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MECÂNICA DOS SOLOS II Prof. Carlos Eduardo Moreira Guarido OBJETIVO ✓Propiciar ao aluno os conhecimentos sobre as propriedades hidráulicas, métodos de investigação e as propriedades de resistência dos solos, relacionando-as com as aplicações em projetos de barragens, estradas, fundações, etc. OBJETIVO ESPECÍFICO ✓ Fornecer ao aluno os conhecimentos sobre: métodos de investigação em laboratório e campo, apresentar as teorias sobre a ruptura dos solos e seus problemas, apresentar os métodos de cálculo da estabilidade de taludes e de empuxos de terra, apresentar os conceitos fundamentais sobre o cálculo de obras de contenção e de capacidade de carga de fundações. EMENTA Tensões no Solo. Compressibilidade e a Teoria do Adensamento. Resistência ao cisalhamento. Empuxos de terra. Muros de arrimo. BIBLIOGRAFIA BÁSICA CAPUTO, H. P.; CAPUTO, A. N. Mecânica de solos e suas aplicações: fundamentos. 7ª ed. vol. 1, 2 e 3, Rio de Janeiro: LTC, 2015. PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. 3ª ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. Unidade 1 Tensões no solo. Considerações • O conhecimento das tensões atuantes em um maciço de terra, sejam elas advindas do peso próprio ou em decorrência de carregamentos em superfície; • Ainda pelo alívio de cargas provocado por escavações, é de vital importância no entendimento do comportamento de praticamente todas as obras de engenharia; • Há uma necessidade de se conhecer a distribuição de tensões (pressões) nas várias profundidades abaixo do terreno para a solução de problemas de recalques, empuxo de terra, capacidade de carga no solo, etc.. Tensões • Deve-se partir do conceito de tensões, para a aplicação da Mecânica dos Sólidos Deformáveis aos solos. Podemos considerar que os solos são constituídos de partículas e que forças aplicadas a eles são transmitidas de partícula a partícula, além das que são suportadas pela água dos vazios Tensões • A maneira na qual as forças que são transmitidas entre as partículas é muito complexa e depende do tipo de mineral. • Nas partículas maiores como os grãos de silte e areias, a transmissão é feita através do contato direto de mineral a mineral. Nas partículas de mineral argila, devido serem elas um número muito grande as forças em cada contato são muito pequenas e a transmissão pode acontecer através da água quimicamente adsorvida. Tensões Água adsorvida • Água mantida na superfície dos grãos de um solo por esforço de atração molecular. Área de contato dos grãos - desprezível Tensões Tensões Tensões na massa de solo • Tensões devido ao peso próprio; • Tensões devido a propagação de cargas externas aplicadas ao terreno. Tensões Tensões na massa de solo Tensões Exercício 1 • Calcule a tensão total a 15m de profundidade. Tensões Tensões Tensões no solo – Água no solo e pressão da água • A água nos poros de um solo saturado possui uma pressão conhecida como pressão de poro ou pressão neutra - u Tensão Efetiva • Com o objetivo de simplificar a análise do comportamento do solo é comum se considerar o solo como um meio contínuo. • A natureza das partículas são ignoradas e todos o solo é modelado como uma pequena área finita ou muito pequena (infinitesimal). • A estas áreas são definidas propriedades de massas do solo e servem como elementos onde são aplicadas as tensões e deformações. • Na realidade tanto as tensões como os deslocamentos agem nos pontos de contatos entre as partículas. Tensão Efetiva Por que é tão importante? • Porque todos os efeitos mensuráveis devido a mudança de tensão são exclusivamente devidos a mudanças na tensão efetiva. • Os efeitos são: - Compressão (variação de volume devido a tensão normal); - Distorção (mudança de forma devido a tensão cisalhante); - Mudança na resistência. • Assume-se que para o nível de tensão usual da engenharia, aproximadamente 700kPa, a água e as partículas sólidas são incompressíveis e o ar altamente compressível. • A compressibilidade e resistência do “esqueleto” sólido como uma massa depende das propriedades das partículas, da estrutura do “esqueleto” e da história de tensões. Tensão Efetiva Consequências • O solo saturado só pode variar de volume se a água sair dos poros ou entrar nos mesmos. • Se não se permite que um solo saturado mude seu volume de água intersticial o mesmo não poderá mudar de volume. Isto chama-se condição não drenada. • Sob estas condições de carregamento (não drenado) a reação do solo é: mudar a pressão da água (positiva ou negativa). Tensão Efetiva Consequências • Isto acontece para compensar a mudança de tensão. • Se por outro lado é permitida a drenagem ou absorção da água nos poros o carregamento é chamado drenado. • Nos solos não saturados e secos o pode haver mudanças de volume sem ganho ou perda de água. Tensão Efetiva Tensão Efetiva u−= ' Tensão total Poropressão Tensão Efetiva Tensões = 1 kPa Deformação (saída de água dos vazios) Acréscimo de Tensões Efetivo Tensões = 1 kPa Sem Deformação (Pressão atua também nos vazios) Pressão Neutra Repouso Tensão Efetiva Tensão Efetiva Tensão Efetiva Exercício 2 • Calcule a tensão efetiva para cota –7m. Tensão Superficial e Capilaridade • A água apresenta um comportamento diferenciado na superfície em contato com o ar; • Forças intermoleculares: atração dos hidrogênios de determinadas moléculas de água com os oxigênios das moléculas vizinhas; • Tensão superficial: fina membrana elástica na superfície da água. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Tensão Superficial e Capilaridade • Água em contato com um corpo sólido: superfície livre da água faz uma curvatura - forças químicas de adesão; • Depende do tipo de material e o grau de limpeza. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Tensão Superficial e Capilaridade • Membrana flexível como uma superfície curva: diferença de pressão nos dois lados da membrana; • Diferença das tensões: equilibrada pela resultante de tensão superficial. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Tensão Superficial e Capilaridade • Superfície da água no tubo capilar é curva; • O ângulo formado depende do material do tubo; • Altura da ascensão: peso da água no tubo igual a resultante da tensão superficial. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Tensão superficial e Capilaridade • A altura de ascensão capilar é inversamente proporcional ao raio do tubo. Obs.: A tensão superficial da água a 20ºC é de 0,073 N/m²: - Tubos de 1 mm de diâmetro → hc = 3 cm; - Tubos de 0,1 mm de diâmetro → hc = 30 cm; - Tubos de 0,01 mm de diâmetro → hc = 3 m. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Pressões na água em meniscos capilares PRESSÃO em “A" • Pressão igual à pressão atmosférica. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Pressões na água em meniscos capilares PRESSÃO em “B” e "C" • Pressão é acrescida do peso de água (γw.h). AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Pressões na água em meniscos capilares PRESSÃO em “E” • Pressão igual à pressão atmosférica menos a altura do ponto até a superfície da água vezes o peso específico da água. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Pressões na água em meniscos capilares PRESSÃO em “F” • Imediatamente acima do menisco está na pressão atmosférica. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Pressões na água em meniscos Capilares • A água nos vazios do solo, na faixa acima do lençol freático, está sob uma pressão abaixo da pressão atmosférica; • Pressão neutra é negativa; • Sendo "u" negativo: tensão efetiva é maior do que a tensão normal; • Pressão neutra negativa provoca uma maior força nos contatos dos grãos, aumentando a tensão efetiva. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Pressões na água em meniscos Capilares• Água livre não suporta tensões de tração superiores a 100 kN/m² (10m de coluna d’água); • Fenômeno na cavitação; • Em meniscos capilares: altura de ascensão capilar superior a 10m. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Água capilar nos solos • Vazios dos solos: muito pequenos, podem ser associados a tubos capilares; • Grau de saturação em função da altura sobre o NA. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Água capilar nos solos PONTO “A" • Altura máxima de ascensão capilar (depende do tamanho dos vazios e partículas. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Água capilar nos solos PONTO “B" • Grau de saturação aproximadamente constante. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Água capilar nos solos PONTO “C” e “D" • Água em canais contínuos comunicados com o lençol freático. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO Meniscos capilares independentes do NA • Aproximação das partículas; • Coesão aparente. AÇÃO DA ÁGUA CAPILAR NO SOLO
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