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Resenha Critica para a Disciplina de Psicologia Comunitária

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Id:
	lil-477579
	Autor:
	Azambuja, Mariana Porto Ruwer de.
	Título:
	Violência doméstica: reflexões sobre o agir profissional / Violence against children: reflexions of practice
	Fonte:
	Psicol. ciênc. prof;25(1):4-13, 2005. ilus.
	
	
Violência Doméstica: reflexão sobre o Agir Profissional
Mariana Porto Ruwer de Azambuja
Resenha desenvolvida por: 
	
Nesta obra será apresentado um aparato crítico reflexivo versando com as dificuldades encontradas no dia a dia dos profissionais que atuam no atendimento às crianças vítimas de violência doméstica, e os problemas com os quais estes profissionais se deparam nas diversas áreas de atuação que oferecem auxilio às crianças, que se encontram em condições de maus-tratos e violência doméstica, isto, muitas vezes acontece pela falta de boa articulação na comunicação entre as equipes multidisciplinares (médicos, assistentes sociais, professores, psicólogos e conselheiros tutelares) que são aqueles que deveriam zelar pela integridade física e mental das crianças. Entretanto, muitos desses profissionais às vezes acabam não notificando ou subnotificando os casos de violência às autoridades por medo de represálias. Mas também não é incomum encontrar aqueles profissionais que enfrentam inúmeras dificuldades ao se depararem com casos de violência contra criança, em especial quando se trata de violência sexual. Uma das razões para isso é a falta de preparo de quem recebe a denúncia para lidar com o tema. Furniss 1993, destaca que, nesses casos, é necessário que o profissional tenha capacidade pessoal e profissional para lidar com o assunto, assim como uma estrutura de apoio (serviços, leis, recursos financeiros). Cabe ressalvar que muitas vezes existe uma barreira intransponível por parte da própria família que tenta omitir ou mascarar as agressões sofridas pela criança e, quando essa violência é de cunho sexual, aí é muito mais difícil de provar sua existência porque à família nega e afirma que é fantasia da criança. Além disso, também existe o temor, por parte da criança, fato que ocorre por consequência de ameaças sofridas pela criança ou porque o agressor é alguém muito próximo. Ainda assim, a criança tenta conversar com alguém, seja da própria família, da escola ou outros conhecidos. Entretanto, a reação dessas pessoas, muitas vezes é de descrédito, tentam minimizar, sugerindo que não foi nada e que deve ser esquecido o assunto, outras vezes buscam responsabilizar a vítima, na pior das hipóteses acusando-a de sedutora ou ter provocado o abuso. Outro ponto que merece ser ressaltado aqui é quanto aos registros de ocorrências, muitas vezes, são feitos de qualquer jeito, e com isso, acaba dificultando para as autoridades darem prosseguimento na denúncia, deixando o agressor livre. 
No entanto existe uma passagem no artigo que chama a atenção, ou seja, onde retrata as questões referentes aos estudos realizados sobre a notificação dos casos de violência contra as crianças e adolescentes. De acordo com estas fontes oficiais de informações disponibilizadas os dados são incompletos devido a formulários mal preenchidos. Tais dados mostram sérias implicações, permitindo a impunidade do agressor e a falta de mobilização social para a mudança. Uma das explicações encontradas no artigo é a hipótese de que não é importante identificar o agressor ou a vítima, visto que suas vidas valem pouco, pois, na maioria das vezes, as vítimas são pessoas de classe social baixa (Njaine et al, 1997). 
Segundo Minayo (2001), a taxa de mortalidade infantil é uma das mais evidentes manifestações da realidade em que se encontram as crianças. Mesmo o Brasil apresentando uma redução significativa nos últimos anos, ainda permanece com taxa elevada entre os países da América-Latina. Outro ponto que merece destaque são os dados levantados em 1996, acerca das taxas de mortalidade entre crianças e adolescentes no Brasil. Em 1996, cerca de 22,6% das mortes de crianças com até cinco anos de idade eram em decorrência da violência, aumentando para 48,2% na faixa etária entre cinco e nove anos de idade, tendo um aumento de 56% entre 10 e 14 anos, mas os dados são mais alarmantes entre aqueles que estão entre 15 e 19 anos, as taxas chegam a 72%. Mediante tais dados podemos verificar que a população infanto-juvenil do nosso país tem muito mais mortes em circunstâncias de conflitos sociais do que em decorrência das doenças. De acordo com a autora, podemos destacar, que no Brasil, existe uma violência do tipo estrutural, onde as implicações mais fortes recaem sob o trabalho infantil e a existência de crianças vivendo nas ruas ou em instituições fechadas; além da violência social, existe ainda as manifestações que acabam por fomentar a violência doméstica, além da violência delinquencial, na qual as crianças são vítimas e atores. Como é possível constatar a violência estrutural? É aquela que incide sobre as condições de vida das pessoas, a partir de contextos históricos, econômicos e sociais que, devido seu caráter de perenidade, acaba tendo uma conotação natural. Em decorrência dos diversos pontos levantados no artigo, fica tão evidente o descaso com a integridade física e psicológica das crianças que beira o absurdo. Também foi possível perceber que na maioria dos casos relatos no estudo, as questões relacionadas às agressões também podem ser de causa intergeracional, ou seja, é algo que está inserido no âmbito da família há muitas gerações. Tais fatos estão relacionados à questão de gênero. Porém, existe um agravante, a mais neste contexto, que é a falta de espaço para o pleno desenvolvimento da infância nas camadas populares, isto, foi possível ser constatado tanto no quesito dos grandes centros urbanos como também nas regiões mais distantes. A partir destes dados fica evidente a dura realidade da violência física, psíquica e emocional praticada contra as crianças.

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