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Metodologia da pesquisa em Direito Aula 6: A construção do projeto de pesquisa II: A construção do embasamento teórico, levantamento preliminar e metodologia Apresentação Nesta aula, construiremos o embasamento teórico, levantamento preliminar para uma pesquisa e metodologia a ser aplicada. Objetivos Listar as atividades que devem ser realizadas para a revisão da literatura; Desenvolver um marco teórico que contextualize o seu objeto de pesquisa; Elaborar o seu embasamento teórico; Definir a metodologia adequada ao seu objeto de pesquisa. Revisão de literatura e Embasamento Teórico Imaginemos um fenômeno da natureza que seja visto, simultaneamente, por pessoas de formação cultural diversa: “Uma maçã cai de um galho de uma árvore". Para um físico manifestação da lei da gravidade. Para um religioso a maçã representa a simbologia bíblica. Para um advogado a maçã caiu num terreno contíguo, deve-se argüir de quem é a propriedade do fruto. Para um biólogo a queda da maçã representa o ciclo da vida no Reino vegetal. Para uma criança Oba! Fruta! Vou comer a maçã! Comentário Moral da História? O olhar humano é mediado por experiências diversas diante dos fenômenos. E nesse aspecto, percebemos diferentes olhares sobre um mesmo fenômeno. A revisão da literatura relativa ao problema elaborado nos revela isso. O pesquisador, ao iniciar uma pesquisa, indaga a si mesmo: quem já escreveu sobre o tema? O que disse? Como disse? Suas indagações decorrem da necessidade de sustentar teoricamente o seu estudo. Para tanto, elege um marco teórico, ou seja, analisa teorias e pesquisas anteriores para selecionar o que será útil como ponto de partida para suas investigações. O marco teórico fornece uma referência para o problema científico. SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. Quais as vantagens de se buscar um marco teórico? Podemos destacar algumas, tais como: 1 Ajuda a prevenir erros cometidos em outros estudos. 2 Serve de orientação para realização do estudo. 3 Aperfeiçoamos habilidades percebendo como os autores trabalharam seu problema científico. 4 Expandimos nossas ideias sobre o objeto da pesquisa. 5 Inspira na construção das hipóteses. O marco teórico é construído a partir de dois momentos importantes na pesquisa: 1. A revisão da literatura. 2. Posterior escolha de uma perspectiva teórica como referência. Por revisão de literatura entende-se a tarefa de identificar, obter e consultar a bibliografia, bem como outros materiais disponíveis e úteis ao objeto de estudo. Um processo seletivo das referências na nossa área de atuação. Atenção Deve-se selecionar as obras mais importantes e recentes, bem como aquelas que tenham abordado o tema com enfoque similar ao que pretendemos na pesquisa. Assim, o pesquisador deverá apresentar o resultado desta tarefa no seu embasamento teórico ou fundamentação teórica da pesquisa (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006). O termo embasar significa servir de fundamento a ou ser fundamento de; basear (-se), fundar (-se). O item embasamento teórico é a parte do projeto de pesquisa em que o pesquisador expressa determinado ponto de vista sobre o problema formulado. Revisão de literatura: o que já se publicou sobre o tema? Estudamos que após a escolha do tema e sua delimitação em um problema científico, realiza-se uma pesquisa bibliográfica. Além da bibliografia geral e específica, devem-se buscar outras visões em monografias, dissertações e teses, porque muito se aprende com outros pesquisadores que apresentam produção recente sobre o tema do seu interesse. A leitura inicial é seguida de uma releitura exploratória para um maior aprofundamento nos conteúdos pertinentes ao objeto da pesquisa. Dessa maneira, o pesquisador poderá apurar o sentido de palavras-chave, definições, a situação histórica do seu objeto de investigação, eventuais classificações etc. Enfim, o conhecimento inicial é substituído por um aprofundamento na literatura disponível que viabilizará a delimitação do conteúdo a ser investigado. Por cautela não deve desviar o olhar do problema proposto e seus objetivos para que a revisão de literatura seja seletiva (SANTOS, 2007). A leitura inicial é seguida de uma releitura exploratória para um maior aprofundamento. Fonte: Shutterstock. Importa esclarecer que revisão de literatura não é um amontoado de informações lidas, nem resumos de autores, mas uma discussão do que foi encontrado e relacionado com o problema da pesquisa. Um processo de análise das informações contidas em documentos que colaboram para a eficácia da pesquisa. Por isso, muitos autores afirmam que a revisão de literatura: Objetiva demonstrar o que foi escrito sobre o tema. Consiste na análise e síntese das informações, visando definir as linhas de ação para abordar o assunto ou problema e gerar ideias novas e úteis. BOAVENTURA, 2009, p. 46. Após a revisão da literatura, o que se deve inserir no embasamento teórico? No embasamento teórico deve-se inserir o resultado da revisão da literatura realizada pelo estudante e, nesse sentido, inclui a referência aos principais autores e obras pertinentes ao objeto da pesquisa. Dentre os pontos de vista apresentados, deve-se escolher uma linha a partir da qual responderá à sua questão de partida. Como assim? O embasamento teórico é uma parte do projeto de pesquisa em que o estudante procede à análise da bibliografia escolhida, observando como os autores têm tratado a questão. Apresenta a que disciplina ou ramo do conhecimento o seu problema científico está vinculado. Não é apenas uma relação bibliográfica, mas uma revisão crítica do que se produziu no plano do pensamento sobre aquele tema. Apresenta-se uma releitura crítica das obras elencadas, com vistas a se posicionar, do ponto de vista teórico, sobre o objeto de investigação. A revisão da literatura não é apenas uma relação bibliográfica. Fonte: Shutterstock. É neste ponto que se percebe a maturidade intelectual do estudante frente ao tema selecionado e ao problema formulado. Desta maneira, o embasamento teórico permite ao estudante posicionar-se ante o objeto de investigação, tomando como referência uma linha de abordagem. E podemos afirmar que: É fundamental que os aspectos teóricos embasadores de sua perspectiva no tratamento do objeto sejam apontados de forma clara e extensiva nesse ponto, para que fique manifesto o seu marco teórico ou o conjunto de referenciais teóricos que irão embasar seu enfoque ou o conjunto dos critérios categoriais fundamentais para tratar de seu tema. MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003, p. 207. Dica Nenhum assunto pode ser abordado numa visão onisciente; O olhar da ciência é sempre direcionado: parte de um determinado conceito e procura interpretar os fenômenos, à luz de paradigmas; Outro pesquisador pode buscar fundamentos teóricos diferentes; O pesquisador precisa eleger um marco teórico para abordar o seu problema; A literatura relacionada é a base da procura sobre o que já se publicou sobre o tema. Vamos conhecer um pequeno roteiro para construção do embasamento teórico? 1. Apresentar a bibliografia sobre o tema que você irá pesquisar, destacando: • A riqueza ou escassez de obras sobre o assunto escolhido; • O caráter polêmico do assunto; • As principais linhas de abordagem sobre o assunto. 2. Apresentar os autores e as obras que compõem cada uma das linhas de abordagem: • Apresentar o autor em um pequeno parágrafo (três linhas no máximo – dizer qual a especialização, ramo de atividade principal) • Resumir sua ideia em dois ou três parágrafos (parafrasear) • Citar uma passagem mais significativa do texto do autor, procurando ilustrar o que falou o autor. 3. Posicionar-se elegendo uma das linhas de abordagem especificadas anteriormente. Metodologia Como o estudante desenvolverá o trabalho? Uma vez realizada a revisão de literatura, o passo seguinte consiste em decidir a metodologia a seradotada para a pesquisa. Nesta parte do projeto de pesquisa devem-se apontar os procedimentos a serem adotados para a resolução do problema proposto. A metodologia de um trabalho de pesquisa deve ser prevista e analisada no projeto. Fonte: Shutterstock. Em linhas gerais, representa o conjunto de meios materiais e humanos empregados pelo investigador para concretizar a pesquisa. Este momento é bastante importante. É por meio dele que as questões de natureza prática relativas à execução do trabalho serão devidamente analisadas. Metodologia vem do termo método que significa: A ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou resultado desejado. CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 29 O método a ser adotado decorre do objeto da pesquisa que exigirá procedimentos para que se alcance os resultados previstos. Nesse sentido, a pesquisa poderá ser exploratória , descritiva , explicativa , estudo de caso , pesquisa de campo , bibliográfica , documental, quantitativa ou qualitativa. Poderá misturar os tipos, pois nada impede que apresente uma abordagem qualitativa e quantitativa ao mesmo tempo. Exemplo Vejamos um exemplo de estudo de caso que envolve a dimensão exploratória e descritiva: A construção de um plano estratégico de marketing para uma empresa de pequeno porte: o caso do recanto do sorvete - Tiago Nemuel Custódio. Resumo: A pesquisa objetivou analisar a importância do planejamento estratégico para as organizações, principalmente às empresas de pequeno porte, caracterizando o plano de marketing como um elemento fundamental conectado às diretrizes do plano global da empresa. A metodologia utilizada na primeira etapa constituiu-se de caráter exploratório. O modelo desenvolvido por Westwood foi selecionado pelo autor e adaptado como referencial para confecção do plano de marketing sugerido ao Recanto do Sorvete. A segunda etapa da pesquisa foi de caráter descritivo, apontando a organização como exemplo de estudo de caso. Verificou-se que o plano de marketing é possível de ser implementado, desmistificando o paradigma de que os planos são aplicados somente às organizações de grande porte, pois a pequena empresa também deve crescer baseada na cultura do planejamento. 1 2 3 4 5 6 Dicas Se minha pesquisa é bibliográfica, o que devo mencionar? O estudante deve mencionar criteriosamente os tipos de livros e documentos que estudará, para em seguida prever em quais bibliotecas e arquivos pesquisará. Mas só falará dos tipos de livros, não havendo necessidade de relacioná-los um a um. Posso inserir pesquisa de campo? Podem ser consideradas como forma complementar ao estudo documental e bibliográfico. A técnica da entrevista só deverá ser realizada quando o assunto da pesquisa estiver amadurecido pelo estudante, para que ele possa extrair do entrevistado o máximo de informações que seu conhecimento permitir. O que é uma pesquisa empírica? Como difere da pesquisa teórica? É aquela que se refere à experiência no mundo material. Já a pesquisa teórica se situa no nível conceitual e prescinde de uma experimentação. Como devo nomear uma pesquisa sobre as decisões nos tribunais? Podemos nomear de pesquisa documental, pois a análise das decisões configura o que se entende por documentos, fontes primárias. Fonte: Shutterstock. Atividade Após a escolha do tema e definido o problema, a etapa atual envolve a construção do seu embasamento teórico pela revisão da literatura. Realize as leituras necessárias, com caráter exploratório e, em seguida, relacione as principais obras que servem de suporte ao seu objeto de pesquisa. Para começar, investigue e leia a bibliografia da disciplina em que se situa o problema da sua pesquisa. Indique as citações relevantes com as indicações precisas das referências bibliográficas e fontes consultadas. A busca de novas fontes deve ser incessante! Deve-se ir além dos livros que você já identificou como importantes. Notas Exploratória “O objetivo é examinar um tema ou problema de pesquisa pouco estudado, do qual se tem muitas dúvidas ou não foi abordado antes” (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 99). Descritiva “O objetivo do examinador é descrever situações, acontecimentos, e feitos, isto é, dizer como é e como se manifesta determinado fenômeno” (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 100). Exemplo: o censo nacional da população é um estudo descritivo. 1 2 Explicativa “Destina-se a responder as causas dos acontecimentos, fatos, fenômenos físicos ou sociais. Seu interesse está em responder por que ocorre um fenômeno e em quais condições ou por que duas ou mais variáveis estão relacionadas” (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 107). Estudo de caso Inicia-se com a formulação de um problema, com a definição pormenorizada de uma unidade-caso. Poderá integrar diferentes abordagens para coleta de dados: bibliografia, documentos, entrevista etc. (GIL, 2010) Pesquisa de campo É a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e observações. Segundo Antônio Joaquim Severino, na pesquisa de campo “o objeto é abordado em seu próprio meio. A coleta de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados” (2007, p. 123). Bibliográfica No caso de uma pesquisa bibliográfica de cunho teórico, por exemplo, a metodologia consistirá basicamente na escolha do material bibliográfico e documental com o qual o pesquisador trabalhará para desenvolver a investigação. Pode-se dizer que a pesquisa bibliográfica configura o primeiro passo a ser dado em qualquer tipo de pesquisa, porque pesquisa alguma poderá prescindir de um marco teórico. Referências BARRAL, Welber O. Metodologia da pesquisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. KAHLMEYER-MERTENS, R. et al. Como elaborar projetos de pesquisa: linguagem e método. Rio de Janeiro: FGV, 2007. 3 4 5 6 MAIA, Paulo Leandro. O abc da metodologia. 2. ed. São Paulo: Universitária de Direito, 2008. SAMPIERI, Roberto H.; COLLADO, Carlos F.; LUCIO Pilar B. Metodologia da pesquisa. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. SANTOS, Antonio Raimundo. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7. ed. Rio de Janeiro: lamparina, 2007. SANTOS, G. do R. C. M.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: IBPEX, 2007. Próximos Passos • As regras para citação: quando e como citar referenciando a fonte da informação. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Metodologia da pesquisa em Direito Aula 7: A redação do projeto de pesquisa I: Regras para citações Apresentação Nesta aula, conheceremos as regras sugeridas pela ABNT para citações. Objetivos Aplicar as normas para uso da citação no seu trabalho de Conclusão de Curso. Citações É de se esperar um cuidado especial, por parte do aluno, ao elaborar o seu texto. O propósito de um texto científico é comunicar os resultados e as ideias a que se chegou, após a coleta e análise dos dados. Azevedo, 1997, p. 109. É, nesse sentido, que se afirma que a linguagem escrita deve estar baseada em regras, que a diferencia do agir espontâneo. É muito comum recorrer aos autores quando realizamos nossas pesquisas. Mas como fazer isso de maneira adequada? Num trabalho cuidadoso, o estudante deve ler diferentes autores sobre o assunto a ser pesquisado e, assim, organizar o pensamento, fundamentando melhor as ideias antes de iniciar a redação do trabalho. Deve-se citar pouco, mas reescrever muito. Nesse aspecto, o fichamento bibliográfico e o de leitura, configuram fasesimprescindíveis para a elaboração de um trabalho acadêmico. Somente após uma leitura cuidadosa, poderemos destacar as citações-chave que iremos utilizar. Fonte: Shutterstock. Mas o que significa citar? Como devo organizar uma citação? As citações são trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas e devem ser inseridas num texto com a finalidade de esclarecer ou complementar as ideias. Em qualquer hipótese, a fonte deve ser mencionada. Segundo ABNT, entende-se por citação a “menção a uma informação extraída de outra fonte” (NBR 10520:2002). Vamos conhecer os três tipos de citação: 1 Citação direta 2 Citação indireta 3 Citação de citação Citação direta As citações diretas são aquelas transcritas no texto tal como se apresentam na fonte consultada. Como esclarece João Bosco Medeiros (2003, p. 187), é a referência a uma obra colhida de outra fonte “para esclarecer, comentar, ou dar como prova uma autoridade no assunto”. É importante observar que este tipo de citação só se justifica quando o pensamento expresso pelo autor consultado é efetivamente significativo, claro e necessário à exposição, pois excessos de citações diretas, tabelas, gráficos, podem acarretar prejuízo à estratégia de comunicação, comprometendo o trabalho. A citação direta exige alguns cuidados. Vamos conhecê-los? As transcrições com até três (03) linhas permanecem no corpo do parágrafo. São denominadas citações diretas curtas. As transcrições com mais de três (03) linhas são destacadas com um recuo em relação à margem da esquerda. São chamadas de citações diretas longas. Vamos conferir alguns exemplos? Com até três (03) linhas João Medeiros (2003, p. 189) observa que “a citação direta exige alguns cuidados elementares com o texto, salientando-se entre outros: pontuação, maiúscula, destaques.” Assim, as citações diretas, com até três linhas, devem ser transcritas no seu próprio parágrafo, entre aspas duplas. Trecho para citação: “Quem sabe a felicidade seja uma medida que resume, em geral, o significado pessoal da vida e o lugar que o indivíduo ocupa nela.” (GIELE, 1999, p. 235) Citação inserida em um parágrafo: Segundo Giele (1999, p. 235), “Quem sabe a felicidade seja uma medida que resume, em geral, o significado pessoal da vida e o lugar que o indivíduo ocupa nela.” Todos os seres humanos buscam a felicidade... Você observou que nos dois exemplos acima o trecho citado não ultrapassou três linhas? Então sempre que você desejar transcrever um trecho de algum autor lido deve respeitar essa regra (até três linhas ficará no corpo do seu parágrafo entre aspas duplas. A fonte da citação deve ser referenciada. As aspas simples devem ser usadas para indicar citação no interior da citação). Citação com mais de três linhas Os trechos transcritos acima de três linhas são apresentados em parágrafos separados, em espaço simples, letra menor que a utilizada no texto e sem aspas duplas. Embora não seja obrigatório o uso de tipologia diferente, deve haver um recuo de 4 cm da margem da esquerda. Trecho para citação: A Filosofia é uma atividade resultante da inquietação cognitiva do ser humano. E por, esta razão, a Filosofia é inerente ao Ser Humano como ser racional, mesmo quando o filosofar ocorre inconscientemente. Nisto consiste a razão e não se pode ensinar a Filosofia. Só é possível se ensinar o método filosófico de pensar, ou seja, só é possível se ensinar a filosofar. (SANTOS, 2000, p.13). Citação inserida em um texto: Segundo Santos (2000, p. 13), A Filosofia é uma atividade resultante da inquietação cognitiva do ser humano. E por, esta razão, a Filosofia é inerente ao Ser Humano como ser racional, mesmo quando o filosofar ocorre inconscientemente. Nisto consiste a razão e não se pode ensinar a Filosofia. Só é possível se ensinar o método filosófico de pensar, ou seja, só é possível se ensinar a filosofar. Você observou que no exemplo acima o trecho citado ultrapassou três linhas? Então, sempre que você desejar transcrever um trecho de algum autor lido deve respeitar essa regra (Citações diretas com mais de três linhas devem figurar em parágrafo autônomo, com recuo de 4 cm da margem da esquerda, espaço simples e sem aspas duplas). Atividade Observe os trechos abaixo e organize-os segundo as regras da ABNT. “O conhecimento científico procura alcançar a verdade dos fatos (objetos), independentemente da escala de valores e das crenças dos cientistas” (FACHIN, 2006, p. 16). “A literatura metodológica mostra que o conhecimento científico é adquirido pelo método científico e, sem interrupção, Pode ser submetido a teste e aperfeiçoar-se, reformular-se ou até mesmo avantajar-se mediante o mesmo método. Para melhor entendimento, segue exemplo da evolução científica na área da genética, especificamente no que se refere à clonagem, que é o processo da cópia idêntica de outro ser vivo produzido artificial e assexuadamente” (FACHIN, 2006, p. 17). Citação Indireta As citações indiretas apresentam formatação diferente, por trata-se de um texto baseado na obra de um autor consultado. Nesta hipótese não é necessário o emprego das aspas duplas, porque a citação indireta mantém o conteúdo original do texto lido, mas é reescrita com outras palavras. A citação indireta é também denominada de paráfrase. Segundo a ABNT, configuram uma transcrição livre do texto do autor (NBR 10520:2002). João Bosco Medeiros (2003) esclarece que a citação indireta pode configurar um resumo, comentário de uma ideia, ou expressar o mesmo conteúdo, mas utilizando outras palavras. Recomenda-nos que mo parafrasear é preferível à citação direta.1 Exemplo Israel Belo de Azevedo (1997) esclarece que toda palavra tem um peso de acordo com sua capacidade de sintetizar uma ideia de maneira clara e concisa. Você observou que no exemplo acima o trecho citado foi reescrito e mencionou- se a fonte da informação? O conteúdo original foi reelaborado e, por isso, não se usa aspas duplas. Em qualquer caso devemos respeitar as ideias do autor. Citação da citação Em algumas leituras verificamos que o autor apresenta uma citação direta ou indireta de outro autor, o qual você não tem acesso à obra. Estamos diante de uma citação da citação que exige o uso da sigla apud que significa citado por. Alguns autores denominam a citação da citação como citação dependente, porque o autor escolhido para citação não foi lido diretamente, mas tomado por empréstimo de outro autor. Não abuse deste recurso. Exemplo Segundo Warde (1990 apud ALVES-MAZZOTTI, 2003, p. 35), o conceito de pesquisa se ampliou tanto que hoje tudo cabe: “os folclores, os sensos comuns, os relatos de experiência, para não computar os desabafos emocionais e os cabotinismos.” Você observou que, no exemplo acima, o trecho citado é uma citação direta que a autora ALVES-MAZZOTTI fez de outro autor (Warde)? Na sua lista de referências deve-se inserir a obra da autora ALVES-MAZZOTTI. Então sempre que você desejar transcrever um trecho de algum autor que figura em obra de outro, deve-se respeitar essa regra (Usar a sigla apud, inserindo a referência completa do autor que você pesquisou e não do autor citado, cuja citação pretende mencionar. Na lista de referências deverá inserir o autor a que você teve acesso). Segundo a ABNT, quando os dados forem obtidos em palestras, debates, seminários etc., deve-se indicar entre parênteses, a expressão ‘informação verbal’, mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé (NBR 10520:2002). Ademais, para enfatizar trechos da citação direta, deve-se destacá-los indicando esta alteração em relação ao original com a expressão ‘grifo nosso’ entre parênteses, após a referência da citação, ou ‘grifo do autor’ caso o destaque tenha sido feito pelo próprio autor da obra. Vamos ver dois exemplos? “[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer físicos quer morais, misérias, verdadeiras ameaçasà sociedade” (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso). “[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que aparecendo o classicismo como manifestação de passado colonial” (CÂNDIDO, 1993, p. 12, grifo do autor). Exercícios Observe as citações abaixo e responda: quais os tipos de citações expressam? 1: “Francis Bacon (apud LAHR, 1958, p. 377; JOLIVET, 1957, p. 88) sugeriu algumas regras para a experimentação:” a) citação de citação b) citação direta curta c) citação indireta 2: “Cada ciência ou área de conhecimento em particular possui um vocabulário técnico específico que precisa ser de domínio comum de seus praticantes” (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 19) a) citação de citação b) citação direta curta c) citação indireta 3: “Kant (1996) concebia a intuição como o conhecimento que se relaciona imediatamente com os objetos, ou seja, que mostra realidades singulares e que não depende da abstração, isto é, aquilo que se sabe, sem precisar deduzir para concluir.” a) citação de citação b) citação direta curta c) citação indireta Algumas regras para compor citações diretas e notas Acréscimos ou interpolações Significa a inserção de expressões que não constam do original – entre colchetes. Pode ocorrer a necessidade de se acrescentar uma palavra ao texto citado, para torná-lo mais compreensível – Exemplo: [Resumo] Envolve uma redação simplificada do texto pesquisado, substituindo a linguagem do autor por expressões diretas e com sentenças inteligíveis. A ideia continua sendo do autor, porém elaborada pelo próprio estudante, demonstrando sua capacidade de assimilação e entendimento das informações obtidas no decorrer da leitura do assunto em questão (FACHIN, 2006, p. 127). Supressões Não devemos citar frases ou parágrafos longos demais, basta inserir o que realmente interessa ao desenvolvimento da argumentação ou à apresentação das ideias. Deve-se apresentar entre colchetes/parênteses e com uso de reticências (...) ou [...]. Exemplo: “A física moderna (...) considera a lei da inércia sua lei mais fundamental” (KOYRÉ, 1982, p. 182). Incorreções Na hipótese de o texto citado apresentar um erro, uma expressão politicamente incorreta ou equívoco gramatical, entre outros, chame a atenção, pelo uso, ao lado da palavra, da sigla sic (assim, em latim) entre colchetes e em itálico. “Zenão de Cício (334-262 a.C.) fundou a escola estóica [sic]. Ele costumava palestrar de sua varanda, chamada stoa, daí o nome estóico” [sic .] (MANNION, 2008, p. 48). A ata registra a seguinte declaração do diretor: “isto é pra mim [sic] fazer”! Atenção Suprimir parágrafos: linha pontilhada – Exemplo: O conhecimento, o modo de compreender a realidade, muda de acordo com a época, à medida que coloca em dúvida o conceito de verdade estabelecido. 2 Quando conhecemos um fato, sempre nos perguntamos se ele corresponde ou não à realidade. Assim, a verdade é uma atividade histórica, e o homem foi dando fundamentos a essa verdade de acordo com sua vivência, conhecimento e crenças. Para explicar a realidade ou ainda os fenômenos da natureza, os povos primitivos criavam histórias nas quais utilizam as figuras dos deuses na tentativa de compreender a origem das coisas (SANTOS MOLINA; DIAS, 2007, p.21). Quais são os erros mais comuns? 01 Excesso ou escassez de citações diretas. O melhor é reescrever o texto utilizado, creditando a passagem ao seu autor. 02 Uso de bibliografia inadequada. 03 Presença no texto de informações que deveriam estar em notas de rodapé. 04 Citações sem discussão. 05 Não há necessidade de se citar frases ou parágrafos completos, longos demais, mas transcreva apenas a unidade de pensamento que realmente interessa. Para tanto, use a supressão. 06 Inserir os títulos das obras citadas no texto sem colocá-las em itálico. Sistema de chamada As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: numérico ou autor data. Qualquer que seja o sistema adotado deve ser seguido ao longo de todo o trabalho. Numérico A fonte da citação utilizada deve aparecer em nota de rodapé. Neste caso a numeração das fontes deve ser única e consecutiva, em algarismos arábicos. Todas as referências devem ser repetidas na lista de referências ao final do trabalho. A numeração das notas de rodapé deve restringir-se às referências bibliográficas. Uso de asterisco (*): para explicar ou comentar uma ideia. – Podemos usar: (1), [1], 1 Quando escolhemos o sistema numérico não devemos usar notas explicativas em rodapé para informações adicionais. Estas são aquelas que aparecem ao pé das páginas em que são mencionadas e servem para abordar pontos que não devem ser incluídos no texto. Exemplo Segundo Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva, “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos.”1 Segundo Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva, “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos.” (1) Segundo Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva, “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos.” [1] Você observou que o número da nota de rodapé ficou após o espaço do parágrafo? Percebeu que as notas obedecem a uma sequência numérica e em algarismos arábicos (1, 2, 3, 4...)? Como deve figurar na nota de rodapé? Os elementos essenciais e complementares da referência devem ser inseridos na sequência sugerida pela ABNT: SOBRENOME, Prenome. Título. Edição. Cidade: editora, ano. (página na hipótese de citação direta). 1 CERVO, A.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 57. As aspas devem aparecer antes ou depois da pontuação? Segundo a ABNT, devem-se colocar as aspas antes da pontuação, exceto nos casos de pontos de interrogação e exclamação que façam parte do texto citado. Expressões latinas no sistema numérico Há um conjunto de expressões latinas que são usadas no sistema numérico. Após inserir as notas de rodapé no sistema numérico observe a sequência das obras e substitua pela expressão latina correspondente. Idem id. (o mesmo autor): Ocorre quando duas obras de um mesmo autor forem sequenciais. Exemplo: SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. p.121. Id. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 305. Ibidem ou ibid. (na mesma obra): Deve ser usada quando ocorre a citação da mesma obra do mesmo autor sequencialmente no texto. Exemplo: SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. p.121. Ibid., p.139. Opus citatum, opere citato ou op.cit. (obra citada): Deve ser usada quando uma mesma obra aparecer mais de uma vez no texto, independente da sequência das citações. Exemplo: 1 SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. p.121. 2 NEY, João Luiz. Prontuário de Redação Oficial. 15. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p. 24. 3 SILVA, op.cit., p. 151. Passim (aqui e ali, em diversas passagens): Usa-se essa expressão apenas quando há referências a passagens, sem identificação. Exemplo: 1 SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992, passim. Cf. (confira, conforme, confronte): Usa-se para recomendar a consulta a notas do mesmo trabalho ou obra de outros autores. Exemplo: 1 Cf. SILVA,1992. Fonte: Shuttestock. Sistema autor data Consiste em indicar o sobrenome do autor ou instituição responsável,seguido pelo ano da publicação da obra e páginas referenciadas, separados por vírgula e entre parênteses. Vejamos alguns exemplos de citação direta pelo sistema autor data: Afirma Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva (2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos.” Conforme alguns autores (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos.” Você observou que no sistema de chamada autor data o nome do autor pode ser incluído na sentença e, neste caso, deve ser escrita conforme a regra para nomes próprios ou entre parêntesis com todas as letras do último sobrenome em maiúsculas. Leitura Leia Algumas observações <galeria/aula7/docs/algumas_observacoes.pdf> . Notas Parafrasear “Parafrasear é, pois, traduzir as palavras de um texto por outras de sentido equivalente, mantendo, porém, as ideias originais. A paráfrase inclui o desenvolvimento de um texto, o comentário, a explicitação.” (MEDEIROS, 2003, p. 182, grifo nosso) Sic Com o novo acordo ortográfico não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas. Como estamos diante de uma citação direta, devemos usar a sigla sic.). Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 3p. _____.NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 3p. 1 2 AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para elaboração de trabalhos acadêmicos. 5. ed. Piracicaba: Unimep, 1997. ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1994. HUHNE, L. M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000. FOLSCHEID, D. Metodologia filosófica. São Paulo: Martins Fontes, 2006. KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982. LAKATOS, E. M. MARCONI, M. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1992. KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982. Próximos Passos • Referências. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Metodologia da pesquisa em Direito Aula 8: A redação do projeto de pesquisa II: Regras para referências Apresentação Nesta aula, conheceremos as regras sugeridas pela ABNT para citações. Objetivos Aplicar o modelo correto de referências na forma da ABNT. Referências O interesse dos estudantes diante do saber levam-no a investigar e toda pesquisa começa com uma pesquisa bibliográfica em que são observadas referências teóricas em documentos que podem ser livros, artigos, trabalhos de conclusão de curso. Assim, as obras citadas e consultadas para elaboração dos trabalhos acadêmicos devem ser organizadas na forma de lista de Referências que deve ser apresentada no formato orientado pela ABNT, ao final de qualquer trabalho (NBR 6023, 2002). Entende-se pelo termo referências o conjunto padronizado de informações que permitem a identificação de documentos consultados para a elaboração de um trabalho acadêmico. Há diferença entre referência, bibliografia e referências bibliográficas? O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, indica que pelo termo referência devemos considerar uma nota informativa de remissão em uma publicação. A origem etimológica do termo nos remete à palavra inglesa reference que significa ato de referir ou consultar; sinal ou indicação que remete o leitor a outra fonte de informação. Quanto ao termo bibliografia, relação das obras consultadas ou citadas por um autor na criação de determinado texto, ou seção onde se arrolam livros e outras publicações. A ABNT observa que a referência é o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento. Assim, deve ser constituída de elementos essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos complementares, permanecendo silente sobre uma possível diferença entre os termos. Importa mencionar que na ABNT, NBR 14724, encontramos a indicação do termo Referências como elemento pós-textual, o que nos legitima a usar o referido termo nos trabalhos acadêmicos. Alguns autores entendem que num trabalho acadêmico devemos mencionar apenas as obras efetivamente citadas, o que reforça o uso do termo referências. Não se usa mais o termo referências bibliográficas. Portanto, ao final de um trabalho elaboramos uma lista de referências em que as obras são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples, separadas entre si por espaço duplo. Exemplos de uma lista de referências: 01 02 1 Elementos Essenciais e Complementares Os elementos que compõem a referenciação devem ser obtidos na ficha catalográfica do documento, ou seja, retirados do próprio documento e inseridos conforme a sequência sugerida pela ABNT. 2 Elementos essenciais São aqueles indispensáveis na identificação do documento, tais como: autor(es), título, edição, local, editora e data da publicação. 3 Elementos complementares São opcionais e podem ser acrescentados para uma melhor identificação do documento, tais como: coleção, série, número do ISBN, número de páginas (43 p.), Edição exclusiva para assinantes, inclui algum brinde, etc. Vamos aprender a Referenciar? Vamos iniciar com o nome do(s) autor(es): Na lista de referências, os autores são indicados pelo último SOBRENOME, escrito em caixa alta, seguidos dos nomes, por extenso ou abreviados. O sobrenome é separado do nome por vírgula. Veja: GOMES, L. F. GARCIA, Othon M. SEVERINO, A. J. MEDEIROS, João Bosco. Mas são três autores. O que devo fazer? Na hipótese de obra escrita por até três autores todos devem ser mencionados na mesma ordem em que aparecem na publicação, veja a ficha catalográfica, no verso da folha de rosto. Os nomes de cada autor devem ser separados por ponto e vírgula. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. MACEDO, Luiz Roberto Dias de; CASTANHEIRA, Nelson Pereira; ROCHA, Alex. Não são apenas três! Como devo proceder? Na eventual hipótese de a obra ter mais de três autores, somente o primeiro deve ser indicado, seguido da expressão et al ( e outros). Veja: ALVES, João et al. Atenção! Se for hipótese de autoria coletiva são indicados o nome dos responsáveis, seguidos da abreviatura da palavra que caracteriza a responsabilidade, entre parêntese como: editor (Ed.), coordenador (Coord.), organizador (Org.), compilador (Comp.). ALVES, João (Org.) ALVES, João (Coord.) ALVES, João (Ed.) Algumas observações interessantes! 1 Sobrenomes que indicam parentesco: acompanham o último sobrenome. GARCIA LLAMAS, J. L. Título. 2. Sobrenomes compostos, a entrada é feita por expressão composta. CASTELLO BRANCO, H. A. Título: subtítulo. 3. Sobrenomes ligados por hífen e com prefixos: devem ser transcritos por extenso. ALVES-MAZZOTTI, A. J. Título. LAS CASAS, A. Título. E quando a autoria é desconhecida? Nesta hipótese, inicia-se pela primeira palavra do título em caixa alta. Se a palavra for precedida por um artigo este também deve ser escrito em caixa alta. Veja dois exemplos: A EDUCAÇÃO ambiental no séc. XX. AUDITORIA interna de empresas. Quando não há autor pessoa física, mas uma instituição? Os documentos de responsabilidade de entidades (instituições, organizações, empresas) têm entrada pelo nome delas, escrita por extenso e em CAIXA ALTA. Observe: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências e elaboração. Rio de Janeiro, 2002. SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a políticaambiental do Estado de São Paulo. São Paulo, 1993. 35 p. Como faço a referência quando se tratar de publicações técnicas? Quando se tratar de publicações técnicas e administrativas, indica-se o nome da entidade. No caso de entidades governamentais, quando se tratar de órgãos da administração direta (Ministérios, Secretarias), indica-se o nome geográfico antes do nome da entidade. BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Uma regrinha importante!!! Nos casos em que foram usadas várias fontes do mesmo autor, estes podem ser substituídos por um traço equivalente a seis toques seguido de um ponto (______.), nas referências subsequentes. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5p. _______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 3p. Como devo escrever os títulos na referência? Os títulos devem ser escritos na forma em que se apresentam no documento, sendo apenas a primeira palavra iniciada com letra maiúscula. Os títulos devem ter destaque gráfico: negrito, itálico ou sublinhado. Os subtítulos, ou seja, informações apresentadas em seguida ao título visando complementá-lo devem ser precedido por dois pontos e não recebem qualquer destaque gráfico. RUCH, Gastão. História geral da civilização: da antiguidade ao século XX. E quando há tradutor? Deve ser mencionado? Quando há tradutor, atualizador, revisor, ilustrador entre outros deve ser mencionado logo após o título. Veja o modelo: SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Tradução. Edição. Local: Editora, data. Atividade 1 - Organize as informações abaixo usando a forma estabelecida pela ABNT! Tradução, prefácio e notas de Hernâni Donato. São Paulo: A divina comédia. Círculo do Livro, [1983]. ALIGHIERI, D. Preciso mencionar a edição? Quando houver a indicação da edição, esta deve ser inserida na sua referência, utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edição. 4ª edição = 4. ed. 5ª edição = 5. ed. PATACO, Vera Lúcia P.; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Érica dos Santos. Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de apresentação gráfica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. Como devo mencionar o nome da editora? O nome da editora é indicado conforme aparece na publicação, seguido de vírgula, eliminando-se as palavras que identificam sua natureza comercial ou jurídica como: S/A, Ltda, Editora, Livraria etc. : Atlas, : Ibpex, : Campus, Quando houver duas editoras ambas devem ser indicadas com seus respectivos locais, seguidas de dois pontos e separadas por ponto e vírgula. Se tiver mais que duas editoras, indica-se somente a primeira ou a que estiver em destaque na publicação. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP, E se não há identificação da editora? Quando a editora não puder ser identificada, utiliza-se a expressão latina sine nonime, que significa sem nome, de forma abreviada entre colchetes [s.n.]. FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de1993. Brasília, DF: [s.n.], 1993. 107 p. E se a editora for a própria instituição? Quando a editora for a própria instituição ou pessoa responsável pela autoria da obra e já tiver sido mencionada, não é necessário ser indicada. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de graduação, 1994- 1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p. Preciso mencionar o ano da publicação? O ano de publicação do documento deve ser indicado em algarismos arábicos (1,2,3..), mesmo que nele apareça em algarismos romanos. LEITE, C. B. O século do desempenho. São Paulo: LTr, 1994. Se não constar data de publicação, o que faço? Você poderá inserir uma data provável entre colchetes. Veja as regras para cada caso: [2003 ou 2004] – ou um ou outro. [2004?] – data provável [2003] – data certa, porém não indicada na obra. [entre 1998 e 2000] – o intervalo deve ser inferior a 20 anos. [ca. 1997] – data aproximada. [199..] – década certa. [199-?] – década provável. [19--] século certo [19--?] – século provável. FLORENZANO, Everton. Dicionário de ideias semelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro, [1993?]. 383 p. A obra não menciona local e editora! Como devo referenciar? Na impossibilidade de local e editor da publicação, emprega-se a notação S.l. (ausência de local – letra “S” em maiúscula seguida de ponto e letra “l” em minúscula). GONÇALVES, F. B. A história de Mirabor. [S.l.: s.n.], 1993. Preciso mencionar o volume? Nas referências com vários volumes, o número de volumes da obra deve ser indicado após a data e o ponto final, com a palavra volume abreviada. Não confundir: 2 v. (dois volumes) v. 2 (volume 2) Exemplo: RUCH, Gastão. História geral da civilização: da Antiguidade ao século XX. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1940. 4 v. Como referenciar livros? Modelo: SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, ano de publicação. Atividade 2 - Organize as informações abaixo usando a forma estabelecida pela ABNT! GARCIA, Othon M. Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro: Comunicação em prosa moderna. 13. ed. 1986. Atividade 3 - Organize as informações abaixo usando a forma estabelecida pela ABNT! Autores: Vera Lúcia P. Pataco/, Magda Maria Ventura/ Érica dos Santos Resende. Título: Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de apresentação gráfica. Edição: 4ª Cidade: Rio de Janeiro Editora: LTC Comunicação em prosa moderna. Ano da publicação: 2008. Como referenciar capítulos de livros? Temos duas regras! Quando a autoria do capítulo diferente da autoria do livro: SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título. In: SOBRENOME, Prenome (autor da obra). Título: subtítulo. Local: Editora, ano. Página inicial e final. Exemplo: ROMANO, Giovani. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16. Quando a autoria do capítulo igual à autoria da obra: SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título (do capítulo). In: ______. Título: subtítulo. Local: Editora, ano. Número do capítulo (se houver), página inicial e final. Exemplo: SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In: ______. História do Amapá, 1º grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. Cap. 3. P. 15-24. Atividade 4 - Organize as informações abaixo usando a forma estabelecida pela ABNT! Instrucionismo e nova mídia. Edições Loyola, 2003. p. 73-88. In: SILVA, M. (Org.). DEMO, P. Educação online: teorias, práticas, legislação, formação corporativa. São Paulo: Atividade 5 - Organize as informações abaixo usando a forma estabelecida pela ABNT! A nova cultura docente e discente em EaD. In: ______. MARTINS, O.B. Curitiba: Ibpex, 2002. p. 21-30. Teoria e prática tutorial em educação a distância. Como referenciar publicações em meio eletrônico? As referências em meios eletrônicos seguem o modelo de referências bibliográficas, acrescentando-se informações relativas à descrição física do meio ou suporte. Para as obras consultadas online são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre , precedido da expressão: “Disponível em:” A data de acesso ao documento, precedida da expressão: “Acesso em:” deve conter o dia, o mês abreviado e o ano (04 abr 2010.). Modelo: SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. Cidade: Editora, ano. Disponível em: . Acesso em: dia mês ano. Acesso em meio eletrônico. (Fonte: Shutterstock) 1 Atividade 6 - Organize as informações abaixo usando a forma estabelecida pela ABNT! Acesso em: 13 out. 2017. A onda maldita: como nasceu a Fluminense FM. MELLO, Luiz Antonio. Niterói: Arte & Ofício, 1992. Disponível em: http://www.actech.com.br/aondamaldita/créditos.html <http://www.actech.com.br/aondamaldita/créditos.html> . Mês abreviado Tabela com os meses abreviados Português Abreviatura Janeiro Jan. Fevereiro Fev. Março Mar. Abril Abr.Maio Maio Junho Jun. Julho Jul. Agosto Ago. Setembro Set. 1 Outubro Out. Novembro Nov. Dezembro Dez. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 3p. ____.NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 3p. Próximos Passos Reconhecer a importância do trabalho de conclusão de curso. Identificar os tipos de trabalho de conclusão de curso. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Metodologia da pesquisa em Direito Aula 9: O trabalho de conclusão de curso I: Importância do Trabalho conclusão de curso. A ética e legitimidade do saber Apresentação Nesta aula, conheceremos as regras sugeridas pela ABNT para citações. Objetivos Reconhecer a importância do trabalho de conclusão de curso; Identificar os tipos de trabalho de conclusão de curso. Mulher usando um caderno. | Fonte: stockfour / shutterstock Importância do Trabalho conclusão de curso O trabalho de conclusão de curso é parte integrante da atividade curricular de muitos cursos de graduação, consistindo assim uma iniciativa acertada e de extrema relevância para o processo de aprendizagem dos alunos (SEVERINO, 2007, p. 202). Nos últimos tempos experimentamos mudanças culturais e comportamentais significativas em nossa sociedade. Vivemos um mundo inteiramente novo com muitos saberes, informações e tecnologias, o que expressa com propriedade à exigência de uma boa formação acadêmica em consonância com os novos tempos. Nessa dinâmica da era da informação não é fácil acompanhar as mudanças, mas uma coisa é certa: É preciso compreender as novas formas de conduta e relações que estabelecemos em sociedade, porque nenhuma área do conhecimento pode se esquivar dessa tarefa. Como afirmam alguns autores, é preciso saber muito de tantas coisas que temos a sensação constante de estarmos desatualizados. Logo, no decorrer de nossa formação acadêmica desenvolvemos muitas habilidades importantes tais como: a leitura reflexiva, a elaboração de fichamentos, resumos, resenhas, pesquisas temáticas, organização de seminários e relatórios de pesquisa, dentre outros. Tudo com o propósito de conhecermos conceitos, teorias que estão na base de nossas ações na esfera social e profissional. É este pensamento que norteia a necessidade de uma reflexão crítica acerca de nossos saberes e práticas. É por isso que é preciso capacitar pessoas para a pesquisa e elaboração de trabalhos científicos. Capacitá-los para o conhecimento científico. O conhecimento científico é um aprendizado ordenado e contínuo que se adquire por meio de estudos incessantes. É algo que vai acontecendo aos poucos e é considerado um processo de longo prazo, ou seja, não acontece por acaso ou por intuição. A aquisição de conhecimentos não ocorre de imediato ou a curto prazo, e sim por meio de pesquisa constante e intensa nas áreas específicas da formação acadêmica. Fachin, 2006, p.189. Qual a relação entre a educação superior e a construção do conhecimento? Sabemos que na vida universitária, ensino , pesquisa e extensão se articulam através da pesquisa, ou seja, “só aprende, só se ensina, pesquisando”. Portanto, só podemos prestar um bom serviço à sociedade, através de atividades de extensão, se há um compromisso com o conhecimento através da pesquisa. Professores e alunos precisam da pratica da pesquisa para ensinar/aprender de maneira eficiente. Por outro lado, a sociedade também necessita da pesquisa para dispor novos recursos (SEVERINO, 1996, P.63). Assim, se compreendermos a pesquisa relacionada ao termo conhecer como construir e reconstruir significados continuamente, mediante o estabelecimento de relações de múltipla natureza, individuais e sociais, então é preciso refletir e observar o caminho que você escolheu para sua formação acadêmica. Bem como as competências e habilidades que desenvolveu nesse percurso. A fase de construção de um trabalho de conclusão de curso é o momento mais importante do acadêmico. | Fonte: ESB Professional / shutterstock Atenção É importante porque provará que aprendeu a dialogar com a realidade e que agora substitui a curiosidade de escutar seus mestres pela de produzir com autoria uma pesquisa. Contribuindo assim, para a ampliação da produção científica em sua área de saber. 1 2 3 Congresso em universidade. | Fonte: Matej Kastelic / shutterstock Mas o que podemos entender por produção científica? Podemos entender como produção científica o conjunto de atividades acadêmicas desenvolvidas nas instituições de ensino superior, cuja publicidade acontece através de publicações especializadas, congressos, fóruns que apresentam à sociedade o resultado de pesquisas que apontam informações, alternativas, caminhos para solução de problemas em diversas áreas de saber. Atenção É importante mencionar neste ponto que a produção científica estimulada nas universidades tem como objetivo o pleno exercício da nossa capacidade de pensar e discernir, motivar a criatividade e a produção própria. Nos dizeres de Pedro Demo (2009, p. 16), “Se ensinar a pesquisar significa motivar a criatividade, é para que surja um sujeito verdadeiramente autônomo”. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Considera-se trabalho de conclusão de curso todo aquele que é exigido ao final de cursos de graduação, de especialização, mestrado ou doutorado. Consiste num estudo baseado em pesquisa rigorosa para atualizar o estado da arte sobre determinado tema de interesse profissional. Pressupõe a elaboração de um anteprojeto/projeto de pesquisa, como antecedente de um trabalho final, como resultado, por vezes apresentado diante de uma banca examinadora. O anteprojeto/projeto de pesquisa apresenta o que será pesquisado e como a pesquisa será desenvolvida. Não configura o trabalho em si, mas um plano de estudos no qual o estudante esboça um experimento antes mesmo de iniciar a pesquisa propriamente dita. Quais são os tipos mais comuns? Artigo científico Denomina-se artigo científico o texto destinado a divulgar, em publicações especializadas, os resultados de uma pesquisa científica, podendo abordar um dos vários aspectos de uma pesquisa mais complexa exposta em dissertações de Mestrado ou teses de Doutorado. Pode, também, divulgar os resultados de um trabalho investigativo mais modesto. Em qualquer hipótese, os artigos devem seguir um modelo determinado pelas normas da ABNT (NBR 6022). O artigo científico deve tratar de temas acadêmicos, mas sem o aprofundamento típico das monografias. Geralmente são destinados a publicações em revistas especializadas, em anais de congressos, páginas da internet ou em outras formas de divulgação de trabalhos científicos disponíveis na universidade. Monografia A palavra monografia decorre de um termo de origem grega (monos + grafo = único + escrever) e significa um escrito que trata de um único assunto, único problema. O trabalho monográfico se caracteriza pela delimitação do tema e pela profundidade do tratamento (RAMPAZZO, 2005). Em geral é exigido ao final de um curso de graduação em que o estudante demonstra que realizou investigações mais profundas sobre determinado tema, atualizou-se na polêmica teórica que o cerca e aprendeu a elaborar uma pesquisa com precisão conceitual e nas regras metodológicas. O trabalho deverá apresentar uma contribuição interessante, devendo ser redigido pelo estudante, embora contenha citações diretas e indiretas de outros autores, sempre devidamente referenciadas. Nos dizeres de Antônio Joaquim Severino (2007, p. 200), Os trabalhos científicos serão monográficos na medida em que satisfizerem à exigência da especificação, ou seja, na razão direta de um tratamento estruturado de um único tema,devidamente especificado e delimitado. O trabalho monográfico caracteriza-se mais pela profundidade do tratamento do que por sua eventual extensão, generalidade e ou valor didático. Dissertação de mestrado A dissertação de mestrado é um tipo de trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação, visando obter o grau acadêmico de mestre. Como estudo teórico, de natureza reflexiva, requer sistematização, ordenação, autonomia e criatividade na interpretação dos dados. Envolve também uma dedicação muito intensa à pesquisa, fazendo parte da vida do pesquisador (SEVERINO, 2007). Tese de doutorado A tese é o trabalho científico, escrito, original, sobre um tema específico, cuja contribuição amplia os conhecimentos do tema escolhido. Representa, portanto, um avanço na área científica em que se situa. A tese possui a mesma estrutura da monografia e da dissertação, mas distingue-se no que concerne à profundidade, à originalidade, extensão e objetividade(RAMPAZZO, 2005). Neste ponto cabe uma diferenciação entre o curso de mestrado e do de doutorado: enquanto no mestrado há, ainda, uma iniciação à pesquisa científica, no doutorado já se exige plena autonomia intelectual, sendo exigido certo grau de originalidade, inventividade e maior elaboração no que se refere à construção teórica do trabalho. Sendo certo dizer que a originalidade exigida refere-se a um “esclarecimento original sobre o assunto, até então não percebido” (SEVERINO, 2007, p. 218). A norma NBR 14724 (Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação), publicada em 2002 pela ABNT, especifica os princípios gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos, visando sua apresentação à instituição (banca, comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou outros). Assim, a norma divide os trabalhos acadêmicos em: teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso (TCC). 01 O conhecimento científico, sem dúvida, é o resultado da articulação lógica entre a realidade e as teorias, por isso deve ultrapassar o nível do simples levantamento de dados, mas apresentar uma interpretação teórica consistente e com autoria. 02 Em trabalhos de pesquisa, seja em que nível for, exige-se rigor porque envolve o desenvolvimento do raciocínio lógico quando se busca demonstrar discursivamente alguma resposta ao problema proposto. Nesse sentido, observa Umberto Eco (1994), que citamos muitos textos alheios, porque configuram a fonte primária de toda pesquisa. É claro que podemos citar um texto de alguém e, em seguida interpretá-lo ou podemos citar um texto para que sirva de fundamento para nossas interpretações. Sendo certo dizer que as citações diretas devem ser feitas com muita parcimônia, pois poderá denotar que o estudante “não quer ou não é capaz de resumir as ideias de um autor” (1994, p. 122). Se a citação direta é muito longa, isso não é bom! Ao usá-la temos que estar com muita certeza de que é realmente importante, na verdade, vital para nossos argumentos. Todas as citações devem apresentar a referência completa na forma da ABNT (NBR, 6023), usando-se o sistema de chamada escolhido pelo estudante. A remissão ao autor e à obra é uma boa prevenção contra o plágio. Convém destacar que cópia não autorizada de trabalhos alheios é considerada plágio. Plagiar significa apresentar como sua a ideia de outrem, porque qualquer autor é digno de menção. Podemos nos prevenir contra o plágio trabalhando com paráfrases, ou seja, quando se escreve usando as próprias palavras resumindo ou interpretando as ideias de um autor. Um bom critério para se evitar uma falsa paráfrase e correr o risco de ser acusado de plágio, acontece quando reescrevemos o texto “sem tê-lo diante dos olhos, significando que não só não o copiamos como o entendemos” (ECO, 1994, p. 128). Saiba mais A Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, Lei de Direitos Autorais, estabelece em seu artigo 46, que não constitui ofensa aos direitos autorais a reprodução ou citação de pequenos trechos com a menção do nome do autor e da publicação de onde foram transcritas, sendo livre o uso de paráfrases. Mas antes de figurar na lei, o respeito à produção alheia é um princípio ético que confere legitimidade ao saber produzido. Assim temos que pensar na responsabilidade que o estudante/pesquisador assume na construção de sua pesquisa científica. Para refletir sobre o tema assista ao vídeo: Garoto Folgadão 4 Garoto Folgadão Geração Coca Cola. | Fonte: https://charges.uol.com.br/ <https://charges.uol.com.br/2015/01/05/garoto-folgadao-geracao-coca-cola-3> . https://www.youtube.com/watch?time_continue=69&v=cNwV40R8F0Y Ensino Compromisso com a transmissão do conhecimento. Pesquisa Processo de construção do conhecimento com o propósito de gerar novos conhecimentos. Extensão Ações da Universidade junto à comunidade, disponibilizando o conhecimento adquirido. Legitimidade Por legitimidade entende-se aquilo que tem o caráter, o estado ou qualidade do que é legítimo. Também denota conformidade à lei, às regras. Referências BARRAL, Welber O. Metodologia da pesquisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010 CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 11. ed. São Paulo: Perspectiva, 1994. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. BRASIL. Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9610.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9610.htm> . Acesso em: 5 jun. 2018. 1 2 3 4 Próximos Passos • Estrutura e formatação do artigo científico, da monografia e do Projeto Final. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Metodologia da pesquisa em Direito Aula 10: O trabalho de conclusão de curso II Apresentação É importante mencionar que as dificuldades iniciais, típicas de todo neófito, aos poucos será superada. A atividade pensante se desenvolverá com mais liberdade e de forma mais prazerosa, desvelando a disciplina intelectual necessária para a experiência científica. Assim, em nossa última aula vamos observar as regras específicas para formatação dos trabalhos acadêmicos conforme estabelece a ABNT. Cabe lembrar que não basta ter na mente o que se pretende fazer, importa colocar no papel, o que configura o primeiro esforço para ação ordenada e eficiente. O termo Planejamento significa ato ou efeito de planejar, serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos convenientes, ou determinação de um conjunto de procedimentos, de ações, visando à realização de determinado projeto. O planejamento se afigura como tarefa essencial para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e científicos, por isso ao longo da nossa disciplina estudamos as etapas que integram um projeto de pesquisa. Agora, está em suas mãos! Objetivos Reconhecer a importância do uso das regras para formatação; Identificar os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais que integram os trabalhos de conclusão de curso; Elaborar o seu trabalho de conclusão de curso, na forma sugerida pela ABNT. Regras gerais para formatação de trabalhos científicos Os trabalhos acadêmicos devem ser estruturados, sequencialmente, em grupos de elementos, a saber: pré-textuais, textuais e pós-textuais. As normas da ABNT para apresentação do Projeto de Pesquisa e Trabalhos Acadêmicos (dissertação, tese e outros trabalhos monográficos de conclusão de curso) apresentam os componentes da estrutura destas publicações.Primeiramente temos que observar algumas regras gerais. Vejamos. Os trabalhos de conclusão de curso dividem-se em três partes: 1 Elementos pré-textuais Elementos que antecedem o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho. 2 Elementos textuais Parte do trabalho em que é exposta a matéria. 3 Elementos pós-textuais Elementos que complementam o trabalho. Formatação O formato do papel utilizado deve ser A4 (21 cm x 29,7 cm), de cor branca e com letras de cor preta, salvo em gravuras, gráficos ou tabelas, que podem ser de cores diferenciadas. As margens terão, em todas as páginas, 3 cm para a superior, 2 cm para a inferior, 3 cm para a esquerda e 2 cm para a direita. Espaçamento O espaçamento entre linhas será de 1,5 em todo o trabalho, com exceção de citações com mais de três linhas, nas quais o espaço será simples, também, na natureza do trabalho e no resumo. 1 Títulos Antes e depois dos títulos e subtítulos deve haver dois espaços de 1,5 cm. 2 Texto, Sumário e Listas Espaço de 1, 5 cm. 3 Resumo e Abstract Espaço simples. 4 Notas de rodapé e Citações com mais de três linhas Espaço simples. 5 Referências Espaço simples entrelinhas e separadas entre si por espaço duplo. Fonte A fonte a ser utilizada será Arial ou Times, tamanho 12, com exceção de citação com mais de três linhas, em que o tamanho da fonte será de 11. Títulos Toda a parte pré-textual e pós-textual apresentarão seus títulos na fonte escolhida, tamanho 14, caixa alta, em negrito, mantido na margem esquerda da página, diferente das partes textuais. Para trabalhos acadêmicos, geralmente de menor porte, fica a critério de o professor solicitar a introdução e a conclusão numeradas. Caso o professor opte por não numerá-las, ambas deverão ser centralizadas, pois a ABNT esclarece que títulos sem indicação numérica deverão ser centralizados como: Agradecimentos Resumo, Abstract ou Resumen Lista de Ilustrações Lista de Tabelas Lista de Abreviaturas e Siglas Lista de Símbolos Referências Glossário Alinhamento Os parágrafos devem iniciar alinhados a 1,25 cm da margem esquerda com espaço de 1,5 cm entre eles. Os parágrafos do texto devem ser justificados. As referências devem ser alinhadas à esquerda e não devem ser justificadas. Exemplo: Numeração progressiva Deve-se adotar a numeração progressiva para as seções do texto. 1 SEÇÃO PRIMÁRIA 1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA 1.1.1 Seção terciária 1.1.1.1 Seção quaternária Comentário Escrever-se-á o primeiro nível em negrito, caixa alta, fonte escolhida, tamanho 12 e à esquerda. O segundo nível será em caixa alta, fonte escolhida 12, sem negrito; o terceiro nível também será fonte escolhida 12, em negrito, porém em modo versal (primeira letra maiúscula e o restante minúsculo). Do quarto nível em diante escrever-se-á em fonte escolhida 12, sem negrito, a primeira letra maiúscula e o restante minúsculo. Paginação Localização do número da página Canto superior direito, fonte Arial ou Times New Roman e tamanho 10. Quanto ao tipo de número Arábico (1, 2, 3, 4, dentre outros). Ressalta-se que nos números até 9, não se indica o 0 na frente do número (ex.: 1 e não 01). Quanto às páginas que devem ser contadas, porém não paginadas A capa não é contada e nem paginada; os demais elementos pré-textuais (folha de rosto, errata, folha de aprovação, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, resumo, lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos e sumário) são contados e não paginados. Quanto às páginas que devem ser paginadas São contados e paginados sequencialmente os elementos textuais (introdução, desenvolvimento e conclusão) e pós- textuais (referências, glossário, apêndices, anexos e índice). Critérios textuais O trabalho todo deve ser escrito fazendo uso do verbo no modo impessoal, ou seja, não se deve utilizar a 1ª pessoa do singular nem a 1ª pessoa do plural. Dica Ilustrações, tabelas e equações Em relação às ilustrações (fotos, desenhos, gráficos) sua identificação aparece na parte inferior, com sua especificação (Figura), seguida de seu número e nome, em negrito e tamanho 12. A fonte de onde foi retirada aparece abaixo da identificação, sem negrito e em tamanho 12. A ABNT não especifica o desenho da tabela, sugere que se contate o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Capa Tem a finalidade de identificar o trabalho. Deve conter: Nome da instituição, nome do autor, Título e subtítulo, se houver, local e ano de entrega. Dica Dicas para formatar a capa do seu trabalho! Fonte Times ou Arial, tamanho 14. Entre linhas com espaço simples. Marco 1 da régua vertical do word - Identificação da Instituição de Ensino (caixa alta). No marco 1,5 - Identificação do curso (caixa alta). No marco 2 - Projeto de Pesquisa (caixa alta). No marco 7 - Nome do acadêmico (caixa alta). No marco 12 - Título do projeto (caixa alta). No marco 23 - Local, ano. (caixa alta). Lombada Trata-se de elemento opcional. Deve conter o nome do autor, título do trabalho e elementos alfanuméricos, impressos longitudinalmente e legível do alto para o pé da lombada. Folha de rosto É composta do anverso e do verso. No anverso deverá conter: nome do autor, título do trabalho, subtítulo, se houver. Natureza do trabalho (trabalho de conclusão de curso, dissertação ou tese); objetivo (aprovação em disciplina, graus pretendido e outros); nome da instituição e área de concentração; nome do orientador, local (cidade), ano de depósito. No verso da folha de rosto deve figurar a ficha catalográfica com as seguintes dimensões: 12,5 cm x 7,5 cm. Dica Dicas para a formatação da folha de rosto!1º - Nome do acadêmico (caixa alta – marco 1). 2º - Título do projeto (caixa alta – marco 7). 3º - Nota indicativa do tipo de trabalho: em recuo esquerdo de 8 cm, espaço simples, alinhamento justificado e fonte 12. nota: (marco 13) – texto sugerido. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel no curso de XXXXXXXX, da Instituição de ensino X. Professor(a) Orientador(a): nome do Professor. 4º - LOCAL, ano. (marco 23). Formatação de artigos científicos Elementos pré-textuais Título e subtítulo do artigo Autor(es) – breve currículo em nota de rodapé indicado por asterisco. Resumo – máximo 500 palavras. Palavras-chave – até no máximo 4. Elementos textuais Introdução do artigo Desenvolvimento Conclusão Elementos pós-textuais Notas explicativas (opcional) Referências Glossário Apêndice e Anexo (opcionais) Formatação de Projetos de pesquisa Elementos pré-textuais 1 Capa Nome da entidade para a qual deve ser submetido; nome do autor; título; subtítulo precedido de dois pontos (:) ou distinguido tipograficamente. Será seguido o mesmo exemplo para um trabalho acadêmico ou TCC, com margem de 3 cm superior, 3 cm à esquerda, 2 cm inferior e 2 cm à direita, fonte escolhida em tamanho 12 e em negrito, onde aparecerá o nome da instituição, o nome do autor do projeto (aluno), o nome do projeto, o depósito (versal) e o ano, toda a página de forma centralizada. 2 Folha de rosto Elemento obrigatório. Deverá conter: nome do autor; título; subtítulo precedido de dois pontos (:) ou distinguido tipograficamente; tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a que deve ser submetido; local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado; ano de depósito (entrega). 3 Lista de ilustrações, tabelas, abreviaturas e siglas (opcional) Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da página. Sumário - Representa a estrutura orgânica do trabalho. Deve ser apresentado por uma numeração coerente que evidencie as principais partes do documento (capítulosou seções e subseções). Tem como objetivo apresentar o conteúdo do trabalho e orientar sua localização no texto. Dica No Word há a ferramenta “tabelas”. Crie uma tabela com três colunas: uma para numerar os itens; outra para o título de cada capítulo; a última para inserir o número da página. Em seguida, clique sobre a tabela com o lado direito do mouse e escolha a opção “Bordas e sombreamento”. Em seguida, marque a opção “Bordas”, item “Definição” e clique na opção “Nenhuma”. As linhas de sua tabela ficarão invisíveis. Esse recurso ajudará na formatação do sumário. Elementos textuais Representa a principal parte do trabalho em que é exposto o conteúdo do documento. Os elementos textuais são constituídos pelos seguintes elementos: Introdução Desenvolvimento Objetivos Justificativa Referencial teórico Metodologia Conclusão Elementos pós-textuais Os elementos pós-textuais são compostos de Referências, Glossários, Apêndices e Anexos. Destinam-se a esclarecer ou complementar o texto, sem, contudo, fazer parte deste. Referências As referências indicam ao leitor os nomes dos livros, artigos, sites, documentos e demais fontes usadas na elaboração do artigo científico. É o que antigamente era chamada de Bibliografia. Ele deve ser organizado em ordem alfabética, segundo estabelece a ABNT. Glossário (opcional) Lista organizada em ordem alfabética que fornece o significado ou tradução de palavras ou expressões técnicas pouco conhecidas utilizadas no texto. Apêndice (opcional) São textos ou documentos elaborados pelo próprio autor que servem para fundamentar, comprovar ou ilustrar o trabalho. Porém, por serem extensos e para não quebrar a sequência lógica de exposição do texto, não foram incluídos no corpo do trabalho. Anexo (opcional) São materiais (textos, documentos, figuras, tabelas, formulários, mapas, desenhos etc.) produzidos por outras fontes que não o autor, que servem para fundamentar, comprovar ou ilustrar seu trabalho. Os apêndices e anexos devem ser identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e pelos respectivos títulos. Ao se esgotar as 23 letras do alfabeto, caso o trabalho possua mais que esta quantidade de apêndices ou anexos, as letras devem ser dobradas. Saiba mais Veja aqui tabela com as partes integrantes do Projeto de Pesquisa <galeria\aula10\docs\a10_17_01.pdf> . Monografia São elementos pré-textuais: a) capa; b) folha de rosto (anverso); c) folha de rosto (verso); d) folha de aprovação; e) dedicatória; f) agradecimentos; g) epígrafe; h) resumo em língua vernácula; i) abstract (Inglês) ou resumen (Espanhol); j) lista de ilustrações; k) lista de tabelas; l) lista de abreviaturas e siglas; m) lista de símbolos; n) sumário. São elementos textuais: a) introdução; b) desenvolvimento; c) conclusão. São elementos pós-textuais: a) referências; b) glossário; c) apêndices; d) anexos. Projeto Final Título O título deve passar uma ideia geral do trabalho. É recomendável a presença de um subtítulo explicativo, que dê conta, brevemente, da delimitação espaço- temporal e da questão central a ser investigada, caso tais informações não estejam presentes no título. Introdução Delimitação do objeto: Neste item, deve ser exposto, com clareza, o objeto de pesquisa, ou seja, a formulação do(s) problema(s). Cabe estabelecer, nesse sentido, a delimitação espacial e temporal, dentro do tema mais geral da pesquisa. Discussão bibliográfica: Este item consiste num debate crítico sobre as principais obras relacionadas ao tema da pesquisa. Não se trata de uma simples enumeração de obras, mas da apresentação de um debate entre autores ou correntes historiográficas (ou de outros campos das ciências sociais). Não se deve incluir, aqui, a discussão das obras referidas às bases teóricas ou conceituais do projeto. Objetivos Trata-se da definição das metas da investigação. É ideal que a cada objetivo corresponda uma hipótese. Este item deve ser, de preferência, exposto em tópicos (iniciados por verbos no infinitivo: demonstrar, estabelecer, comparar etc.), podendo conter um objetivo geral e outros específicos. Quadro teórico Neste item devem ser expostos os principais conceitos e ferramentas teóricas a serem mobilizados na pesquisa. Nesse sentido, devem ser discutidos as concepções, os pressupostos e os conceitos que podem estar mais especificamente relacionados a uma tendência ou corrente da historiografia contemporânea. Hipóteses As hipóteses de uma pesquisa histórica são "afirmações provisórias", enunciados prévios a serem verificados, ou seja, possíveis pontos de chegada que o pesquisador mantém em seu horizonte. Dessa forma, correspondem aos objetivos a serem alcançados. Este item deve ser exposto, de preferência, em tópicos, podendo conter uma hipótese central e sub-hipóteses. Metodologia e fontes Por metodologia entende-se a descrição dos meios, instrumentos e atividades técnicas necessários ao tratamento do problema a partir das fontes. Vale notar que as fontes não são 0repositórios neutros, exigindo tratamento adequado em função de sua especificidade. Para isso, é necessário apresentar uma tipologia das fontes, ou seja, dos diversos materiais (orais, iconográficos, textuais), nas suas diversas formas (processos jurídicos, registros de óbito, jornais, correspondência, pinturas, gravuras etc.). Esta tipologia é a condição para a exposição do tratamento mais apropriado das fontes para dar conta do problema. Bibliografia A bibliografia deve ser apresentada segundo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Acabou! Muito bem, agora começa o seu trabalho. Lembre-se que o seu leitor merece o melhor. É preciso ofertar um trabalho bem-feito, o que significa dizer que está bem planejado, fundamentado sob o ponto de vista teórico, corretamente escrito e formatado para uma comunicação eficiente. Um bom dicionário resolve muitos problemas, conhecer as regras é sempre importante, mas o fundamental está no hábito de ler. Como nos adverte João Álvaro Ruiz, quem não sabe ler não saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e, finalmente, não saberá como estudar. Quem lê constrói sua própria ciência. RUIZ, 2002, p.34-35. Atividade Agora que você já alcançou a etapa final desta disciplina, organize no seu bloco de notas e, divulgue para seus colegas, as atividades realizadas nos fóruns para a construção de um projeto de pesquisa, na seguinte ordem: 1.Elabore uma lista de temas possíveis para sua pesquisa; 2. Decida-se por um tema desta lista; 3. Formule uma lista de questões que envolvem o tema escolhido; 4. Certifique-se de que tem clareza sobre os conceitos, teorias e autores que trabalham o tema selecionado; 5. Elabore um mapa conceitual; 6. Separe a bibliografia pertinente (pelo menos cinco referências) e inicie a tarefa de fichamento. Realize as tarefas acima listadas no seu bloco de notas. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5p _____.NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 3p. _____.NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2002. 3p. _____.NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 3p. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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