Caso Concreto II - Processo Penal II

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Caso Concreto II
1- O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no estabelecimento, e o valor de R$500,00 para a atendente.
Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na AIJ, já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se: 
A) Pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do CP?
 B) A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida?
R: 
A) O magistrado não poderá obrigar o depoimento do Padre, o Código de Direito Canônico trata sobre a inviolabilidade da confissão, mesmo em relação de crimes.
Cân. 983 
§ 1. O sigilo sacramental é inviolável; por isso é absolutamente ilícito ao confessor de alguma forma trair o penitente, por palavras ou de qualquer outro modo e por qualquer que seja a causa.
§ 2. Têm obrigação de guardar segredo também o intérprete, se houver, e todos aqueles a quem, por qualquer motivo, tenha chegado o conhecimento de pecados através da confissão.
Além disto, o Art.207/CPP são proibidas de depor tais pessoas que em razão de ministério devam guardar segredo.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
B) De acordo com o Art.207/CPP, a prova pode ser considerada válida, caso a parte interessada desobrigar o confidente de guardar o segredo. Porém, o Código Canonico proíbe qualquer revelação obtida por meio de confissão.
2- À luz do Código de Processo Penal, deve-se afirmar que: 
R: e) Todas as afirmativas estão incorretas.