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Trabalho :Filme Garotos Selvagens

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FUNDAÇÃO VISCONDE DE CAIRU
PSICOLOGIA
ATIVIDADE COMPLEMENTAR – ARTIGO DE OPINIÃO 
FILME “O GAROTO SELVAGEM”
BIANCA TATAGIBA DO CARMO
Disciplina: Origens Evolucionária do Comportamento
Docente: Fernando Nóbrega
SALVADOR
2020
INTRODUÇÃO
Título original: L' Enfant Sauvage.
 Realização: François Truffaut.
 Atores: François Truffaut, Jean-Pierre.
Género: Drama.
 Classificação: M/12 Outros dados: FRA, 1969, Preto e Branco, 90 min. 
Em 1798, no verão de uma floresta francesa, caçadores encontraram uma criança selvagem, que conviveu apenas com os animais na floresta. O menino foi levado para Paris, chegando lá, foi examinado pelo melhor psiquiatra da época, Philippe Pinel. O célebre médico o considerou irrecuperável, porém um jovem médico chamado Itard, achou possível recuperar o atraso provocado por ele ter crescido em isolamento total e acreditava que não possuía nenhum problema genético (FILOGENÉTICA). Então, Itard pediu a tutela do menino para comprovar a sua opinião.
 O jovem médico, deu o nome ao menino de Victor e o levou para a sua casa em Batignoles, com a ajuda da governanta, Madame Guerim, começou um trabalho para desenvolver as habilidades que todos nós seres humanos aprendemos (ONTOGENÉTICA) desde que nascemos, como falar, andar, comer com talheres etc. 
 O filme apresenta todos os processos que esta criança sofreu desde o dia em que foi levada à força da floresta. No princípio, Victor possuía uma postura muito semelhante à dos animais. Tal como eles, não falava, só se movia com os quatro membros apoiados no chão, sua alimentação era à base de castanhas, raízes e frutos e rejeitava o contato com os humanos (ontognética). O garoto era insensível a variações térmicas extremas (calor e frio), não esboçava reação a sons mais fortes e estridentes, e era incapaz de se auto reconhecer quando via a sua imagem refletida no espelho. Durante a fase inicial do processo de integração no meio humano, o menino demonstrava agitação e revolta, o que dificultava o trabalho do Dr. Itard.
Victor, escondia-se no meio selvagem; negava-se a tomar banho; não conseguia caminhar com sapatos e não se acostumava a comer com talheres. No entanto, com o passar do tempo através do treinamento intensivo realizado por Itard, o garoto começou a apresentar mudanças no seu comportamento. O professor o condicionou como andar de forma ereta, como andar ao seu lado quando passeavam, enquanto a senhora Guérin o ensinava a comer com talheres, a se vestir e como cumprimentar as pessoas. Além de todos esses ensinamentos, também foi introduzido o costume de higiene, de alimentação e de sentido do horário (CULTURA).
 Tendo Victor interiorizado todos os hábitos (condicionamento pavloviano) dos seres humanos e as normas sociais, este estaria pronto para conviver em sociedade, em geral, como qualquer outro jovem da sua idade. No entanto, esta autonomia nunca se verificou ao longo de toda a vida de Victor. 
Podemos observar como estes ensinamentos modificaram a criança, fato que pode ser verificado quando fugiu pela última vez. Ele percebeu que já não conseguia sobreviver sozinho e se viu obrigado a voltar para os cuidados da senhora Guérin. Para finalizar, algo que ficou muito claro no filme, foi o fato de Victor, apesar de mostrar alguns sentimentos de homem civilizado, ele não deixou de se mostrar sensível aos sentimentos relacionados com a sua vida primitiva, como a paixão pela vida e a liberdade do campo, o êxtase ao ver a lua cheia ou a reação ao som de um vendaval. Quando chovia, em vez de se abrigar como qualquer outra criança, ficava alegre, corria e saltava ao som da chuva. 
Em várias cenas, ao longo do filme, o jovem médico se questionava se fora a melhor opção ter retirado o menino da selva. Victor foi privado da alegria de uma existência simples, ao nível da animalidade que lhe proporcionava. Fica bem explícita a violência da educação em que o menino foi submetido, pois, o menino nem se tornou totalmente um ser civilizado e nem seria capaz de voltar a sobreviver no ambiente natural em que fora criado. Esse dilema nos levou a reflexão da responsabilidade que o psicólogo deve ter, e até que ponto vale a pena promover determinadas mudanças comportamentais interferindo totalmente ou parcialmente na vida de uma pessoa.

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