Buscar

Ação Alimentos

Prévia do material em texto

EXMº. SR. DR. JUIZ DA Xª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA ALFA.
Luísa dos Santos Bastos, brasileira, menor impúbere, nascida em 01/01/2010, neste ato representado por sua genitora Maria dos Santos, nacionalidade, viúva, profissão, CPF, residente e domiciliada em (endereço completo), endereço eletrônico, por meio de sua advogada infra-assinada (procuração em anexo), com escritório profissional no endereço, endereço eletrônico, onde deverá receber toda e qualquer intimação e notificação, sob pena de não recebimento, vem, respeitosamente, perante V. Ex.ª, com fulcro na Lei 5.478/1968 e no artigo 227 da CRFB/88, mover a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS
Em face de Alice Bastos, nacionalidade, viúva, profissão, CPF, residente e domiciliada em (endereço completo), endereço eletrônico. Pelos fatos e motivos que passa a expor.
PRELIMINARES
A autora, amparada pelo artigo 1º, §2º da Lei nº 5.478/68, vem, respeitosamente, diante de V. Ex.ª requerer a gratuidade de justiça.
Em virtude da necessidade e impossibilidade da genitora arcar com o sustento de sua filha, requer-se ao M.M. que preliminarmente defira os alimentos provisórios ao infante na quantia de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) até que se resolva a lide, sendo questão de direito firmado na Lei 5.478/68, artigo 4º. 
A autora expressa seu interesse pela audiência de conciliação, conforme artigo 319, inciso VII c/c artigo 334 do CPC.
DOS FATOS
A autora recebia mensalmente de seu pai Paulo Bastos, a quantia de R$2.000,00 (dois mil reais) até a data do falecimento do mesmo em 25/08/2015.
Contudo, após o falecimento do pai, sua genitora percebeu o quão difícil será manter as necessidades de sua filha em dia sem essa pensão. Ainda mais, por saber que Paulo não deixou nenhuma herança a sua herdeira.
Por este motivo, vem na presente ação, cobrar alimentos avoengos, pois a avó da primogênita Luisa, possui uma situação patrimonial confortável, podendo gozar de certos privilégios. Ora, poderia contribuir para a manutenção de alimentos, e dentro de sua possibilidade manter a educação e dignidade da autora.
FUNDAMENTOS
A Constituição Federal prevê no artigo 227 que é dever da família assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, saúde, educação, alimentação, lazer, entre outros benefícios, sendo protegia por tal ordenamento jurídico.
Tais direitos devem ser garantidos pela família, no qual os pais têm o dever de assistir, criar, educar os filhos menos, nos termos do artigo 229 da CRFB/88.
Em seu artigo 1.694 do Código Civil, a parte autora pode firmar seu pedido com essa fundamentação exposta, pois prevê que os parentes podem pedir alimentos de que necessitam uns aos outros para viver de modo compatível com sua condição social, inclusive para atender as necessidades de sua educação.
Além do mais, fica claro o binômio neste caso – necessidade X possibilidade – já que não ocorre o desfalque no sustento do alimentante, podendo prestar sua obrigação alimentar sem prejuízo, sendo respaldo pelo artigo 1.695 do CC.
O doutrinador Silvio de Salvo Venosa, compartilhou em sua obra Direito Civil: Direito de Família, o seguinte trecho:
 
"O dispositivo (art. 1.695 do CC/2002) coroa o princípio básico da obrigação alimentar pelo qual o montante dos alimentos deve ser fixado de acordo com as necessidades do alimentando e as possibilidades do alimentante, complementado pelo art. 1.694, § 1º, já transcrito (antigo, art. 400). Eis a regra fundamental dos chamados alimentos civis: os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada" (grifo nosso).
Após a autora esgotar tentativas para se obter sucesso no bem-estar de sua filha, decidiu responsabilizar o parente mais próximo - avó por parte de pai da menina Luisa – encarregando-a de cumprir com a obrigação alimentar avoenga, conforme artigo 1.698 do CC, descrito abaixo:
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
A jurisprudência, a seu turno, segue o mesmo raciocínio:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGOS, SUBSIDIARIEDADE. A obrigação alimentar do avós é subsidiária e complementar a dos pais, só se justificando na impossibilidade de ambos genitores arcarem com as necessidades básicas dos filhos. Conclusão n. 44 do Centro de Estudos TJ/RS. Genitores que contribuem para sustento dos menores. Apelação Cível desprovida. (Apelação Cível nº 70074032772, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall’Agnol, Julgado em 20/07/2017). (grifo nosso).
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer ao Juízo:
a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 98 e ss do CPC e artigo 1º, §2º da Lei nº 5.478/68;
b) A fixação da tutela antecipada dos alimentos provisórios, no valor de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais);
c) A citação da parte ré para comparecer a audiência de conciliação e mediação e apresentar contestação, sob pena de revelia;
d) Que os alimentos provisórios, ao final, tornem-se definitivos no valor de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais);
e) A intimação do representante do Ministério Público com atribuições perante esse Juízo para intervir no feito, na qualidade de custos legis, conforme artigo 178, II do CPC;
f) Protesta por todas as provas admitidas em Direito, especialmente a documental, testemunhal e depoimento pessoal da ré;
g) Que a ré seja condenada ao pagamento de custas e honorários sucumbenciais, nos termos da lei.
Atribui-se à causa o valor de R$18.000,00 (dezoito mil reais).
Nestes Termos,
P. Deferimento.
Alfa – Data
Nome
Advogada
OAB-UF XXXXX
Aluna: Gabriella Lima do Nascimento
Matrícula: 17102779
UNISUAM-BONSUCESSO
Civil A – Sexta-feira – Manhã.

Continue navegando