70 pág.

Pré-visualização | Página 1 de 18
D. Constitucional p/Polícia Federal (Agente e Escrivão) Profa. Nádia Carolina – Aula 02 Profa. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 70 AULA 02: Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos Políticos. Partidos Políticos. SUMÁRIO PÁGINA 1 – Direitos Sociais 1-17 2 - Nacionalidade 18-28 3 – Direitos Políticos 29-52 4 – Partidos Políticos 53-58 5 - Lista de questões 59-67 6 - Gabarito 68-70 Direitos Sociais I. As Gerações dos Direitos e Garantias Fundamentais Iniciaremos nossos comentários com a classificação dos direitos e garantias fundamentais. Esses direitos, segundo a doutrina, se dividem em: Direitos de primeira geração: relacionam-se com a liberdade, visando à proteção dos indivíduos perante o Estado. São as chamadas liberdades- negativas, por limitarem o poder estatal. Fazem parte desses direitos a liberdade de expressão, a liberdade de consciência e o direito à propriedade privada, dentre outros. Também incluem os direitos políticos, que permitem ao indivíduo participar da vontade do Estado. Direitos de segunda geração: relacionam-se com o ideal de igualdade. São os direitos sociais, culturais e econômicos bem como os direitos coletivos ou de coletividade. Em regra, exigem do Estado prestações sociais, como saúde, educação, trabalho, previdência social, entre outras. A liberdade, aqui, aparece de forma positiva, em que se exige do Estado uma ação perante os indivíduos. Direitos de terceira geração: estão associados ao princípio da fraternidade. Incluem o direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e à comunicação. Parte da doutrina considera, ainda, a existência de direitos de quarta geração. Esses incluiriam: o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. Desses direitos dependeria a concretização de uma “civitas máxima”, uma sociedade sem fronteiras e universal. Os direitos sociais, como vimos, pertencem à segunda geração. Por esse motivo, exigem do Estado prestações positivas. Veja como isso foi cobrado pelo Cespe: 1 (Cespe/2012/TER-RJ) As normas que tratam de direitos sociais são de eficácia limitada, ou seja, de aplicabilidade mediata, já que, para que se efetivem de maneira adequada, se devem cumprir D. Constitucional p/Polícia Federal (Agente e Escrivão) Profa. Nádia Carolina – Aula 02 Profa. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 70 exigências como prestações positivas por parte do Estado, gastos orçamentários e mediação do legislador. Comentários: De fato, as normas que tratam de direitos sociais são de eficácia limitada e aplicabilidade mediata. Questão correta. II. Conceito Dando continuidade à nossa aula, que tal lermos juntos o art. 6º da Constituição? Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Esse artigo trata dos direitos sociais, que são prestações positivas (ações) realizadas pelo Estado para melhorar a qualidade de vida dos hipossuficientes, ou seja, dos mais necessitados. Segundo Alexandre de Moraes, esses direitos constituem normas de ordem pública, com a característica de imperativas, sendo invioláveis, portanto, pela vontade das partes da relação trabalhista. A alimentação foi incluída no rol de direitos sociais pela Emenda Constitucional no 64/2010. O objetivo dessa inclusão foi o fortalecimento das políticas públicas de segurança alimentar, em consonância com vários tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. Vejamos como isso foi cobrado em prova: 2 (Cespe/2012/TRE-RJ) A alimentação tem, no ordenamento jurídico nacional, o estatuto de direito fundamental, o que obriga o Estado a garantir a segurança alimentar de toda a população. Comentários: De fato, trata-se de direito fundamental, conforme dispõe o art. 6º da Constituição Federal. Questão correta. III. O Papel do Judiciário na Proteção dos Direitos Sociais Os direitos sociais são indispensáveis para que a realização da dignidade da pessoa humana. Assim, o “mínimo existencial” referente a cada um desses direitos deve ser objeto de proteção judicial. Nesse sentido, entende o STF que “embora inquestionável que resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder D. Constitucional p/Polícia Federal (Agente e Escrivão) Profa. Nádia Carolina – Aula 02 Profa. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 70 Judiciário, ainda que em bases excepcionais, determinar, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas, sempre que os órgãos estatais competentes, por descumprirem os encargos político-jurídicos que sobre eles incidem em caráter impositivo, vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional. (...)A intervenção do Poder Judiciário, em tema de implementação de políticas governamentais previstas e determinadas no texto constitucional, notadamente na área da educação infantil, objetiva neutralizar os efeitos lesivos e perversos, que, provocados pela omissão estatal, nada mais traduzem senão inaceitável insulto a direitos básicos que a própria Constituição da República assegura à generalidade das pessoas.”1 IV. Os Direitos Sociais e a Reserva do Possível A teoria da reserva do possível serve para determinar os limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais. Segundo ela, a efetivação dos direitos sociais encontra dois limites: a suficiência de recursos públicos e a previsão orçamentária da respectiva despesa. Assim, trata-se de uma teoria que afasta a aptidão do Poder Judiciário de intervir na garantia da efetivação de direitos sociais. Para que esse limite à ação do Judiciário seja válido, entretanto, é necessária a comprovação da ausência de recursos orçamentários suficientes para a implementação da ação estatal. É importante destacar que a reserva do possível tem sido paulatinamente abandonada pelo STF, em seus julgados. A Corte Suprema, quando da análise de situações em que o Estado descumpriu uma obrigação de efetivar uma prestação positiva, tem exigido, para fazer uso da reserva do possível, não só a confirmação da inexistência de recursos, mas também a denominada exaustão orçamentária. E o que é exaustão orçamentária? É a situação em que inexistem recursos suficientes para que a Administração cumpra determinada decisão judicial. É a famosa “falta de verbas”. 3 (Cespe/2010/DPU) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração. 1 STF, ARE 639337 SP, DJe-177 DIVULG 14-09-2011 PUBLIC 15-09-2011 EMENT VOL-02587-01 PP-00125 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823945/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823945/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823945/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 D. Constitucional p/Polícia Federal (Agente e Escrivão) Profa. Nádia Carolina – Aula 02 Profa. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 70 Comentários: Os direitos sociais, como dissemos, são exemplos de direitos de segunda geração, relacionando-se com o ideal de igualdade. Questão correta. 4 (Cespe/2010/DPU) Os direitos sociais são exemplos de liberdades