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Tutoria 4- fechamento 2 1 CARACTERIZAR VIGILÂNCIA EM SAÚDE CONCEITO - A Vigilância em Saúde é caracterizada como um conjunto articulado de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, sob a ótica da integralidade do cuidado, o que inclui tanto a abordagem individual quanto a coletiva dos problemas de saúde. - A característica essencial da atividade de vigilância é, portanto, a existência de uma “observação contínua” e da “coleta sistemática” de dados sobre doenças. Em todos os conceitos posteriormente utilizados para definir essa atividade de saúde pública, até os da atualidade, essa é uma característica que sempre está presente. - É um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, disseminação de dados sobre eventos relacionados a saúde que visa ao planejamento e implementação de medidas de saúde para: Proteção da saúde da população Prevenção e controle de risco, agravos e doenças Promoção de saúde - Durante muito tempo o foco e a definição de vigilância estiveram relacionados somente a doenças transmissíveis. Mais recentemente, atribuiu-se um conceito do qual a vigilância de doenças transmissíveis seria apenas um dos componentes. No brasil isso aconteceu por volta da década de 90. - No final da década de 90 houve a descentralização das competências de vigilância à União, ao Estado e aos municípios, que passaram a ser gestores do sistema. Sendo que antes disso, a organização era toda atribuída somente à União. Essa descentralização aconteceu, entre outras coisas, com a criação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária em 99. HISTÓRICO BRASILEIRO - Depois de Oswald Cruz, - Durante o século XX o Estado organizou ações de vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis com organização total do governo Federal - Em 1941 esses programas estabeleceram-se como Serviços Nacionais encarregados de controlar as doenças mais prevalentes na época, como a malária, a febre amarela, a peste, a tuberculose e a lepra. Sua estrutura se dava sob a forma de campanhas, adaptando-se a uma época em que a população era majoritariamente rural, e com serviços de saúde escassos e concentrados, quase exclusivamente, nas áreas urbanas. -Em 1968, foi criado o Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE) na Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP) -Em 1969, A CIE instituiu o primeiro sistema de notificação regular para um conjunto de doenças com importância para monitoramento de sua situação epidemiológica, o qual se originava desde as unidades das Secretarias Estaduais de Saúde. -Em 1975 A V Conferência Nacional de Saúde (CNS) propôs a criação de um sistema de Vigilância Epidemiológica no país. Essa recomendação foi imediatamente operacionalizada, com o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica - O Ministério da Saúde, no mesmo ano de 1976, institui a “notificação compulsória de casos e/ou óbitos de 14 doenças para todo o território nacional” -O SNVE, coerente com o momento em que foi criado, era baseado no Ministério da Saúde e nas secretarias estaduais de saúde, excluindo os municípios que, naquela época, não exerciam o papel de gestores de sistema de saúde -Ainda é muito incipiente, só tendo efetivamente passado a adquirir contornos de uma atividade institucionalizada no Sistema Único de Saúde a partir do final dos anos 1990. RESPONSABILIDADES Basicamente responsável pela promoção de saúde e prevenção de doenças Além disso integra diversas áreas do conhecimento e aborda diferentes temas, tais como: política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde doença, condições de vida e de saúde da população, ambiente e saúde e processo de trabalho. SEGUNDO O MS, A VIGILÂNCIA TEM ATUAÇÃO GERANDO: Ações de vigilância de prevenção e controle de doenças transmissíveis Vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis Saúde ambiental e do trabalhador Análise de situação da população brasileira Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), dá diretrizes ao sistema de vigilância e saúde e uma das coisas interessantes que achei como determinação é que apesar das doenças transmissíveis sofrerem uma redução na participação do perfil de mortalidade do nosso país ele continua como um grande problema de saúde pública, além de que são, ao mesmo tempo, determinadas e perpetuadas da pobreza e da exclusão social e que dar prioridade é um respeito a equidade ( para as doenças transmissíveis). Art. 6º (sobre definições) - Para efeito desta Política serão utilizadas as seguintes definições: I – Ações laboratoriais: aquelas que propiciam o conhecimento e a investigação diagnóstica de doenças e agravos e a verificação da qualidade de produtos de interesse de saúde pública e do padrão de conformidade de amostras ambientais II – Ações de promoção da saúde: doção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na participação e no controle social, para o favorecimento da mobilidade humana e a acessibilidade e promovendo a cultura da paz V – Emergência em saúde pública: situação que demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública. VIII – Modelo de Atenção à Saúde: sistema lógico que organiza o funcionamento das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre os componentes da rede e as intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. IX – Rede de Atenção à Saúde: arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. XIV – Vulnerabilidade: designa tanto os processos geradores quanto as características das populações e territórios que possuem maiores dificuldades em absorver os impactos decorrentes de diferentes e variados graus de eventos de risco XV – Risco: Compreende a probabilidade de ocorrência de evento adverso ou inesperado, que cause doença, danos à saúde ou morte em um ou mais membros da população, em determinado lugar, num dado período de tempo. Onde devem ser desenvolvidas as ações da vigilância em saúde? A vigilância em saúde deve estar cotidianamente inserida em todos os níveis de atenção da saúde. A partir de saberes e práticas da epidemiologia, da análise de situação de saúde e dos determinantes e condicionantes sociais da saúde, as equipes de saúde das 16 Secretaria de Vigilância em Saúde/MS atenção primária podem programar e planejar ações, de maneira a organizar os serviços, aumentando o acesso da população a diferentes atividades e ações de saúde. COMO É FEITA A ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE PARA PLANEJAMENTO • Caracterização da população: variáveis demográficas (número de habitantes com distribuição por sexo, idade, local de residência, fluxos de migração, etc.); variáveis socioeconômicas (renda, inserção no mercado de trabalho, ocupação, condições de vida, etc.); variáveis culturais (grau de instrução, hábitos, comportamentos, etc.); • Caracterização das condições de vida: ambientais (abastecimento de água, coleta de lixo e dejetos, esgotamento sanitário, condições de habitação, acesso a transporte, segurança e lazer); Características dos sujeitos (nível educacional, inserção no mercado de trabalho, tipo de ocupação, nível de renda, formas deorganização social, religiosa e política); • caracterizaçãodo perfil epidemiológico: indicadores de morbidade; indicadores de mortalidade; • descrição dos problemas: O quê? (Problema); Quando? (Atual ou potencial); Onde? (territorialização); Quem? (Que indivíduos ou grupos sociais). - Recomenda-se para análise da situação de saúde utilizar os sistemas de informação disponíveis, indicadores de saúde, fontes diversas de dados, processamento estatístico, construção de séries temporais, desagregação por grupos e distribuição territorial. O PLANEJAMENTO EM SAÚDE - Planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente - São discutidos aspectos como prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outros condicionantes. - Cada nível deve realizar o seu próprio planejamento, fortalecendo os objetivos e diretrizes do SUS - Os principais instrumentos de planejamento da regionalização são o Plano Diretor de Regionalização (PDR), o Plano Diretor de Investimento (PDI) e a Programação Pactuada e Integrada (PPI) da atenção em saúde. - O PDR, articulado com a programação pactuada integrada, deve expressar o desenho final do processo de identificação e reconhecimento das regiões de saúde, em suas diferentes formas, em cada estado e no Distrito Federal. - O PDI deve expressar os recursos de investimentos para atender as necessidades pactuadas no processo de planejamento regional e estadual. Deve também contemplar as necessidades da área da vigilância em saúde e ser desenvolvido de forma articulada com o processo da PPI e do PDR. - A PPI é um processo que visa definir a programação das ações de saúde em cada território, bem como nortear a alocação dos recursos financeiros a partir de critérios e parâmetros pactuados entre os gestores. - O Plano de Saúde apresenta as intenções e os resultados a serem perseguidos no período de quatro anos, expressos em objetivos, diretrizes e metas. É a definição das políticas de saúde em determinada esfera de gestão. É a base para a execução, acompanhamento, avaliação e gestão do sistema de saúde. - A Programação Anual de Saúde operacionaliza as intenções expressas no plano de saúde. Detalha as ações, metas e recursos financeiros para o mesmo e apresenta os indicadores para avaliação (a partir dos objetivos, diretrizes e metas do plano de saúde). - O Relatório Anual de Gestão expressa os resultados alcançados, apurados com base no conjunto de indicadores indicados na programação para acompanhar o cumprimento das metas fixadas. - Todos os entes federados devem formular/inserir seu Plano de Saúde no Plano Plurianual (PPA) e elaborar Relatório de Gestão Anual, a serem apresentados e submetidos à aprovação do conselho de saúde correspondente 2 CONCEITUAR BOLETIM EPIDEMOLÓGICO - Editado pela Secretaria de Vigilância em Saúde - É uma publicação de caráter técnico científico - Cujo acesso é livre - Formato eletrônico com periodicidade mensal e semanal para os casos de monitoramento e investigação de doenças específicas sazonais -Ele se configura como instrumento de vigilância para promover a disseminação de informações relevantes qualificadas, com potencial para contribuir com a orientação de ações em Saúde Pública no país. - No Boletim Epidemiológico são publicadas descrições de monitoramento de eventos e doenças com potencial para desencadear emergência de Saúde Pública; análises da situação epidemiológica de doenças e agravos de responsabilidade da SVS; relatos de investigação de surtos e de outros temas de interesse da Vigilância em Saúde para o Brasil. - Pelo que eu vi de alguns boletins, todos os tópicos analisados são demonstrados a partir de interpretações gráfica, ou seja, tem muitos gráficos - Por exemplo, muito recente, dia 03/04/20, foi lançado um boletim epidemiológico sobre a doença do coronavírus que Situação epidemiológica no mundo, Situação epidemiológica no Brasil, Avaliação de risco para o SUS, Legislação vigente para a resposta, Preparação, resposta e objetivos estratégicos - O Ministério da Saúde do Brasil avalia o risco nacional como muito alto. -No Brasil, até o dia 03 de abril de 2020 foram confirmados 9.056 casos de COVID-19. Nas últimas 24 horas foram confirmados 1.146 novos casos da doença. Isso no dia 3 de abril. - A Organização Mundial da Saúde informa que já são 972.640 casos confirmados no mundo e 50.325 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 5,2%. - Dentre as UFs, São Paulo apresentou o maior número de casos confirmados da doença (4.048 ou 44,7%), seguido de Rio de Janeiro (1.074 ou 11,9%), Ceará (627 ou 6,9%), Distrito Federal (402 ou 4,4%) e Minas Gerais (397 ou 4,4%). FINANCIAMENTO - O financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento. Assim, o recurso da união é transferido para estados e municípios para serem gastos em ações e serviços de saúde por meio de blocos de financiamento, quais sejam, o da Atenção Básica, o da Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar, o da Vigilância em Saúde, o da Assistência Farmacêutica, o de Gestão do SUS e o de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde. - Assim, conforme previsto, os recursos federais transferidos para Estados, Distrito Federal e Municípios para financiamento das ações de Vigilância em Saúde estão organizados no Bloco Financeiro de Vigilância em Saúde e são constituídos por dois componentes, o Componente de Vigilância em Saúde e o Componente da Vigilância Sanitária. COMPONENTE DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE O Componente de Vigilância em Saúde refere-se aos recursos federais destinados às ações de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos e dos seus fatores de risco e promoção à saúde. PISO FIXO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE (PFVS) No que diz respeito ao Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS) os recursos destinam-se à execução de ações de vigilância em saúde, compreendendo a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; vigilância e prevenção das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de risco; vigilância de riscos ambientais em saúde; gestão de sistemas de informação de vigilância em saúde de âmbito nacional e que possibilitam análises de situação de saúde; vigilância da saúde do trabalhador e ações de promoção em saúde. PISO VARIÁVEL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE (PVVS) No que diz respeito ao Piso Variável de Vigilância em Saúde (PVVS), estão previstos três incentivos financeiros específicos, recebidos mediante adesão pelos entes federativos, conforme se segue: Incentivo financeiro de custeio para implantação e manutenção de ações e serviços públicos estratégicos de vigilância em saúde Incentivo às ações de vigilância, prevenção e controle das DST/AIDS Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde (PQA-VS). INCENTIVO FINANCEIRO DE CUSTEIO PARA IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS ESTRATÉGICOS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Em relação ao repasse do Incentivo financeiro de custeio para implantação e manutenção de ações e serviços públicos estratégicos de vigilância em saúde, tem como objetivo financiar, no âmbito da vigilância em saúde, a implantação e manutenção das seguintes ações e serviços públicos estratégicos: Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH); Serviço de Verificação de Óbito (SVO); Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP); Vigilância Sentinela da Influenza; Projeto Vida no Trânsito; e Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). Destaca-se que o valor do incentivo financeiro de custeio a ser repassado ao ente federativo será proporcional às ações e aos serviços públicos estratégicospara os quais tiver sido habilitado, podendo ser utilizados para financiar quaisquer das ações e serviços públicos estratégicos descritos na referida Portaria, desde que tenha se habilitado ao serviço no qual o incentivo será empregado. COMPONENTE DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA O Componente da Vigilância Sanitária refere-se aos recursos federais destinados às ações de vigilância sanitária, constituído de: I - Piso Fixo de Vigilância Sanitária - PFVisa: destinados a Estados, Distrito Federal e Municípios, visando o fortalecimento do processo de descentralização, a execução das ações de vigilância sanitária e para a qualificação das análises laboratoriais de interesse para a vigilância sanitária; e II - Piso Variável de Vigilância Sanitária - PVVisa: destinados a Estados, Distrito Federal e Municípios, na forma de incentivos específicos para implementação de estratégias voltadas à Vigilância Sanitária. Os valores do PFVisa serão ajustados anualmente com base na população estimada pelo IBGE. Maiores informações devem ser buscadas junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa Mudança, aprovada na Comissão Intergestores Tripartite, irá simplificar o processo de financiamento, possibilitando melhores estratégias de Vigilância em Saúde O Ministério da Saúde ampliou a porcentagem do recurso do Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS) enviado mensalmente aos estados e municípios para uso exclusivo em ações de vigilância em saúde e não para pagamento de pessoal. A partir de agora, 60% do valor do piso fica garantido para que os gestores locais executem ações de vigilância em saúde, como prevenção e controle das doenças transmissíveis, como dengue, zika e chikungunya, e doenças não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, por exemplo, além de ações de imunização. Os outros 40% do montante enviado deverá ser usado para pagamento dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs). Porém, caso o município comprove que necessita de mais que 40% do piso para pagamento dos agentes, o Ministério da Saúde repassará recurso complementar, chamado de Assistência Financeira Complementar (ACF). O recurso para vigilância em saúde é repassado mensalmente aos estados e municípios e tratado como prioridade pelo Governo Federal. Nos últimos anos, o orçamento cresceu, passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,73 bilhão, em 2018. Para o ano de 2019, está previsto o orçamento de R$ 1,8 bilhão. A diferença é que, antes da publicação da portaria nº 2.663, de 9 de outubro de 2019, os municípios deveriam utilizar até 50% do valor do piso para pagamento de pessoal e, somente após essa porcentagem, a pasta enviava o recurso complementar. Desta forma, fica garantido aos estados e municípios, 60% do valor enviado mensalmente pelo Ministério da Saúde possibilitando http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=11/10/2019&jornal=515&pagina=38&totalArquivos=87 melhores estratégias de vigilância em saúde. A mudança foi acordada em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada no dia 26 de setembro deste ano. Antes da nova portaria, o piso, que deveria ser fixo, era variável, sendo feita uma avaliação mensal de quantos Agentes de Combate às Endemias estavam cadastrados seguindo os seguintes critérios: vínculo direto com o órgão ou a entidade de administração direta, autárquica ou fundacional; regime de trabalho de 40 horas semanais e realização de atividades inerentes às suas atribuições. Esse balanço mensal tornou- se discrepante em todo o país, considerando a grande diversidade na situação dos registros dos ACE. VIGILÂNCIA EPIDEMOLÓGICA - “ Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. (BRASIL, 1990). - Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos. - Tem como funções, dentre outras: coleta e processamento de dados; análise e interpretação dos dados processados, divulgação das informações, investigação epidemiológica de casos e surtos; análise dos resultados obtidos e recomendações e promoção das medidas de controle indicadas. -Os objetivos da vigilância epidemiológica são amplos, indo de sistemas de alerta precoce para uma resposta imediata a doenças transmissíveis a respostas planejadas aos casos de doenças crônicas, que geralmente têm um longo intervalo entre a exposição e a ocorrência da doença. - O Departamento de Vigilância epidemiológica tem como objetivo alimentar os sistemas de informação (SINAN, SIM, SINASC,API) e realizar análises que permitem o monitoramento do quadro epidemiológico do município e subsidiam a formulação, implementação e a avaliação das ações de prevenção e controle de doenças e agravos, a definição de prioridades e a organização dos serviços e ações de saúde. - A vigilância é hoje uma ferramenta metodológica importante para a prevenção e controle de doenças com base científica que não estejam estruturadas sobre sistemas de Vigilância Epidemiológica. - Vigilância e controle das doenças transmissíveis, não transmissíveis e agravos, como um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos à saúde; - Vigilância e investigação de doenças infecciosas, assim como de seu controle, sejam de casos isolados, ou de surtos, são inseparáveis em conceito e em ação, uma inexiste na ausência da outra. Constituem, sem dúvida, as ações fundamentais e imprescindíveis de qualquer conjunto de medidas de controle de doenças infecciosas e adquirem hoje uma importância fundamental. VIGILÂNCIA SANITÁRIA - É o Órgão da Secretaria de Estado da Saúde que coordena as ações da Vigilância Sanitária. Com sua ação comunicativa, busca mobilizar e motivar a população a aderir às práticas sanitárias que estimulam mudanças de comportamento, formação da consciência e a promoção da saúde - Quando Necessário usa o poder de polícia sanitária por meio da fiscalização e do monitoramento aplicando infrações e intimações, interditando estabelecimentos, apreendendo produtos, equipamentos, entre outras ações. A Vigilância Sanitária atua nos locais de produção, transporte e comercialização de alimentos e também de transporte de produtos perigosos, monitora os ambientes que causam danos á saúde, identificação e intervenção dos locais de trabalho das pessoas, como lojas, fábricas, transportes, escritórios, investiga situações que envolvem reações adversas a medicamentos, sangue e produtos para saúde, intoxicação por produtos químicos, analisa projetos de construção, reforma, adaptação ou ampliação no que interfere na saúde das pessoas. No Brasil, a ANVISA ( Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por criar normas e regulamentos e dar suporte para todas as atividades da área no País, também é quem executa as atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras. - É entendida como um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, produção e circulação de bens e prestação de serviços de interesse da saúde. Abrange o controle de bens de consumo que direta ou indiretamente se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que direta ou indiretamente se relacionam com a saúde.Outro aspecto fundamental da vigilância em saúde é o cuidado integral à saúde das pessoas por meio da promoção da saúde. Essa política objetiva promover a qualidade de vida, estimulando a população a reduzir a vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais. As ações específicas são voltadas para: alimentação saudável, prática corporal/atividade física, prevenção e controle do tabagismo, redução da morbimortalidade em decorrência do uso de álcool e outras drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência e estímulo à cultura da paz, além da promoção do desenvolvimento sustentável. A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/município/equipes, por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente. A vigilância em saúde ambiental centra-se nos fatores não biológicos do meio ambiente que possam promover riscos à saúde humana: água para consumo humano, ar, solo, desastres naturais, 17 Manual de Gestão da Vigilância em Saúde substâncias químicas, acidentes com produtos perigosos, fatores físicos e ambiente de trabalho. A vigilância da saúde do trabalhador caracteriza-se como um conjunto de atividades destinadas à promoção e proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA - O Ministério da Saúde estabelece a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. A ocorrência de suspeita ou confirmação de eventos de saúde pública, doenças e agravos listados, de acordo com a portaria vigente (PRC n° 4, de 28 de setembro de 2017, Anexo 1 do Anexo V (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Anexo 1), e/ou a notificação de surto, são de comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados. É facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. - A listagem das doenças de notificação nacional é estabelecida pelo Ministério da Saúde entre as consideradas de maior relevância sanitária para o país. Os dados correspondentes compõem o Sistema de Informações de Agravos de Notificações (Sinan). Estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias de interesse regional ou local, justificada a sua necessidade e definidos os mecanismos operacionais correspondentes. Entende-se que só devem ser coletados dados para efetiva utilização no aprimoramento das ações de saúde, sem sobrecarregar os serviços com preenchimento desnecessário de formulários. Dada a natureza específica de cada doença ou agravo à saúde, a notificação deve seguir um processo dinâmico, variável em função das mudanças no perfil epidemiológico, dos resultados obtidos com as ações de controle da disponibilidade de novos conhecimentos científicos e tecnológicos. As normas de notificação devem adequar-se, no tempo e no espaço, às características de distribuição das doenças consideradas, ao conteúdo de informação requerido, aos critérios de definição de casos, à periodicidade da transmissão dos dados, às modalidades de notificação indicadas e à representatividade das fontes de notificação. Os parâmetros para inclusão de doenças e agravos na lista de notificação compulsória devem obedecer aos seguintes critérios: MAGNITUDE Aplicável a doenças de elevada frequência, que afetam grandes contingentes populacionais e se traduzem por altas taxas de incidência, prevalência, mortalidade e anos potenciais de vida perdidos. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html POTENCIAL DE DISSEMINAÇÃO Representado pelo alto poder de transmissão da doenã, por meio de vetores ou outras formas de infecção, colocando sob risco a saúde coletica. TRANSCEDÊNCIA Expressa-se por características subsidiárias que conferem relevância especial à doença ou agravo, destacando-se: severidade, medida por taxas de letalidade, de hospitalização e de sequelas; relevância social, avaliada, subjetivamente, pelo valor imputado pela sociedade à ocorrência da doença e que se manifesta pela sensação de medo, repulsa ou indignação. E relevância econômica, avaliada por prejuízos decorrentes de restrições comerciais, redução da força de trabalho, absenteísmo escolar e laboral, custos assistenciais e previdenciários, etc. VULNERABILIDADE Medida pela disponibilidade concreta de instrumentos específicos de prevenção e controle da doença, propiciando a atuação efetiva dos serviços de saúde sobre os indivíduos e coletividades. COMPROMISSOS INTERNACIONAIS Relativos ao cumprimento de metas continentais ou mundiais de controle, de eliminação ou de erradicação de doenças, previstas em acordos firmados pelo governo brasileiro com organismos internacionais. Esses compromissos incluem obrigações assumidas por força do Regulamento Sanitário Internacional, estabelecido no âmbito da Organização Mundial da saúde, que ainda exige a notificação compulsória dos casos de cólera, febre amarela e peste. Entretanto, este regulamento está sendo objeto de revisão e, possivelmente, os Estados Membros da OMS passarão a notificar eventos inusitados que possam ter repercussões internacionais. OCORRÊNCIA DE EPIDEMIAS, SURTOS E AGRAVOS INUSITADOS À SAÚDE São situações emergenciais em que se impõe a notificação imediata de todos os casos suspeitos com o objetivo de delimitar a área de ocorrência, elucidar o diagnóstico e deflagrar medidas de controle aplicáveis. Mecanismos próprios de notificação devem ser instituídos com base na apresentação clínica e epidemiológica do evento. No processo de seleção das doenças notificáveis, esses critérios devem ser considerados em conjunto, embora o atendimento a apenas alguns deles possa ser suficiente para incluir determinada doença. Por outro lado, nem sempre podem ser aplicados de modo linear, sem considerar a factibilidade de implementação das medidas decorrentes da notificação, as quais dependem de condições operacionais objetivas de funcionamento da rede de prestação de serviços de saúde. O caráter compulsório da notificação implica responsabilidades formais para todo cidadão, além de uma obrigação inerente ao exercício da medicina, bem como de outras profissões da área da saúde. Mesmo assim, sabe-se que a notificação nem sempre é realizada, o que ocorre por desconhecimento de sua importância e, também, por descrédito nas ações que ela deve resultar. A experiência tem evidenciado que o funcionamento de um sistema de notificação é diretamente proporcional à capacidade de se demonstrar o uso adequado das informações recebidas, de forma a conquistar a confiança dos notificantes. O sistema de notificação deve estar permanentemente voltado para sensibilização dos profissionais e das, visando melhorar a quantidade e qualidade dos dados coletados mediante o fortalecimento e ampliação da rede. Todas as unidades de saúde (públicas, privadas e filantrópicas) devem fazer parte do sistema, bem como os profissionais de saúde e mesmo a população em geral. Não obstante, essa cobertura universal idealizada não prescinde do uso inteligente da informação, que pode basear- se em dados muito restritos para a tomada de decisões oportunas eeficazes. ASPECTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NA NOTIFICAÇÃO: Notificar a simples suspeita da doença. Não se deve aguardar a confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois isto pode significar perda da oportunidade de intervir eficazmente; A notificação tem de ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico- sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos; O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, configurando-se o que se denomina notificação negativa, que funciona como um indicador de eficiência do sistema de informações REFERÊNCIAS Publicação no site pensesus- chamado sus de A a Z- desenvolvido pela fiocruz- e a parte que eu peguei foi sobre Vigilância em saúde Documento básico da política nacional de vigilância em saúde instituído pela portaria n°14/2013 composto por representantes da SVS/MS; ANVISA MS; CONASS e CONASEMS. Coleção para entender a gestão do Sus. volume 5, ano de 2011, a parte sobre vigilância em saúde Arquivos de vigilância em saúde do portal saúde.gov Manual de GESTÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE feito pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria de Apoio à Gestão em Vigilância em Saúde 1.ª edição – 2009 Boletim epidemiológico 6- doença pelo Coronavírus 2019
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