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APRESENTA ÇÃO Caro vestibulando, Espero que esse eBook seja útil durante seus estudos e te ajude a escrever uma boa redação. Saiba sempre que bons resultados são consequência de uma boa preparação. Por isso, mantenha-se firme nos estudos, respeitando seus limites, e tenha confiança no seu esforço. Boa sorte nessa reta final, estou torcendo por você! Att, José Luiz Londres / @zlondrs FRANZ KAFKA Franz Kafka (1883-1924) foi um escritor em língua alemã, considerado o autor mais influente do século XX. Entre suas obras mais famosas, vale citar: O castelo e A metamorfose, que serão tratados aqui. 1. O castelo No livro “O Castelo”, Kafka constrói um cenário distópico em que todos os cidadão estão submissos ao Conde do Castelo - fazendo uma alusão à sistemas autoritários, à burocracia e à intolerância. Dentro da narrativa, K. (esse K. não diz respeito ao K. de “O Processo”, por mais que tenham o mesmo nome), um agrimensor contratado pelo Conde para medir as terras do Castelo. Ao chegar à Vila externa, o agrimensor passa por dificuldades de hospedagem, por não ter uma autorização do Conde para se hospedar na Vila. Desse modo, K. precisa, a todo custo, conseguir uma autorização do Castelo para manter-se dentro das terras desse. Por não fazer parte do Castelo, nem possuir uma autorização desse, ele é, de cara, considerado inferior e “indigno” de estar dentro das propriedades do Castelo. Esse primeiro impasse que K. vive já deixa claro a postura um tanto quanto excludente e intolerante da sociedade, o que pode ser aproveitado na redação. 2. A Metamorfose Em “A metamorfose” Kafka retrata a vida de Gregor Samsa, um caixeiro viajante, que repentinamente acorda no corpo de um inseto monstruoso. No decorrer da narrativa, é perceptível como a família de Gregor passa a tratá-lo de uma forma diferente, excluindo-o de momentos familiares. Gregor começa a ser visto como uma verdadeira vergonha para os Samsa, que preferem escondê-lo dentro de um quarto e seguir suas vidas ignorando a existência do filho. Uma das relações que pode ser feita a partir de “A metamorfose” é a postura um tanto quanto exclusiva da sociedade (ou das instituições governamentais) sobre algumas situações que são difíceis de resolver ou que não trarão ganhos individuais. Nessa perspectiva, o fato de a sociedade excluir aquilo que lhe é estranho, impede que essa modifique sua realidade, já que ela é acomodada e só está preocupada com a aparência das coisas, escondendo "dentro de um quarto”, assim como fez a família de Gregor, o que não lhe convém, ao invés de encarar o estranho face a face, viver com as diferenças e solucionar problemas. Tema: As consequências ambientais do aumento do nível do mar no Brasil Ademais, é fato que a elevação do oceano compromete a preservação dos ecossistemas marinhos. Em “A metamorfose", Franz Kafka retrata a vida de exclusão feita pela família de Gregor Samsa, depois que ele se torna um inseto monstruoso, ou seja, um problema insolucionável. Fora da ficção, é comum que o ser humano deixe de lado problemas que ele não sabe resolver ou que a resolução não lhe trará benefícios (econômicos ou de prestígio social). Nesse sentido, recifes de corais, fitoplânctons e animais marinhos e polares têm seu ciclo biológico diretamente afetado pela pela desregularidade do nível do oceano correndo risco de morte e extinção. Semelhante a “Metamorfose” , por “não afetar” o ser humano, este ignora tais impactos ao invés de solucioná-los, mesmo sendo ele a causa de todo o desequilíbrio. PAOLA CAROSELLA *Paola Carosella é chefe de cozinha nascida em 1972 na capital da Argentina, Buenos Aires, atualmente, jurada do programa Masterchef Brasil. Além da brilhante atuação como cozinheira, Paola tem uma personalidade forte quando se trata de política e direitos sociais, em que se destaca sua teoria do “poder de escolha”, formulada em entrevista ao Nexo Jornal. Em entrevista ao Nexo Journal em 2018 a chefe de cozinha aborda a desigualdade na alimentação, em que nem todos têm, de fato, o poder de escolher o que querem comer - por conta das diferentes condições socioeconômicas em que as pessoas se encontram. A relação estabelecida por ela está voltada ao acesso à “comida de verdade” por todos. Escolher produtos orgânicos e ingredientes de qualidade para dispor de uma alimentação saudável está restrito às classes mais altas, por esses apresentarem melhores condições socioeconômicas para comprar “comida de verdade”. A mesma dissertação não se aplica às classes com menor poder aquisitivo, já que estas são “obrigadas” a comer alimentos ultra processados e fast foods, que não são tão nutritivos nem saudáveis, por conta das condições reais que elas se encontram. Contudo, a "teoria das escolhas" formulada por Paola Crosella não se restringe ao acesso de alimentos saudáveis ou ultraprocessados, esse mesmo pensamento pode ser aplicado a outros contextos em que haja esse combate entre as classes mais e ricas e mais pobres, em que os mais pobres não apresentam um verdadeiro poder de escolha, tendo estes o seu poder restrito a escolher aquilo que sua classe econômica permite - mesmo que suas opções sejam indignas. Por fim, Paola Carosella acredita em uma possibilidade de mudança por meio da educação e de políticas públicas voltadas à transformação da realidade para uma mais digna em que todos têm acesso a comida de qualidade e podem, livremente, exercer o seu arbítrio, escolhendo o que bem querem e quebrar a elitização. Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil (ENEM 2019) Ademais, um dos fatores que dificulta o acesso ao cinema no Brasil está na elitização desse. Assim, a chefe de cozinha Paola Carosella defende na “teoria das escolhas” que, muitas vezes, as classes mais baixas não tem tanto poder de escolha como as classes mais altas devido ao “nivelamento por cima”, em que muitos serviços são caros e inacessíveis a boa parte da população. Nesse contexto, às vezes as pessoas até querem ir ao cinema e desfrutar de cultura, de arte e de educação, mas não têm condições econômicas que permitam esse posicionamento. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça social. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Compete ao Poder Público organizar a seguridade social, com base nos objetivos: universalidade da cobertura e atendimento a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. Art. 214 O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil (ENEM 2019) Em primeiro plano, um dos fatores que impede o acesso à cultura no País é o descaso estatal para com esse tópico. Conforme, pois, o Art. 23 da Constituição Federal/98, é competência da União proporcionar meios de acesso à cultura e à educação. Dessa maneira, a postura de negligência dos políticos para com a democratização do cinema - seja pela falta de verbas, seja pela inacessibilidade - compromete a efetivação de um direito do povo, ao passo que as instituições governamentais não cumprem com o seu papel previsto em lei. A Constituição Federal da República Federativa do Brasil, de 1988, é a lei máxima do nosso País e serve de base para todas as outras que dela original. Muito requisitada nas redações, a Carta Magna é um texto Analítico, ou seja, extenso e detalhado, caracterizado pela abrangência legislativa, isto é, trata, nem que seja de forma mínima, sobre assuntos pertinentes para a formação Estado. Você sabe usar a Constituição na redação do ENEM? Nesse post (ou melhor, nesse PDF), há a exposição de alguns artigos da Constituição que podem ser utilizados para complementar a argumentação e fornecerautoridade para o posicionamento do candidato. Art. 5° Todos são iguais perante a lei. Residentes no Brasil (natos, naturalizados ou estrangeiros). Garante a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade. O artigo dispõe de 78 incisos que vão destrinchar os direitos fundamentais, dentro de suas particularidades. Art. 6° São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a garantia de salário nunca inferior ao mínimo. Art. 23. É competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: Zelar pela guarda da Constituição, cuidar da saúde e da assistência pública, proteger obras e documentos de valor histórico, artístico e cultural, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação tecnológica, proteger o meio ambiente, combater as causas da pobreza, estabelecer e implementar políticas para educação, segurança e trânsito. YUVAL NOAH HARARI Tema: A influência da alimentação na saúde do brasileiro No livro “Sapiens”, o autor Yuval Harari vai analisar que o domínio de técnicas agrícolas vai impulsionar o desenvolvimento intelectual e orgânico da espécie humana. Contudo, no Brasil hodierno, é evidente que não há tanta valorização de uma alimentação saudável e rica em proteínas e vitaminas. Essa realidade, portanto, pode ocasionar tanto a maior fragilidade do sistema imunológico como também o baixo rendimento em trabalho e estudos. Yuval Noah Harari é doutor em história pela Universidade de Oxford, especializado em história mundial e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém. No livro “Sapien: Uma breve história da humanidade”, publicado no Brasil em 2015, Harari dedica-se a exposição da evolução da humanidade e os caminhos que ela tomou para chegar ao que hoje conhecemos como população humana do século XXI, estabelecendo uma relação entre história e biologia. A partir disso, o autor vai abordar os mais variados assuntos, sendo Sapiens, sem dúvida, um livro chave para usar na redação. A obra aborda, dentre outros assuntos, a evolução do homem, o sedentarismo, a revolução agrícola, a revolução cognitiva, a formação de impérios, os estados modernos e a organização econômica. Nesse post vou abordar a revolução agrícola e seu impacto na evolução humana. Com o desenvolvimento dos sapiens, esses foram se movendo e selecionando locais fixos para morar e se desenvolver. Assim, os sapiens dominaram técnicas de agricultura, domesticação de animais, produção de fogo, entre outras atividades. Ao passar dos anos, os sapiens foram caminhando na melhora de equipamentos, ferramentas e outras maneiras de facilitar o dia a dia humano. A partir disso, o autor analisa que o desenvolvimento de técnicas agrícolas fez com que o homo sapiens diversificasse sua alimentação, passando a comer mais frutas e vegetais, absorvendo vitaminas que não são tão presentes na carne, o que foi fundamental para o desenvolvimento da espécie. FRIEDRICH NIETZSCHE Tema: Racismo no Brasil: Como combater esse mal no século XXI Em primeira análise, é preciso entender o que faz do Brasil um país racista. Nesse contexto, a filosofia de Nietzsche na “Genealogia da moral” aborda necessidade de desconstruir alguns princípios morais - esses criados como base no controle e na utilidade - para que o ser humano seja livre. Com isso, atos racistas cometidos na sociedade brasileira partem da herança do período escravista, em que os negros eram tidos como inferiores por conveniência da elite da época. Contudo, no século XXI, é precisa a quebra com esses princípios morais que só atrasam a humanidade. Friedrich Nietzsche (1844 - 1900) é um filósofo de origem alemã que escreveu vários textos criticando a religião, a cultura, a filosofia e a ciência. Ficou conhecido por sua filosofia contrária a preceitos morais e pela “morte de Deus’’. No livro “Genealogia da Moral”, publicado em 1887, Nietzsche trata sobre a construção de valores morais e sobre a formação dos critérios de “bom e ruim”, “certo ou errado”, “justo ou injusto” - esses são manipulados e validados pelo seu criador, dependendo da sua conveniência. Afirma Nietzsche: "as ações não egoístas foram louvadas e consideradas boas por aqueles aos quais eram feitas, aos quais eram úteis, mais tarde foi esquecida essa origem do louvor, e as ações não egoístas passaram a ser tomadas como boas absolutamente” (NIETZSCHE, 1887) Com isso, a filosofia de Nietzsche foi utilizada pelo nazismo (conexão essa pautada em uma interpretação confusa da real teoria do filósofo) para a fundamentação do genocídio. Assim, a visão utilizada - possível de se aproveitar para a redação do ENEM - é que alguns princípios morais, culturais e religiosos impedem a plena liberdade humana, pois esses o prendem dentro de um sistema de controle social pelos indivíduos que criam esses princípios e os consideram úteis. GEORGE ORWELL Tema: Manipulação do Comportamento do usuário pelo controle de dados na internet (ENEM 2018) Em primeira análise, é válido destacar a constante atuação dos algoritmos na vida do usuário. Segundo a obra “1984”, de George Orwell, os cidadãos da distopia tinham seu ideal de liberdade limitado pelos interesses do partido. De maneira análoga, os algoritmos da internet coletam informações de seus usuários e apresentam para eles apenas aquilo que compactua com seus interesses. Dessa forma, a liberdade de escolha no meio virtual é comprometida, porque tudo que se faz, compra ou lê foi selecionado, organizado e reproduzido por uma computação da sua “persona”. George Orwell (1903-1950), pseudônimo de Eric Blair, nasceu em 1903 na Índia, onde seu pai trabalhava para a Coroa Britânica. Estudante de escolas tradicionais inglesas, Orwell foi crítico, jornalista e romancista e é um dos autores mais renomados do século XX, destacando-se a publicação de romances como “A revolução dos bichos” (1945) e “1894” (1949).*De maneira geral, em “1984”, George Orwell retrata uma sociedade distópica em que os cidadãos são ininterruptamente vigiados pelo “Grande Irmão”, usando as “Teletelas”, presentes nas ruas, em locais públicos e até mesmo dentro das casas das pessoas. A todo momento a população está sendo vigiada e, ao menor indício de discursos divergentes aos interesses do Partido, o acusado seria enquadrado pela “Polícia do Pensamento” - órgão responsável por punir pessoas que fossem consideradas ameaças à estabilidade do partido. Além do controle daquilo que os cidadãos podem ou não fazer, o Partido também é responsável por formular a verdade e disseminar informações para os cidadãos. No livro, essa perspectiva é apresentada: “Tudo se esmaecia na névoa. O passado fora anulado, o ato da anulação fora esquecido, a mentira se tornara verdade”. (ORWELL, 2009, pg. 94). Em consonância ao livro, existem algumas situações do cotidiano que refletem a vigilância incessante retratada pelo autor, a qual gerava uma manipulação no comportamento do usuário, forçando- o a portar-se de determinada maneira, caso contrário, sofreria as consequências de divergir com os ideais pregados pelo partido. MITOLOGIA GREGA I Tema: A cultura da automedicação em ascensão no Brasil A mitologia greco-romana apresenta Apolo como deus da medicina, responsável por conceder aos médicos o dom de cuidar dos outros mortais. Contudo, a cultura da automedicação em ascensão no Brasil vai de encontro com a tradição mitológica quando pessoas despreparadas exercem a medicina, o que pode comprometer a vida de alguns. Nesse cenário, é preciso ater-se a alguns impasses como as consequências do mau uso de fármacos para o paciente e o déficit do sistema de saúde nacional. 2. Preconceito É visível que a tradição tinha um ideal de perfeição muito expressivo. A arquitetura, a arte (esculturas, pinturas e vasos), a beleza e a normalidade (hígido). Esse culto à perfeiçãoé visto tanto nos gregos quanto nos deuses, que, por mais que não fossem santos, eram perfeitos no sentido de belos e hígidos. Nesse sentido, a não aceitação do “imperfeito” era algo comum. O mito de Hefesto (Vulcano, no nome romano) filho de Zeus e Hera (Júpiter e Juno, respectivamente, no nome romano) que foi jogado por sua mãe para fora do céu pelo desgosto que ela teve ao descobrir que tinha sido mãe de um filho coxo. Além da mitologia, em Esparta, uma das cidades-estado mais famosas da Grécia, eram assassinados os bebês que nascessem com alguma deficiência física - porque eles acreditavam que a deficiência era um castigo dos deuses, além de não ser viável para a educação militar que a Polis apresentava. Tema: Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil (ENEM 2017) O “mito de Hefesto” retrata a ânsia pela perfeição dos deuses gregos, em que Hera jogou seu filho para fora do céu ao descobrir que esse tinha nascido coxo. Semelhante à mitologia grega, o Brasil é sede do preconceito e da não inclusão dos “imperfeitos” como é o caso da dificuldade de inclusão de surdos em salas regulares. Nesse cenário, muitas escolas e alunos não sabem acolher os diferentes e, muitas vezes, não têm a devida preparação para lidar com esses deficientes em situações cotidianas nem escolhem por acolhê-los na sua vivência, preferindo excluí-los da realidade. As histórias mitológicas da Grécia (séc. 7 e 8 a.C.) chegaram até o século XXI por meio da tradição oral e por meio dos escritos de Homero e Hesíodo. Parte do conhecimento da mitologia grega nos dias atuais se dá pela invasão do Império Romano à Magna Grécia, o qual se apropriou da mitologia, da arte, da filosofia e da matemática grega e as difundiu por todo o império, caracterizando o período helenístico. A mitologia greco-romana consistem em histórias sagradas protagonizadas por deuses, semideuses ou heróis, abordando a complexidade do mundo real fazendo críticas à condição humana - são muitas vezes entendidos como lições de vida. Além desse aspecto, a cultura grega valorizava muito a perfeição, a beleza, a riqueza e a fartura, e isso não era diferente para os deuses, pois, as divindades eram o protótipo da luxúria e a compilação de todos os ideais pelos quais os gregos ficaram conhecidos. Para facilitar a exposição e o entendimento dos contos, decidi por dividi- los em temas. Cada tema será associado a um mito/deus. 1. Saúde Apolo, deus da música, da literatura e da medicina, é o deus responsável por promover esses no ambiente terrestre, além de dar a certas pessoas o dom de criar e produzir música, literatura e medicina - os chamados filhos de Apolo. Assim, os deuses escolhem seus filhos (sejam eles semideuses ou humanos) e lhes dá um presente, nesse caso, o dom da medicina. Portanto, a relação que podemos fazer é que: a promoção da saúde é algo exclusivo e destinado a algumas pessoas, porque estas foram presenteados pelo deus da medicina (Apolo) com esse dom e são responsáveis por exercê-lo na terra. MITOLOGIA GREGA II Tema: Culto da padronização corporal no Brasil A mitologia grega mostra o mito de Narciso, um dos semideuses mais belos das histórias antigas, que se afogou ao tentar alcançar seu reflexo em um lago. Fora da ficção, é comum na sociedade brasileira que as pessoas cultuem a beleza e tentem se enquadrar a todo custo ao padrão. Sob tal perspectiva, a busca incessante pelo corpo ideal pode gerar consequências negativas no indivíduo como distúrbios alimentares e problemas emocionais. 3. Ambiental Após a criação do mundo, o homem foi criado imagem e semelhança dos deuses, superior aos outros animais. Enquanto os animais olhavam para baixo e viviam da terra, o homem era ereto e olhava para as estrelas, tinha controle sobre os animais e sobre os recursos que a terra fornecia. Nesse sentido, o homem foi designado pelos deuses para explorar o mundo, domesticar animais e fazer desses seus servos. Contudo, a exploração da natureza pelos mortais é algo que, desde o começo, foi feito de forma descontrolada e não equilibrada, ocasionando os problemas ambientais que hoje temos que lidar e tentar reduzir. Tema: Desastres ambientais: Qual o preço do desenvolvimento? Desde a criação do homem por Prometeu, na mitologia grega, esse foi presenteado pelos deuses com a capacidade de domesticar animais e gerenciar os recursos fornecidos pela terra. Entretanto, o cenário brasileiro atual revela que esse manejo do meio ambiente pelos seres humanos é feito sem dispor de sustentabilidade. Assim, torna-se clara a inexistência de equilíbrio entre o desenvolvimento e a proteção da natureza, ocasionando desastres ambientais, que são agravados pela falta de rigidez em políticas públicas e pela desimportância que o assunto dispõe na sociedade. 4. Beleza A veneração da beleza é algo muito comum nas comunidades gregas e vista como um problema quando em excesso. O mito de Narciso retrata a história de um dos homens mais belos de sua época que chamava a atenção de todos a sua volta - além de belo, o semideus era orgulhoso e egoísta. O mito se concentra em um lago quando Narciso viu o sua imagem na água e se apaixonou pela própria beleza. Desrespeitando a profecia do oráculo, de que se ele venerasse a própria imagem seria amaldiçoado, Narciso morre afogado ao tentar alcançar o próprio reflexo. VINCENT VAN GOGH Vincent Willem van Gogh (1853-1890) é um pintor de origem holandesa, considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental. Hoje, as produções de van Gogh são mundialmente conhecidas e admiradas, sendo o “Museu Van Gogh”, em Amsterdã, o maior acervo de pinturas desse artista no mundo. Negado ao sucesso artístico, Van Gogh passou por diversos problemas financeiros e emocionais, que eram refletidos em seus quadros e técnicas de pintura expressionistas. Durante sua vida, Van Gogh não teve sucesso nem reconhecimento, o que intensificou seu estado de solidão, depressão e crises nervosas, que culminaram no suicídio do artista em 29 de julho de 1890. Relatos contam que quando o corpo de van Gogh foi encontrado no sótão da Galeria Goupil, em Paris, o autor estava rodeado de 700 quadros que nunca encontraram um comprador. Assim, duas relações que podem ser aproveitadas da vida e da história de van Gogh para a redação são: a Arte como “válvula de escape” para problemas emocionais, como depressão e ansiedade, e a necessidade de buscar ajuda de profissionais para impedir maiores problemas - algo que a época de van Gogh não permitiu que ele o fizesse. Com base nisso, o pintor Vincent van Gogh se utilizava da produção artística para externar seus sentimentos e desocupar-se da dor que lhe assolava, tendo em vista as grandes dificuldades financeiras e o longo período de solidão que o pintor viveu, a arte foi por anos sua melhor amiga. Na contemporaneidade, tratamentos médicos e psicológicos, optam, em alguns casos, pelo uso da Arteterapia como o tratamento de doenças emocionais leves, dispensando o uso de medicamentos mais agressivos. Assim, de maneira análoga à situação do pintor, o uso da pintura, da música, da culinária e outras de atividades manuais e artísticas para lhe servirem de “válvulas de escape”, poupando os pacientes dos prejuízos para o organismo que tratamentos mais invasivos, como o uso de antidepressivos, podem acarretar. Tema 1: O aumento dos casos de depressão e ansiedade na sociedade brasileira Em primeiro plano, é visível que um dos fatores de gatilho da depressão e ansiedade são os problemas econômicos. O pintor holandês Vincent van Gogh, uma das figuras mais importantes da arte ocidental, foi vítima da depressão e de crises de ansiedade advindas do seu fracasso artístico em vida, recorrendo à venda de telas para seus familiares. Semelhante ao pintor, muitos brasileiros passam por situações parecidas, desenvolvendo doenças emocionais em virtude de dificuldades financeiras, muitas vezes, sem buscar ajuda de profissionais para acompanhar o quadro, encurtando uma vida cheia de potencial, assim comoa do artista. Tema 2: Caminhos para combater problemas emocionais De início, é fato que a médicos e psicólogos optam, em alguns casos, pelo uso da arteterapia para o tratamento de doenças emocionais leves, evitando o uso de medicamentos. Com base nisso, o artista Vincent van Gogh utilizava da produção artística para externar seus sentimentos e desocupar-se da dor que lhe assolava. Semelhante ao pintor, os brasileiros que apresentem transtornos leves podem usar de pintura, culinária e outras atividades manuais para servir de “válvula de escape”, sem adentrar em tratamentos mais invasivos como antidepressivos - que podem ser um tanto quanto prejudiciais para o organismo. CHARLES DARWIN Tema: Dificuldade de acesso dos jovens ao mercado de trabalho Em primeira análise, a baixa capacitação profissional dos mais novos é o principal motor para o desemprego nessa faixa etária. Segundo o naturalista Charles Darwin, em seu livro “A origem das espécies”, há uma predominância dos seres mais adaptados aos menos adaptados em virtude da seleção natural. Apropriando-se do pensamento de Darwin, a sub-representação dos infantes no mercado de trabalho é uma consequência da “preferência natural” dos empregadores por funcionários mais experientes e capacitados, deixando os menos capacitados, ou seja, os jovens, no desemprego. Charles Darwin (1809-1882) foi um naturalista britânico, que revolucionou o meio científico a partir da sua Teoria da Seleção Natural, a qual buscava justificar e explicar um dos maiores questionamentos da comunidade científica da época: a evolução das espécies. Darwin, no ano de 1831, foi convidado a realizar uma expedição que durou cerca de 5 anos, por meio do HMS Beagle, percorrendo vários continentes, estudando fósseis, observando espécies e analisando a diferença entre os seres em diferentes continentes, climas e relevos, resultando na publicação da sua obra mais famosa, “A origem das espécies”, em 1859. Durante sua jornada, Darwin percebeu a variação entre as espécies de tartaruga quanto ao tamanho do pescoço e formato da casca, dependendo da região que elas se encontravam. As espécies de zonas úmidas possuiam pescoço curto e carapaça arredondada, já nas zonas áridas, as tartarugas apresentavam uma cúpula irregular e pescoço longo. A partir disso, Darwin pode concluir que na natureza há uma luta por sobrevivência, na qual os recursos são dominados não necessariamente pelo mais forte, mas pelo que melhor se adapta às imposições ambientais. Por conta disso, as espécies sobreviventes são aquelas que têm mais sucesso para se reproduzir, passando suas características adiante. De maneira análoga, é evidente que em diversos contextos sociais, há uma “seleção natural” do seres mais adaptados a viver sobre determinado sistema, contexto ou realidade. Havendo uma clara predominância de certos hábitos, costumes, atividades frente à realidade. Tema: Dificuldade de acesso dos jovens ao mercado de trabalho Em primeira análise, a baixa capacitação profissional dos mais novos é o principal motor para o desemprego nessa faixa etária. Segundo o naturalista Charles Darwin, em seu livro “A origem das espécies”, há uma predominância dos seres mais adaptados aos menos adaptados em virtude da seleção natural. Apropriando-se do pensamento de Darwin, a sub-representação dos infantes no mercado de trabalho é uma consequência da “preferência natural” dos empregadores por funcionários mais experientes e capacitados, deixando os menos capacitados, ou seja, os jovens, no desemprego. MACHADO DE ASSIS Na trama, Machado retrata a história do Dr. Simão Bacamarte, um médico Alienista que se dedicou aos estudos da psiquiatria na Europa e ao voltar para o Brasil construiu o primeiro manicômio da cidade, a “Casa Verde”, para abrigar todos os loucos da cidade. Em pouco tempo, a Casa Verde ficou superlotada de pessoas e o Dr. Bacamarte ficou ainda mais empenhado no seu trabalho e nos estudos sobre a loucura, chegando a comportar 75% da população da cidade. Simão Bacamarte percebe que sua teoria sobre a loucura está incorreta e resolve liberar todos que estavam internados na casa verde, trancando-se sozinho no manicômio pelo resto de sua vida. Dentro do livro podemos analisar como problema: A crença cega na ciência que a população tinha no Dr. Bacamarte; o reconhecimento de que a “normalidade” é relativa, toda sociedade tem seus problemas e ninguém é completamente normal; e a hipervalorização de cursos de medicina, que podem ser abordados dentro da redação. Tema: Intolerância à comunidade LGBT A priori, é evidente que a intolerância à pessoas LGBT QI+ é fruto de uma cultura conservadora. Nesse viés, o livro “Dom Casmurro” de Machado de Assis expressa a influência da religião católica no ideal da sociedade brasileira da época. Fora da ficção, esse ideário católico ainda mantém-se presente e muito influente nas relações sociais e na política nacional. Por conta disso, a comunidade LGBT passa por dificuldades quanto à aceitação e efetivação de seus direitos, pois, atitudes como a adoção de crianças por casais homossexuais e casamentos dessa classe ainda sofrem diversos empecilhos por parte das instituições políticas, sendo clara a intolerância a casais que não seguem os preceitos cristãos. Nascido em 1839 no Rio de Janeiro, Joaquim Maria Machado de Assis foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, e é um dos autores mais importantes da literatura brasileira, escrevendo clássicos atemporais que ainda são lidos, discutidos e amados quase 115 anos após a morte do escritor. Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) apresenta um portal “Machado de Assis: Vida e Obra” com a bibliografia completa do autor disponível de forma gratuita e digital para todos os brasileiros. 1. Dom Casmurro O livro “Dom Casmurro”, inicialmente publicado em 1899, é um dos clássicos mais famosos de Machado, causador de muito debate popular sobre a veracidade da traição de Capitu. Fora da trama da traição, o livro Dom Casmurro traz, também, uma apresentação da sociedade da época e como ela é estruturada e organizada. De início, é ressaltado como as tradições da religião católica influenciam e constroem o estilo de vida e os costumes da população. À época, D. Glória, mãe de Bentinho (Dom Casmurro), queria que seu filho fosse padre, devido a uma promessa que ela tinha feito a Deus enquanto o menino estava na barriga. Nesse cenário, uma das formas que o livro pode se apresentar dentro do seu texto é: a análise da influência de costumes católicos na cultura e na visão conservadora, sobre diversos aspectos, na sociedade brasileira - dependendo de como você quer abordar, os costumes católicos podem aparecer tanto como algo positivo tanto como algo negativo. O que realmente importa é a relação que se faz do livro com o argumento. 2. O Alienista O Alienista, originalmente publicado em 1882, é, assim como Dom Casmurro, um dos livros mais famosos do autor, sendo muito requisitado como leitura obrigatória em escolas de Ensino Fundamental em todo o Brasil. CORCUNDA DE NOTRE DAME 3. Índices de depressão e fobia social: Pelo fato de Quasimodo não ser permitido de sair da Igreja, ele apresentava certa insegurança e aversão ao contato com seres humanos preferindo viver na solidão. 4. Intolerância religiosa: Além dos fortes traços de intolerância aos diferentes, como a realizada com Quasimodo, o filme retrata um cenário de intolerância religiosa para com aqueles que não são católicos. Tema: As consequências do isolamento social na saúde mental dos brasileiros No filme "O Corcunda de Notre Dame", Quasimodo passa boa parte da sua vida em isolamento na Catedral de Notre Dame, o que possibilita o desenvolvimento de depressão e fobia social pelo personagem. Fora da ficção, é evidente que o isolamento social tem sido de grande impacto na saúde mental dos brasileiros, que há mais de 5 meses encontram-se em quarentena, aumentando os índices de ansiedade e depressão, além de perda de hábitos saudáveis. O Corcunda de NotreDame é um dos clássicos de animação Disney lançado originalmente em 1996, baseado no livro de mesmo nome publicado por Victor Hugo em 1831. Quasimodo, o Corcunda de Notre Dame, foi arrancado de sua mãe ainda bebê quando o chefe de polícia, Claude Frollo, realizava uma operação de “extermínio” dos ciganos que habitavam em Paris, já caracterizando um traço de intolerância vindo dos personagens. Por um ato de misericórdia do Bispo de Notre Dame, Frollo foi persuadido a poupar a vida da criança, criá-la e protegê-la como uma forma de contrição das atrocidades cometidas contra família de ciganos. Durante toda a sua vida, Quasimodo ficou escondido dentro da Igreja, dando significado ao nome “Corcunda de Notre Dame” e alimentando o mito popular de que um grande monstro habitava na Igreja. Dentro do filme, é possível encontrar problemáticas e comportamentos sociais que podem ser abordados como intertexto na redação: 1. Fortes traços de intolerância da sociedade sobre os diferentes: O Corcunda de Notre Dame foi rejeitado quando se mostrou pela primeira vez à sociedade. 2. Abuso de poder e da falta de humanidade pelas autoridades: Frollo era extremamente rígido e intolerante, perseguindo ciganos, assassinando e prendendo cidadãos que, muitas vezes, não mereciam de tanta punição. PINÓQUIO 4. Exploração do trabalho infantil: Pinóquio é destratado e explorado por Stromboli no período que passa como membro do teatro, sem receber o devido reconhecimento pelo seu trabalho e sendo preso em uma gaiola para não fugir. 5. Crueldade real: É perceptível, também, que a ingenuidade de Pinóquio acaba sendo um ponto negativo dentro da trama, sendo ele facilmente manipulado e trapaceado por outros personagens do filme, classificando o mundo real como um ambiente oportunista, egoísta e sem empatia. Tema: A exploração do trabalho infantil no Brasil No filme “Pinocchio”, da companhia Walt Disney, os proprietários do teatro de marionetes “Stamboli” sequestram o pequeno Pinóquio e se aproveitam da sua condição especial para explorá-lo, a fim de enriquecer a equipe de teatro. Não tão longe da ficção, muitas crianças são abusadas pelo mercado de trabalho, tornando-se reféns desse meio e sendo negadas a uma infância saudável. No Brasil, a exploração do trabalho infantil, seja pelos próprios pais ou por fábricas irregulares, não é uma realidade distante e pode ter suas consequências intensificadas quando analisamos o futuro dessas crianças. Pinocchio, no nome original, foi o segundo filme produzido pelo Estúdio de Animações Disney em 1940, dois anos após o lançamento do seu primeiro longa-metragem, “Branca de Neve e os Sete Anões”. A animação retrata a história de Gepeto, um artesão que confeccionava relógios de madeira. No seu tempo livre, Gepeto construiu um boneco de madeira e deu-lhe o nome de Pinóquio. O artesão ficou tão encantado com sua produção que fez um pedido à Estrela Cadente, desejando que Pinóquio ganhasse vida. Na mesma noite, o “menino de madeira” recebe o dom da vida da Fada Azul, com uma condição: Só será um menino de verdade se ele for bom, gentil e generoso. No entanto, a partir do momento em que Pinóquio se torna vivo, ele passa a ter obrigações e responsabilidades humanas, tendo que lidar com as atrocidades e desventuras do mundo real. Dentro do filme, é possível encontrar problemáticas e comportamentos sociais que podem ser abordados como intertexto na redação: 1. Importância da escola: A primeira coisa que Gepeto faz quando Pinóquio recebe o dom da vida é enviá-lo para a escola, reconhecendo a importância desta para o desenvolvimento intelectual e social das crianças, principalmente entre as mais novas. 2. Valorização da arte e da cultura: Na pequena cidade, todos se reuniram para prestigiar a apresentação de Stromboli, um diretor de teatro de marionetes. 3. Sequestro de crianças: Pinóquio no seu caminho para a escola é sequestrado por dois oportunistas que o entregam para Stromboli alegando que ele iria revolucionar o teatro de marionetes. CINDERELA Cinderela, originalmente publicado em 1950, é um dos filmes mais conhecidos da Disney e o centro das atrações do parque temático Magic Kingdom: o Castelo da Cinderela. O final da história é o clássico dos filmes de princesa da Disney, no qual Cinderela se apaixona por um príncipe encantado e eles vivem felizes para sempre. Entretanto, antes do final feliz, Cinderela experimenta um longo período de exploração e violência doméstica. Isso porque, após a morte do seu pai, a protagonista divide a casa com sua madrasta e duas meias-irmãs, Anastásia e Drizella, as quais nunca simpatizam com ela e que se aproveitam da ausência do seu pai para tratar Cinderela como uma servente da casa, configurando o cenário de violência doméstica. Ao contrário do que muitos acreditam sobre a violência doméstica, essa não corresponde exclusivamente à violência feita pelo homem sobre a mulher (mais comum), mas configura qualquer tipo de violência - física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial - realizada dentro do ambiente doméstico; podendo ocorrer com mulheres, homens, crianças, adolescentes ou idosos. Curiosidade: O nome “Cinderella” não é o nome verdadeiro da personagem. Esse foi um apelido colocado nela por sua madrasta com a união de “Cinder”, cinza, sujo, em inglês, e “Ella”, nome verdadeiro de Cinderela. O apelido foi dado pela condição de Ella estar sempre com as vestes sempre sujas de poeira, terra e cinzas. Tema: O impacto da pandemia na vida das mulheres Assim, o isolamento social potencializou os casos de violência doméstica no país. Na clássica animação da Disney intitulada “Cinderela”, a protagonista sofre em uma realidade de exploração e violência doméstica praticada por sua madrasta e meias-irmãs, Anastásia e Drizella. Fora das telas, o contexto violento contra mulheres não é algo exclusivo de animações infantis, sendo potencializado pelo isolamento social. Assim, o confinamento, medida necessária para o combate ao vírus, possibilitou que muitas mulheres ficassem presas dentro de casa com seus familiares e agressores, sem dispor de alternativas para fugir dessa realidade ou se defender. MULAN 3. Padrão de beleza: Os padrões orientais de beleza são bem presentes no começo do filme quando Mulan se submete a uma avaliação e é considerada “muito magra” e “desengonçada” pela casamenteira local, trazendo desonra à sua família. Tema: As dificuldades do acesso ao mercado de trabalho pelas mulheres Primeiramente, é preciso entender o porquê das mulheres seres sub-representadas no mercado de trabalho. No clássico das animações Disney “Mulan”, é retratada a China da Dinastia Han, o qual enfatiza que o papel da mulher na sociedade é servir ao seu marido e realizar trabalhos domésticos. Fora das telas, é fato que muitas empresas e empregadores desvalorizam o trabalho feminino, acreditado que elas são menos capazes que os homens para realizar determinadas funções ou estarem a frente de projetos, só pelo fato de serem mulheres, comprometendo a superação de um ideário ultrapassado e irracional. O filme Mulan, originalmente lançado em 1998, é um dos clássicos de animação Disney que apresenta uma continuação, o longa “Mulan 2”, de 2004. O filme se passa na China da Dinastia Han, em um momento no qual o Império é invadido pelo exército Mongol. Com a segurança do Império em ameaça, homens são convocados para formar o exército chinês e defender a pátria e a honra da sua família. Mulan, em um gesto de amor, se veste de homem para substituir o seu pai nessa missão, o qual já estava bem velho e debilitado e tinha poucas chances de sair com vida da guerra. Por mais que o filme tenha um final feliz - Mulan é responsável pela destruição do exército Mongol e é consagrada uma heroína nacional - e uma mensagem extremamente importante de amor parental, há alguns pontos que merecem atenção e que podem ser bem úteis à redação. Diante disso, é possível encontrar no filme: 1. Cultura machista: Esse ponto se faz presente em vários momentos do filme. O primeiro é quandoMulan se submete a uma avaliação junto a outras jovens da sua idade para saber se “está pronta para casar e servir ao seu esposo”. Outro momento é quando descobrem que uma mulher fazia parte do exército chinês e o conselheiro do Imperador cogita a possibilidade de decapitar Mulan por ter cometido um crime imperdoável. A situação mais marcante se passa ao final do filme quando a protagonista tenta avisar aos chineses que o exército Mongol tinha sobrevivido e estava a caminho da capital mas ninguém a escuta pelo fato de ela ser uma mulher. 2. Objetificação dos soldados: Muitas das pessoas que foram convocadas pelo Governo Chinês não tinham nenhum tipo de preparação, nem de condições físicas ou emocionais para integrarem a linha de frente de uma guerra - a exemplo do pai de Mulan. A ESPADA ERA LEI Tema: Os desafios da educação universitária no Brasil No filme “A Espada Era Lei”, um clássico de animação Disney, o Mago responsável por acompanhar Arthur ressalta a importância do jovem gozar de uma boa educação para ser um cidadão mais responsável e promissor no futuro. Fora da ficção, o cenário brasileiro de educação universitária é, de certa forma, desvalorizada pelo Estado, o qual deveria garantir esse direito a todos. Sob tal ótica, dentre os desafios vivenciados, vale citar o sucateamento estrutural das universidades e a elitização da graduação superior. A Espada era Lei é um filme de animação Disney publicado originalmente em 1963. Mesmo não sendo um dos longa-metragens mais famosos da Companhia, a produção transmite uma mensagem bem interessante e que pode ser muito aproveitada na redação. A história se passa na Inglaterra Medieval em que o povo ainda esperava por um homem digno para sentar no trono do Rei. Eles acreditavam, portanto, que este homem seria aquele capaz de tirar a espada da pedra – no título original, “The Sword In The Stone”, a percepção dessa problemática é mais evidente que na tradução brasileira. No filme, quando a lenda da espada foi difundida, pessoas de todo o país tentaram retirá-la do local, sem nenhum sucesso. Até que, em um dado momento, um menino magro e pequeno chamado Arthur é o responsável por tirar a espada da pedra, sendo coroado o Rei da Inglaterra, para a surpresa de todos os cidadãos de Londres. Diante disso, é possível encontrar no filme: 1. Importância do Estado na regulação social: Antes da coroação do Rei Arthur, a cidade vivia um longo período de caos e desordem, o qual pode ser relacionado com o Estado de Natureza de John Locke, em que a sociedade sem o poder de coerção do Estado é caótica e violenta. 2. Educação para o futuro dos jovens: No filme, é perceptível também a defesa do Mago, que acompanha Arthur na sua jornada, para que ele goze de uma boa educação, não só para ser um bom monarca, mas para ser um bom cidadão. Isso ressalta como a educação individual é necessária para a prosperidade coletiva. 3. Intolerância: O Mago, amigo de Arthur, sofre intolerância por parte dos pais de Arthur, os quais acreditam que ele usou magia negra para fazer as louças do Castelo se lavarem sozinhas. Nesse ponto, é visível a mente fechada para o novo e desconhecido, evidenciando que sair da comodidade pode ser uma tarefa difícil e muitos optam por abominar o desconhecido ao invés de aprender com ele. A PRINCESA E O SAPO Tema: Aumento de casos de ansiedade e depressão no Brasil Na animação Disney “A Princesa e o Sapo”, a personagem Tiana luta diariamente para realizar o seu sonho de abrir o próprio restaurante, fazendo tudo que lhe for possível para alcançá-lo, mesmo que isso signifique deixar de lado certos cuidados com a saúde emocional. Não tão distante da realidade do filme, é fato que complicações emocionais, como o desenvolvimento de ansiedade e depressão, tem aumentado entre os brasileiros, tendo como causa principal o trabalho em excesso e a competitividade social. "A Princesa e o Sapo" é um filme de animação Disney, lançado em 2009, e ficou conhecido por ser um dos filmes de princesa da companhia que apresenta uma protagonista negra. Tiana, a personagem principal, ao contrário dos outros filmes de princesas, não é descendente de uma família real ou de uma família muito rica, ela é filha de origem humilde, filha de uma costureira com um cozinheiro, ambos de pele escura. Tiana, desde pequena, compartilha o sonho com seu pai de abrir o próprio restaurante e, após sua morte, ela faz de tudo para conquistá-lo, se dispondo a trabalhar em dois empregos para tal feito. No decorrer da narrativa, a amiga de infância de Tiana, Charlotte LaBouff, para quem a mãe de Tiana confeccionava vestidos, fez uma festa de recepção para o Príncipe Naveen. Esse príncipe, por ter se relacionado com a bruxaria, acaba se transformando em um sapo e precisava do beijo de uma princesa para voltar ao seu corpo normal. Contudo, Tiana não era uma princesa e, ao beijar o sapo, ela acaba se transformando em um sapo também, levando desenrolando o rumo da história. Dentro do filme, é possível encontrar: 1. Racismo estrutural: É bem marcante no filme a posição privilegiada de pessoas brancas em relação às negras, como a família de Tiana. Além da falta de privilégios, os negros apresentam ainda mais dificuldade de conseguir sucesso na vida. 2. Diferença salarial: Tiana, para realizar o sonho de construir seu restaurante, é obrigada, por conta da baixa remuneração das mulheres e dos subempregos, a trabalhar em dois estabelecimentos para gozar de um rendimento salarial aceitável. 3. Falta de cuidado com a saúde emocional: Tiana, diversas vezes, coloca seu trabalho e seu sonho acima de todas as outras coisas, desprezando certas prioridades – como alimentação equilibrada, horas regulares de sono, lazer e diversão, que são extremamente importantes para o equilíbrio e o bem-estar. WALL-E 3. Consumo inconsciente: O consumo inconsciente apresentado pelos seres humanos desde quando habitavam na terra - no cenário do filme, os seres humanos estavam a 700 anos morando no espaço - foram mantidos e intensificados na Axion, caracterizando que a mudança de mentalidade para um consumo equilibrado, mesmo depois de terem “destruído a vida” do nosso Planeta não foi efetivada. 4. Escravidão tecnológica: A escravidão tecnológica é apresentada no filme não só pelo sedentarismo, mas também da dependência intelectual que o ser humano desenvolve pela máquina, não se preocupando em ler, aprender ou pensar porque o computador pode fazer tudo por eles. "“WALL-E” é um longa-metragem da Disney-Pixar lançado em 2008 que ficou bastante conhecido pela sua crítica à má relação do ser humano com o meio ambiente, ganhando Oscar de melhor filme de animação em 2009. Além do forte teor crítico, a animação diverge do padrão moderno de filmes, pois esse quase não apresenta falas - a maior parte dos diálogos são compreendidos apenas pela interpretação visual. No filme, retrata-se a vida do robô WALL-E, que vive no Planeta Terra, o qual estava totalmente devastado por lixo, gases poluentes e sem condições favoráveis para existência de vida humana. WALL-E era responsável por coletar o lixo deixado pela humanidade, comprimindo-o em blocos a fim de abrir espaço para uma possível re-habitação do planeta terra pelos seres humanos que, no contexto do filme, estavam em exílio no espaço, a bordo da Axion.*Em um dado momento, WALL-E se depara com a presença de um organismo estranho, EVE, enviado do espaço para coletar uma planta e,retornar à espaçonave, simbolizando que o nosso planeta poderia ser novamente habitado pela espécie humana. Dentro do filme, é possível encontrar: 1. Desvalorização do meio ambiente: A desvalorização do meio ambiente é o ponto-chave da crítica do filme. O descarte indevido de lixo, o desuso de técnicas de reciclagem ou de reutilização de matéria prima, a emissão de gases poluentes, entre outros. A realidade do filme retrata, de maneira distópica, que se a pegada ecológica atual continuar como está, nossa única opção será abandonar o Planeta Terra. 2. Sedentarismo digital: A bordo da espaçonave,todos os humanos vivem sentados e inertes em cadeiras flutuantes, sendo servidos por robôs, mostrando o domínio total da tecnologia sobre as ações humanas. Um dos slogans da Axion era “você não precisa se mexer, nós faremos tudo para você”. DUMBO O filme “Dumbo”, originalmente lançado em 1941, é um dos clássicos Disney que recebeu uma versão atualizada em “live-action” no ano passado, 2019. A animação conta a história de Dumbo, um bebê elefante nascido com uma deficiência física relacionada ao tamanho das suas orelhas, sendo estas maiores se comparadas com as dos demais elefantes. Desde pequeno, Dumbo fez parte de um circo, junto à sua mãe e a outros animais selvagens, os quais eram as atrações principais dos espetáculos. Contudo, por trás das apresentações deslumbrantes, responsáveis por chamar a atenção de diversos espectadores, Dumbo e os demais animais que compunham o circo experienciaram algumas problemáticas com uma abordagem possível dentro do texto, dentre elas, cabe citar: 1. Bullying: Dumbo, por conta do tamanho de suas orelhas, era vítima de bullying, não só pelos outros elefantes do circo - considerado uma desonra à sua espécie por eles -, mas também pelas crianças e adultos que frequentavam os espetáculos apenas para ver Dumbo ser feito de palhaço. PS: Na versão original de 1941, Dumbo, ainda filhote, era colocado em cima de um prédio em chamas e empurrado de lá para diversão do público. 2. Maus-tratos com animais: Fora do aspecto do bullying, fica evidente a postura da equipe do circo, ao não se preocupar com o bem-estar dos animais que faziam parte do espetáculo, expondo-os a situações perigosas, escassez de alimento e punições pesadas quando faziam algo considerado “errado”. 3. Cuidado parental: Ainda quando criança, Dumbo e sua mãe foram separados, devido a uma reação agressiva realizada por ela, sendo taxada de “elefante louco” e passando o resto de sua vida trancada em uma cela separada dos outros animais e das pessoas, por ter sido considerada perigosa. Na verdade, a reação agressiva que a mãe de Dumbo executou teve o objetivo de defender seu primogênito dos maus-tratos e zombarias que este estava recebendo de visitantes do Circo. Essa separação influenciou diretamente no emocional de Dumbo, sofrendo, assim como sua mãe, as consequências da quebra do laço parental - estando constantemente triste e cabisbaixo -, relevando a importância da relação familiar nos primeiros anos de vida. ALADDIN 3. Sociedade de aparências: Enquanto o Sultão estava em busca de um marido decente para sua filha Jasmine, os príncipes que visitam o Castelo realizavam apresentações luxuosas e extravagantes para chamar a atenção da princesa, do Sultão e do reino. Essas demonstrações de poder serviam para os pretendentes se mostrarem dignos de casar com a princesa Jasmine – muitas vezes sem ter as posses que aparentavam ter, como no caso de Aladdin. 4. Objetificação da mulher: Em ambas as versões, 1994 e 2019, a princesa Jasmine é retratada como uma peça de jogo político, a qual pode ser utilizada como moeda de troca pelo Sultão para garantir a prosperidade do reino.5. Insatisfação humana: Jasmine e Aladdin vivem estilos de vida quase opostos, com condições socioeconômicas distintas e prestígios sociais diferentes – ela é uma princesa e ele um morador de rua. Contudo, ambos sentem-se insatisfeitos com a sua realidade, tendo muito ou pouco, reclamam do estilo de vida que apresentam, sempre buscando por mais, sem saber aceitar nem se acomodar com a sua realidade. "Aladdin", originalmente lançado em 1992, é um dos clássicos de animação Disney que foi reproduzido em "Live-action" no ano de 2019, estrelado por Naomi Scott, Will Smith e Mena Massoud. No filme, a Princesa Jasmine chega à idade de se casar e seu pai busca um príncipe digno e com posses para dar a mão da sua formosa filha em casamento. No entanto, o casamento arranjado é algo que Jasmine, desde o princípio, não se mostra favorável, decidindo fugir do Castelo do Sultão e arriscar a vida “fora dos muros”. Na sua aventura, a princesa conhece Aladdin, um garoto sem família e sem dinheiro, que vive “roubando para sobreviver”, e apaixona-se por ele. Na nova edição do filme, produzida em 2019, a trilha sonora conta com uma música inédita intitulada “Speechless”, a qual descreve o ponto de vista de Jasmine sobre a situação de machismo e menosprezo da opinião feminina em que ela está inserida. "Aladdin" é, de fato, um filme fascinante e dispõe de pontos importantes, os quais podem ser abordados dentro do texto, dentre eles: 1. Ineficácia de serviços sociais: Aladdin é um garoto morador das ruas do reino, não tendo família, onde morar, o que comer, o que vestir, assim como outros moradores de rua do filme – representado por outras crianças. Mesmo diante desse cenário, as autoridades não apresentam políticas públicas eficazes para solucionar tal problemática. 2. Injustiça nos órgãos de segurança : As autoridades, falham em promover políticas públicas de apoio aos mais necessitados. Ao invés disso, são os agentes responsáveis por prenderem os pobres, mesmo que tenham furtado um pão para não morrer de fome. Inexistem mecanismos de defesa do réu, as abordagens policiais são violentas e não humanizadas, além do abuso de autoridade e da indiferença com a situação dos marginalizados. BILLIE EILISH A música “idontwannabeyouanymore” está presente no álbum “Don’t smile at me”, primeira produção da cantora norte-americana Billie Eilish, em 2017. O trecho escolhido pode ser interpretado a partir de uma alusão aos padrões e julgamentos sociais e a como eles impactam a vida individual. Billie, em entrevista ao Earmilk, explica a ideia da canção de mostrar uma autorreflexão para a pessoa que a escuta, falando intimamente sobre depressão e falta de autoconfiança, emoções as quais ela mesma tem de lidar. “idontwannabeyouanymore”, ao meu ver, fala sobre superação. Reconhecer que os julgamentos da sociedade acontecerão independentemente das circunstâncias – seja por estar acima do peso, por não escolher determinada graduação ou seja por não usar determinadas roupas. O que deve ser diferente é a forma com a qual você olha para si mesmo. “if ‘i love you’ was a promise/ would you break it, if you’re honest?” “se ‘eu te amo’ fosse uma promessa/ você a quebraria, se fosse honesto?”. KENDRIC LAMAR A música “The Art of Peer Pressure”, do rapper Kendrick Lamar, ganhador do Pulitzer da música em 2017, está presente no álbum “good kid, m.A.A.d city (Deluxe)” de 2012. A música apresenta um contexto de influência dos amigos sobre Lamar, no qual o mesmo bebe, pratica violência e usa drogas. O rapper explica que “na verdade eu sou uma alma boa”, ou seja, não comete atos ilícitos usualmente, mas por estar com seus amigos, ele acaba se submetendo a tais práticas, sucumbindo à pressão para se inserir no meio social. Com isso, podemos analisar a influência do meio, assim como defende a teoria do filósofo contratualista Jean-Jacques Rousseau de que “O homem é produto do meio”: o contexto no qual o jovem está inserido pode levá-lo a praticar determinadas ações - que podem ser boas ou ruins, dependendo do círculo social onde ele se encontra. CHICO BUARQUE A música “Cálice” do cantor e compositor Chico Buarque, está contida no álbum “Chico Buarque”, lançado em 1978. A canção, em sua originalidade, traz um teor religioso ao fazer alusão a alguns elementos do catolicismo, como ao “Cálice de vinho tinto de sangue”, o qual refere-se à transubstanciação. Entretanto, a verdadeira intenção de Chico ao usar essa palavra era criar uma analogia ao “cale-se” da falta de liberdade de expressão à censura que se era vivida na Ditadura Militar brasileira. No trecho anterior, a parte “Melhor seria ser filho de outra / Outra realidade menos morta”, Chico faz uma denúncia à prisão moral em que os brasileiros viviam durante o período militar, preferindo ter nascido em outra realidade,ou seja, não estar no Brasil ditatorial. Viver em um país onde ele tivesse a garantia de suas liberdades civis – artística, moral e física – sem temer à morte ou à perseguição. A música pode ser relacionada a qualquer tipo de censura ou falta de liberdade, as quais exigem das pessoas comportamentos específicos para não serem “perseguidos pelas autoridades”. BLACK MIRROR: Urso Branco O episódio “Urso Branco”, tem como temas a justiça com as próprias mãos e a crueldade humana — a qual pode ser sem precedentes. A protagonista do episódio, Victoria Skillane, foi responsável por filmar seu noivo, Ian Rannoch, enquanto este torturava e assassinava Jemia Sykes, uma garota de 6 que estava até então desaparecida. A partir das filmagens, Victoria e Ian foram sentenciados como culpados pela morte da menina, e se tornaram vítimas na justiça popular — Ian foi assassinado na cadeia e Victoria virou a estrela do White Bear Justice Park. No episódio, os visitantes do parque se comportam de forma semelhante à Victoria no assassinato de Jemia Sykes: Todos ficam distantes filmando as atrocidades e perseguições que acontecem, por entretenimento, dentro do parque. Victoria passa por um procedimento com choques que corrompe a sua memória e, diariamente, ela se surpreende com a realidade do Parque.*O episódio pode aparecer na redação como um exemplo da crueldade humana, da importância do respeito aos direitos humanos e da necessidade de uma legislação forte para efetivar o cumprimento de tais direitos, impedindo, desse modo, que os homens se destruam — assim como entende Thomas Hobbes. BLACK MIRROR: 15 milhões de méritos O episódio “15 milhões de méritos” retrata uma sociedade distópica em um cenário futurístico no qual os indivíduos presentes vivem em uma espécie de alojamento, tendo que pedalar em uma bicicleta ergométrica para conseguir méritos e, futuramente, comprar um ingresso para o HotSpot e sair do alojamento para “viver uma vida livre”. Dentre as diversas problemáticas abordadas pelo episódio – de intolerância, de liquidez de relações sociais, de individualismo e de objetificação da pessoa humana –, vou me limitar à abordagem da produtividade mecânica. No cenário construído pela série, os seus habitantes devem pedalar para conquistar méritos e, se por algum motivo, pararem, serão punidos – a penalidades é a proibição de pedalar, tirando deles o meio de conseguir méritos e, consequentemente, sua chance de sair daquele lugar. A temática abordada pode se relacionar com a realidade atual do mercado de trabalho proporcionado pelo estilo de vida capitalista que, de certa maneira, enxerga seus empregados e funcionários como máquinas. Os trabalhadores, sob a promessa de melhorar a sua qualidade de vida, passam a produzir e se sacrificar para gerar lucros ao empregador, mesmo que isso signifique abrir mão da sua própria humanidade. BLACK MIRROR: Hang the DJ O Episódio de Black Mirror intitulado “Hang the DJ” retrata uma sociedade severamente controlada por aplicativos digitais — como aplicativos de paquera —, os quais unem dados, interesses e o temperamento do usuário para construção de um perfil que o levará ao seu “par perfeito”. Nele, as pessoas são apenas instrumentos nas mãos da inteligência artificial (IA), chamado de “sistema” no episódio, e recebem comandos dos seus smartphones acerca do que fazer, do que comer, quem se encontrar e, até mesmo, por quanto tempo o “namoro” durará. No cenário construído pelo episódio, tudo deve ser feito em concordância com as determinações do sistema, caso contrário, o infrator será expulso. A temática abordada pode se relacionar com a realidade, ao abordar o controle das ações e reações dos seres humanos a partir das novas tecnologias. Essa hegemonia tecnológica, em vez de auxiliar a vida humana, acaba por, muitas vezes, ditar nosso cotidiano — algo que pode ser interpretado como liquidez das relações humanas, como em Bauman, ou como a inutilidade do ser humano frente à tecnologia, como em Yuval Harari. BLACK MIRROR: Queda Livre O episódio “Queda Livre”, é, para mim, um dos mais marcantes da série. A vida de Lacie, – em uma sociedade distópica pautada nas aparências e nas redes sociais –, mostra como, em certo ponto, uma vida para os outros e a busca pela felicidade dissimulada e obrigatória podem destruir nosso interior. No episódio, os cidadãos estão intimamente conectados com as redes e com o meio digital, ao passo que todos os atos realizados na vida social estão sujeitos à avaliação. Essas avaliações vão criar no indivíduo uma espécie de “status social”, o qual é extremamente necessário para a vida nesta sociedade. Para exemplificar essa dependência, em um dado momento, Lacie deseja comprar um apartamento, mas o bairro onde ela deseja morar só aceita pessoas com mais de 4.5 estrelas, sendo necessário que ela atinja essa meta para efetuar a compra. No cenário construído pelo episódio, tudo gira em torno das redes sociais e da aparência. O que, muitas vezes, é visto como algo distante e doentio, não se diferencia tanto da realidade atual. O recente documentário “O dilema das redes”, também da Netflix, aborda como as redes sociais estão presentes em nosso dia a dia e como essas tendem a nos deixar cada vez mais dependentes e presos à sua realidade virtual, se tornando um vício da pós- modernidade. Afinal, vivemos em uma realidade de aparências ou é só mais um episódio distópico de Black Mirror? LISTA DE TEMAS ENEM ENEM 2016 - Primeira Aplicação: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” ENEM 2016 - PPL: “Alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil” ENEM 2017 - Primeira Aplicação: “Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil” ENEM 2017 - PPL: “Consequências da busca por padrões de beleza idealizados” ENEM 2018 - Primeira Aplicação: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na Internet” ENEM 2018 - Formas de organização da sociedade para o enfrentamento de problemas econômicos no Brasil” ENEM 2019 - Primeira Aplicação: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil” ENEM 2019 - PPL:”Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças” ENEM 2009 - Prova cancelada: “A Valorização do Idoso” ENEM 2009 - PPL: “A família contemporânea e o que ela representa para a sociedade” ENEM 2009 - Reaplicação: “O indivíduo frente à ética nacional” ENEM 2010 - Primeira Aplicação: “O trabalho na construção da dignidade humana” ENEM 2010 - PPL: “Ajuda Humanitária” ENEM 2011 - Primeira Aplicação: “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado” ENEM 2011 - PPL: “Cultura e mudança social” ENEM 2012 - Primeira Aplicação: “Movimento Imigratório para o Brasil no século XXI” ENEM 2012 - PPL: “O grupo fortalece o indivíduo?” ENEM 2013 - Primeira Aplicação: “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil” ENEM 2013 - PPL: “Cooperativismo e desenvolvimento sustentável” ENEM 2014 - “Publicidade infantil em questão no Brasil” ENEM 2014 - PPL: “O que o fenômeno social dos ‘rolezinhos’ representa?” ENEM 2015 - Primeira Aplicação: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” ENEM 2015 - PPL: “O histórico desafio de se valorizar o professor”
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