Buscar

Filariose ou Elefantíase

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Lara Bianca Cardoso Pereira | MED UEMA XVI | @LIFESTYLEMEDICINA 
 
Filariose ou Elefantíase 
CONCEITOS GERAIS 
A elefantíase é uma doença causada por helmintos 
Nematoda, caracterizada por um processo 
inflamatório e fibrose crônica do órgão atingido, com 
hipertrófica do tecido conjuntivo, dilatação dos vasos 
linfáticos e edema linfático, a filaria pode obstruir vasos 
linfáticos e causar edema na região. 
AGENTE ETIOLÓGICO: Wuchereria bancrofti (Americas), 
Brugia malayi e Brugia timori 
TRANSMISSOR: mosquito Culex, Anopheles, Mansonia 
ou Aedes 
MORFOLOGIA DA FILÁRIA 
VERME ADULTO 
O macho adulto possui corpo delgado e branco-
leitoso, com cutícula lisa, sendo menor que a fêmea e 
com a extremidade anterior afilada e posterior 
enrolada ventralmente. A fêmea possui a mesma 
coloração e aspecto de cutícula, possuindo órgãos 
genitais duplos, com exceção da vagina, que é a 
única que se exterioriza em forma de vulva. 
 
 
MICROFILARIA 
A fêmea faz postura de microfilárias, conhecidas 
também como embrião, que possui uma membrana 
que funciona como uma “bainha flexível”, a qual serve 
para movimentação ativa no sangue e para 
diagnostico diferencial (critério morfológico). 
 
LARVA 
Encontradas no inseto transmissor, sendo L1 originária 
da transformação da microfilaria, a qual transforma-se 
posteriormente em L2 e L3 (larva infectante). 
CICLO BIOLÓGICO 
 Heteroxênico 
 
1. Durante a picada do mosquito, a larva L3 escapam 
do lábio do inseto, não sendo inoculadas, mas sim 
agindo a partir da penetração pela solução de 
continuidade da pele (lesões na pele) 
o O calor da pele evita penetração, porém o 
suor e alta umidade do ar favorece a 
progressão e penetração das larvas 
2. As larvas migram e os adultos alojam-se nos vasos 
linfáticos do hospedeiro e gânglios linfáticos 
o Adultos sobrevivem de 5-8 anos 
3. Adultos produzem microfilarias (período pré-
patente longo), as quais circulam no sangue 
o Uma característica peculiar é que, durante 
o dia, as microfilarias localizam-se em 
capilares profundos (principalmente 
pulmões) e, durante a noite, aparecem no 
Lara Bianca Cardoso Pereira | MED UEMA XVI | @LIFESTYLEMEDICINA 
 
sangue periférico (mudança de 
microfilaremia no sangue). 
o Pico de microfilareia (22 h-4h) coincide 
com o horário de hematofagismo do vetor 
o Período de incubação de ~ 1 ano 
4. Fêmea do mosquito infecta-se com microfilarias, as 
quais perdem a bainha no estomago do inseto 
5. Microfilarias migram para o tórax do inseto e 
transformam-se em larva salsichóide L1 
6. Larva se desenvolve em L2 e L3, ate alcançar o 
aparelho picador do inseto (lábio do mosquito) 
PATOGENIA 
 Ação mecânica: vermes adultos nos vasos 
linfáticos causa: 
o Estase linfática 
o Linfagiectasia (dilatação) 
o Derramamento linfático/ linforragia 
▪ Provoca edema nos outros tecidos 
▪ Se for no abdome, ocorre ascite 
linfática 
▪ Se for na túnica escrotal, ocorre 
linfocele 
 
 
 Ação irritativa: presença dos vermes e produtos do 
seu metabolismo ou de sua desintegração nos 
vasos linfáticos causa: 
o Lifagite retrógrada 
o Adenite 
o Alegias: urticária e edemas extrafocais 
 Fenômenos imunológicos: 
o Eosinofilia pulmonar tropical (EPT): paciente 
apresenta hiper-resposta imunológica a 
antígenos da filaria presentes no pulmão, 
com aumento de IgE e hiperosinofilia, 
levando ao aparecimento de abcessos e à 
fibrose intersticial crônica dos pulmões, 
comprometendo o órgão 
 
DIAGNOSTICO 
QUADRO CLÍNICO 
 Assintomática: doença subclínica, que pode levar 
a danos nos vasos linfáticos e no sistema renal, 
merecendo atenção medica precoce 
 Manifestações agudas: 
o Linfagite (a partir da raiz do membro à 
extremidade) - ação irritativa 
o Linfadenites (inflamação dos gânglios 
linfáticos) 
o Linfagiectasia (dilatação dos vasos) - ação 
mecânica 
o Adenite 
o Febre 
o Mal-estar 
 Manifestações crônicas 
o Linfedema 
o Hidrocele (MMII e região escrotal) 
 
Lara Bianca Cardoso Pereira | MED UEMA XVI | @LIFESTYLEMEDICINA 
 
o Quilúria- comprometimento renal (gordura 
na urina) 
▪ Microfilarias na urina 
o Quilocele 
o Elefantíase (inflamação + fibrose) 
 
o Episódios inflamatórios recorrentes 
 Eosinofilia pulmonar tropical (EPT): síndrome 
caracterizada por sintomas da asma brônquica 
 
 
LABORATORIAL: 
 Pesquisa de microfilarias no sangue periférico 
o Gota espessa (punção capilar digital) 
o Coloração de Giemsa 
o Preferencialmente entre 22h e 4h 
o Raramente as filarias são detectadas no 
sangue na fase crônica 
 Pesquisa de anticorpos e antígenos circulantes 
o Testes sorológicos não devem ser 
realizados, pois não diferencia indivíduos 
parasitados, curados e não infectados 
o Técnica imunoenzimatica: ELISA 
o Imunocromatografia rápida: ICT 
 Pesquisa de vermes adultos: 
o US 
o Biópsia de nódulos 
 Diagnostico da infecção no vetor 
PROFILAXIA 
 Evitar contato humano-vetor: tela, repelente, 
inseticida 
 Tratamento de pessoas parasitadas 
 Combate ao vetor 
 Melhoria sanitária 
 Não existe medicamentos profiláticos para quem 
vive em áreas endêmicas 
TRATAMENTO 
 Contra microfilarias: Citrato de dietilcarbamazina 
(DEC) 6mg/kg/dia, VO, por 12 dias 
o Usado na eosinofilia pulmonar tropical 
também 
 Contra parasito e microfilarias: ivermectina 200-400 
ug/kg, dose única 
o Doença pode reaparecer 
o Regiões endêmicas 
 Albendazol + DEC 
 Tratamento do edema: higiene local, fisioterapia, 
drenagem postural, uso de compressas e 
administração de antibióticos 
 Em casos de hidrocele e quilocele, o tratamento é 
cirúrgico

Continue navegando