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PRE-NATAL

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Os homens, em sua grande maioria, tendem a se negar a realizar prevenção e autocuidado frente a problemas de saúde a que estão expostos; sendo assim, geralmente, a população que mais sofre com o agravamento de doenças e que procuram atendimento médico já nos estágios mais avançados.
Pensando nisso, foi criada pelo SUS a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) na tentativa de promover a procura de homens pelos serviços de saúde para prevenção de doenças, com qualidade de vida e evitar que elas se agravem e avancem.
Outra característica masculina é a ideologia de que o pré-natal é um atendimento em saúde de responsabilidade da gestante, sem necessidade de sua participação ativa e cooperativa.
Dessa maneira, essa Política promove também participação do homem nos cuidados do pré-natal e do parto e tem como objetivo a paternidade responsável, presente e cuidadora.
Denominado de pré-natal masculino, o programa aborda os parceiros sexuais das grávidas com ações visando os seguintes benefícios:
· maior aderência ao tratamento da sífilis e do HIV para redução de transmissão para o bebê pela não aderência dos parceiros ao tratamento;
· fortalecer e apoiar as famílias, ampliando o envolvimento dos homens no cuidado com a mãe, a criança e o adolescente;
· promover a paternidade afetiva com impacto importante no desenvolvimento físico, emocional e social dos filhos;
· facilitar e estimular o acesso do homem às ações e serviços de saúde;
· aumentar o autocuidado e contribuir com a redução das doenças agudas e/ou crônicas, da mortalidade e a melhoria da qualidade de vida.
Pretende-se que o pré-natal do homem seja conduzido mediante objetivos pré-definidos para cada encontro e ocorra da seguinte maneira:
	Primeira consulta
	 
· deve entender a importância da sua participação ;
· entender quanto aos resultados positivo para eles mesmos;
· realização dos exames para identificar possíveis doenças, oferecer de rotina os testes rápidos de sífilis e HIV
· orientar sobre o acompanhamento no pré-parto, parto e pós-parto;
· investigação da idade, escolaridade, condições de vida, profissão, situação conjugal, histórico sexual e reprodutivo, uso de drogas lícitas e/ou ilícitas;
· reação com a descoberta da gravidez da companheira;
· entendimento sobre paternidade e cuidado;
· orientação sobre métodos contraceptivos;
· orientação quanto aos métodos de prevenção de DST’s;
· orientação sobre vacinação;
· orientação sobre os serviços de saúde.
Importante ressaltar que este acompanhamento deve respeitar as possibilidades do homem, valorizar a capacidade como cuidador, além de incentivar o cuidado com a sua própria saúde e consecutivamente o cuidado com a saúde da parceira e do bebê.
	Segunda consulta
	· avaliação dos resultados dos exames;
· definição de tratamentos necessários;
· inclusão nos grupos de temas sobre masculinidade, gênero, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado, hábitos saudáveis, prevenção de violência e acidentes e direitos legais dos pais.
Mas tão importante quanto participar do acompanhamento nas consultas de pré-natal é entender que o nascimento é um momento único em que a presença do pai/parceiro faz toda a diferença para a mulher, principalmente no que diz respeito à segurança que a mesma necessita e por ser, por muitas vezes, a única referência emocional da grávida.
O homem não é visita, e sim um agente/ator/parceiro permanente durante todo o processo da gestação e nascimento do bebê.
 Para elucidação com relação ao pré-parto, parto e pós-parto, o homem tem o direito de acompanhar sua parceira, segundo a Lei Federal nº 11108/2005, porém ainda há uma distância entre a recomendação e a prática das maternidades, infelizmente, devido à falta de estruturas nas maternidades.
Por conseguinte, verifica-se outra importância das orientações no pré-natal masculino, preparar o pai/parceiro para a sua presença na sala de parto encorajando-o, durante o trabalho de parto a:
· interagir e atender às necessidades da parturiente;
· oferecer apoio por meio de:
· presença contínua;
· conforto;
· massagem;
· encorajamento verbal;
· hidratação;
· banho e leves caminhadas
· Além disso poderá, após o nascimento:
· cortar o cordão umbilical;
· pegar o bebê e colocá-lo junto ao peito da mãe;
· assistir ou participar da higiene do bebê.
A presença do acompanhante no parto tem sido associada a resultados positivos, como a menor solicitação de alívio da dor, menor risco de cesárea ou de partos operatórios, menor risco de asfixia neonatal, menor avaliação pela mulher do parto como experiência negativa, maior satisfação com o parto, menos trauma perineal, menor risco de desmame precoce e de dificuldades com a amamentação no pós-parto, entre outros.
Portanto, com a implantação e adesão da população masculina ao pré-natal masculino espera-se alcançar:
· a eliminação da sífilis congênita;
· a redução da transmissão vertical do HIV;
· o fortalecimento dos vínculos afetivos e a responsabilidade com a paternidade;
· o fortalecimento do vínculo dos homens com os serviços de saúde;
· Repercussão na qualidade de vida.
REFERÊNCIA:
1.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: Princípios e Diretrizes. Brasília (Brasil): Ministério da Saúde; 2008.46 p.

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