas junto ao cliente ou usuário do
espaço e como podem ajudar na resolução do projeto de interiores.
1.3.1 Análise dos dados coletados
Após a etapa de coleta, é o momento de se realizar uma sistematização das informações
que foram levantadas e realizar uma série de análises que devem auxilia na definição do
problema. Ching e Binggeli (2013, p. 66) recomendam que o designer esteja atento a
alguns pontos, tais como:
Orientação solar e condições climáticas do espaço : é importante observar a
oferta de luz e ventilação naturais para o espaço onde se está projetando e qual a
sua influência sobre o projeto. A incidência de luz do sol pode causar ofuscamentos,
reflexos e prejudicar as tarefas que serão desempenhadas no ambiente;
Análise do espaço : qual o seu formato, escala e proporção? Onde se localizam as
portas e aberturas?
Materiais : quais são os materiais que já existem nos planos de piso, parede e teto?
Qual o seu estado de conservação? Quais podem ser incorporados ao projeto e
quais necessitam ser substituídos?
Possíveis modificações na arquitetura : para desenvolver o projeto de interiores
são necessárias mudanças físicas no espaço? O estado e a localização das
instalações existentes atendem à nova proposta espacial?
Em argumentos semelhantes, Netto (2014, p. 117) também sugere caminhos para a
realização dessa análise a partir dos dados coletados. A autora diz que:
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Para planejar os espaços em um projeto de interiores, devemos
analisar os seguintes pontos: forma, escala e proporção;
orientação solar no local; localização de portas e passagens, para
definir a circulação no ambiente; localização de janelas, para
definir a iluminação e a ventilação do ambiente. 
Netto (2014) sugere ainda que seja analisado também como se relacionam as atividades
que devem ser desempenhadas naquele espaço, atentando para quais atividades devem
estar próximas ou separadas por circulações e/ou vedações e quais atividades diferentes
podem dividir o mesmo espaço.
Algumas atividades podem necessitar de uma relação de
proximidade entre si, ou de maior privacidade, enquanto outras
não necessitam de proximidade, e podem estar mais afastadas ou
isoladas (NETTO, 2014, p.118). 
Diante do grande leque de atuações disponíveis para a área de interiores, sempre se
atente para as demandas de levantamento de análise de dados específicas para o seu
projeto. Muitas vezes projetos da mesma natureza, como residencial, por exemplo, podem
demandar a extração de informações diferentes.
1.3.2 Organização e análise crítica
Após a etapa de levantamento e análise de dados descritas no item anterior, é muito
importante que se tenha uma rotina para organização de tudo que foi coletado e que
esses materiais estejam facilmente disponíveis para consultas futuras nas demais etapas
projetuais. Cada profissional acaba desenvolvendo um modo específico de gestão dos
dados relativos ao cliente e ao projeto. Esses dados podem estar em arquivos separados
por clientes, data, tipos de projetos ou pessoa responsável, por exemplo. Ter o fluxo de
organização do trabalho de um designer de interiores organizado de modo objetivo em
seu escritório é fundamental não só para ordenação, mas também para garantir que todos
passem pelo mesmo processo e mantenham a qualidade almejada.
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1.4 Levantamento de dados
Uma outra abordagem para a extração de dados para o projeto de interiores para além da
análise do cliente, usuário e do espaço em si, faz-se por meio das análises de projetos
correlatos. A seguir, segue os chamados “estudos de casos” podem fornecer importantes
informações para o desenvolvimento projetual.
1.4.1 Estudos de caso
Até aqui é foi possível perceber a importância que as etapas preparatórias têm para o
desenvolvimento de um bom projeto de interiores. Entretanto, reduzir toda a experiência
projetual ao que se pode criar ou vislumbrar como projetista, pode trazer sérias limitações
para a habilidade de projetar e para nosso repertório. Desse modo, deve-se buscar
aprendizado e inspirações não só no processo criativo, mas também nos problemas
resolvidos em outros projetos. 
Como visto, a atividade projetual é encarada como um processo de resolução de
problemas. Sobre essa característica, Bryan Lawson (2011, p. 172) indaga: “Sabemos
que o processo se inicia com algum tipo de problema e termina com algum tipo de
solução, mas como os projetistas vão do primeiro ao segundo?”. Como entender o
raciocínio projetual de um designer na resolução de problemas em um ambiente? Uma
das muitas alternativas é a análise de projetos de mesmo tipo, ou como são mais
conhecidos, os estudos de caso . Esse conceito nada mais é do que o relato de
experiências projetuais que tiveram problemas semelhantes aos que se pode enfrentar na
resolução de um projeto de interiores. 
Essa análise pode ser feita tanto por meio dos documentos gráficos, plantas baixas,
elevações, imagens etc., como de modo empírico, ou seja, visitando os espaços. Há,
também, a possibilidade, caso se tenha acesso ao relato do designer ou da equipe de
projeto, de perguntar diretamente sobre como os problemas foram resolvidos. 
As análises decorrentes de estudos de caso podem auxiliar na resolução de problemas
dos projetos não somente pelo viés de confirmação, da aderência do que se encaixa
perfeitamente no seu projeto, como também pelo inverso. É importante pensar nas
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possíveis soluções descartadas para o projeto de referência e tentar exercitar essa
espécie de “transferência” de conhecimento. Com a oferta de acesso à internet e redes
de compartilhamento cada vez mais ampla, tem sido comum o uso de aplicativos que
permitem a criação de pastas com imagens de referência que podem ser consultadas com
o objetivo de ampliar o repertório projetual do designer de interiores. No entanto, é
necessário lembrar que outros projetos precisam ser analisados criticamente em suas
propostas, erros e acertos. Além das imagens de referência de ambientes completos,
também são importantes as imagens mais técnicas, que podem mostrar detalhes
construtivos, de mobiliário etc. 
Síntese
O designer de interiores e ambientes é o profissional habilitado para realizar intervenções
espaciais, buscando uma harmonização entre os princípios estéticos, técnicos e
funcionais, tendo sempre como objetivo a satisfação do usuário. Entende-se a ação
projetual como uma atividade criativa que busca a resolução de problemas. Compreender
como se estruturam as etapas de análise, síntese e avaliação de um projeto auxilia no
estabelecimento de um protocolo de ação e norteia as tomadas de decisão pelo designer
de interiores. Nesta unidade, conhecemos as principais etapas de projeto, a saber,
estudo preliminar (EP), anteprojeto (AP) e projeto executivo (PE) e sua importância dentro
do processo projetual. Em seguida, foi apresentada a situação-problema, ou seja, uma
proposta de projeto, que será desenvolvida como exercício nas demais unidades. Como
uma espécie de preparação para o início do projeto, vimos os itens que se relacionam ao
levantamento e análise de dados, tanto do espaço físico, quanto dos usuários e dinâmica
do ambiente. Por fim, foi exposta a importância da organização e análise crítica desses
dados levantadose a importância dos estudos de caso de projetos correlatos para
ampliar o leque de soluções projetuais.
Referências bibliográficas 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESIGNERS DE INTERIORES Sã P l ABD 2020
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Disponível em: < http://abd.org.br/ >. Acesso em: 18 maio 2020. 
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de projetos de edificações – Atividades técnicas. Rio de Janeiro: ABNT, 1995. 
BRASIL. Lei n. 13.369, de 12 de dezembro de 2016. Dispõe sobre a garantia do
exercício da profissão de designer de interiores e ambientes e dá outras
providências . Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13369.htm >. Acesso em: 23
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2014.

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