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Modulo-II-Terapia-Cognitivo-Comportamental

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AN02FREV001/ REV 3.0 
12 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TERAPIA COGNITIVO 
COMPORTAMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
13 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
14 
 
MÓDULO II 
 
2 TERAPIA COMPORTAMENTAL 
 
2.1 Histórico 
 
Sabemos que antes do Behaviorismo existir, muitas outras escolas de 
psicologia o antecederam, e outras surgiram a partir dele, como a Psicologia 
Experimental, a Psicologia de Wilhelm Wundt, o Estruturalismo (sistema da 
psicologia de E. B Titchener, que considerava a experiência consciente como 
dependente das pessoas que a vivenciava), o Funcionalismo (sistema de psicologia 
que se dedicou ao funcionamento da mente na adaptação do organismo ao 
ambiente tendo como precursor William James), posteriormente o Behaviorismo 
(ciência do comportamento concebida por Watson tratando somente do 
comportamento passível de observação e descrição em termos objetivos), a 
Psicologia da Gestalt (sistema de psicologia que se dedica amplamente à 
aprendizagem e à percepção, sugerindo que a combinação dos elementos 
sensoriais produz novos padrões com propriedades que eram inexistentes nos 
elementos individuais), a Psicanálise (teoria de Sigmund Freud sobre a 
personalidade e o sistema de psicoterapia) que juntamente com o Behaviorismo, 
incentivaram o surgimento de diversas subdivisões dentro de cada escola. 
Na década de 50 a Psicologia Humanista (sistema de psicologia que enfatiza 
o estudo da experiência consciente e a integridade da natureza humana) 
incorporando os princípios da Psicologia da Gestalt desenvolveu uma reação contra 
o Behaviorismo e a Psicanálise. 
Em 1960, a Psicologia Cognitiva (sistema de psicologia que se concentra 
nos processos de aquisição do conhecimento, mais especificamente, na forma de 
organização das experiências da mente) desafiou o Behaviorismo a rever o conceito 
de psicologia, porque seu foco principal seria o retorno aos estudos dos processos 
conscientes. E posteriormente surgiram a Psicologia Evolucionista, a Neurociência 
Cognitiva e a Psicologia Positiva. Nesse tópico nos restringiremos ao Behaviorismo, 
chamada atualmente de Psicologia Comportamental. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
15 
De acordo com Schultz & Schultz (2005) muitos nomes marcaram a história 
da psicologia e suas escolas. No Estruturalismo temos nomes como Wundt, Stumpf, 
Kulpe, Titchener, Brentano, Ebbinghaus, no Funcionalismo temos James, Dewey, 
Munsterberg, Angell, Carr, Hall, Cattell, Witmer, Scott, Woodworth, na Psicanálise 
figuras como Freud, Jung, Adler, Horney se destacaram, no Behaviorismo temos 
Thorndike, Pavlov, Watson, Hull, Bekhterev, Lashley, Tolman, Skinner, Rotter, 
Bandura, na Psicologia da Gestalt se destacaram Wertheimer, Koffka, Kohler e 
Lewin, na Psicologia Humanista temos Maslow e Rogers, na Psicologia Cognitiva 
destaques foram para Miller e Neisser e na Psicologia Positiva, Seligman. 
Todos esses estudiosos tiveram grande participação para que hoje 
tivéssemos abordagens tão consistentes como a Psicologia Comportamental, as 
quais serão citadas agora. 
Tudo começou quando no ano de 1913 foi marcada uma espécie de 
declaração de guerra, com o surgimento de um movimento de protesto cuja intenção 
era dilacerar as visões antigas, buscando uma ruptura com ambas as posições, seus 
líderes não desejavam modificar o passado, muito menos manter alguma relação 
com ele, esse movimento revolucionário foi chamado de Behaviorismo e foi 
promovido pelo psicólogo B. Watson, com 35 anos de idade (veja foto logo abaixo): 
 
Disponível 
em:<http://www.klickeducacao.com.br/Klick_Portal/Enciclopedia/images/Ps/11532/4072.jpg>. Acesso 
em: 24/09/2010. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
16 
Como já citamos acima o Estruturalismo e o Funcionalismo desempenharam 
papéis importantes, só que foram suplantadas por três escolas, o Behaviorismo, a 
Psicologia da Gestalt e a Psicanálise. Segundo Atkinson (2002) das três, a que teve 
maior influência na América do Norte foi o Behaviorismo, em que Watson acreditava 
que para psicologia ser uma ciência, os dados psicológicos deveriam estar abertos 
ao exame público como os dados de qualquer outra ciência, defendia o 
comportamento como público e a consciência como privada, assim a ciência deveria 
tratar apenas dos fatos públicos. Uma vez que os psicólogos estavam ficando 
impacientes com a introspecção, o novo Behaviorismo foi rapidamente aceito. 
Schultz & Schultz (2005) afirmam que as premissas básicas de Watson eram 
simples, diretas e ousadas, buscando uma psicologia científica que lidasse 
exclusivamente com os atos comportamentais observáveis e passíveis de descrição 
objetiva, por exemplo, em termos de estímulos e respostas. Watson rejeitava 
quaisquer termos ou conceito mentalista, na sua visão palavras como imagem, 
sensação, mente e consciência, que eram adotadas desde antes da filosofia 
mentalista, não significavam absolutamente nada para a ciência do comportamento. 
Ele afirmava que ninguém jamais tinha tocado, visto, cheirado, experimentado ou 
transferido de um lugar a outro a consciência, sendo sua definição tão improvável 
como o conceito de alma. 
Deve-se ficar claro que não foi Watson que deu origem as ideias básicas do 
movimento Behaviorista, elas já vinham sendo desenvolvidas há algum tempo tanto 
na psicologia como na biologia, como qualquer outro fundador, o que Watson fez foi 
organizar e promover as ideias e as questões já aceitáveis para o Zeitgeist 
intelectual da época, assim ele destacou questões como: 
 A tradição filosófica objetivista e mecanicista; 
 A psicologia animal; 
 A psicologia funcional. 
 
Dessa forma Watson começou a trabalhar com questões que focasse 
apenas algo que fosse visível, audível ou palpável. 
Para entendermos melhor as ideias de Watson faremos um breve balanço 
de como surgiu várias ciências. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
17 
Encontramos em Baum (1999) a definição de Behaviorismo como um 
conjunto de ideias sobre o comportamento, não como uma ciência, mas como uma 
filosofia da ciência. Esse conceito fica mais bem entendido quando percebemos que 
houve um rompimento de várias ciências com a filosofia, todas começaram seus 
estudos com a filosofia e posteriormente se separaram uma ruptura de ciências 
como a astronomia, física, química, biologia com a filosofia, ciência da qual se 
originaram, sendo que com a psicologia não foi diferente. 
O raciocínio da filosofia parte de suposições para conclusões e sua verdade 
é absoluta, já a ciência segue direção oposta, observa e tenta explicar que verdade 
poderia levar essa observação e tem a verdade científica como relativa e provisória. 
Como dissemos, a Psicologia rompeu com a filosofia, apesar de até na 
última metade do século XIX ter usado métodos filosóficos como a introspecção, 
método este considerado vulnerável e pouco confiável. 
Os psicólogos da época acreditavam que seguindo os métodos objetivos 
que eram verificáveis e replicáveis em laboratórios, a Psicologia poderia transformar-
se numa verdadeira ciência. 
Em 1913, Watson articulou a crescente insatisfação dos psicólogos com a 
introspecção e a analogia como métodos. Ele defendia que a Psicologia deveria ser 
definida como a ciência do comportamento e não a ciência da consciência. De 
acordo com eles evitar os termos relacionadosà consciência e mente deixaria a 
Psicologia livre para estudar o comportamento humano e social. Ele contestou 
bastante o antropocentrismo. 
Para Watson, o caminho era fazer da Psicologia uma ciência geral do 
comportamento, que compreendesse todas as espécies, e que estudaria apenas o 
comportamento objetivamente observável e deixaria de lado a subjetividade da 
introspecção e as analogias entre homem e animal. 
Com a ciência do comportamento veio o determinismo noção de que o 
comportamento é determinado unicamente pela hereditariedade e pelo ambiente. 
Em contra partida a essa tese temos o livre-arbítrio, que é a capacidade de escolha, 
e supõe um terceiro elemento além da hereditariedade e do ambiente, que ele diz 
ser algo que vem de dentro do indivíduo. O livre-arbítrio afirma que a escolha não é 
uma ilusão que são as próprias pessoas que causam o comportamento. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
18 
De acordo com Baum (1999), alguns filósofos tentaram conciliar 
determinismo com livre-arbítrio e propuseram para o livre-arbítrio teorias chamadas 
de “determinismo brando” e “teorias compatibilizadoras”, a primeira deixa implícita 
que o livre-arbítrio é apenas uma experiência, uma ilusão, e não uma relação causal 
entre pessoa e ação, já a segunda define livre-arbítrio como deliberação antes da 
ação, isto é, comportamento que pode ser determinado pela hereditariedade e pelo 
ambiente passado. 
A Psicologia comparativa teve origem na ideia de fazer comparações entre 
espécies a fim de conhecer melhor a nossa própria. Passou-se a fazer comparações 
entre homem e animal para descobrir seus mecanismos, até mesmo suas formas de 
pensar e agir. 
Essa Psicologia teve grande influência no estudo do Behaviorismo, 
citaremos alguns pontos marcantes. 
Jacques Loeb acreditava na reação direta e automática do animal a um 
estímulo, afirmando que a reação comportamental forçada pelo estímulo, não cabia 
qualquer explicação em termos de definição consciente do animal, o que existia era 
o movimento forçado involuntário, que segundo sua teoria era chamado de tropismo, 
(veja foto logo abaixo): 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
19 
 
Disponível em: <http://www.flavinscorner.com/jllab.JPG>. Acesso em: 24/09/2010 
 
Thorndike, um dos principais pesquisadores para o desenvolvimento da 
psicologia animal, elaborou uma teoria de aprendizagem objetiva e mecanicista com 
enfoque no comportamento manifesto, ele também acreditava que o psicólogo devia 
estudar o comportamento, não os elementos mentais ou a experiência consciente, 
não interpretando a aprendizagem do ponto de vista subjetivo, mas em termos de 
conexões concretas entre estímulos e a resposta, embora não admitisse qualquer 
referência à consciência e os processos mentais. Ele criou algumas teorias como à 
do “conexionismo”, que era baseada nas conexões entre as situações e as 
respostas, a “aprendizagem por tentativa-e-erro, que era baseada na repetição das 
tendências de respostas que levam ao êxito, que posteriormente ele definiu como 
“lei do efeito”, em que os atos que produzem satisfação em determinada situação 
tornam-se associados a ela, quando a situação se repete, o ato tende a ocorrer. 
Outra teoria seria a “lei do uso e desuso ou lei do exercício”, em que afirmava que 
quanto mais um comportamento é realizado em uma situação, mais forte se torna a 
associação entre comportamento e situação, (veja foto logo abaixo): 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
20 
 
 
 
Disponível em: <http://www.chesapeake.edu/library/Stock/edward_thorndike_HEAD.jpg>. Acesso em: 
24/09/2010 
 
Ivan Pavlov estudou os reflexos condicionados, que seriam reflexos 
dependentes na formação entre o estímulo e a resposta. Seus estudos foram feitos 
por meio de um aparelho utilizando cães que estudava a resposta da salivação, 
(veja foto logo abaixo): 
 
 
 
Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/images/stories/assuntos/biografias/Ivan_Pavlov.jpg>. 
Acesso em: 24/09/2010. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
21 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: <http://images.com.br/imgres>. Acesso em: 24/09/2010 
 
 
Todos esses estudiosos importantes influenciaram Watson e seus estudos 
sobre o comportamento, fortalecendo desde o início sua intenção de fundar uma 
escola, onde ele desejava que o novo Behaviorismo tivesse valor prático e aplicável 
na vida real. 
Watson afirmava que quase todo comportamento é resultado de 
condicionamento e que o ambiente molda o comportamento reforçando hábitos 
específicos. Essa escola tendia a discutir os fenômenos psicológicos em termos de 
estímulos e respostas, dando origem ao termo psicologia de estímulo-resposta (E-
R). 
De acordo Schultz & Schultz (2005), instinto era conceituado por Watson 
como respostas condicionadas socialmente e emoções não passavam de uma 
simples resposta fisiológica a estímulos específicos. 
Embora o Behaviorismo houvesse chamado a atenção dos psicólogos 
americanos, nem todos concordavam com a visão de Watson. Alguns psicólogos 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
22 
desenvolveram sua própria psicologia behaviorista, conduzindo a escola de 
pensamento em direções distintas. 
A carreira produtiva de Watson na psicologia durou pouco menos de 20 
anos, mesmo assim, afetou profundamente o curso do desenvolvimento da 
psicologia por muito tempo. Watson foi um eficaz agente do Zeitgeist, em uma época 
de mudanças não apenas na psicologia, como também nas atitudes científicas em 
geral, ele tornou a metodologia e a terminologia da psicologia mais objetiva, embora 
hoje suas formulações não sejam mais válidas. 
O Behaviorismo de Watson constituiu o primeiro estágio da evolução de 
escola de pensamento comportamental aproximadamente em 1913. Mas não parou 
por aí, do período de 1930 a 1960, surge o Neobehaviorismo, englobando os 
trabalhos de Tolman, Hull e Skinner, em que estes compartilhavam alguns pontos 
em comum, como tópico central da psicologia o estudo da aprendizagem, os 
comportamentos podem ser entendidos por leis de condicionamentos e o 
operacionismo. E o terceiro estágio da evolução behaviorista, que vai de 1960 e 
perdura até hoje, chamado de neoneobehaviorismo ou sociobehaviorismo, incluindo 
trabalhos de Bandura e Rotter, enfocam o retorno do estudo dos processos 
cognitivos, mas mantendo o enfoque na observação do comportamento manifesto. 
Edward Tolman foi um dos primeiros convertidos ao Behaviorismo cunhou o 
termo Behaviorismo Intencional, em que este combina o estudo objetivo do 
comportamento com a ponderação da intenção ou a orientação do propósito no 
comportamento. Seu principal enfoque segundo Schultz & Schultz (2005) estava no 
problema de aprendizagem. Tolman rejeitou a lei do efeito de Thorndike, afirmando 
que a recompensa ou o esforço exerciam pouca influência sobre a aprendizagem, e 
em seu lugar propunha uma explicação cognitiva para a aprendizagem, sugerindo 
que a repetição do desempenho de uma tarefa reforça a relação aprendida entre as 
dicas ambientais e as expectativas do organismo, dessa forma, o organismo acaba 
conhecendo seu ambiente, afirmando serem essas relações estabelecidas pela 
repetição da realização de uma tarefa, (veja foto logo abaixo): 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
23 
 
Disponível em: <http://web.syr.edu/~jlbirkla/kb/images/Tolman.jpg>. Acesso em: 24/10/2010. 
 
 
Já Clark Hull usava uma forma de Behaviorismo mais sofisticada e mais 
complexa que Watson, embora ainda fosse considerado como objetivo, reducionista 
e mecanicista. Descrevia seu Behaviorismo e sua visão de natureza humana 
empregando termos mecanicistas e considerava o comportamento humano 
automático e possível de ser reduzido e explicado na linguagem da física. Sua teoria 
da aprendizagem concentra-se no princípio de reforço, a qual é essencialmente a lei 
do efeito de Thorndike, (veja foto de Hull logo abaixo): 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
24 
 
Disponível em: <http://www.uned.es/psico-2-psicologiaII/links/photogallery/1pp/personajes/Clark_L_Hull.jpg>.Acesso em: 24/09/2010. 
 
 
Segundo Schultz & Schultz (2005), o Behaviorismo de Skinner dedicava-se 
ao estudo das respostas, preocupando-se em descrever e não em explicar o 
comportamento, sua pesquisa tratava apenas do comportamento observável, e ele 
acreditava que a tarefa de investigação científica era estabelecer as relações 
funcionais entre as condições de estímulos controladas pelo pesquisador e as 
respostas subsequentes do organismo. 
Skinner não duvidava da existência das condições mentais ou fisiológicas 
internas, apenas não aceitava sua validade no estudo científico do comportamento. 
Em seus experimentos, Skinner conceituou condicionamento operante como 
uma situação de aprendizagem que envolve o comportamento emitido por um 
organismo em vez de eliciado por um estímulo detectável. Esse comportamento 
ocorre sem qualquer estímulo antecedente externo observável, (veja foto de Skinner 
logo abaixo): 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
25 
 
Disponível em: 
<http://3.bp.blogspot.com/_Rg2vOgLY4e0/RwW_V2R4sVI/AAAAAAAAAIM/fTxWXZmueXI/s1600/skin
ner.jpg>. Acesso em: 24/09/2010. 
 
Skinner também criou a lei da aquisição, em que a força de um 
comportamento operante aumenta quando, em seguida, recebe um estímulo 
reforçador. 
No terceiro estágio da evolução behaviorista chamado de 
neoneobehaviorismo ou sociobehaviorismo, Bandura, Rotter e outros seguidores 
adotavam uma forma de behaviorismo bem mais distinta que a de Skinner. Eles 
questionavam sua total negação aos processos mentais ou cognitivos e propunham 
em seu lugar uma aprendizagem social, uma reflexão sobre um movimento cognitivo 
mais amplo na psicologia como um todo. 
Este teóricos defendiam os pensamentos (cognições), o que fez com que 
fosse criada uma divisão no behaviorismo: nascendo a psicologia cognitiva. Outros 
autores desta escola além de Albert Bandura, Julian Rotter, foi Aaron Beck. Eles 
acreditavam que o comportamento pode ser entendido também a partir da cognição, 
que o aprendizado pode existir sem a necessidade de condicionamento em 
laboratório, mas pela observação e elaboração do que foi visualizado. 
Bandura desenvolveu termos como Reforço Vicário (noção de que o 
aprendizado pode ocorrer por observação do comportamento de outras pessoas e 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
26 
das consequências delas decorrentes, e não apenas experimentando o reforço 
diretamente) e Autoeficácia (a percepção do indivíduo de sua autoestima e a 
competência em lidar com os problemas da vida), (veja foto logo abaixo): 
 
 
 
Disponível em: <http://news-service.stanford.edu/news/2006/february22/gifs/ppl_bandura.jpg>. 
Acesso em: 24/09/2010. 
 
 
Rotter desenvolveu uma forma de behaviorismo, que como a de Bandura, 
inclui referência às experiências subjetivas internas, sendo menos radical que o de 
Skinner. Rotter concentrou sua pesquisa nas crenças a respeito da origem do 
reforço. Ela acreditava num Locus de controle (a ideia sobre a origem do 
reforçamento, havendo o lócus de controle interno - crença de que o reforço 
depende do próprio comportamento das pessoas e Locus de controle externo – 
reforço depende das forças externas). 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
27 
 
Disponível em: <http://psychlops.psy.uconn.edu/founders/Images/7.jpg>. Acesso em: 24/09/2010. 
 
 
Segundo Schultz & Schultz (2005), apesar do debate interno a respeito da 
questão cognitiva no behaviorismo ter provocado mudanças no movimento 
behaviorista, que se seguiram desde Watson até Skinner, é importante lembrar que 
Bandura, Rotter e outro neoneobehavioristas que são defensores da abordagem 
cognitiva ainda se consideram behavioristas. Assim, eles podem ser chamados de 
behavioristas metodológicos, porque se referem aos processos cognitivos internos 
como parte do objeto de estudo da psicologia, enquanto os behavioristas radicais 
acreditam que a disciplina devia se dedicar ao estudo do comportamento público e 
do estímulo ambiental, e não dos estudos internos presumidos. 
Watson e Skinner eram behavioristas radicais. Já Hull, Tolman, Bandura e 
Rotter podem ser classificados como metodológicos. 
Sabe-se que o domínio do tipo de behaviorismo de Skinner chegou ao auge 
na década de 1980 e diminuiu depois de sua morte em 1990. Skinner até admitiu 
que sua abordagem estivesse perdendo terreno e que o impacto da abordagem 
cognitiva aumentava. E hoje o behaviorismo que permanece vivo na psicologia 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
28 
contemporânea, principalmente na psicologia aplicada, é diferente daquele que 
surgiu nas décadas entre o manifesto de Watson em 1913 e a morte de Skinner, em 
1990. 
 
2.2 Fundamentos Teóricos 
 
De acordo com Skinner (2003) a abordagem comportamental prioriza na 
terapia, a alteração de fatores ambientais e sociais (contingências), possibilitando ao 
indivíduo discriminar os estímulos no meio, que contribuem para manutenção de 
seus comportamentos e dessa forma possibilitar ao indivíduo maior autocontrole 
diante de seus comportamentos indesejáveis. Prioriza o uso de experimentos para 
verificar como ocorre o comportamento e como ele é mantido e formular conceitos 
como esquemas de reforçamento, punição, extinção, generalização de estímulos, 
equivalências de estímulos, controle de estímulos entre tantos outros. 
Como já ressaltamos anteriormente muitos teóricos contribuíram para que o 
behaviorismo chegasse tão longe, Pavlov trabalhou com conceitos como 
condicionamento clássico, estímulo não condicionado, estímulo condicionado, 
Thorndike e sua “Lei do Efeito”, Skinner, com os conceitos de condicionamento 
operante, reforçamento positivo, reforçamento negativo e punição, Wolpe enfatizou 
novas técnicas para a eliminação de medo e da evitação, usando uma hierarquia 
gradual de estímulos ansiogênicos, o que foi chamado de dessensibilização 
sistemática e também pela importância do paciente realizar extensas lições de casa 
in vivo entre as sessões de terapia. 
Hoje muitos autores conceituam como uma abordagem que trabalha os 
problemas psicológicos baseada na filosofia da ciência conhecida como 
Behaviorismo Radical e na ciência do comportamento, Análise Experimental do 
Comportamento. O Behaviorismo radical, muito trabalhado atualmente por alguns 
terapeutas, defende que o comportamento dos organismos é ordenado, passível de 
ser estudado cientificamente na mesma forma das ciências naturais, assim busca-se 
descobrir os eventos no Meio Ambiente que determinam os seus comportamentos-
problema e o que os mantém. 
Na terapia comportamental, pensamentos e sentimentos são considerados 
comportamentos, diferentes apenas pela forma como se pode ter acesso a eles, pois 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
29 
este se dá por meio do relato verbal daquele que pensa e sente, ou seja, 
pensamentos e sentimentos, também, são levados em consideração, analisados e 
passíveis das intervenções do terapeuta. 
Cada terapeuta, de acordo com sua abordagem segue uma linha, mas com 
o mesmo objetivo, ou seja, melhora e bem-estar do seu paciente, no caso do 
terapeuta comportamental, ele entende que o cliente é único e seus problemas ou 
dificuldades são produto de uma história particular, com isso percebe-se uma 
humanização do processo psicoterápico, buscando assim, entender cada cliente e 
cada história, antes de propor qualquer intervenção. 
Seu principal instrumento é a análise funcional, ou o levantamento criterioso 
das variáveis - eventos, acontecimentos - que estejam funcionalmente relacionados 
aos comportamentos desejáveis e indesejáveis do cliente, com esse entendimento é 
possível propor uma estratégia eficaz no alcance do bem-estar e da melhora do 
paciente, mas que fique claro que na maioria das vezes não é fácil se chegar a 
essas variáveis. 
De acordo com Saffi, Savoia e Lotufo (2008), a terapia comportamental 
utiliza na clínica os conhecimentos derivados das teorias da aprendizagem, sua 
principal fonteteórica é o comportamento operante. Diz-se muito que se trata de 
uma terapia superficial e que aborda apenas o sintoma, mas isso não é verdade, ela 
pode ser aplicada a toda gama de problemas humanos, tanto para o 
autoconhecimento como para as dificuldades e conflitos interpessoais. Só que é 
uma abordagem que exige conhecimento teórico e técnico sofisticado e o terapeuta 
deve possuir empatia, interesse pelo paciente e calor humano. 
O terapeuta comportamental busca combater os comportamentos-problema, 
ao mesmo tempo em que busca instalar e aumentar a frequência de 
comportamentos adequados ao contexto, desejáveis, funcionais e geradores de 
satisfação e felicidade. O clínico, entre outras funções, auxilia com suas análises na 
construção de um novo repertório ou no fortalecimento do repertório existente, 
segundo Skinner (1989). 
A terapia comportamental é, segundo Bouchard (1979) citado por Saffi, 
Savoia e Lotufo (2008), a aplicação do conjunto de conhecimentos psicológicos, 
adquiridos segundo os princípios da metodologia científica, à compreensão e 
solução de problemas clínicos, assim é uma prática de ajuda psicoterápica baseada 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
30 
na ciência e na filosofia caracterizada por uma concepção naturalista e determinista 
do comportamento humano. 
Pode ser conceituada também, segundo os teóricos citados, por um 
processo de aplicação de princípios da teoria da aprendizagem para a melhoria de 
comportamentos específicos e, simultaneamente, de avaliação de quaisquer 
modificações observadas, analisando se elas são de fato atribuíveis ao processo de 
aplicação e, em caso positivo, a que parte desse processo. 
A terapia comportamental é muito rica em informações e técnicas, ela é 
formada por um conjunto considerável de técnicas derivadas de pesquisas, em 
laboratório ou no próprio consultório. 
Para fecharmos esse tópico falaremos mais um pouco sobre o trabalho do 
terapeuta comportamental. O primeiro passo é o bom relacionamento com o 
paciente, por meio da empatia, do interesse, do calor humano e de outras 
qualidades do psicoterapeuta, segundo Saffi, Savoia e Lotufo (2008). Ele deve fazer 
a coleta de informação por meio da anamnese, do uso de diários, de escalas, de 
instrumentos diagnósticos e da observação para que se permita conhecer a pessoa 
e seus problemas. 
A análise funcional é a ferramenta para a coleta de informações e para o 
conhecimento da relação entre a pessoa e seu ambiente, em que por meio dela 
procura-se estabelecer todas as relações de contingências que afetam a pessoa 
procurando-se descrever operacionalmente o problema, detalhando os estímulos 
desencadeantes, os comportamentos envolvidos e as suas consequências. 
Mostraremos agora uma tabela bastante interessante que faz algumas 
diferenciações entre behaviorismo, cognitivismo e construtivismo, para que 
posteriormente fiquem mais claras as semelhanças e diferenças entre cada 
abordagem. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
31 
 
Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/amtazevedo/af24/teorias.gif>. Acesso em: 24/09/2010. 
 
 
Sintetizando tudo que já dissemos, podemos frisar que o terapeuta 
comportamental focaliza-se no comportamento manifesto, salientando de acordo 
com Kaplan e Sadock (2003), a remoção de sintomas manifestos, sem considerar as 
experiências privadas ou conflitos internos do paciente. Percebemos que o objetivo 
terapêutico de quem segue essa abordagem é claro e concreto: a extinção de 
hábitos ou atitudes mal-adaptativas e sua substituição por padrões novos, 
apropriados e não provocadores de ansiedade. Os métodos inerentes as terapias do 
comportamento fundamentam-se na crença fundamental de que as ansiedades e 
comportamentos persistentes e mal-adaptativos foram condicionados ou aprendidos, 
portanto o tratamento efetivo consiste de variadas formas de descondicionamento ou 
desaprendizagem, isto é, o comportamento inadequado aprendido pode ser 
desaprendido. 
Ainda segundo Kaplan e Sadock (2003), o clínico que deseja adotar o 
enfoque comportamental deve responder a algumas questões (tabela abaixo) em 
conjunto com o paciente, parentes ou outros responsáveis, que foi preparada por 
Robert Paul Liberman: 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
32 
 
1. Quais são os problemas e objetivos da terapia? 
 
 
Esta questão aborda as conquistas do paciente, bem como os 
déficits no comportamento adaptativo e excessos de comportamento 
mal-adaptativo. Frequentemente, os problemas do paciente estão 
relacionados à oportunidade inadequada ou contexto inapropriado das 
respostas comportamentais. A avaliação dos problemas e uma 
formulação de objetivos devem considerar toda a faixa de resposta 
objetivas, subjetivas, afetivas, sociais e cognitivas. 
 
 
2. Como o progresso pode ser medido e monitorado? 
 
 
Cada problema e objetivo exigem especificação comportamental 
e monitoramento contínuo em termos de frequência, duração, forma, 
latência ou contexto da ocorrência. A operacionalização dos objetivos 
da terapia possibilita que o terapeuta determine se as intervenções 
selecionadas são eficazes e oferece a base empírica para a terapia 
comportamental. 
 
 
3. Que contingências ambientais estão mantendo o problema? 
 
 
Uma análise do comportamento considera as relações 
funcionais entre os problemas clínicos e seus antecedentes ambientais 
(estímulos precipitadores ou desencadeantes) e consequências 
(reforçadores). 
Antes de formular um plano de tratamento, o terapeuta deve 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
33 
compreender as contingências sociais e instrumentos presentes, que 
podem ter de ser modificadas para um resultado eficaz. 
 
 
4. Que intervenções tendem a ser efetivas? 
 
 
Esta questão final aborda as técnicas específicas que podem 
ser usadas no plano de tratamento. Somente após as três primeiras 
perguntas terem sido respondidas, uma seleção racional das 
intervenções pode ser feita. Frequentemente, uma combinação de 
princípios de aprendizado é usada, para maximizar os efeitos do 
tratamento. 
 
 
 
 
Citaremos uma tabela feita por Rebecca Jones citada por Kaplan e Sadock 
(2003): 
OBJETIVO Modificar padrões comportamentais 
mal-adaptativos aprendidos que 
levam a sintomas patológicos. 
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO Comportamentos mal-adaptativos 
específico, bem-definidos, circunscritos e 
facilmente identificáveis (por ex. fobia, 
consumo excessivo de alimentos, 
disfunções sexuais). Transtornos 
psicofisiológicos nos quais as 
manifestações dos sintomas são 
afetadas pelo estresse (por ex. asma, 
dor e hipertensão) 
DURAÇÃO Geralmente limitado em tempo, 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
34 
específico ao comportamento em 
particular. 
TÉCNICAS Baseada no princípio da teoria da 
aprendizagem da teoria do aprendizado 
(por ex. condicionamento clássico e 
operante); 
Treino de relaxamento; 
Reforços; 
Terapia aversiva; 
Dessensibilização sistemática; 
Imersão; 
Modelagem participante; 
Economia de fichas. 
 
 
 
2.3 Indicações e Contraindicações 
 
 
A terapia comportamental pode ser indicada e útil para tratar praticamente 
todos os problemas de saúde e de comportamento de atuação do psiquiatra ou do 
psicoterapeuta, como: 
 
 Fobias específicas; 
 Agorafobia com ou sem pânico; 
 Fobia social; 
 Transtornos de ansiedade; 
 Transtorno obsessivo-compulsivo; 
 Disfunções sexuais: em especial ejaculação precoce e vaginismo; 
 Dificuldade de relacionamento interpessoal; 
 Reabilitação de doentes crônicos; 
 Depressão; 
 Transtornos alimentares; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
35 
 Problemas de comportamento na infância; 
 Problemas de comportamento na adolescência; 
 Abuso de dependência de álcool e drogas; 
 Autoconhecimento. 
 
No caso do autoconhecimento, o terapeuta auxilia o paciente a explicitar as 
variáveis que influenciam seu comportamento, podendo a partir disso, auxiliar a 
pessoa a modificar seuambiente para que possam ocorrer mudanças no seu 
comportamento, ou seja, autocontrole. 
 
Cordioli (2008) cita que a terapia comportamental é também utilizada como 
coadjuvante no tratamento de: 
 
 Depressão maior, particularmente na fase inicial de pacientes 
gravemente deprimidos; 
 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade; 
 Estresse pós-traumático; 
 Transtornos de impulsos: Tricotilomania, comprar compulsivo e jogo 
patológico; 
 Déficits de habilidades sociais: transtornos de personalidade, 
esquizofrenia, deficiências mental e autismo; 
 Deficiência de controle esfincteriano; 
 Obesidade; 
 Hipertensão; 
 Insônia e insônia primária; 
 Asma; 
 Dor crônica; 
 Cefaleia, etc. 
 
Cordioli (2008) também cita algumas contraindicações na terapia 
comportamental: 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
36 
 Níveis de ansiedade muito elevados ou incapacidade de tolerar 
aumento dos níveis de ansiedade (transtorno da personalidade borderline, 
histriônica); 
 Problemas caracterológicos graves, incapacidade de estabelecer um 
vínculo com o terapeuta (personalidade esquizoide ou esquizotípica); 
 Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o 
terapeuta (personalidade antissocial); 
 Ausência de motivação. 
 
Mas caso seja a terapia cognitivo-comportamental, podemos dizer que 
aumenta o leque de atuação, e podemos citar alguns transtornos que houve algum 
nível de evidência de eficácia: 
 
 Sintomas de esquizofrenia; 
 Sintomas de demência; 
 Crises convulsivas não epilépticas; 
 Reabilitação cognitiva; 
 Insônia; 
 Síndrome da fadiga crônica; 
 Transtorno da personalidade borderline; 
 Conflitos familiares; 
 Tabagismo; 
 Obesidade; 
 Autismo; 
 Transtorno do pânico; 
 Depressão; 
 Fobias; 
 Transtorno obsessivo-compulsivo; 
 Tiques; 
 Parafilias; 
 Disfunção sexual; 
 Problemas de comportamento na infância; 
 Treino de habilidades parentais; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
37 
 Bulimia nervosa; 
 Transtorno de estresse pós-traumático; 
 Dor crônica; 
 Vítimas de abuso sexual; 
 Jogo patológico; 
 Dependência de drogas; 
 Problemas de saúde relacionados a comportamento; 
 Prevenção de problemas de saúde; 
 Promoção de saúde; 
 Ansiedade generalizada; 
 Enurese noturna; 
 Transtorno bipolar. 
 
Abaixo veremos um gráfico que mostra alguns transtornos que acometem a 
população e com eles suas taxas, em alguns, bastante elevadas, e perceberemos o 
quanto é importante o trabalho psicoterápico. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
38 
 
Disponível em: <http://www.ip.usp.br/imprensa/aconteceu/hu.JPG>. Acesso em: 24/09/2010. 
 
 
 
 
2.4 Técnicas da Terapia Comportamental 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
39 
De acordo com Knapp (2004), todos os experimentos comportamentais têm 
um elemento cognitivo e a modificação das distorções cognitivas se dá também por 
meio das técnicas comportamentais. 
Padesky (1994) citado por Knapp (2004) afirma que a forma mais eficaz de 
modificar principalmente pressupostos e regras subjacentes é por meio de 
experimentos comportamentais, assim o paciente experimenta na prática o que 
acontece quando ele se engaja em comportamentos, que permitem examinar a 
veracidade e/ou utilidades dessas crenças subjacentes. 
Leahy (1996) citado por knapp (2004), diz que o objetivo dessas técnicas ou 
intervenções comportamentais é aumentar o comportamento positivo enquanto 
diminui o negativo, sendo assim pode-se dizer que o engajamento em um 
comportamento que traz resultados positivos aumenta a autoeficácia do indivíduo e 
estimula o empenho em novos comportamentos mais adaptativos. 
 
A seguir algumas técnicas: 
 
 Alvos comportamentais 
 
Segundo Rangé (2004), nessa técnica o terapeuta ajuda o paciente a 
identificar possíveis comportamentos específicos que deseja modificar a curto, 
médio e longo prazo. Esse autor cita alguns exemplos para ficar mais claro: 
 O engajamento em exercícios físicos; 
 As tarefas de casa concluídas; 
 O número de páginas de leitura diária; 
 A diminuição da checagem obsessiva; 
 A lavagem das mãos. 
 
No caso de haver grandes alvos comportamentais, de difícil execução de 
uma só vez, devem ser divididos em pequenos comportamentos de mudança, até 
que o comportamento como um todo se modifique. 
Com essa técnica o paciente aprenderá a estipular metas e objetivos 
específicos e factíveis, tais comportamentos são passíveis de aferição em 
determinado período de tempo. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
40 
Assim o terapeuta deve questionar o paciente, se o objetivo foi alcançado, 
isso depois de algum tempo. 
 
 Dessensibilização sistemática 
 
Essa técnica foi criada por Joseph Wolpe, e baseia-se segundo Kaplan e 
Sadock (2003) no princípio comportamental do contracondicionamento, o qual afirma 
que o indivíduo pode superar a ansiedade mal-adaptativa provocada por uma 
situação ou objeto aproximando as situações temidas gradualmente, em um estado 
psicofisiológico que iniba a ansiedade. 
Nessa técnica o cliente é treinado a relaxar, é colocado em contato com uma 
hierarquia de situações geradoras de ansiedade e é solicitado a relaxar enquanto 
imagina cada uma delas, assim o paciente atinge um estado de completo 
relaxamento, quando é exposto ao estímulo que provoca a resposta de ansiedade. 
Nesse caso a reação negativa de ansiedade é inibida pelo estado de relaxamento, 
num processo chamado de inibição recíproca. 
Ao invés de utilizar as situações ou objetos reais que provocam medo, 
paciente e terapeuta preparam uma lista graduada ou uma hierarquia de cenas 
provocadoras de ansiedade associadas aos medos do paciente. Finalmente, o 
estado aprendido de relaxamento e as cenas provocadoras de ansiedade são 
sistematicamente pareados ao tratamento. 
Percebemos que a dessensibilização sistemática consiste então de três 
etapas: treino de relaxamento, construção de hierarquia e dessensibilização do 
estímulo. 
 
 
 Exposição in vivo 
 
Semelhante a dessensibilização, exceto pelo fato de que o cliente realmente 
experimenta cada situação. 
 
 Exposição com prevenção de respostas. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
41 
Confrontar uma situação ou estímulo temido. 
Ex: o paciente obsessivo-compulsivo é instigado a refrear a lavagem de suas 
mãos após mergulhá-las em água suja. 
 
 Flooding ou Inundação 
 
É uma modalidade de exposição in vivo em que um indivíduo fóbico é 
exposto ao objeto ou situação mais temido por um período prolongado sem 
oportunidade de fugir. 
 
 Reforçamento seletivo. 
 
Reforço de comportamento específico, muitas vezes mediante o uso de 
fichas que podem ser trocadas por recompensas. 
 
 Modelagem. 
 
Segundo Atkinson (2002), consiste em reforçar somente variações de 
respostas que se desviam na direção desejada pelo experimentador. 
Na técnica de modelagem “o terapeuta modela a resposta/comportamento 
que se deseja” (RANGÉ, 2004), ou seja, ele reforça apenas os comportamentos 
desejados. 
 
 
 Modelação (imitação). 
 
É o processo pelo qual uma pessoa aprende comportamentos observando e 
imitindo os outros. É um método bastante eficaz de mudança de comportamento, 
pois uma vez que observar os outros é uma das principais formas humanas de 
aprender, assistir a pessoas que estão apresentando comportamento adaptativo 
ensina melhores estratégias de enfrentamento as pessoas com respostas 
inadaptativas. A modelação é eficaz na superação de medos e ansiedades porque 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
42 
oferece uma oportunidade para observar outra pessoa passar pela situação 
geradora de ansiedade sem se ferir. 
Ex: O terapeuta emite comportamentos assertivos durante a sessão que 
podem ser copiados pelo cliente e reproduzidos. 
 
 Ensaio comportamental. 
 
Nessa técnica o paciente dramatiza o comportamento que planeja conduzir 
fora da terapia. 
Ex: O paciente pode demonstrar como ser assertivomediante um diálogo 
com seu chefe. 
 
 Hierarquia de respostas/estímulos. 
 
Nessa técnica tem-se uma lista de situações ou respostas, das mais temidas 
até as menos temidas, para serem usadas em exposição. 
Ex: o paciente e o terapeuta fazem uma lista de situações ou 
comportamentos que o primeiro teme, com hierarquia de temor. O paciente fóbico de 
elevador coloca – pensar em elevador- como a menos temida e – subir de elevador 
o edifício mais alto da cidade-como a mais temida. 
 
 
 Autorrecompensa. 
 
De acordo com Knapp (2004), usar autoelogio, gratificações e reforços 
concretos para incrementar comportamentos desejáveis. 
Ex: o paciente pode se recompensar com consequências positivas tangíveis 
(uma comida, um filme, um presente ou um comportamento prazeroso) ou com 
autoafirmações positivas (“estou orgulhoso de mim mesmo por tentar”). 
 
 Treinamento de Relaxamento. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
43 
Relaxar diferentes grupos musculares em sequência, imaginar imagens 
relaxantes, praticar exercícios de respiração. 
 
 Reforço. 
 
Para Skinner, segundo Myers (1999), recompensa é representado pela 
palavra “reforço”, que pode ser conceituada como qualquer evento que aumente a 
frequência de uma reação precedente. Assim o reforço pode abranger uma série de 
ações, como um elogio ou uma salva de palmas. Existem dois tipos básicos de 
reforço, o positivo e o negativo. 
 
 Reforço positivo. 
 
O reforço positivo é capaz de fortalecer uma reação quando oferece um 
estímulo logo após esta reação. Ele aumenta a probabilidade de um comportamento 
pela presença (positividade) de uma recompensa (estímulo). 
 
 Reforço negativo. 
 
O reforço negativo é capaz de fortalecer uma reação quando remove algum 
tipo de estímulo aversivo. Ele aumenta a probabilidade de um comportamento pela 
ausência (retirada) de um estímulo aversivo (que cause desprazer) após o 
organismo apresentar o comportamento pretendido. 
Segundo alguns autores, o que difere um reforço positivo de um reforço 
negativo é que o primeiro consiste em inserir um estímulo reforçador no ambiente e 
o segundo consiste em retirar um estímulo aversivo. 
Ex 1: comportamento de estudar bastante é reforçado pelo estímulo 
reforçador de se receber uma boa nota, de modo que a boa nota é um reforço 
positivo. Ex 2: desligar o telefone durante uma conversa desagradável retirará do 
ambiente um estímulo aversivo, que é a conversa, de modo que desligar o telefone é 
um reforço negativo. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
44 
 Punição 
A punição é um estímulo aversivo que reduz a probabilidade do 
comportamento. 
A punição pode ser positiva e negativa: 
 Punição Positiva. 
Inseri-se no ambiente um estímulo aversivo: 
o Ex: um puxão de orelha. 
 
 Punição Negativa. 
Retirada de um estímulo reforçador do ambiente: 
o Ex: proibição que uma criança receba de assistir televisão. 
 
OBSERVAÇÕES: 
1. Reforço negativo não é a mesma coisa que punição: o reforço negativo é 
um estímulo que aumenta a frequência do comportamento que consiste em retirar 
um estímulo aversivo do ambiente. 
2. Reforço ou reforçamento não é recompensa. 
3. Reforços não apenas aumentam a probabilidade de incidência no 
comportamento como também são utilizados para que um determinado 
comportamento deixe de acontecer, estimulando a não incidência do determinado 
comportamento. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
45 
4. Técnicas comportamentais para diminuação de frequência de um 
determinado comportamento: 
o Punição positiva, pela qual se insere algo aversivo no ambiente; 
o Punição negativa pela qual se retira algo reforçador do ambiente; 
o Extinção. 
 
 Extinção 
 
É a retirada total do estímulo ao comportamento do ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja quadro com tipos de reforçamento e punição de acordo com Atkinson 
(2002): 
 
 
TIPOS 
 
 
Reforçamento 
positivo 
 
 
Reforçamento 
negativo 
 
Punição 
positiva 
 
Punição 
negativa 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
Estímulo 
agradável que 
ocorre após um 
comportamento 
desejado. 
 
Remoção de 
um estímulo 
desagradável 
depois que um 
comportamento 
 
Apresentação 
de um estímulo 
desagradável 
depois que um 
efeito 
 
Remoção de um 
estímulo 
agradável 
depois que um 
comportamento 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
46 
desejado 
ocorre. 
indesejável 
ocorre. 
indesejado 
ocorre. 
 
 
 
EFEITO 
 
Aumenta a 
probabilidade 
do 
comportamento 
desejado. 
 
 
Aumenta a 
probabilidade 
do 
comportamento 
desejado. 
 
Diminui a 
probabilidade 
do 
comportamento 
indesejado. 
 
Diminui a 
probabilidade 
do 
comportamento 
indesejado. 
 
 
 
EXEMPLO 
 
Nota alta em 
uma prova. 
 
Permitir a uma 
criança que 
saia do seu 
quarto depois 
de parar com 
um acesso de 
raiva. 
 
 
Uma nota 
baixa em um 
exame. 
 
Cortar a 
televisão de 
uma criança que 
se comporta 
mal. 
 
 Terapia aversiva. 
 
De acordo com Kaplan e Sadock (2003), técnica prega que quando um 
estímulo nocivo (punição) é apresentado imediatamente após uma resposta 
comportamental específica, esta acaba sendo inibida ou extinta. Assim existem 
muitos tipos de estímulos aversivos como: 
o Choques elétricos; 
o Substâncias que induzem a vômito; 
o Punição corporal; 
o Reprovação social, etc. 
 
O estímulo negativo é pareado ao comportamento que é assim, suprimido. O 
comportamento inadequado geralmente desaparece após uma série de tais 
sequências. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
47 
A terapia aversiva tem sido usada no tratamento de vários transtornos, 
dentre eles: 
o Abuso de álcool; 
o Parafilias; 
o E outros comportamentos com qualidades impulsivas e compulsivas. 
 
Muitos terapeutas a contestam, dizendo que ela é controvertida, um exemplo 
é que a punição nem sempre leva a diminuição esperada na resposta e pode, às 
vezes, ser positivamente reforçadora. 
 
 
2.5 Conceitos Básicos 
 
 Condicionamento respondente. 
 
De acordo com Skinner (1987), diz respeito ao reflexo condicionada de 
Pavlov, que prepara o organismo para reagir a um ambiente ao qual apenas o 
indivíduo é exposto. 
 
 Estímulo não condicionado. 
 
De acordo com Atkinson (2002) é um estímulo que automaticamente 
provoca uma resposta, normalmente por intermédio de reflexo, sem 
condicionamento prévio. 
 
 Resposta não condicionada. 
 
Resposta originalmente dada a um estímulo não condicionado, usada como 
base para estabelecer uma resposta condicionada a um estímulo anteriormente 
neutro. 
 
 Estímulo condicionado. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
48 
Estímulo anteriormente neutro que passa a gerar uma resposta 
condicionada por meio de associação com um estímulo não condicionado. 
 
 Resposta condicionada. 
 
A resposta aprendida ou adquirida a um estímulo que originalmente não 
provoca resposta, ou seja, um estímulo condicionado. 
 
 Comportamento operante. 
 
Nesse tipo de comportamento novas respostas podem ser fortalecidas – 
reforçadas – por eventos que as seguem imediatamente. 
 
 Aprendizagem social. 
 
Processo de aprendizagem no qual um indivíduo muda seu comportamento 
em função de observar, ver ou ler a respeito do comportamento de outro indivíduo. 
 
 
3 TERAPIA COGNITIVA 
 
3.1 Histórico 
 
De acordo com Beck (1964), a Terapia Cognitiva foi desenvolvida por Aaron 
T. Beck, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, para 
depressão, direcionada a resolução de problemas atuais e a modificar os 
pensamentos e comportamentos disfuncionais. 
Segundo Beck (2007), Aaron T. Beck a desenvolveram na Universidade da 
Pensilvânia no início da década de 60. Desde lá, Beck e outros vêm adaptando com 
sucesso essa terapia para um conjunto surpreendentemente diverso de populações 
e desordens psiquiátricas. 
O modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou disfuncional, que 
sabemos que influencia o humore o comportamento do paciente, seja comum a 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
49 
todos os distúrbios psicológicos. Assim se o paciente faz uma avaliação realista e 
modifica seu pensamento, ele produz uma melhora no humor e no seu 
comportamento. Para se ter uma melhora duradoura deve-se modificar as crenças 
disfuncionais básicas dos pacientes. 
Judith Beck enfatiza que a terapia cognitiva é utilizada em uma ampla gama 
de aplicações também apoiadas por dados empíricos, que são derivados da teoria. 
A terapia cognitiva foi extensamente testada desde 1977, em que estudos 
controlados demonstraram sua eficácia no tratamento do transtorno depressão 
maior, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, fobia social, 
abuso de substância, transtornos alimentares, problemas de casais e depressão de 
pacientes internados. 
Beck (1997) diz que a terapia cognitiva pode ser usada também para 
pacientes com diferentes níveis de educação e renda, pacientes de todas as idades, 
da pré-escola até os idosos. 
Outras formas de Terapia Cognitivo-comportamental foram desenvolvidas 
por outros teóricos, a Terapia racional-emotiva de Albert Ellis, a modificação do 
comportamento de Donald Meichenbaum e a Terapia multimodal de Arnold Lazarus, 
e muitos outros contribuíram de forma importante para o desenvolvimento da 
Terapia Cognitiva, incluindo Michael Mahoney, Vittorio Guidano e Giovanne Liotti. 
A integração entre as abordagens cognitiva e a comportamental aconteceu a 
partir da aceitação de ideias cognitivas influenciado pelos “três sistemas” de Lang, 
(Salkovskis et al. 1997) que são o comportamental, cognitivo/afetivo e fisiológico, 
que enfatiza que os problemas psicológicos poderiam ser conceitualizados de 
maneira útil em sistemas de resposta sutilmente ligados. Isso foi um marco para a 
aceitação das noções cognitivas na abordagem comportamental. 
O tratamento na abordagem cognitivo-comportamental objetiva ajudar o 
paciente a reconhecer padrões de pensamento distorcido e comportamento 
disfuncional, utilizando-se a discussão sistemática e tarefas comportamentais 
previamente estruturadas para ajudar o paciente a avaliar e modificar tanto seus 
pensamentos deformados quanto seus comportamentos disfuncionais. 
Três proposições fundamentais são identificadas como estando no cerne 
das terapias cognitivo-comportamentais (Knapp & cols, 2004): 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
50 
 A atividade cognitiva influencia o comportamento, isto é, a avaliação 
cognitiva dos fatos pode influenciar a resposta a esses fatos; 
 A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada; 
 O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança 
cognitiva. 
 
 
3.2 Fundamentos teóricos da terapia cognitiva 
 
A terapia cognitiva visa resolver problemas atuais e modificar pensamentos 
disfuncionais. Seu objetivo é reestruturar as cognições disfuncionais e dar 
flexibilidade cognitiva no momento de avaliar situações específicas. Visa também à 
resolução de problemas focais, objetivando, em última análise, dotar o paciente de 
estratégias cognitivas para perceber e responder ao real de forma funcional. 
O terapeuta cognitivo formula as ideias e crenças disfuncionais do paciente 
sobre si, sobre suas experiências e sobre seu futuro em hipóteses e, então, testa a 
validade dessas hipóteses de uma forma objetiva e sistemática. 
Segundo Beck & Alford (2000) a terapia cognitiva considera a cognição a 
chave para os transtornos psicológicos. “Cognição” é definida como aquela função 
que envolve deduções sobre as experiências e sobre a ocorrência e o controle de 
eventos futuros. Na terapia cognitiva clínica, a cognição inclui o processo de 
identificar e prever relações complexas entre eventos, de modo a facilitar a 
adaptação a ambientes passíveis de mudanças. Esta terapia propõe que os 
transtornos psicológicos resultam de uma maneira disfuncional de perceber os 
acontecimentos, influenciando com isso, o afeto e o comportamento. Então, uma 
modificação na cognição influenciará na mudança do afeto e consequentemente do 
comportamento. 
Os sustentáculos conceituais da prática da Terapia Cognitiva são os 
seguintes (explicaremos esses conceitos mais detalhadamente nos próximos 
tópicos): 
 Esquemas e Crenças centrais: Os esquemas são estruturas cognitivas 
dentro do pensamento, cujo conteúdo específico são as crenças centrais; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
51 
 Pensamentos automáticos: “Pensamentos automáticos são um fluxo de 
pensamento mais manifesto” (Beck, 1964); 
 Estratégia compensatória: São comportamentos que visam aliviar ou 
anular os pensamentos automáticos e emoções negativas; 
 Conceituação Cognitiva: É uma hipótese sobre pensamentos, 
suposições, emoções e crenças do paciente. 
No decorrer desse tópico voltaremos não só a Terapia Cognitiva, mas 
adentraremos a conceitos que se referem à Terapia Cognitivo-comportamental, para 
que fique mais clara como se dá esse trabalho das duas abordagens. 
De acordo com Rangé, a Terapia Cognitivo-comportamental é uma 
integração dos princípios e práticas das terapias, comportamental e cognitiva. É 
abordagem ativa, diretiva e estruturada usada no tratamento de uma variedade de 
problemas psiquiátricos, fundamentada nos modelos cognitivo e comportamental 
caracterizada pela aplicação de uma variedade de procedimentos clínicos como 
introspecção, teste de realidade, insight e inúmeros procedimentos comportamentais 
que conduzem a aprendizagens, visando aperfeiçoar discriminações e corrigir 
concepções equivocadas, modificar estados emocionais e mudar comportamentos 
julgados inadequados. 
A abordagem cognitivo-comportamental enfatiza a expressão de conceitos 
em termos operacionais e a comprovação empírica do tratamento por intermédio de 
estudos experimentais. Esse tratamento está baseado no aqui e agora, e tem como 
objetivo principal ajudar os pacientes a promover mudanças desejadas em sua vida. 
Para tanto, é necessário que o paciente trabalhe junto com o terapeuta numa 
relação cooperativa em que ambos planejam as estratégias para enfrentar 
problemas claramente identificados, sendo uma terapia limitada temporalmente e 
com objetivos previamente estabelecidos (Salkovskis et al. 1997). 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
52 
 
 
 
Objetivos da TCC: 
 
 Identificar e modificar a forma distorcida de pensar; 
 Identificar e modificar as emoções que esses pensamentos provocam; 
 Identificar e modificar os comportamentos que são tomados como 
consequência desses pensamentos e emoções; 
 Utilizar formas alternativas, mais funcionais, de pensar e se comportar 
diante das situações; 
 Reestruturar crenças nucleares; 
 Solucionar problemas; 
 Construir estratégias de enfrentamento; 
 Construir habilidades necessárias ao enfrentamento; 
 Prevenir recaídas. 
 
3.3 Indicações e Contraindicações 
 
De acordo com Young (2003) pacientes diagnosticados com transtorno de 
personalidade e pacientes crônicos muitas vezes não respondem ao tratamento com 
a terapia cognitiva de curto prazo. Isso pode ser explicado por três características 
que estes pacientes possuem: 
Crenças Nucleares 
(esquemas) 
Crenças Subjacentes 
(pressupostos e regras) 
Pensamentos Automáticos 
 
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 Rigidez; 
 Evitação; 
 Dificuldades interpessoais. 
 
A rigidez está presente na maioria dos pacientes com transtorno de 
personalidade, não só rigidez como padrões invasivos, inflexíveis, círculos viciosos e 
muito duradouros, o que atrapalharia nesse tipo de terapia, pois ela exige certa 
flexibilidade por parte dos pacientes. 
Muitos pacientes com transtorno de personalidade bloqueiam ou evitam 
seus pensamento e sentimentos por serem muito dolorosos, “onde essa evitação 
pode ser explicada como resultado de um condicionamento aversivo, onde a 
ansiedade e a depressão foram condicionadas a lembranças e associações, levandoa evitação, o que dificulta muito a tratamento cognitivo” (Young, 2003, p.13). 
 
Outra característica dos pacientes com transtorno de personalidade é o 
relacionamento interpessoal disfuncional que não permite um relacionamento 
colaborativo entre paciente e terapeuta como prega a terapia cognitiva. 
De acordo com Cordioli (2008) a terapia cognitiva está bem-estabelecida 
nos seguintes transtornos: 
 Depressão unipolar de intensidade leve ou moderada, não psicótica; 
 Transtorno de ansiedade (associada à terapia comportamental e a 
drogas); 
 Transtornos alimentares; 
 Transtornos somatoformes (hipocondria e transtorno Dismórfico 
corporal). 
 
O mesmo autor cita algumas indicações da terapia cognitiva como 
tratamento coadjuvante: 
 Abuso de substância e álcool; 
 Transtorno de personalidade; 
 Transtornos psicóticos (esquizofrenia e transtorno delirante); 
 Transtorno bipolar; 
 
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 Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade; 
 Dor crônica; 
 
Segundo Cordioli (2008) a terapia cognitiva, em princípio, é 
contraindicada para os seguintes transtornos: 
 Doença mental orgânica, que implica comprometimento cognitivo 
(demência); 
 Retardo mental; 
 Pouca capacidade para trabalhar a introspectivamente (identificar 
pensamentos, emoções, crenças, e expressá-los em palavras); 
 Psicose aguda; 
 Patologia grave do caráter borderline ou antissocial; 
 Ausência de motivação. 
 
 
3.4 Técnicas da terapia cognitiva 
 
Rangé, em seu texto “Por que sou terapeuta cognitivo-comportamental?” 
Nele são citadas as técnicas mais usadas na TCC e diz que usa primariamente, no 
trabalho cognitivo, o método socrático, não podendo ser de forma alguma 
persuasivo, transcorrendo fundamentalmente, em torno de perguntas que o 
terapeuta faz para que o paciente possa questionar os fundamentos de suas 
crenças e, na ausência destes, poder modificá-las. 
Os questionamentos que motivam as reestruturações giram em torno 
fundamentalmente de evidências que sustentam as crenças e pensamentos 
automáticos e de alternativas possíveis de se interpretar a situação. O que vai 
acontecer é que a falta de evidências e a descoberta de outras interpretações abala 
a confiança na crença, tornando-a uma hipótese entre outras sujeita a uma 
verificação. 
 
 Automonitoramento ou autorregulação. 
 
 
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Segundo Atkinson (2002), como o cliente e o terapeuta raramente se 
encontram mais do que uma vez por semana, o cliente deve aprender a controlar e 
regular seu próprio comportamento, de modo que o progresso possa ser feito fora do 
horário da terapia. Além disso, quando as pessoas sentem que são responsáveis 
pela sua própria melhora, elas têm mais chances de manter os ganhos que 
conquistaram. 
Essa técnica envolve monitorar, ou observar, nosso próprio comportamento 
e usar várias técnicas como autorreforço, autopunição, controle de condições de 
estímulo, desenvolvimento de respostas incompatíveis, para mudar o 
comportamento de inadaptação. Assim o indivíduo monitora seu comportamento 
mantendo um registro cuidadoso dos tipos de situações que provocam 
comportamento inadaptativo e os tipos de respostas que são incompatíveis com ele. 
Ex.1 Uma pessoa preocupada com seu abuso de álcool observaria os tipos 
de situações em que se sente mais tentada a beber e tentaria controlar estas 
situações ou imaginar uma resposta mais incompatível com o beber 
Ex.2. Um homem que acha difícil não acompanhar os colegas de trabalho 
em um drinque na hora do almoço, poderia planejar almoçar no escritório, 
controlando assim seu comportamento de beber pelo controle do ambiente. Caso 
sinta-se tentado a relaxar com uma bebida ao chegar à casa do trabalho, ele poderia 
utilizar em seu lugar uma partida de tênis ou correr em volta da quadra como modo 
de aliviar a tensão, em que essas duas atividades seriam incompatíveis com o 
beber. 
 
 Programação de atividades. 
 
De acordo com Knapp (2004), uma vez monitorada as atividades que mais 
dão prazer e/ou habilidades, a dupla terapêutica prescreve atividades diárias que 
tragam recompensas ao paciente. 
Ex. Uma dona de casa pode ter muitas habilidades em fazer aquele bolo que 
seus filhos adoram, o que lhe traz prazer. Como está deprimida e antecipa somente 
sentimentos negativos e uma expectativa de futuro sombrio, planeja como 
experimento fazer o bolo preferido dos filhos e observar quais as suas recompensas 
por ter feito algo que, embora relutasse a princípio, acabou trazendo-lhe grande 
 
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satisfação. Percebemos que a programação da atividade é útil em aumentar a 
autoeficácia do paciente e em encorajá-lo a buscar outras atividades que lhe deem 
prazer. 
-Terapeuta: “Você me falou que, diferente do que havia imaginado, se 
surpreendeu quando percebeu que estava feliz com os seus filhos, que outras 
atividades a senhora poderia realizar que talvez lhe tragam satisfação? 
 
 Prescrição de tarefas graduais. 
 
Segundo Knapp (2004), neste tipo de técnica escolhem-se os 
comportamentos, os quais produzem prazer e/ou habilidades, ou seja, que trará 
algum tipo de recompensa e prescreve-se para o paciente. Todavia, tendo bastante 
cuidado para não iniciar atividades que são muito difíceis para o paciente, pois isto 
pode minar sua autoeficácia e até comportamentos. Inicia-se sempre da mais fácil 
para mais difícil. 
 
 Solução de problemas. 
 
De acordo com D’Zurilla e Goldfried(1971) e Dobson (2001) citados por 
Knapp (2004), esta técnica refere-se a tornar disponível uma variedade de respostas 
efetivas para lidar com uma situação problemática, aumentando a possibilidade de o 
paciente selecionar a resposta alternativa mais efetiva disponível. 
Devem-se seguir os seguintes passos: 
 Identificar e especificar o problema; 
 Gerar soluções possíveis para lidar com o problema; 
 Avaliar as consequências de cada uma das diferentes soluções 
encontradas; 
 Escolher e colocar em prática a solução escolhida para ser testada; 
 Avaliar os resultados obtidos com a solução selecionada; 
 Se necessário, promover modificações e colocá-las em prática 
novamente. 
 
 Treinamento de habilidades sociais (assertividade). 
 
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Nessa técnica o terapeuta busca o aprendizado da assertividade por meio 
da instrução de como fazer afirmações e solicitações legítimas. Segundo Knapp 
(2004), o paciente pratica comportamentos assertivos fora da sessão, numa escala 
de comportamentos assertivos dos mais fáceis até os mais difíceis de realizar, isto 
inclui aprender a escutar e interessar-se pelos outros, elogiar e gratificar. 
 
 Treinamento de comunicação. 
 
No treinamento de comunicação, o paciente treina o que quer dizer de forma 
clara e objetiva, sem agressividade e mostrando o que espera do outro. 
 
 Treinamento de escuta ativa. 
 
No treinamento da escuta ativa o paciente aprende a escutar, perguntar, 
empatizar, validar e refrasear (você está dizendo que...). 
 Psicoeducação. 
 
A Psicoeducação visa deixar o paciente informado sobre seu problema ou 
transtorno e mostrar como se vai trabalhar. 
A Psicoeducação acerca do transtorno, segundo Knapp (2004), melhora a 
motivação para a mudança e estimula a participação proativa do paciente na 
recuperação. Pode-se dizer que ela ajuda o paciente a retirar o aspecto distorcido 
que atribui a si mesmo por não ser capaz de resolver o problema, podendo ser feita 
por intermédio de folhetos explicativos, artigos de revistas, livros, páginas de internet 
e qualquer outro material que tenha informações verdadeiras. 
 
 Identificação de pensamento automático/distorcidos ou ABC. 
 
Nesse modelo de Albert Ellis, o A se refere aos eventos, situações ou 
experiências ativadoras, o B refere-se às crenças, esquemas, pensamentos, e o C 
refere-se às consequências, onde podem ser comportamentais,emocionais ou 
físicas. 
 
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A (ativador) 
 
 
B (Beliefs) 
 
C 
(Consequências) 
 
Evento ou situação 
ativadora 
 
Pensamentos 
automáticos, 
pressupostos, regras, 
crenças (esquemas) 
 
 
Emocionais, 
comportamentais, 
físicas. 
 
....... 
 
 
.......... 
 
.......... 
FONTE: Knapp (2004). 
 Registro de pensamentos automáticos distorcidos. 
 
Nesse modelo assim que o paciente perceber que seu humor está mudando, 
piorando, ele deve-se perguntar: O que está passando no meu pensamento? Assim 
ele identificará seu pensamento, e a partir dele irá perceber a emoção que vem junta 
e consequentemente o comportamento provocado. 
Essa técnica foi formulada por Aaron Beck e modificada por Judith Beck, em 
que nota-se que ela é bem parecida com a técnica de Ellis. 
 
 Questionamento Socrático e Descoberta Guiada. 
 
Por intermédio de perguntas abertas, o terapeuta vai orientando o paciente 
de forma que ele entenda seus próprios problemas, explore possíveis soluções e 
desenvolva um plano para lidar com as dificuldades; seu objetivo é a avaliação 
independente e racional dos problemas e de suas soluções. 
 
 Experimentos comportamentais. 
 
 
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Segundo Padesky (1994), a forma mais efetiva de examinar e desafiar o 
pressuposto, pensamentos e esquemas são os experimentos comportamentais, em 
que o paciente vai lidar com situações que não confirmem suas falsas crenças de si. 
Segundo Beck (2007), os experimentos comportamentais testam 
diretamente a validade dos pensamentos ou das suposições do paciente e são uma 
importante técnica avaliativa, utilizada sozinha ou acompanhada pelo 
questionamento socrático, podendo ser feitas dentro ou fora do consultório. 
 
 Técnicas de reatribuição. 
 
Nessa técnica o terapeuta ajuda o paciente a flexibilizar seu julgamento por 
meio da identificação de outros fatores que contribuem para o resultado final ou pelo 
reconhecimento de diferentes critérios usados para avaliar a responsabilidade 
pessoal e a de terceiros, ou seja, Cordioli (2008) mostra que essa técnica é usada 
quando o paciente apresenta um padrão de autoatribuição de responsabilidades 
irreais em relação a vários resultados negativos. 
Knapp (2004), afirma que essa técnica é usada com pacientes que 
frequentemente consideram-se culpados por determinadas situações, ou ao 
contrário, colocam toda a culpa em outras pessoas, em que seu objetivo é levar os 
pacientes a considerarem todos os possíveis fatores e indivíduos envolvidos em 
determinadas circunstâncias, a ponderarem um nível mensurável de 
responsabilidade a cada um desses fatores/indivíduos. 
 
 Ressignificação. 
 
De acordo com Knapp (2004), é semelhante à reatribuição, seu objetivo 
seria ajudar o paciente a produzir uma resposta racional aos eventos, ou seja, uma 
versão mais lógica, realista e mais adaptativa do pensamento automático. 
 
 Seta descendente. 
 
Nessa técnica é feito um questionamento sucessivo sobre o significado de 
uma determinada cognição até alcançar seu significado mais central, podendo ser 
 
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feito, segundo Cordioli (2008), mediante perguntas como: “O que isso significaria 
para você, e se o pior acontecer, e se isso for verdadeiro, então o que significa”. 
 
 Descatastrofização. 
 
Essa técnica visa “fazer com que o indivíduo imagine a consequência mais 
temida e possa reavaliá-la por meio de diversas técnicas cognitivas”. (CORDIOLI, 
2008). 
 
 Exame de vantagens e desvantagens. 
 
Cordioli (2008), afirma que o objetivo dessa técnica é ressaltar as 
desvantagens e enfraquecer as vantagens que mantém uma crença. Por exemplo, 
com um paciente com problemas de drogas, enumeram-se as vantagens de se 
drogar, as vantagens de não se drogar, as desvantagens de se drogar e as 
desvantagens de não se drogar. 
 
 Continuum Cognitivo 
 
Segundo Cordioli (2008), essa técnica deve ser usada quando uma das 
distorções predominantes é o pensamento dicotômico, assim o terapeuta cria um 
continuum cognitivo, de 0 a 100%, para o que se está avaliando, em termos de tudo 
ou nada. Depois se pede que o paciente compare seu desempenho com o de outros 
indivíduos, posicionando-os no gráfico, facilitando assim que o paciente se avalie de 
forma mais relativa. 
 
 Técnica do gráfico em forma de pizza. 
 
Usado para o paciente ver suas ideias em forma de gráfico. Digamos que ele 
poderia colocar no gráfico metas que ela quer alcançar, fazendo assim dois gráficos, 
um com o real e outro com o que considera ideal. 
 
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Cordioli (2008), diz que a visualização dos pensamentos em gráfico é útil 
para que o paciente discrimine qual sua parcela de responsabilidade em algum 
resultado ou o quanto deseja investir em alguma área de sua vida. 
 
 Role-play. 
 
Esta técnica pode ser usada para uma ampla variedade de propósitos, ou 
seja, uma dramatização que pode ser usada na identificação de pensamentos 
automáticos, para desenvolvimento de uma resposta racional e para a modificação 
de crenças, sendo também usada para aprender habilidades sociais, segundo Beck 
(1997). 
 Cartões de enfrentamento. 
 
Nessa técnica se usam cartões pequenos, geralmente de tamanho 8x13cm, 
segundo Beck (1997), em que o paciente o mantém por perto, em gavetas, na 
carteira, na bolsa, no bolso, fixados em espelhos, geladeira ou painel do carro, 
assim o paciente deve seguir uma rotina de lê-los algumas vezes por dia num 
período regular. 
Ele pode assumir algumas formas diferentes, segundo Judith Beck: 
o Escrever em um dos lados um pensamento automático ou uma crença 
seguida de sua resposta adaptativa e do outro escrever estratégias 
comportamentais para uma situação problemática específica e assim motivando o 
paciente; 
o Escrever estratégias que foram discutidas na sessão, visando assim 
lembrar o paciente; 
o Usado para motivar o paciente quando este estiver desmotivado. 
 
 Empirismo colaborativo. 
 
Aqui o trabalho conjunto entre terapeuta e paciente, usando de experimentos 
para confirmar e refutar as hipóteses levantadas para explicar o sofrimento 
psicológico do paciente e criar novos mecanismos, mais adaptáveis, para lidar com 
eles. 
 
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 Biblioterapia. 
 
Podemos dizer que esta técnica consiste na leitura de variados materiais, 
possibilitando que o paciente obtenha mais informações fora da sessão e com isso, 
segundo Cordioli (2008), reestruture certas cognições. 
A Biblioterapia pode ser feita por meio da indicação de livros, páginas de 
internet (confiáveis), folhetos e outros tipos de literatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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