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Terapia Cognitivo Comportamental: Teoria e Bases

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Pós-Graduação: Terapia Cognitivo Comportamental 
Disciplina: Terapia Cognitiva Comportamental: Teoria
Terapia Cognitiva Comportamental e suas bases teóricas.
Para entender o surgimento da abordagem cognitivo comportamental, é necessária a análise das ideias Behavioristas as mais tradicionais como Pavlov e Skinner. As terapias comportamentais mais tradicionais baseavam-se nas teorias de aprendizagem, ou seja, estímulo e resposta. 
O condicionamento clássico de Pavlov é caracterizado como uma associação entre um estímulo neutro, no sentido de que antes não desencadeava nenhuma reação, e um estímulo incondicionado, isto é, que ocorre naturalmente. Tal associação, ou por repetição, ou por uma situação traumática, passa a gerar uma resposta condicionada. Ou seja, um estímulo que antes era neutro se torna um estimulo condicionado gerando uma resposta condicionada. 
Diferente da ideia de condicionamento clássico, o condicionamento operante de Skinner não fazia associação entre dois estímulos. Dentro do condicionamento operante, para que um comportamento se manifestasse era necessário um reforço, algo que aumentava a probabilidade da ocorrência de determinado comportamento, acreditavam assim que o reforço era um estimulo que viria depois do comportamento. 
Assim, o condicionamento clássico considerava que o comportamento aconteceria após uma a associação, e o condicionamento operante acreditava que o comportamento só aconteceria se fosse reforçado. Como critica as ideias de Skinner, o psicólogo Albert Bandura ir á questionar o conceito de que a aprendizagem aconteceria sempre em função das consequências do comportamento. 
As interpretações dadas às consequências de determinado comportamento seriam mais importantes que as consequências em si. O processamento cognitivo seria assim fundamental no entendimento de como o indivíduo interpreta as experiências e seu comportamento. 
A insatisfação com o modelo psicodinâmico surgiu a partir dos questionamentos acerca das teorias das pulsões, assim, tal momento de crise foi marcado pelas teorias do psiquiatra de orientação psicanalítica Aaron Beck que durante suas pesquisas sobre a depressão, estudava um modelo psicanalítico que explicava tal fenômeno como uma raiva refletida, que levaria a uma necessidade de sofrer. 
Por não encontrar evidências de tal experiência nos pacientes, Beck irá propor o conceito de tríade cognitiva, o mesmo verificou que os pacientes quando deprimidos apresentavam um processamento cognitivo negativista em relação a eles, ao mundo e ao futuro. O depressivo vê a si mesmo como um indivíduo que fracassou em viver em um mundo que ele considera difícil, não tendo assim nenhuma perspectiva de melhora no futuro. 
Simultaneamente a tais estudos, ocorreu a chamada revolução cognitiva. Agora a psicologia poderia se basear em dados científicos que sustentassem seus modelos Teóricos. As novas ideias influenciaram tanto aqueles que se sentiam insatisfeitos com o modelo comportamental puro, quanto os insatisfeitos com o modelo psicodinâmico, levando assim ao surgimento da abordagem cognitivo comportamental. 
Como base dessa nova teoria, teremos as estruturas de significado, os indivíduos seriam formados por um a estrutura cognitiva que guiaram suas interpretações sobre os acontecimentos do cotidiano. O pensamento funcionaria como um processo oculto de cognição, exercendo influencias sobre as emoções, que influenciariam os comportamentos. 
Os esquemas cognitivos se formariam em função da impossibilidade da mente de fazer elaborações a cada nova experiência, levando ao surgimento de pequenas teorias sobre o mundo e sobre nós, crenças que guiam a forma de interpretar os acontecimentos imediatos do cotidiano. Os transtornos psicológicos surgiriam frente à alta de flexibilidade na relativização de novas experiências que não confirmam as teorias particulares dos indivíduos. 
A abordagem cognitivo-comportamental é formada por diversas teorias e terapias, uma baseada nas habilidades de enfrentamento das situações, outras buscam a capacidade de solucionar problemas, e uma terceira, mais focada nas reestruturações cognitivas. 
A terapia cognitivo -comportamental possui um estilo colaborativo entre terapeuta e paciente, o terapeuta possuidor de um conhecimento teórico dos problemas emocionais, irá ajudar o cliente a alcançar um processo de autorreflexão com o objetivo de que este entenda os próprios pensamentos. A intervenção acorre na medida em que o terapeuta compreende os motivos que o cliente tem para ser de determinada maneira e o confronta, com o objetivo de fazer o indivíduo refletir sobre as vantagens e desvantagens.
O paciente precisa compreender o que se passa com ele, entender o porquê de ele Funcionar de determinada maneira. Nesse sentido, outra característica da TCC seria o movimento do terapeuta de compartilhar com o cliente suas teorias sobre ele, onde tal manobra será importante na medida em que e auxilia o paciente a desenvolver habilidades e estratégias para lidar com as próprias emoções, tornando-o autônomo no processo de autorreflexão. 
A terapia terá assim um aspecto psicoeducativo, que ocorrerá através insights incentivados pelo terapeuta e vivenciados pelo indivíduo e defende a ideia de que os pensamentos são organizados em diferentes níveis de pensamento diante de determinada situação surgem um conjunto de pensamentos automáticos, baseados sempre em interpretações construídos no decorrer da vida do indivíduo. 
Tais pensamentos surgem na mente de forma tão automática que parecem naturais, dificultando sua percepção pela consciência, sendo assim, pensamentos automáticos são s aqueles que ocorrem diante de determinada situação concreta ou lembrança, podendo ser ou não facilmente acessados pela consciência. 
Podemos definir as crenças centrais como um determinado nível do pensamento, construídas no início do desenvolvimento. Quando pequenos os indivíduos começam a criar pequenas teorias com o objetivo de entender o mundo a sua volta. Tais construções são necessárias uma vez que a mente não tem condições de interpretar e processar cada elemento de cada experiência em outro nível de pensamentos estão as crenças intermediárias, suposições e estratégias criadas pelo indivíduo com o objetivo de lidar com suas crenças centrais. 
O objetivo da TCC é fazer com que o paciente compreenda e avalie seu sistema de significados, tornando-o capaz de compreender seus próprios pensamentos, e entender as relações que essas avaliações apresentam com suas emoções e comportamentos. A abordagem é colaborativa, onde o terapeuta possui o conhecimento teórico dos problemas emocionais, e o cliente o conhecimento do que se p assa dentro de si, levando a conclusões das causas da formação e da manutenção dos problemas emocionais. 
A partir do relato do indivíduo, o terapeuta irá ajudá-lo a entender as relações entre o acontecimento, as emoções experimentadas e o comportamento adotado, a fim de que ele entenda que todas estão interligadas.

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