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Análise dos Antecedentes Históricos do Estado

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ANÁLISE DOS ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO ESTADO.
Estado Antigo
O estado foi criado para manter a organização, aplicando se o direito e as condições universais da ordem social. Com o decorrer dos anos o Estado vem acompanhando a evolução.
Augusto Comte formulou a lei dos três Estados, que segundo ele passa pela manifestação de pensamentos humanos e três graus teóricos: Estado Fictício ou teológico, Estado Metafísico ou abstrato e o Estado Positivo ou Cientifico.
Segundo Queiroz Lima, o Estado primitivo foi teocrático, isso se explica pelas teorias do direito divino sobrenatural. O Estado Metafísico surgiu com o deslocando para a vontade do povo a origem do poder soberano. O Estado Positivo, no qual a soberania decorre das próprias circunstâncias objetivas, da lei ou da concepção realista do Estado como força do serviço do direito.
Houve grandes contribuições dos antigos impérios orientes, como o Código de Hamurabi, da Babilônia, onde se encontram princípios da ordem social e que foram as fontes luminosas para a legislação moderna. Além disso, formaram as grandes religiões como o budismo, o cristianismo e o islamismo. 
O Estado de Israel: era considerado democrático, no sentido de que todos os indivíduos, fossem escravos, cidadãos ou estrangeiros, eram protegidos pela lei, até mesmo contra o poder público. 
O Estado de Israel foi extinto com a expulsão de Jerusalém, mas a noção israelita subsistiu nestes dois mil anos, sem Estado, conservando sua unidade étnica, histórica e religiosa. Ressurgiu em 1948, com o novo Estado de Israel, criado pela divisão da Palestina.
O Estado grego antigo apontado como fonte da democracia, nunca chegou a ser um Estado democrático, na concepção do direito público. O próprio Estado ateniense, durante a liderança de Péricles, apresentava 60% de escravos, sem direitos políticos, além de aproximadamente 20.000 estrangeiros. O Estado grego antigo foi sempre um Estado-Cidade, denominado Polis. A Polis começou a evoluir na transição da monarquia patriarcal para a república democrática direta. Em fins do século IV a. C., completou-se essa evolução, surgindo a constituição clássica da Cidade helênica. O Conselho de anciãos deixou de ser o órgão principal e torna-se subordinado à Assembléia dos Cidadãos. As magistraturas tornaram-se temporárias, escolhidos e nomeados pela Assembléia geral, com mandato de um ano. 
A Polis era uma associação política e ao mesmo tempo uma comunidade religiosa, mas não era confundido o Estado e Religião nas mesmas instituições, pois as divindades gregas não tinham caráter místico à autoridade. De certo modo, a Polisera onipotente e seu poder só eram contestados com a intervenção do povo. 
Os Estados-Cidades eram numerosas e por esse motivo foi formando as Confederações de Estados. Instituiu-se o Senado em cada Polis, Assembléias Regionais para as ligas ou confederações e Assembléia Geral de representação dos Estados gregos de caráter confederais amplo. 
Os atenienses entendiam que a verdade (filosofia) do Estado consistia na boa opinião. A república de Platão, considerada ideal, é o Estado justo, pois realiza a unidade possível e está nas mãos dos filósofos. 
Segundo Platão, incumbe aos sábios reinar, aos guerreiros proteger e as classes obreiras obedecer. O Estado é a mais alta revelação da virtude humana e o homem pode atingir sua perfeição e realizar a plena satisfação do seu destino. Aristóteles, menos imaginoso e mais realista, defende a manutenção da família e da propriedade privada. Considera o homem como um ser político e o caracteriza o Estado como uma instituição natural, necessária, decorrente da própria natureza humana. Sua finalidade inicial seria a segurança da vida social, a regulamentação da convivência entre os homens e em seguida, o bem estar coletivo.
Afirma Aristóteles que o Estado deve bastar-se a si mesmo, ou seja, deve ser auto-suficiente. Estabeleceu que o supremo poder da cidade deve caber à multidão.
 Estado Romano
Os gregos e romanos possuem um parentesco étnico. O Estado-Cidade romano era chamado de Civitas e em seu crescimento houve grande influência das colônias helênicas localizadas ao longo da Itália meridional.
Em primeira instância a monarquia (patriarcal) era exercida pelo Estado e posteriormente passou para a república.
Origem
Efetivamente, o Estado romano tinha sua origem na ampliação da família. A família era composta pelo pater, seus parentes, os escravos e os associados. O pater possuía autoridade absoluta, que no começo era chamada de manus e posteriormente majestas
 A família era conservada sobre o poder soberano do pater e das gentes (gens), colocada sob poder público. A existência dessas duas classes acabou dividindo a população romana entre: patrícios, definida pelo pater e seus descendentes, compondo a nobreza e possuindo privilégios como o direito ao culto religioso, e os clientes, que serviam a família, tinham a posse e uso das terras, mas não o domínio, este por sua vez, era do patrono (da classe dos patrícios).
Havia obrigatoriedade dos indivíduos das gens possuírem alguma espécie de ligação com a família para que assim possuíssem participação na sociedade romana. As gentes reunidas compunham a Curia, as Curias formavam a Tribu e a união destas constituía a Civitas, que possuía um senado composto pelos pater das famílias.
Posteriormente a sociedade romana foi dividida em cinco classes, foram estas agrupadas em centúrias. Abaixo da classe dos clientes e fora da comunidade romana havia a plebe, integrada por pessoas desgarradas das famílias ou até mesmo patrícios decaídos, sem família, pátria ou religião.
Roma era composta somente pelos patrícios e pelos clientes, deixando a plebe isolada. Com o decorrer do tempo, os plebeus por sua vez, passaram a se multiplicar cada vez mais e assim exercendo certa influência, como força preponderante e necessária na defesa da cidade. Dessa forma, eles conseguiram a permissão de poderem conviver entre os romanos, mas não tinham participação alguma na vida política e religiosa.
Junto à queda da realeza, houve um desmembramento das gens, libertação dos clientes e nem os patrícios evitaram a conquista dos primeiros direitos de cidadania da plebe.
O Estado distinguia o direito da moral, limitando-se à segurança pública; a propriedade privada era um direito que deveria ser garantido pelo Estado; não havia obrigatoriedade do homem em fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei; o Estado era como uma nação organizada; a vontade da população era a fonte legítima do Direito.
Magistraturas
As magistraturas eram “honores” (honrarias), ou seja, eram cargos nobres de honra. Dentre elas destacavam-se:
· Consulado – Era dividido em dois cônsules, eleitos pelas centúrias e comandavam por um ano. Estes dividiram o poder entre si, sendo que, emtempo de guerra, um ficava na cidade (cônsul togatus) e o outro assumia o comando militar (cônsul armatus).
· Pretura – Também comandada durante o período de um ano. Era composto por dois pretores, os quais tinham a função de exercer a plena jurisdição, ditavam posturas, expediam regulamentos e publicavam editais. Na área de direito público, suas decisões estavam sujeitas ao veto consular, todavia no direito privado era absoluta.
· Questura – Eram escolhidos dois questores  pelos cônsules, os quais tinham a tarefa de cobrar impostos.
· Edilidade – Os edis eram quatro (dois eleitos pela centúria e outros dois pelas tribus. Todos tinham a função de fiscalizar o mercado.
· Ditadura – Proclamada apenas em situações de perigo (interno ou externo), nomeava-se um ditador, o qual possuiria autoridade ilimitada. O Estado ficava em estado de tumultus (equivalente ao Estado de sítio) e todas as classes ficavam a disposição do Estado.
· Censura – Funcionavam em um par de pessoas, chamadas de censores que tinham o objetivo de administrar os domínios e rendas do Estado, tendo em vista saber os recursos disponíveis (o que ajudava em caso de guerra) para o Estado.
         O Estado romano também possuía a noção de: auctoritas, que representavao poder moral e a autoridade, de imperium, o poder supremo e de comandar tropas e a potestas, que era o poder maior e de poder político.
Principado
Após as ditaduras e as guerras civis, as instituições republicanas caíram e foi implantado o principado. O regime imperial espezinhou os direitos públicos das pessoas, ainda que possibilitasse um amplo desenvolvimento do jus privatum. A religião foi suprimida pela onipotência dos césares e pela vontade do soberano que se considerava a personificaçãoda divindade.A fase imperial se afastou bastante das instituições tradicionais. O imperador concentrou os poderes em suas mãos, sendo ele a única fonte do direito.
Estado Medieval
Sendo o último dos grandes impérios, o império romano decaiu em razão das invasões bárbaras, marcando assim o fim da idade antiga e começo da Idade Média (surgindo no século V e tendo seu fim no século XV). Com suas invasões, os bárbaros implantaram uma nova ordem estatal, na qual foram prevalecidos os costumes germânicos sobre as tradições romanas, exceto pelo direito romano. Eles apresentavam uma cultura política mais sadia, pois eles não tinham conhecimento do conceito de personalidade do Estado e porque essa cultura política era baseada no respeito dos princípios do direito natural, na dignidade humana, na liberdade individual, na inviolabilidade da família e no direito de livre associação.
     O Estado medieval apresentava um governo em forma de monarquia, havendo uma descentralização feudal. Havia também submissão do Estado em relação à Igreja, que possuía um poder espiritual representativo dentro da sociedade. O direito natural possuía uma espécie de supremacia, o que por muitas vezes causava uma confusão entre o direito público e privado.
Feudalismo
Após a dominação dos reis germânicos (bárbaros, francos, godos, lombardos e vândalos) sobre os vastos territórios cesaristas, eles passaram a distribuir cargos, vantagens e privilégios aos seus chefes guerreiros, e assim gerou a fragmentação do poder, com cada um dominando uma parte do território (lotes de terra chamados de feudo) e se comprometendo a defendê-lo, gerando assim o feudalismo.
  O senhor feudal era o proprietário exclusivo de suas terras e todos seus habitantes seusempregados. Ele tinha a função de chefe de Estado, decretando e arrecadando tributos, administrando a justiça, expedindo regulamentos e declarando guerra, sendo assim ele atuava como um rei dentro de seus domínios, porém sobre um conceito de direito privado. A posse das terras era vitalícia e hereditária, operando-se sobre o direito da primogenitura.
     O aumento do número de feudos, a reação das populações escravizadas, o desenvolvimento da indústria e do comércio e as pregações de novas ideias racionalistas abriram profundas brechas na estrutura feudal, contribuindo para o surgimento das nacionalidades e restauração do Estado sobre a base do direito público.
Estado Medieval e Igreja Romana
Assim como bem ensina Dalmo de Abreu Dallari (1950) a Idade Média é vista por alguns doutrinadores como a noite negra da história da Humanidade. Já outros a veem como um extraordinário período de criação, que preparou os instrumentos e abriu os caminhos para que o mundo atingisse a verdadeira noção de do Universal. No plano do Estado não há dúvida de que se trata de um dos períodos mais difíceis, tremendamente instável e heterogêneo.
No entanto, para bem compreendê-lo, ainda no ensinamento de Dallari (1950), devemos conjugar três fatores que se fizeram presentes na sociedade medieval: o cristianismo, as invasões bárbaras e o feudalismo.
o Estado Medieval e a Igreja Católica Romana tiveram estreita relação no sentido de esta trazer a ideia de unidade àquele. Em linhas gerais, a Igreja tornou-se um fator de aglutinação para o Estado Medieval. Sahid Maluf leciona que o Estado Medieval cristalizou-se em torno da Igreja Católica romana, emergindo das ruínas do antigo império.
Características do Estado Medieval
As principais características do Estado medieval são: 
a) forma monárquica de governo, onde o chefe de Estado se mantinha no poder vitaliciamente.
b) supremacia do direito natural e costumeiro, posto que não havia uma constituição nos novos Estados.
c) confusão entre direito público e privado, ocasionada com a degradação da unidade política, imbricando os direitos ao senhor feudal (o qual será explicado no próximo tópico)
d) descentralização feudal, que foi necessária para defesa de novas invasões, porém desorganizou a autoridade do Estado em alguns pontos, autoridade essa que foi exercida pelo senhor feudal (em seus feudos).
e) Submissão do Estado ao poder do clero.
Estado Moderno
O Estado Moderno foi um conjunto de práticas que reuniu questões econômicas, sociais e políticas.
Por volta do século XVI, a Europa passou por profundas transformações que modificou o modo de vida da população.
As monarquias nacionais surgem no contexto do crescimento das cidades, da intensificação do comércio e do aprimoramento das artes e da ciência.
Formação do Estado Moderno
O Estado Moderno surgiu a partir do declínio do sistema feudal que predominou em toda a Europa durante a Idade Média.
No feudalismo, o poder político, econômico e social se concentrava nas mãos dos senhores feudais. Os feudos (terras) possuíam autonomia política, contudo, alguns poderiam estar submissos a um reino maior.
Os senhores feudais dividiam o seu poder com o governo das cidades medievais autônomas. Tais cidades eram conhecidas por comunas e possuíam autonomia para controlar o comércio, recolher impostos e intervir nos processos judiciais.
A crise do sistema feudal consistiu nas revoltas camponesas e no crescimento do comércio europeu.
A partir de então, a burguesia, ainda em ascensão, começa a aspirar por ações que garantam a sua participação nas decisões políticas e que privilegiem o seu status social e econômico. Por isso, surge a demanda de um governo estável.
Outro ponto problematizado pelos burgueses era a cobrança de altos impostos e a variedade de moedas.
Na Idade Média não haviam estados nacionais centralizados. Eles se originaram junto com o período referente à Idade Moderna.
O Estado Moderno nasceu e se desenvolveu junto com o capitalismo mercantil, primeira fase do sistema capitalista, em alguns países europeus.
O seu início foi caracterizado pela centralização do poder nas mãos do rei e pela nova fase das relações comerciais de alguns países da Europa.
A forma de governar dos Estados Nacionais aprofundaram as diferenças entre o Idade Média e a Idade Moderna. Tal governo era caracterizado por:
· Burocracia administrativa: Administração pública;
· Aparelhamento das forças armadas: Necessidade de criação de um exército nacional para estabelecer a ordem e proteger de possíveis ataques inimigos;
· Aparelhamento da estrutura jurídica: Criação de leis;
· Organização da cobrança de impostos: Tributos cobrados pelo rei.
Países como a França, Inglaterra, Portugal e Espanha viram seu estados modernos surgirem a partir da segunda metade do século XV.
Fases do Estado Moderno
O Estado Moderno é marcado por quatro fases:
Estado Moderno: Surgiu com desenvolvimento do capitalismo mercantil e defendia a soberania do Estado;
Estado Liberal: Valorizava a autonomia e o direito individual. O Estado não intervém na economia, por isso, é diretamente ligado os interesses da burguesia. Foi desenvolvido durante o Iluminismo (séc. XVII e XVIII);
Crise no Estado Liberal;
Estado Democrático Liberal: Os direitos e as liberdades individuais são reconhecidas e protegidas. O poder político é restringido pelo estado de direito e o processo de eleição é livre e justo, com um processo político competitivo.
Características do Estado Moderno
Algumas características referentes ao Estado Moderno, são:
· Centralização do poder
· Soberania do rei
· Administração unificada
· Exército único
Estado Contemporâneo
Os pilares do Estado Social de Direito datam do período entre os anos vinte e trinta, caracterizados por uma turbulência totalitária da Europa, quando há uma avalanchede transformações com o deslocamento da primazia do setor primário de produção, ou seja, a agricultura para o setor industriário; da família patriarcal, tradicional e eminentemente conservadora para a família nuclear, onde impera o individualismo e a escassez de padrões previamente estabelecidos, etc.
Genericamente, o Estado Social significa a adaptação do Estado tradicional (Liberal Burguês) às condições econômicas e sociais da civilização industrial e pós industrial, período este caracterizado pelas grandes possibilidades técnicas, econômicas e sociais, mas também pelos seus novos e complexos problemas.
Em relação ao Estado Democrático de Direito, a sobrevivência do mesmo depende, além das adequações acima citadas, do acréscimo aos seus objetivos, da regulamentação permanente do sistema social, ou seja, da constante adaptação das normas às mudanças sociais visando a primazia do coletivo (promoção pelo estado do bem estar social).
Estado e sociedade podem ser entendidos como dois sistemas fortemente inter-relacionados entre si através de relações complexas, fazendo parte de um macro-sistema que embora não limite a respectiva autonomia, os submete a fins específicos, sendo que ambos operam para a coexistência pacífica e sobrevivência de ambas as instituições.
No estado contemporâneo, o estado participa com um capital privado em empresas mistas e promove a estatização das empresas. É também característica precípua do estado contemporâneo a primazia da função social da propriedade. A propriedade perde gradualmente o seu significado de direito adquirido e passa a se destinar ao bem estar social. 
O direito social decorrente da adaptação do Estado Democrático de Direito em um Estado Social implica a limitação jurídica de determinados direitos individuais. O estado social desencadeia um processo de integração de vários grupos nacionais.
Surgimento do Estado- Teorias
Teoria Familiar: é a mais antiga, apoia-se na derivação da humanidade de um casal originário. Portanto, é de fundo religioso.Compreende duas correntes principais: a) Teoria Patriarcal; e, b) Teoria Matriarcal.
Teoria Patriarcal: o Estado deriva de um núcleo familiar, cuja autoridade suprema pertenceria ao ascendente varão mais velho (patriarca). O Estado seriam, assim, uma ampliação da família patriarcal. Grécia e Roma tiveram essa origem, segundo a tradição. 
Os pregoeiros da teoria patriarcal encontram na organização do Estado os elementos básicos da família antiga: unidade do poder, direito de primogenitura, inalienabilidade do domínio territorial, etc. Seus argumentos, porém, se ajustam às monarquias, especialmente às antigas monarquias centralizadas, nas quais o monarca representava, efetivamente, a autoridade do pater familias.
Entretanto, se esta teoria explica de maneira aceitável a gênese da sociedade, certo é que não encontra a mesma aceitação quando procura explicar a origem do Estado como organização política. O estado se forma pela reunião de várias famílias, onde os primitivos Estados gregos foram grupos de clans. Estes grupos formavam as gens; um grupo de gens formava a frataria; um grupo de fratias formava a tribu; e esta se constituía em Estado-Cidade (polis). O Estado-Cidade evoluiu para o Estado nacional ou plurinacional.
Teoria Matriarcal: Dentre as diversas correntes teóricas da origem familiar do estado e em oposição formal ao patriarcalismo, destaca-se a teoria matriarcal ou matriarcalística.Bachofen foi o principal defensor desta teoria, seguido por Morgan, Grose, Kholer e Durkheim.
A primeira organização familiar teria sido baseada na autoridade da mãe. De uma primitiva convivência em estado de completa promiscuidade, teria surgida a família matrilínea, naturalmente, por razões de natureza filosófica – matersemper certa. Assim, como era geralmente incerta a paternidade, teria sido a mãe a dirigente e autoridade suprema das primitivas famílias, de maneira que, o clanmatronímico, sendo que a mais antiga forma de organização familiar, seria o “fundamento” da sociedade civil.
O matriarcado, que não deve ser confundido com a “ginecocracia” ou hegemonia política da mulher, precedeu realmente o patriarcado, na evolução social. Entretanto, é a família patriarcal a que exerceu crescente influência, em todas as fases da evolução histórica dos povos.
Teoria da Origem Patrimonial: A afirmação de que o direito de propriedade é um direito natural, anterior ao Estado.
O Estado feudal, da Idade Média, ajustava-se perfeitamente a esta concepção: era uma organização essencialmente de ordem patrimonial. Entretanto, como instituição anômala, não pode fornecer elementos seguros à determinação das leis sociológicas.
Haller, que foi o principal corifeu da teoria patrimonial, afirmava que a posse da terra gerou o poder público e deu origem à organização estatal.
Modernamente esta teoria foi acolhida pelo socialismo, doutrina política que considera o fator econômico como determinante dos fenômenos sociais.
Teoria da Força: Também chamada “da origem violenta do Estado”, afirma que a organização política resultou do poder de dominação dos mais fortes sobre os mais fracos. Dizia Bodim que “o que dá origem ao Estado é a violência dos mais fortes”.
Thomas Hobbes discípulo de Bacon, foi o principal sistematizador desta doutrina, no começo dos tempos modernos. Afirma este autor que os homens, no estado de natureza, eram inimigos uns dos outros e viviam em guerra permanente. E como toda guerra termina com a vitória dos mais fortes, o Estado surgiu como resultado dessa vitória, sendo uma organização do grupo dominante para manter o domínio sobre os vencidos.
Note-se que Hobbes distinguiu duas categorias de Estados: real e racional. O Estado que se forma por imposição da força é o Estado real, enquanto que o Estado racional provém da razão, segundo a fórmula contratualista.
O Estado não poderia ser a força bruta, por si só, sem outra finalidade que não fosse a dominação, mas sim, a força que promove a unidade, estabelece o direito e realiza a justiça. Para Aristóteles o Estado é encarado como uma instituição natural, necessária, decorrente da própria natureza humana. É resultante dos movimentos naturais de coordenação e harmonia. Sua finalidade primeira seria a segurança da vida social, a regulamentação da convivência entre os homens, e em seguida, a promoção do bem estar coletivo. O Estado deve bastar-se a si mesmo, isto é, deve ser autossuficiente. 
Justificativa do Estado
O poder do governo sempre precisou de crenças ou doutrinas que o justificassem, tanto para legitimar o comando quanto para legitimar a obediência.
A princípio, o poder do governo em nome e sob a influência dos Deuses, contanto assim, com uma justificação natural, aceitável pela simples crença religiosa. Mas, havia necessidade de uma firma justificação doutrinária do poder que foi se tornando cada vez mais imperiosa, até apresentar-se como problema crucial da ciência política.
Elementos formadores do Estado
O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis:
Povo: é o seu componente humano, demográfico;
Território: a sua base física, geográfica;
Governo soberano: o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo.
Teorias da origem do Estado
a) Teoria do Direito Divino: O estado, segundo esta perspectiva teria sua origem fundado em deus, que concedia o controle do governo político do estado à quem lhe aprouvesse.
b) Teoria da Força: O Estado surge da imposição de poder de uns sobre outros, através da força, exercendo o controle sobre a maioria.
c) Teoria do Contrato Social: É defendido a passagem do Estado de Natureza para o Estado Democrático, através de um hipotético contrato social.
d) Teoria Evolucionária:  Alega que através do controle do poder exercido pelo mais forte, houve a evolução dos clãs, famílias e outros grupos, até naturalmente auferir-se o Estado.
Nascimento e Extinção de um Estado 
São três os modos pelos quais podem ocorrer o nascimento do Estado:
a) Modos Originários:A formação do estado é completamente nova, nascendo de forma a não derivar de Estado já existente; (Ex. França, Brasil).
b) Modos Secundários: Há a junção ou fragmentação dos Estados dando origema um novo; (Ex. EUA, URSS).
c) Modos Derivados: Origina-se de Estado anteriormente existente, sob suas influencias; (Ex. Israel).
Já a extinção do Estado pode ocorrer em diversas hipóteses, conforme segue:
a) Causa Natural: Caso em que há perca dos elementos constitutivos essenciais à manutenção do Estado, por motivos internos. Em geral, a perda concerne a elementos morfológicos.
b) Conquista: Ocorre ao ser invadido por forças inimigas capazes de fraccionar o estado, desencadeando sua derrocada.
c) Emigração: Se toda população emigrar, não há mais Estado, portanto ocorre a extinção do Estado.
d) Expulsão: A expulsão ocorre em caso de guerra, quando o exército do Estado vencedor impõe a emigração compulsória para o exército vencido, caracterizando o fim do antigo Estado não mais soberano, sequer existente.
e) Recusa dos direitos de soberania: Caracterizado pela atitude em que o Estado renuncia os seus direitos de autodeterminação e sua soberania, desfazendo-se das qualidades inerentes ao Estado e, portanto, deixando de existir.

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