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Órgãos da Justiça Eleitoral

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CURSO DE DIREITO ELEITORAL
PROF. PAULO HENRIQUE MARTINS MACHADO
1º PONTO: ORGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL 
1. Justiça Eleitoral.
1.1. Evolução histórica.
1.2. Sistemas de apuração da vontade popular (controle das eleições):
- verificação dos poderes;
- eclético;
- controle por um tribunal eleitoral, tipicamente judiciário.
1.3. Características institucionais da Justiça Eleitoral
· ausência de quadro próprio de magistrados;
· periodicidade das investiduras dos seus membros;
· composição colegiada de um dos seus órgãos de primeira instância;
· missão essencialmente administrativa e só eventualmente jurisdicional;
· não há juízes oriundos do Ministério Público na composição dos Tribunais Eleitorais.
1.4. Órgãos e composição:
1.4.1. Tribunal Superior Eleitoral - TSE (art. 119 da CF):
· 3 (três) juízes dentre Ministros do STF;
· 2 (dois) juízes dentre Ministros do STJ;
· 2 (dois) juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral;
· a CF fala de composição mínima, sendo, assim, possível ampliar, mediante lei complementar, o número de integrantes do TSE;
· seus juízes não são submetidos ao juízo político do Senado Federal;
· embora se trate de um Tribunal Superior, o Presidente da República nomeia apenas os dois juízes recrutados na classe dos advogados;
· os STF e o STJ escolhem os seus Ministros mediante eleição secreta, na forma dos respectivos Regimentos Internos, dispensando-se ato de nomeação para a investidura;
· a escolha do Presidente e do Vice do TSE deve recair dentre os juízes oriundos do STF;
· a escolha do Corregedor Eleitoral do TSE deve recair dentre os juízes oriundos do STJ;
· o TSE delibera por maioria de votos, em sessão pública, presente a maioria dos seus membros, salvo nas hipóteses do parágrafo único do art. 19 do CE;
· a denominação de Ministro não foi dada pela CF aos integrantes do TSE, embora o art. 34 da LOMAN (Lei Orgânica da Magistratura – LC 35/79) a preveja;
· não podem fazer parte do TSE pessoas que tenham entre si parentesco até o 4º grau, excluindo-se o que tiver sido escolhido por último (art. 16 do CE).
1.4.2. Tribunal Regional Eleitoral - TRE (art. 120 da CF):
· 2 (dois) juízes dentre Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado;
· 2 (dois) juízes dentre os Juízes de Direito de 1ª Instância;
· 1 (um) juiz dentre os Juízes do TRF e, onde não houver TRF, dentre os Juízes Federais de 1ª Instância;
· 2 (dois) juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral;
· a lista dos advogados é elaborada pelo Tribunal de Justiça e remetida, primeiro, ao TSE, que a publicará, e, só depois, encaminhada ao Presidente da República, a quem incumbirá a escolha e nomeação (art. 25 do CE);
· não podem fazer parte do TSE pessoas que tenham entre si parentesco até o 2º grau, excluindo-se o que tiver sido escolhido por último (art. 16 do CE);
· o Presidente e o Vice devem ser escolhidos dentre os Desembargadores do Tribunal de Justiça, (art. 120, § 2º da CF);
· a escolha do Corregedor Regional poderá recair sobre qualquer outro membro do Tribunal;
1.4.3. Juntas Eleitorais (art. 36 a 41 do CE);
· órgãos deliberativos de duração efêmera;
· constituídas 60 (sessenta) dias antes das eleições;
· 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos sob a presidência de um Juiz de Direito;
· a aprovação dos nomes é feita pelo TRE, cabendo ao seu Presidente a nomeação;
· até 10 (dez) dias antes da eleição, os nomes dos indicados serão publicados no Diário Oficial, podendo qualquer Partido, no prazo de 3 dias, apresentar impugnação;
· pessoas impedidas de ser nomeadas - § 3º do art. 36 do CE;
· a princípio, é constituída uma Junta Eleitoral por cada zona eleitoral, embora possa haver mais de uma Junta por zona, ou Junta abrangendo mais de uma zona;
· é facultado ao Presidente da Junta é facultado nomear escrutinadores para auxiliar nos trabalhos;
· a atuação da Junta Eleitoral limita-se à fase de apuração dos votos, podendo chegar até a diplomação quando se tratar de eleições municipais;
1.4.4. Juízes Eleitorais:
· juízes de direito integrantes da magistratura estadual;
· indicados pelo TRE;
· têm sob sua jurisdição (titularidade) as zonas eleitorais;
· têm atuação permanente;
1.5. Competências da Justiça Eleitoral:
· registro e cassação dos registros dos partidos políticos e fiscalização de suas atividades financeiras;
· divisão eleitoral do país;
· alistamento eleitoral;
· controle do processo eleitoral;
· decisão sobre a argüição de inelegibilidades;
· apuração das eleições;
· processo e julgamento dos crimes eleitorais;
· expedições de resoluções, não apenas para regulamentar as leis eleitorais, mas também para emprestar-lhes o sentido que as compatibilize com o sistema no qual se inserem (competência regulamentar);
· resposta a consultas (não perfaz coisa julgada material nem cabe recurso para a instância superior);
· controlar as listas de filiação partidária.
2º PONTO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
2. Ministério Público Eleitoral.
2.1. Generalidades:
· não há um Ministério Público Eleitoral institucionalizado, com carreira específica e quadro próprio; 
· as funções eleitorais do Ministério Público são exercidas, em regra, pelo Ministério Público Federal, que integra, por sua vez, o Ministério Público da União: é o princípio da federalização (art. 72 da LC nº 75/93);
· há a delegação ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal da atribuição de oficiar perante os Juízes e Juntas Eleitorais: é o princípio da delegação (art. 78 da LC nº 75/93);
2.2. Composição:
· o Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República (art. 73 da LC nº 75/93) e junto a cada TRE oficiarão Procuradores Regionais Eleitorais, designados pelo Procurador-Geral Eleitoral dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal;
· as funções eleitorais do Ministério Público Federal perante a 1ª instância eleitoral serão exercidas pelo Promotor Eleitoral, designado pelo Chefe do Ministério Público local (art. 10, IX da Lei nº 8625/93).
2.3. Legitimidade do Ministério Público Eleitoral: 
· atua, ora como parte, ora como fiscal da lei, em todas as fases e instâncias do processo eleitoral. 
· são meramente exemplificativos, portanto, os dispositivos do Código Eleitoral que dispõem sobre a atuação do Ministério Público. 
· terá ele a mesma atuação e participação que for assegurada aos partidos políticos, coligações e candidatos. 
· em matéria criminal eleitoral, é exclusiva a atuação do Ministério Público. 
2.4. Garantias, prerrogativas e impedimentos: 
· os membros do Ministério Público Eleitoral não podem ser designados para compor mesas receptoras ou Juntas Eleitorais;
· lhes é assegurada a preferência na hora de votar (art. 143, § 2º do CE); 
· fazem jus a gratificação pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral (art. 50, VI da Lei nº 8.625/93);
· a filiação partidária de membro do Ministério Público constitui impedimento absoluto para o exercício das funções eleitorais até dois anos depois do seu cancelamento (art. 80 da LC nº 75/93).
3º PONTO: ALISTAMENTO ELEITORAL 
3. Alistamento eleitoral:
3.1. Conceito: é o ato jurídico pelo qual a Justiça Eleitoral qualifica e inscreve o nacional no corpo de eleitores. Corresponde à aquisição da cidadania ativa.
3.2. Alistáveis obrigatórios:
· os brasileiros, natos ou naturalizados, alfabetizados, maiores de 18 anos e menores de 70 anos;
3.3. Alistáveis facultativos:
· os brasileiros, natos ou naturalizados, analfabetos, e os maiores de 16 anos e menores de 18 anos, e os maiores de 70 anos, os que se encontrem fora do país e os inválidos.
3.4. Inalistáveis:
· os estrangeiros, os brasileiros conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório e os nacionais que se enquadrem em uma das hipóteses do art. 15 da CF.
3.5. Procedimento do pedido de inscrição eleitoral (arts. 42 a 51 do CE e Lei nº 7444/85):
· preenchimento de formulário padronizado pelo TSE, com a comprovação da idade e do cumprimento das obrigações relativasao serviço militar obrigatório;
· manifestação do M. Público Eleitoral (facultativa);
· decisão do Juiz Eleitoral, deferindo ou indeferindo o pedido;
· possibilidade de recurso, no prazo de 10 (dez) dias, na hipótese de deferimento e de 5 (cinco) dias, na hipótese de indeferimento, contados da publicação da decisão em Cartório (art. 7º, § 1º da Lei nº 6996/82).
3.6. Efeitos do alistamento:
· permite determinar a condição de eleitor;
· pela permanente vinculação do eleitor a uma determinada seção, atende-se ao propósito de oferecer comodidade para o cumprimento do dever do voto;
· delimita o termo inicial da incorporação do eleitor ao corpo eleitoral da circunscrição para que nela possa concorrer a cargo eletivo;
3.7. Fiscalização perante o alistamento (art. 66 do CE):
· cada partido poderá manter dois delegados perante o TRE e três em cada zona eleitoral, atuando um de cada vez;
· na zona eleitoral os delegados serão credenciados pelo juiz eleitoral;
· os delegados credenciados junto ao TRE poderão representar o partido perante qualquer juízo eleitoral
3.8 Acesso às informações constantes dos cadastros eleitorais (art. 26 da Resolução nº 20132/98):
· somente para fins de procedimentos previstos na legislação eleitoral e por solicitação do próprio eleitor ou de autoridade judiciária criminal é que se fornecerão informações constantes de cadastros eleitorais.
3.9 . Domicílio eleitoral e sua transferência (art. 42, p.u, do CE):
· o domicílio eleitoral do alistando é mais abrangente que o domicílio civil, pois a lei refere-se apenas ao lugar de residência ou moradia do requerente;
· o pedido de transferência de domicílio eleitoral é direito subjetivo público do eleitor; é sempre facultativo.
3.9.1.Requisitos para a transferência (art. 55 do CE e art. 8º da Lei nº 6996/82):
· transcurso de, pelo menos 1 (um) ano da inscrição ou da última movimentação;
· residência no novo domicílio de, no mínimo, 3 (três) meses, declarada sob as penas da lei, pelo próprio eleitor;
· estar quite com a Justiça Eleitoral;
· dar entrada no requerimento antes dos 150 (cento e cinqüenta) dias que antecedem as eleições (art. 91 da Lei nº 9504/97).
3.10. Causas de cancelamento da inscrição eleitoral (art. 71 do CE):
· infrações aos arts. 5º e 42 do Código Eleitoral;
· suspensão ou perda dos direitos políticos (art. 14 da CF);
· pluralidade de inscrições;
· falecimento do eleitor;
· deixar de votar por 3 (três) eleições consecutivas;
· revisão do eleitorado.
3.10.1.Procedimento para o cancelamento da inscrição:
· legitimados: o Juiz Eleitoral, delegado de partido político, qualquer eleitor e o Ministério Público (art. 71 do CE);
· petição ou representação ( edital (prazo de 10 dias) com prazo de 5 (cinco) dias para contestar ( dilação probatória (5 a 10 dias) ( sentença (5 dias) ( recurso para o TRE (3 dias).
· a sentença terá eficácia desconstitutiva da inscrição, declaratório de uma das hipóteses do art. 71 do CE.
4º PONTO: ESCOLHA E REGISTRO DOS CANDIDATOS 
4. Escolha dos candidatos:
· competência exclusiva dos partidos políticos, através de convenção municipal, regional ou nacional, dependendo da natureza da eleição;
· período de realização das convenções para a escolha dos candidatos: 10 a 30/06 do ano eleitoral (art. 7º da Lei nº 9504/97);
· poderão lançar candidatos os partidos que tenham registrados seus estatutos no TSE até um ano antes das eleições e possuam, até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição onde ocorrerá o pleito (art. 4º da Lei nº 9504/97);
· a forma de convocação, a composição e o modo de deliberação das convenções serão estabelecidas no respectivo estatuto partidário;
· os detentores de mandato legislativo e os que o tenham exercido em qualquer período da legislatura, têm assegurado o pedido de registro para o mesmo cargo, pelo partido a que estejam filiado (candidatura nata, art. 8º da Lei nº 9.504/09).
4.1.Registro dos candidatos:
· cada partido ou coligação poderá requerer o registro de um candidato para cada cargo de presidente/governador/senador/prefeito em disputa; para as casas legislativas, poderá requerer o registro de até 150% o número de lugares a preencher; no caso de coligação, até o dobro (art. 10 da Lei nº 9504/97);
· do número de vagas resultantes, cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo (art. 10 da Lei nº 9504/97);
· o pedido de registro deve ser feito até as 19 horas do dia 5/7 do ano eleitoral (art. 11 da Lei nº 9504/97);
· quem requer o registro é o partido ou coligação, e não o próprio candidato, que pode fazê-lo, no caso de omissão, até as 48 horas seguintes ao término do prazo;.
4.1.2. Competência para o registro:
· tratando-se de candidato a Presidente e Vice, é do TSE;
· tratando-se de candidato a Governador e Vice, Senador, Deputado Federal/Distrital e Deputado Estadual, é do TRE respectivo;
· tratando-se de candidato a Prefeito e Vice e Vereador, é do Juiz Eleitoral;
4.1.3. Documentos que devem instruir o pedido de registro (art. 11 da Lei nº 9504/97):
· cópia da ata da convenção;
· autorização do candidato;
· prova de filiação partidária;
· declaração de bens atualizada;
· cópia do título de eleitor;
· certidão de quitação eleitoral;
· certidões criminais fornecidas pela Justiça Eleitoral, Federal e Estadual;
· fotografia recente;
· comprovante de escolaridade.
4.3. Cancelamento de registro e substituição de candidato;
· o partido pode requerer, até a data da eleição, o cancelamento do registro do candidato que for expulso do partido, em processo que seja assegurada a ampla defesa e as normas estatutárias (art. 14 da Lei nº 9504/07);
· a substituição pode ocorrer em casos de falecimento, renúncia e declaração de inelegibilidade após o termo final do registro e nas hipóteses de cassação, cancelamento e indeferimento do registro (art. 13 da Lei nº 9504/97);
· nas eleições majoritárias, a substituição pode ocorrer até 24 horas antes do início da votação; nas eleições proporcionais, até 60 dias antes das eleições; em um ou outro caso, a substituição deve ser requerida no prazo de 10 dias contados do fato que lhe deu origem (art. 13 da Lei nº 9504/97);
4.4. Ação de impugnação ao pedido de registro de candidato:
· prazo: 5 (cinco) dias contados da publicação do pedido de registro da candidatura;
· legitimados: partidos políticos, coligações, candidatos e o Ministério Público;
· motivos: ausência de uma ou mais condições de elegibilidade do candidato e/ou ocorrência de uma ou mais causas de inelegibilidade na candidatura impugnada e/ou ausência de um dos documentos exigidos legalmente;
· objetivo: impedir que o impugnado obtenha o registro de sua candidatura;
· rito processual: arts. 3º a 18 da Lei Complementar nº 64/90;
· natureza jurídica: ação civil eleitoral de conhecimento, de conteúdo declaratório;
· conseqüência do reconhecimento da inelegibilidade de candidato: substituição;
· recurso: 3 (três) dias contados da publicação da sentença ou acórdão;
5º PONTO: CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADES 
5. Elegibilidade e inelegibilidade.
5.1.Conceitos: a elegibilidade é o direito público subjetivo de o cidadão concorrer às eleições para cargos públicos (jus honorum); a inelegibilidade é a impossibilidade legal de alguém pleitear seu registro como postulante a todos ou a alguns dos cargos eletivos. 
5.2 Condições de elegibilidade (art. 14 da CF):
· nacionalidade brasileira (natos ou naturalizados: art. 12 da CF), com ressalva para os portugueses;
· pleno exercício dos direitos políticos (hipóteses de perda ou suspensão: art. 15 da CF);
· alistamento eleitoral (alistáveis obrigatórios: os brasileiros, natos ou naturalizados, alfabetizados, maiores de 18 anos menores de 70 anos; alistáveis facultativos: os brasileiros, natos ou naturalizados, analfabetos, e os maiores de 16 anos e menores de 18 anos, e os maiores de 70 anos; inalistáveis: os estrangeiros, os brasileiros conscritos, durante o período do serviçomilitar obrigatório e os nacionais que se enquadrem em uma das hipóteses do art. 15 da CF.);
· domicílio eleitoral na circunscrição (o conceito de domicílio eleitoral é mais abrangente que o domicílio civil, pois a lei refere-se apenas ao lugar de residência ou moradia do requerente); o prazo mínimo de domicílio eleitoral é de 1 (um) ano, nos termos do art. 9º da Lei nº 9504/97;
· filiação partidária, estabelecendo a legislação infraconstitucional vigente o prazo mínimo de 1 (um) ano (arts. 16 e seguintes da Lei nº 9096/95 e art. 9º da Lei nº 9504/97);
· idade mínima exigível;
5.3. Inelegibilidades em sentido estrito: decorrem de expressa previsão na Constituição ou em lei inferior, por ordem daquela, devendo, neste caso, observar os lindes traçados no Texto Constitucional.
5.3.2. Finalidade das inelegibilidades: proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência irregular do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
5.4. Inelegibilidades constitucionais:
5.4.1. Art. 14, § 4º: inelegibilidade dos inalistáveis e analfabetos: “O simples fato de o eleitor, no alistamento, ter autenticado o pedido e o título com sua assinatura, não lhe assegura a elegibilidade, nem exclui a avaliação judicial da alfabetização”. (TSE, Ac. 12.841, rel. Min. Pertence, DJU 28/9/92).
5.4.2. Art. 14, § 5º : inelegibilidade dos chefes do executivo para o mesmo cargo para um terceiro mandato sucessivo; 
5.4.3. Art. 14, § 6º: inelegibilidade dos chefes do executivo para outros cargos, desde que não haja renúncia até seis meses antes do pleito;
5.4.4. Art. 14, § 7º: inelegibilidade decorrente da relação de parentesco: “Somente a sentença de separação com trânsito em julgado elide a ilegibilidade; insuficiente para tanto a mera separação tutelar de corpos” (TSE. Rec. 12.921, rel. Min. Andrada, DJU 31.10.96). “De não coincidirem integralmente, na esfera civil, os efeitos do matrimônio civil e o da união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, descabe a coincidência de efeitos na esfera do direito constitucional eleitoral. Daí, a vedação do § 7º do art. 14 da CF não alcança a irmã da concubina de Prefeito” (STF, RE 157.868-8, rel. Min. Marco Aurélio, DJU 28.05.93).
5.5. Algumas inelegibilidades infra-constitucionais:
· art. 1º, I, “e”: O sursis, porque mera suspensão temporária da execução da pena (CPP, art. 696), não afasta a inelegibilidade. (TSE, Ac. 13.012, rel. Min. Jardim, 8/10/92). Cumprida a condenação, e cessados os seus efeitos, o direito de sufrágio ativo e passivo é readquirido pelo candidato, sem necessidade de provar sua reabilitação (TSE, Ac. 11.143, rel. Min. Borja, 15/9/90).
· art. 1º, I, “g”: É inelegível o candidato que, na qualidade de prefeito, administrou recursos à conta de convênio com o Governo do Estado, tendo o Tribunal de Contas rejeitado as contas diante de irregularidades insanáveis, hipótese em que o Tribunal emite julgamento e não apenas parecer prévio (TSE, Rec. 12.918, rel. Min. Rezek, DJU 7/11/96).
6º PONTO: ABUSO DE PODER NO PROCESSO ELEITORAL e INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
6. Abuso de poder: o poder econômico e o poder político sempre influenciaram as eleições, eis que são fato inelimináveis da vida em sociedade. Nada obstante, pode o direito positivo impor contornos ao seu exercício legítimo, tornando ilícito e, por isso mesmo, abusivo, todo uso nocivo do poder econômico ou do poder político, que contamina a liberdade do voto e o resultado legítimo das eleições.
6.1. Fundamentos legais para o controle do uso do poder nas eleições: art. 14, § 9º da CF e art. 237 do CE.
6.2. Abuso do poder econômico:
· inexiste qualquer definição de abuso de poder econômico e parâmetros claros para distinguir o uso do abuso;
· a Lei nº 9504/97 autoriza o candidato a gastar seus próprios recursos ou de terceiros, na campanha, no limite fixado pelo partido. Assim, a simples utilização de recursos, com a observância das normas que disciplinam a sua captação, contabilização e aplicação, não configura anormalidade;
· o abuso pode restar configurado em função do modo de utilização desses recursos, de sua utilização distorcida;
· caracteriza-se o abuso, pois, através da utilização pelo candidato, ou terceiro com sua anuência, de bens – alheios a propaganda eleitoral – de que necessitam os eleitores, para induzi-los na escolha de seus representantes;
6.3. Abuso de poder político:
· consiste na utilização de bens do Poder Público ou na prática de ações, no exercício da função pública, visando o favorecimento a candidato;
· o art. 73 da Lei nº 9504/97 elenca alguns casos em que se tem como configurado o abuso do poder político, entre os quais destacam-se a cessão ou o uso, em benefício de candidato, partido ou coligação, de bens móveis ou imóveis pertencentes a Administração Pública e a prática de atos que impliquem no ingresso de alguém na função pública, na demissão sem justa causa ou exoneração de ofício de servidor público, sua remoção ou transferencia sem que haja pedido, salvo exceções;
· também caracteriza abuso de poder político a publicidade dos atos e programas do poder público que não tiver caráter educativo, informativo ou de orientação social (art. 37, § 1º da CF);
· é proibido aos candidatos a cargos do Poder Executivo participar, nos três meses que antecedem a eleição, de inaugurações de obras públicas.
6.4. Uso indevido dos meios de comunicação: as condutas vedadas estão previstas no art. 45 da Lei nº 9504/97.
6.5. Posição do TSE quanto à caracterização do abuso de poder nas eleições:
· exige o conhecimento prévio do candidato em relação ao ilícito para desencadeamento da sanção;
· embora não exija o nexo de causalidade entre o fato tido como abusivo e o comprometimento da lisura do pleito, entende que o abuso praticado deve mostrar-se apto a promover um desequilíbrio na disputa política, ou evidenciar a potencialidade de determinar influência no comprometimento da legitimidade das eleições.
6.6. O principal instrumento destinado a apurar o abuso de poder nas eleições é a investigação judicial eleitoral.
6.6.1. Investigação judicial eleitoral:
· prazo: do pedido de registro até a diplomação dos eleitos;
· legitimados: os mesmos da AIRC;
· motivos: abuso do poder econômico, político ou de autoridade; ou uso indevido da máquina administrativa;
· pode ser manejada contra não-candidatos que beneficiem ilicitamente algum candidato;
· possibilidade de liminar suspendendo o ato que deu motivo à representação;
· objetivo: demonstrar que o candidato violou os princípios igualitários do pleito;
· efeitos: se julgada antes da eleição (diplomação), implica na cassação do registro da candidatura e inelegibilidade para as eleições que se realizarem nos três anos subsequentes; se julgada depois das eleições (diplomação), serve de base para a efetivação de outras medidas, subsistindo a inelegibilidade trienal; 
· rito processual: arts. 19 a 23 da Lei Complementar nº 64/90;
7º PONTO: ATOS PREPARATÓRIOS À RECEPÇÃO DOS VOTOS E GARANTIAS ELEITORAIS
7. Organização do eleitorado: circunscrição ( zona ( seção
7.1. Distinção entre seção eleitoral e mesa receptora: mesa receptora é o lugar, numa seção eleitoral, onde se vota, enquanto a seção eleitoral é a menor fração de divisão de uma zona eleitoral (arts. 117 e seguintes do CE).
7.2. Seção eleitoral:
· mínimo de 50 eleitores e máximo de 400 no interior e 500 nas capitais (art. 11 da Lei nº 6996/82);
· o limite máximo pode ser ultrapassado em situações excepcionais;
· não há número limite de seções por zona eleitoral;
· o eleitor fica permanentemente vinculado à seção eleitoral.
7.3. Mesas receptoras:
· são formadas por um presidente, dois mesários, dois secretários e um suplente, nomeados pelo Juiz Eleitoral até 60 dias antes das eleições (art. 120 do CE);
· devem ser escolhidos, de preferência, os eleitorespertencentes à própria seção, e se possível, que sejam portadores de diploma de ensino superior, professores e serventuários da Justiça (art. 120, § 2º);
· a designação prevalece para cada eleição, embora possa haver recondução;
· impedimentos (art. 120, § 1º do CE e arts. 63 e 64 da Lei nº 9504/97);
· os próprios membros das mesas estão obrigados a denunciar os impedimentos que os afetem, sob pena de cometerem o delito previsto no art. 310 do CE;
· a ausência no dia da eleição sujeita à multa que oscila entre ½ a 1 salário mínimo, ou, se for servidor, à pena de suspensão de até 15 dias (art. 124, CE);
· as penas são aplicadas em dobro se a mesa não funcionar (art. 120, § 3º):
7.3.1 Competência das mesas receptoras:
· tomar os votos dos eleitores;
· decidir imediatamente sobre as dúvidas ou dificuldades que ocorrerem;
· manter a ordem, dispondo da força pública;
· comunicar ao Juiz Eleitoral qualquer ocorrência a depender de sua decisão;
· remeter à Junta Eleitoral o disquete gravado pela urna eletrônica, os boletins de urna, a zerésima, as folhas de votação, a ata da eleição e as vias recebidas de requerimentos de justificativa eleitoral;
· receber as impugnações de fiscais e delegados de partidos ou coligações sobre as votações;
7.3.2 Localização das mesas receptoras:
· em regra, é livre a localização;
· de preferência, devem funcionar em prédios públicos; 
· proibição de localização de seção em propriedade rural privada ou em prédios pertencentes a candidatos, membros de diretórios partidários, autoridade policial e seus cônjuges e parentes até o 2º grau;
· a infringência leva a nulidade da votação;
7.3.3. Fiscalização perante as mesas receptoras:
· cada partido ou coligação pode designar dois delegados para cada Município e dois fiscais por cada mesa receptora, funcionando um de cada vez (art. 131 do CE);
· as credenciais serão visadas apenas pelos Partidos ou Coligações (art. 65, § 3º, Lei nº 9504/97.
7.4. Juntas Eleitorais:
· nomeação dos seus integrantes pelo Presidente do TRE 60 (sessenta) dias antes das eleições, após a aprovação dos nomes pelo Tribunal;
· pode ser constituída mais de uma Junta Eleitoral por zona;
· a Junta pode se desdobrar em Turmas;
· o Presidente da Junta pode nomear escrutinadores e auxiliares;
7.5. Garantias eleitorais
7.5.1. Conceito: são as medidas que se destinam à efetiva proteção das atividades de sufrágio, objetivando defender a legitimidade e a lisura dos pronunciamentos populares.
7.5.2.. Liberdade de escolha (art. 234 do CE):
· tem raízes na própria ordem constitucional (art. 1º, p.u. da CF);
· o voto secreto é o meio mais idôneo à efetivação dessa garantia.
7.5.3. Proteção jurisdicional contra a violência atentatória à liberdade do voto:
· pode ensejar a expedição de salvo-conduto (art. 235 do CE);
· há a afetação de competência jurisdicional ao Presidente da Mesa Receptora.
7.5.4. Garantia à liberdade física dos eleitores, membros da mesas e candidatos (art. 236 do CE):
· é uma transplantação para o âmbito eleitoral da garantia constitucional do HC;
· nenhum eleitor pode ser preso desde 5 dias antes até 48 horas depois das eleições;
· somente as prisões em flagrante delito, em decorrência de condenação por crime inafiançável ou por desrespeito a salvo-conduto não se revelam eivadas de ilegitimidade;
· os membros das mesas e os fiscais, no exercício de suas funções, não podem ser presos;
· os candidatos não poderão ser presos nos 15 dias que antecedem as eleições.
7.5.5. Impedimento da utilização do aparato da força pública para pressão física ou psicológica ao eleitorado (art. 238 do CE);
· o contingente designado para a segurança dos trabalhos eleitorais deve conservar-se a uma distância mínima de 100 metros do local onde estiver instalada a mesa receptora.
7.5.6. Transporte e alimentação de eleitores na zona rural (Lei nº 6091/74);
· preocupação com a maior vulnerabilidade do eleitor da zona rural;
· os veículos dos diversos entes públicos ficarão a disposição da Justiça Eleitoral para o transporte gratuito de eleitores em zonas rurais, em dias de eleição;
· nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à eleição, salvo: a serviço da Justiça Eleitoral; coletivos de linhas regulares; de uso individual do proprietário para o exercício do próprio voto e de membros da família; o serviço normal de veículos de aluguel (art. 5º).
8º PONTO: VOTAÇÃO, APURAÇÃO, DIPLOMAÇÃO E AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO
8. Votação.
8.1. Dia e hora da votação.
8.2. Prioridades na votação:
- candidatos, Juiz Eleitoral e Juízes do TRE, funcionários a serviço da Justiça Eleitoral, Promotores Eleitorais, policiais militares em serviço, fiscais e delegados de partidos e coligações, idosos, enfermos, deficientes físicos, gestantes e lactantes (art. 143 do CE).
8.3. Ato de votar;
8.4. Identificação do eleitor:
· será o eleitor identificado com a apresentação do título ou outro documento público de identificação;
· poderá votar, mesmo sem a apresentação do título, desde que seu nome conste do caderno de votação e exiba documento que comprove sua identidade;
· existindo dúvida quanto à identidade do eleitor, deverá ser exigido outro documento público de identificação e, na sua falta, será ele interrogado sobre os dados constantes do título ou folha de votação;
· impugnação à identidade do eleitor: poderá ser apresentada por mesários, fiscais, delegados de partidos e qualquer eleitor, caso persista dúvida quanto a sua identidade. No sistema eletrônico de votação, será decidida de plano pelo Juiz Eleitoral;
8.5. Voto em separado:
· hipóteses: impugnação à identidade do eleitor e omissão na listagem (art. 12 da Lei nº 6996/82);
· operacionalidade do voto em separado: título e folha de impugnação, se for o caso, serão colocados em envelope e este será entregue ao eleitor para que nele coloque a cédula, fechando-o e depositando-o na urna;
· voto por prerrogativa de função: determinadas pessoas que, por prerrogativa de função, podem votar fora de suas seções não precisam ter seus votos tomados em separado (art. 146 do CE).
8.6. Encerramento da votação:
· horário: 17 horas, caso não haja eleitores na fila nesse momento;
· urna eletrônica: o presidente da mesa digitando a senha correspondente, encerrará a votação, imprimindo a urna, em seguida, cinco vias do boletim de urna;
· urna tradicional: será lacrada, com rubricas no lacre e, juntamente com os papéis da votação, será remetida à zona eleitoral respectiva;
8.7 . Apuração.
8.7. Competência (art. 158 do CE).
8.8. Início e prazo para conclusão (art. 14 da Lei nº 6996/82):
· início: logo após o encerramento da votação ou no dia seguinte;
· encerramento: cinco dias (1º turno) e dez dias (2º turno);
8.9. Fiscalização da apuração (art. 161 do CE).
8.10. Abertura da urna:
- indício de violação: nomeação de perito, que será assistido pelo representante do Ministério Público.
8.10.1. Hipóteses de nulidade dos votos de uma urna (art. 165, § 3º do CE):
· mesa receptora não constituída legalmente;
· folhas de votação falsas;
· eleição realizada em dia, hora e local diferentes do designado ou encerrada antes da 17:00 horas;
· infringência das condições que resguardam o sigilo do voto;
8.10.2. Hipóteses de anulabilidade da votação de uma urna (art. 165, § 4º do CE):
· mesa receptora localizada com infração ao Código Eleitoral;
· recusa ou restrição á fiscalização dos partidos políticos;
· demora na entrega da urna e seus documentos.
8.11. Impugnações perante a apuração (art. 169 do CE):
· prazo: no momento da apuração do voto ou abertura da urna, oralmente, devendo ser decidida de plano pela Junta Eleitoral. Eventual recurso será apresentado também de plano, com fundamentação em 48 horas, para que tenha seguimento.
8.12. Hipóteses de nulidade da cédula e de nulidade do voto (art. 175 do CE).
· nulidade da cédula: não corresponderem ao modelo oficial; não estiverem autenticadas; contiverem expressões ou sinaisque possam identificar o voto;
· nulidade do voto: nas eleições majoritárias: forem assinalados os nome de ou mais candidatos e a assinalação estiver fora do quadrilátero e torne duvidosa a manifestação do eleitor; nas eleições proporcionais: art. 175, § 2º do CE;
8.13. Diplomação: é o ato através do qual a Justiça Eleitoral credencia os eleitos e suplentes, habilitando-os a assumir e exercer os respectivos mandatos eletivos.
8.14. Natureza declaratória da diplomação.
8.15. Competência para a diplomação:
· em eleições municipais: Juntas Eleitorais;
· em eleições estaduais/federais: Tribunal Regional Eleitoral;
· em eleições presidenciais: Tribunal Superior Eleitoral.
8.16. Proclamação dos eleitos: é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral define o nome dos eleitos, à vista dos resultados numéricos apresentados.
8.17. A diplomação se constitui o termo inicial para a interposição do recurso contra a diplomação e da ação de impugnação de mandato eletivo.
8.18. Ação de impugnação de mandato eletivo:
· prazo: 15 (quinze) dias contados da diplomação;
· legitimados: candidatos, partidos e/ou coligações e MP e também qualquer eleitor (?);
· motivos: o abuso do poder econômico sob qualquer forma; a corrupção em qualquer acepção e a fraude em qualquer modalidade;
· objetivo: desconstituir o mandato, em virtude da prática de atos ilícitos anteriores à diplomação;
· rito processual: ordinário previsto do CPC;
· natureza jurídica: ação civil eleitoral de conhecimento, de índole constitucional, de conteúdo constitutivo negativo.
9º PONTO: RECURSOS ELEITORAIS
9. Recursos eleitorais:
9.1. Conceito: são os meios de impugnação das decisões judiciais, dentro da mesma relação processual, isto é, antes do trânsito em julgado formal do processo.
9.2. Aspectos gerais dos recursos eleitorais:
· princípio da irrecorribilidade em separado das interlocutórias: significa que as decisões proferidas pelo Juiz no curso do processo, antes da entrega da prestação jurisdicional definitiva, são irrecorríveis, só podendo ser impugnadas quando da irresignação contra a sentença;
· efeitos: os recursos eleitorais, em regra, não terão efeito suspensivo (art. 257 do CE). Trata-se de reflexo da prevalência do interesse público nos recursos eleitorais, atribuindo força executiva imediata ao ato decisório emanado do órgão estatal judicante. Exceções: arts. 216 e 362 do CE e art. 15 da LC nº 64/90;
· preclusão e matéria constitucional: os recursos eleitorais apenas poderão ser interpostos dentro do prazo legal, senão serão intempestivos. Tratando-se, contudo, de matéria constitucional, precluso o recurso, poderá a parte alegá-la noutra oportunidade, se houver, através de um outro ato processual (art. 259 do CE);
· prevenção: a distribuição do primeiro recurso que chegar ao Tribunal Regional ou Tribunal Superior, prevenirá a competência do relator para todos os demais casos do mesmo Município ou Estado (art. 260 do CE).
· prazo: salvo disposição em contrário na lei ou na CF, o prazo para a interposição de recurso eleitoral é de 3 (três) dias (art. 258 do CE). Alguns prazos poderão se iniciar ou se vencer em sábados, domingos e feriados, desde que, nesses dias, segundo calendário do TSE, os cartórios eleitorais devam permanecer abertos;
· tramitação nos Tribunais (arts. 268 a 292 do CE): há a possibilidade da produção de novas provas na instância superior quando versar o recurso sobre coação, fraude, interferência abusiva do poder político ou do poder econômico, infringência às normas da propaganda eleitoral ou arregimentação ilícita de votos (art. 266 do CE);
· pressupostos recursais: é dispensado o preparo e devem ser subscritos por advogado.
9.3. Modalidades recursais: há divergências de nomenclatura entre os autores, haja vista nem todos os recursos utilizados pelo Direito Eleitoral brasileiro terem recebido designação própria.
9.3.1. Recurso inominado (agravo de petição): é o recurso típico das decisões de primeira instância eleitoral (art. 265 do CE). O que o caracteriza é a possibilidade de retratação do juízo a quo antes da subida do recurso. Prazo: em regra, 3 (três) dias.
9.3.2. Apelação eleitoral: também cabível apenas das decisões de primeira instância, caracterizando-se, contudo, pela ausência do efeito regressivo. Prazo: 3 (três) dias.
9.3.3. Apelação criminal: recurso cabível das sentenças criminais proferidas pelos juízes eleitorais, possuindo efeito suspensivo, se condenatória a decisão. Prazo: 10 (dez) dias.
9.3.4. Recurso parcial: recurso típico das decisões sobre apuração dos votos (art. 261 do CE). Pode ser interposto perante as Juntas Eleitorais ou os Tribunais Regionais Eleitorais. Prazo: imediatamente após proferida a decisão, devendo ser fundamentado no prazo de 48 horas.
9.3.5. Recurso contra a diplomação: poderá ser interposto perante as Juntas Eleitorais, quando se tratar de eleições municipais, ou perante os TRE’s, quando se tratar de eleições estaduais e federais. Não há a previsão de recurso contra diplomação em eleição presidencial. Hipóteses: art. 262 do CE. Prazo: 3 (três) dias.
9.3.5. Embargos de declaração: cabível apenas das decisões dos tribunais eleitorais (TRE’s e TSE). Prazo: 3 (três) dias.
9.3.6. Agravo de instrumento: pode ser interposto somente das decisões que negam seguimento ao recurso especial (Presidente do TRE) e ao recurso extraordinário (Presidente do TSE). Processa-se na sistemática do art. 279. Prazo: 3 (três) dias.
9.3.7. Recurso ordinário: cabível das decisões dos TRE’S que versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais, que anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais, ou que denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. Nessas hipóteses, é dirigido ao TSE. Também é cabível das decisões do TSE que denegarem habeas corpus e mandado de segurança, sendo, em tais hipótese, dirigido ao STF. Prazo: 3 (três) dias.
9.3.8. Recurso especial: cabível das decisões dos TRE’S quando se alegar ofensa a expressa disposição da Constituição ou da lei, ou divergência na interpretação de lei entre dois ou mais Tribunais Eleitorais, mesmo que em questões administrativas. Será apreciado pelo TSE. É espécie do gênero “recurso extraordinário”. Está sujeito ao chamado “juízo de admissibilidade”. Prazo: 3 (três) dias.
9.3.9. Recurso extraordinário: cabível das decisões do TSE quando se alegar ofensa a expressa disposição da Constituição. É dirigido ao STF e está sujeito ao juízo de admissibilidade. Prazo: 3 (três) dias.
9.4. Prejulgado eleitoral (art. 263 do CE): foi considerado inconstitucional pelo TSE.
10º PONTO: CRIMES ELEITORAIS
10. Crimes eleitorais.
10.1. Conceito: são as infrações penalmente sancionadas que dizem respeito às várias e diversas fases de formação do eleitorado e do processo eleitoral (Nelson Hungria).
10.2. Natureza jurídica: crimes comuns, de natureza especial, pertencentes ao direito penal especial, porque dispõem de legislação própria e aplicável por órgão especial do Poder Judiciário.
10.3. Classificação: inexiste critério legal, apresentando cada autor uma classificação própria, dependendo dos aspectos postos em relevo.
10.4. Disposições penais eleitorais de caráter geral:
10.4.1. Conceito de funcionário público (art. 283 do CE): nos três primeiros incisos tem-se os membros da Justiça Eleitoral e no último os funcionários. Trata-se de distinção irrelevante, já que por força do § 1º do artigo em questão, todos são considerados funcionários públicos para os efeitos penais.
10.4.2. Grau mínimo da pena privativa de liberdade (art. 284).
10.4.3. Pena de multa (art. 285): é recolhida ao Fundo Partidário, o valor mínimo é de 1 (um) dia-multa e o máximo de 300 (trezentos) dias-multa; o valor máximo do dia-multa é de 1 (um) salário mínimo.
10.4.4. Aplicação subsidiária do CP e crimes eleitorais cometidos pela imprensa (arts. 287 e 288 do CE).
10.4.5. Em algumas figuras penais eleitorais, a forma tentada recebe a mesma punição daforma consumada (ex. art. 309 do CE);
10.4.6. Não há delito eleitoral culposo.
10.4.7. Competência para o julgamento dos crimes eleitorais: art. 102, I, “b” e “c” da CF; art. 105, I, “a” da CF; art. 108, I, “a” da CF. Prevalece a competência ratione persona em detrimento da competência ratione materiae. 
10.5. Processo penal eleitoral.
10.5.1. Comunicação da infração penal eleitoral (art. 356 do CE): não significa a impossibilidade de instauração de inquérito policial de ofício.
10.5.2. Ação penal: será pública, à exceção da hipótese prevista no art. 5º, LIX da CF;
10.5.3. Prazo para oferecimento da denúncia e requisitos desta (art. 357 do CE);
10.5.4. Rejeição da denúncia (art. 358 do CE);
10.5.5. Citação do réu: inexistência de interrogatório, mas de defesa escrita (art. 359 do CE);
10.5.6. Rito processual: (arts. 360 a 362 do CE);
10.5.7. Diligências (art. 360, 1ª parte do CE);
10.5.8. Recurso: prazo de 10 (dez) dias, com efeito suspensivo, se condenatória a decisão. Há contra-razões do apelado, nada obstante a omissão legal.
10.6. Lei nº 9099/95: aplicação apenas da suspensão condicional do processo (art. 89).
11º PONTO: PARTIDOS POLÍTICOS
11. Partidos Políticos.
11.1. Conceito: são agremiações de pessoas para a promoção e concretização de um programa político comum mínimo, com o objetivo de assumir e manter o controle do processo estatal de distribuição do poder. No Brasil, possuem status constitucional e estão erigidos à condição de intermediários necessários entre o povo e o exercício do poder.
11.2. Natureza jurídica: pessoa jurídica de direito privado, do tipo associativo, de caráter permanente.
11. 3. Autonomia constitucional: é livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção, desde que assegurados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana (art. 17 da CF). 
11.4. Controle judicial: 
· diante de sua autonomia constitucional, controle judicial dos partidos políticos tornou-se mais restrito e apenas para o que defluir dos princípios postos na Constituição;
· a Lei 9259/96 excluiu do rol das autoridades no pólo passivo no mandado de segurança, os representantes ou órgãos dos partidos políticos;
· não está excluída, contudo, a apreciação pelo Judiciário de qualquer lesão ou ameaça à direito de sede constitucional (art. 5º, XXXV, da CF);
· embora adquiram personalidade jurídica na forma da lei civil, só deixam de ser mera associação civil, para se tornarem partido político no sentido próprio, quando do registro dos seus estatutos no TSE.
11.5. Organização e funcionamento: 
· o partido político adquire personalidade jurídica na forma da lei civil, mediante requerimento ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Brasília, subscrito por, no mínimo, 101 fundadores com domicílio eleitoral em, pelo menos, 1/3 dos Estados e documentado com a ata da reunião de fundação, da publicação do programa e do estatuto e da qualificação civil e eleitoral dos fundadores (art. 1º da Lei 9096/95);
· adquirida a personalidade jurídica tem o partido que buscar o apoiamento mínimo de eleitores, para assim obter caráter nacional, correspondente a 0,5% dos votos dado para última eleição geral para Câmara dos Deputados, não computados os votos brancos e nulos, distribuídos por 1/3, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles (art. 7º, § 1º, c/c art. 8º, § 3º, da Lei 9096/95);
· obtido o apoiamento e feitas as designações dos dirigentes, poderá o partido requerer o registro do estatuto junto ao TSE (art. 9º da Lei 9096/95);
· tem direito a funcionamento parlamentar o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtenha o apoio de, no mínimo, 5% dos votos apurados, não computados os brancos e nulos, distribuídos em, 1/3 dos Estados, com o mínimo de 2% do total de cada um deles (arts. 12 e 13);
· existe, contudo, norma transitória que se aplicará até a eleição de 2006.
11.6. Finanças e contabilidade:
· os partidos devem manter em cada um dos seus diretórios (nacional, estadual e municipal) escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas;
· a escrituração do exercício findo deve ser enviado à Justiça Eleitoral até o dia 30 de abril do ano seguinte para publicação imediata, sendo que nos anos eleitorais os balancetes serão mensais nos 4 meses anteriores e nos 2 posteriores à data da eleição (art. 32 da LPP);
· vedação do recebimento de contribuição – art. 31 da LPP.
11.7 Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos – Fundo Partidário.
11.7.1. Fontes: 
· multas e penalidades aplicadas nos termos da legislação eleitoral;
· recursos financeiros que lhe forem destinados por lei em caráter permanente ou eventual;
· doações de pessoas físicas ou jurídicas;
· dotações orçamentárias da União;
11.7.2. A gerência da parte do fundo partidário originário do orçamento da União compete ao TSE, que fará a distribuição para os órgãos nacionais dos partidos, obedecidos os seguintes critérios:
· 1%, em partes iguais;
· 99% aos partidos que tenham funcionamento parlamentar na proporção dos votos obtidos na última eleição geral na Câmara dos Deputados.
11.8. Acesso gratuito ao rádio e à televisão:
· a CF assegura aos partidos políticos acesso gratuito ao rádio e à televisão na forma da lei (art. 17, § 3º da CF);
· a LPP regulamenta o assunto nos seus arts. 45 a 49;
· o horário deverá ser reservado para a difusão dos programas partidários, transmissão de mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, a realização de eventos e as atividades congressuais do partidos e divulgação da posição do partidos em relação a temas político-comunitários;
11.8.1. O partido político que tenha funcionamento parlamentar poderá a cada semestre:
· realizar um programa de cadeia nacional e outro de cadeia estadual, com duração de 20 minutos cada e, utilizar, para as inserções de 30 segundos ou 01 minuto, 40 minutos em rede nacional e outros 40 minutos nas redes estaduais;
11.8.2. O partido que não tem funcionamento parlamentar tem direito a apenas um programa em cadeia nacional, em cada semestre, com a duração de 2 minutos.

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