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Filosofia do Direito - Parte 2 da matérias COMPLETA (Universidade Presbiteriana Mackenzie - Professor Resende

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Filosofia – P1
Pré-socráticos
Cosmologia = estudo do cosmos, mundo.
Onto (ser) + logia (estudo)
Dikailogia (ciência que estuda justiça).
Todas as teorias pré-socráticas terão uma forma de cosmologia, o estudo do cosmos, e essas investigações se desenvolvem na forma de ontologia, então eles tentaram descobrir qual a essência que explicaria as transformações do mundo. Nesse desenvolvimento da cosmologia, se desenvolve também uma dikaiologia (estudo da justiça). Todos os pré-socráticos podem ser classificados como “jusnaturalistas” pois acreditam que a noção de justiça é natural, ou seja, justiça não seria uma convenção ou criação arbitrária do homem, mas o que é justo, é justo por natureza, está diretamente ligado com o cosmos e sua ordem, e a função do homem seria apenas descobrir isso. 
Os sofistas
Sofistas = aqueles que detém o saber. 
- Relativização das teorias pré-socráticas: os sofistas criticam os pré-socráticos pois acreditam que se houvesse uma verdade absoluta quanto à justiça as teorias seriam minimamente parecidas, o que não ocorre. 
- Céticos: não acreditam que existe uma ordem no cosmo, o homem que projeta ordem nas coisas; e Relativistas: tudo depende da medida do homem, não há verdade absoluta. 
O pensamento dos sofistas é um pré-positivismo, já que acredita na imposição das normas, a justiça depende do tempo e da sociedade em que se encontra. 
- Divisão dos tipos de lei: Physis – natureza, as leis naturais.
 Nomos – convenção, leis positivas.
- Retórica - tem razão quem vence a discussão (sofistas) – convence o outro.
Trabalha no plano das emoções (pathos) para o convencimento do indivíduo. Convencimento por verossimilhança, dando a aparência de verdade. 
Trasímaco: direito é força, é o “interesse do mais forte”. Para ele, o direito (dike) não é nada mais que a força, quem diz o que é justo é a classe dominante, e justo tem a ver com os valores dessa classe (positivismo, imposição).
O esboço da teoria pragmática das leis: pensa na função e no que a norma faz na prática, veem como regras de um jogo social.
Sócrates – sofista
- Não era relativista, acreditava na ciência como verdade. 
Diálogos: Criton – justiça X segurança jurídica. 
Na condenação de Sócrates, ele recebe a visita de Criton que o incentiva a fugir, mas Sócrates acha absurdo pois mesmo sua condenação sendo injusta, se a lei o puniu ele deve respeitar para gerar a segurança jurídica. O conflito entre a segurança jurídica e a justiça é que embora a segurança jurídica seja um mecanismo para se chegar na justiça, alcançada através do respeito às leis, nem todas as leis são justas, e mesmo sendo injustas, o homem não deve desrespeitar, e sim, no limite da própria lei, questiona-las. Se Sócrates fugisse da sua condenação, estaria desrespeitando a lei e criando a injustiça e a insegurança jurídica.
O método socrático é dialético, através da ironia para eliminar a doxa (opinião), o que todos tem sobre diversos assuntos, mas que para ele, não é conhecimento. Sócrates questiona as opiniões do interlocutor até esse cair em contradição.
 Também usa a maiêutica que visa alcançar a episteme (conhecimento) através dos eidos (ideia). A crítica de Sócrates em relação ao conhecimento é que muitas vezes a doxa se passa por conhecimento, mas para chegar ao conhecimento é necessário questionar as opiniões e o senso comum. Os professores não ensinam uma coisa, porque é impossível transmitir o conhecimento, eles apenas estimulam para que se chegue nas ideias através de perguntas. 
A república – Platão. 
- Como Sócrates também acredita no conhecimento objetivo.
- Para entender o mundo, antes é necessário entender o processo de raciocínio e conhecimento do homem. Conhecimento sensível: através dos sentidos, é particular/singular, já o inteligível: através do intelecto, conhecimento do eidos, universal e necessário. 
A república de Platão é uma sociedade dividida em: filósofos, guardiões e trabalhadores, em que os filósofos seriam responsáveis pelo governo, já os guardiões pela defesa e ordem, enquanto os trabalhadores são responsáveis pela economia e nutrição através da produção de riqueza e de alimentos. É um comunismo aristocrático, pois é um governo comum de acordo com a excelência – talento de cada um. 
O que organiza essa divisão é a arete de cada um, a excelência e talento de fazer determinada coisa que é descoberto através da educação. Essa educação tem que ser dada por TODOS, ou seja, a concepção de família não existe pois pode colocar o interesse privado acima do público. Logo, filósofos e guardiões não podem ter vida privada (sem bens, união afetiva), já os trabalhadores podem ter algum grau de vida privada (união afetiva por exemplo). Todos podem ter filhos, mas esses serão educados por toda a sociedade. 
Existe uma concepção orgânica da justiça, ou seja, a sociedade vista como um organismo, e cada parte desse organismo (filósofos, guardiões e trabalhadores) deve desempenhar seu papel segundo sua aptidão natural para manter ordem e gerar a justiça, essa como a harmonia das partes.
- Arquétipo das utopias totalitárias: Como a justiça é vista como a harmonia dos 3 setores da sociedade desempenhando sua aptidão, as pessoas são consideradas como células/partes do organismo, logo, quem sair do padrão proposto é eliminado como uma célula/parte danificada. 
Por que os filósofos devem governar? Pois são aqueles que conseguem entender e organizar melhor as ideias devido a sua arete, com o conhecimento inteligível, assim, tem maior talento para entender a principal ideia e chegar até ela, o bem. 
Teoria da lei como “mimesis” = criar uma lei é tentativa de imitar a ideia do bem, logo, sendo os filósofos que entendem melhor a ideia, são eles que vão tomar as melhores decisões e imitar melhor a ideia; Estado bem-intencionado.
Estrutura da psique (anima – alma) é dividida em:
Racional – conhecimento; virtude é a sabedoria (onde se dá excelência)
Irascível – paixões; virtude é a coragem
Concupiscível – apetites; virtude é temperança. 
Uma psique saudável é a harmonia entre as partes; parte racional coordena as paixões e apetites – alma humana é como uma carruagem, o cocheiro (racional) e dois cavalos (paixões e apetites), o que faz alguém iniciar algo é as paixões e os apetites. A parte racional simplesmente limita e controla-os.
Quando um filósofo, por exemplo, está equilibrado, sua excelência se manifesta como sabedoria, a do guardião como coragem e a do trabalhador como temperança. 
Justo é aquele individuo psiquicamente equilibrado.
Política desequilibrada = pessoas desequilibradas e vice-versa.
Formas de governo:
Aristocracia – é a melhor forma de governo pois se organiza segundo a excelência de cada um, ou seja, todos vão exercer sua função da melhor maneira possível pois é a aptidão de cada um.
Timocracia – é o governo das paixões e das emoções, do impulso do ser humano, aumenta a possibilidade de corrupção.
Oligarquia – o poder de governar com um determinado grupo, o problema é que a população pode se sentir excluída e expulsar/matar os oligarcas.
Democracia (direta) – é o governo de todos, a máxima liberdade do homem; é instável pois todos devem/podem decidir, até aqueles que não são preparados e não tem conhecimento, ou seja, é facilmente manipulável pelo discurso e emoção e não tem uma “direção”, não tem um indivíduo com excelência para tomar as melhores decisões. 
Tirania – governo autoritário – 1 só, problema é ser perpétuo, é arbitrário – sem intelecção pois só vale a vontade do tirano, perseguem os aristocratas pois são os críticos, tem excelência para tal.
Aristóteles.
Ética a Nicômaco – o homem só existe dentro da polis – é onde se torna ato e desenvolve sua potência.
Tudo tem uma essência (forma + matéria) que é determinada por um fim, e o do homem é a felicidade – eudaimonia, esta é a atividade através da qual o homem realiza suas potencialidades – excelência. O meio para essa felicidade é a prática das virtudes, e o ambiente onde tudo isso é possível é a estrutura política. Virtudeé o meio termo, a moderação em todos os âmbitos da vida.
Para Aristóteles, a ética é o modo como a pessoa habitualmente se comporta; o caráter é moldado durante a vida através do hábito. Considera o indivíduo justo aquele que habitualmente, pega a parte que lhe cabe em relação aos direitos e obrigações. 
Divisão da justiça em: 
Natural – comparação com o fogo e o braço direito. O autor diz que as leis da física do fogo são imutáveis, não varia em relação ao lugar ou a cultura e valores da sociedade em que está. Já o fato de ser destro é uma tendência, a maioria é, ou seja, é uma convenção e pode ser alterada, como por exemplo, em uma sociedade que se demoniza canhotos, uma pessoa pode fingir que é destro. Para ele, o direito natural é natural em um sentido diferente das leis naturais, não é imutável e universal como a lei natural em relação ao fogo, mas sim igual a tendência e ao fato de ser destro, o direito natural sofre influência e varia de acordo com a sociedade que se encontra e os valores da mesma. 
Convencional – leis artificiais, é a justiça convencional, sem fundamento natural que permite a ordem e a justiça.
Modos realização justiça.
Justiça distributiva – de que maneira o Estado vai distribuir direitos e deveres de maneira justa; vai distribuir proporcionalmente segundo a excelência de cada um. 
Numa aristocracia é a excelência (arete), oligarquia é a riqueza ou berço, na democracia é a liberdade – participação política.
Direito público – Estado faz a distribuição, é uma relação vertical = hierarquia.
Proporção geométrica – quanto mais grave o crime, muito mais pesada deve ser a penas, desestimulando os outros a cometerem tal crime também.
Justiça comutativa (corretiva, sinalagmática) – que cada um dê ou receba o que a parte contrária deve dar ou receber”; corrigir desequilíbrio das partes e completa a distributiva.
Direito privado – mesmo nível, é horizontal = equilíbrio de obrigações e deveres.
Proporção aritmética. 
Voluntária - através da justiça comutativa as partes voluntariamente reestabelecem a ordem (bateu o carro, as 2 pessoas se resolvem).
Involuntária – através do direito público (justiça distributiva) – Estado e reestabelece.
Equidade (epeikeia) – é um mecanismo para resolver o problema da diferença dos casos concretos e da norma, o operador do direito deve pensar em como a lei teria sido feita se fosse criada para esse caso concreto, considerando as particularidades do caso, já que é impossível prever todas as situações e uma lei para todos os casos pode causar injustiça, utiliza equidade.

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