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Tolerância Central e Periférica Tolerância Central A hematopoiese, na nona semana de gestação, leva o fígado à produção de linfócitos B1; na décima segunda, o baço produz linfócitos B2, que se diferenciam em Bzm; já na décima sexta semana, a medula óssea produz mais linfócitos B2, que se diferenciam em Bfol. As células do MHC produzidas pelo timo (timócitos) tem que receber um sinal de sobrevida para persistir na defesa, senão eles sofrem apoptose. Essas células chegam ao córtex duplo negativo, visto que tem o PCR praticamente pronto, porém sem o TCD4 e TCD8. Mas logo, por influencia de IL-7 e outros fatores do timo, elas se tornam duplo positivo, ou seja, passam a apresentar o TCD4 e o TCD8 no mesmo linfócito T. Com isso, se dá uma seleção positiva, que é a necessidade de esse linfócito entrar em contato com o MHC-C1, ele se diferencia em TCD4, e caso o contato seja feito primeiro com o MHC-C2, ele se diferencia em TCD8. Essa interação tem que ser fraca, pois caso haja uma reação forte, ele passa a ser fortemente reativo (o que não pode ocorrer). Nesse caso, só sobrevivem os timócitos que reconhecem MHC próprio com baixa afinidade. E sucumbem os timócitos que não interagem com MHC ou interagem com alta afinidade (o que os torna altamente reativos). A quantidade de timócitos que sucumbe é em torno de 90%. Nessa fase de seleção positiva, os timócitos passam a ser restritos ao MHC, sendo como uma “fase de seleção”. Há outra fase chamada de seleção negativa, posterior à seleção positiva, pela qual passam aqueles timócitos que sobreviveram. Esse processo ocorre no córtex e na medula tímica. Nele, os timócitos entram em contato com os peptídeos próprios ubíquos, sendo que sobrevivem apenas aqueles que têm uma interação com baixa afinidade (fraca) ou que não interagem com epítopos ubíquos e com os próprios ubíquos. Assim, sucumbem os que interagirem com alta afinidade com os peptídeos ubíquos. Com isso, a fase de seleção negativa elimina os timócitos altamente reativos. Em seguida, são selecionados/formados os linfócitos T maduros, também chamados de linfócitos THO ou linfócitos virgens, os quais vão para o sangue e para a circulação linfática. Os processos de seleção positiva e negativa de linfócitos T são realizados pelas células: Epiteliais do estroma tímico Macrófagos do timo Se dá a apresentação de antígenos próprios ubíquos após a expressão do gene AIRE e da secreção de IL-7, que levam os timócitos a se tornarem duplo positivo. PRODUÇÃO DO REPERTÓRIO LINFOCITÁRIO Os precursores dos linfócitos T e B originam-se da medula óssea, sendo que os linfócitos T concluem a maturação no timo e os linfócitos B concluem a maturação no baço. Os linfócitos T seguem o caminho: Origem medula óssea → timo → circulação sanguínea → recirculação entre os tecidos linfoides do corpo. SELEÇÃO POSITIVA E NEGATIVA DO LINFÓCITO B Seleção positiva: Sobrevivem os linfócitos que expressam BCR funcional, sendo essa a própria especificidade de anticorpo produzida. Esses conseguem receber sinal de sobrevida. Seleção negativa (MUITO IMPORTANTE): 1) Caso reconheçam o antígeno próprio com alta afinidade, há a edição de recptor. “É concedido ao linfócito B alto reativo uma segunda chance para que ele mude sua especificidade e seu BCR, de modo a perder sua afinidade com o antígeno próprio e sobreviver.” 2) Caso continuem a reconhecer os antígenos próprios com alta afinidade, é feita a apoptose. Temos uma série de barreiras hemáticas no sistema imune e as células de defesa só vão a esse lugar quando há necessidade real de defesa. Tolerância periférica A apresentação é realizada por células apresentadoras (APC) nos órgãos e tecidos linfoides após T. Central. Um dos principais mecanismos de tolerância periférica é a alergia, uma vez que caso exista qualquer linfócito T que se depare com um antígeno, o reconheça (fazendo a apresentação), o mesmo acaba por destruir esse antígeno, podendo, nessa situação, sofrer apoptose, perdendo essa especificidade, caracterizando a alergia. Outra resposta pode ser a ativação, sendo produzida uma imunidade contra tal antígeno especifico. É um processo de eliminação de linfócitos altamente reativos na periferia, sendo seguido da tolerância central. Com isso, tem-se outra chance de selecionar ou de eliminar os linfócitos. Tolerância periférica de linfócito T 1 - Anergia em LT 2 - Supressão pelas TREGs (Linfócitos T Regulatórios), as quais tem a função de reconhecer os linfócitos T reativos. Elas produzem IL-10 e TR-beta, citocinas que inibem a ativação de linfócitos. 3 - Expressão de receptores de morte. Existem vários receptores que induzem morte, sendo que um linfócito, por indução da IL-1, sofre expansão clonal, gerando diversas moléculas iguais. Assim, após esse processo, algumas dessas células precisam ser controladas, o que leva a uma sinalização entre elas para que sofram apoptose (morte). Isso leva a uma regulação do metabolismo, pois controla o número de citocinas produzidas. 4 – Ocultação de antígenos, sendo reconhecido como um mecanismo de tolerância periférica, pois impede que sejam reconhecidos. 5 – Tolerância oral (é a administração sistêmica de uma alta quantidade de antígenos sem coadjuvantes, o que previne a resposta contra antígenos alimentares e de bactérias comensais). Tolerância periférica de linfócitos B → Anergia em linfócitos B Acontece quando um linfócito Bfol reconhece um antígeno sem estar licenciado, o que leva à apoptose do mesmo. QUEBRA DE TOLERANCIA PERIFÉRICA Falha na tolerância de autoantígenos Os autoantígenos são impossíveis de se eliminar, porque são produzidos pelos tecidos próprios. Tendência: hipersensibilidades crônicas e progressivas. As doenças autoimunes (doenças progressivas que vão incapacitando o indivíduo) têm características próprias, pois o antígeno é produzido pelo próprio organismo, não podendo ser eliminado. → Mimetismo molecular É uma reação cruzada de anticorpo, quando o corpo reconhece as próprias células. como a febre reumática. Tem uma bactéria específica que, quando em contato com o organismo, acaba por reconhecer determinadas células que também são encontradas no miocárdio, fazendo com que o macrófago destrua essas células. → Espalhamento de antígeno É a exibição de antígenos ocultos, quando eles são reconhecidos, podendo tê-los como corpo estranho e levando à sua destruição. → Ativação espectadora É uma infecção paralela, que não leva à anergia. Por uma coincidência de fatores, um determinado antígeno é apresentado como um corpo estranho a uma célula coestimuladora com várias citocinas (linfócito T altamente reativo), o que leva à ativação do mesmo e à destruição do autoantígeno. É como se fosse uma ativação contra um antígeno bacteriano, exógeno. → Falha na expressão de CTLA-4 É quando as citocinas impedem o retorno à homeostasia, sendo os receptores atingidos: CTLA-4, FAS, PD1. O natural é que os receptores de morte sejam produzidos, mas quando há esse mecanismo, as citocinas impedem essa produção. → Supressão de TREG As TREGs são importantes por produzem citocinas em grande quantidade, possibilitando um maior reconhecimento. Mas nesse mecanismo e com a idade, as TREGs são perdidas ou não ativadas. → Formação de Neoantígenos Os compostos que formam novos antígenos, para se formar imunogênicos, acabam compondo um complexo hapteno-carreador ao se condensar com proteínas novas. Contudo, esse complexo pode ser reconhecido como corpo estranho, provocando a doença ou uma reação exacerbada. Podem ser responsáveis: FÁRMACOS, RAIO UV, NÍQUEL.
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