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Lajes de Edifícios de Concreto Protendido com Cabos Pós-Tracionados – Manual de Projeto Tradução do Relatório N. 43 da Concrete Society, Inglaterra para uso didático interno à disciplina Complementos de Concreto Protendido Professor Responsável/Revisor Geral: João Bento de Hanai Equipe de colaboradores: Andréa Prado Abreu Reis Humberto Correia Lima Júnior Patrícia Lizi de Oliveira (Coordenadora) Rodrigo de Azevêdo Neves Tatiana Bittencourt Dumêt Tatiana Gesteira Martins de Almeida Valentim Capuzzo Neto São Carlos, outubro de 2000 Relatório Técnico no 43 SSUUMMÁÁRR IIOO Sumário __________________________________________________________________ 1 1. Introdução_______________________________________________________________ 1 1.1 Vantagens dos pavimentos pós-tensionados ________________________________ 3 1.2 Tipos estruturais considerados ___________________________________________ 3 1.3 Grau de protensão _____________________________________________________ 4 1.4 Cabos com ou sem aderência ____________________________________________ 4 1.5 Técnicas analíticas _____________________________________________________ 5 2. Comportamento estrutural __________________________________________________ 6 2.1 Efeitos da protensão____________________________________________________ 6 2.2 Pavimentos unidirecionais ou bidirecionais __________________________________ 6 2.3 Flexão em pavimentos unidirecionais ______________________________________ 8 2.4 Flexão em lajes planas (comportamento bidirecional) _________________________ 8 2.5 Cisalhamento ________________________________________________________ 16 3. Arranjo estrutural ________________________________________________________ 17 3.1 Distribuição dos pilares ________________________________________________ 17 3.2 Espessura e tipos de pavimentos ________________________________________ 17 3.3 Efeito das restrições ao encurtamento da laje_______________________________ 23 4. Materiais _______________________________________________________________ 26 4.1 Concreto ____________________________________________________________ 26 4.2 Cabos ______________________________________________________________ 26 4.3 Armadura passiva_____________________________________________________ 28 5. Requisitos do Cobrimento _________________________________________________ 29 6. Metodologia de projeto____________________________________________________ 30 6.1 Introdução___________________________________________________________ 30 6.2 Fluxograma de cálculo _________________________________________________ 30 6.3 Cálculo básico _______________________________________________________ 32 6.4 Disposição estrutural __________________________________________________ 32 6.5 Carregamento________________________________________________________ 33 6.6 Análise de pórticos eqüivalentes _________________________________________ 33 6.7 traçados dos cabos e balanceamento de cargas ____________________________ 35 6.8 Forças e perdas de protensão ___________________________________________ 40 6.9 Efeitos secundários ___________________________________________________ 41 6.10 Cálculo à flexão _____________________________________________________ 43 6.11 Resistência ao Cisalhamento___________________________________________ 51 6.12 Reforço de fendilhamento nas ancoragens ________________________________ 53 6.13 Reforço entre as ancoragens dos cabos__________________________________ 55 6.14 Flecha e vibração ____________________________________________________ 56 6.15 Concretos com agregados leves ________________________________________ 57 7. Detalhamento ___________________________________________________________ 58 7.1 Distribuição dos cabos _________________________________________________ 58 7.2 Espaçamento dos cabos ______________________________________________ 58 7.3 Representação dos cabos _____________________________________________ 59 7.4 Apoio dos cabos_____________________________________________________ 60 7.5 Disposição da armadura passiva_________________________________________ 62 7.6 Perfurações e aberturas em pavimentos___________________________________ 64 7.7 Detalhes construtivos_________________________________________________ 65 8. Demolição______________________________________________________________ 71 8.1 Geral ______________________________________________________________ 71 9. Referências Bibliográficas _________________________________________________ 72 11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO O uso de pavimentos de concreto protendido por meio de pós-tração em edifícios tem crescido consideravelmente nos últimos anos. A maior aplicação deste tipo de construção tem ocorrido nos Estados Unidos, sendo que na Califórnia esta é a primeira opção para pavimentos de concreto. Pavimentos pós-tensionados também têm sido usados na Austrália, em Hong Kong, em Singapura e na Europa. A aplicação, no Reino Unido, está crescendo rapidamente. As aplicações típicas, têm sido efetuadas em: ? Escritórios; ? Estacionamentos; ? Shopping centers; ? Hospitais; ? Apartamentos; ? Construções industriais. Nas Figuras 1, 2 e 3 são ilustradas algumas aplicações. Figura 1 – Harbour Exchange Tower Figura 2 – Estacionamento da Grosvenor Square – Southampton Figura 3 – New Oxford Street A Concrete Society publicou três relatórios sobre esse assunto: RT no 8(1) (Projeto de lajes planas em edifícios de concreto pós-tensionado); RT no 17(2) (Lajes planas de concreto pós- tensionado com consideração particular ao uso de cabos sem aderência – recomendações de projeto); RT no 25(3) (Manual de projeto de lajes planas pós-tensionadas). O RT no17 é uma revisão do RT no 8, e o RT no 25 amplia as recomendações do RT no 17. O objetivo do relatório atual é atualizar as informações contidas nos RT no 17 e 25, de acordo com a BS8110, 1985(4), unindo esses dois relatórios em um único documento e expandindo algumas das recomendações de acordo com a prática atual. Este relatório explica o conceito global das construção de pavimentos de concreto pós- tensionados, assim como fornece recomendações detalhadas para o projeto. A intenção é simplificar as tarefas do projetista e do construtor, possibilitando a produção de estruturas eficientes e econômicas. Os pavimentos pós-tensionados não são complexos. As técnicas, o comportamento estrutural e o projeto são parecidos com os de estruturas de concreto armado. Os cabos de protensão formam um sistema de suspensão dentro da laje, sendo que a componente vertical da força de protensão suporta parte do carregamento e a 1 11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO O uso de pavimentos de concreto protendido por meio de pós-tração em edifícios tem crescido consideravelmente nos últimos anos. A maior aplicação deste tipo de construção tem ocorrido nos Estados Unidos, sendo que na Califórnia esta é a primeira opção para pavimentos de concreto. Pavimentos pós-tensionados também têm sido usados na Austrália, em Hong Kong, em Singapura e na Europa. A aplicação, no Reino Unido, está crescendo rapidamente. As aplicações típicas, têm sido efetuadas em: • Escritórios; • Estacionamentos; • Shopping centers; • Hospitais; • Apartamentos; • Construções industriais. Nas Figuras 1, 2 e 3 são ilustradas algumas aplicações. Figura 1 – Harbour Exchange Tower 2 Figura 2 – Estacionamento da Grosvenor Square – Southampton Figura 3 – New Oxford Street A Concrete Society publicou três relatórios sobre esse assunto: RT no 8(1) (Projeto de lajes planas em edifícios de concreto pós-tensionado); RT no 17(2) (Lajes planas de concreto pós- tensionado com consideração particular ao uso de cabos sem aderência – recomendações de projeto); RT no 25(3) (Manual de projeto de lajes planas pós-tensionadas). O RT no17 é uma revisão do RT no 8, e o RT no 25 amplia as recomendações do RT no 17. O objetivo do relatório atual é atualizar as informações contidas nos RT no 17 e 25, de acordo com a BS8110, 1985(4), unindoesses dois relatórios em um único documento e expandindo algumas das recomendações de acordo com a prática atual. Este relatório explica o conceito global das construção de pavimentos de concreto pós- tensionados, assim como fornece recomendações detalhadas para o projeto. A intenção é simplificar as tarefas do projetista e do construtor, possibilitando a produção de estruturas eficientes e econômicas. Os pavimentos pós-tensionados não são complexos. As técnicas, o comportamento estrutural e o projeto são parecidos com os de estruturas de concreto armado. Os cabos de protensão formam um sistema de suspensão dentro da laje, sendo que a componente vertical da força de protensão suporta parte do carregamento e a 3 componente horizontal reduz a tensão de tração no concreto. Dois exemplos de projeto são apresentados no Apêndice A. Este relatório deve ser lido em conjunto com a BS8110(4). Os assuntos que não são tratados na BS8110(4) são descritos em detalhes no relatório, fornecidas as apropriadas referências. Os princípios dispostos no relatório também podem ser aplicados em projetos de acordo com o Eurocode EC2(5), mas alguns detalhes deverão ser modificados. Duas outras publicações do Concrete Society fornecem informações úteis para o projeto de pavimentos pós-tensionados. São elas: RT no 21(6) (Durabilidade de cabos para concreto protendido), e RT no 23(7) (Protensão parcial). Salienta-se que uma vez que a integridade da estrutura depende de um número relativamente pequeno de cabos protendidos e de ancoragens, o efeito da mão-de-obra e da qualidade dos materiais pode ser crítica. Isto deve ser considerado por todas as partes envolvidas, tanto no projeto quanto na execução. 11..11 VVAANNTTAAGGEENNSS DDOOSS PPAAVVIIMMEENNTTOOSS PPÓÓSS--TTEENNSSIIOONNAADDOOSS As principais vantagens dos pavimentos pós-tensionados em relação aos de concreto armado moldados no local, são: • Maiores vão livres; • Menor espessuras das lajes; • Estruturas mais leves; • Redução da fissuração e das flechas; • Redução do pé-direito; • Rapidez de construção; • Maior impermeabilidade. Estas vantagens podem resultar em significativa economia nos custos globais. Existem situações onde a altura do edifício é limitada. A redução do pé-direito dos pavimentos permite a construção de pavimentos adicionais, sem exceder o limite permitido. 11..22 TTIIPPOOSS EESSTTRRUUTTUURRAAIISS CCOONNSSIIDDEERRAADDOOSS Este relatório refere-se, primeiramente, aos pavimentos elevados. Porém, as recomendações são aplicáveis, da mesma forma, em lajes de fundação, a não ser pelo fato 4 de que uma vez que o carregamento é preferencialmente de baixo para cima. O perfil dos cabos e a posição da armadura passiva devem ser invertidos. Os tipos de pavimentos variam desde lajes planas até estruturas de lajes com vigas em uma direção. Há uma distinção importante sobre os tipos estruturais, dependendo se as lajes têm comportamento unidirecional ou bidirecional. Isto é discutido com mais detalhe na Seção 2.2. 11..33 GGRRAAUU DDEE PPRROOTTEENNSSÃÃOO O grau de protensão aplicado, usualmente, não é suficiente para evitar as tensões de tração que ocorrem na laje sob as condições de carregamento previstas no projeto. A estrutura deve, então, ser considerada como parcialmente protendida. O grau de protensão escolhido afeta os requisitos de armadura passiva. O aumento no nível de protensão provoca uma redução na armadura passiva necessária. Ao contrário das estruturas de concreto armado, é possível variações no projeto para uma mesma geometria e mesmo carregamento. A solução ótima depende do custo relativo da protensão e da armadura passiva e da relação entre a carga permanente e a carga acidental. Em média, os níveis de tensão média de compressão no concreto causada pela protensão variam de 0,7 a 2,5 N/mm2 para lajes maciças e ocasionalmente acima de 6 N/mm2 para lajes nervuradas. Porém, quando essa tensão excede, aproximadamente, 2 N/mm2, ou quando pavimento é muito grande, os efeitos das restrições à deformação impostas pelos apoios podem se tornar importantes. Se os apoios forem robustos, uma parte significativa da força de protensão vai para os apoios, assim a protensão efetiva da laje é reduzida (ver Seção 3.3). 11..44 CCAABBOOSS CCOOMM OOUU SSEEMM AADDEERRÊÊNNCCIIAA Pavimentos pós-tensionados podem ser construídos tanto com cabos aderentes quanto com cabos não-aderentes. Os méritos relativos às duas técnicas são objeto de debate. Os pontos a seguir podem ser relacionados a favor de cada um: Com aderência: • é desenvolvida maior resistência última à flexão; • não depende de ancoragem após o grauteamento; 5 • localiza os efeitos de dano. Sem aderência: • provoca maior braço de alavanca; • reduz perdas por atrito; • simplifica a pré-fabricação dos cabos; • não requer grauteamento das bainhas; • pode ser construído com maior velocidade; • geralmente é mais barato. 11..55 TTÉÉCCNNIICCAASS AANNAALLÍÍTTIICCAASS O processo de projeto é descrito no capítulo 6. Os métodos analíticos são os mesmos utilizados para estruturas de concreto armado. A estrutura normalmente é dividida em séries de pórticos equivalentes. Os pórticos equivalentes podem ser analisados utilizando métodos de distribuição de momentos ou outros métodos, porém hoje é mais comum utilizar programas de computador para análise de pórticos planos. Além dos programas comuns para pórticos planos, estão disponíveis programas específicos para o projeto de estruturas protendidas. Estes programas reduzem o tempo de projeto, mas não são essenciais para o projeto de pavimentos pós-tensionados. Para lajes planas mais complicadas ou para aquelas cujo cálculo se repete inúmeras vezes, uma análise de grelha, ou via Método dos Elementos Finitos pode ser mais apropriada. 6 22.. CCOOMMPPOORRTTAAMMEENNTTOO EESSTTRRUUTTUURRAALL 22..11 EEFFEEIITTOOSS DDAA PPRROOTTEENNSSÃÃOO Os efeitos primários da protensão são: a pré-compressão do pavimento; e um carregamento vertical de baixo para cima no vão (carregamento equivalente) que equilibra parte da carga permanente e da carga acidental. Num pavimento de concreto armado, a fissuração por tração do concreto é uma condição ao dimensionamento econômico dos níveis de tensão na armadura. Em pavimentos pós-tensionados tanto a pré-compressão como o carregamento equivalente reduzem as tensões de tração no concreto. Todavia, o nível de protensão adotado usualmente não é suficiente para evitar a fissuração sob o carregamento total, no estado limite de utilização. Sob carga acidental reduzida, muitas fissuras não serão visíveis. O ato da protensão provoca flexão, encurtamento, deslocamentos verticais e rotação da laje. Se algum desses efeitos for restringido, serão induzidos efeitos secundários. Como foi visto anteriormente, se o nível de protensão não exceder cerca de 2N/mm2 os efeitos secundários devidos às restrições ao encurtamento são usualmente negligenciados. Todavia, a menos que o pavimento possa ser considerado estaticamente determinado, os deslocamentos do pavimento provocam momentos secundários que não podem ser negligenciados. Efeitos secundários são discutidos com mais detalhes na Seção 6.9, e um cálculo desses efeitos é feito no Apêndice D. 22..22 PPAAVVIIMMEENNTTOOSS UUNNIIDDIIRREECCIIOONNAAIISS OOUU BBIIDDIIRREECCIIOONNAAIISS Existem diversos tipos de pavimentos protendidos. Algumas das configurações mais comuns são mostradas nas Figuras 4, 5, 6, 7 e 8. Uma importante distinção entre os tipos de pavimentos é se eles se comportam como estrutura uni ou bidirecional. Laje plana maciça Laje plana com capitéis Laje plana com faixa sobre os pilares Figura 4 – Configurações típicas de lajes planas 7 Laje plana nervurada Laje plana nervurada com capitéis embutidos Laje plana nervurada com faixas sobre os pilares Figura 4 – Configurações típicas de lajes planas (continuação) Laje nervurada Laje com vigas Figura 5 – Configurações típicas de pavimentosunidirecionais Figura 6 – Laje plana pós-tensionada Figura 7 – Laje nervurada em uma direção, pós-tensionada Figura 8 – Laje nervurada em duas direções, pós-tensionada 8 Pavimentos unidirecionais suportam o carregamento aplicado, essencialmente, em uma direção, e são tratados como vigas ou pórticos planos. Por outro lado, os pavimentos bidirecionais suportam as cargas aplicadas por meio de mecanismos de sustentação em duas direções. Porém, para uma estrutura ser considerada bidirecional ela deve atender a alguns critérios. Estes critérios são discutidos na Seção 2.4. 22..33 FFLLEEXXÃÃOO EEMM PPAAVVIIMMEENNTTOOSS UUNNIIDDIIRREECCIIOONNAAIISS Pavimentos unidirecionais normalmente são projetados como estruturas da Classe 3, de acordo com a BS8110(4). Embora seja admitida fissuração, é assumida seção de concreto não fissurada e as tensões de tração hipotéticas podem ser resistidas no estado limite de utilização. As tensões admissíveis são discutidas na Seção 6.10.1. O comportamento dos pavimentos unidirecionais sob carregamento inferior à carga de fissuração pode ser assumido como elástico-linear. A BS8110(4) recomenda que quando as tensões de tração devido às cargas permanentes forem inferiores às tensões admissíveis para estruturas da Classe 2, a flecha pode ser determinada utilizando as características da seção bruta. Em outros casos, o cálculo das flechas deve ser baseado na relação momento-curvatura para seção fissurada. 22..44 FFLLEEXXÃÃOO EEMM LLAAJJEESS PPLLAANNAASS ((CCOOMMPPOORRTTAAMMEENNTTOO BBIIDDIIRREECCIIOONNAALL)) No contexto deste relatório, lajes planas são aqueles pavimentos que transferem cargas em duas direções diferentes para pilares que constituem apoios discretos, com ou sem capitéis. Esta é a definição de lajes planas da BS8110(4). Deve ser enfatizado que essas estruturas não são as mesmas que as estruturas bidirecionais de acordo com a Seção 3.5 da BS8110(4). Lajes bidirecionais em BS8110(4) sempre são apoiadas em vigas ou paredes, isto é, em apoios contínuos, e não são tratadas neste relatório. Um conceito errado de alguns engenheiros é considerar o carregamento reduzido quando analisam a laje em uma direção, usando o método do pórtico equivalente. Uma laje plana, apoiada em pilares, ao invés de vigas no seu perímetro, podem romper por mecanismos unidirecionais assim como uma laje armada em uma direção. Ela deve ser armada para resistir aos momentos devidos ao carregamento total em cada uma das direções ortogonais. 9 Ensaios e aplicações têm demonstrado que lajes planas pós-tensionadas comportam-se como placas planas, independentemente da disposição dos cabos (ver Figura 9). Os efeitos dos cabos são, é claro, críticos para o comportamento já que eles produzem esforços na laje assim como funcionam como reforço. Os cabos exercem forças verticais na laje conhecidas como carregamentos equivalentes (ver Seção 6.7), e estes carregamentos podem ser considerados como qualquer outro carregamento permanente ou acidental. Uma vez que o efeito dos cabos é oposto ao efeito das forças gravitacionais, o carregamento líquido resultante que causa flexão é reduzido. Um efeito adicional dos cabos é a pré-compressão axial que combate os efeitos da tração por flexão. Portanto, sob o carregamento permanente em serviço, o valor líquido da carga para baixo que provoca flexão é normalmente muito pequena e o pavimento fica, essencialmente, submetido a compressão axial uniforme. Examinando a distribuição dos momentos fletores para uma laje plana, nas Figuras 10 e 11 nota-se que é formado um pico imediatamente próximo ao pilar e que o momento na face do pilar é várias vezes maior que o momento no meio do vão. Deve-se notar que as tensões admissíveis, dadas na Tabela 2 da Seção 6.10.1 são tensões médias para todo o painel. Elas são inferiores àquelas para pavimentos unidirecionais, para permitir esta distribuição não-uniforme dos momentos ao longo do painel. a) Todos os cabos na faixa Figura 9 – Superfícies de momentos fletores para diferentes configurações dos cabos 10 b) Cabos uniformemente distribuídos c) 50% dos cabos na faixa de pilares e 50% distribuídos uniformemente Figura 9 – Superfícies de momentos fletores para diferentes configurações dos cabos (continuação) a) Momentos ao longo da seção na linha de pilares b) Momentos no meio entre linhas de pilares Figura 10 – Momentos fletores aplicados em lajes cogumelos sólidas 11 a) Momentos na linha de pilares b) Momentos no meio entre linhas de pilares Figura 11 – Distribuição dos momentos fletores aplicados na largura de um painel de laje plana sólida Em contraste, o momento fletor, na região do meio do vão é quase uniformemente distribuído em todo painel como é mostrada na Figura 11b. É útil para entender as lajes planas pós-tensionadas, esquecer os conceitos de faixa de pilar arbitrária, de faixa central e as tabelas de porcentagem de momentos que têm sido familiares aos projetistas de pavimentos de concreto armado. Em vez disso, o mecanismo de ação dos cabos deve ser examinado primeiro. O método de balanceamento de cargas é uma ferramenta mais poderosa para examinar o comportamento de sistemas bidirecionais que para estruturas unidirecionais. Pelo método de balanceamento de cargas, toda a atenção é voltada para as forças exercidas pelos cabos, perpendicularmente ao plano da laje. Assim como nos pavimentos unidirecionais, isto corresponde a um carregamento uniforme, para cima, ao longo da maior parte do comprimento central dos cabos, e a um carregamento estaticamente equivalente, para baixo, atuando no pequeno comprimento com curvatura invertida. Para aplicar um carregamento essencialmente uniforme, para cima, os cabos deveriam ser uniformemente distribuídos, e o carregamento para baixo devido aos cabos deveria reagir contra outro elemento estrutural. O elemento adicional pode ser uma viga ou uma parede no caso de lajes unidirecionais, ou pilares no caso de sistema bidirecional. Porém, olhando a planta de uma laje plana (ver Figura 12) nota-se que os pilares provocam reações para cima, numa área muito pequena. Então, para manter a coerência estática, é preciso adicionar um segundo conjunto de cabos perpendiculares aos anteriores, para proporcionar forças, para cima, para resistir às forças para baixo, provocadas pelo primeiro grupo de cabos. Lembrando que as forças para baixo dos cabos uniformemente distribuídos ocorrem numa 12 largura relativamente estreita, sob a região de curvaturas invertidas e que a única reação externa disponível, dada pelo pilar, é também relativamente estreita, torna-se óbvio que o segundo conjunto de cabos deve estar em faixas estreitas ou faixas que passam sobre os pilares. Cabos uniformemente espaçados exercendo forças para cima no vão e forças para baixo nas linhas de pilares Cabos concentrados nas linhas de pilares exercendo forças para cima, no vão, para balancear as forças para baixo exercida pelos cabos uniformemente distribuídos e forças para baixo, nos pilares. Figura 12 – Balanceamento de forças com cabos protendidos para distribuição regular dos pilares Existem duas maneiras de acoplar estes dois conjuntos de cabos para obter o carregamento para cima aproximadamente uniforme, a fim de facilitar a análise. No primeiro método, os cabos são espaçados uniformemente em cada uma das direções e reagem contra os cabos agrupados em faixas ao longo das linhas de pilares, em cada direção. Isto resulta em alguns dos cabos em cada direção sendo agrupados em faixas sobre os pilares, e alguns distribuídos uniformemente entre essas faixas (ver Figura 13). Este método funciona bem quando os pilares estão arranjados em uma malha retangular. A Figura 9 mostra os momentos fletores derivados de análises de grelhas de painéis quadrados com diferentes configurações dos cabos. O balanceamento de forças fornecido pelos cabos em cada direção é igual ao carregamento permanente. Na Figura 9c é dada a distribuição maisuniforme de momentos e fornece uma distribuição prática dos cabos. Este arranjo coloca 70% dos cabos nas faixas dos pilares e os outros 30% entre essas faixas. Pode-se notar que, desde que a largura da faixa seja 0,4 vezes a largura entre duas faixas, 13 este arranjo é idêntico a colocar 50% dos cabos uniformemente distribuídos em toda largura entre faixas e adicionar 50% concentrada na faixa. No entanto, como pode ser visto na Figura 9 a distribuição detalhada não é crítica, contanto que sejam colocados cabos suficientes na zona dos pilares, para dar segurança adequada contra a punção e o colapso progressivo. Figura – 13 Distribuição dos cabos em faixas, em cada direção Quando o arranjo dos pilares é irregular, ou quando aberturas ou outras considerações geométricas exigirem, pode ser usado um segundo método. Neste método a distribuição uniforme dos cabos e a distribuição em faixas podem ser feitas, cada um, em apenas uma direção (ver Figura 14). O potencial do segundo método torna muito claro quando se examina pavimentos cujos pilares têm distribuição irregular. Por exemplo, na Figura 15a, os pilares dos eixos pares são deslocados meio vão em relação aos pilares dos eixos ímpares, mas os pilares em uma dada linha identificada por uma letra, estão alinhados. Se o procedimento das faixas sobre pilares, ilustrado na Figura 15b, é considerado da mesma forma que para pavimentos convencionais de concreto armado, cada vão que começa numa faixa de pilar termina numa faixa central. Traçando os caminhos das forças, uma análise racional e o lançamento da armadura tornam-se difíceis se não impossíveis e obrigam o retorno à idéia básica de balanceamento de forças com cabos de protensão. A distribuição uniforme dos cabos de protensão (paralelos as linhas da malha marcadas com letras) pode ser realizada considerando a localização dos pilares. É necessário determinar apenas os pontos altos dos perfis dos cabos (onde a curvatura é invertida e ocorrem as forças para baixo) nas interseções dos cabos com as linhas numeradas da malha. Este sistema então reage contra os cabos localizados nas linhas numeradas da malha como mostrado na Figura 15c. Por esse processo , a reação da força gravitacional equilibrada pelos cabos é transmitida diretamente aos pilares, sem nenhum esforço de flexão na laje. 14 Uma vez que a carga de balanceamento é tipicamente uma grande parte da carga permanente, os erros na análise que se devem a considerações incorretas sobre o caminho das cargas são função de carregamentos relativamente pequenos, e portanto são pequenos. As possíveis conseqüências destes erros podem ser investigadas examinando o comportamento do pavimento sob cargas adicionais. Figura 14 – Faixa de cabos em uma direção e cabos uniformemente distribuídos na outra direção As fissuras de flexão são iniciadas nas faces dos pilares e podem ocorrer sob níveis de carregamento em serviço. Enquanto as fissuras continuam pequenas, elas não afetam o comportamento da laje. A compressão devida à protensão retarda a formação de fissuras, mas isto é menos eficiente no controle da fissuração que a armadura passiva situada no topo das lajes, imediatamente adjacentes e sobre os pilares. 22..44..11 CCrriittéérriiooss ddee llaajjeess ppllaannaass Para um pavimento protendido ser considerado como laje plana, devem ser adotados os seguintes critérios: A pré-compressão deve ser aplicada em duas direções ortogonais: Tanto os pavimentos sem fissuras, quanto as lajes com moderada formação de fissuras funcionam como placas elásticas e homogêneas com comportamento bidirecional. A localização do cabo num determinado ponto do pavimento não é crítica para o comportamento bidirecional desde que a pré-compressão, que é um fator decisivo, seja em geral aplicada ao pavimento no seu perímetro. A pré-compressão nas bordas da laje é concentrada nas ancoragens, e se difunde na laje com o aumento da distância à borda. Isto é verdade para pavimentos com 15 espessura uniforme assim como para pavimentos com vigas na direção da pré- compressão. Pavimentos com faixas pós-tensionadas e pavimentos com vigas largas e baixas também caracterizam a ação bidirecional nas regiões distantes das bordas livres onde a pré-compressão é obtida em ambas as direções. a) Laje plana com distribuição irregular dos pilares b) Faixas de pilares e faixas centrais c) Balanceamento das forças com cabos protendidos Figura 15 - Balanceamento das forças para distribuição irregular de pilares 16 A experiência mostra que para a pré-compressão ser efetiva ela deveria ser de pelo menos 0,7 N/mm2 em cada direção. A relação entre comprimento e largura de um painel não deveria ser maior que 2,0: isto se aplica a lajes planas maciças, apoiadas por linhas ortogonais de pilares. Para relações maiores que 2,0 a seção média tenderá a funcionar como laje unidirecional. Relação das rigidezes nas duas direções: A relação entre as rigidezes de uma laje em duas direções ortogonais não deve ser desproporcional. Isto é mais provável de acontecer com seções transversais não-uniformes como as nervuras. Para painéis quadrados esta relação não deve exceder 10,0, senão o comportamento da laje se aproxima mais de estrutura unidirecional. 22..55 CCIISSAALLHHAAMMEENNTTOO O método apresentado na BS8110(4) para cálculo do cisalhamento em vigas e lajes unidirecionais pode ser usado. A BS8110(4) não apresenta um método para verificação do cisalhamento em lajes planas pós-tensionadas. O método dado neste manual (ver 6.11.2) combina os efeitos da protensão dados na Seção 4 da BS8110 com o método para verificação de punção em concreto armado dado na Seção 3 da BS8110. 17 33.. AARRRRAANNJJOO EESSTTRRUUTTUURRAALL 33..11 DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO DDOOSS PPIILLAARREESS A experiência em muitos países indica um vão mínimo de cerca de 7 metros para tornar a protensão viável num pavimento de edifício. Entretanto são conhecidos exemplos de pavimentos protendidos que se mostraram competitivos onde vão menores foram utilizados por razões arquitetônicas, mas a protensão foi então viável apenas pela escolha da forma mais adequada para a laje. Em geral a situação ideal é pensar em protensão desde a concepção inicial da construção e escolher vãos maiores. Na escolha da distribuição dos pilares e dos vãos para um pavimento protendido, muitas possibilidades podem ser consideradas para otimizar o projeto, entre elas: a) Reduzir o comprimento dos vãos externos ou, se as considerações arquitetônicas permitirem, inserir pilares no perímetro para diminuir os balanços. Consequentemente, os momentos fletores nos vãos externos serão reduzidos e será obtida uma configuração mais adequada para os momentos fletores; b) Reduzir, se necessário, a rigidez dos pilares para minimizar a perda de protensão devida às restrições ao encurtamento da laje (ver Seção 3.3); c) Onde os comprimentos dos vãos variarem, ajustar o perfil e o número de cabos para proporcionar a sustentação necessária para cada vão. Geralmente isto será igual a uma porcentagem da carga permanente para cada vão. Uma vez definida a distribuição dos pilares, a consideração seguinte é o tipo de pavimento a ser usado. Isto é determinado por fatores como comprimento dos vão, magnitude do carregamento, forma arquitetônica e utilização da construção, exigências especiais como serviços, local da construção, e custo dos materiais disponíveis. 33..22 EESSPPEESSSSUURRAA EE TTIIPPOOSS DDEE PPAAVVIIMMEENNTTOOSS A espessura da laje deve obedecer a duas funções primordiais - resistência estrutural e deformação. Vibração também poderia ser considerada onde existem apenas poucos painéis. A escolha da espessura ou do tipo (placa sem capitéis, placa com capitéis, laje 18 nervurada ou laje e viga) também é influenciada pela resistência do concreto e pelo carregamento. Existem várias alternativas de soluções para o mesmo problema e podem ser necessários estudos preliminares a fim de determinara solução mais econômica. As informações contidas nas Figuras 16, 17 e 18 ajudam o projetista a fazer uma escolha preliminar da seção do pavimento. A Figura 16 (derivada da Tabela 1) fornece capacidades de cargas típicas para várias lajes planas e lajes unidirecionais para uma gama de relações vão/espessura. Estas figuras são baseadas em experiências realizadas. A Figura 16 é apropriada para todos os tipos de pavimentos protendidos. As Figuras 17 e 18 são apropriados apenas para lajes planas, mas a Figura 17 não é adequada para lajes nervuradas que não têm seção sólida sobre o pilar. Neste estágio deve-se notar que o carregamento superposto usado nas Figuras 16, 17 e 18 consiste de todas as forças (permanentes e acidentais) inclusive o peso próprio. Os métodos de cálculo utilizados para obter os gráficos das Figuras 17 e 18 são descritos na Apêndice F. Nota: Este gráfico é derivado de valores empíricos dados na Tabela 1 para pavimentos de vãos múltiplos. Para pavimentos de vão único, a espessura deve ser aumentada em aproximadamente 15%. Figura 16 - Seleção preliminar da espessura de pavimentos de vãos múltiplos 19 Figura 17 - Verificação preliminar da espessura de lajes sob cisalhamento, pilares internos 20 Figura 18 - Verificação do cisalhamento último para lajes planas na face de pilares internos Notas: 1. Para dimensões de pilares diferentes de 300 x 300 a espessura da laje deve ser multiplicada pelo fator (perímetro do pilar/1200); 2. A máxima tensão de cisalhamento para fcu igual ou superior a 40 N/mm2 é 5 N/ mm2; Para fcu < 40 N/ mm2 a máxima tensão de cisalhamento é cuf8,0 ; Para fcu = 35 N/ mm2 multiplicar a espessura da laje pelo fator 1,06; Para fcu = 30 N/ mm2 multiplicar a espessura da laje pelo fator 1,14; 3. O valor de d/h é assumido igual a 0,85; 4. A relação de Veff/V é assumida igual a 1,15; 5. Estas curvas não consideram os efeitos de distribuição elástica (ver Seção 6.6). As lajes planas tendem a ultrapassar os limites das tensões devidas à punção nas áreas próximas aos pilares, e freqüentemente exigem armadura adicional para combater o cisalhamento nessas regiões. Os gráficos da Figura 17 proporcionam uma avaliação preliminar da necessidade ou não de armadura de cisalhamento para seções dos tipos 1, 2, 3, 5 e 6 (todos os tipo de lajes planas) da Tabela 1. Como a resistência ao cisalhamento da laje depende das dimensões dos pilares ou das cabeças dos pilares, cada gráfico foi traçado para dimensões diferentes dos pilares. 21 Além disso, a resistência ao cisalhamento na face do pilar deve ser verificada. Isto pode ser feito usando o gráfico da Figura 18. Este gráfico foi traçado para lajes com pilares de 300 x 300 mm, e para obter a capacidade de carga de lajes com pilares de outras dimensões, os valores no gráfico devem ser multiplicados pela razão perímetro do pilar/1200. O procedimento a seguir deve ser usado em conjunto com a Tabela 1, Figuras 16, 17 e 18, para obter a seção da laje. a) Conhecendo o vão e o carregamento, a Figura 16 ou a Tabela 1 podem ser usadas para a escolha de uma razão vão/espessura adequada para o tipo de seção considerada. A Tabela 1 também fornece uma verificação simples para efeito de vibração. b) Se seções tipo 1, 2, 3, 5 ou 6 forem escolhidas, verificar a resistência ao cisalhamento, usando um dos gráficos da Figura 17 (dependendo do tamanho do pilar). Obter a capacidade de carga da laje. Se o valor exceder o carregamento, não será necessária armadura de cisalhamento. Caso contrário, a armadura será necessária. Se a diferença dos valores for muito grande deve-se aumentar a espessura da laje ou as dimensões do pilar. c) Verificar a resistência ao cisalhamento na face do pilar usando o gráfico da Figura 18. Se a capacidade resistente for excedida, aumentar a espessura da laje e verificar novamente. Deve-se notar que a Tabela 1 e a Figura 16 são aplicáveis somente para pavimentos de vãos múltiplos. Para pavimentos de vão único deve-se aumentar a espessura em aproximadamente 15%. As Figuras 17 e 18 são aplicáveis para ambos os tipo de pavimento e forma traçadas usando um fator de carga médio de 1,5 (ver Apêndice F). As Figuras 17 e 18 são ajustadas para pilares internos. Elas podem ser usadas para pilares externos, considerando o dobro da área carregada para pilares de borda e quatro vezes para pilares de canto. Assim considera-se que as bordas da laje estendem-se no mínimo até a linha de centro do pilar. 22 Tabela 1 – Relações vão/espessura típicos para diversos tipos de seções de pavimentos de vãos múltiplos * Exigências adicionais se não for verificada vibração, para condições normais: A) ou a laje tem ao menos quatro painéis e no mínimo 250 mm de espessura, ou tem ao menos oito painéis e espessura mínima de 200 mm. B) ou o pavimento tem ao menos quatro painéis e no mínimo 400 mm de espessura, ou tem ao menos oito painéis e espessura mínima de 300 mm. Tipo da seção Carregamento total (kN/m2) Relação vão/espessura 6 m ≤ L ≤ 13 m * 1. Laje plana sólida 2,5 5,0 10,0 40 36 30 A 2. Laje plana com capitel 2,5 5,0 10,0 44 40 34 A 3. Laje plana com faixa sobre os pilares 2,5 5,0 10,0 laje 45 40 35 viga 25 22 18 A 4. Laje plana nervurada 2,5 5,0 10,0 25 23 20 B 5. Laje plana nervurada com capitéis embutidos 2,5 5,0 10,0 28 26 23 B 23 Tabela 1 – Relações vão/espessura típicos para diversos tipos de seções de pavimentos de vãos múltiplos (continuação) 6. Laje plana nervurada com faixas sobre pilares 2,5 5,0 10,0 28 26 23 B 7. Laje nervurada 2,5 5,0 10,0 30 27 24 B 8. Laje com viga estreita 2,5 5,0 10,0 laje 42 38 34 viga 18 16 13 A Notes: 1. Todos os painéis são assumidos quadrados 2. As relações vão/espessura não são afetadas pela cabeça do pilar 3. + É possível que os cabos de protensão sejam necessários apenas nas seções das faixas e que a armadura passiva seja suficiente nas nervuras, ou vice-versa ++ Os valores da relação vão/espessura podem variar de acordo com a largura da viga. 33..33 EEFFEEIITTOO DDAASS RREESSTTRRIIÇÇÕÕEESS AAOO EENNCCUURRTTAAMMEENNTTOO DDAA LLAAJJEE Deve-se permitir aos pavimentos pós-tensionados ter encurtamento para que a força de protensão seja aplicada na laje(8,9). O encurtamento ocorre devido a: a) Encurtamento elástico devido às forças de protensão; b) Fluência devida às forças de protensão; c) Retração do concreto. O encurtamento elástico ocorre durante a protensão dos cabos, mas a fluência e a retração são efeitos dependentes do tempo. O pavimento será apoiado em pilares ou em combinações de pilares e paredes de núcleo. Estes suportes oferecem restrições ao encurtamento da laje. Não existem regras 24 estabelecidas que possam ser usadas para determinar quando uma restrição é significativa. Como orientação, se a protensão é inferior a 2 N/mm2, o pavimento não é muito comprido e não existe mais de um apoio rígido, então os efeitos das restrições são usualmente ignorados. Um método simples de averiguar a restrição oferecida pelos apoios é calcular as deformações elásticas, de fluência e de retração provocadas na laje e então calcular as forças necessárias para deformar os apoios. A Figura 19 mostra dois pórticos simples nos quais os pavimentos foram encurtados e os pilares foram forçados a deformar. A força em cada pilar pode ser calculada pelo quanto ele foi forçado a se deformar e sua rigidez. A rigidez pode ser calculada assumindo que o pilar é engastado nas duas extremidades. (a) Pavimento simétrico apoiado em pilares (b) Pavimento apoiado em pilares e em caixa de elevador de um lado Figura 19 – Restrições ao encurtamento do pavimento Ponto imobilizado Ponto imobilizado 25 O cálculo das deformações elásticas, da fluência e da retração podem ser baseadas nos valores dados pela BS8110(4). A deformação elástica pode ser baseada no módulo de elasticidade no instante da protensão dos cabos. Se isso ocorre sete dias após aconcretagem, o módulo é aproximadamente 80% do módulo aos 28 dias. A fluência depende da idade do concreto quando os cabos são protendidos, da umidade e da espessura fictícia. A deformação por fluência é tipicamente 2,5 vezes a deformação elástica. A retração será, geralmente, da ordem de 100 a 300.10-6, mas em algumas circunstâncias ela pode chegar a 400.10-6. Deformações típicas para um piso interno de 300mm com protensão de 2 N/mm2 podem ser: Deformação elástica - 100.10-6 Fluência - 250.10-6 Retração - 300.10-6 Deformação total - 650.10-6 A análise seguinte é aproximada, mas conservativa e ignora qualquer deslocamento da base do pilar ou rotação no topo. Uma análise mais precisa pode ser feita usando uma estrutura plana com deformações impostas. A força necessária para deformar cada pilar, conforme mostrado no Figura 19, pode ser assumida como: iLTi l⋅ε=δ 3 p iic i )h( E12 H δ⋅Ι⋅⋅ = Para fins de cálculo de Hi, o valor de icE Ι para o pilar pode ser reduzido pela fluência no pilar e, em alguns casos, pela fissuração. Uma redução de ao menos 50% para propriedades elásticas imediatas é normalmente justificável. A força de tração total no pavimento devida ao encurtamento é a soma de todas as forças no pilar de um lado do ponto indeslocado. Na Figura 19a, a tração é H1+H2; na Figura 19b, a tração é H1+H2+H3. Esta tração atua como redutora da protensão do pavimento. Se a força de tração é pequena em comparação com a protensão, ela pode ser ignorada. Se a força de tração é moderada, pode ser necessário subtraí-la da força de protensão para obter a pré-compressão efetiva do pavimento. Mas se a restrição é tão grande que a flexão dos membros verticais para acomodação do encurtamento não é possível, são necessárias outras medidas. Isso pode incluir a liberação temporária dos vínculos. Porém, deve ser lembrado que fluência e retração continuarão ocorrendo por mais de 30 anos. 26 44.. MMAATTEERRIIAAIISS 44..11 CCOONNCCRREETTOO O concreto deve ser misturado, transportado, lançado e adensado de acordo com a BS8110, Parte 1, Seção 6. A escolha do tipo do concreto e a classe será influenciada pela durabilidade, resistência requerida nas primeiras idades, materiais disponíveis e fatores econômicos. Atualmente as classes de concreto C35 e C40 são as mais usadas para pisos protendidos com pós-tração. Quando agregados leves forem utilizados, deve-se atender àas exigências especiais da BS8110, Parte 2, Seção 5. 44..22 CCAABBOOSS 44..22..11 CCoorrddooaallhhaass Os materiais dos cabos utilizados em pisos de concreto pós-tensionados são normalmente cordoalhas de 7 fios. Estas devem ser do tipo 2 (baixa relaxação) como descrito em BS5896, Tabela 6. 44..22..22 PPrrootteeççããoo ddooss ccaabbooss 44..22..22..11 CCaabbooss nnããoo aaddeerreenntteess Cabos não aderentes são protegidos por uma camada de graxa dentro de uma capa plástica. Um exemplo é mostrado na Figura 20. Estes materiais devem obedecer às recomendações apresentadas pela Referência 11. 27 Figura 20 – Disposição de cabos não aderentes. Sob condições normais, as cordoalhas são fornecidas diretamente pelas indústrias, já engraxadas e com a capa plástica. Em nenhuma circunstância deve-se utilizar o PVC como capa protetora, uma vez que este material pode liberar íons de cloretos em certas condições. 44..22..22..22 CCaabbooss aaddeerreenntteess Cabos aderentes são utilizados dentro de bainhas metálicas que podem ter a forma circular ou oval. A Figura 21 apresenta um exemplo. Os cabos aderentes são usualmente formados por 4 cordoalhas dispostas em um mesmo plano, que trabalham em conjunto com um sistema de ancoragem. Com esta disposição atinge-se a máxima excentricidade. Figura 21 – Disposição de cabos aderentes. 28 As bainhas são feitas de tiras de metal galvanizados dispostas em espiral. Estas, após a protensão das cordoalhas, são preenchidas por calda de cimento, que tem como objetivo proteger o cabo contra corrosão e criar aderência entre a estrutura e o cabo. Informações adicionais podem ser obtidas na Referência 12. 44..22..33 AAnnccoorraaggeennss Os componentes ds ancoragens devem estar de acordo com a BS 4447. As Figuras 22 e 23 apresentam detalhes das ancoragens. No caso de ancoragens sem aderência, a proteção contra corrosão estar de acordo com a Classe A definida na Referência 14. Deve- se também incluir testes de fadiga com forças variando entre 60 a 65% da resistência característica das ancoragens, com 2 milhões de ciclos. Figura 22 – Ancoragem típica para cabos não aderentes Figura 23 – Ancoragem típica para cabos aderentes 44..33 AARRMMAADDUURRAA PPAASSSSIIVVAA A armadura passiva deve estar de acordo com a BS 4449. 29 55.. RREEQQUUIISSIITTOOSS DDOO CCOOBBRRIIMMEENNTTOO O cobrimento nominal é função dos requisitos de durabilidade ou resistência ao fogo, respeitando-se a condição mais desfavorável. Cabos aderentes: o cobrimento dos cabos deve estar de acordo com os requisitos exigidos para concreto protendido na BS8110, Parte 1, Cláusula 4.12.3, onde o cobrimento é medido a partir da parte externa da bainha. Observa-se que o cobrimento até o centro do cabo será maior que até o centro da bainha, uma vez que o cabo se encontra pressionado contra à parede desta. Cabos não aderentes: Não existem critérios de durabilidade para cabos não aderentes de acordo com 4.2.2. Proteção contra fogo deve ser adotada conforme BS 8110, Parte 1, Cláusula 4.12.3.1.3 e o cobrimento nominal até a superfície da capa de plástico não deve ser inferior a 25mm. O cabo é normalmente especificado por um diâmetro nominal (por exemplo, 12,9 ou 15,7 mm para cordoalhas com 7 fios); 3 mm adicionais devem ser considerados para levar em conta a espessura da capa de plástico. Armadura passiva: O cobrimento para a armadura passiva deve estar de acordo com os requisitos para concreto armado da BS8110, Parte 1, Cláusula 3.3. Ancoragens: O cobrimento para as ancoragens devem ser como o especificado para cabos aderentes na BS8110, Parte 1, Cláusula 4.12.3.1. Atenção deve ser dada à disposição tanto da armadura ativa como da passiva, respeitando- se o requisito de cobrimento mais crítico (Seção 7.5) 30 66.. MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA DDEE PPRROOJJEETTOO 66..11 IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO Esta seção considera os detalhes dos vários estágios da metodologia de projeto. Como na maioria dos projetos de concreto armado e protendido, a metodologia de projeto é usualmente de natureza iterativa, seguindo o seguinte ciclo: 1. Projeto preliminar; 2. Análise estrutural e verificações; 3. Revisão do projeto na medida do necessário; 4. Repetição dos itens 2 e 3 se necessário. O cálculo é normalmente baseado em procedimentos semi-empíricos tais como o método do pórtico eqüivalente. Cálculos mais rigorosos baseados por exemplo no Método dos Elementos Finitos são raramente adotados. Estes devem ser utilizados em grandes projetos com formas não usuais, onde o custo do projeto e a não aplicabilidade do cálculo empírico os justificam. O cálculo é normalmente realizado de acordo com a BS 8110, com os critérios adicionais dados neste relatório. Normalmente considera-se primeiramente a resistência à flexão calculada no Estado Limite de Utilização, sendo em seguida verificada a capacidade resistente da peça à esforços cortantes e fletores no Estado Limite Último. 66..22 FFLLUUXXOOGGRRAAMMAA DDEE CCÁÁLLCCUULLOO O fluxograma típico de cálculo é apresentado na Figura 24. 31 Figura 24 – Fluxograma de cálculo. 32 66..33 CCÁÁLLCCUULLOO BBÁÁSSIICCOO O cálculo de pavimentos de concreto protendido por pós-tração difere do procedimento de cálculo do concreto armado pelo efeito positivo que a protensão dá à estrutura. No concreto armado a armadura apresenta-se inicialmente sem tensões; a tensão na armadura resulta da deformação e fissuração da estrutura submetida a carregamento. Desta forma pode-se considerar que a armadura trabalha passivamente. Por outro lado, oscabos nos pisos de concreto protendido são inicialmente tensionados pelos macacos, assim estes apresentam- se sob tensão antes da estrutura ser carregada. A força no cabo é escolhida pelo projetista, e praticamente não varia quando a estrutura esta sob a ação da carga permanente e variável no Estado Limite de Utilização. O cálculo através do pórtico eqüivalente pode ser realizado manualmente, usando o método de distribuição dos momentos ou da flexibilidade, ou utilizando um programa computacional de análise matricial. Existem no mercado alguns programas computacionais específicos para sistemas de pisos protendidos. Estes programas não apenas realizam o cálculo do pórtico sob ação das cargas de protensão e do carregamento aplicado, como também calcula as tensões normais de flexão. Para uma análise mais complexa ou detalhada é necessária a utilização do Método dos Elementos Finitos ou das grelhas. Qualquer que seja a técnica utilizada para o cálculo estrutural deve-se levar em consideração além das cargas permanentes e variável, as cargas provenientes da protensão. 66..44 DDIISSPPOOSSIIÇÇÃÃOO EESSTTRRUUTTUURRAALL A escolha da disposição estrutural e das dimensões dos elementos foi discutida na Seção 3, e é provavelmente a decisão mais importante do projeto. A não ser quando a experiência prévia ou fatores determinantes ditarem a forma exata do projeto, várias possibilidades devem ser estudadas, apesar do projetista poder limitar o número de soluções considerando as diversas restrições e por um cálculo preliminar mais grosseiro e avaliações de custo. Com referência à espessura das lajes e à resistência do concreto, as relações entre disposição estrutural, espessura da laje e carregamento já forma apresentadas na Seção 3. A determinação da altura de um elemento estrutural deve ser realizada logo na fase inicial do processo de cálculo. Isto pode ser melhor obtido assumindo o valor de cerca de 70% do de um elemento equivalente de concreto não-protendido. 33 66..55 CCAARRRREEGGAAMMEENNTTOO O carregamento para o Estado Limite de Utilização deve considerar a carga permanente e os efeitos da carga de protensão atuando em combinações com a carga variável que resultem em tensões máximas. A não ser quando da presença de cargas anormais, geralmente será suficiente considerar o efeito da protensão combinada com as carga variáveis como dado na BS8110, Parte 1, Cláusula 4.3.3. Na transferência da protensão a avaliação das tensões deve ser realizada considerando apenas o peso próprio agindo em conjunto com os efeitos da carga de protensão sem considerar o efeito das perdas por fluência, retração e relaxação. No caso em que o carregamento varia significativamente durante a fase de construção ou no caso da aplicação da protensão em fases, o limite das tensões devem ser analisados nos vários estágios. Para o Estado Limite Último a BS8110, Parte 1, Tabela 2.1, Cláusula 4.3.3 apresenta as combinações de carregamentos. Estas combinações devem ser consideradas no cálculo do momento fletor máximo e da força cortante máxima em qualquer seção. Efeitos secundários da protensão (hiperestáticos de protensão) devem ser incluídos no carregamento com um fator de carga igual a 1.0 (Seção 6.9). 66..66 AANNÁÁLLIISSEE DDEE PPÓÓRRTTIICCOOSS EEQQÜÜIIVVAALLEENNTTEESS É usual dividir a estrutura em subestruturas em cada direção. Cada pórtico usualmente comporta uma linha de pilares juntos com o sistema de vigas e lajes na largura de um painel. Os pórticos selecionados para a análise devem cobrir todos os tipos de elementos da estrutura completa. As extremidades dos pilares mais distantes do pórtico podem ser geralmente assumidas como fixas, a menos que uma extremidade articulada seja claramente mais razoável (por exemplo, no caso de aparelhos de apoio nas extremidades). O uso do método do pórtico equivalente não leva em consideração automaticamente a distribuição elástica das cargas nas duas direções. Ele dará diferentes reações de apoio na análise em duas direções ortogonais, a não ser que a largura escolhida da laje coincida com os pontos de cisalhamento nulo na outra direção. Normalmente as faixas internas de lajes terão a largura total do painel. Entretanto para uma painéis de geometria regular, o penúltimo pórtico terá mais que a metade da largura no lado da faixa de borda (ver Figura Usuário Highlight 34 25). Uma vez que a reação em cada coluna é tomada com o maior dos valores calculados nas duas direções, o erro será pequeno. Entretanto, quando o lado e o arranjo dos pilares das bordas é diferente dos pilares internos, a largura da laje deve ser estimada mais precisamente. Isto garantirá a correta seleção do número de cabos protendidos, com o perfil apropriado para o pórtico que está sendo analisado. Pode-se notar que estes efeitos elásticos são automaticamente levados em consideração quando o piso é analisado pelo Método das Grelhas ou o Método dos Elementos Finitos. Independentemente da técnica de cálculo usada, deve-se garantir que as hipóteses adotadas sejam apropriadas à estrutura analisada. Em particular, a protensão aplicada em dois pórticos adjacentes não deve ser muito diferente, senão a protensão do pórtico mais tensionado irá dissipar-se nos pórticos adjacentes. Figura 25 – Efeitos de distribuição elástica das cargas 35 A BS8110, Parte 1, Seção 3.7.2 apresenta uma definição clara da divisão de lajes planas em sub-pórticos ou painéis. Outros métodos também podem ser utilizados. Atualmente é usual analisar estas estruturas usando programas computacionais de pórticos planos. Entretanto, quando o cálculo é realizado manualmente através do método da distribuição dos momentos, a rigidez, coeficientes de distribuição e os momentos de engastamento devem ser calculados. Isto pode ser bastante complicado para seções variáveis, capiteis e "drop-panels" e, embora seja frequentemente ignorado em cálculos manuais, o efeito do momento de inércia completo das vigas sobre a rigidez das faixas sobre pilares pode ser significativo, particularmente para pilares largos. Pode-se notar que a BS8110, Parte 1, Seção 3.7.2.6 permite a redução do momento negativo para aquele nas faces das colunas, o que igualmente se aplica aos elementos protendidos. 66..77 TTRRAAÇÇAADDOOSS DDOOSS CCAABBOOSS EE BBAALLAANNCCEEAAMMEENNTTOO DDEE CCAARRGGAASS O traçado do cabo ideal é aquele que produz um diagrama de momentos com a mesma forma, mas com sinal oposto, do diagrama de momentos da carga aplicada. Isto nem sempre é possível por causa das condições variáveis de carregamento e das limitações geométricas (ver Seção 5). Pode-se notar que nos sistemas de protensão com aderência o centróide das cordoalhas não coincide com o centróide da bainha. Isto é particularmente verdadeiro no caso de bainhas circulares. Mais informações podem ser encontradas na literatura. No caso mais simples, para uma viga simplesmente apoiada sujeita a carga uniformemente distribuída, o diagrama de momentos fletores é parabólico, assim como é o traçado de cabo ideal. A flecha total do diagrama parabólico de momento esta relacionado com a flecha do cabo (ver Figura 26), e é limitada pela altura da seção e pelo cobrimento mínimo do cabo. Nos apoios o cabo tem excentricidade nula e assim não existe momento fletor devido à protensão nesta região,. O traçado dos cabos não são sempre simétricos. Entretanto, o ponto de máxima ordenada da parábola (flecha) está ainda no centro do trecho entre os pontos de inflexão, mas pode não corresponder ao ponto de máxima excentricidade do cabo. 36 Figura 26 – Traçado ideal de cabo As forças aplicadas para cima no concreto pelo cabo com traçado parabólico do cabo, como apresentado na Figura 26, são uniformemente distribuídas ao longo do cabo. Nas extemidades do cabo as forças são aplicadas para baixo no concreto pelas ancoragens. Estas forças estão em equilíbrio assim nenhuma força externa aparece. O conjunto de forçasaplicadas na estrutura pelos cabos são conhecidas como forças eqüivalentes ou balanceadas, pois as forças para cima contrabalançam uma parte das forças devidas às cargas permanentes e variáveis. Para um cabo parabólico a força uniformemente distribuída eqüivalente, w, pode ser calculada pela seguinte expressão: aP 8 sw va 2 ⋅=⋅ ou 2 va s aP8 w ⋅⋅ = onde, • s= distância entre pontos de inflexão, • a= flecha do cabo entre dois pontos de inflexão, e • Pva= força média de protensão no cabo. Usualmente, em cabos contínuos, o uso mais efetivo dos cabos na produção de forças balanceadas é atingido quando o cabo passa pelo ponto mais baixo possível nas regiões de momentos positivos, e passa pelo ponto maisl alto possível nas regiões de momentos 37 negativos. Desta forma, o perfil, e consequentemente as forças balanceadas, são elevados ao máximo. As forças equivalentes ou balanceadas podem ser aplicadas nos pórticos equivalentes de forma a se obter os efeitos totais da protensão. Os efeitos totais são uma combinação dos efeitos primários (isostáticos de protensão) e secundários (hiperestáticos de protensão), como se descreve na Seção 6.9. Está além do objetivo desta publicação dar um tratado extenso da teoria de protensão ou do métodode balanceamento de cargas. Mais detalhes podem ser obtidos na Referência 16. Em projetos com pós tração, é comum balancear (a grosso modo) igual porcentagem da carga pemanente e das cargas variáveis em cada um dos vãos. Alguns projetistas iniciam o projeto com uma idéia de qual o valor da carga desejam balancear, como uma fração da carga permanente ou da carga total. Outros balanceam apenas a mínima parcela de carga, tal que resultem tensões normais devidas às cargas não-balanceadas mais próximas possíveis das máximas permitidas. Este último procedimento é usualmente o mais econômico, entretanto não é sempre o mais adequado para as flechas ou o congestionamento das armaduras passivas. A Figura 27 ilustra um traçado ideal de cabo para um elemento com dois vãos e um balanço. O perfis parabólicos resultam em cargas balanceadas w1, w2 e w3 como mostrado, calculadas a partir do perfil do cabo e portanto das flechas. Figura 27 – Traçado de cabo idealizado para dois vãos e um balanço. Usuário Highlight 38 A Figura 28 ilustra um elemento com dois vãos com perfis de cabos idealizados para gerar uma carga uniforme para cima no vão 1 e uma concentrada para cima no vão 2. O efeito concentrado é útil em elementos onde há transferência de carregamento de pilares ou cargas concentradas similares. Para os picos de momento nos apoios, é claro que na prática o cabo não pode apresentar esta geometria e assim alguma aproximação deve ser realizada. Lembre-se que o pico está onde o cabo está descarregando as cargas que assumiu devido ao seu formato parabólico (Figura 29). Na prática, os traçados de cabos têm a forma apresentada na Figura 30. A relação entre L'/L deve ser geralmente a menor possível e é usualmente tomada igual a 0,10. Apresenta-se no Apêndice apresenta informações de a geometria dos cabos parabólicos pode ser calculada. As forças balanceadas resultantes são apresentadas na Figura 31. Figura 28 – Traçado de cabo idealizado para dois vãos e carga concentrada 39 Figura 29 – Forças descarregadas nos picos Figura 30 – Representação prática de um traçado idealizado Figura 31 – Forças balanceadas resultantes Para uma parábola reversa no apoio a carga para baixo é dada por: 1 1 111 s aP8swW ⋅⋅=⋅= e para o carregamento no meio do vão: 2 2 222 s aP8 swW ⋅⋅ =⋅= 40 Tomando-se L'/L igual a 0,10, como sugerido anteriormente: 12 s4s ⋅= Uma vez que as cargas para cima e para baixo devem ser iguais, então segue: 2 2 1 1 s a s a = e assim, 4 aa 21 = As forças balanceadas para baixo e para cima devido à protensão podem assim serem calculadas. 66..88 FFOORRÇÇAASS EE PPEERRDDAASS DDEE PPRROOTTEENNSSÃÃOO Do instante em que os cabos de protensão são tensionados até o estágio final alguns anos depois da aplicação da protensão, muitas perdas ocorrem reduzindo a tensão no cabo. Estes perdas são agrupadas em duas categorias, denominadas: 1 - Perdas imediatas, que incluem a) Perdas por atrito; b) Perdas na ancoragem; c) Perdas devido ao encurtamento elástico do concreto. Estas perdas ocorrem durante a protensão e ancoragem dos cabos. 2 - Perdas progressivas, que incluem a) Perdas por retração do concreto; b) Perdas por fluência do concreto sob efeito da protensão; c) Perdas por relaxação do aço. Apesar destas perdas ocorrerem em um período de dez ou mais anos, a maior parte delas acontece nos primeiros 2 anos. Normalmente as perdas reduzem a força de protensão de 41 aproximadamente 10% na transferência e 20 % após todas as perdas. O cálculo das perdas é discutido com mais detalhes no Apêndice B. 66..99 EEFFEEIITTOOSS SSEECCUUNNDDÁÁRRIIOOSS Os efeitos secundários da protensão são algumas vezes "efeitos parasitas" mas isso dá uma idéia de que os efeitos são indesejáveis e danosos. Este não o caso de fato. Para muitas estruturas o momento secundário é um momento positivo que aumenta o momento devido à carga aplicada no meio do vão, porém reduz o momento nos apoios. Em algumas estruturas é possível "afinar" o efeito secundário ajustando a forma do traçado do cabo para se obter a solução ótima. Este procedimento é mais utilizado em vigas do que em lajes. As forças e momentos primários de protensão são resultado direto da protensão agindo com uma excentricidade do centroide da seção. O momento primário numa seção é simplesmente a soma dos produtos da força de cada cabo pela sua excentricidade; a força cortante primária é a soma das componentes transversais das forças nos cabos e a força axial primária é a soma das componentes axiais das forças nos cabos. Quando um elemento da estrutura é protendido, a sua forma muda. Este sempre encurtará, e fletirá se o centro de aplicação da força resultante de protensão não coincidir com o centróide da seção (é possível, entretanto, selecionar um traçado de cabo que resulte em rotação nula nas extremidades dos elementos) Se o elemento é parte de uma estrutura estaticamente determinada, então mudanças de forma não afetarão a distribuição das forças e momentos (Figura 32). Figura 32 – Elementos protendidos como partes de estruturas estaticamente determinadas Mas quando o elemento faz parte de uma estrutura hiperestática, a mudança que resulta da protensão modificará as reações de apoio. Reações adicionais são requeridas para fazer o elemento protendido passar pelos pontos de apoios e ter inclinação apropriada (Figura 33). 42 Figura 33 – Reações devidas a efeitos secundários em elementos protendidos Estas reações secundárias resultam em forças e momentos secundários nos elementos. Estes são tipicamente forças axiais e de cisalhamento constantes ao longo do vão e momentos fletores uniformemente variáveis. O cálculo dos efeitos secundários pode ser difícil quando são consideradas as fases de construção, a fluência e a retração (note-se que os efeitos secundários não podem se desenvolver em balanços uma vez que eles são estaticamente determinados). Métodos de cálculo dos efeitos secundários são apresentados no Apêndice D. As cargas eqüivalentes irão automaticamente gerar os efeitos primários e secundários quando aplicadas às estruturas. O cálculo no regime de utilização não requer separação dos efeitos primários e secundários, e a análise usando as cargas eqüivalente é direta. Entretanto, no Estado Limite Último os dois efeitos devem ser separados porque os efeitos secundários são tratados como forças aplicadas. Os efeitos primários da protensão são levados em consideração incluindo-se as forças nos cabos no cálculo da capacidade última da seção. O efeito primário da força e momentos da protensão deve desta forma ser subtraído da carga equivalente para dar o efeito secundário. Para o cálculo do carregamento últimodo elemento, as forças e momentos secundários são combinados com as forças e momentos últimos gerados pelo carregamento permanente e variável. A BS8110 sugere que o fator de carga para os efeitos secundários deve ser igual a 1,0. O momento último pode ser redistribuído de acordo com BS8110, Parte 1, Seção 4.2.3. Usuário Highlight 43 66..1100 CCÁÁLLCCUULLOO ÀÀ FFLLEEXXÃÃOO 66..1100..11 EEssttaaddoo lliimmiittee ddee uuttiilliizzaaççããoo aappóóss ttooddaass aass ppeerrddaass Os momentos fletores calculados nas condições de carga críticas dadas na Seção 6.5, inclui o efeito dos cabos, geram as tensões de utilização de cada seção dadas por: Fibra superior: tc t z M A Pf += Fibra inferior: bc b z M A Pf −= onde, • zt = Módulo resistente da seção para fibra superior; • zb= Módulo resistente da seção para fibra inferior; • M = Momento total não-balanceado; • ePMMM sA ⋅−+= ; • e = Excentricidade do cabo, tomada como positiva para baixo da linha neutra; • MA = Momento devido às cargas permanentes e variáveis; • Ms = Momento devido aos efeitos secundários de protensão. 66..1100..11..11 PPiissooss eemm uummaa ddiirreeççããoo Cabos aderentes: as máximas tensões de compressão e tração no concreto permitidas nos pisos com cabos aderentes são apresentadas em BS8110, Parte 1, Seção 4.3.4.2 e 4.3.4.3. A maioria dos edifícios satisfaz às condições de estruturas de Classe 3 e a natureza das cargas deve ser considerada para decidir sobre a abertura limite de fissuras de 0,1 ou 0,2 mm (por exemplo, freqüência e duração). Cabos não aderentes: as máximas tensões de compressão e tração no concreto permitidas nos pisos com cabos não aderentes são as mesmas dos cabos aderentes e são apresentadas em BS8110, Parte 1, Seção 4.3.4.2. As máximas tensões de tração no concreto devem ser tomadas como as dadas para o grupo (b) na Tabela 4.2 da Norma, com o limite de abertura de fissura de 0,1mm. Estes valores devem ser ajustados para a altura da seção como dado na Tabele 4.3 da Norma. Se as tensões são elevadas devido o aumento da armadura passiva como é permitido para cabos aderentes na BS8110, as 44 aberturas de fissuras e flechas devem ser rigorosamente verificadas. Todos os esforços de tração no concreto devem ser suportados por armaduras passiva (ver Seção 6.10.5). 66..1100..11..22 LLaajjeess ppllaannaass ((vvããooss eemm dduuaass ddiirreeççõõeess)) As lajes planas podem ser analisadas por qualquer um dos dois métodos. O método mais comum é analisar pórticos equivalentes em cada direção. Neste caso algumas considerações devem ser feitas para os picos de momento sobre os pilares, como descrito na Seção 2.4. A análise resulta em momentos e tensões médias através da largura do painel. As tensões devem ser limitadas como apresentadas na Tabela 2. A análise através de grelhas ou o Método dos Elementos Finitos pode ser utilizada, mas isto é normalmente apenas justificado com pisos de configuração não usual ou onde o projeto vai ser executado várias vezes (pavimentos repetidos), como em edifícios de grande altura. Se tais técnicas de análise são usadas, de tal modo a levar em consideração a distribuição do momentos e tensões através do painel, então é permitida a utilização das tensões admissíveis dadas para pisos armados em uma direção. Particular cuidado deve ser tomado na modelagem da ligação piso/pilar e nas interpolações de resultados obtidos. Tabela 2 - Tensões médias permitidas em lajes planas (vão em duas direções), analisadas utilizando o Método dos Pórticos Equivalentes Localização Compressão Tração Com armadura aderente Sem armadura aderente Apoio cuf24.0 ⋅ cuf45.0 ⋅ 0 Vão cuf33.0 ⋅ cuf45.0 ⋅ cuf15.0 ⋅ Nota: armadura aderente pode ser tanto cabos aderentes com armadura passiva. Na Tabela 2, a zona de apoio deve ser considerada como qualquer parte do vão em consideração no trecho 0.2 x L do apoio, onde L é o vão efetivo. Fora da zona é considerado região do vão. Uma armadura passiva calculada é necessária na zona de apoio de todas as lajes planas, e no região do vão da laje com cabos não aderentes onde a tensão de tração exceder cuf15.0 ⋅ . O cálculo desta armadura é apresentado na Seção 6.10.5. 45 66..1100..22 CCoonnddiiççõõeess ddee ttrraannssffeerrêênncciiaa As tensões durante a transferência devem ser verificadas para todos os pisos. Isto é aparentemente mais oneroso para pisos com grandes carregamentos impostos. A armadura passiva deve ser calculada de maneira similar à da armadura no Estado Limite de Utilização (ver Seção 6.10.5). 66..1100..22..11 PPiissooss ccoomm vvããoo eemm uummaa ddiirreeççããoo A BS8110, Parte 1, Cláusula 4.3.5.1, apresenta, no caso de pisos em uma direção, o limite para a tensão de compressão no concreto durante a transferência de 0,5.fci na fibra externa (ou 0,4.fci para distribuição aproximadamente uniforme de tensões), onde fci é a resistência do concreto na transferência. A Cláusula 4.3.5.2 apresenta limites para as tensões permitidas de tração no concreto, os quais, para maioria dos edifícios, será cif36.0 ⋅ . 66..1100..22..22 LLaajjeess ppllaannaass ((vvããooss eemm dduuaass ddiirreeççõõeess)) As tensões limites dadas na Tabela 2 para o Estado Limite de Utilização também são aplicadas na condição de transferência para as lajes analisadas utilizando-se o Método dos Pórticos Equivalentes, entretanto, fcu deve ser substituído por fci. Para lajes analisadas pelo método das grelhas ou Elementos Finitos, as tensões permitidas são aquelas dadas para pisos com vão em uma direção. 66..1100..33 EEssttaaddoo lliimmiittee úúllttiimmoo A verificação do Estado Limite Último é necessária em todos os pisos em adição aos cálculos no Estado Limite de Utilização. Nesta condição, as cargas permanentes e variáveis majoradas são consideradas em conjunto com o efeito de segunda ordem da protensão (ver Seção 6.9). Os efeitos primários da protensão são considerados como parte da resistência da seção. Uma armadura passiva adicional pode ser necessária para proporcionar a capacidade de momento adequada. A BS8110, Parte 1, Seção 4.3.7, apresenta um roteiro das hipóteses necessárias para o cálculo das tensões no concreto e na armadura passiva, e as tensões permitidas para os cabos de protensão. Na seção anterior, a equação 52 para cabos não aderentes foi 46 desenvolvida a partir de resultados experimentais, nos quais a tensão nos cabos e o comprimento da zona de inelasticidade no concreto foram determinados. Considera-se o desenvolvimento no piso tanto de zonas elásticas como inelásticas e o comprimento da zona inelástica é tomado como 10 vezes a profundidade da neutro. O alongamento do concreto ao nível dos cabos pode ser considerado desprezível nas zonas elásticas e o alongamento na zona inelástica é assumido uniforme sobre o comprimento, L, do cabo. Esta discussão pode ser encontrada em mais detalhes nas Referências 29 e 30. Assim, para pisos simplesmente apoiados existe apenas uma zona inelástica associada à ruína, porém nos pisos contínuos o número de zonas inelásticas requeridos para ruína é mais complexo (ver Figura 34). O comprimento do cabo, L, na equação 52 pode ser modificado, tendo em mente que se o cabo não é contínuo para todo o comprimento do piso, ele pode não incluir todas as zonas inelásticas necessária para ruptura. É desta forma prudente assumir não mais que uma zona inelástica por vão e não mais que duas para o comprimento total. 47 Figura 34 – Zonas de inelasticidade requerida na ruptura de membros contínuos. 66..1100..44 CCoollaappssoo pprrooggrreessssiivvoo Quando o colapso progressivo envolve o uso de cabos não aderentes em elementos críticos, a máxima tensão na cabo não aderente não deve exceder 0,85.fpu. Isto assegura que as ancoragens não estão sobretensionadas, e protege contra a ação catenária. 48 Em elementos não aderentes existe também o risco que se os cabos forem acidentalmente sobrecarregados existirá uma progressão de falha no comprimentototal dos cabos. Isto é particularmente relevante para elementos com vão em uma direção , tais como vigas, nervuras e lajes apoiadas em vigas ou paredes. No caso de elementos com vão em uma direção onde o colapso progressivo horizontal é preocupante, faz-se necessário o reforço com armadura passiva. Esta deve ser obtida de forma a satisfazer o carregamento constituído da carga permanente mais um terço da carga variável (DL+1/3LL) com o fator de majoração de 1,05, e o fator de minoração de resistência dos materiais de acordo com a BS8110, Parte 1, Cláusula 2.4.3.2, para "efeitos de cargas excepcionais ou de dano localizado". As armaduras devem esta de acordo com os limites e disposições normais da BS8110. As evidências experimentais e práticas nos Estados Unidos da América têm estabelecido que estes problemas não ocorrem em faixas internas das lajes planas devido ao efeito global de placa e membrana. A possibilidade de colapso horizontal progressivo nas bordas e cantos dos painéis de lajes planas deve ser considerada. Estes painéis devem estar preparados para suportar uma situação onde os cabos paralelos ao lado são sobrecarregados. Esta providência pode tipicamente ser fornecida por armadura no painel ou na viga de borda. 66..1100..55 CCáállccuulloo ddaa aarrmmaadduurraa ppaassssiivvaa ddee fflleexxããoo A armadura passiva adicional deve ser calculada para suportar toda a força de tração gerada pela adoção de tensões normais de flexão no concreto para os seguintes casos: • Em todos os locais de pisos com vão em uma direção com armadura não- aderente; • Em todos os locais de pisos com vão em uma direção onde as tensões no concreto durante a transferência excederem cif36.0 ⋅ ; • Nas regiões dos apoios em quaisquer lajes planas; • Nas regiões dos vãos em lajes planas com cabos não aderentes onde as tensões de tração excederem cuf15.0 ⋅ . A armadura deve ser calculada, com referência à Figura 35, para trabalhar com tensões de 5/8fy, como segue: 49 ctcc ct ff hf xh − ⋅− =− O valor de fct será negativo na tração. 2 b)xh(f F ctl ⋅−⋅− = y t s f)8/5( F A ⋅ = A armadura deve ser calculada para tensões no Estado Limite de Utilização, após todas as perdas de protensão e condições de transferências. Esta deve ser posicionada nas regiões de tensões de tração, o mais próximo possível das fibras externas (ver Seção 7.5). Sob condições de transferência a armadura geralmente é disposta na face oposta daquela utilizada após as todas as perdas. No Estado Limite Último, uma armadura passiva adicional pode também ser necessária (ver Seção6.10.3). A armadura disposta para o Estado Limite de Utilização pode também ser utilizada no cálculo do momento máximo no Estado Limite Último. A armadura calculada deve ser verificada quanto aos requisitos mínimos dados na Seção 6.10.6. Figura 35 – Tensões na seção utilizadas no cálculo da armadura passiva. 66..1100..66 AArrmmaadduurraa ppaassssiivvaa mmíínniimmaa Quando resistências ao fogo em incêndios requeridas forem superiores a 2 horas, é recomendado que uma armadura contra o destacamento seja colocada no teto, quando nenhum outro reforço estiver disponível. 50 66..1100..66..11 PPiissooss ddee vvããoo eemm uummaa ddiirreeççããoo Cabos aderentes: não há requisitos de armadura mínima para cabos aderentes para pisos com vão em uma direção. É considerado que estes pisos contem com suficiente ação de aderência entre cabos e concreto para distribuir as fissuras de flexão. Cuidados devem ser tomados para garantir armadura suficiente contra fissuração antes da aplicação da protensão, se não houver uma protensão logo nas primeiras idades. Cabos não aderentes: pisos com vão em uma direção com cabos não aderentes devem ter uma armadura mínima de acordo com BS8110, Parte 1, Tabela 3.27, Figura 3.24 e 3.25. Esta armadura deve ser distribuída através de toda a largura da lajes de acordo com as regras de espaçamento dadas na BS8110, Parte 1 Seção 3.12.11. 66..1100..66..22 LLaajjeess ppllaannaass ((vvããooss eemm dduuaass ddiirreeççõõeess)) Todas as lajes planas devem ter uma armadura passiva mínima na região dos pilares para distribuir as fissuras. A área da seção transversal desta armadura será pelo menos 0,075% da seção transversal bruta de concreto (0.00075.Ac), e deve ser concentrada entre linhas que estão 1,5 vezes a altura da laje de cada lado da largura do pilar. A armadura deve ser posicionada o mais próximo possível da face superior do piso, obedecendo-se aos critérios de cobrimento e à localização dos cabos, e deve se estender no mínimo de 0,2.L para dentro do vão ou o valor necessário de cálculo (ver Seção 6.10.1 e 6.10.2). O máximo espaçamento entre fios ou barras deve ser de 300mm. Na região do vão, não há requisitos mínimos. Entretanto, quando cabos não aderentes são utilizados, normalmente faz-se necessário calcular uma armadura passiva para a parte inferior da laje. (ver Seção 6.10.1). Esta armadura deve se estender em uma distância de no mínimo de 0,2.L, medida do centro do apoio. Ela deve ser disposta com espaçamento de 3 vezes a espessura da laje ou 500mm, prevalecendo o menor dos dois valores. 66..1100..66..33 BBoorrddaass ddaa LLaajjee Armadura passiva deve ser disposta ao longo das bordas de todas as lajes. Isto deve incluir barras em U enlaçadas com pelo menos duas barras longitudinais na parte superior e na parte inferior, como mostrado na Figura 38. Ver também Seção 6.12. Armaduras devem ser dispostas na área triangular não protendida entre as ancoragens. Ver Seção 6.13. 51 66..1111 RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAA AAOO CCIISSAALLHHAAMMEENNTTOO 66..1111..11 VViiggaass ee llaajjeess ccoomm vvããoo eemm uummaa ddiirreeççããoo O método apresentado em BS8110, Parte 1, Seção 4 deve ser utilizado. Onde cabos não aderentes são utilizados, o valor de Vc na equação 55 de BS8110 deve ser reduzido pelo fator 0,9 como recomendado por Regan(19). 66..1111..22 LLaajjeess ppllaannaass ((ppuunnççããoo)) A BS8110 não apresenta nenhum roteiro para verificar a punção para lajes protendidas planas. O grupo de trabalho que preparou este manual considerou um conjunto de diferentes métodos, visando satisfazer às seguintes premissas: • Diretrizes de projeto de acordo com outras normas internacionais; • Aumento da resistência à punção para o caso de cabos aderentes; • Aumento da resistência à punção quando há cabos concentrados na vizinhança dos pilares; • Um método de cálculo que complemente a BS8110 sempre que possível; • Um método de projeto que permita uma transição gradual do concreto armado para o concreto protendido e permita situações onde a laje é protendida em apenas uma direção. O seguinte método atinge essas premissas e é recomendado. Calcular o efeito da força cortante, Veff, de acordo com a BS8110, Cláusula 3.7.6. A resistência ao cisalhamento, Vc, é obtida pela adição das contribuições de cada um dos lados do perímetro de cisalhamento crítico, como dado na BS8110, Cláusula 3.7.7. A resistência ao cisalhamento de cada lado do perímetro crítico deve ser calculada de acordo com a BS8110, Cláusulas 4.3.8 e 4.4, com as modificações a seguir. As lajes planas geralmente não são fortemente protendidas e desta forma serão governadas pelo cálculo de "seções fissuradas por flexão", usando a equação 55 (BS8110, Cláusula 4.3.8.5). A equação 55, entretanto, não proporciona uma transição suave entre o concreto armado e protendido por causa do termo: 52 pu pe P P 55,01 ⋅− Para estruturas pouco protendidas a inclusão do deste termo na equação 55 pode levar a uma resistência ao cisalhamento menor que a da mesma laje calculada sem protensão. Isto é obviamente incorreto. A Associação Britânica de Cimento(31) comparou recentemente várias formas de cálculo do cisalhamento com resultados de ensaios da literatura e concluiu que a equação 55 seria mais consistente com os resultados experimentais se o termo acima fosse omitido. Desta forma é recomendado que a resistência
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