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Exame Físico e Avaliação Radiológica em Recém-Nascidos

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EXAME FISICO
Deve ser feito um exame de oxigenioterapia, um exame no qual deve ser feita em todo paciente grave. Esta medida pode evitar a deterioração clínica e parada cardiorrespiratória em um grande número de bebês.
Esse exame ira verificar cor, saturação, grau de desconforto, gemidos, grau de atividade, palidez, grau de desconforto, idade gestacional, peso, presença de malformações, como por exemplo, abdome escavado, assimetrias, defeitos de parede torácica, também o batimento de vasos do pescoço, presença de estridor (anomalias congênitas da laringe).
Mesmo não sendo de muita ajuda a palpação no período neonatal, devem-se observar desvios de traqueia, doença pulmonar crônica, atividade precordial, abdome, palpar os pulsos etc.
Para ser realizada a ausculta pulmonar e a cardíaca, utilize um estetoscópio neonatal verificando assim a entrada de ar, a ausência de sons em hemisférios do tórax, a presença de qualquer ruído como roncos, sopros etc.
AVALIAÇÃO RADIOLOGICA
O estudo da radiologia é muito importante para o diagnóstico de patologias respiratórias. E deve ser verificado se a penetração esta correta , pois uma radiografia que é bastante penetrada pode mostrar pneumotórax (presença de ar livre na cavidade pleural), ou minimizar algumas doenças como por exemplo, doença de membrana Hialina (Síndrome do Desconforto Respiratório) ou enfisema intersticial. A radiografia que é pouco penetrada pode dar falsas impressões de edema no pulmão ou condensação. 
Se a radiografia for tirada com o recém-nascido dentro de uma incubadora, deve ser verificada a posição do mesmo, se esta “centrado”, verificando também a simetria das clavículas a posição da coluna, etc. Checar se o RX foi tirado corretamente no processo de inspiração, pois se o RX for tirado no processo de expiração, causa uma impressão dos pulmões com “volume menor”, que é um dos critérios que leva suspeitas de uma doença de Membrana Hialina.
Avaliar também a localização dos tubos, sondas, cateteres e Parênquima Pulmonar (setor de troca de gases do aparelho respiratório). Analisando o Parênquima Pulmonar deve-se procurar a presença de Pneumotórax ou Pneumodiastino (presença de escapes de ar), Membrana Hialina, Taquipneia Transitória (dificuldade temporária para respirar em níveis baixos de oxigênio no sangue devido ao excesso de liquido nos pulmões após os nascimento), Pneumonias (condensação), Broncograma Aéreo (edema agudo no pulmão), Enfisema Intersticial (condição rara que acomete, em geral, recém-nascidos de baixo peso submetidos a ventilação mecânica), Broncodisplasia Pulmonar (alterações na função respiratória), Aspiração Meconial (imagens algodoadas grosseiras) , o volume do pulmão , Hérnia Diafragmática (imagens de alças intestinais no pulmão) e, hipertensão pulmonar e posição do mediastino.
Em uma avaliação geral, é verificado partes moles e ossos, procurando fraturas e malformações. Avaliar também o timo, o abdome, silhueta cardíaca, como por exemplo, a posição do tórax, bordos cardíacos, vasos da base, contorno da aorta e o alargamento do mediastino. Pode ser feito também uma radiografia do tórax em decúbito dorsal, pois ajuda no diagnostico de pneimodiastino e derrame pleural.
ANORMALIDADES RADIOGRÁFICAS
As alterações radiográficas mais comuns são:
O recém-nascido pós-maturo, podem ter alterações radiológicas de opacidade pulmonares assimétricas e irregulares, com um diagnóstico provável de aspiração de mecônio ou pneumonia. No recém-nascido a termo as alterações radiológicas podem ser, reforço da trama vascular, principalmente a direita, Cisurite, com uma diagnostico provável de taquipnéia transitória do recém-nascido. No recém-nascido prematuro as alterações radiológicas podem ser, hipotransparência difusa, aspecto reticulo - granular, imagem em vidro moído, com diagnostico provável de, doença de Membrana Hialina. O recém-nascido de estremo baixo peso ao nascer, podem ter alterações radiológicas de, imagem de volume diminuído sem hipotransparência, com diagnostico provável de Imaturidade pulmonar. Já na piora súbita de qualquer idade gestacional, as alterações radiológicas são imagem de “ar fora” , com diagnostico provável de, Enfisema Intersticial , Pneumotórax.
MONITORIZAÇÃO
Deve ser monitorado sempre o recém-nascido que tem sofrimento com o uso da oxigenioterapia. Alguns exemplos de monitorização são:
Oximetro de pulso, no qual se mede a proporção da hemoglobina que esta ligada ao oxigênio nas artérias. São mais fáceis de usar que os monitores transcutâneos, porque não necessita de calibrações e também do aquecimento da pele. Porém, as suas medidas podem ser afetadas por diferenças nos sensores como, a luz do ambiente, perfusão alterada, o mau posicionamento de eletrodos, a movimentação e a cor da pele.
Monitor transcutâneo de pO2, seu eletrodo ira medir a pressão parcial do oxigênio através da pele. Esse eletrodo é aquecido em uma temperatura de até 44º C, e é colocado na pele do recém-nascido, assim, aquecendo a pele e proporcionando a arterialização do sangue nos capilares. Porém depende muito da temperatura, local de posicionamento do eletrodo, espessura da pele, idade e débito cardíaco.
Monitor transcutâneo de pCO2 - seu eletrodo ira medir a pressão parcial de CO2 através de técnicas de diferenças de potencial elétrico gerado entre um eletrodo de pH e um eletrodo de referência. Porém, também depende da temperatura do eletrodo, a posição do eletrodo na pele do recém-nascido e da perfusão periférica.
EXAMES LABORATORIAIS
Dentre esses exames esta a gasometria arterial, ou seja, aferição de gases arteriais no qual permite avaliar a oxigenação, a ventilação e o estado ácido-básico do recém-nascido.
· A oxigenação e o movimento que o oxigênio faz do alvéolo para o sangue e depende muito do processo no qual o ar é movido para dentro e para fora do pulmão.
· A ventilação é o movimento que o CO2 faz do sangue para o alvéolo é depende da ventilação alveolar.
· O estado ácido – básico é quando o PH arterial é determinado pela pressão arterial de CO2, ou seja, grande quantidade de bicarbonato no sangue (acido lático)
Na gasometria podem ocorrer alguns problemas que podem alterar o resultado devendo ser cuidadosamente evitados como: bolhas de ar na amostra de sangue (pois alteram a pO2 da pressão parcial do oxigênio), diluição da amostra com líquido ( modifica um pouco do PH, se o líquido não for, por exemplo, bicarbonato de sódio), amostras deixadas em ar ambiente por longo tempo ( pois as hemácias ainda continuam a consumir oxigênio e produzindo gás carbônico), medidas de saturação de hemoglobinas em amostras e as gasometrias devem ser interpretadas dentro de um contexto clínico.
PATOLOGIAS RESPIRATÓRIAS DO PERÍODO NEONATAL DOENÇA DE MEMBRANA HIALINA (DMH)
A DMH é a doença pulmonar que acompanha a prematuridade e cursa com um é o colapso de uma parte dos pulmões progressivo, que em formas mais graves, pode levar à insuficiência respiratória e ao óbito. A incidência e a gravidade da DMH estão diretamente relacionadas à idade gestacional.
 Quando a incidência e a gravidade aumentam as situações clinicas podem levar á uma Corioamnionite (uma inflamação das membranas fetais) , historia familiar previa, prematuridade, gênero masculino e asfixia. Já quando a incidência e a gravidade diminuem as situações clinicas podem levar ao uso de corticoides antenatal e ao parto vaginal.
FISIOPATOLOGIA
A causa primaria da Doença de Membrana Hialina é a deficiência de surfactante, um material que é composto por principalmente fosfolipídios e de proteínas. Esse surfactante é liberado nas vias aéreas, onde ira atuar na diminuição da tensão superficial, mantendo a expansão alveolar em pressões fisiológicas. A falta de surfactante no alvéolo ira aumentar a pressão superficial da interação ente ar-liquido e diminuindo assim a complacência pulmonar. Na ausência ou diminuição do surfactante, pequenos espaços aéreos podem entrar em colapso, podendo levar a atelectasias progressivas.
Outro fator que também ira influenciar a gravidade da DMHé o número de alvéolos funcionais que determinará a superfície disponível para as trocas de gases, o que depende da idade gestacional. Durante o desenvolvimento dos pulmões, a distancia entre o alvéolo pulmonar ou bronquíolo terminal do capilar adjacente vai diminuindo, favorecendo a troca de gases. Porém pode ocorrer quando o bebê é muito prematuro, essa distancia é grande, complicando o transporte de O2 do pulmão para o sangue, e isso pode causar um colapso nos pulmões, piorando o quadro de DMH.

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