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Atuação da assistente social na adoção junto ao Jurídico

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19
ATUAÇÃO DO ASSITENTE SOCIAL NA ADOÇÃO JUNTO AO JURÍDICO 
Roberta Mendes Cruz Botelho
Prof. Rita dos Santos Amaral Sampaio
Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI
Bacharel em Serviço Social (SES0304) – Seminário Interdisciplinar Módulo III
Pólo Athena, São Luís - MA
01/09/2017
RESUMO 
Entende-se adotar como uma prática de amor ao próximo e de busca pelo papel precípuo do ser humano: o de procriar e perpetuar a sua espécie que, pelo víeis não biológico, faz da adoção um duplo papel de ressocializar a criança e/ou adolescente num ambiente familiar e de se completar como um ser humanizado no papel de pai/mãe. Ao longo deste trabalho, percebe-se que por aqui não é tão fácil adotar uma criança e as razões para isso estão explicadas no corpo deste “paper” e é um dos objetos essenciais desse projeto. Abre-se também espaço para se descrever todo o processo de evolução histórica da adoção no mundo e no Brasil, desde a sua origem até os dias atuais. Também este trabalho abraça a atuação do assistente social junto ao jurídico na adoção, conhecendo a evolução das Leis que abraçam tal temática social. Desenvolveu-se, por fim, uma pesquisa de campo por meio de uma visita, investigação e entrevista a profissionais e colaboradores da unidade de acolhimento de crianças “Casa da Criança Menino Jesus”, realizada no dia 10 de outubro deste ano, buscando informar ter-se uma ideia substancial e prática de como funciona o processo de adoção por amostragem aqui nesta capital.
Palavras-chave – Adoção – Atuação do Assistente Social – Casa da criança. 
Abstract
It is understood to adopt as a practice of love to the neighbor and of search for the primary role of the human being: that of procreating and perpetuating its species that, through non-biological means, makes adoption a dual role of re-socializing the child and / or adolescent in a family environment and complete as a humanized being in the role of father / mother. Throughout this work, it is noticed that it is not easy to adopt a child here and the reasons for it are explained in the body of this paper and is one of the essential objects of this project. It also opens space to describe the entire process of historical evolution of adoption in the world and in Brazil, from its origin to the present day. This paper also embraces the work of the social worker next to the legal one in the adoption, knowing the evolution of the Laws that embrace such social theme. Finally, a field research was carried out through a visit, investigation and interview to professionals and collaborators of the "Casa da Criança Menino Jesus" child care unit, held on October 10 of this year, seeking to inform is a substantial and practical idea of ​​how the process of adoption by sampling here in this capital.Keywords - Adoption - Social Work - Child's House.bstract
1. INTRODUÇÃO
O Serviço Social na área Judiciária, no processo de adoção e os atendimentos destinados à família substituta. Para alcançar tais objetivos, a pesquisa realizada foi do tipo qualitativa, apresentando um estudo de caso e entrevista junto a urna família substituta. O desenvolvimento deste trabalho terá como base os sujeitos da pesquisa, ou seja, os integrantes de uma família substituta que estão vivenciando, o processo de adoção, a representante do orfanato e a assistente social. 
O trabalho buscará e apresentará em primazia a importância da ação profissional do Serviço Social frente ao atendimento à família substituta, no sentido mesmo de assessorar a Justiça da Infância e da Juventude, no que se refere ao processo da adoção. Com a contribuição proveniente das partes interessadas neste processo e visando o bem-estar e interesses sócio-afetivos do adotando, com enfoque também nos fenômenos econômicos e sócio culturais que envolvem as relações na sociedade e na família com a elaboração de um laudo e de um parecer social.
No processo de adoção, o Serviço Social funciona como um elemento ligante entre a família e o adotando na sua observância para que tudo se realize dentro dos pressupostos de justiça, dentro da legalidade. Proporcionando um espaço de escuta qualificada, de acolhimento à criança e/ou adolescente, de forma a zelar pela efetivação dos direitos e na medida do possível desburocratizar o acesso ao objetivo pretendido, no caso, a adoção. 
Exerce um papel preventivo importante, quando detecta situações de risco a exigir imediata resposta jurisdicional
Visa o fortalecimento e a defesa do usuário, no caso na adoção, garantindo o melhor para a criança e para a família que se propõe a adotar;
2. O QUE É ADOÇÃO E POR QUE É TÃO DIFÍCIL ADOTAR UMA CRIANÇA
A palavra adoção tem origem do latim “adoptio”, que em língua portuguesa significa “tomar alguém como filho”. O Brasil, há atualmente cerca de 35 mil pessoas buscando uma criança para adotá-la e também, segundo dados estatísticos confiáveis, perto de 6,5 mil crianças e adolescentes esperam por uma adoção, ou seja, para cada criança na fila, há cinco famílias querendo adotar. Então, o que emperra o processo de adoção no Brasil?
Primeiramente, entendamos o que, no Brasil, se entende por adoção: 
Juridicamente, a adoção é um ato solene e complexo pelo qual se estabelece um vínculo de paternidade e filiação entre adotante e adotado, independente de relação natural ou biológica de ambos. Para a justiça, não há filho adotivo, adoção plena ou não: uma vez feita a adoção há sempre pais e filhos. A jurista e escritora Maria Helena Diniz em relação a essa igualdade entre filhos não os distinguindo entre adotados e os que de fato foram gerados pelo casal adotante, apregoa que:
Com base nesse princípio da igualdade jurídica de todos os filhos, não se faz distinção entre filho matrimonial, não matrimonial ou adotivo quanto ao poder familiar, nome e sucessão; permite-se o reconhecimento de filhos extra matrimoniais e proíbe-se que se revele no assento de nascimento a ilegitimidade simples ou espuriedade. (DINIZ, 2008, p. 27).
Para Clóvis Bevilacqua, eminente jurista brasileiro, no seu livro "Em defesa do Projeto de Código Civil":
"... o instituto da adoção, tinha uma alta função social a desempenhar como instituição de beneficência destinada a satisfazer e desenvolver sentimentos afetivos do mais doce matiz, dando filhos a quem não teve a ventura de gerá-los, e desvelo paternais a quem privado deles pela natureza estaria talvez condenado, sem ela a descer pela escada da miséria, e ao abismo dos vícios e dos crimes".
E reafirma suas ideias depois de entrar em vigor o Código Civil.
"O que é preciso porém salientar é a ação benéfica social e individualmente falando, que a adoção pode exercer na sua fase atual. Dando filhos a quem não os tem por natureza, desenvolve sentimentos afetivos do mais puro quilate e aumenta na sociedade o capital de afeto e de bondade necessário ao seu aperfeiçoamento moral".
 Dessa forma, garantir a observação dos direitos da infância e da adolescência é garantir o progresso, a evolução e de vida para todas as pessoas. É investir no futuro da população de nosso país. A Constituição da República Federativa do Brasil, no seu artigo 227, afirma categoricamente que “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Cada criança e cada adolescente devem ter uma família, ou seja, devem ter garantido o direito constitucional de convivência familiar, seja através da família biológica (que deve ser assistida e apoiada), seja através da família substituta (com adoção ou a guarda), uma vez que a criança, inserida em família responsável, terá, por esta mesma família, garantidos todos os seus direitos contemplados na Carta Magna.
O problema é que na teoria a lei é lindamente perfeita,mas na prática não é o que acontece. Segundo o Jornal O Globo, pelo menos 46 mil crianças e adolescentes vivem hoje em abrigos no Brasil. Nos últimos dois anos, a cada dia 38 meninas e meninos de até 15 anos de idade foram vítimas de abandono ou negligência e o mais grave é que quase 80% dos encaminhamentos de crianças e adolescentes a abrigos estão vinculados à dependência química dos pais.
Outro fator que dificulta o processo de Adoção no Brasil é que o perfil das crianças que os futuros pais sonham é bastante restrito. No Brasil, 29% das famílias querem adotar somente meninas e quase 70% não aceitam ficar com os irmãos. São meninos pardos entre 8 e 17 anos com irmãos que acabam ficando mais tempo nos abrigos. E enquanto 69% só aceitam crianças sem doenças, mais de 25% possuem problemas de saúde.
Também a burocracia e a lentidão na justiça dificultam a adoção de crianças e adolescentes. No País e no Estado, crianças continuam em centros de acolhimento por tempo indefinido, ou seja, por conta de deficiências estruturais para acelerar o processo de apadrinhamento, a justiça acaba por prolongar a estada das crianças nos abrigos.
No que diz respeito ao Judiciário, a demora se divide em várias etapas. Primeiro, os pretendentes precisam passar por uma série de avaliações até serem habilitados para a adoção. Por meio de entrevistas, análise de documentação e visitas domiciliares, é examinada a situação socioeconômica e psicoemocional da família, a qual também deve fazer um curso preparatório para assumir a guarda da criança. Depois, começa a busca pelo futuro filho, o que, de acordo com as prioridades dos pais, pode demorar semanas, meses ou anos. Mas a grande dificuldade está na disponibilização das crianças para adoção. Para isso, é necessário haver a destituição do poder familiar, que permite que meninos e meninas abandonados sejam desvinculados por completo dos pais e parentes biológicos e liberados para serem adotados. Enfrentar a burocracia e a demora resume o que a senhora Maria Victoria (nome fictício de uma postulante à adoção, que não quis ter o seu nome revelado) tem feito nos últimos nove meses, na tentativa de adotar Mariana (nome fictício), de 12 anos. A menina vive na unidade de acolhimento de crianças denominada “Casa da Criança Menino Jesus”, de propriedade da Senhora Lucileide Dias Ribeiro Ribeiro há nove anos, mas nunca havia sido disponibilizada, oficialmente, para adoção. Com uma idade considerada avançada para os padrões dos pretendentes, as chances de Mariana conseguir novos pais não eram animadoras.
3. O CONTEXTO HISTÓRICO DA ADOÇÃO
“É um pássaro, é um avião; não! É o super-homem...”. Essa é uma frase muito conhecida no universo dos super-heróis e faz uma referência ao simpático herói, bem-feitor da humanidade. Pois até mesmo na história do Super-Homem é possível identificar o instituto da adoção. Em sua origem, seus pais na tentativa de salvá-lo da destruição do planeta em que viviam, o enviou para a Terra onde foi encontrado por um casal de fazendeiros que não tinham filhos, e o criaram como tal. No filme infantil “Megamente” o lugar regrado e harmônico da adoção da personagem Metroman contribui para este ser uma personagem heroica e virtuosa, já o lugar insalubre, a prisão, da outra personagem o transforma em vilão da história. O determinismo dos ambientes foi, dessa forma, decisivo na formação comportamental e psicológica das personagens.
Saindo de um mundo fictício que, embora possa não ser real, não deixa de acolher esse instituto da adoção, podemos observar a evolução do instituto da adoção em muitos momentos da história. A saber:
Entre os gregos, só se podia adotar quem não tivesse filhos. Entre os romanos não existia essa exigência e a adoção era realizada por meio de um cerimonial sacro, que se assemelhava ao nascimento de um filho - o adotado renunciava ao culto da família antiga, cortando os laços que o ligavam a ela e era introduzido no culto da família adotiva. 
Na Idade Média a adoção não foi aceita porque os aristocratas não queriam que suas heranças se desviassem da linha parental e a igreja considerava pouco favorável ao instituto do casamento.
Em 1789, com a Revolução Francesa, o Instituto da Adoção readquiriu o seu antigo vigor na Constituição Francesa, de 1873. Napoleão Bonaparte regulamentou o Instituto, no Código Civil Francês de 1804, tomando como base o Direito Romano. Estabeleceu as seguintes condições: idade do adotante - 40 anos; ausência de prole legítima ou legitimada, adotante 15 anos mais velho do que o adotado, conservação do direito do adotado em sua família natural e, no caso do adotante casado, consentimento do outro cônjuge. O Código Civil Francês, que serviu de modelo aos países da Europa e das Américas, deve ter influenciado também na legislação da adoção.
A maioria dos povos cultos a admite, porém, com restrições remanescentes do direito romano, que aceitava a adoção como último recurso para evitar o aniquilamento da família.
No século XIX diante das dificuldades vividas por famílias mais pobres, ou para mães solteiras, havia a possibilidade de deixar os filhos no chamado ―sistema de lares adotivos‖, onde crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 21 anos poderiam ser enviados para outras casas, mas isso não retirava de seus pais o pátrio poder, e só durava enquanto a família novamente se estruturava para poder reaver os filhos e sustentá-los, mas esse sistema não dava a possibilidade de adoção dessas crianças por parte daquelas famílias que os abrigava.
O instituto da adoção por muito tempo foi utilizado unicamente com o intuito de satisfazer as necessidades do adotante, não havia uma real e necessária atenção com a criança que viria a ser adotada, já que a adoção era concedida àquelas famílias que queriam evitar o seu desaparecimento, casais que não tiveram filhos, à casais que eram impossibilitados de ter filhos por motivos de esterilidade, no princípio também só era possível a pessoas casadas e com mais de 50 anos de idade. Dessa forma é visível que o único interesse que existia era a satisfação daqueles que adotavam e não da criança.
3.1. Histórico da adoção no Brasil
Para o excepcional autor Carlos Roberto Gonçalves (2014, p.381), entende-se por adoção um ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família, na qualidade de filho, pessoa a ela estranha. No Brasil, o tema da adoção nasce com a “Roda dos rejeitados” e por diversas outras leis, até a criação do “Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA”, que se responsabilizou por regulamentar, por meio do direito, o processo de adoção no Brasil.
3.1.1. A Roda dos Rejeitados
O instituto da adoção no Brasil, embora não com essa denominação, tem presença por volta do ano de 1693, onde vigora a Lei ao Desamparo de crianças que eram abandonadas e muitas vezes eram encontradas na rua, a essas crianças deram o nome de Expostos, e algumas destas eram abrigadas e cuidadas por famílias que lhes ofertavam um lar muitas vezes em troca de serviços prestado a estas famílias. O Estado não queria se responsabilizar por estas crianças, já que não possuía recursos para tal, então ou elas tinham esse destino de serem abrigadas por outras famílias, ou eram deixadas com a as Casas de Misericórdias, espécies de abrigos para crianças e adolescentes, já que caberia a elas esse serviço, e que possuía creches e orfanatos para abrigar essas crianças que eram abandonadas.
Objetivando a redução do número de crianças que eram abandonadas nas ruas, foi criada a chamada Roda dos Expostos, que eram situadas nas Santas Casas de Misericórdias, já que nelas havia amas de leite e mulheres que criavam aquelas crianças que lá eram deixadas. A essencial idéia desse novo mecanismo para menores abandonados não era marcado pela simples boa vontade ou sentimento cristão de cuidar dessas crianças, mas o real intuito era de torná-las pessoas disponíveis conforme a necessidade do Estado em obter mão de obra trabalhadora.
No que diz respeito à administração dos menores abandonados, eles reprovam os índicessurpreendentes de mortalidade dos menores recolhidos: noventa por cento morre antes de poderem 'tornar úteis ao Estado' essas forças que muito lhe custam manter durante a infância e a adolescência. Todos esses memoriais se obstinam a mostrar como seria oportuno, não obstante, salvaguardar os bastardos, a fim de destiná-los a tarefas nacionais, como a colonização, a milícia, a marinha, tarefas para as quais eles estariam perfeitamente adaptados, pelo fato de não possuírem vínculos de obrigações familiares. 'Sem parentes, sem apoio a não ser aquele fornecido por um sábio governo, não se prendem a nada, não têm nada a perder'. (DONZELOT 1986, p. 16 apud LÁZARO CAMARGO, 2005, p. 25)
A conhecida Roda dos Expostos possuía todo um aparato que preservava a identificação daqueles que lá colocavam as crianças, há relatos de que elas funcionavam da seguinte forma:
De forma cilíndrica e com uma divisória no meio, esse dispositivo era fixado no muro ou na janela da instituição. No tabuleiro inferior da parte externa, o expositor colocava a criança que enjeitava, girava a Roda e puxava um cordão com uma sineta para avisar à vigilante – ou Rodeira – que um bebê acabara de ser abandonado, retirando-se furtivamente do local, sem ser reconhecido. (MARCÍLIO, Maria Luiza. História social da criança abandonada. São Paulo: Hucitec, 1998.)
As crianças que eram acolhidas nas Santas Casas poderiam ser adotadas também e não necessariamente permaneceriam lá toda sua infância e juventude.
Diante a ineficácia das rodas, que levaram à morte muitas crianças, e delas faziam um incentivo ao crime do abandono e do descaso moral na sociedade do sec. XVII, deu-se a extinção desse mecanismo em 1923, pelo decreto nº 16.300, de 31 de Dezembro.
3.1.2. O Código Civil de 1916
Até o ano de 1916, quando foi promulgado o Código Civil Brasileiro, o Instituto a Adoção não se fazia presente no ordenamento jurídico e embora totalmente diferente de como conhecemos atualmente, e com fortes indícios de resistência e restrições, passou a ser codificado.
O Código Civil de 1916 abordava a adoção como um negócio jurídico bilateral e solene, já que se dava através de escritura pública e mediante o consentimento de ambas as partes, se aquele a ser adotado tivesse mais de 18 anos, ele mesmo poderia comparecer e a adoção se realizaria, caso fosse incapaz, seria representado por um de seus pais, tutor ou curador. Vale ressaltar que tal ato como sendo um negócio jurídico era passivo de dissolução do vínculo, desde que as partes fossem maiores de idade e mediante acordo de vontade de ambos. Aqueles que desejavam adotar deveriam ser casados, e com a adoção ocorria a transferência do pátrio poder ao adotante. O Código de 1916 ainda dava à adoção um caráter apenas de dar continuidade a família, sendo concedido apenas a casais com idade superior a 50 anos e que não tivessem nenhum filho, posto que nessa idade era considerado uma incapacidade por parte desses casais terem filhos de forma natural.
A Adoção fazia parte do Capítulo V, do hoje totalmente revogado, Código Civil de 1916, cuja redação transcreveu-se abaixo:
Art. 368 - Só os maiores de 50 anos sem prole legítima ou legitimada podem adotar.
Art. 369 - O adotante há de ser, pelo menos 18 (dezoito) anos mais velho que o adotado.
Art. 370 - Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher.
Art. 371 - Enquanto não der contas de sua administração, e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou curador adotar o pupilo, ou o curatelado.
Art. 372 - Não se pode adotar sem o consentimento da pessoa, debaixo de cuja guarda estiver o adotando, menor ou interdito.
Art. 373 - O adotado, quando menor, ou interdito, poderá desligar-se da adoção no ano imediato ao em que cessar a interdição, ou a menoridade.
Art. 374 - Também se dissolve o vínculo da adoção:
I - Quando as duas partes convierem.
II - Quando o adotado cometer ingratidão contra o adotante.
Art. 375 - A adoção far-se-á por escritura pública, em que se não admite condição, nem termo.
Art. 376 - O parentesco resultante da adoção limita-se ao adotante e ao adotado, salvo quanto aos impedimentos matrimoniais, a cujo respeito se observará o disposto no art. 182 n.ª III e IV.
Art. 377 - A adoção produzirá os seus efeitos ainda que sobrevenham filhos ao adotante, salvo se pelo fato do nascimento, ficar provado que o filho estava concebido no momento da adoção.
Art. 378 - Os direitos e deveres que resultam do parentesco natural não se extinguem pela adoção, exceto o pátrio poder, que será transferido ao pai natural para o adotivo. (Capítulo V, do Código Civil Brasileiro de 1916)
3.1.3 Lei 3.133/57
Conforme se viu anteriormente, a adoção não possuía um caráter assistencial à criança, mas apenas buscava satisfazer os desejos dos adotantes, diante dessa realidade ficou cada vez mais notável a necessidade de uma legislação que atendesse às deficiências daqueles que eram os mais vulneráveis nessa relação.
Com a instituição da lei n. 3.133/57, houve relevantes no instituto da adoção dando-lhe uma ampliação na condição de adotar; por meio dessa lei, a adoção era concedida à pessoas que tivessem a vontade de adotar e não apenas àquelas que por algum motivo eram impossibilitadas a terem um filho; essa nova lei também passou a visar o menor que fora abandonado, dando a este a possibilidade de ter uma nova família, entretanto a este adotado não era concedido uma equiparação a filho, já que ele não entraria na sucessão hereditária; foram também reduzidas as idades daqueles que queriam adotar de 50 anos, para 30 anos de idade, como também foi imposto que deveria haver a diferença de 16 anos entre adotante de adotado; estando casado, os adotantes deveriam ter mais cinco anos de matrimônio; permaneceu a adoção por meio de escritura pública; tutor e curador também poderiam adotar seus respectivos tutelados e curatelados, após a prestação de contas; era possível a adoção por estrangeiros, embora sem restrições; o adotado deveria ter mais 18 anos; todavia não havia aqui o desligamento com a família biológica, pois apenas havia a transferência do pátrio poder do pai natural para àquele que estava adotando.
A nova redação trazida por essa lei ficou da seguinte forma:
Art. 1º Os artigos 368, 369, 372, 374 e 377 do Capítulo V - Da Adoção - do Código Civil, passarão a ter a seguinte redação:
Art. 368. Só os maiores de 30 (trinta) anos podem adotar.
Parágrafo único. Ninguém pode adotar, sendo casado, senão decorridos 5 (cinco) anos após o casamento.
Art. 369. O adotante há de ser, pelo menos, 16 (dezesseis) anos mais velho que o adotado.
Art. 372. Não se pode adotar sem o consentimento do adotado ou de seu representante legal se for incapaz ou nascituro.
Art. 374. Também se dissolve o vínculo da adoção:
I. Quando as duas partes convierem.
II. Nos casos em que é admitida a deserdação.
Art. 377. Quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a relação de adoção não envolve a de sucessão hereditária.
Art. 2º No ato da adoção serão declarados quais os apelidos da família que passará a usar o adotado.
Parágrafo único. O adotado poderá formar seus apelidos conservando os dos pais de sangue; ou acrescentando os do adotante; ou, ainda, somente os do adotante, com exclusão dos apelidos dos pais de sangue.
Art. 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. (Lei no. 3.133 de 1957)
3.1.4. Lei 4.655/65
Por meio da Lei n. 4.655/65, houve uma real equiparação do adotado aos filhos legítimos do adotante, no campo do direito, garantindo assim, uma maior proteção àquele que fora abandonado e sucessivamente acolhido em outra família que não era a sua biológica, dessa forma surgiu a chamada legitimação adotiva, e a partir dela o vínculo entre adotante a adotado passou a ser tão próximos como se fosse biológico.
Arnaldo Rizzardo tem a seguinte visão quanto a importância dessa evolução na legislação a cerca da adoção:
Com a Lei n° 4.655, de 02.06.1965, um novo importante passo foidado na evolução do instituto, tornando o filho adotivo praticamente igual, em direitos e garantias, ao filho sanguíneo. Criou-se a legitimação adotiva – forma esta que atribuía ao adotado os mesmos direitos e deveres reconhecidos ao filho legítimo. Todavia, em razão do excesso de formalismo para a legitimação, não teve grande difusão prática. (RIZZARDO, 2014, Capítulo XX)
3.1.5. Lei 6.697/79
A lei n. 6.697/79, que seria o Código de Menores, revogou essa legitimação adotiva e introduziu uma legitimação plena.
Nosso ordenamento jurídico nesse período passou a ter duas formas de adoção: a adoção simples e adoção plena, com muitas semelhanças entre elas. Eram destinadas àqueles considerados em situação irregular, que em outras palavras seriam aquelas crianças abandonadas ou aos menores expostos.
A adoção simples seguia os princípios do Direito Civil e era destinada aos menores de até 18 anos, era concedida por meio de autorização judicial e ao menor haveria a possibilidade de usar o apelido da família que o adotou, que passaria a constar do alvará e da escritura para averbação no registro de nascimento do menor. Para esse tipo de adoção era necessário o período de no máximo um ano de convivência entre adotante e adotado, esse período era estabelecido pelo juiz. Aqui ainda prevalecia o requisito de caso os adotantes fossem casados, o prazo de 05 anos de matrimônio e um dos cônjuges deveria ter mais de 30 anos de idade. Se fosse provada a esterilidade de um dos cônjuges esse prazo de 05 poderia ser desprezado.
A adoção plena era um pouco mais complexa, a idade do menor deveria ser de até 07 anos de idade, como também poderia ser além, caso esse menor à época em que completasse essa idade, já estivesse sob a guarda dos adotantes.
A adoção plena permitiu a viúvos e a separados a possibilidade de adotar, desde que os requisitos necessários fossem cumpridos.
O grande diferencial nesse tipo de adoção estava na consequência que sentença que deferia a adoção, posto que, tornava sem efeito o registro anterior, como não fazia nenhuma menção à adoção, o nome dos novos pais, como dos novos avós, tanto paternos como maternos, nome e prenome do menor poderiam ser alterados, eram os de real validade, essa adoção era irrevogável, os direitos concedidos a esta criança que agora era adotada eram os menos que os filhos biológicos possuíam, como por exemplo, o direito de sucessão que até então era vetado aos adotados.
Foram altamente relevantes as modificações trazidas por esta lei, o adotado agora era integralmente acolhido em uma nova família.
5. O ASSISTENTE SOCIAL NO MEIO JUDICIÁRIO: PROCESSO DE ADOÇÃO
A atuação do Assistente Social no meio jurídico é garantida pela Constituição Federal do Brasil (CEF, 1988) e embasa-se em legislação que ampara a organização familiar e suas alterações sofridas ao longo do tempo. Dessa forma, esta atuação junto ao meio jurídico pode se segmentada, focalizada e descentralizada e até terceirizada, responsabilizando-se pela implantação de políticas publicas nas esferas federal, estadual e municipal.
Assim sendo, pode-se seguramente afirmar-se que Assistência Social no poder Judiciário deve assessorar e prestar consultoria aos órgãos públicos judiciais, a serviço de assistência jurídica e demais profissionais em questão específica da profissão. 
Face às deficiências do nosso meio social na promoção da justiça social para todos, a atuação do Assistente Social, principalmente na esfera Jurídica, tornou-se uma ferramenta mais que necessária para atenuar as discrepâncias sociais entre as partes, principalmente no que tange à aplicação do direito à parte mais carente.
No que concerne ao trabalho no processo de adoção, o assistente social precisa levar em consideração que a análise do processo de avaliação começa a partir do momento em que o mesmo, tem o primeiro contato com os interessados a adotar, prestando os esclarecimentos quanto à realidade, processo e os procedimentos que serão desempenhados. Sobre isso discorre no Manual de Procedimentos Técnicos.
5. ORFANATO CASA DA CRIANÇA MENINO JESUS E O PROCESSO DE ADOÇÃO
Em visita à Casa da Criança Menino Jesus, local de acolhimento de crianças de até 5 (cinco) anos de idade, situada na Rua Inácio Xavier de Carvalho, S/N, São Francisco, nesta cidade, realizada no dia 10 de outubro do corrente ano, foi efetuada, com autorização da proprietária do abrigo, a Senhora Lucileide Dias Ribeiro Ribeiro, uma entrevista com a assistente social, que prefere não ter o seu nome divulgado, sobre a condição de adotantes das crianças que pertenciam a este abrigo. A Casa da Criança Menino Jesus oferece serviço institucional, possuindo capacidade para no máximo 100 (cem) crianças e recebe atendimento especializado de psicólogo, assistente social, cuidadores sociais e enfermeiros e hoje conta com 24 (vinte e quatro) crianças, sendo 2(duas) especiais, geralmente vítimas de abandono, violência, maus tratos. Conta também, com 60 (sessenta) funcionários. Nesse sentido, a proposta da unidade é cuidar, educar e preparar a criança para ser um adulto responsável. 
A partir de uma pesquisa de campo feita na citada unidade de acolhimento da criança; constatou-se, por meio de uma entrevista à Assistente Social lotada no referido local da pesquisa e que não terá aqui o seu nome social, sendo chamada de Assistente Social, que Grande parte das crianças e adolescentes que fazem parte das casas de acolhimentos não são órfãs, na verdade, são crianças que sofreram algum tipo de violação de direitos, como, violência física, sexual, psicológica ou negligência (abandono dos pais, cárcere privado, deixar a criança abandonada em casa). Aqui nesta casa de acolhimento, muitas crianças são deixadas em nossa porta ou recebemos chamadas de crianças que foram deixadas em lares de estranhos ou mesmo em terrenos baldios em estado de total abandono.
Observou-se também que são muitas as causas do abandono de crianças e adolescentes, dentre os quais, os principais são o desamparo e a miséria, acreditando que, geralmente, trata-se de situações dramáticas em que os pais biológicos não têm muitas oportunidades. Trata-se de um círculo vicioso, em que o drama do abandono se reproduz de maneira histórica em que gerações inteiras sofrem com isso e passam esta condição a outras gerações. Observa-se ainda que muitos pais abandonam os seus filhos devido a crises relativas à instabilidade conjugal e uma proporção alta de mulheres na condição de mães solteiras e sem pais que queiram assumir a criança. Por último, percebe-se que muitas mães não conseguem criar seus filhos devido ao envolvimento com as drogas em seu estado de dependência química e flagelização comportamental e/ou social.
Ficou-se ciente que Adotar é mais que um ato nobre, é uma condição de amor e de respeito ao próximo, mas antes de se adotar, é preciso passar por um processo burocrático que, infelizmente, às vezes leva anos. Para se dá início ao processo de adoção, os interessados devem ir às Varas da Infância e Juventude da sua cidade, que são as responsáveis pelo início do procedimento. Uma vez cadastrada na Vara da Infância e Juventude, tem de esperar a sua vez. Vale, por fim ressaltar, que o tempo médio de duração do processo de adoção depende das circunstâncias, dos perfis dos adotantes e dos pretensos adotados e da localidade. Por essas e outras, não há como informar um prazo determinado.
Há a obrigatoriedade do postulante a adoção participar de um rigoroso processo de avaliação e até mesmo um curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção na Vara de Infância e Juventude da capital. Com duração de até dois meses, com aulas semanais, o curso objetiva avaliar ou mesmo dotar os pretensos adotantes de condição básica necessária para educar o seu futuro filho ou sua futura filha. O resultado dessa avaliação será encaminhado ao Ministério Público e ao juiz da Vara de Infância.
Poderão adotar, homens ou mulheres maiores de 18 anos e com uma situação socioeconômica que possibilite manter o adotado. O adotante precisa tambémser pelo menos 16 anos mais velho do que quem será adotado. Não é preciso ser casado. Viúvos, divorciados e solteiros podem adotar sem problemas. 
Se há mais pais querendo adotar uma criança ou jovem do que disponibilidade destas para adoção, por que o processo de adoção demanda tanto tempo? Justamente porque as exigências por parte dos pretendentes a adoção são muitas. Na prática, se você não tiver preferência de sexo, cor ou idade, a adoção será mais rápida, se não limitar muito a idade e se não excluir nenhuma etnia, suas chances aumentam muito mais.  
Por fim, constatou-se no local que Grande parte das mães que passaram pelo processo de adoção de uma criança e que lograram êxito na adoção, afirmam que a sensação de se ter um segundo ou terceiro filho, mesmo que o último não seja biológico, é a mesma. Não se notam diferenças substanciais entre o amor dedicado ao filho natural e ao dedicado ao filho não natural. As mães que adotaram por não terem condições de gerarem um filho, demonstram as mesmas satisfações com os seus filhos não naturais que as que conceberam filhos biológicos. Com raras exceções, esta é a regra. 
6. A ADOÇÃO E O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Assim que surge, em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, importantes novas observações e mudanças foram implantadas, com efeito: a nova denominação para o termo “menor”, que passou a ser substituído por “criança”, a pessoa com idade até 12 anos de idade incompletos, e como “adolescente”, com idade entre 12 e 18 anos.
Pelo Estatuto da Criança e Adolescente – ECA, a adoção deixou de beneficiar o adotante; passando, assim, a salvaguardar o direito básico ao adotado de ter uma família e ser criado com dignidade e respeito. Dessa forma, houve a partir deste novo texto, um total acolhimento e proteção integral daquela criança adotada, conforme é prescrito no art 1º da Lei 8069/90, a criança e o adolescente passam agora a serem desejados como verdadeiros filhos biológicos, não mais como simples objetos de uma relação jurídica. 
Também no corpo do art. 3º da referida lei, se define como direito fundamental ao adotado, o gozo de todos os direitos considerados fundamentais à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, dessa forma, assegura-se à criança e o adolescente em processo de adoção a plenitude das mesmas perrogativas que o fiho biológico, a fim de lhes conceder o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
Atualmente a adoção é amparada pela lei n°12.010 de 03 de Agosto de 2009 em conjunto com ECA (Estatuto da criança e do adolescente), e no Código Civil não há mais legislação concernente à adoção.
Esse novo ordenamento não desampara as pessoas com idade superior a 18 anos que também venham a ser adotadas, entretanto, essa forma de adoção se dá através de assistência do poder público e de sentença constitutiva, aplicando-se tanto o ECA quanto a Lei Nacional de Adoção no que for necessário.
Na visão de Flavio Taturce acerca dessa nova legislação sobre adoção, temos que:
“Em suma, o que se percebe é que a matéria de adoção, relativa a menores e a maiores, passou a ser consolidada no Estatuto da Criança e do Adolescente. Conforme apontam Luciano Alves Rossato e Paulo Eduardo Lépore, ―encerra-se a discussão existente em torno de se determinar qual é o documento legal regente das adoções. A partir de agora, todas as adoções, sejam de criança, adolescentes e adultos, serão regidas pelo Estatuto, guardadas as particularidades das adoções de adultos. A nova lei representa mais uma tentativa de decodificação, ou seja, de retirada dos institutos privados do Código Civil. Todavia, não deixa de causar certo espanto, uma vez que uma típica norma de proteção de vulneráveis – o ECA – passa a regulamentar interesses de adultos, o que é criticável, do ponto de vista técnico-metodológico e estrutural”. (TATURCE, 2016, p. 465).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notória a presença do instituto da adoção em diversos momentos da história desde a antiguidade até chegar aos dias atuais. No Brasil, esse instituto começou a surgir de forma não codificada e totalmente diferente de como é conhecido. As muitas mudanças sofridas ao longo dos anos foram de suma importância para àqueles que são adotados.
Vale ressaltar a grande mudança e importância sofrida pela adoção que é equiparação, agora sem distinção, entre filho adotado e filho biológico. Atualmente a adoção é realizada através do ECA em consonância com a Lei Nacional da Adoção. Dessa forma, tentou-se aqui mostrar todo o processo evolutivo da adoção, desde as civilizações mais remotas até o Brasil dos tempos atuais. Traçou-se também um raio-x teórico e pratico do processo adotacional em nosso país e em nossa cidade, para tanto, fez-se um levantamento teórico por meio da leitura de conceituadíssimos autores presentes na bibliografia e também numa visita à unidade de acolhimento “Casa da Criança Menino Jesus”, por meio de entrevista e investigação junto á assistente social.
8. REFERÊNCIAS
BEVILACQUA Clovis - Adopção - Soluções táticas de Direito (Pareceres). Rio de Janeiro, Correa Bastos, 1923. 
CAMARGO, Mário Lázaro. Adoção Tardia: Representações Sociais De Famílias Adotivas E Postulantes À Adoção (Mitos, Medos e Expectativas). 2005. 269f. Dissertação. Mestrado em Psicologia. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Assis. 2005.
COSTA, Juliana Olívia Silva. Os Efeitos Jurídicos Da Posse De Estado De Filho No Processo De Adoção Judicial. 2010. 46 f. TCC (Curso de Bacharel em Direito) – Instituto João Alfredo De Andrade. Juatuba – MG.
DA COSTAS, Daniely Lima. Os Desafios Da Adoção Tardia No Brasil. 2014. 56 f. TCC (Curso de Bacharel em Direito) - Faculdade Cearense – FAC. Fortaleza – CE.
DILCE RIZZO JORGE, Histórico e aspectos legais da adoção no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2008.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. v.5, 23 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
MADALENO, Rolf, 1954. Curso de direito de família, 6.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015.
RIZZARDO, Arnaldo, 1942. Direito de família, 9. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2014.
RODRIGUES, Silvio. Direito civil : direito de , 28. ed. rev. e atual. por Francisco José Cahali; de acordo com o novo Código Civil (Lei n. 0.406, de 0- -2002). — São Paulo : Saraiva, 2004.
TARTUCE, Flávio. Direito civil, v. 5 : Direito de Família, 11. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2016.

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