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Artigo Glaucia Pereira da Silva

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FCE- FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS 
 
 
A IMPORTANCIA DA PSICOPEDAGOGIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO 
 
Glaucia Pereira da Silva 1 
 
RESUMO 
Este artigo tem como foco a importância do papel do psicopedagogo dentro do 
sistema de um ensino de qualidade, dos direitos que todos têm a essa educação, 
e a importância da mudança do sistema para diminuirmos a evasão e a 
repetência. A educação inclusiva ainda é um ponto de interrogação para os que 
trabalha na educação, pois falta alguns recursos. Este artigo apresenta por meio 
de pesquisas bibliográficas a importância da reforma para os que necessitam de 
uma educação inclusiva, e como o psicopedagogo pode ser a chave para essa 
mudança usando seu conhecimento na área de aprendizagem e das dificuldades 
das mesmas. Também mostra o papel preventivo que pode ser uma grande 
aliada para uma escola inclusiva, identificando e removendo barreias 
Porém, para um grande grupo de alunos, aqueles com dificuldades de 
aprendizado, o sistema educacional não mudou. Apresenta ainda, neste artigo 
como a psicopedagogia, área de conhecimento cujo foco é o aprendizado e suas 
dificuldades, pode ser uma grande aliada para mudar esta situação. Sua atuação 
preventiva de orientação dentro da instituição educacional, através de 
assessoria psicopedagógico, pode ajudar a construir escolas inclusivas, 
identificando e ajudando a remover as barreiras para todos. 
 
1 Professora de Gestão e negócio no Centro Paula Souza. 
Artigo apresentado como requisito parcial para aprovação do Trabalho de Conclusão do 
Curso de Especialização em Psicopedagogia Clinica. 
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Palavras-chave: Educação Inclusão. Dificuldades de aprendizado. 
Psicopedagogia. 
 
INTRODUÇÃO 
Este artigo tem como ponto principal uma reflexão sobre os direitos a educação, 
e como esse direito não está sendo cumprido, principalmente na educação 
inclusiva. O psicopedagogo pode ser a chave para esse problema, então qual a 
importância do psicopedagogo no processo da educação inclusiva? 
Com o baixo rendimento escolar no Brasil, nos últimos anos várias medidas 
foram tomadas e podemos observar algumas melhoras, porém ainda está longe 
do que podemos considerar ideal. Para realmente conseguirmos uma educação 
inclusiva de qualidade precisa 
Este artigo tem como objetivo o foco da educação inclusiva e como o 
psicopedagogo pode ser a chave principal para esse paradigma. Podemos 
destacar ainda a importância do processo, a avalição continuada proporcionando 
ao aluno a oportunidade de entender o que errou, atender as necessidades de 
levar em consideração o conhecimento prévio do aluno e oferecer condições 
para esses alunos saber decidir. 
A reforma educacional é algo a se pesar seriamente, pois só assim todos terão 
realmente uma educação com qualidade, independentemente se uma educação 
inclusiva ou não. 
 
1. A INCLUSÃO ESCOLAR E SEU PROCESSO. 
1.1 – Legislação 
 A Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 já incluía a educação 
como um direito humano universal: “Toda pessoa tem direito à instrução. ” Pode 
se verificar também na Constituição Federal Brasileira, de 1988, no artigo 205º: 
uma educação que visa“ ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para 
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” e ainda no artigo 
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208º ela garante o “atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988, art. 
208, III). 
 Em 1990 a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, no artigo 3º 
garante ”a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer 
tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo” e pede um 
compromisso efetivo por parte de todos para o tratamento dos grupos excluídos, 
como os indígenas, pobres, outras minorias e refugiados. (BRASIL, 1990, art3). 
Mas somente na Declaração Mundial de Salamanca em 1994, da qual Brasil faz 
parte, que começa a ganhar forças mundialmente, promovendo as escolas 
inclusivas onde propõem uma modificação estruturalizada da sociedade; 
reduzindo a desigualdade e oferecendo uma escola de qualidade para todos. 
Segundo FACION (2009, p.61) essa seria a reforma educacional inclusiva 
adequada. 
“paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos 
humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores 
indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade 
formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da 
produção da exclusão dentro e fora da escola.” 
(MEC-SEESP, 2008). 
 
 A LDB 9394/96 também da ênfase na educação especial no art. 58 “a 
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular 
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. Em 1999 
publica o Decreto 3.298/98 assegura o direito individual e social das pessoas 
com necessidades especiais, já em 2001 o PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca “o 
grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção 
de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana” 
(MECSEESP,2008); e com a regulamentação da PNE, o Brasil assume a 
educação inclusiva como novo olhar, recebendo fundamentos e diretrizes 
baseados no “paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos 
humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que 
avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as 
circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.” 
(MEC-SEESP, 2008). 
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 E a partir de agora a educação inclusiva torna-se obrigatoriamente parte da 
escola regular. 
 
2. A PSICOPEDAGOGIA 
A Psicopedagogia nasce com o objetivo de contribuir com o fracasso escola: 
“Nascemos fracos, precisamos de forças, nascemos 
desprovidos de tudo, temos necessidade de assistência; 
nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não 
temos ao nascer, e de que precisamos adultos, é-nos dado pela 
educação.” 
(ROUSSEAU, 1995, p.10) 
 
 Conforme GRASSI (2011) nascemos sem saber nada e somos 
condicionados a uma processo de aprendizagem complexo mas se bem 
orientado e estimulado onde, envolve relações interpessoais, aspectos físicos, 
psicológicos, cognitivos, econômicos , culturais, políticos, culturais entre outros, 
não haverá problemas nesses aspectos. Assim o psicopedagogo com seu 
conhecimento (pedagógico, psicológico, antropológico e linguístico) desvenda 
cada vez mais essa dificuldade, tornando o processo de aprendizagem possível, 
conforme afirma OLIVEIRA (2009). 
 GRASSI (2011) ainda afirma que a psicopedagogia que além de tratar 
essas dificuldades, também previne e intervém com práticas a sanar esses 
problemas, que muitas vezes estão ocultos e para isso estabelece vínculos e 
considera todos os elementos (alunos, professores, família, escola, sociedade, 
conhecimento prévio, entre outros) do processo como uma teia. 
A psicopedagogia não fica só no âmbito escolar, recentemente ela também está 
sendo inserida em clinicas, empresas e consultórios, mas sempre para o olhar 
das dificuldades de aprendizados. 
 
3. PSICOPEDAGOGIA CLINICA 
As clinicas de psicopedagia atende crianças, jovens e adultos que indicam 
dificuldades de aprendizagem em qualquer âmbito. Esse profissional muitas 
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vezes tem a parcerias de outros profissionais (fonoaudiólogos, psicomotricidade, 
psicólogos, pediatras, pedagogos), para um diagnóstico e tratamento adequado, 
desenvolvendo muitas vezes técnicas remediativas, orientando os pais e 
professores fazendo assim um trabalho completo. 
“todos os elementos envolvidos no processo de ensino-
aprendizado, numa ampla teia relacional: o sujeito, a família, a 
escola, a sociedade, o conhecimento, as dificuldades e os 
obstáculos, o contexto em que ocorrem e os seus 
condicionantes, numa visão ampla, integradora e crítica, 
buscando,
em sua práxis, uma transformação da realidade que 
transcenda o espaço clinico, escolar ou institucional. 
(GRASSI, 2011, p. 134). 
 
 O psicopedagogo clinico se difere do pedagogo institucional pois cada um 
está inserido em um meio diferente, apesar que ambos precisam conhecer e 
compreender o processo de construção do conhecimento e as dificuldades 
existentes, em qual momento precisa encaminhar a outro profissional para fazer 
trabalho multidisciplinar. Ele geralmente trabalha em consultório atendendo toda 
a demanda, seja criança, jovens ou adultos, que apresenta alguma dificuldade 
no aprendizado. 
 Muitas vezes em parceria com outros profissionais como pedagogo, 
neuropediatra, fonoaudiólogo, psicomotricidade e o profissional que for 
interessante para sanar a dificuldade, atuando em uma linha terapêutica onde 
após diagnosticado o quadro orienta todos os envolvidos e desenvolve técnicas 
remediativa, ou seja fazendo um trabalho integrado e completo. 
Podemos destacar como algumas das atribuições, onde psicopedagogo clinico 
contribui para a inclusão: 
 Interagir com todos envolvidos no processo (alunos, professores, família, 
escola, sociedade, conhecimento prévio, entre outros que faz se 
necessário) a fim de obter melhores resultados 
 Orientação educacional, ocupacional e vocacional conforme necessidade. 
 Criar condições para melhorar as relações inter e intrapessoal entre os 
indivíduos envolvido. 
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 Desenvolver ações preventivas com ênfase no processo de 
aprendizagem, onde o aluno possa elaborar, decidir e criar conceitos, 
soluções, etec... e assim participar do seu meio. 
 Tem ações preventivas precisa “adotar uma postura crítica diante do 
fracasso escolar, em uma concepção mais totalizante, visando propor 
novas alternativas de ação voltadas para a melhoria da prática 
pedagógica das escolas.” (BOSSA, 2011, p. 49) e 
 E a terapêutico “se dá na relação entre um sujeito com sua história pessoal 
e sua modalidade de aprendizagem, buscando compreender a 
mensagem do outro sujeito, implícita no não aprender. ” (BOSSA, 2011, 
p. 33) 
Alguns instrumentos avaliativos que o psicopedagogo utiliza nas clinicas: 
 Entrevista: anamnese com os pais/responsáveis, segundo WEISS (2013, 
p.61), o principal objetivo é “[...] colher dados significativos sobre a história 
de vida do paciente. ”, e só após essa análise que inicia se o tratamento. 
 Caixa lúdica: segundo CHAMAT (2008, p.51) o objetivo desse recurso é 
verificar a inter-relação estabelecida com o desconhecido. Também 
possibilita verificar os aspectos relacionado a função semiótica, por meio 
dos símbolos e os níveis dos processos acomodativo e assimilativos. E 
verifica o aspecto afetivo-emocional. 
 EOCA: conforme WEISS (2013, p.62) “estudar as manifestações cognitivas 
e afetivas da conduta do entrevistado em situação real de aprendizagem” 
 Teste projetivos: tem como objetivo a apuração e analise do sistema de 
hipótese, quando aplicado o cliente projeta para fora de si o que se recusa 
a reconhecer em si mesmo. 
 Provas operatórias: de acordo com VISCA (1995, p.11),determina o nível 
de pensamento do sujeito em uma análise quantitativa , e reconhecendo 
as diferenças funcionais qualitativas. 
 Prova pedagógicas 
 Esses instrumentos avaliativos não são exclusivos da psicopedagogia, e 
pode se observa que são usados em outras áreas. As obras de PAIN, Sara; 
VISCA, Jorge; entre outros faz uma releitura de como usar essas ferramentas 
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O profissional para estar apto a diagnosticar deve conhecer 
 Epistemologia génetica 
 Psicanalise com adultos e crianças 
 Interpretação de desenho infantil 
 Aplicação de testes projetivos 
 Psicologia social de Pichon Riviere 
 Neurociência 
 Aprendizagem cognitiva e biológica 
 Desenvolvimento infantil 
 Psicomotricidade 
 Relações Vinculares (estudo de Pichon) 
 Entre outros 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Considerando o estudo feito podemos afirmar que psicopedagogo clinico 
tem ferramentas para ajudar na educação inclusiva com qualidade, criando 
meios para que exista o direito de aprendizagem com qualidade a todos, oferecer 
condições participativa no meio em que vive, partindo do conhecimento prévio 
do aluno e entendo as condições de aprendizagem individualmente, avaliando 
as dificuldades e achando possibilidades de compreensão do mesmo. Ainda 
pode desenvolver/ proporcionar organizações no ensino com recursos a 
desenvolver as habilidade e competências e atitudes. 
 Podemos também analisar a linha do tempo da educação e verificar que os 
direitos não estão sendo gozados por todos, que o Brasil tem muito a melhor e 
o psicopedagogo é uma ferramenta/recurso importantíssima nesse processo. 
Essa reforma educacional para oferecer uma educação de qualidade a todos os 
brasileiros sem nenhuma distinção, tem que começar atingido a todos os 
envolvidos fazendo um estudo quantitativo e qualitativo para descobrir a real 
necessidade e só assim o profissional ter condições de criar situações de 
aprendizado para uma educação justa. 
 
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REFERÊNCIAS 
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