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AP1 PRÁTICA CIVIL


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AO JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS
		JUCA SOUZA SILVA, menor absolutamente incapaz, representado por sua mãe MÔNICA BERNADETE SOUZA SILVA, nacionalidade…, estado civil…, profissão..., RG n.º… e CPF n.º…, residentes e domiciliados no endereço…, pelo advogado constituído, conforme procuração anexa, que receberá as intimações no endereço…, vem respeitosamente a Vossa Excelência ajuizar a presente AÇÃO DE ALIMENTOS, COM PEDIDOS DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS, com fundamento nos artigos 1.694 e seguintes, do Código Civil e Lei nº 5.478/1968, em face de ALICE SILVA, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., RG n.º… e CPF n.º…, residente em Manaus/AM e domiciliada na Rua…, nº..., Bairro…, Manaus/AM, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
DA JUSTIÇA GRATUITA
Preliminarmente, reque a concessão do benefício da justiça gratuita, haja vista o autor e a sua representante não terem condições econômicas e/ou financeiras de arcar com as custas processuais e demais despesas aplicadas à espécie, honorários advocatícios, sem prejuízo próprio ou de sua família, pois o autor e sua representante são pobres na acepção jurídica do termo, de acordo com o artigo 1.º, §§ 2.º a 4.º, Lei 5.478/1968 e dos artigos 98 e seguintes, do Código de Processo Civil.
DOS FATOS
		O autor vive com a sua mãe, e é fruto do casamento desta com Alfredo José Silva, seu pai. Ocorre que, 20 de setembro de 2015, seus pais se divorciaram, ficando acordado o pagamento, pelo pai do autor, de pensão alimentícia ao autor no valor de R$ 800,00 (oitocentos reais), o que foi feito até a sua morte, no dia 10 de março de 2020.
		Com o falecimento do seu pai e tendo em vista a situação econômica de sua mãe, que recebe apenas um salário-mínimo por mês, o que per si é insuficiente para arcar com as necessidades do autor, tornou-se por demais insustentável a atual situação de sua mãe de arcar sozinha com a manutenção e educação, evidenciando, assim, a necessidade da fixação de alimentos em favor do autor.
		É imperioso destacar, também, que todos demais avós já faleceram, restando viva apenas a requerida, sua avó materna, que desfruta de uma confortável situação patrimonial e dispõe de renda mensal no valor de R$8.200,00 (oito mil e duzentos Reais), verificando-se, dessa forma, a possibilidade de suportar tal obrigação.
DO DIREITO
		O art. 1.694 do Código Civil reconhece ser dever dos parentes prestar alimentos, de modo a arcar com as necessidades dos demais. Outrossim, o § 1º do mesmo artigo é claro ao afirmar que os alimentos devem ser fixados em face do binômio necessidade/possibilidade, sendo este verificado à luz da proporcionalidade, in verbis:
“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.”
		Ademais, Segundo o art. 2º da Lei 5.478/68, o credor exporá suas necessidades provando apenas o parentesco/a obrigação alimentar do devedor e indicando, além dos dados, quanto o devedor ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.
		Faz-se oportuno ressaltar que as necessidades do autor foram claramente expostas. sendo que a sua genitora percebe mensalmente o valor de um salário-mínimo, bem como, também, a possibilidade econômica da ré resta claramente configurada, uma vez que esta dispõe de uma confortável situação econômica, recebendo mensalmente a importância de R$ 8.200,00 (oito mil e duzentos Reais).
		Ressalta-se, ainda, o caráter subsidiário da obrigação de prestar alimentos, restando clara, portanto, a obrigação da ré de prestar alimentos, conforme o artigo 1.696, do Diploma Civil, abaixo transcrito:
	“Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.”
DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
		Nas ações de alimentos, é cabível a fixação de alimentos provisórios, nos temos do art. 4º da Lei 5.478/68:
“Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”
		No vertente caso, em razão das dificuldades financeiras por que passa a genitora do menor, mister se faz a fixação, como tutela de urgência.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer-se: 
a) a concessão da gratuidade processual ao alimentando, já que pessoa pobre na acepção jurídica do termo, direito assegurado pelo artigo 1.º, §§ 2.º a 4.º, Lei 5.478/1968 e dos artigos 98 e seguintes, do Código de Processo Civil;
b) a intimação do membro do Ministério Público para acompanhar a presente demanda;
c) o deferimento dos alimentos provisórios no percentual de 30% (trinta por cento) dos vencimentos mensais, deduzidos os descontos obrigatórios e verbas indenizatórias;
d) a citação da ré para comparecimento em audiência de conciliação, instrução e julgamento, na qual poderá apresentar a defesa que entender cabível e ouvir até três testemunhas;
e) a procedência do presente pedido, para condenar a Ré no pagamento de alimentos ao autor no percentual de 30% (trinta por cento) dos vencimentos mensais, deduzidos os descontos obrigatórios e verbas indenizatórias;
f) produção de todas as provas em direito admitidas, em especial de prova oral com oitiva de testemunhas, depoimento pessoal da ré.
DO VALOR DA CAUSA
Dá à causa o valor de R$ 29.520,00 (vinte e nove mil quinhentos e vinte reais), nos termos do artigo 292, III, do CPC.
Termos em que pede deferimento.
Porto Alegre/RS, …. de abril de 2020
Advogado
OAB nº …