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DIREITO CIVIL V – PROF. Me. Gleyzer Alves IV – DOS REGIMES DE BENS 1 – Considerações Gerais a) Disciplina: relações econômicas entre os cônjuges durante o casamento. Essas relações devem se submeter a três princípios básicos, sendo estes: a irrevogabilidade, a livre estipulação e a variedade de regimes. b) forma: comunhão de bens ou pacto antenupcial (1640 – Parágrafo único c/c 1653 e ss) “pacto antenupcial é um contrato solene e condicional, por meio do qual os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre ambos, após o casamento. Solene porque só será considerado se realizado por escritura pública e condicional porque sua eficácia depende da realização do casamento”. c) Administração dos bens – qualquer dos cônjuges (1642, II) d) indisponibilidade dos bens - (1647) necessidade de outorga marital ou uxória – exceto no que diz respeito ao contido no 1648, ou se for o regime de separação total. * alienação ou gravame de ônus real nos bens imóveis; * pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos (a não ser em momento de partilha, em casos de divórcio) * prestação de fiança ou aval; * doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. d. 1. Exceções a regra - 1648, CC e) reivindicação dos bens doados a concubino, em regra 1642, V c/c 550, CCB f) anulação de atos indisponíveis praticados 1649 E 1650 g) trivialidade de diversos dispositivos – vide art. 1643 2 – Princípios dos Regimes Matrimoniais a) Imutabilidade do regime - em relação a irrevogabilidade para garantir o interesse dos cônjuges e de terceiros, ou seja, evita que uma parte abuse de sua posição para obter vantagens em seu benefício. a.1. exceção: artigo 1.639 b) livre estipulação - artigo 1.639 do Código Civil – b.1. exceção: 1640 c) variedade de regimes 3 - Dos Bens excluídos dos Regimes De acordo com o artigo 1.668 do Código Civil, são excluídos da comunhão: a) os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; b) os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; c) as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; d) as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; e) os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; f) os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; g) as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Obs.: Importante salientar que os frutos dos bens incomunicáveis, quando percebidos ou vencidos na constância do casamento, comunicam -se. A administração dos bens comuns compete ao casal, enquanto a administração dos bens particulares compete ao cônjuge proprietário, exceto se convencionado de forma diversa no pacto antenupcial. 4 – Do Regime de Comunhão parcial (1658 e ss) a) bens adquiridos antes da celebração do casamento não serão considerados bens comuns entre os cônjuges. b) três massas de bens: os comuns (pertencentes ao casal), os do marido e os da esposa. c) bens comunicáveis – art. 1659 (do casal) e incomunicáveis – art. 1661 (do marido e da mulher) 5 - Do Regime da Comunhão Universal (1667 e ss) a) todos os bens dos nubentes irão se comunicar após a celebração do casamento, independente de serem atuais ou futuros, e mesmo que adquiridos em nome de um único cônjuge, assim como as dívidas adquiridas antes do casamento. a.1. exceção - bens excluídos pela lei ou por convenção das partes no pacto antenupcial. b) Por ser considerado um regime convencional, deve ser expressamente firmado no pacto antenupcial. 6. Do Regime da participação final nos aquestos (1672 e ss) a) natureza mista b) complemento dos aquestos em dinheiro, se for o caso, em casos de dissolução da sociedade conjugal c) patrimônio próprio de cada cônjuge d) metade dos bens adquiridos onerosamente pelo casal quando ocorrer dissolução da sociedade conjugal e) bens condominiais durante o casamento f) dívidas de um dos cônjuges: incomunicabilidade dos bens do cônjuge não devedor Obs.: Neste regime, quando o amor acaba, fica muito fácil o extravio dos bens do casal para, no final, não dividir nada. Isso por que nem o marido e nem a mulher tem qualquer interferência na administração dos bens do outro, facilitando a fraude na partilha de bens. Por isso, a lei garante a busca dos bens doados ou alienados durante a relação, sem a assinatura do outro, para serem compensados na partilha de bens ou na herança. As dívidas também são divididas entre os cônjuges ou companheiros, mas somente aquelas revertidas em benefício do casal. No caso de um pagar a dívida do outro, no final pode se compensar na partilha. Por fim, as dívidas são devidas até o valor total da herança ou meação do devedor, não sendo possível transferir o excesso aos herdeiros ou cônjuge não devedor. No final da relação, não precisa vender os bens para dividir o montante em dinheiro. A lei determina que se puder preservar os bens e compensar o outro pelo justo valor em dinheiro, tudo bem. O importante é avaliar os bens móveis e imóveis adquiridos durante a convivência, calcular e dividir por dois, com dupla atenção para os eventuais extravios. 7 - Separação de bens (legal ou obrigatória) (1641) a) independe de pacto nupcial b) situações * inobservância das causas suspensivas * proibição por idade; 70 ANOS * que dependerem de suprimento judicial pra casar. Obs.: Se o pacto antenupcial for produzido por menor de idade, terá sua eficácia condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo se o regime obrigatório for o da separação de bens. 8. Separação de bens convencional (absoluta) (1687 e 1688) a) propriedade e administração exclusiva de cada cônjuge b) independência de outorga uxória ou marital c) despesas do casal equiparadas – na proporção de seus ganhos