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FACULDADE FUTURA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA VOTUPORANGA – SP http://faculdadefutura.com.br/ 1 1 OS JESUÍTAS E O INÍCIO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA Fonte: slideplayer.com.br Agora que já estudamos a história da educação de forma geral, vamos nos aprofundar no início da educação no Brasil. Como era a educação oferecida pelos jesuítas? Percebemos que a educação jesuíta pode ser interpretada a partir de dois grandes objetivos: a colonização (Estado) e o missionário (Igreja). Assim, a missão jesuíta tem como projeto manter e propagar a fé católica em uma fase em que ela é contestada pela Reforma, pelas religiões orientais e dos povos do Novo Mundo, mas também internamente. Os jesuítas procuraram através da catequização, apagar as diferenças, negar a alteridade, a existência do outro. Os jesuítas querem tornar o outro, o não cristão - seja indígena, seja infiel ou herege -, em cristãos, para tornar os homens o mais possível iguais. http://slideplayer.com.br/slide/383896/ 2 2 DUAS FASES DA EDUCAÇÃO JESUÍTICA Fonte: wendellbatista.blogspot.com.br 3 PERÍODO “HERÓICO” (1549-70) NESTA FASE, OS JESUÍTAS VIVEM NAS ALDEIAS COM OS ÍNDIOS, ADOTAM SEUS COSTUMES. Não reconhecem a existência de diferentes culturas indígenas e entre os brancos. A catequese se fazia por contato e convencimento, através de alianças com os chefes indígenas e a utilização de interpretes mamelucos. Há adaptação e permeabilidade nos comportamentos de ambas as partes. No entanto, os índios são resistentes à catequização, levando os jesuítas a utilizarem novas metodologias, passando a transformar, suprimir a cultura indígena, para depois ensinar a doutrina. Surgem a partir daí os aldeamentos de adultos e os recolhimentos de crianças, as chamadas missões, iniciadas pelo padre Nóbrega e com o apoio da Coroa Portuguesa. Essa fase do ensino jesuíta aos índios, especificamente as “casas de meninos”, oferece atividades de aprendizado oral do português e do contar, cantar, tocar flauta e outros instrumentos musicais, catecismo e a doutrina cristã. Mais tarde, ler e escrever português e o ensino profissional artesanal e agrícola. 3 4 PERÍODO DE CONSOLIDAÇÃO (1570-1759) Instalados nas principais vilas da colônia os colégios foram viabilizados porque, em troca dessa tarefa de educar os meninos brancos, a Coroa, já dominada pela burguesia mercantil ofereceu para o sustento da ação missionária nessas instituições, uma taxa que era arrecadada sobre 10% das dízimas que recolhia. Os estudos permitidos pelos jesuítas eram aqueles relacionados às humanidades e estavam reunidos na Ratio Studiorum (Ibid. 08). Todos os professores deveriam seguir tal plano de estudos, podendo até mesmo serem expulsos da docência caso se afastassem das orientações ali previstas. A educação promovida pelos padres jesuítas se dava de forma tradicional. O professor centralizava o processo educacional na sua pessoa, não havendo oportunidade para debates e discordâncias. Quanto à educação feminina, esta limitava-se ao aprendizado das boas maneiras e dos afazeres domésticos. Em 1759, os jesuítas são expulsos pelo Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo) e são criadas as Aulas Régias de latim, grego, retórica e filosofia. Deixam de existir dezoito estabelecimentos de ensino secundário e vinte e cinco escolas de ler e escrever. 5 O PERÍODO IMPERIAL E A EDUCAÇÃO Fonte: pt.slideshare.net 4 Com a vinda da Família Real para o Brasil, apenas o ensino superior é impulsionado. Dom João cria diferentes cursos com a finalidade de viabilizar a vida dos nobres instalados na nova terra. Não houve interesse na criação de uma universidade. O ensino superior no Brasil desde o seu princípio se constituiu de cursos e escolas isoladas. Os ensinos secundário e primário carecem de articulações, prejudicando o sistema educacional. Os currículos dos diversos níveis não se relacionam entre si, criando disciplinas dissociadas e privilegiando um ensino propeudêutico, preparatório para a faculdade. Apesar de toda uma influência religiosa, percebemos algumas iniciativas de inspiração positivista, criadas geralmente por médicos e engenheiros. O ensino elementar não é prioridade, visto que a grande população rural analfabeta é composta, sobretudo, por escravos. Inicialmente destinada apenas aos rapazes, somente 30 anos após sua criação, a escola normal de São Paulo é oferecida para o segmento feminino. Quanto ao ensino secundário e elementar, são deixados ao encargo das províncias. Algumas razões pelas quais este nível de ensino mostra-se pouco difundido são os orçamentos escassos das províncias, a proibição da frequência dos escravos à escola e a falta de exigência do curso primário para o ingresso no secundário. O ensino técnico-profissional e o ensino normal também foram relegados à segundo plano. Os concluintes destas modalidades de ensino não podiam ingressar nos cursos superiores; somente os concluintes do ensino secundário possuíam tal direito. E os conteúdos de ensino? Os conteúdos deste nível de ensino enfatizavam as Humanidades e consistiam no ensino de latim, retórica, filosofia, geometria, francês e comércio. A tônica do ensino secundário era o ingresso no curso superior, ou seja, possuía fim eminentemente propedêutico. O Ato Adicional de 1834 instituiu uma divisão das competências educacionais muito parecida com a de hoje, pois o poder central cuidava especialmente do ensino superior e as províncias deveriam se responsabilizar pelo ensino primário e secundário. Um sistema de ensino integrado ainda estava muito longe de ser alcançado. Em relação ao acesso à escola, apenas 15% da população em idade escolar estavam inscritas. 5 6 A EDUCAÇÃO NO PERÍODO REPUBLICANO Fonte: slideplayer.com.br As transformações que ocorrem no período de 1870- 1920 acabam por marcar significativamente o contexto educacional do Brasil. São eles: A remodelagem das relações de trabalho do regime escravo para o do trabalho livre e assalariado, defendida e praticada pelos cafeicultores- empresários do centro- oeste paulista. Praticando o imigrantismo, eles fazem de São Paulo o novo pólo econômico da Nação crescimento dos setores de prestação de serviços e da pequena indústria (têxtil, por exemplo), associada ao início da urbanização, ao crescimento das camadas médias e ao aparecimento de um proletariado urbano formado pelos imigrantes que, chegados ao país, abandonam o trabalho na zona rural e passam ás cidades A presença forte do capital estrangeiro: no início, capitais ingleses e, depois, norte-americanos, o que ajuda a entender a 'aproximação' a Washington nos campos da política e da cultura que ocorre no período A intensa circulação de novas tendências de pensamento. Uma delas é o positivismo, que teve ampla aceitação na sociedade brasileira, não apenas pelo seu http://slideplayer.com.br/slide/1223128/ 6 cientificismo, isto é, enquanto proposta de cultivo das ciências modernas como base do progresso, como ainda pela sua ética cívica de respeito à lei e ao princípio do bem comum. Outra é o industrialismo cosmopolita, do qual são exemplares as ações de Rui Barbosa no Ministério da Fazenda e a de Benjamin Constant no Ministério da Educação, os quais, já nos anos 1890- 91, promoveram iniciativas econômicas e educacionais de interesse dos industriais, desviando a ênfase na agricultura O fim da monarquia, cuja causa pode ser relacionada às disputas pelo poder político entre segmentos das classes dirigentes, com os militares compondo-se com os cafeicultores organizados nos Partidos Republicanos provinciais e com uma pequena parcela de representantes das camadas médias urbanas. 7 A EDUCAÇÃO NA PRIMEIRA REPÚBLICA Fonte: pt.slideshare.netPodemos perceber maior movimentação em termos de ideias no campo educacional. Estas ideias, por exemplo, o direito de todos à educação, a gratuidade e obrigatoriedade do ensino de primeiro grau e a liberdade de ensino, ainda hoje são 7 discutidas e vistas como ideais a serem alcançados. No entanto, parece-nos que teremos um longo caminho a ser percorrido até que esses ideais sejam garantidos à maioria da população brasileira. Neste período, surgem dois importantes movimentos de educação: o entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico. O primeiro movimento divulgava a ideia de que os problemas do país poderiam ser resolvidos por meio da extensão da escola elementar a todos. Já o segundo movimento, preconizava a questão da qualidade do ensino, ou seja, não bastava apenas garantir matrículas para o povo, era preciso cuidar também da qualidade do ensino oferecido. O período republicano marca a presença da preocupação, tanto de intelectuais quanto de políticos, com as taxas elevadas de analfabetismo. No ano de 1920, 75% da população eram analfabeta. A classe política possuía um grande interesse ao combater o analfabetismo, visto que os analfabetos não podiam votar. Em termos pedagógicos, três correntes representam os diferentes setores da sociedade da época: a Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Libertária. A Pedagogia Tradicional estava ligada às oligarquias dirigentes e à Igreja. A disciplina rígida, o cultivo da atenção e a emulação, ou seja, a competição, individual ou coletiva, entre outros, caracterizavam esta corrente, que sofreu importante influência da pedagogia dos jesuítas. No entanto, a Pedagogia Tradicional brasileira foi também influenciada pelas teorias pedagógicas modernas americanas e alemãs, fundamentadas no pensamento do filósofo alemão Johann Friedrich Herbart. A Pedagogia Libertária baseava-se em: educação de base científica; dicotomia entre educação e instrução; educação moral mais prática; adaptação do ensino ao nível psicológico das crianças; co-educação; criatividade; livre expressão; contato com a natureza; produção de textos críticos etc. A Pedagogia Nova, baseada nos estudos de John Dewey, enfatizou os métodos ativos de ensino-aprendizagem, a liberdade e interesse das crianças, o trabalho em equipe e a prática dos trabalhos manuais. O centro do processo ensino- aprendizagem passava a ser o aluno e não mais o professor, como na Pedagogia Tradicional. 8 8 A EDUCAÇÃO NA SEGUNDA REPÚBLICA Fonte: slideplayer.com.br Assim como na Primeira República, as forças sociais da Segunda República se identificaram com determinadas correntes pedagógicas. O objetivo de Vargas se deu no sentido de conquistar esses vários setores sociais, em especial, as facções conservadoras e os grupos ligados às vanguardas dos educadores brasileiros. Neste sentido, o Ministro da Educação de Vargas, Francisco Campos, é nomeado, por transitar muito bem entre liberais e conservadores. A reforma promovida por Campos é imposta a todo território nacional. No entanto, não soluciona as mazelas do ensino popular e nem se preocupa com a expansão e melhoria do curso primário. A instalação da Assembleia Nacional Constituinte e a consequente Constituição de 1934 refletem o debate das forças sociais em questão. Tal constituição, apesar de ser a mais progressista em matéria de educação, pois não é omissa em relação a este tema, opta por uma solução de conciliação quando o assunto se mostra polêmico. Um exemplo disso refere-se ao projeto de laicidade do ensino que é substituído pela inserção do ensino religioso na escola. Quanto ao progressismo da Carta, podemos lembrar o artigo que torna o ensino primário obrigatório e gratuito e, ainda, a fixação dos recursos orçamentários destinados à educação de 10% para a União e 20% para os estados. http://slideplayer.com.br/slide/1844112/ 9 Sem dúvida, a Segunda República apresenta avanços reais em termos educacionais. Neste período começam a ser criadas e a funcionar, de fato, as universidades no Brasil. O ensino secundário passa a ter como objetivo a formação geral, junto ao preparo para o ensino superior. Sua duração de sete anos é dividida em: fundamental e complementar. Este último oferecia três modalidades que atendiam aos candidatos aos estudos jurídicos, aos estudos médicos e farmacêuticos e também àqueles que se destinassem aos cursos de Engenharia e Arquitetura. 9 ESTADO NOVO X REDEMOCRATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO Fonte: pt.slideshare.net O Estado Novo é instituído a pretexto de combater as ideias comunistas. Na verdade, fora criado com a finalidade de perpetuar Getúlio Vargas no poder, suspendendo, assim, as eleições presidenciais que aconteceriam em janeiro de 1938.té mesmo um falso plano (Plano Cohen) foi elaborado para justificar a atitude anti- democrática de Vargas. O Plano Cohen foi elaborado prevendo a instalação de um governo comunista e o assassinato de vários políticos brasileiros. Com isso, Getúlio Vargas decreta estado de guerra, podendo, então, centralizar o poder em suas mãos. 10 O Estado Novo também procurava orientar a mentalidade da sociedade para instruir a moderna nação brasileira. Assim, a educação escolar procura promover os valores, como patriotismo, mulher-mãe, trabalhador-herói, nação eugênica; valores esses atribuí- dos à família, à religião, à pátria e ao trabalho. Com o advento do Estado Novo e a imposição da Constituição de 1937, você poderá perceber que o governo deixa de se comprometer com a educação pública assumindo, assim, papel suplementar. Tanto é assim que a Carta Magna de 1937, só garante ensino público para aqueles que demonstrassem falta ou insuficiência de recursos. Essa situação permanece até 1945. A partir daí, o país vive quase duas décadas de regime democrático. 10 ESTADO NOVO E EDUCAÇÃO Fonte: www.youtube.com Para a educação, o Estado Novo significou um retrocesso. O direito de todos à educação passa a ser pouco explícito. Somente aqueles alunos que não possuíssem recursos para custear sua educação em instituições particulares teriam http://www.youtube.com/ 11 direito ao ensino em instituições públicas. Logo, podemos observar que a ênfase estava situada nas escolas particulares, o Estado eximia-se das responsabilidades quanto à educação do povo. Outro aspecto a ser ressaltado, e que confirma a ideia contida no parágrafo acima, refere-se ao estabelecimento de uma contribuição – a caixa escolar – por parte daqueles que não pudessem alegar falta de recursos. Contraditoriamente, a Constituição afirma ser o ensino primário obrigatório e gratuito. No entanto, o artigo mais polêmico da Constituição de 1937 refere-se ao ensino vocacional. Tal modalidade de ensino passa a ser destinado às classes menos favorecidas e a ser o primeiro dever do Estado. Sendo assim, o sistema dual e elitista de educação é consagrado pela Constituição. O governo do Estado Novo dá continuidade às reformas da legislação educacional iniciadas com a Revolução de 1930. O ensino secundário sofre uma nova reforma e acontece a regulamentação dos diversos ramos do ensino técnico- profissional: industrial, comercial e agrícola. O ensino primário, o ensino normal e o agrícola só foram regulamentados após a queda de Getúlio. No entanto, os decretos- leis referentes a esses cursos foram elaborados no decorrer do Estado Novo, não fugindo ao espírito do modelo anti-democrático, característico do período. 11 REDEMOCRATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO: A QUARTA REPÚBLICA Fonte: slideplayer.com.br http://slideplayer.com.br/slide/5615986/ 12 Neste período, equivalente à Quarta República, alguns fatos devem ser destacados: a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e os movimentos de educação popular. Entre os movimentos acima mencionados, citamos o ProgramaNacional de Alfabetização, onde se desenvolveu o Método Paulo Freire de Alfabetização de Adultos. A Constituição de 1946 traz de volta o regime democrático ao país. No capítulo referente à educação, princípios que antes pertenciam à Constituição de 1934 passam agora a ser novamente lei. São exemplos dessa afirmação: o direito de todos à educação, ao ensino primário obrigatório e gratuito na rede oficial e à assistência aos estudantes. Apesar dessas mudanças, a legislação educacional anterior vigora até 1961, quando é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A LDBEN/61 apresenta avanços, pois pela primeira vez temos uma lei que se preocupa com todos os níveis escolares, embora tenha ficado no Congresso Nacional por treze anos, tempo suficiente para grandes transformações das necessidades educacionais. Além disso, o ensino técnico-profissional consegue sua equivalência legal ao secundário. Vale lembrar que antes de 1961, os estudantes desta modalidade de ensino não podiam prestar exames vestibulares. Dois grandes debates agitam a nova lei: monopólio do Estado quanto à educação X iniciativa privada e ensino religioso obrigatório X ensino laico. Novamente, a solução a que se chega é conciliatória; a educação será oferecida nas escolas públicas e também será livre à iniciativa privada, fiscalizada pelos órgãos governamentais. O ensino religioso será obrigatório para a escola e facultativo para os alunos. A estrutura do sistema escolar brasileiro sofre modificações. Passa a se constituir de educação pré-primária, ensino primário, ensino médio (ginasial e colegial) e ensino superior. O Programa Nacional de Alfabetização, apesar da sua curta duração obteve sucesso, graças à utilização do Método de Paulo Freire. O Método Paulo Freire preconizava a alfabetização de adultos a partir das situações do cotidiano dos educandos. Utilizando palavras-geradoras, retiradas deste cotidiano, a equipe de Paulo Freire propunha o debate crítico das situações sugeridas. O método visava a conscientização dos educandos, a partir do diálogo estabelecido entre educando e educador. Todo saber era valorizado. Para Paulo Freire, não é possível que haja um 13 ser completamente ignorante. Todas as pessoas têm sempre algo para ensinar e para aprender. 12 A DITADURA MILITAR E CONSEQUÊNCIAS NA EDUCAÇÃO Fonte: pt.slideshare.net O período de redemocratização da sociedade brasileira teve seu fim com o Golpe Militar de março de 1964.Todos os setores da sociedade foram atingidos duramente, inclusive a educação. Professores, alunos e funcionários das instituições escolares tiveram sua liberdade controlada e foram punidos quando discordavam do governo. Neste sentido, o Decreto-Lei 477, de 26 de fevereiro de 1969, torna legítimo tal controle. A universidade brasileira, participante engajada da vida política e social, foi imediatamente alvo de reforma. O vestibular classificatório e o regime de créditos foram instituídos como forma repressora de resolver os problemas. O primeiro teve como meta acabar com a figura do “excedente” e o segundo dificultou a organização dos discentes. Outras grandes transformações aconteceram na universidade brasileira. Entre elas, podemos citar: a substituição da cátedra pelos departamentos; o fim do modelo da Faculdade de Filosofia e a instituição regular dos cursos de Mestrado e Doutorado. 14 Além dessas transformações, a ditadura militar “resolve” o problema da democratização do nível superior, a partir do incentivo à privatização deste grau de ensino. Pode-se dizer que esta privatização deu-se de maneira desordenada, prejudicando a qualidade dos estudos deste grau. Todas essas mudanças foram frutos dos acordos assinados pelo Brasil e os Estados Unidos. Estes acordos tornaram-se conhecidos como Acordos MEC - USAID. A comunidade universitária não fica satisfeita com tais reorganizações, porém seu poder de reivindicação é podado pelo aparato repressor instaurado com a Ditadura Militar. O 1º e o 2º graus também são atingidos, passando agora a oferecer ensino profissionalizante obrigatório como forma de controle do acesso ao ensino superior. Somente em 1982 o ensino profissionalizante deixa de ser obrigatório. Enfim, os resultados da política educacional da ditadura militar são os que ainda hoje vemos: alto índice de evasão e repetência, deficiência de recursos materiais e humanos, professores mal remunerados e alto índice de analfabetismo. Questão 01 É notável que as grandes transformações na educação brasileira, em termos de universalização do acesso e consolidação de um projeto de educação para todos, tenham ocorrido muito recentemente. No final da década de 1970 e início da de 1980 iniciou-se a expansão da rede pública de ensino no Brasil. A Constituição Federal de 1988, com todas as contradições enfrentadas, ajudou a consolidar e projetar a ideia política de uma educação republicana e democrática. No Brasil destaca-se, a partir da década de 1990, a estruturação dos elementos centrais que possibilitaram a expansão e a consolidação da educação básica pública: diretrizes, financiamento e avaliação. Nesse sentido, são marcos importantes, EXCETO: a) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece princípios e direitos, determinando competências para sua garantia. b) Os mecanismos transparentes de financiamento, com a criação do Fundef (1996) e posterior Fundeb (2007) o Fundo de Manutenção e ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 15 Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. c) A implantação do programa cultural do MOBRAL, criado com o objetivo de dar prosseguimento à formação acadêmica do indivíduo. Vislumbrava a disseminação da cultura, valorizava e preservava os valores vigentes. d) A implantação de mecanismos de avaliação periódicos com dados publicados. Na década de 1990 teve início o Provão, que avaliava os cursos do Ensino Superior e durou de 1996 a 2003. Para a Educação Básica destaca-se a criação, em 2007, do Ideb Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Questão 02 Sobre a Educação Superior no Brasil é CORRETO afirmar que: a) No Brasil, as universidades podem ser classificadas enquanto públicas e filantrópicas. b) Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de quatorze horas semanais de aulas. c) Está disposto no Art. 207 da Constituição Brasileira de 1988 que “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. d) As instituições que ofertam ensino superior, de acordo com a sua organização e respectivas prerrogativas acadêmicas, são credenciadas como faculdades e universidades. e) A Educação Superior abrangerá cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, cursos de graduação, cursos de pós- graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, e cursos de extensão. Questão 03 No Brasil, além da pouca tradição de avaliação de programas educacionais, quando esta ocorre, muitas vezes, reveste-se de um caráter formal, não se observando a valorização de seus resultados para a revisão/reformulação das 16 propostas e ações que constituem objeto de avaliação (BAUER; SOUZA, 2015). No intuito de avançar e superar o caráter formal e burocrático no processo de avaliação de programas, é preciso: I- avançar no sentido da maior institucionalização das avaliações não no plano simplesmente administrativo, fiscalizatório ou burocrático-formal, mas no sentido formativo, que busque incorporar o uso dos resultados obtidos para mudanças, reajustes e melhorias das políticas públicas. II- concretizar uma perspectiva de avaliação quevenha a constituir, numa ação intrínseca, a execução de um programa que suponha o enfrentamento de limitações de natureza técnica, que abrange desde a opção por abordagem avaliativa adequada aos propósitos e ao objeto de avaliação até a construção de instrumental válido e fidedigno. III- que o avaliador não tenha independência e nenhum controle das informações por ele fornecidas. Afinal, o relatório pertence à burocracia da instituição avaliada e vai para seus arquivos. IV- nas decisões relativas ao delineamento da proposta avaliativa, estabelecer indicadores capazes de sintetizar dimensões de qualidade do objeto em análise. Etapa complexa, principalmente, quando se trata de avaliar objetos no âmbito educacional. V- entender que a avaliação é realizada para satisfazer os propósitos e valores daqueles que a contratam e deve fornecer informações técnicas que ajudem as instituições a atingirem seus objetivos, exclusivamente, políticos de interesse interno. Estão CORRETAS as afirmativas: a) I, II e III. b) II, III e IV. c) I, II e IV. d) II, IV e V. e) III, IV e V. 17 Questão 04 Fonte: www.sp.gov.br O quadro Operários, de Tarsila do Amaral, foi pintado em 1933 e busca representar, entre outras coisas, o crescimento urbano que o país experimentava à época. No mesmo período, iniciou-se uma intensa expansão do número de vagas nas escolas públicas brasileiras, incentivada pelo: a) Convênio firmado entre o Ministério da Educação e a agência norte- americana USAID, que previa a cooperação para a expansão da rede de ensino; b) Governo de Getúlio Vargas, que capitaneou propostas trazidas pelo Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e deu lugar de destaque à educação pública em seu projeto nacionalista; c) Vagas nas escolas públicas brasileiras, incentivada pelo: (A) convênio firmado entre o Ministério da Educação e a agência norte-americana USAID, que previa a cooperação para a expansão da rede de ensino; d) Movimento Modernista, que congregava pintores, escritores, músicos e dramaturgos vinculados à bandeira da educação pública de qualidade; e) Papel das universidades públicas, que se tornaram celeiros de novas teorias pedagógicas e locus de formação de novos professores para atuarem nas escolas públicas. http://www.sp.gov.br/ 18 Questão 05 Para os signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932, o novo homem, com hábitos novos de adaptabilidade e ajustamento, não pode ser formado pela maneira estática da escola tradicional que desconhecia o maior fato da vida se abriu o ciclo da aplicação da ciência à vida. Pretendendo superar o que consideravam os limites da escola tradicional, o movimento denominado Escola Nova propõe a(o) a) Recuperação de uma pedagogia da essência, a partir da qual a criança é vista como um adulto incompleto, que necessita ser orientada e direcionada para o pleno desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades, de modo a se tornar um indivíduo comprometido com os valores de sua comunidade. b) Concepção de escola como um local de socialização do conhecimento elaborado, que possibilite às camadas populares o acesso à educação, a partir do reconhecimento das desigualdades que são produzidas e perpetuadas pelo contexto social no qual o ser humano está inserido. c) Centralidade na figura do professor, que detém o saber, a autoridade e é responsável pela direção do processo de aprendizagem, cabendo ao professor coordenar esse processo, transmitindo os conhecimentos das humanidades e das ciências, bem como alguns valores fundamentais para a vida em sociedade. d) Estruturação da escola, tendo como referência o modelo empresarial, adequando a educação às exigências da sociedade industrial e tecnológica e transmitindo conteúdos fundamentados em informações objetivas que proporcionem, posteriormente, a adequada adaptação do indivíduo ao trabalho. e) Posicionamento do aluno no centro do processo, em função de uma preocupação com a natureza psicológica da criança, de modo que a escolha dos conteúdos gire em torno dos interesses infantis, sendo papel do professor despertar a atenção e a curiosidade da criança, sem que sua espontaneidade seja cerceada.
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