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Direito Processual Civil IV - 2019 2al

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
Prof. Luiz Carlos Secca
Cel: 22 – 992175773
E-mail: lcsecca@secca.adv.br
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Prof. Luiz Carlos Secca
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Referências
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. Ed. Método.
DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. Ed. Atlas.
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. Ed. Saraiva.
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil V.1. Ed. Jvs Podium.
JÚNIOR, Fredie Didier. Curso de Direito de Processo Civil. Ed. Jvs Podium.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. Forense.
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Prof. Luiz Carlos Secca
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Avaliação
 A1 e A2
 Prova Objetiva
 Prova discursiva
 Oito questões. 
 Valor 04 pontos.
 S/ consulta a lei.
 Três questões. 
 Valor 06 pontos.
 C/ consulta a lei.
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
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Prof. Luiz Carlos Secca
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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
CONSIDERAÇÕES GERAIS
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	A JURISDIÇÃO, isto é, o poder que tem o Judiciário de solucionar os conflitos, dizendo qual o direito e estabelecendo quem tem razão.
	O juiz não age, ao menos como regra geral, de ofício. O Estado, por intermédio do juiz, a quem compete solucionar os conflitos, precisa ser provocado (princípio da inércia).
	AÇÃO é o mecanismo pelo qual se provoca o Judiciário a dar uma resposta. Essa resposta é chamada de PROVIMENTO OU TUTELA JURISDICIONAL. É sempre uma FACULDADE daquele que se sente prejudicado. Direito subjetivo público, EXERCIDO CONTRA O ESTADO.
Revisando alguns conceitos
Prof. Luiz Carlos Secca
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“O processo engloba todo o conjunto de atos que se alonga no tempo, estabelecendo uma relação duradoura entre os personagens da relação processual, o procedimento consiste na forma pela qual a lei determina que tais atos sejam encadeados”.
Processo e procedimento
Procedimento comum e procedimento
Procedimento comum é aquele aplicável em todos os casos em que a lei não dispor de maneira diversa.
Procedimento especial é aquele aplicável em casos especificados na própria lei processual
As regras do procedimento comum aplicam-se subsidiariamente aos processos de procedimento especial.
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São PROCESSOS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA aqueles que servem para o juiz afastar uma crise de certeza, para dizer quem tem razão, se o autor ou o réu. Busca-se uma sentença que obrigue a parte contrária.
São PROCESSOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA é aquela que serve para que o juiz tome algumas providências necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual. Busca-se uma situação que valha para o próprio proponente da demanda, sendo possível que a sentença beneficie as duas partes.
Processo de jurisdição contenciosa e Processo de jurisdição voluntária
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 Direito material × direito processual
As normas de DIREITO MATERIAL são aquelas que indicam quais os direitos de cada um. Atribui um interesse primário ao seu titular.
As NORMAS DE PROCESSO são meramente instrumentais. Pressupõem que o titular de um direito material entenda que este não foi respeitado, possibilitando que recorra ao Judiciário para que o faça valer. 
O direito material pode ser espontaneamente respeitado, ou pode não ser. Se a vítima quiser fazê-lo valer com força coercitiva, deve recorrer ao Estado, do que resultará a instauração do processo.
Ele não é um fim em si mesmo, nem o que almeja quem ​ingressou em juízo, mas UM MEIO, UM INSTRUMENTO, para fazer valer o direito desrespeitado.
As normas de direito processual regulamentam o instrumento de que se vale o Estado-juiz para fazer valer os direitos não respeitados dos que a ele recorreram.
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Instrumentalidade do processo
O processo é o instrumento da jurisdição, o meio de que se vale o juiz para aplicar a lei ao caso concreto.
Não é um fim em si, já que ninguém deseja a instauração do processo por si só, mas meio de conseguir determinado resultado: a prestação jurisdicional, que tutelará determinado direito, solucionando o conflito. 
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 JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
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Os Juizados Especiais Cíveis constituem mecanismo de facilitação do acesso à justiça, pois permitem que determinados litígios, que talvez não fossem levados ao Judiciário antes, possam sê-lo. 
Esse benefício proporcionado pelo Juizado, cujas informalidade e rapidez servem como estímulo àqueles que talvez não ingressassem no Judiciário, atenua em parte o problema da litigiosidade contida.
Não se pode dizer que a finalidade do Juizado Especial Cível foi reduzir o número de causas, desafogando o Judiciário; seu objetivo principal é justamente permitir que certas demandas que jamais seriam propostas pudessem sê-lo. 
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“A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I — juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. Parágrafo único. Lei Federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal”. 
Para dar cumprimento à determinação constitucional, foram editadas as Leis ns. 9.099/95, 10.259/2001 e 12.153/2009, que tratam dos Juizados Cíveis Estaduais, Federais e Juizados Especiais da Fazenda Pública, respectivamente.
Fundamento constitucional e legal
Os Juizados Especiais cíveis encontram o seu fundamento no art. 98 da CF, que assim estabelece:
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Os juizados especiais pertencem à jurisdição comum, estadual ou federal.
O CPC previu a existência de dois tipos de processos: o de conhecimento e o de execução, com procedimentos próprios. Os processos de conhecimento podem ter procedimento comum e especial.
Para Marcus Vinicius Gonçalves há um novo tipo de processo, com uma forma diferenciada de cognição, no qual é possível encontrar processos de conhecimento, de procedimento especialíssimo, mais concentrado e célere, e de execução.
Em todos eles, devem ser observados princípios típicos: uma oralidade muito maior, mais simplicidade, economia, informalidade e celeridade.
Natureza
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O sistema processual do Juizado é regulado por princípios próprios, enumerados no art. 2º, da Lei n. 9.099/95: “o processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou transação”.
Os mesmos são válidos para o Juizado Federal e da Fazenda Pública.
Esses princípios devem ser harmonizados com os princípios e garantias constitucionais, tais como, o do devido processo legal, do contraditório, da isonomia, da imparcialidade do juiz e da publicidade, entre outros.
Como o Juizado Especial constitui um microssistema, as regras do CPC só poderão ser aplicadas supletivamente na omissão de normas próprias, e desde que não ofendam o sistema e os princípios dos juizados. 
 Princípios próprios reguladores do sistema processual do Juizado
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No Juizado Especial, a oralidade é muito mais intensa, devendo ser observada com muito mais rigor.
Boa parte dos atos é oral, e apenas o essencial é reduzido a termo.
O resto pode ficar gravado em fita magnética ou equivalente, conforme o art. 13, § 3º, da Lei n. 9.099/95.
Princípio da oralidade
a inicial pode ser apresentada oralmente na Secretaria do Juizado (art. 14, caput);
o mandato ao advogado pode ser verbal, salvo se contiver poderes especiais (art. 9º, § 3º);
a contestaçãoe o pedido contraposto também podem ser apresentados oralmente (art. 10);
a prova pericial não é admitida, mas é possível pedir ao juiz a inquirição de técnicos de sua confiança (art. 35);
a prova oral não é reduzida a escrito (art. 36), podendo ser gravada;
os embargos de declaração podem ser opostos oralmente.
São exemplos da efetiva oralidade tirados da Lei n. 9.099/95:
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A instrumentalidade das formas é consagrada no art. 13, caput, da Lei n. 9.099/95: “Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei”. § 1º: “Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo”.
A simplicidade e informalidade do procedimento se evidenciam por uma redução substancial de termos e escritos do processo, com a adoção de mecanismos diferenciados, como gravações de vídeo, fitas magnéticas, e uso de equipamentos de informática.
Há inúmeras simplificações na petição inicial, na citação, na resposta do réu, na colheita de provas, nos julgamentos e nos recursos.
Princípios da informalidade e da simplicidade
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“É certo que a Constituição Federal assegura a todos o direito a um processo de duração razoável, e que, também no processo comum, deve-se buscar o resultado da forma mais célere possível. Mas, nos juizados especiais, a celeridade é ainda mais destacada, pois está entre as suas finalidades dar uma solução mais rápida aos litígios em geral”.
Economia processual
“Esse não é um princípio apenas dos juizados especiais, mas do processo civil em geral, já que se há de tentar obter, sempre com o menor esforço possível, os resultados almejados. Mas nos juizados isso se acentua. Esse princípio está relacionado com os anteriores”.
Celeridade
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Não cabe reconvenção;
Não se admite intervenção de terceiros, ressalvado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 1.062, do CPC);
Não se admite prova pericial.
Além disso, a lei, como corolário da oralidade, determina forte concentração de atos, permitindo que tudo se realize em uma só audiência (art. 17, da Lei n. 9.099/95).
Na de instrução e julgamento, o réu apresentará resposta, que pode conter pedido contraposto, o juiz solucionará os incidentes, colherá as provas e julgará.
Não há remessa necessária das sentenças em que houver sucumbência da Fazenda Pública, tanto estadual quanto federal, e os atos de execução são também concentrados. Daí a Constituição Federal, em seu art. 98, se referir ao procedimento como sumaríssimo.
Uma leitura cuidadosa da Lei n. 9.099/95 permite constatar que foram vedados aqueles incidentes que pudessem implicar em demora ou retardo do processo:
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É facultado ao interessado procurar Juizado Especial, nas causas que forem de sua competência, ou optar pelo foro comum. Mas isso só vale para os juizados estaduais cíveis.
A Lei n. 10.259/2001, que trata dos juizados federais, dispõe, no art. 3º, § 3º: “No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta”. 
Prevalece amplamente na jurisprudência, inclusive do Superior Tribunal de Justiça, o entendimento de que, nas causas de sua competência, a adoção do procedimento do Juizado Federal é obrigatória. 
Competência
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Nesse sentido, o acórdão proferido nos embargos de declaração no conflito de competência n. 103.084, cuja relatora foi a Min. Eliana Calmon. “Se houver um conflito de competência entre o Juizado Especial Federal e a Justiça Federal da mesma seção judiciária, o conflito será decidido pelo Tribunal Regional Federal”.
É o que dispõe a Súmula 428 do Superior Tribunal de Justiça: “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”, 
Da mesma forma, no Juizado Especial da Fazenda Pública, que é estadual, e vem regulamentado pela Lei n. 12.153/2009, a competência é absoluta, como resulta do art. 2º, § 4º: “No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta”.
Para indicar quais causas são de competência do juizado, o legislador valeu-se de três critérios: o valor da causa, a matéria e as pessoas. Entre os diversos juizados, no entanto, o critério prevalente é o territorial.
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No Juizado Especial Civil a lei estabelece competência para as causas de valor até quarenta salários mínimos (art. 3º, I, da Lei n. 9.099/95);
No Juizado Especial da Fazenda Pública e no Juizado Especial Federal para as causas de até sessenta salários mínimos (art. 2º, caput, da Lei n. 12.153/2009 e art. 3º, caput, da Lei n. 10.259/2001).
O valor da causa deverá ser considerado no momento da propositura da demanda, sendo irrelevantes alterações supervenientes.
O que pode afastar a competência em relação do valor da causa é a eventual necessidade de prova técnica complexa, diante da inadmissibilidade de prova pericial.
Devem ser aplicadas supletivamente as regras do CPC.
Competência do juizado em razão do valor da causa
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Nos juizados especiais cíveis, o valor da causa será de suma importância, porque se for até vinte salários mínimos, é dispensada a participação do advogado.
Somente naquelas entre vinte e quarenta salários mínimos tal participação é indispensável.
No Juizado Especial Federal Cível, a participação do advogado é sempre facultativa, independentemente do valor da causa, como determina o art. 10 da lei que o regula.
A lei que regula o Juizado Especial da Fazenda Pública é omissa quanto à necessidade de advogado. Se ele é facultativo nas causas contra pessoas jurídicas de direito público federal, qualquer que seja o valor, também deverá ser nas causas contra as de direito público estadual, dada a semelhança de situações, que recomenda o tratamento analógico.
Considerações relevantes
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O interessado pode renunciar àquilo que exceda os limites de valor da competência, tanto no Juizado Estadual quanto no Federal.
Ainda que seu crédito ultrapasse os limites legais, pode recorrer ao juizado, desde que abra mão do excedente.
No juizado cível, o interessado pode renunciar ao que exceda vinte salários mínimos, para poder promover a ação sem necessidade do advogado.
A renúncia implica a perda do direito, o que impede o renunciante de postulá-lo posteriormente.
A possibilidade de renúncia ao que exceda ao limite
Resposta: A renúncia não se pode presumir , dadas as consequências gravosas que traz para a parte, com a perda do direito ao excedente. Se o autor propuser ação de valor superior à alçada, o juiz deve primeiro ouvi-lo, para que esclareça se efetivamente está renunciando. Em caso negativo, indeferirá a inicial, porque o juizado não terá competência para a causa; em caso afirmativo, ficará explicitada a renúncia, e o processo prosseguirá, respeitados os limites de alçada.
Pergunta: Haveria possibilidade de renúncia implícita, quando o autor propõe ação no juizado especial, de causa cujo valor ultrapasse a alçada?
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O valor da causa deve ser considerado no momento da propositura da ação, e deve corresponder ao conteúdo econômico do pedido, o que inclui o principal corrigido e juros vencidos.
Havendo cumulação, o valor da causa será o da soma dos pedidos formulados. Tal soma não poderá ultrapassar a alçada do juizado.
O art. 3º, § 2º, da Lei n. 10.259/2001, que trata dos juizados federais, dispõe que “quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o valor referido no art. 3º, ‘caput”’.
A mesma regra vale para o Juizado da FazendaPública, por força do art. 2º, § 2º, da Lei n. 12.153/2009. 
Casuística sobre a competência em razão do valor da causa
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Importante: O valor do pedido contraposto também não poderá ultrapassar os limites da competência do juizado. No entanto, não há restrições para homologação de acordo entre as partes, ainda que o valor supere a alçada legal, no Juizado Cível. Mas a mesma regra não vale para o juizado federal e da Fazenda Pública, nos quais até os acordos estão sujeitos ao limite. Se a ação proposta é de indenização por dano moral, e o autor não formula pedido certo, eventual condenação não poderá ultrapassar os limites de alçada do juizado.
“Tanto a lei que regula o Juizado Especial Cível quanto as que tratam do Federal e da Fazenda Pública estabelecem regras de competência em razão da matéria, seja reconhecendo-a para o julgamento de determinadas matérias, independentemente do valor da causa, seja excluindo-a, naqueles casos em que, por força do valor, o juizado seria competente”. 
Competência em razão da matéria
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Competência em razão da matéria nos Juizados Cíveis
Competência em razão da matéria nos Juizados Federais
Competência em razão da matéria nos Juizados Especiais da Fazenda Pública
“O art. 3º, § 1º, I a IV , da Lei n. 10.259/2001 exclui determinadas matérias da competência do Juizado Federal, ainda que o valor da causa seja até sessenta salários mínimos”.
“O art. 2º, § 1º, da Lei n. 12.153/2009 exclui da competência do Juizado Especial da Fazenda Pública algumas matérias, ainda que o valor da causa seja até sessenta salários mínimos”.
O art. 3º, II, da Lei n. 9.099/95 atribui aos Juizados Cíveis competência para julgar as causas enumeradas no art. 275, II, do CPC de 1973, independentemente do valor da causa. Nos termos do art. 1.063 do CPC, até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis continuam competentes.
Algumas matérias estão fora da competência do Juizado, ainda que o valor da causa seja inferior a quarenta salários mínimos. São aquelas enumeradas no art. 3º, § 2º, da lei.
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No Juizado Estadual o art. 8º, da Lei n. 9.099/95, estabelece restrições à competência do juizado estadual, em função da qualidade de parte que nele intervenha.
A primeira delas é que só as pessoas físicas capazes podem propor ação perante o juizado especial, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas.
Além das pessoas físicas, podem também propor ação as microempresas e as empresas de pequeno porte, nos termos do art. 74 do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (LC 123, de 14/12/2006).
O Enunciado 9 do Fórum Permanente dos Juízes Coordenadores dos Juizados Cíveis e Criminais do Brasil autoriza a propositura da demanda por condomínio, nas ações de cobrança de despesas condominiais em atraso, tão somente. 
Competência em razão das pessoas
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O Enunciado 148 do Fórum Permanente autoriza ao espólio propor ação, desde que não haja interesse de incapazes.
Nada impede, porém, que pessoas jurídicas ou entes despersonalizados possam figurar no polo passivo da ação. Se o fizerem, poderão apresentar pedido contraposto, nos termos do enunciado 31 do Fórum Permanente.
No entanto, admitem-se como rés as sociedades de economia mista. 
O art. 8º, § 2º, da Lei n. 9.099/95, que autorizava o maior de 18 anos a ingressar no juizado sem ser assistido, perdeu o objeto.
“São elas: as pessoas físicas incapazes, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil (art. 8º, caput, da Lei n. 9.099/95)”.
Restrições a determinadas pessoas ou entes para figurarem como partes no Juizado, tanto no polo ativo quanto no passivo 
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Podem ser autores as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, hoje definidas pela Lei Complementar n. 123, de 14.12.2006, e rés, a União, autarquias, fundações públicas e empresas públicas federais (art. 6º, da Lei n. 10.259/2001). 
Não há restrição de acesso, no polo ativo, aos incapazes e ao preso, como nos juizados estaduais. Havendo incapazes, será indispensável a intervenção do Ministério Público.
No Juizado Federal
No Juizado Especial da Fazenda Pública
Podem ser autores as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, valendo as mesmas considerações do item antecedente, e réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas (art. 5º, da Lei n. 12.153/2009).
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Nos Juizados Especiais Cíveis, as regras de competência estão previstas no art. 4º da Lei n. 9.099/95: “É competente para as causas previstas nesta lei, o Juizado do foro:
I — do domicílio do réu, ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
II — do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III — do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inc. I deste artigo”. A regra vale, mesmo que a ação verse sobre bens imóveis, não se aplicando no juizado a determinação de que tais ações corram no foro de situação do bem.
Competência territorial entre juizados
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Nos termos do enunciado 89 do Fórum Permanente, a incompetência territorial pode ser conhecida de ofício, no sistema dos juizados especiais.
Como a Fazenda não tem foro privilegiado, as mesmas regras de competência valem para o Juizado Especial da Fazenda Pública (art. 27, da Lei n. 12.153/90, que manda aplicar supletivamente, em caso de omissão, as regras da Lei n. 9.099/95).
Nos juizados federais, a regra de competência é dada pelo art. 109, § 2º, da CF: “As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou o fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal”. Os foros são concorrentes e a escolha fica a critério do autor.
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Verificando o juiz que o juizado especial não tem competência para julgar a ação proposta, extinguirá o processo sem resolução de mérito.
Não será o caso de remeter os autos à justiça comum, já que a petição inicial não tem as mesmas exigências formais que as dos procedimentos convencionais. 
Não há óbice à reunião de ações conexas que corram no Juizado, com o mesmo pedido ou a mesma causa de pedir, para que sejam instruídas e julgadas conjuntamente.
A reunião se fará no Juizado prevento, observado o disposto no art. 59 do CPC. O mesmo vale em relação à continência (enunciado 68 do Fórum Permanente).
Incompetência, conexão e continência
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O art. 10 da Lei n. 9.099/95 é peremptório: “Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiros, nem a assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio”. 
O art. 1.062 do CPC abre uma exceção, ao autorizar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica nos processos de competência do Juizado Especial Cível.
O litisconsórcio pode ser ativo ou passivo, mas exige que todos tenham possibilidade de figurar como partes, perante o juizado especial.
O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei, o que ocorrerá com mais frequência nos juizados federais, já que nos estaduais o incapaz não pode ser parte, nem se pode propor ação para discutir o estado e a capacidade das pessoas.
Litisconsórcio e intervençãode terceiros
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Nos Juizados Cíveis, vigora a regra do art. 9º, da Lei n. 9.099/95: “Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória”. O valor da causa será decisivo para verificar se a intervenção do advogado é facultativa ou obrigatória.
Nos casos em que a assistência de advogado for facultativa, se uma das partes comparecer assistida, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local (art. 9º, § 1º, da Lei n. 9.099/95).
O advogado no juizado especial cível
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Enunciado 36 do Fórum Permanente, a obrigatoriedade do advogado, nas causas de valor superior a vinte salários mínimos, só terá lugar a partir da fase de instrução, não sendo necessária para o ajuizamento da ação, nem para a fase de conciliação.
A parte que desejar a assistência de advogado será encaminhada à assistência judiciária, na forma do art. 56 da Lei n. 9.099/95.
Nas causas até vinte salários mínimos, se o réu apresentar pedido contraposto, cujo valor ultrapasse esse montante, e esteja entre vinte e quarenta salários mínimos, tornar-se-á indispensável a assistência do advogado, para ambos os litigantes (enunciado 27 do Fórum Permanente).
Em qualquer caso, a dispensa de advogado só diz respeito ao primeiro grau de jurisdição. Havendo recurso, a assistência dele é sempre imprescindível.
Considerações relevantes:
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Nos Juizados Federais, tem-se reconhecido que a assistência de advogado é sempre facultativa, independentemente do valor da causa, por força do que estabelece o art. 10 da Lei n. 10.259/2001.
A mesma regra vale, dada a analogia de situações, para o Juizado Especial da Fazenda Pública. 
O Pleno do STF reconheceu a constitucionalidade do artigo 10 da Lei n. 10.259/2001, na ADI 3.168, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 08/06/2006. Nos juizados especiais em geral, o mandato outorgado ao advogado pode ser verbal, exceto se contiver poderes especiais, já que estes devem ser especificados por escrito (art. 9º, § 3º, da Lei n. 9.099/95).
Regulação diversa para Juizados Federais e Juizados Especiais da Fazenda Pública
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Tanto nos juizados estaduais como nos federais, a condução do processo e o julgamento são feitos por um juiz togado. Ele é quem apreciará as provas e sentenciará.
O art. 7º da Lei n. 9.099/95 trata dos conciliadores e juízes leigos como auxiliares da justiça. Os primeiros serão recrutados preferentemente entre bacharéis em direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência. 
Os advogados recrutados atuarem como juízes leigos não poderão exercer a advocacia perante os Juizados Especiais em que funcionem (Enunciado 40 do Fórum Permanente).
No Juizado Especial da Fazenda Pública também atuarão conciliadores e juízes leigos, sendo estes escolhidos entre advogados com mais de dois anos de experiência (art. 15, § 1º, da Lei n. 12.153/2009).
Nos Juizados Federais, não há juízes leigos, mas tão somente conciliadores, que serão designados pelo juiz presidente, pelo período de dois anos, admitida a recondução. 
Do juiz, dos conciliadores e dos juízes leigos
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Não pode o conciliador tomar nenhuma medida de conteúdo jurisdicional, como colher provas ou proferir decisões.
Já o juiz leigo poderá dirigir a instrução, sob a supervisão do juiz togado, conforme art. 37 da Lei n. 9.099/95. Se o fizer, proferirá sentença, que deverá ser submetida ao juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis (art. 40, da Lei n. 9.099/95).
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Começa com a petição inicial, que pode ser apresentada na Secretaria do Juizado, por escrito ou verbalmente (art. 14 da Lei n. 9.099/95).
O réu é citado para comparecer à audiência de conciliação, conduzida por juiz togado ou leigo ou conciliador sob sua orientação. Nessa audiência, se tentará o acordo entre as partes.
Caso o réu, citado, não compareça, haverá revelia e o juiz julgará o processo; caso o autor não compareça, o processo será extinto sem resolução de mérito.
Se não houver acordo, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, da qual as partes sairão intimadas.
Nela, o réu poderá apresentar contestação, com pedido contraposto, se o desejar. A contestação pode ser apresentada por escrito ou verbalmente.
Em seguida, serão colhidas as provas necessárias. A audiência e a instrução serão dirigidas pelo juiz togado, ou por juiz leigo, sob orientação daquele. Colhidas as provas, será proferida a sentença.
Procedimento
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O art. 27, caput, da Lei n. 9.099/95 determina que, finda a tentativa de conciliação, proceder-se-á imediatamente à instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.
Se houver testemunhas, elas precisarão ser intimadas, não sendo a parte obrigada a levá-las. Além disso, o réu tem que ter oportunidade de apresentar defesa, o que pode ser feito até a audiência de instrução e julgamento.
Tal como no CPC, de aplicação subsidiária, os prazos no Juizado só serão contados considerando-se os dias úteis (Lei 13.728/2018).
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A lei determina que a linguagem deverá ser simples e acessível, sobretudo quando o valor da causa for até vinte salários mínimos, em que será dispensado o advogado. Não há necessidade de requerer a citação do réu, nem de formular requerimento de provas.
Além do pedido, a inicial deve indicar os fundamentos. Os mais relevantes são os de fato, porque os de direito o juiz conhece. 
É fundamental a atribuição de valor da causa, tanto para verificar a competência do juizado como a necessidade, ou não, de intervenção de advogado. 
Admite-se pedido genérico, quando não for possível determinar desde logo, a extensão da obrigação. Pode ainda haver pedidos alternativos ou cumulados, desde que conexos e que, nesta última hipótese, a soma dos valores não ultrapasse os limites de alçada do juizado.
Petição inicial
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Há uma particularidade que merece atenção: no sistema tradicional do CPC, o juiz, antes de determinar a citação do réu, examina a inicial, determinando eventuais emendas e correções, sob pena de extinção do processo.
No juizado, registrado o pedido inicial, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias. Isso é feito antes que o juiz examine a petição inicial.
Só haverá indeferimento e extinção do processo sem resolução de mérito, depois de tentada a conciliação (art. 51, I da Lei n. 9.099/95).
Se, na audiência de conciliação, o juiz verificar a necessidade, determinará a emenda da inicial. O réu, que já terá sido citado para a audiência de conciliação, deverá ser cientificado da emenda, para que até a audiência de instrução e julgamento possa apresentar resposta.
Recebimento e indeferimento da inicial
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O Enunciado 26 do Fórum Permanente as autoriza expressamente, tanto as tutelas acautelatórias quanto antecipatórias. Mas não as requeridas em caráter antecedente, na forma dos arts. 303 e 310 do CPC (Enunciado 163 do FONAJE).
Os requisitos são os mesmos que no processo tradicional. Contra a decisão que apreciá-las, ter-se-á de admitir o agravo de instrumento. É certo que a Lei n. 9.099/95 não o prevê, mas ele há de ser admitido nas hipóteses de urgência, pois, do contrário, haveria perigo de prejuízo irreparável.
Tutelas provisóriasProf. Luiz Carlos Secca
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Não há custas, taxas ou despesas em primeiro grau de jurisdição (art. 54 da Lei n. 9.099/95). 
A sentença não condenará o vencido em custas e honorários advocatícios, ressalvados os casos de litigância de má-fé (art. 80 do CPC). 
O enunciado 44 do Fórum Permanente esclarece: “No âmbito dos Juizados Especiais, não são devidas despesas para efeito do cumprimento de diligências, inclusive quando da expedição de cartas precatórias”. A dispensa de custas vale tanto para os processos de conhecimento como para os de execução. 
Há um único caso em que haverá condenação em custas na primeira instância (art. 51, I, da Lei n. 9.099/95). Hipótese em que o processo é extinto sem resolução de mérito, quando o autor deixa de comparecer a qualquer das audiências do processo. Haverá somente a condenação em custas, não em honorários advocatícios, só devidos em caso de má-fé.
O juiz o condenará nas custas (enunciado 28 do Fórum Permanente), a menos que ele comprove que a ausência decorre de força maior, caso em que o juiz o poderá isentar (art. 51, § 2º, da Lei). 
O regime das custas
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Se houver recurso, desaparece a isenção de custas e honorários. O recurso contra a sentença deve vir acompanhado de preparo, que compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, salvo se o recorrente requerer e obtiver os benefícios da justiça gratuita (art. 54, parágrafo único, da lei).
Os honorários advocatícios serão impostos ao recorrente vencido, na proporção de 10 a 20% do valor da condenação, ou, não havendo condenação, do valor da causa. 
Os honorários serão devidos pelo recorrente vencido, mesmo que o recorrido não tenha apresentado contrarrazões. Só haverá a imposição de verba de sucumbência se o vencido for o recorrente. Não se impõe o mesmo ônus ao recorrido vencido.
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De acordo com o art. 18, da Lei n. 9.099/95, a citação no juizado far-se-á por carta ou por mandado. 
A carta deverá ser encaminhada com aviso de recebimento. Parece-nos que, quando o destinatário for pessoa física, a citação só se aperfeiçoará se o aviso for assinado por ela, até porque o art. 18, II, alude a “recebimento em mão própria”. 
O enunciado 5 do Fórum Permanente estabelece que “A correspondência ou contrafé recebida no endereço da parte é eficaz para efeito de citação, desde que identificado o seu recebedor”, o que contraria o texto de lei.
Já quando o citando for pessoa jurídica ou firma individual, a citação se aperfeiçoará mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado.
Somente quando necessário, a citação far-se-á por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória. A citação por oficial é excepcional, e só cabe quando, por qualquer razão, for inviável por correio (por exemplo, se o local em que residir o citando não contar com esse serviço). 
Citações e intimações
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Se o oficial de justiça verificar que o réu está se ocultando, fará a citação com hora certa. O enunciado 35 do Fórum Permanente conclui que “É dispensável a expedição de carta precatória nos Juizados Especiais Cíveis, cumprindo-se os atos nas demais Comarcas mediante via postal, por ofício do juiz, fax, telefone ou qualquer outro meio idôneo de comunicação”. Não se admite a citação por edital, em nenhuma hipótese, no juizado especial cível. Se o réu não for localizado, o juiz extinguirá o processo sem resolução de mérito. 
Nos Juizados Federais, a citação far-se-á na forma do art. 7º da Lei n. 10.259/2001. Ela deve conter cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento de plano. Além disso, “deverá constar da citação a advertência, em termos claros, da possibilidade de inversão do ônus da prova” (enunciado 53 do Fórum Permanente). As intimações far-se-ão da mesma forma que as citações, ou por qualquer outro meio idôneo. Se, no curso do processo, as partes mudarem de endereço e não o comunicarem ao juízo, reputar-se-ão eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado.
Considerações relevantes
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Nos processos tradicionais, haverá revelia do réu que não apresentar contestação. 
Nos Juizados Especiais, além dessa, há outra causa de revelia: o não comparecimento do réu a qualquer uma das audiências, tanto a de conciliação quanto a de instrução e julgamento (art. 20 da Lei n. 9.099/95).
Há necessidade de comparecimento pessoal, não bastando que ele se faça representar por advogado, ainda que este tenha poderes para transigir (Enunciado 20 do Fórum Permanente).
Se o autor não comparecer pessoalmente a qualquer das audiências, o juiz extinguirá o processo sem resolução de mérito; e se o réu não comparecer , será considerado revel. Mesmo que o réu tenha apresentado resposta, a sua ausência em qualquer das audiências, implicará em revelia. 
Da revelia do réu
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	Importante: é indispensável que o réu, ao ser citado, tome conhecimento das consequências do seu não comparecimento. Também haverá revelia se, sendo a causa de valor superior a vinte salários mínimos, o réu não apresentar contestação, escrita ou oral, subscrita por advogado, o que deverá ser feito até a audiência de instrução e julgamento.
	Da audiência de conciliação
	Assim que for apresentado pedido inicial na Secretaria do Juizado, será, por ela, designada a “sessão de conciliação”, no prazo de quinze dias, dentro dos quais o réu deverá ser citado. 
	A conciliação é tentada, portanto, antes que o réu tenha oportunidade de oferecer resposta, e antes mesmo que o juiz tenha examinado a inicial. A conciliação é um objetivo primordial do juizado. 
	Dada a importância da conciliação, a lei determina que haja o comparecimento pessoal das partes, não bastando o de procurador munido de poderes para conciliar. 
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A ausência do autor implicará a extinção do processo sem resolução de mérito, e a do réu, a revelia, caso em que o juiz togado proferirá sentença.
Mas, se qualquer das partes comprovar a impossibilidade de comparecimento, o juiz designará nova data, já que as sanções mencionadas ficam reservadas para a hipótese de ausência injustificada.
A pessoa jurídica pode ser representada por preposto, que compareça munido de carta de preposição.
O enunciado 6 do Fórum Permanente considera dispensável a participação do juiz togado ou leigo na sessão de conciliação, que poderá ser conduzida integralmente pelo conciliador, sob a orientação deles.
No Juizado Federal, os representantes da União, autarquias, fundações públicas e empresas públicas têm legitimidade para conciliar e transigir. O mesmo em relação aos Estados e Municípios, no Juizado da Fazenda Pública.
Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada pelo juiz togado, passando a valer como título executivo judicial. 
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	se o réu não for citado, a audiência não se realizará;
	se o réu for citado, e não comparecer, o juiz togado o considerará revel, e proferirá sentença;
	se o autor não comparecer, extinguirá o processo sem resolução de mérito;
	se ambos comparecerem e houver acordo, o juiz togado o homologará;
	se ambos comparecerem e não houver acordo, poderá haver a opção pelo juízo arbitral;
	não havendo acordo nem opção pelo juízo arbitral, o processo seguirá na forma do art. 27 da lei, com a designação de audiência de instrução e julgamento, na qual o réu terá a oportunidade de oferecer resposta.
	Nessa audiência, diversas situações podem ocorrer:
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Estabelece o art. 24, caput, da Lei n. 9.099/95 que“não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta lei”. 
Trata-se de um juízo arbitral que seguirá procedimento próprio, previsto na Lei do Juizado, e não o procedimento da Lei de Arbitragem. 
Para que ele se viabilize, as partes escolherão um árbitro. A partir daí, considerar-se-á instaurado o juízo arbitral, independentemente de compromisso do árbitro. Se ele não estiver presente na sessão de conciliação, o juiz designará data para a audiência de instrução, para a qual o convocará. 
Caberá ao árbitro conduzir o processo com os mesmos critérios do juiz, tendo a mesma liberdade que a lei concede a este, seja para determinar as provas necessárias e valorá-las livremente, seja para julgar da forma que entender mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum. 
A decisão do árbitro pode ser proferida por equidade. Mas o laudo arbitral, que será apresentado ao término da instrução, ou no prazo de cinco dias subsequentes, deverá ser homologado pelo juiz, por sentença irrecorrível.
A opção pelo juízo arbitral
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O art. 27 autoriza que seja realizada imediatamente após a de conciliação, desde que não haja prejuízo à defesa. Mas raramente isso será possível, porque quase sempre haverá prejuízo ao réu, que não pode ser compelido a apresentar a sua resposta na sessão de conciliação, nem a trazer as suas testemunhas.
Tampouco o autor deverá trazê-las nessa audiência. O mais provável é que o juiz designe outra data para a audiência de instrução e julgamento, nos quinze dias subsequentes à de conciliação. 
É nessa audiência que o réu terá oportunidade de oferecer a sua resposta, se já não o tiver feito. Nas causas de valor superior a vinte salários mínimos, apresentará contestação, por advogado, sob pena de revelia. Nas de valor até vinte, se estiver desacompanhado de advogado, o juiz ouvirá a sua versão dos fatos. O comparecimento pessoal das partes é sempre indispensável, mesmo nessa audiência de instrução. A ausência do autor implicará a extinção do processo sem resolução de mérito, e a do réu, a revelia, ainda que ele já tenha apresentado resposta. Não basta o comparecimento do advogado. 
Audiência de instrução e julgamento
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No início da audiência, o juiz tentará mais uma vez a conciliação entre as partes. Não sendo possível, dará oportunidade de resposta ao réu. Depois, serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença. Todas as provas são produzidas em audiência, não havendo necessidade de que sejam previamente requeridas. Nela, o juiz resolverá todos os incidentes, como os relativos à competência do Juizado, valor da causa, preliminares suscitadas na resposta do réu, provas necessárias para formar a sua convicção e diligências requeridas.
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A contestação é apresentada na audiência de instrução e julgamento, depois de ter sido tentada a conciliação. 
Pode ser oferecida por escrito ou verbalmente, e deve veicular todas as defesas que o réu tenha a apresentar, já que também no Juizado Especial vigora o princípio da eventualidade. 
É na contestação que o réu alegará preliminares, e toda a defesa de mérito que tiver. 
Há também o ônus da impugnação especificada dos fatos, sob pena de presunção de veracidade. Mas o juiz deverá considerá-la em consonância com os princípios reguladores do juizado, tolerando eventuais deficiências, sobretudo quando a defesa não seja oferecida por advogado. 
É essencial que haja algum registro, porque pode haver recurso, o que tornará necessário que o Colégio Recursal tenha conhecimento da versão do réu. Se o valor da causa for superior a esse montante, a contestação terá de ser oferecida por advogado.
Resposta do réu
Contestação
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Uma das características dos procedimentos do juizado especial é que ao réu será dado formular, na contestação, pedido contraposto, desde que o seu valor não ultrapasse os quarenta salários mínimos ou, ultrapassando, haja renúncia quanto ao excesso.
O pedido contraposto deve estar fundado nos mesmos fatos em que se baseia o pedido inicial. Se o valor inicial da causa for de até vinte salários mínimos, e o réu oferecer pedido contraposto de valor superior , será necessária a intervenção de advogado. 
Apresentada contestação com pedido contraposto, o autor poderá impugná-lo na própria audiência de instrução e julgamento. Mas pode requerer nova data, para ter prazo para oferecer resposta, sobretudo quando forem trazidos fatos ou documentos novos, já que ele não poderá ser instado a defender-se de pronto, sem um prazo para coletar outras informações ou provas. De acordo com o art. 17, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95, “havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal”. Mas isso se, ao apresentar o pedido contraposto, o réu se opuser aos fatos narrados na inicial. 
Pedido contraposto 
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Todos os meios de prova são admissíveis, como estabelece o art. 32 da Lei n. 9.099/95. No entanto, há certas peculiaridades que merecem exame:
■ Não há necessidade de requerimento prévio de provas. Nos procedimentos do CPC, conquanto as provas possam ser determinadas pelo juiz de ofício (art. 370, do CPC), as partes que as desejam produzir devem requerê-las com antecedência. Se pretendem ouvir testemunhas, devem arrolá-las no prazo, e, se pretendem perícia, devem solicitá-la ao juiz, seja na inicial ou contestação, seja quando instadas a especificar provas. No juizado especial, o juiz também tem poderes de determinar provas de ofício. O art. 5º da Lei dispõe: “O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica”. Mas as partes que queiram produzir provas devem requerê-las na audiência de instrução e julgamento, quando o juiz deliberará sobre quais são pertinentes, indeferindo as que não o forem. 
Outras formas de resposta
“Não cabe reconvenção, uma vez que eventuais pretensões do réu deverão ser objeto de pedido contraposto. As arguições de suspeição e impedimento são admissíveis, devendo observar o procedimento do CPC. A incompetência deve ser arguida na própria contestação”.
Colheita de provas
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■ A prova documental pode ser trazida pelas partes, com a inicial ou com a resposta. Não há óbice a que sejam juntados novos documentos no curso do processo.
■ Na audiência, o juiz pode ouvir as partes, se necessário. Cada parte pode trazer até três testemunhas, independentemente de arrolamento prévio ou intimação. Se for necessária a intimação, a parte pode requerê-la à Secretaria do Juizado. Mas só se necessário, pois do contrário a própria parte trará a testemunha. Aquela que, intimada, não comparecer, poderá ser conduzida coercitivamente para a audiência. Se possível, a condução será feita de imediato; se impossível, o juiz designará nova data. A colheita da prova será feita informalmente, sendo desnecessário cumprir as formalidades do CPC, e respeitar a ordem do art. 361. O registro dos depoimentos será feito em fita magnética, vídeo ou outro meio equivalente, mas não será reduzido a escrito. O art. 36 da Lei n. 9.099/95 dispõe: “A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos”.
■ Não se admite a prova pericial no Juizado Especial Cível. Esse tipo de prova é sempre demorada, o que a torna incompatível com a celeridade que se espera. Havendo necessidade de prova técnica complexa, o juizado será incompetente para o julgamento do processo, que será extinto sem resolução de mérito. No entanto, há soluções alternativas, mais consentâneas com a informalidade e celeridade que se exige dos juizados, tanto nos estaduaiscomo nos federais. 
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No Especial Cível, se houver questões técnicas a serem dirimidas, o juiz pode ouvir um técnico de sua confiança, permitindo-se às partes a apresentação de parecer técnico. O juiz deliberará sobre a necessidade dessa prova na própria audiência de instrução. Se decidir pela pertinência, nomeará o técnico, que, se possível, será ouvido de imediato. Caso isso não seja possível, pela impossibilidade de trazer o técnico, ou pela necessidade de que ele se inteire dos fatos, o juiz designará para data próxima audiência em continuação. Na audiência, as partes podem fazer perguntas, fazer comentários sobre as informações técnicas e pedir novos esclarecimentos. Além disso, podem trazer pareceres, sobre os quais será ouvida a parte contrária, e, eventualmente, o técnico de confiança do juiz. No Juizado Federal e no da Fazenda Pública, o juiz nomeará, se for preciso, para realizar exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, pessoa habilitada, que apresentará laudo até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes (art. 12, caput, da Lei n. 10.259/2001 e art. 10, da Lei n. 12.153/2009).
 ■ O juiz ainda pode, de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que pessoa de sua confiança o faça (art. 35, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95). 
■ A instrução será conduzida por juiz togado, ou por juiz leigo, sob orientação daquele. 
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■ 14.9.10.3. Sentença Concluída a instrução, o juiz proferirá a sentença. 
Não há previsão legal para que se façam debates, ou para que as partes apresentem alegações finais. Se possível, o juiz a proferirá na própria audiência de instrução e julgamento. Mas, se não se sentir habilitado, pode proferi-la no prazo de trinta dias, nos termos do art. 226, III, do CPC. 
Também no Juizado, as sentenças podem ser de extinção sem ou com resolução de mérito. As primeiras podem ser proferidas a qualquer momento no curso do processo, depois de tentada a conciliação, pois o juiz só examinará a petição inicial depois que ela for tentada, na audiência inicial. As de mérito, somente na audiência de instrução e julgamento, depois que o réu tiver oportunidade de oferecer resposta. Há, no entanto, uma hipótese em que ele poderá proferir sentença de mérito antes da resposta do réu, logo depois de tentada a conciliação: quando presentes as hipóteses do art. 332, I a IV e § 1º, do CPC, que tratam da improcedência liminar do pedido e se aplicam, supletivamente, aos juizados especiais. 
Do ponto de vista formal, há algumas peculiaridades na sentença: não há necessidade de relatório, bastando que o juiz faça um breve resumo dos fatos relevantes da audiência, referindo-se, no essencial, aos informes trazidos nos depoimentos. 
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Mas a fundamentação é indispensável, já que a Constituição Federal a exige em todas as decisões judiciais. Nos termos do enunciado 46 do Fórum Permanente, ela poderá ser proferida oralmente e registrada por qualquer meio, eletrônico ou digital, constando da ata apenas o dispositivo. 
Parece-nos que também ao Juizado Especial deva-se aplicar o art. 489, § 1º, do CPC, que trata das hipóteses em que a sentença não se considerará fundamentada. Em sentido contrário, porém, a Súmula 47 da ENFAM, que dispõe: “O art. 489 do CPC/2015 não se aplica ao sistema de juizados especiais”. No mesmo sentido, o Enunciado 162 do FONAJE. A sentença pode ser declaratória, constitutiva ou condenatória. Quando tiver por objeto obrigação de fazer ou não fazer, ou de entregar coisa, será mandamental, conforme art. 52, V , da Lei n. 9.099/95. Um aspecto fundamental dos julgamentos é que não estão vinculados ao princípio da legalidade estrita: “O juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum” (art. 6º, da Lei n. 9.099/95). Portanto, o juiz pode julgar por equidade. Mas isso não afasta a necessidade de que justifique a sua decisão, que deverá basear-se nos fatos trazidos pelas partes, sob pena de ser extra petita. Tal poder, atribuído ao juiz, coaduna-se com a informalidade do juizado e com o anseio de uma solução rápida e eficaz. Por essa mesma razão, as sentenças haverão de ser sempre líquidas, uma vez que não se admite nenhum tipo de liquidação no juizado especial, nem por arbitramento, nem de procedimento comum. 
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Coisa julgada material
Por isso, ainda que na inicial o autor formule pedido genérico, o juiz na sentença determinará o valor da condenação, que deve ser apurável de plano, por meros cálculos aritméticos. O valor da condenação deve ficar sempre restrito aos limites do Juizado (art. 39), sendo ineficaz aquilo que ultrapassar esse montante. Se a sentença for homologatória de acordo, não há limites no Juizado Cível. No Federal e no da Fazenda Pública, até os acordos devem respeitar os limites da lei. Não haverá remessa necessária das sentenças proferidas no Juizado Especial, mesmo que contra a Fazenda Pública da União, Estados e Municípios.
As sentenças de mérito, quando não mais suscetíveis de recurso, não podem mais ser discutidas, no mesmo processo (coisa julgada formal), ou em qualquer outro (coisa julgada material).
As de extinção sem resolução de mérito só ficam sujeitas à coisa julgada formal. A informalidade e simplicidade do processo não afastam a coisa julgada material: a cognição no juizado é exauriente, e as sentenças de mérito são definitivas.
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Contra a sentença caberá um recurso, para o qual a lei não deu nome, mas que guarda semelhança com a apelação. Ele será sempre escrito, e deverá, seja qual for o valor da causa, ser subscrito por advogado.
Nos Juizados Cíveis e da Fazenda Pública, o recurso é admissível tanto contra a sentença definitiva (de mérito) como contra a extintiva.
Já no Juizado Federal, só contra a sentença definitiva, nos termos do art. 5º, da Lei n. 10.259/2001: “Exceto nos casos do art. 4º, somente será admitido recurso de sentença definitiva”. 
Contra a sentença homologatória de acordo ou de laudo arbitral não cabe recurso.
A competência para examiná-lo será do Colégio Recursal, órgão composto por três juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
	Recursos
	Recurso contra sentença (recurso inominado) 
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	Não há ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição, porque o recurso é examinado por órgão distinto daquele que proferiu o julgamento. 
	O prazo para interposição não coincide com o da apelação no processo comum: são dez dias úteis, contados da data em que as partes tomam ciência da sentença.
	Se esta for proferida na própria audiência, as partes saem intimadas; do contrário, haverá necessidade de intimação. 
	Há preparo, que deverá incluir o valor das custas iniciais, não recolhidas quando da propositura da ação, mais o preparo propriamente dito.
	O valor deverá ser indicado pelas leis de custas estaduais. Não há necessidade de que o recolhimento seja comprovado no momento da interposição do recurso, pois o art. 42, § 1º, da Lei n. 9.099/95, determina o recolhimento nas 48 horas seguintes à interposição, independentemente de nova intimação. A falta de preparo implicará deserção. 
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Apresentado o recurso, a parte contrária será intimada para oferecer contrarrazões, o que só poderá ser feito por advogado.
O recurso não tem efeito suspensivo. No entanto, em situações excepcionais, quando o juiz verificar que do cumprimento imediato da sentença pode resultar perigo de prejuízo irreparável ou de difícil reparação, pode concedê-lo excepcionalmente.
Afora isso, o autor poderá promover a execução provisória da condenação. Se necessário, podea parte requerer a transcrição da gravação da fita magnética dos atos realizados, correndo por sua conta as custas correspondentes.
O julgamento, para o qual as partes serão intimadas, será feito na forma do art. 46 da Lei n. 9.099/95: “O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão”.
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De acordo com os enunciados 102 e 103 do Fórum Permanente, o relator do recurso, nas turmas recursais, poderá valer-se do art. 932, III, IV e V , do CPC, isto é, em decisão unilateral, não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; negar provimento a recurso contrário a súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos ou a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; e, finalmente, dar provimento a recurso se a decisão recorrida for contrária a súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal, a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos ou a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. Nesses casos, o prejudicado poderá apresentar agravo interno, no prazo de quinze dias, para a turma julgadora.
Diante da falta de previsão expressa, não se admite recurso adesivo nos juizados especiais, conforme enunciado 88 do Fórum Permanente.
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Não há previsão legal de agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias no Juizado Especial Cível.
As decisões proferidas no curso do processo são irrecorríveis. Em contrapartida, elas não precluem, o que significa que poderão ser rediscutidas, após a sentença, por meio do recurso contra ela interposto. 
Por isso, no recurso inominado contra a sentença, a parte prejudicada pode rediscutir não só aquilo que foi nela apreciado, como tudo que ficou decidido no processo, já que as decisões anteriores à sentença, sendo irrecorríveis, não terão ficado preclusas. 
No entanto, apesar da falta de previsão, tem-se admitido o agravo de instrumento contra as decisões que apreciam as tutelas provisórias no Juizado Especial, pois a situação de urgência exige que, de imediato, o Colégio Recursal possa reexaminar o que foi decidido.
Cabe agravo interno contra as decisões unilaterais do relator, e agravo em recurso extraordinário. Nos casos de urgência, o Colégio Recursal poderá atribuir efeito suspensivo ou ativo ao recurso inominado. 
	Agravo de instrumento
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Foram expressamente previstos, no art. 48 da Lei n. 9.099/95. Diferentemente daqueles interpostos nos processos tradicionais, só cabem contra sentenças e acórdãos, não contra decisões interlocutórias.
As hipóteses de cabimento são as mesmas previstas no CPC: quando a sentença ou acórdão padecer dos vícios da obscuridade, contradição ou omissão, ou, ainda, quando contiver erro material.
O prazo também é o mesmo: cinco dias. Tal como ocorre no CPC, a interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para a interposição de outros recursos. 
Os embargos de declaração poderão ser opostos oralmente, o que, em regra, ocorre quando a sentença for proferida na própria audiência. Quando a sentença ou acórdão contiverem apenas erros materiais, a correção poderá ser feita de ofício, independentemente de embargos de declaração, aplicando-se supletivamente o art. 494, I, do CPC.
	Embargos de declaração
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A regula o procedimento das execuções e cumprimentos das sentenças proferidas no âmbito do juizado especial.
 O art. 52 da Lei n. 9.099/95 trata do cumprimento das sentenças proferidas no próprio juizado, isto é, das execuções fundadas em título judicial; e o art. 53 da Lei n. 9.099/95, das execuções por título extrajudicial. 
O regime do CPC, tanto para o cumprimento de sentença quanto para a execução por título extrajudicial, aplica-se supletivamente.
Recurso especial e extraordinário
“Não se admite recurso especial no juizado especial cível, mas os recursos extraordinários são admitidos. A Súmula 640 do STF dispõe: “É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível ou criminal”. O art. 15 da Lei n. 9.099/95 o autoriza expressamente”.
A execução nos juizados especiais cíveis
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Cumpre ao próprio Juizado Especial promover o cumprimento das sentenças por ele proferidas, observado o disposto no art. 52 da Lei e, supletivamente, o regime do CPC. 
O art. 52, § 4º, da lei: “não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação”. 
O art. 523, § 1º, do CPC prevê uma multa de 10% do débito, caso a obrigação de pagar não seja satisfeita no prazo de 15 dias. Embora não haja previsão de multa no regime do Juizado, o CPC aplica-se supletivamente. 
O Enunciado 97 do Fórum Permanente, o devedor deverá fazer o pagamento do débito no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10%, ainda que com isso o valor da execução ultrapasse os 40 salários mínimos. 
No entanto, não haverá a fixação dos honorários advocatícios de 10% do débito, previstos no art. 523, § 1º, segunda parte. 
Cumprimento de sentença
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Caso tenha dificuldades para efetuar o pagamento diretamente ao credor, ou este se recuse a recebê-lo, o devedor que queira eximir-se da multa deve depositá-lo no juízo de origem, mesmo que o processo ainda esteja em instância recursal. Ultrapassado o prazo de quinze dias, o credor poderá, ainda que oralmente, requerer o início da execução, caso em que será expedido mandado de penhora, avaliação e intimação do executado. Ele se considerará intimado desde que o mandado seja entregue em seu endereço, o que será certificado circunstanciadamente, nos termos do enunciado 38 do Fórum Permanente. As principais peculiaridades do cumprimento de sentença, nos Juizados Especiais, são as seguintes:
■ O juiz poderá designar audiência de tentativa de conciliação, quando verificar que há possibilidade de acordo entre as partes (enunciado 71 do Fórum Permanente). 
 ■ O mecanismo de defesa do devedor continua sendo os embargos, apresentados no prazo de quinze dias, a contar da intimação da penhora. É o que estabelece o enunciado 142 do Fórum Permanente. 
Não se aplica ao Juizado o art. 525 que autoriza o devedor a defender-se por meio de impugnação. A defesa será feita por embargos, que têm natureza de ação autônoma, e que serão julgados por sentença contra a qual o recurso cabível é o inominado, e não agravo de instrumento.
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 A cognição nos embargos é, no plano da extensão, limitada, isto é, o devedor só poderá defender-se alegando as matérias previstas no art. 52, IX, da Lei n. 9.099/95: falta ou nulidade de citação no processo, se ele correu à revelia; manifesto excesso de execução; erro de cálculo ou causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à sentença. Esse dispositivo prevalece sobre o art. 525, § 1º, do CPC, nos termos do enunciado 121 do Fórum Permanente.
 A penhora é condição dos embargos, embora o CPC não mais a exija. Isso porque a Lei n. 9.099/95 contém dispositivo próprio, que continua a exigir a prévia penhora. Por isso, admitem-se, verificadas as hipóteses decabimento, as objeções e exceções de pré-executividade.
 Os embargos à execução poderão ser decididos por juiz leigo, observado o disposto no art. 40 da Lei n. 9.099/95 (enunciado 52 do Fórum Permanente). Com relação à fase expropriatória, aplica-se supletivamente o CPC. Se a execução for de obrigação de fazer ou não fazer, aplicar-se-á o disposto no art. 52, V , da Lei n. 9.099/95, e o juiz fixará multa diária para o caso de descumprimento da obrigação. Nos Juizados Federais e da Fazenda Pública, a execução é especial e segue o procedimento do art. 17 da Lei n. 10.259/2001 e do art. 13 da Lei n. 12.153/2009.
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Tem cabimento quando o valor do título for de até quarenta salários mínimos. O regime é o do art. 53 da Lei n. 9.099/95, aplicando-se supletivamente o CPC. 
O devedor é citado para pagar no prazo de três dias, sob pena de expedição de mandado de penhora e avaliação. 
As peculiaridades em relação à execução por título extrajudicial previstas no CPC são as seguintes:
 O prazo para embargos não correrá a partir da citação, mas a partir da intimação da penhora, que continua sendo indispensável para que eles possam ser apresentados. O enunciado 117 do Fórum Permanente e o art. 53, § 1º, da Lei não deixam dúvidas de que, tanto na execução por título judicial quanto na por título extrajudicial, os embargos exigem a prévia segurança do juízo pela penhora. ■ Feita a penhora, é indispensável a designação de audiência de tentativa de conciliação. Mas somente depois da penhora, e é nela que o devedor terá a oportunidade de, querendo, oferecer embargos. Eles são oferecidos na audiência de conciliação, caso o acordo não saia, por escrito ou verbalmente, nos termos do art. 52, § 1º, da Lei n. 9.099/95; não há limitação de matérias alegáveis. 
Execução por título extrajudicial
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Nessa audiência, o juiz buscará o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, dispensando, se possível, a alienação judicial. Deve o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou imediata adjudicação do bem penhorado (art. 53, § 2º).
Caso não haja acordo, nem sejam apresentados embargos, ou eles sejam julgados improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao juiz uma das alternativas mencionadas no item anterior.
 Caso o executado não seja localizado ou não existam bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor. 
Importante: Não se admite a citação por edital, nem a suspensão do processo por tempo indeterminado, até que o executado venha a adquirir bens. Nada impede que a execução volte a ser proposta, no Juizado Especial, caso o devedor apareça, ou sejam localizados bens.
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Notificação, Interpelação e Protesto
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Essas medidas não têm o condão de impedir o início ou a consumação de um negócio jurídico, não o declaram nulo ou ineficaz, não tornam os bens do requerido inalienáveis e não estabelecem presunção de fraude. 
Conseguem, apenas, evitar que o requerido venha a alegar ignorância ou boa-fé quanto ao objeto da comunicação, interromper a prescrição (art. 202, II, do CC) e, por conseguinte, evitar que se consume a decadência - e constituir o devedor em mora nas obrigações sem termo assinalado.
As notificações e interpelações são instrumentos de comunicação da vontade, podendo fazer-se judicialmente ou não. 
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Conceito
Notificação é o ato pela qual uma parte deseja declarar algo juridicamente relevante à outra parte com quem mantém uma relação jurídica (Art. 726, CPC). 
Interpelação, também se presta a declarar algo juridicamente relevante ao outro polo da relação jurídica, porém, aqui, busca-se constituir a parte interpelada em mora, ou seja, já houve inadimplemento obrigacional (Art. 727, CPC).
Protesto é o ato pela qual uma parte tem como finalidade a prevenção da responsabilidade, promover a conservação do direito ou promover a ressalva do direito (art. 726, §2º, CPC).  Tal instituto destina-se à dar ciência à outra parte de que algum ato por ela praticado não é aprovado pela parte protestante.
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Alterações decorrentes do novo CPC
Primeiramente, constata-se que o CPC/73 não previa resposta do requerido nos mesmos autos do procedimento especial. O novo CPC prevê na forma do art. 728 do CPC;
Conforme regramento geral dos procedimentos especiais, a oitiva do requerido deverá obedecer ao prazo de 15 (quinze) dias previsto no art. 721 do CPC.
O novo diploma processual que haja o contraditório em casos de fundada dúvida das pretensões do requerente - visando-se evitar qualquer injusto à parte contrária - ou em casos de já ter sido requerido o respectivo registro público.
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A razão para não haver em regra o devido contraditório no procedimento especial em estudo é porque não estamos diante de um contencioso, envolvendo diretamente interesses antagônicos das duas partes. Estamos diante de uma jurisdição voluntária. 
O juiz apenas realiza gestão pública em torno de interesses privados. Aqui não há lide entre as partes, mas apenas um negócio jurídico-processual envolvendo o juiz e os interessados. Não se apresenta como ato substitutivo da vontade das partes, para fazer atuar impositivamente a vontade concreta da lei (como se dá na jurisdição contenciosa). A interferência do juiz é de natureza constitutiva ou integrativa, com o objetivo de tornar eficaz o negócio desejado pelos interessados.
O magistrado poderá indeferir liminarmente o pedido quando entender que falta ao requerente legítimo interesse ou quando verificar que a medida, por gerar dúvidas ou incertezas, poderá prejudicar a celebração de negócios jurídicos lícitos. Não sendo o caso de indeferir de pronto o pedido, deverá o magistrado encaminhar ao requerido.
Considerações relevantes
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Atos judiciais e extrajudiciais
Não há mais a exigência de que a notificação seja realizada obrigatoriamente pela via judicial, nesses casos, bastando para surtir seus efeitos, que seja encaminhada de forma extrajudicial, via Cartório de Títulos e Documentos ou até mesmo pelo correio (através de correspondência via AR) e dela tome conhecimento o notificado.
Caso a “pretensão seja dar conhecimento geral ao público, mediante edital”, haverá necessidade da intervenção judicial. Nesses casos, “o juiz só a deferirá se a tiver por fundada e necessária ao resguardo de direito (art. 726, § 1º, CPC)”.
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Exaurimento do objeto (art. 729 do CPC) 
“O procedimento de notificação, interpelação e protesto não oferece maiores dificuldades ao operador, mostrando-se bem singelo. Realizado o juízo de admissibilidade e, eventualmente, dada a abertura ao contraditório, nos termos do art. 728, proceder-se-á o disposto no art. 729:  Deferida e realizada a notificação ou interpelação, os autos serão entregues ao requerente."
Irresignação das partes
Em regra, as decisões terminativas dos juízos de 1º grau são passíveis de revisão por meio do recurso de apelação, porém, em relação ao procedimento em estudo, não é aplicável o art. 724 do CPC, dispositivo que permite tal intento, ou seja, não há recurso contra decisão que defere ou indefere e realização da notificação ou interpelação, haja vista não estarmos diante de sentença.
Resta então à parte inconformada, diante da garantia previsto no art. 5º, inciso XXXV da CRFB/88, a impetração de Mandado de Segurança.
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Dissolução parcial da sociedade;
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CAPÍTULO  – AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIALDE SOCIEDADE ,A%*-. 5  0 CPC4
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$m )erdade, nos artigos L a J> temos duas a#'es especí1cas: ade dissolu#ão parcial de sociedade e a#ão de apura#ão de *a)eres.
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3 prprioL destaca !ue as a#'es podem ser propostascon0untamente ou somente uma delas.
•
3bs.: / dissolu#ão total procedese segundo artigos JLL a JGH do&P&E<? (/rt. <.>HJ, U?V, &P&EF><L e art. <.F<K, @II, &P&E<G?.
•
A!"# 'e 'i--#l;!"# $%&il
: )isa o afastamento de algum scioda sociedade, por-m mantendoa ati)a.
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Da homologação de penhor legal
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1. Penhor
2. Penhor legal (Arts. 1467 a 1472, CC)
3. Procedimento
4. Homologação extrajudicial
ARRECADAÇÃO DE COISAS VAGAS
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Importante: Embora perdida, não deixa de pertencer a seu dono CC - Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Não localizando o dono, entregará o objeto achado à autoridade competente do lugar CC – Art. 1.233 - Parágrafo único. 
“É coisa perdida pelo legítimo dono e achada por outrem - não se confunde com a coisa abandonada – na coisa abandonada o dono demonstra não querer para si o bem e passa a ser daquele que a encontrar”.
Conceito de coisa vaga
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O procedimento desta entrega é disciplinado no artigo 746 e seus parágrafos, do CPC;
O Código Civil de 2002 dá o nome de DESCOBERTA e a pessoa que achar a coisa alheia perdida é chamado de descobridor;
A competência é a do local onde ocorrer a descoberta;
O cabimento é atribuído à coisas móveis Joias, dinheiro, títulos de crédito, veículos etc. Incluem-se os semoventes. Também objetos deixados em hotéis, oficinas e outros estabelecimentos que não forem reclamados dentro de um mês 
Importante: o requisito geral é o desconhecimento do dono do objeto achado Se o inventor conhece o proprietário, a restituição do bem deverá ser feita diretamente a ele CC - Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
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O descobridor comparece perante a autoridade judiciária ou policial e procede à respectiva entrega - o escrivão lavra um auto de arrecadação (descreve a coisa, o estado em que se encontra e as declarações do descobridor sobre como a descoberta se deu). 
É necessário nomear um depositário - se a entrega é feita à autoridade policial, dever-se-ão remeter ao juiz, o auto e o objeto - no entanto, se a polícia descobrir quem é o dono do objeto deverá desde logo efetuar a entrega e encerrar o procedimento.
O juiz mandará publicar edital na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça.
O edital conterá a descrição da coisa e as circunstâncias em que foi encontrada. § 2o Tratando-se de coisa de pequeno valor, o edital será apenas afixado no átrio do edifício do fórum (art. 1.237, CC). 
Procedimento
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Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em leilão público e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido (art. 1.237 do CC). 
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em favor de quem a achou.
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Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. 
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.
Direitos do descobridor: recompensa e indenização (art. 1.234 CC) 
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O abandono é uma modalidade de perda da propriedade que se dá por um ato voluntário e unilateral do titular que abre mão de seus direitos sobre a coisa de forma tácita.
A vontade de abandonar se revela pela ausência do exercício de qualquer um dos poderes do proprietário (usar, gozar, dispor e reivindicar), aliada à ausência de posse do proprietário ou de qualquer outro indivíduo bem como a inadimplência de todos os tributos referentes ao imóvel urbano (art. 1276, § 2º).
Para caracterização de imóvel abandonado, deve-se observar, cumulativamente, se o imóvel cumpre com a sua função social de forma ampla, abrangendo o aspecto econômico (pagamento dos tributos), social (preservação do interesse coletivo) e ambiental (pois imóveis abandonados acumulam lixo incomodando toda a vizinhança).
Abandono de bem imóvel
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Do bem vago e sua arrecadação
O Enunciado 242 da III Jornada de Direito Civil: “A aplicação do art. 1276 depende do devido processo legal, em que seja assegurado ao interessado demonstrar a não-cessação da posse.
Decorrido o prazo de três anos da declaração de bem vago começa outra fase que é o procedimento de arrecadação que visa incorporar esse bem vago ao erário (propriedade pública).
Lei n. 13.465/2017 em seu art. 15, inc. IV prevê em seu rol a arrecadação de bem vago, e regulamentou a matéria em seus arts. 64 e 65.
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O procedimento de arrecadação de imóveis urbanos abandonados obedecerá ao disposto em ato do Poder Executivo municipal ou distrital e deverão ser observados, no mínimo, os seguintes requisitos:
I – abertura de processo administrativo para tratar da arrecadação;
II – comprovação do tempo de abandono e de inadimplência fiscal; 
III – notificação ao titular do domínio para, querendo, apresentar impugnação no prazo de trinta dias, contado da data de recebimento da notificação.
§ 1º A intenção referida no caput deste artigo será presumida quando o proprietário, cessados os atos de posse sobre o imóvel, não adimplir os ônus fiscais instituídos sobre a propriedade predial e territorial urbana, por cinco anos.
Procedimento de abandono
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Dissolução Parcial da Sociedade
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Extinção da sociedade processo de término da personalidade jurídica;
Dissolução ato que desencadeia o processo de termino da personalidade jurídica da sociedade ou que desvincula um sócio do quadro societário.
Princípio da preservação da empresa
Espécies de dissolução:
1) Parcial: conflito entre os sócios ou entre estes e os sucessores de um deles, impossibilitam a preservação dos laços contratuais. Dissolução dos vínculos contratuais que a originaram. (art. 1028 a 1032 — 1.085 e 1.086 do CC)
2) Total: processo desencadeado para o término da personalidade jurídica.
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a) Vontade dos sócios (art. 1033, II e III): necessária unanimidade no caso de sociedade contratada por prazo determinado. No caso de sociedade por prazo indeterminado é suficiente deliberação a favor da dissolução de sócios representantes de mais da metade do capital social. Jurisprudência acolhe o princípio da preservação da empresa conferindo ao minoritário continuar a sociedade.
b) Decurso do prazo determinado de duração (art. 1.033, |): se transcorrer o prazo e a sociedade não entrar em liquidação será considerada indeterminada. O registro de prorrogação deve ser realizada antes do vencimento do prazo, sob pena de se encontrar irregular (questão controversa na doutrina).
3) Judicial: por sentença (art. 599 a 609 do CPC);
4) Extrajudicial: por deliberação dos sócios.
Causas de dissolução total
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c) Falência (art. 1.044, 1.051 e 1.087):
d) Exaurimento do objeto social (art. 1.034, |): hipótese em que a sociedade e contratada exclusivamente

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