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19/06/2017 1 Unidade III Propriedades da Madeira para Energia Prof. Adriano Reis Prazeres Mascarenhas Energia de Biomassa Florestal Fundação Universidade Federal de Rondônia Bacharelado em Engenharia Florestal Composição química da biomassa Composição química elementar • Constitui a base para a análise dos processos de combustão. • Cálculo do volume de ar necessário para a combustão, quantidade e tipos de gases gerados e da sua entalpia. • Determinar o poder calorífico do combustível. 19/06/2017 2 Principais determinações – Percentual em massa dos principais elementos que constituem a biomassa, referido a matéria seca. – Teores de hidrogênio (C). – Teores de hidrogênio (H). – Teores de enxofre (S). – Teores de oxigênio (O). – Teores de nitrogênio (N). – Umidade. – Teor de cinzas. A composição química elementar constitui a base dos cálculos de combustão. Elementos químicos na biomassa responsáveis pela liberação de energia. Elementos químicos não combustíveis. CinzasUmidade Oxigênio e Nitrogênio CH S Principais determinações • Celulose: monômeros de glucose – Análise elementar da molécula de β-D-glucose PCS= -8419,7 + 479,3*(%C) + 667,6*(%H) + 58,8*(%O) – 1207,7*(%S) PCS= kJ/kg 1 kcal= 4,18 kJ Composição química elementar Preparo geral – Picagem do material – cavacos. – Amostragem e determinação do peso verde (PV). – Armazenagem em câmara climatizada, com temperatura de 22oC e umidade relativa de 65% por, no mínimo, 15 dias. – Umidade da madeira em torno de 12% Preparo do material para análise química elementar 19/06/2017 3 Preparo para análises químicas – Moagem; – Peneiramento – material entre peneiras de 40 e 60 mesh (abertura de 0,42 e 0,25 mm). Preparo do material para análise química elementar Preparo do material para análise química elementar Analisador elementar – cromatógrafo Métodos de análise química elementar Cromatografia – Combustão completa de uma amostra de massa conhecida de material orgânico, que contenha principalmente C, H, N, S e O. – Análise dos gases resultantes do processo de combustão > CO2, H2O, NOx e SO2. Métodos de análise química elementar Cromatografia 19/06/2017 4 – O conhecimento do peso inicial da amostra e a análise qualitativa e quantitativa dos gases produzidos. – Dessa forma é possível determinar a composição percentual em massa dos elementos analisados. Métodos de análise química elementar Cromatografia Normas ASTM D-3176 [76] e ASTM E 777, E 775 e E 778. • Análises elementares (C, H, N, S e Cl) • A fração de oxigênio = determinada por diferença. • Após análise elementar = resíduo também é considerado. Métodos de análise química elementar Normas ASTM D-3176 [76] e ASTM E 777, E 775 e E 778. • Porém, raramente a porção deste resíduo se iguala à concentração de cinzas determinada pela análise imediata. • Devido a pequenos erros de diferença de técnicas. Métodos de análise química elementar Espectrofotômetro – Seleciona-se o comprimento de onda da radiação adequado à análise de um determinado componente. – Se estabelece a faixa do branco e, com base nesta e nas faixas padrão, define o comprimento de onda da análise. Métodos de análise química elementar 19/06/2017 5 Métodos de análise química elementar Espectrofotômetro Espectrofotômetro – Determina-se a concentração de uma espécie em solução a partir do gráfico da variação de absorbância (ou transmitância) em função da concentração de várias soluções-padrão. Métodos de análise química elementar Métodos de análise química elementar Espectrofotômetro Métodos de análise química elementar Espectrofotômetro 19/06/2017 6 Métodos de análise química elementar Espectrofotômetro Composição química elementar da madeira de diversas espécies, de coníferas e folhosas Elemento Coníferas (%) Folhosas (%) Média (%) Carbono (C) 50-54 49-50 49-50 Hidrogênio (H) 5,8-6,3 5,8-6,2 6 Oxigênio (O) 40-44,4 41-44 43-44 Nitrogênio (N) 0,2-0,5 0,2-0,5 0,3% Fonte: Silva et al. (2012) Composição química elementar Composição química elementar da biomassa Composição elementar (%), em base seca Biomassa C H O N S Cinzas Pinus 49.25 5,99 44,36 0,06 0,03 0,3 Eucalipto 49,00 5,87 43,97 0,03 0,01 0,72 Casca de arroz 40,96 4,30 35,86 0,40 0,02 18,34 Bagaço de cana 44,80 5,35 39,55 0,38 0,01 9,79 Casca de côco 48,23 5,23 33,19 2,98 0,12 10,25 Sabugo de milho 46,58 5,87 45,46 0,47 0,01 1,40 Ramas de algodão 47,05 5,35 40,77 0,65 0,21 5,89 Fonte: Jenkis (1990). Composição química elementar Composição química elementar da lignina Espécie de madeira Carbono (C) (%) Hidrogênio (H) (%) Oxigênio (O) (%) Coníferas 63-67 5-6 27-32 Folhosas 59-60 6-8 33-34 Fonte: Silva et al. (2012) Composição química elementar 19/06/2017 7 • Quanto maior a concentração de O na composição do material em relação à concentração de C, menor é a liberação de energia; • Maior liberação de energia Hidrocarbonetos; • Lignina possui maior concentração de C que os polissacarídeos. • Logo libera maior quantidade de energia. Composição química elementar Água de capilaridade (água livre) Localizada nos vasos, canais e lúmem das células. Teoricamente este tipo de água pode ser facilmente retirada. A água passa de uma célula para outra até atingir a superfície externa da madeira. Teor de Umidade Água de adesão ou higroscópica – Localizada no interior das paredes celulares. – Este tipo de água mantém-se unida às microfibrilas das paredes das células em estado de vapor. – A retirada deste tipo de água é mais difícil e o processo geralmente é mais lento sendo necessário a utilização de energia neste processo. Teor de Umidade Água de constituição – Se encontra quimicamente combinada com as substâncias da parede celular, ou seja, é a água que faz parte da “substância química da madeira”. – A água de constituição não é realmente água até que o material celulósico seja aquecido em condições drásticas, onde degradações térmicas ocorram, resultando na quebra de grupos hidroxílicos para formar água. Teor de Umidade 19/06/2017 8 Água livre e higroscópica Teor de Umidade – Cadeias de do polímero de celulose se unem lateralmente através de pontes de H entre as oxidrilas (OH) Teor de Umidade MICROFIBRILA DE CELULOSE Teor de Umidade O teor de água medido representa a água que reside no combustível e que varia conforme a umidade relativa do ar (condição de equilíbrio). Água de composição química do combustível (que faz parte das moléculas dos seus constituintes) e água adquirida pela exposição a umidade não são incluídas nesta umidade. Teor de Umidade 19/06/2017 9 Movimento da água capilar Quando a madeira verde começa a secar, a evaporação da água à superfície da madeira cria forças de capilaridade que puxam a água livre das zonas mais internas, fazendo fluir a água para a superfície da madeira. Teor de Umidade Teor de Umidade Movimento da água de impregnação A secagem da madeira abaixo do PSF é considerada como um processo de pura difusão. As moléculas de água movem-se através da parede celular por um gradiente de umidade, através da cavidade celular por um gradiente de pressão de vapor, e novamente através da parede celular mais seca por um gradiente de umidade, e assim sucessivamente, até atingir a superfície da madeira. Teor de Umidade Teor de Umidade 19/06/2017 10 Teor de Umidade base seca (TUbs) Pode ser > 100%. Teor de Umidade base úmida (TUbu) Varia de 0 a 100%. Teor de Umidade Teor de Umidade Base Seca (TUbs) Teor de Umidade Base Seca é a razão entre massa da água e o peso da matéria seca; Geralmente é dado empercentual (Peso da água / peso da madeira seca). Teor de Umidade Desconsidera-se o teor de umidade presente na composição do combustível (em massa ou volume). Análise elementar: %C + %H + %O + %N + %S + %cinzas = 100% Análise imediata: %carbono fixo + %cinzas +%voláteis = 100% Teor de Umidade �� �� � ����� �� ×��� Teor de Umidade Base Seca Onde: TUbs = teor de umidade base seca (%); Ma = massa atual ou corrente (g); Ms = massa seca (g). Variações da fórmula MU = MS (1+TUBS) MS = MU/(1+TUBS) Variações da fórmula MU = MS (1+TUBS) MS = MU/(1+TUBS) Escala: Podem ser > 100% Escala: Podem ser > 100% Onde: TUbs = teor de umidade base seca (Decimal); Mu = massa úmida (g); Ms = massa seca (g). Teor de Umidade 19/06/2017 11 Teor de Umidade Base Úmida (TUbu) É a razão entre a massa da água presente na peça e o peso total da peça. Teor de Umidade Teor de Umidade Base Úmida �� �� � ����� �� ×��� Variações da fórmula MS = Ma (1+TUBU) Ma =MS /(1+TUBU) Variações da fórmula MS = Ma (1+TUBU) Ma =MS /(1+TUBU) Escala: 0 a 100% Escala: 0 a 100% Onde: TUbu = teor de umidade base úmida (Decimal); Ma = massa atual ou corrente (g); Ms = massa seca (g). Onde: TUbu = teor de umidade base úmida (%); Ma = massa atual ou corrente (g); Ms = massa seca (g). Teor de Umidade Base úmida – Inclui o teor de umidade presente na composição do combustível (em massa ou volume). – Análise elementar: %C+%H+%O+%N+%S+%cinzas+%umidade = 100% – Análise imediata: %carbono fixo + %cinzas +%voláteis + %umidade = 100% Teor de Umidade – Para a análise do teor de umidade da biomassa, o ideal é utilizar a equação na base úmida, pois expressa a quantidade de água no peso total da amostra que será utilizada para a geração de energia. Teor de Umidade 19/06/2017 12 – No caso da base seca, o interesse está em definir o valor total de massa, logo desconsida-se o peso da água. – Já na base úmida se considera o peso da água, pois não tem como excluí-lo no precesso de queima da biomassa. – Relação inversamente proporcional com o poder calorífico líquido. Teor de Umidade y= teor de umidade na base úmida (%); x= teor de umidade na base seca (%). Fonte: Brand, (2010) Base seca x Base úmida Umidade da madeira recém cortada – Varia de 35% até 200% (na base seca). – A madeira verde tem acima de 40% de umidade, sendo que quando estocada a sua umidade se reduz para 20% ou menos (na base verde). – Madeiras de espécies do gênero pinus, podem apresentar de 450 a 700 Kg de água por metro cúbico de madeira, isto é, 50 a 60% do peso inicial da madeira mais água (Base verde). • A madeira antes de ser carbonizada precisa sofrer secagem. • O processo de secagem consome muita energia, que é fornecida por parte da queima da lenha dentro do forno, ou da câmara de combustão externa, a depender do modelo do forno. • Quanto mais úmida a madeira maior será a energia necessária para secá-la. Teor de Umidade 19/06/2017 13 Metodologia de determinação do teor de umidade Norma NBR 14660. a)Secar um becker por 1h a 103±2oC, deixar esfriar no dessecador e pesar – Pbecker (g); b)Pesar uma amostra (2/3 do becker) no becker e secar em estufa por 48h a 103±2oC – Pverde (g); c) Deixar esfriar no dessecador e pesar – Pseco+becker (g); d) Determinação do peso seco da amostra (g): Pseco= Pseco+becker – Pbecker 3 repetições Metodologia de determinação do teor de umidade Problemas da umidade na biomassa – Redução do poder calorífico líquido; – Maior emissão de particulados junto aos gases produzidos na queima; – Danos nas caldeiras, associados à corrosão das paredes, devido à emissão de particulados; – Aumento do consumo de combustível; – Maior custo de transporte. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE (TU) DE DIFERENTES MATERIAIS PROCESSADOS NAS FLORESTAS, INDÚSTRIA E EMPRESA TERCEIRIZADA TU (%) Local Material/Mês Julho Agosto Setembro Outubro Fazenda São Pedro II Cavaco sujo 50 Aa 46 Ab - - Fazenda Boa Vista II Cavaco sujo 41 Ab - 26 Bb 30 Bc Fazenda CerroAzul Cavaco sujo - 39 Ac - 37 Ab Indústria Serragem - 48 Ab 49 Aa 47 Aa Indústria Cavaco limpo - 44 Ab 47 Aa 38 Bb Empresa terceirizada Cavaco limpo - 64 Aa 48 Ba 48 Ba Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem significativamente pelo teste de médias de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade de erro. Fonte: Ferreira (2010). 19/06/2017 14 Teor de Cinzas • É determinada pela combustão completa do combustível e engloba todos os constituintes minerais do combustível. • Estes constituintes aparecem praticamente só nos combustíveis sólidos. Teor de Cinzas Natural • Ca, K, Mg, Na, P, Mn, Fe, Al, Cu, Zn. • Varia entre espécies, idade, posição na árvore, entre tipos de biomassa. De contaminação: areia, terra, pedras. • Oriundos do processos de colheita, transporte, • depósito do material. Teor de Cinzas Após a queima, restam: • Óxido de alumínio (Al2O3). • Óxido férrico (Fe2O3). • Óxido de silício (SiO2). • Oxalatos de Ca e Mg. Determinação do Teor de Cinzas Norma NBR 13999, indica os seguintes procedimentos: a) Secar cadinho por 1 hora e em seguida proceder a pesagem (Massa(cadinho)). 19/06/2017 15 Determinação do Teor de Cinzas Norma NBR 13999, indica os seguintes procedimentos: b) Amostra de 1g do material, absolutamente seco (0% umidade). Determinação do Teor de Cinzas Norma NBR 13999, indica os seguintes procedimentos: c) Cadinho + amostra ―> mufla a 525 °C, por 3h. Determinação do Teor de Cinzas Norma NBR 13999, indica os seguintes procedimentos: d) Massa(cadinho + amostra) (resfriado em dessecador). Determinação do Teor de Cinzas Norma NBR 13999, indica os seguintes procedimentos: e) Massa(cinzas) = Massa(cadinho + amostra) - Massa(cadinho) (g) 19/06/2017 16 Determinação do Teor de Cinzas Norma NBR 13999, indica os seguintes procedimentos: A = Massa(������) Massa(������� �������) × 100 Realizar em triplicata. Determinação do Teor de Cinzas Teor de cinzas para diferentes configurações de biomassa em diferentes idades para Pinus sp. Brand (2010) e Ferreira (2012) Determinação do Teor de Cinzas Brand (2010) Espécie TC (%) Eucalyptus saligna (4 anos) 0,41 Eucalyptus microcorys (4 anos) 0,41 Eucalyptus tereticornis (4 anos) 0,52 Eucalyptus cloesiana (4 anos) 0,53 Eucalyptus dunnii com casca 0,85 Eucalyptus dunnii sem casca 0,40 Casca de Pinus taeda 1,36 Casca de Eucalyptus dunnii 3,00 Pinus taeda com casca 0,42 Pinus taeda sem casca 0,36 Bagaço de cana-de-açúcar 9,79 Casca de arroz 18,34 Capim-elefante 2,6 a 11 Casca de coco 10,25 Sabugo de milho 1,40 Ramas de algodão 5,89 Determinação do Teor de Cinzas Brand (2010) Resíduo de biomassa florestal Média Mínimo Máximo Casca de Pinus de serraria (set/05 a jun/09) 15,17 0,38 39,91 MIX (nov/05 a jun/09) 5,31 0,58 26,41 Cavaco verde de pinus de serraria e laminadora (out/05 a jun/09) 1,87 0,18 1,87 Serragem de passivo ambiental (dez/05 a fev/09) 0,81 0,25 4,83 Serragem de pinus de serraria (nov/05 a jun/09) 1,13 0,16 11,05 Cavaco seco de pinus de serraria e laminadora (mai/06 a nov/07) 0,57 0,37 0,90 Cavaco de pinus de operações florestais (jun/07 a ago/07) 3,33 0,72 15,27 19/06/2017 17 Determinação do Teor de Cinzas O teor e ponto de fusão das cinzas constituem fatores importantes na escolha do tipo de fornalha. As cinzas de baixo ponto de fusão podem causar problemas na operação de uma fornalha. Transição vítrea Determinação do Teor de Cinzas Danos causados • Redução do poder calorífico superior e líquido da biomassa: Depositam-senas paredes de tijolos refratários, tubos das paredes de água, tubos dos superaquecedores, alterando as características de troca térmica. • Os materiais minerais não participam do processo de combustão, mas são contabilizados na massa do combustível submetido a queima. Determinação do Teor de Cinzas Danos causados • Mecânicos: Incrustações na câmara de combustão. Entopem a passagens de grelhas. Obstruem a entrada de ar de combustão. • Ambientais: Emissão de particulados na atmosfera. Áreas de depósito. Determinação do Teor de Cinzas 19/06/2017 18 Determinação do Teor de Cinzas Determinação do Teor de Cinzas Principais determinações Refere-se ao conteúdo percentual, baseado na massa do combustível. 19/06/2017 19 Análise química imediata • Processo simples e rápido (mais utilizado que a análise elementar). Voláteis: extrativos e polissacarídeos (celulose e hemicelulose). Carbono fixo: lignina. Cinzas: compostos inorgânicos (sulfatos, fosfatos, oxalatos, carbonatos, silicatos) – análise específica, que será abordada em seguida com as demais análises. Análise química imediata Parâmetros relacionados diretamente com a utilização do combustível. – Ligados ao dimensionamento da fornalha e das quantidades necessárias de ar primário e secundário em função da percentagem de voláteis presentes no combustível. – Teor de voláteis = importante durante a ignição e nas etapas iniciais da combustão de combustíveis sólidos. Análise química imediata Conteúdo de Voláteis – Expressa a facilidade de se queimar um material e é determinado como a fração em massa do combustível. – Que volatiliza durante o aquecimento de uma amostra padronizada, em atmosfera inerte. – Temperaturas de aproximadamente 850 ºC, por 7 minutos. Análise química imediata Conteúdo de Voláteis – É a parte do combustível que se separa na forma de gases quando o combustível é submetido a um teste padrão de aquecimento. – Gases combustíveis (metano, monóxido de carbono, hidrogênio) e de gases não combustíveis. – Em temperatura ambiente = alcatrão e ácido pirolenhoso. 19/06/2017 20 Análise química imediata Análise química imediata Carbono Fixo – É o resíduo combustível deixado após a liberação da matéria volátil. – Desconta-se também umidade e teor de cinzas. Consiste principalmente de carbono, embora contenha ainda alguns elementos voláteis não liberados (O2, H2, N2, S) Análise química imediata Voláteis x Carbono Fixo – O teor de materiais voláteis e carbono fixo são inversamente proporcionais. – Com exceção do carvão (vegetal e mineral), todos os combustíveis (inclusive a madeira) sofrem volatilização da maior parte de seus componentes químicos antes de se queimarem. Análise química imediata Voláteis x Carbono Fixo – Após a volatilização, tais constituintes, na forma gasosa, misturam-se com o oxigênio do ar ocorrendo as reações da combustão. 19/06/2017 21 Análise química imediata Pelo índice percentual de material volátil, pode-se estimar o grau de combustão de um combustível. Qual a relação entre voláteis e o poder de queima da biomassa Análise química imediata Carbono Fixo Voláteis Tempo de queima Análise química imediata Voláteis x Carbono Fixo A madeira apresenta: – Índice de materiais voláteis em torno de 75 a 85%. – Índice de carbono fixo entre 15 a 25%. 19/06/2017 22 Análise química imediata Tipo de biomassa Composição imediata média (%) PCS (kcal/kg) Materiais voláteis (V) Cinzas (A) Carbono fixo (F) Madeira de coníferas (Gimnospermas) 82,54 0,29 17,70 4700 Madeira de folhosas (Angiospermas) 81,42 0,79 17,82 4600 Casca de arroz 65,47 17,89 16,67 3850 Bagaço de cana 73,78 11,89 14,95 4100 Casca de coco 67,95 8,25 23,80 4500 Sabugos de milho 80,10 1,36 18,54 4500 Ramas de algodão 73,29 5,51 21,20 4370 Cama de aviário 62,73 23,40 13,87 3550 Capim-elefante 76,69 5,6 17,70 3600 Casca de arroz 67,80 18,6 13,60 3700 Brand (2010) Análise química imediata Análise química imediata, poder calorífico e massa específica básica de diferentes biomassas, na base seca. Material Cinzas Voláteis PCS (MJ kg-1) Massa específica (kg m-3) Bagaçoo de cana 2,90 84,20 16,29 111,00 Fibra de coco 0,90 82,80 14,67 151,00 Casca de coco 0,70 80,20 20,50 661,00 Sabugo de milho 2,80 85,40 15,65 188,00 Pé de milho 6,80 80,10 16,54 129,00 Residuos de algodão 5,40 88,00 17,48 109,00 Casca de amendoim 5,90 83,00 18,65 299,00 Cascade paniço 18,10 80,70 17,48 201,00 Casca de arroz 23,50 81,60 15,29 617,00 Palha de arroz 19,80 80,20 16,78 259,00 Madeira (subabul) 0,90 85,60 19,78 259,00 Pallia de trigo 11,20 83,90 17,99 222,00 Análise química imediata Análise química imediata, de diferentes biomassas. Análise termogravimétrica (TGA) – Processo contínuo que envolve a medida da variação de massa de uma amostra em função da temperatura, ou do tempo a uma temperatura constante. Métodos de determinação na análise química imediata 19/06/2017 23 – A amostra pode ser aquecida ou resfriada, a uma taxa de velocidade selecionada ou ser mantida à temperatura constante. – Representada na forma gráfica ―>curva de decomposição térmica de um material. – Informações sobre o material e seus constituintes. Métodos de determinação na análise química imediata Métodos de determinação na análise química imediata Métodos de determinação na análise química imediata Analisador termogravimétrico Métodos de determinação na análise química imediata 19/06/2017 24 Voláteis: Norma NBR 8112 (Carvão Vegetal – Análise Imediata) a) Cadinho seco por 1h – peso seco; b)1 g de amostra seca (0% umidade); c) Amostra + cadinho, tampado (mufla a 850 °C por 7 min). d) Material restante após carbonização: C fixo e cinzas; e) Voláteis= A + B - C Métodos de determinação na análise química imediata Amostra absolutamente seca %AS = PV/PS*100 %AS= Amostra absolutamente seca (%); PV= Peso verde da amostra (g); PS= Peso seco da amostra (g), a 103±2 °C por 48h. Ex= Para obter 1g de massa AS. PV=1g PS= 0,873g %AS= 0,873/1*100= 87,3% – Logo, necessitamos de 1? Métodos de determinação na análise química imediata Voláteis: Norma NBR 8112 (Carvão Vegetal – Análise Imediata) Carbono fixo: NBR 8112 (Carvão Vegetal – Análise Imediata) – Cálculo por diferença com o teor de voláteis e teor de cinzas (base seca). Métodos de determinação na análise química imediata Voláteis: Norma NBR 8112 (Carvão Vegetal – Análise Imediata) – Polissacarídeos se degradam termicamente, com a geração de voláteis (quebra das moléculas grandes em moléculas menores). – As ligação OH dos polissacarídeos são mais fáceis de quebrar do que a ligação que une as unidades de lignina. – A lignina tem uma resistência muito alta para a degradação térmica. Métodos de determinação na análise química imediata 19/06/2017 25 É a quantidade de calor total (energia térmica) que é liberada durante a combustão completa de uma unidade de massa ou de volume de combustível. – Unidades: kcal/kg; kJ/kg ou kcal/m³; kJ/m³. • 1 kcal= 4,1868 kJ • 1kJ= 0,2388 kcal Poder calorífico DIN 51900 para poder calorífico. • Valor teórico – máximo. • Determinado em recipiente hermeticamente fechado. • Deposição de amostra com 0% de umidade. Poder calorífico superior Calorímetro determinação do poder calorífico de combustíveis • Preenchimento com água externamente ao recipiente. • Descarga de oxigênio – 99% de pureza. • Descarga elétrica – ignição. Poder calorífico superior 19/06/2017 26 • Durante o processo – medições contínuas da temperatura da água que envolve a bomba calorimétrica. • A variação da temperaturada água é utilizada para o cálculo da energia liberada pelo combustível, resultando no poder calorífico superior. Poder calorífico superior Representação de uma bomba calorimétrica Poder calorífico inferior • Formação de H2O pelo H de constituição do combustível (reação endotérmica). • Perda energética – PCI. O PCI somente tem efeito prático para combustíveis que não possuem água livre em sua constituição. ��� = ��� ��� × � × � ��� ��� = ��� ��� Em que: PCI= Poder calorífico inferior (kcal/kg). PCS= Poder calorífico superior (kcal/kg). H = H de constituição (%). • Umidade presente nos combustíveis. Maior gasto energético H de constituição H2O no combustível Em que: PCL= Poder calorífico líquido (kcal/kg). PCI= Poder calorífico inferior (kcal/kg). TU= Teor de umidade, na base verde (%). TC= Teor de cinzas (%). Poder calorífico líquido ��� = ��� × ��� �� ��� � × �� ��� = ��� × ��� �� ��� × ��� �� ��� � × �� 19/06/2017 27 Fatores que influenciam o poder calorífico • Composição química e tipo da biomassa. • Teor de umidade. • Teor de cinzas. Composição química e tipo de biomassa e o poder calorífico Constituinte Gimnospermas (coníferas) Angiospermas dicotiledôneas (folhosas) Celulose 42 ± 2% 45 ± 2% Poliose 27 ± 2% 30 ± 5% Lignina 28 ± 2% 20 ± 4% Extrativos 5 ± 3% 3 ± 2% Fonte: Brand, 2010. Composição química e tipo de biomassa e o poder calorífico Fonte: Brand, 2010. Componentes energéticos PCS (kcal/kg) Celulose 3797 Lignina 5995 Amido 3797 Carbono puro 8049 Casca de pinus 5116 Casca de eucalipto 4432 Pinus sem casca 4766 Eucalipto sem casca 4600 Casca de arroz 3800 Capim elefante 3950 Turfa 3439 Carvão vegetal 6800 Óleo diesel 10750 Petróleo 10800 Fonte: Protásio et al., 2011. 19/06/2017 28 Composição química e tipo de biomassa e o poder calorífico Idade Acícula Casca Copa Galhos 10 5096 5112 4898 4812 12 5121 5116 4931 4976 14 5114 5263 4810 4844 24 5258 5369 4935 4977 Média 5126 5215 4893 4903 PCS (kcal/kg) de componentes de árvores de Pinus taeda com diferentes idades. Fonte: Brand, 2010. Teor de umidade e o poder calorífico Relação entre TU e o PCS e PCL para componentes de árvores de Pinus taeda com diferentes idades. 6000 5250 4500 3750 3000 2250 1500 750 0P o d er C al o rí fi co S u p er io r e L íq u id o (k ca l/ k g ) 70 60 50 40 30 20 10 0 T eo r d e U m id ad e (% ) PCS PCL TU Componentes e Idades Fonte: Ferreira et al., 2009. Teor de umidade e o poder calorífico PCL em função do TU na base verde. Fonte: Brand, 2010. y = - 53 ,98 x + 4600 R 2 = 0 ,933 480 0 450 0 420 0 390 0 360 0 330 0 300 0 270 0 240 0 210 0 180 0 150 0 120 0 0 1 0 2 0 3 0 7 0 8 0 9 0 10 0 40 50 60 Teor de umidadena base úmida (%) P o d er ca lo rí fi co líq u id o ( kc al /k g ) Teor de umidade e o poder calorífico Biomassa TU base úmida (%) PCL (kcal/kg) Carvão vegetal 5 7300 Carvão de resíduos agrícolas 5 6140 Esterco 13 3250 Bagaço de cana 50 2000 Casca de coco 8 4000 Casca de café 23 3200 Casca e palha de palma 53 1900 Palha e casca de arroz 13 3200 Fonte: Brand, 2010. 19/06/2017 29 Teor de cinzas e poder calorífico PCS e o teor de oxigênio+cinzas Obrigado! Dúvidas? Contato: adriano.mascarenhas@unir.br
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