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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA-UNIPÊ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL ALAN DE OLIVEIRA CASTRO JOANDSON DE LIMA NASCIMENTO ARAUJO LUCAS LISBOA FERNANDES JOSÉ WESLEY FERREIRA DE LIMA TÁKEO LÚCIO E SILVA PONTES TURMA: G - NOITE ARCO, PÓRTICO E TIRANTES. João Pessoa/PB – 2020.1 1. ARCOS O conceito de arcos pode ser definido como elementos lineares de eixos curvos em que as forças normais de compressão são preponderantes, agindo ou não simultaneamente com esforços solicitantes de flexão, cujas ações estão contidas em seu plano. 1.1 Ação de Arco O banzo comprimido da flexão inclina-se em direção aos apoios, formando um arco, cuja biela comprimida inclinada assim originada, absorve uma parte da força cortante, e em consequência diminui a tração na alma (figura 1). A formação do arco requer uma reação horizontal no apoio, que em vigas biapoiadas pode ser fornecida pela armadura longitudinal positiva, que deve ser cuidadosamente ancorada nas extremidades da viga para cumprir com esta função. A ação de arco é o mecanismo dominante de resistência de vigas-paredes à força cortante com o carregamento externo aplicado na região comprimida. Figura 1 - Ação do arco atirantado nas proximidades dos apoios É importante lembrar que os esforços de tração e de compressão simples são os mais favoráveis por resultar em estruturas mais leves. Portanto, é interessante que os arcos estejam submetidos exclusivamente a esforços de compressão simples, evitando esforços de flexão, que aumentam suas dimensões e os tornam antieconômicos. Como a ocorrência desses esforços depende da forma do arco e do seu carregamento, deve-se procurar dar aos arcos formas que correspondam aos funiculares das cargas que atuam sobre eles, garantindo dessa maneira a não ocorrência de flexão. Cada vez que o funicular das cargas desvia-se do eixo do arco originam-se esforços de flexão, sendo que quanto maiores forem os desvios maiores serão esses esforços. Figura 2 - Deformação do Arco quando sujeito a carga Como pode ser entendido como um sistema simétrico ao cabo, o arco apresenta também reação horizontal nos apoios. Semelhante ao cabo, essa força horizontal é inversamente proporcional à flecha. Quanto maior a flecha menor o empuxo horizontal e vice-versa. Uma vez que a intensidade do esforço de compressão no arco é diretamente proporcional ao empuxo, pode-se concluir que quanto maior a flecha menor é a solicitação no arco. Arcos abatidos são mais curtos, mas apresentam maior seção transversal; arcos com grande flecha são mais longos, mas têm seção menor. Como no caso do cabo, existe uma relação ideal entre flecha e vão que nos permite o menor volume e, portanto, um arco mais leve e mais econômico. Essa relação é a seguinte: Por ser um elemento estrutural longo e submetido a compressão, o arco está sempre sujeito a flambagem, seja no seu plano como fora dele. Como seus extremos são fixos e impedidos de se aproximar, o arco pode atingir esbeltez superior à das barras, cujos extremos tendem a aproximar-se durante a deformação, como no caso dos pilares. Para flambagem no plano do arco, deve-se elevar a sua rigidez, aumentando a inércia da sua seção transversal, nesse plano, ou seja, aumentando a dimensão vertical da sua seção transversal. Para arcos funiculares em catenária ou parabólicos, o esforço de compressão varia ao longo do seu comprimento, sendo mínimo no topo e máximo junto aos apoios. Como os esforços nos arcos dependem da sua forma e do carregamento, é óbvio que alterações - quer no carregamento, quer na forma – acarretam mudança nos esforços, podendo fazer com que um arco submetido apenas a compressão simples passe a apresentar esforços indesejáveis de flexão. Os arcos podem apresentar alguns vínculos que permitam rotação relativa entre duas seções adjacentes. O número máximo de articulações que podem ocorrer num arco é 3. Acima desse número, o arco torna-se hipostático, inviabilizando-se. Essas articulações normalmente ocorrem nos apoios e no topo. Um arco com três articulações é denominado arco tri-articulado. Quando as articulações ocorrem apenas nos seus apoios, é denominado arco biarticulado. Arcos que não apresentam articulações são denominados arcos bi engastados. São arcos usados em situações especiais, pois por serem engastados, absorvem momentos fletores, o que não é desejável. 1.2 Pré-dimensionamento do arco de concreto armado Figura 3 - Tabela de pré-dimensionamento É importante lembrar que o concreto armado, por ser um material moldável, não apresenta grande dificuldade de curvatura, mas apresenta, por outro lado, a dificuldade de execução das fôrmas no local. 1.2 Efeito Arco Além das estruturas de arco, também existe o efeito arco (ou efeito de arco) que é um fenômeno que ocorre em estruturas de concreto armado com alvenaria de vedação ou estrutural, especificamente na configuração usal: pilar-viga-pilar com parede de alvenaria sobre a viga, podendo provocar uma migração de parte do carregamento da parede (supostamente considerado como uniformemente distribuído) para as regiões dos apoios. A interação entre a viga de concreto armado e a parede de alvenaria provoca deformação nesta viga, ocasionando, na região deformada, o seu desligamento da parede. Isso faz com que a ação da parede sobre a viga, passe a se concentrar próximo aos apoios. A consequência primária do efeito arco é a redistribuição de cargas e esforços na estrutura, não sendo coerente com o que foi dimensionado no projeto, visto que, usualmente, considera-se paredes sobre viga como uma carga uniformemente distribuída. Quando ocorre uma deformação exagerada na viga, nota-se o aparecimento de fissuras inclinadas nos cantos inferiores da alvenaria (próximo às regiões de apoio), devido à concentrações de tensões de compressão. Esta é a principal patologia estrutural ocasionada pelo efeito arco. Estudos mostram que o efeito arco só é notado para as porções de paredes situadas em alturas inferiores a 70% do comprimento do vão entre apoios, ou seja, para uma razão entre a altura da parede e o vão da viga maior que 0,7, a porção acima de 0,7L não influencia na formação do arco podendo ser representada como acréscimo de carga. Figura 4 - Comportamento do arco quando submetido a uma carga distribuída O efeito arco é um tema que tem sido amplamente discutido no meio técnico, mas, de fato, ainda não se chegou a um procedimento seguro e prático de forma a se poder considerálo em projetos usuais. De acordo com Haseltine e Moore (1981), existem três condições principais para se determinar a capacidade da alvenaria de formar um arco. A primeira é que a razão entre a altura e o comprimento da parede seja maior que 0,6. A segunda é que as aberturas não estejam localizadas na região do arco imaginário, geralmente definida por dois arcos com centro no meio da viga de comprimento L e raios 0,25.L e 0,60.L. A terceira é que a tensão majorada imposta pela ação do arco não exceda a capacidade de compressão local da alvenaria. Figura 5- Região de deformação Um procedimento simplificado que pode ser utilizado para definir o modo como a formação do arco interfere na distribuição das cargas verticais é a determinação da rigidez relativa do sistema parede-viga. Segundo Riddington e Stafford Smith (1978) a rigidez relativa é obtida através da seguinte Equação: Já Davies e Ahmed (1977) utilizam como parâmetro a altura da parede ao invés do comprimento do vão da viga, recomendando a Equação a seguir: Nas Equações definidas acima: Ew é o módulo de elasticidade longitudinal da parede; E é o módulo de elasticidade longitudinal da viga; I é a inércia da viga de apoio; t é a espessura da parede; L é a distância entre apoios; H é a altura da parede. Quando a rigidez relativa é alta, isso significa que o efeito arco tende a ser bem pronunciado. Quando resulta um valor pequeno, pode-se dizer que o efeito arco não mudará significativamente os resultados da viga. Observa-se nas figuras 2 e 3 a seguir a distribuição de tensões e esforços em consequência da consideração do efeito arco para o caso de uma viga bi-apoiada. Destacam-se principalmente: Redução do momento fletor; Surgimento de tração axial na viga; Concentrações de tensões na alvenaria nas regiões próximas aos apoios Figura 6 - Distribuição de tensão no sistema parede-viga (Barbosa, 2000) Figura 7 - Esforços na viga (Barbosa, 2000) 2. PÓRTICOS PLANOS 2.1 ASPECTOS GERAIS Pórtico são estruturas formadas por barras, que formam quadros entre si. Existem quatro tipos fundamentais de quadros isostáticos planos, que associados entre si, da mesma forma com que associamos vigas simples para formar vigas compostas (GERBER), formam os chamados quadros compostos. São eles: Figura 8 – Pórticos. Fonte: LEGGERINI e KALIL (2000). 2.2 CÁLCULO DE SOLICITAÇÕES O estudo de suas reações externas já foi realizado anteriormente, portanto, será abordado o estudo dos diagramas solicitantes. Em estruturas lineares horizontais (vigas) foi adotada uma convenção para as solicitações baseados nos conceitos de abaixo e acima da barra em estudo. No estudo dos pórticos, utiliza-se a mesma convenção adotada as barras horizontais onde definimos os lados externos e internos das barras que constituem a estrutura, vista a existência de barras verticais, horizontais e inclinadas. Identificam-se os lados internos das barras com a parte inferior de uma estrutura linear horizontal, ficando desta forma possível utilizar-se as convenções já adotadas. Costuma-se tracejar o lado interno das barras, bem como a parte inferior das vigas, identificando-se facilmente as convenções. Figura 9 – Esquema de esforços. Fonte: LEGGERINI e KALIL (2000). O cálculo das solicitações, assim como em vigas, pode ser realizado pelo método das equações ou pelo método direto, ressaltando-se que o eixo longitudinal (x) de cada barra, continua sendo o eixo que passa pelo centro de gravidade das seções transversais, e os eixos y e z, perpendiculares à este e contidos pela seção de corte (eixos principais centrais de inércia). Ver figura 10. Figura 10 – Análise de esforços. Fonte: LEGGERINI e KALIL (2000). O método das equações torna o estudo dos pórticos muito demorado, pois além de cortarmos a estrutura por uma seção antes e outra depois dos pontos de transição já definidos, quando há mudança de direção de barra também deve ser interrompida a equação, pois uma carga que produz esforço normal em uma barra vertical produz esforço cortante na barra horizontal perpendicular e ela, e vice-versa. Pode-se encarar esta mudança de direção como um novo ponto de transição, examinando seções antes e depois dele. Figura 11 – Pórtico dividido em seções. Fonte: LEGGERINI e KALIL (2000). Na figura 11, por exemplo, o pórtico é dividido em seções a serem analisadas. Podem-se estudar as solicitações em pórticos diretamente pelo método dos pontos. Deve-se salientar o fato de que ao ser considerada a seção de uma barra qualquer de um pórtico, devem ser consideradas todas as cargas aplicadas à direita ou à esquerda da seção, inclusive as cargas que atuam em outras barras que não estão em estudo. 1. Deformabilidade A deformabilidade de uma ligação é definida como o deslocamento relativo entre os elementos da estrutura que concorrem nesta ligação, causado por um esforço unitário atuante na direção deste deslocamento. Portanto, em função do esforço atuante na ligação, tem-se: Deformabilidade à flexão; Deformabilidade ao esforço normal; Deformbilidade ao cisalhamento; Deformabilidade à torção; A deformabilidade à flexão (λϕ) de uma ligação, objeto deste trabalho, é a rotação relativa entre os elementos da estrutura que concorrem nesta ligação, causada pela ação de um momento fletor unitário. Para o caso dos pórticos planos que são estruturas compostas por elementos retos, esta rotação relativa está representada na Figura 12. Figura 12 – a) Esquema geral de uma ligação de pórtico. b) Ligação rígida submetida a momento fletor. c) ϕ - Rotação da ligação semi-rígida submetida a momento fletor. Fonte (SOARES,1998). A partir disso, temos as seguintes equações: λϕ - deformabilidade à flexão da ligação K - rigidez da ligação ϕ - rotação da ligação M - momento aplicado na ligação A maneira usualmente empregada para representar a deformabilidade de uma ligação é através de um esquema de molas, no qual a deformabilidade é substituída por molas com constantes elásticas correspondentes. Na Figura 13 está representada, através de uma mola, a deformabilidade à flexão de uma ligação entre elementos lineares (elementos típicos dos pórticos). Os dados relativos à deformabilidade das ligações são de fundamental interesse na análise do comportamento do sistema estrutural, uma vez que a deformabilidade de uma ligação provoca a liberação dos deslocamentos nas extremidades das barras, promovendo perda de rigidez da estrutura, redistribuição de esforços e modificação nos deslocamentos da estrutura. Portanto, a deformabilidade das ligações deve ser considerada na análise estrutural para que esta esteja o mais próximo possível do comportamento real da estrutura. Esta análise resultará em valores mais adequados para o dimensionamento e para o estudo da estabilidade da estrutura. Figura 13 – Mola de flexão. Fonte (SOARES,1998). 3. TIRANTES As escavações são cada vez mais comuns nas construções. As edificações possuem cada vez mais pavimentos no subsolo, geralmente, para suprir a necessidade de vagas de estacionamento. Desse modo, faz-se necessário escavações cada vez mais profundas para poder construir no subsolo e os tirantes são uma técnica para aumentar a eficiência da contenção e possibilitar que uma profundidade maior seja escavada sem correr riscos. Quando um terreno é escavado o terreno ao lado tende a se deslocar para o local que foi escavado, então é necessário utilizar sistemas de contenção para manter esse solo no lugar é necessário a utilização de sistemas de contensões. Com o aumento da profundidade de escavação, as estruturas de contenção simples não conseguem suportar os esforços exercidos pelo solo. Podendo haver a necessidade da adição de tirantes em seus sistemas estruturais, com intuito de amentar a resistência dessas estruturas aos seus esforços solicitantes. Figura 14-Tirantes. Fonte: http://www.solotrat.com.br/assets/pdf/tirantes.pdf 3.1 ASPECTOS GERAIS Tirantes são elementos estruturais lineares que podem ser constituídos por um ou vários componentes, tendo como função transmitir ou resistir a esforços como tração e torção entre suas extremidades, devendo ser aplicados em uma parte resistente do terreno, através do bulbo. O esforço de tração aplicado na cabeça do tirante é transferido para o bulbo através do trecho livre. A extremidade que fica fora do terreno é a cabeça de ancoragem e a extremidade que fica enterrada é conhecida por trecho ancorado e designada por comprimento ou bulbo de ancoragem. O trecho que liga a cabeça ao bulbo é conhecido por trecho livre ou comprimento livre. A cabeça normalmente escora ou suporta uma estrutura e é em geral constituída por peças metálicas, que possuem detalhes particulares para prender o elemento tracionado, tais como porcas, clavetes, botões ou cunhas. O bulbo de ancoragem, na grande maioria das vezes é constituído porcalda de cimento, que adere ao aço e ao solo. Figura 15- Componentes do tirante. 3.2 ETAPAS DE APLICAÇÃO Perfuração Antes de realizar a perfuração é necessário analisar se o recobrimento de terra sobre o trecho de ancoragem do tirante é suficiente para a realização do processo de ancoragem previsto. De modo geral, é recomendável um cobrimento de pelo menos 5m sobre o trecho de ancoragem. Pode-se utilizar qualquer sistema de perfuração, desde que o furo seja retilíneo, com diâmetro, inclinação e comprimento previstos, garantindo o alinhamento e estabilidade da perfuração. O diâmetro da perfuração deve ser feito de modo que, no trecho de ancoragem, o recobrimento do aglutinante sobre o elemento resistente à tração seja suficiente para garantir uma proteção contra a corrosão e desagregação deste. A perfuração deve ser feita tomando todos os cuidados para que o tirante instalado tenha a posição prevista no projeto. Onde terá seu desenvolvimento acompanhado e registrado em boletins específicos que fornecerão o histórico do furo, com dados cronométricos, informe geológico, dados geométricos e demais eventos e ocorrências de interesse. Instalação dos Tirantes O furo deve ser preenchido com calda de cimento ou aglutinante do fundo para a boca. O revestimento de proteção do furo só deve ser retirado após o preenchimento do furo com calda que compõe o bulbo de ancoragem e introdução do tirante. O tirante pode ser instalado antes ou depois do furo ser preenchido para formar o bulbo. Caso o preenchimento seja realizado antes, a instalação do tirante deve ser feita imediatamente após a injeção do aglutinante. Injeção A injeção é a operação realizada para fixar a armação de tração (o tirante). Essa é feita através da inserção sob pressão de um aglutinante que, geralmente, é uma calda de cimento que será constituída de cimento, água e fator água/cimento compreendido 0,35 ≤ a/c ≤ 0,50, e será confeccionada em um conjunto misturador (elétrico ou a diesel), para garantir a homogeneidade da mistura. A injeção pode ser feita de uma única fase ou em fases múltiplas, desde de que o furo seja aberto no solo seja totalmente preenchido e a capacidade de carga do tirante seja mantida. Podendo a injeção ser feita com ou outro tipo de aglutinante. A injeção em uma única fase é feita simplesmente preenchendo o furo no solo. Já a injeção em fases múltiplas é feita com o uso de válvulas que permitem reinjeção através de um tubo que contém válvulas especiais que permitem o fluxo de aglutinante em um único sentido. Figura 16. Detalhe do sistema de injeção Fonte: http://www.solotrat.com.br/assets/pdf/tirantes.pdf Esse segundo tipo pode ser feito em quantas fases forem necessárias e só é considerada uma nova fase se a injeção for realizada após a cura do material injetado na fase anterior. Figura 17 – Injeção. Fonte: http://www.solotrat.com.br/assets/pdf/tirantes.pdf Protensão A protensão de tirante será realizada no mínimo, 7 (sete) dias após a injeção dos mesmos, quando injetados com cimento CP-II ou CP-III e 3 (três) dias quando injetados com cimento ARI. Durante a proteção o elemento resistente a tração é tensionado, quando esse elemento é solto, ele tenta retornar ao seu comprimento original e exerce forças que ajudam a segurar a parede de contensão. As forças exercidas durante a realização da protensão devem coincidir com a direção do eixo do tirante e ser aplicadas utilizando manômetro, macaco e bomba hidráulica. Onde Todos os tirantes serão submetidos a ensaio de tração para controlar a capacidade de carga e o comportamento de todos os tirantes da obra antes da incorporação da carga de trabalho. Segundo a ABNT NBR 5629, 10% dos tirantes da obra, aleatoriamente escolhidos, serão testados a carga máxima de 1,75 vezes a carga de trabalho (ensaio tipo A) e o restante, serão testados a carga máxima de 1,40 vezes a carga de trabalho (ensaio tipo B). A protensão será executada conforme descrito abaixo: 1) Posicionamento do equipamento de protensão (conjunto macaco + bomba + manômetro aferido) sobre a placa de apoio na cabeça do tirante, com o eixo alinhado com ao tirante. 2) Aplicação da carga inicial F0 para acomodação do macaco e acessórios. As deformações devidas a esta carga são desprezadas. A partir desta situação o ensaio é iniciado. 3) Aplicação dos estágios de carga, conforme tabela abaixo, partido de F0, atingindo a carga máxima prevista e retornando a F0, com medições de deslocamentos da cabeça para todos os estágios de carga, tanto na fase de carregamento como na de descarregamento. 4) Imediatamente após a medida do deslocamento estabilizado no final da descarga, pode ser aplicada a carga de incorporação prevista, sendo o tirante incorporado definitivamente à estrutura. Serviços Finais Após instalado e analisado o tirante deve receber uma injeção especial em seu trecho livre e na região cabeça, de modo que os espaços vazios sejam totalmente preenchidos e não haja a possibilidade de qualquer infiltração atingir o elemento resistente a tração. Essa injeção pode ser calda de cimento ou qualquer outro material, desde que não agressivo ao elemento resistente a tração. Também dever ser realizado um revestimento por concreto ou argamassa com espessura mínima de 2,0 cm. 3.3 PATOLOGIAS As patologias em tirantes são críticas e precisam de correções urgentes. É recomendável que sejam feitos exames anualmente e caso sejam detectadas patologias seja feita uma consulta a um engenheiro geotécnico. Corrosão na cabeça: esse tipo de corrosão acontece quando o capacete de concreto está trincado ou fissurado. É possível ver os pontos de corrosão no capacete metálico. Figura 18 – Cabeça metálica em corrosão. Fonte: http://www.solotrat.com.br/assets/pdf/tirantes.pdf Percolação de água pela estrutura ou pelas juntas: a água deve fluir sempre pelos drenos, ou seja, casa seja observada percolação em locais como cabeça, estrutura de concreto ou pelas juntas da estrutura, é sinal de que está acontecendo um problema grave. Figura 19 – Percolação. Fonte: http://www.solotrat.com.br/assets/pdf/tirantes.pdf Cabos rompidos: geralmente, quando a armação é composta por fios de aço, é fácil identificar que algum cabo está rompido, nesse caso, o capacete de concreto já terá caído. Existem algumas ações básicas para verificar a possibilidades de patologias que podem ser realizadas sem a presença de um especialista. Verificar se o funcionamento das drenagens, caso estejam obstruídas é necessário chamar um especialista. Verificar se existem fissuras ou trincas na estrutura da parede de contenção ou na cabeça do tirante ou afundamentos nas áreas adjacentes. Caso seja encontrado algum problema é importante consultar um engenheiro geotécnico. Verificar o alinhamento da estrutura, caso esteja desalinhada busque um especialista. 3.4 CÁLCULO DA ESTABILIDADE DO TALUDE Para o cálculo e dimensionamento do sistema de contenção, levaremos em consideração o trecho da cortina atirantada que possui uma altura de 5,00m e compreende 20,00m de comprimento. Cálculo dos empuxos ativos atuantes: Solo 1: γ (kN/m³) = 1,8 C (kPA) = 2,0 ∅ (º) = 26 Coeficiente de empuxo ativo: Ka = 0,390 √Ka = 0,625 sha = γ.Z.Ka – 2.C.√Ka + q.Ka Pressões na cota EL. 99,30 (topo da contenção) sh = – (2 x 2,0 x 0,625) + (8,0 x 0,390) sh = 0,624 tf / m² Pressões na cota EL. 94,30 (pé da contenção) sh = (1,8 x 5,0 x 0,390) – (2 x 2,0 x 0,625) + (8,0 x 0,390) sh = 4,138 tf / m² Diagrama das Pressões atuantes: Figura 20: Diagrama de pressões atuantes Fonte: Acervo Próprio https://sites.google.com/site/naresifundacoesegeotecnias/107-calculo-e-execucao-de-tirantes-ancorados-no-terreno/FOTO 21.jpg?attredirects=0 Empuxos na Contenção: E1 = 0,624x 5,00 = 3,120 tf / ml E2 = 3,514 x 5,00 = 8,785 tf / ml 2,0 Empuxo Total Atuante: 3,120 + 8,785 = 11,905 tf / ml Comprimento da Cortina: 20,00 m Empuxo Total: 11,905 tf/m x 20,00 m = 238,10 tf Para utilização de tirantes da SAS Protensão – CT= 35 tf, 238,10 tf : 35 tf/tirante = 6,80 tirantes Adotado 16 tirantes - FS= 2,35 - ok! Podemos concluir que a solução apresentada possui coeficiente de segurança acima do recomendado na Estabilidade Global e da Contenção. Na Estabilidade Global, o sistema de contenção possui um fator de segurança de 1,656, após a inserção dos elementos resistentes aos esforços atuantes, como tirantes e estacas. Os parâmetros de solo adotados foram os descriminados acima. Na Estabilidade da Contenção, os tirantes estão dimensionados com fator de segurança de 2,35, também acima do recomendado que é 2,0. O trecho analisado foi os 20,00 m de contenção que possui 5,00 m de altura com 16 da SAS Protensão de Ø 32 mm de diâmetro CT= 35 tf nos comprimentos indicados no projeto. REFERÊNCIAS LEGGERINI, Maria Regina Costa; KALIL, S. M. B.. Estruturas Isostáticas. 2000. Estruturas isostáticas: Cap. VII - Pórticos planos. PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. SOARES, Anamaria Malachini Miotto. "Análise estrutural de pórticos planos de elementos préfabricados de concreto considerando a deformabilidade das ligações." São Carlos. 178p. Dissertação (Mestrado)-Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo (1998). NARESI JR, Luiz Antônio. Cortinas com tirantes. 2014. Disponível em: www.naresi.com. Acesso em: 21/05/2020 NARESI JR, Luiz Antônio. TRINDADE, Sérgio. Contenção de Encosta. Revista Fundações e Obras Geotécnicas. Em foco. Editora Rudder. Edição 55. Ano 6. p. 66-77, mai. 2015. NARESI JR, Luiz Antônio. Segurança do trabalho em Obras de Contenção com Utilização de Tirantes, (2008) Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Juiz de Fora, 150 p. Tirantes. Solotrat Engenharia Geotécnica Eireli. Disponível em: http://www.solotrat.com.br/assets/pdf/tirantes.pdf . Acesso em: 21 maio 2020. NARESI JUNIOR, Luiz A. CORTINAS COM TIRANTES. 2010. Disponível em: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/tirantes. Acesso em: 21 maio 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5629: Execução de tirantes ancorados no terreno. Rio de Janeiro, 2006. http://www.solotrat.com.br/assets/pdf/tirantes.pdf
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