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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - PRISCILA CANEPARO 1 BIM

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Bibliografia:
1. Alberto do Amaral Junior. Curso de Direito Internacional Público.
2. Paulo Borba Casella. Manual de Direito Internacional Público. Mais difícil.
3. Francisco Rezek. Direito Internacional Público. (Revisão).
4. Mazzuolli.
Provas: 
1.º bimestre: 15 de abril (valor 10)
2º bimestre: 22 de junho (valor 10)
· Trabalho é ponto adicional.
Não faz segunda chamada. 01 de julho
Prova final: 06 de julho.
Ementa:
1. Origem histórica e sujeitos e atores: 3 aulas
2. Objetivos do Direito Internacional Público: na contemporaneidade. 
3. Fundamentos do Direito Internacional Público: obrigatoriedade.
4. Fontes do DIP: sinônimo de normas. Art. 38 da Corte Internacional P.
5. Direito dos Tratados. Texto obrigatório.
6. Monismo e Dualismo.
Fim do primeiro bimestre
7. Organizações Internacionais: geral e espécies – ONU e TPI.
8. Responsabilidade Internacional do Estado.
9. Nacionalidade
10. Lei 13.445 de 2017 – Lei de Migrações. Nacionalidade derivada (ordinária, extraordinária, especial e provisória). Retirada compulsória de estrangeiro.
11. Direito Diplomático.
12. Refúgio e Asilo Político.
13. Direito do Mar.
14. Espaço aéreo internacional. Convenção de Varsóvia. 
15. Segurança Nuclear.
16. Direito da Integração
17. 
e-mail: priscilacaneparo@gmail.com 
Diferenciação entre Direito Internacional Público e Privado:
Direito Internacional é direito entre nações. Contato entre Estados. Trabalha com a perspectiva de ser um direito entre Estados, perspectiva genérica. 
Direito Internacional Público: Todas as questões relacionadas aos sujeitos de direito internacional público. Sujeito é Estados e Organizações Internacionais. Regulamenta a figura do Estado e das Organizações Internacionais, de entender a correlação entre eles.
Direito Internacional Privado: em relação ao povo do Estado, em relação ao particular. Por isso, é nesse âmbito que trabalha com a perspectiva da Lei de regência aplicável a alguém. Ex. nasceu em um Estado, casou em outro e teve filho em um terceiro país. Arbitragem internacional. 
Direito Internacional Público: Origens Históricas.
 
1. Premissas: surge para regulamentar índices e formações societários organizadas, que possam se comunicar entre elas, é aí que se dá a atuação do DIP. Regula as relações entre sociedades organizadas. O sujeito primário do DIP é o Estado, que surge na era moderna (nova fase do DIP). São três fases.
2. Antiguidade: 
a) Primeiro marco: premissas históricas do DIP. Quando surgiu o primeiro tratado (contratos entre sociedade organizadas para regulamentar as relações entre elas), na 3.100 a.c. com a perspectivas de controlar as fronteiras entre a Mesopotâmia e Lagash Humma (cidades-estados). Ex. Tratado de Tordesilhas e Tratado da Cisplatina.
b) Tratado de Paz entre Esparta e Atenas: garantir a paz por intermédio do Direito Internacional Público.
3. Impérios: dois grandes impérios que coexistiram por Tratado de Paz – Império Romano e Império Persa. Ainda não são Estados (que surgiu no séc. XVII). 
4. Era moderna: DIP contemporâneo. A Europa. Em 1600, passava por guerras seculares (religiosas). A Guerra dos 30 Anos (1608-1648) finalizou com o Tratado de Munsther e Tratado de Osnabruck. Esses Tratados, coloca a Europa no momento de Paz de WestFália. Instituíram a figura do Estado-Nação e inauguraram o Direito Internacional Público Clássico. É clássico, porque há surgimento do sujeito clássico de Direito Internacional Público, o Estado é o sujeito clássico (ou primário) de DIP. Como saber o que é um Estado-nação? Quais são os elementos constitutivos do Estado-nação? Povo (estudaremos em nacionalidade e migração), território (Direito do Mar e diplomático) e soberania (interna – poder de se autogovernar, e externa – igualdade jurídica entre os Estados no contexto internacional). Existe um quarto elemento (contemporâneo) que é o reconhecimento internacional do Estado, que se dá pelas relações diplomáticas e comerciais e adentrar a ONU.
02 de março
1. Ordem Internacional de Westfália: coloca fim às guerras seculares de 1618 até 1648. Nesse momento, tem dois marcos históricos extremamente relevantes. Primeiro, o surgimento do sujeito clássico de DIP, o Estado-Nação (povo, território e soberania). Segundo, que o DIP clássico surge. O DIP garante, justamente, a coexistência entre esses Estados-Nações que emergem no contexto de finalização de guerra dos 30 anos. Nesse momento, o grau de sociabilidade dos Estados é diminuído, ou seja, não conversam entre eles, apenas se comunicam para paz, relações comerciais e delimitação de fronteiras. 
Existe sistema de Estados, que significa a garantia da sobrevivência do sujeito de DIP. Trabalha apenas a perspectiva de paz, segurança e pontos e acordos comerciais. 
Nasce o princípio da igualdade jurídica entre os Estados, não existe diferenciação, cada um dos estados reconhecidos internacionalmente, tem direito a voz e voto na ONU. Nesse momento, se chama princípio do equilíbrio europeu. As decisões se dariam por maioria. Todo esse contexto é marcado por lutas históricas.
A Europa sofreu outras guerras em 1800, 1803 e 1804 – Guerras Napoleônicas. 
2. Congresso de Viena (1.814 e 1.815): sua premissa era finalizar com as guerras napoleônicas e assegurar a existência do Estado-Nação, para justamente não colocar em risco tal prerrogativa.
· Princípios:
a) Proibição do tráfico de negros.
b) Liberdade de navegação em determinados rios: possibilitar que o comércio entre os Estado Nações não fosse obstruído em prol de um Governante de Estado.
c) Princípio da diplomacia (de agentes diplomáticos): costumes internacionais.
3. Concerto Europeu (1.815): em decorrência das guerras napoleônicas. O sistema de regulamentação e forma de decisão internacional muda do tipo majoritário para a questão do consenso. Esse consenso se dá nos países da Europa.
· Princípio do Equilíbrio nuclear: os cinco Grandes do Conselho de Segurança da ONU, estados nuclearmente armados. Tratado de não proliferação Nuclear: em 1968. Estado nuclearmente armado é quem fez teste até 01 de janeiro de 1967.
A Guerra Mundial (1.ª ordem internacional de Versalhes): a premissa básica é o início da institucionalização (começa a criação de organizações internacionais de cunho universal) e início do aumento gradativo da sociabilidade internacional (significa que os estados não vão mais só conversas sobre aqueles temas, vão conversar sobre tudo e sobre todos, esse aumento diz respeito a modos negociais sobre matérias que antes seriam decididas apenas dentro do seu território, há uma projeção internacional para harmonizar políticas públicas). 
A dificuldade era o incremento ou aumento das matérias que o DIP enfrentaria.
Surgem duas grandes organizações internacionais (1.919):
a) Liga das Nações: paz e segurança nacional, tem caráter universal. Os países perdedores da primeira Guerra não participaram dessa organização. 
b) Organização Internacional do Trabalho: abrange temas sociais, além do trabalho. É criada para garantir direitos sociais.
· Primeira Ordem Internacional de Versalhes: tratado que finalizou a primeira guerra mundial. Momento de Transição.
4. A 2.ª Guerra Mundial (2.ª ordem internacional de Versalhes – finalização da Guerra com tratado de igual nome): aprofundamento da institucionalização da sociedade internacional e sociabilidade dos estados no cenário internacional. Consequentemente, tem a passagem do DIP clássico para o DIP contemporâneo (hoje). Essa passagem ocorre, porque nesse momento se consolida a institucionalização internacional (surgimento definitivo das organizações internacionais com personalidade jurídica internacional – que significa ser sujeitos de direito internacional público). O que marca o DIP contemporâneo é a organização internacional como sujeito secundário/contemporâneo/decorrente de DIP. A segunda Guerra ocorreu até 1945, a consolidação das organizações internacionais ocorre em 24 de outubro de 1945, com a Organização nas Nações Unidas, quando e porque surge o sujeito de DIP secundário.
DIP vira Direitode cooperação, para trabalhar com toda a temática da vida em sociedade, ou seja, regulamentação própria de DIP em todos os temas da vida humana. Nasce a sociedade ou comunidade internacional, que mantém relações constantes entre os sujeitos Estados, que ficam conversando a todo o momento sobre os assuntos pertinentes, para buscar soluções pontuais. O problema de hoje é a eficácia do DIP.
Tratado de Versalhes perdurou até o final de 2014. 
SUJEITOS E ATORES DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
1. Sujeitos: pessoas jurídicas que podem contrair obrigações em plano internacional. Estados (sujeito clássico) e Organizações Internacionais (sujeito secundário).
2. Atores: pessoas que não podem contrair obrigações no plano internacional, mas servem como elemento de pressão para os sujeitos. São atores de DIP as Organizações Não Governamentais, empresas transnacionais, grupos de autodeterminações dos povos e indivíduo. 
· O Tribunal Internacional penal é o único que pode responsabilizar pessoas.
· Ordenamento Jurídico Internacional: na parte debaixo da pirâmide (como a de Kelsen) estão as fontes de DIP, que corresponde às Leis na perspectiva do Direito Interno. Sua fonte são os tratados, que dependem da manifestação de vontade desse Estado – é mais um contrato do que uma lei. No topo da pirâmide tem o que garante a ordem pública internacional, que independe da vontade do Estado, que é o IUS COGENS – normas imperativas do DIP, que significa valores indispensáveis à sobrevivência da humanidade. Art. 53 da Convenção de Viena de 1.969 – normas inderrogáveis do cenário internacional que estão acima da Constituição para evitar regimes análogos ao fascismo e nazismo.
4 de março de 2020.
Normas imperativas do DIP – IUS COGENS. Existe previsão normativa dessas normas imperativas, que é o artigo 53 da Convenção de Viena de 1969.
1. Meio de determinação: norma imperativa de DIP é a ideia inicial de normas que garantem a sobrevivência da humanidade. São normas reconhecidas por toda a comunidade internacional. 
· IUS COGENS é a axiologia atrelada aos direitos humanos e à paz. Axiologia significa valores atrelados à paz e direitos humanos. Como determina o IUS COGENS, os seus valores? Determina os valores atrelados indispensáveis à sociedade a partir da perspectiva do trabalho interpretativo dos tribunais internacionais. As cortes internacionais servem também para dirimir conflitos, mas tem um segundo papel, que é fazer opinião jurídica. IUS COGENS surge das opiniões jurídicas das cortes internacionais.
Convenção para repressão do genocídio (1951): Israel queria entrar nessa convenção, mas não queria cumprir todas as cláusulas. A CNJ determinou que Israel deveria cumprir tudo ou não entrar na Convenção – de qualquer forma Israel teria que cumpri-la, porque a cláusula é IUS COGENS e deve ser feito de qualquer forma, os valores atrelados à repressão do genocídio está acima dos Estados, eles devem cumprir querendo ou não.
2. Fontes x IUS COGENS: fontes são normas que dependem da vontade do Estado. IUS COGENS é ordem pública internacional. 
· Um tratado em conflito com IUS COGENS é nulo de pleno direito, porque tem a mesma sistemática do ordenamento jurídico nacional. Qualquer fonte que conflite com o IUS COGENS é nula de pleno direito – tratado p. e, não se convalida com o tempo. 
· É possível derrogar norma de IUS COGENS? Só pode ser derrogada por outra norma de IUS COGENS, o papel interpretativo fica pelos tribunais internacionais.
FUNDAMENTOS DE DIP: se atrelam à ideia semente das fontes de DIP. 
1. Noções introdutórias: o IUS COGENS é obrigatório independentemente da vontade dos Estados. A obrigatoriedade de DIP é explicada como a teoria contratual pelo pacta sunt servanda, que diz que os contratos devem ser cumpridos.
2. Correntes
2.1 Corrente Voluntarista: a obrigatoriedade do DIP decorre da vontade dos Estados, mesmo que já assinado esse contrato. O descumprimento de uma fonte generalizada não gera responsabilidade internacional para o Estado.
a) Justificativa: soberania dos Estados e a falta de centralidade para fazer Lei de DIP, é preciso garantir a voluntariedade dos Estados. 
b) Críticas: insegurança jurídica, a sociedade internacional existe independentemente da vontade dos Estados e o Estado não pode se desligar unilateralmente de um tratado sem o rearranjo da sociedade internacional – significa que quando um Estado quer deixar de cumprir um tratado por vontade própria, ainda assim vai ficar vinculado ao tratado até a comunidade internacional se rearranjar. 
2.2 Corrente Positivista/objetivista
a) Conceito: veio pro intermédio de Hans Kelsen. Diz que o DIP é obrigatório porque ele está acima dos Estados – não é IUS COGENS. Aceite precário (sem assinatura) dos Estados já enseja a obrigatoriedade do DIP. A fonte, ainda que não formalizada, vai gerar responsabilidade internacional para o Estado. O fundamento é a superioridade de DIP.
b) Crítica: desconsideração da soberania do Estado em compreender se o Estado quer ou não fazer parte do tratado. 
Duas teorias, nenhuma explica o fundamento de DIP. Há uma flexibilização da doutrina positivista para explicar o fundamento de DIP que é a teoria do pacta sunt servanda – é o que explica a obrigatoriedade do DIP. Na prática, tem-se um pouco da teoria das duas correntes. 
· A partir do momento que tem a formalização da vontade do Estado em um tratado, ele deve ser cumprido – pacta sunt servanda. Não se desconsidera a vontade dos Estados, mas uma vez formalizada a fonte de DIP, o Estado tem que cumprir, sob pena de responsabilidade internacional. A obrigatoriedade do DIP, por intermédio do pacta sunt servanda, veio consagrada e reconhecida no caso navio lótus de 1927 da Corte Permanente de Justiça Internacional.
FONTES DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Fontes de DIP são fontes de normas de direito internacional público, justificadas pelo pacta sunt servanda.
Quais são as normas de DIP?
· Fontes primárias: estão previstas no art. 38 do Estatuto Constitutivo da CIJ (corte Internacional de Justiça). São as mais utilizadas e importantes. São tratados, costumes internacionais e princípios gerais do direito (fontes expressas no caput do artigo).
· Fontes secundárias: estão previstas no art. 38 do Estatuto Constitutivo da CIJ. São utilizadas na falta de fonte primária. São jurisprudência, equidade, analogia e doutrina.
· Novas fontes: não tem no documento formal, é por intermédio da prática da sociedade internacional atrelada aos trabalhos dos Tribunais Internacionais. São casos específicos. São atos unilaterais de Estados, atos unilaterais de organizações internacionais e soft law – direito maleável, direito flexível ou direito plástico. 
Os tratados vêm das práticas dos Estados que vieram da civil law. Costumes internacionais vêm das práticas dos Estados de Common Law. Os dois são iguais, nenhum dos Estados é mais importante que o outro. 
9 de março de 2020.
PRINCIPAIS FONTES DE DIP
a) Tratados: 
· Introdução: Deve privilegiar os Estados que compõem a civil law.
· Conceito: acordo formal entre sujeitos de Direito Internacional Público entre sujeitos de DIP estabelecendo direitos e obrigações para os sujeitos de DIP. Existe tratado que vai determinar como será feito um tratado. Quem dita isso é a Convenção de Viena de 1.969. Acordo formal significa que deve ser por escrito. A feitura de tratados entre Estados vai ser regulamentado pela Convenção de Viena de 69 e das organizações internacionais será de 86. Na lacuna do código de processo penal, recorre-se ao processo de direito civil. A convenção de 69 tem caráter subsidiário à Convenção de Viena de 86. Antes de 69, havia o costume internacional para formalizar os tratados. Art. 2 da Convenção de Viena de 69.
· Regulamentação: Para Regulamentar é a Convenção de Viena de 1.986.
b) Costume Internacional – caso concreto na prova
· Introdução: o que é? Privilegia estados de common law. Trata-se de normais internacionais – fontes internacionais. No DIP entre tratados e costumes internacionais, não se aplica oprincípio da paridade das formas, ou seja, um tratado pode revogar um costume e um costume pode revogar um tratado.
· Conceito: direito não escrito atrelado à prática. Para ter força normativa, precisa ter elemento material e elemento subjetivo. Elemento material é a prática reiterada e constante (prática atrelada à maioria dos sujeitos de DIP, não precisa ter uniformidade, mas 99% dos sujeitos de DIP agindo daquela forma) num determinado contexto histórico e espacial de uma conduta (caráter temporal). Elemento subjetivo ideia de caráter intrapessoal, como sendo prática reiterada e constante, aceita como direito na sociedade internacional. A maioria da doutrina diz que com esse elemento subjetivo, os Estados têm certeza de que estão cumprindo uma obrigação legal, por isso tem a força de imposição normativa para costume internacional. 
· Meio de determinação: Como uma lei ingressa no universo jurídico? Promulgação ou sanção. Quando um tratado ingressa no mundo jurídico? Quando os Estados ratificam. Um tratado assinado ou não ratificado tem força normativa? Pode dar origem a um costume internacional. Convenção da Plataforma Continental do Mar do Norte de 1.969 não foi ratificada (não tem força de tratado), os Estados tiveram elemento material e subjetivo, logo, considerou um costume internacional, que deve ser cumprido. A primeira forma de determinação são os tratados não ratificados, mas que os Estados venham a se comportar dessa forma. Figuras de tribunais de exceção: Valoração muito importante no contexto internacional que gera uma restrição da soberania do Estado – exemplo nazismo e tribunais de exceções. O terceiro modo de determinação são os tribunais consultivas: modo de interpretar o direito a partir da opinião interpretativa dos Tribunais Internacionais. 
c) Princípios gerais de Direito:
· Problemática do conceito
· Conceito: é o resquício de direito natural na atual ordem jurídica. Aquilo eterno, imutável, universal. Segundo a Corte Internacional de Justiça, são os reconhecidos pelas nações civilizadas. Houve retificação em razão do cunho discriminatório, passando a ser princípios gerais do direito aqueles reconhecidos por todo o ordenamento jurídico. O principal é o princípio da boa-fé. 
FONTES AUXILIARES
d) Jurisprudência:
· Conceito: decisões reiteradas de órgãos colegiados. Qual jurisprudência é fonte de DIP? Jurisprudência internacional (Corte Internacional de Justiça, Tribunal do Mar, Tribunal Penal Internacional, Cortes de Direitos Humanos, Corte Europeia, Corte Interamericana e Corte Africana) só é feita por cortes internacionais. Se veicula por sentenças internacionais. Decisões nacionais das altas cortes são fontes de DIP? Em alguns casos, das supremas cortes ou das cortes constitucionais nacionais. Tem mais uma forma de determinar a fonte jurisprudencial do DIP. A próxima jurisprudência é a arbitragem internacional – restringir a soberania interna do Estado. Caso Strail Smelter (1941 EUA X CANADÁ). O Estado pode fazer o que quiser dentro do seu território desde que não afete bens, pessoas e animais localizados em outro Estado. Caso Lago Lancux (1957 ESPANHA X FRANÇA). Os Estados têm soberania sobre a sua bacia hidrográfica, desde que não afetem as potencialidades dessa bacia para outro Estado.
e) Equidade: equidade é ética, bom-senso e justiça. A premissa para o Juiz nacional julgar pela equidade é uma lacuna do direito. O segundo pressuposto da equidade é a aquiescência das partes – concordância expressa dos sujeitos de DIP em conflito. Das fontes auxiliares, essa é a mais importante, porque a justiça tem relevância no contexto internacional.
f) Analogia: lacuna das fontes principais que se adeque aos exatos contornos do caso, mas a existência de outra norma que supre a lacuna, inda que superficialmente.
g) Doutrina: não é mais aplicada, não é mais fonte, só é meio de determinação do direito fora do ambiente jurídico. Serve para compreender certos institutos, mas não serve para aplicação de DIP.
NOVAS FONTES
h) Atos unilaterais de organizações internacionais: veiculação de ações de organizações internacionais que geram direitos e obrigações para os sujeitos de DIP – são as resoluções obrigatórias e os laudos de órgãos de solução de controvérsias. 
	Jurisprudência internacional
	Atos unilaterais de organizações
	Jurisprudência Estrangeiras
	Cortes Internacionais
	Órgãos de organização internacional que faz.
	Cortes Nacionais de outros Estados fazem
	Sentenças Internacionais
	Resoluções e laudos
	Sentença estrangeira
· Sem homologação.
11 E MARÇO DE 2020
i) Atos unilaterais de Estados: são atos governamentais que geram obrigações internacionais. Ato governamental é diferente de ato de Estado. Ato de Estado é exercício da soberania externa, que gera obrigação internacional. Por exemplo, ratificação de tratado. Atos governamentais gera obrigações internas. 
· A primeira consequência é que é exercício de soberania interna, que vai gerar uma obrigação internacional. 
· Um exemplo é o reconhecimento de um novo estado ou sua independência, gera obrigações internas – estabelecimento de relações comerciais.
· A segunda consequência é a maneira/exemplo de conduta a ser seguido pelos Estados., é a Teoria Dominó. Pode gerar outra fonte que é o costume internacional.
j) Soft Law: direito maleável, plástico e flexível. Nesse sentido, o conceito é ser uma norma que não gera obrigação internacional. Em última análise, não é norma jurídica, é uma norma moral. É uma fonte importante, mas não é formal, tem cunho moral. A norma moral (soft law) gera modelo de conduta e modelo de convencimento para os Estados de que aquela temática é importante. Teoria recente (década de 50) consolidada em 1970. Os Estados têm noção da importância do tema, mas não estão preparados para se vincular à uma obrigação internacional. É um momento anterior a firmação do tratado.
· Exemplos: é materializada nas declarações. Declaração dos Direitos Humanos e Declaração de Estocolmo. 
DIREITO DOS TRATADOS
1. A importância dos Tratados: Declaração de Viena de 69 e 86 e Constituição Federal. A importância dos Tratados recai por ser uma fonte formal (escrita) que vem atrelada na perspectiva de todos os sujeitos de DIP compreenderem qual é a obrigação ou direito internacional. O direito dos tratados é atrelado ao pacta sunt servanda. É importância diante da proliferação dos tratados no ambiente internacional desde a finalização da segunda guerra mundial, com a consolidação das organizações internacionais. As organizações internacionais servem como foro de negociação para os tratados. Outro ponto que ajuda na proliferação do direito dos tratados é a sua codificação. Não existe código, mas a doutrina também pontua, instrumentalizado na convenção de Viena de 1969 e de 1986.
2. Noção de Tratado: prevista no art. 2 da Convenção de Viena de 1.969. Tratado é todo acordo formal que garante direitos e obrigações para Estados e Organizações Internacionais. 
3. Terminologias: é um costume, não é uma regra. Trabalha-se a partir da matéria do tratado. O termo genérico é tratado, mas existem termos específicos a depender da matéria do tratado.
· Tratado é diferente de declaração.
· Todo tratado é internacional.
a) Ajuste/arranjo/memorando: termo de tratado atrelado a matérias de menor importância. Aqueles tratados que contam com apenas dois sujeitos de DIP. Exemplo: ponte entre Brasil e Argentina, pintura para separar a jurisdição de cada um.
b) Acordo: utilizada na matéria comercial. Exceção do acordo de Paris que trabalha com questões climáticas.
c) Carta: criação de organização internacional. 
d) Concordata: tratado que tem matéria religiosa, uma das partes desse tratado deve ser a Santa Sé - Vaticano.
e) Pacto ou convenção: tratados cuja matéria é de direitos humanos (com exceção da Convenções de Viena).
f) Protocolos: tratado que complementa outro tratado. É diferente de anexo.
4. Classificações:
a) Em relação ao número de partes:
i. Tratado Bilateral: dois sujeitos de DIP.
ii. Tratado Multilateral: 3 ou mais sujeitosde DIP. A carta somente pode ser realizada por tratado multilateral. 
b) Em relação ao meio utilizado para conclusão de um tratado:
i. Tratados em sentido estrito: é um tratado que, para sua conclusão, depende de dupla manifestação de vontade do sujeito de DIP – assinatura e ratificação.
ii. Tratados de forma simplificada: esse tratado deve ser necessariamente bilateral. É também chamado de troca de notas. Funciona quase como um contrato. Só tem uma única manifestação de vontade. Um presente faze assina, manda para outro que também assina, dessa parte em diante está concluso para produzir efeito. Nota do proponente (primeira fase) e nota de resposta (segundo presidente). A partir da conjugação dessas notas a troca de notas está completa e tem um tratado produzindo efeitos jurídicos. 
c) Em relação à sua execução no tempo: 
i. Tratado transitório: prevalece ao longo do tempo, mas tem sua execução em um dado período histórico. A transitoriedade não é em relação a sua vigência ou existência, apenas a execução. Ex. Tratado de demarcação de fronteiras: demarca apenas uma vez, mas o tratado está vigente e existe até hoje.
ii. Tratado permanente: sua execução se dá corriqueiramente ao longo do tempo de vigência. Exemplo: tratados de direitos humanos. 
d) Em relação à estrutura de execução (somente tratados multilaterais):
i. Tratados mutalizáveis: aquele que permanece existindo e sendo executado se alguma das partes sair. Ex. Acordo de Paris e União Europeia.
ii. Tratados não mutalizáveis: a execução fica impossível ou obstruída caso uma das partes descumpra ou se retire do tratado. Tratado da Antártida. 
e) Em relação à natureza jurídica:
i. Tratado-Lei: não existe interesse das partes ou interesse subjetivo do Estado. Há negociação, mas protege valores essenciais à comunidade internacional. Lida com interesses ligados à segurança nacional e questões internas territoriais. 
ii. Tratado-Contrato: as partes têm interesse subjetivo e partilha da ideia de ganhos e perdas.
f) Em relação à adesão posterior (cláusulas finais de um tratado):
i. Tratados abertos: se não houver disposição em contrário, o tratado é aberto. Admitem adesão posterior à vigência. Quando o tratado for carta, pode prever requisitos especiais para entrada posterior.
ii. Tratados fechados: não admite adesão posterior.
18 de março de 20
O Presidente ratificando e não internalizando: não gera obrigação interna.
Formação dos Tratados:
Internalização dos Decretos:
· A reserva é uma declaração unilateral do Estado que consente em descumprir alguns dos termos do Tratado. Não gera obrigação internacional para o Estado. A reserva está no art. 2, parágrafo 3 da Convenção de Viena de 69. É preciso analisar se a reserva é permitida. São três hipóteses: a) se nas cláusulas finais do Tratado estiver expresso que o Tratado não aceita reservas; b) possibilidade de oposição de reservas, o Tratado determina o que pode e o que não pode ser objeto de reservas e c) não é permitido a oposição de reservas em relação ao objeto do Tratado. 
a) Infraconstitucional: regra geral, a partir do decreto internacional, é internalizado de forma infraconstitucional, no patamar de Lei – pirâmide de Kelsen. Faz controle de legalidade.
b) Emenda Constitucional: Os tratados de Direitos Humanos (art. 5, parágrafo 3 da CF) possuem quórum de Emenda à Constituição a partir da vigência da EC 45/2004, por isso, esses tratados, vigentes a partir de 2004, entram com caráter de Emenda Constitucional e fazem controle de constitucionalidade.
c) Supralegal: são aqueles anteriores à 2004 que não puderam entrar no patamar de emenda constitucional. Fazem controle de Convencionalidade, já que possuem normas convencionais. Ex. Pacto de São José da Costa Rica.
· Adesão: só é possível para tratados abertos. Sinônimo de ratificação – ato governamental que o Estado se coaduna na responsabilidade internacional. O Estado vai adentrar aos termos do Tratado. A negociação é depois da fase de assinatura, somente Estado que negociaram e assinaram os Tratados, são os que ratificarão os Tratados. Sendo assim, a ratificação pressupõe que o Estado tenha negociado e assinado essa negociação. A adesão é ingresso no bojo do Tratado posteriormente ao momento da ratificação e consequentemente negociação e assinatura – é uma entrada extemporânea. 
23 de março de 2020
1. Depósito: para o Tratado se dar por ratificado e dar início à obrigação internacional, é preciso ter a publicação da Lei. Essa publicação não é só interna, mas também externa. Por exemplo, o Acordo do Paris, uma vez que o Brasil decidiu fazer parte dele, considerando a existência de 198 Estados, o Brasil deveria imprimir 197 ratificações desse acordo e enviar aos outros países, mas é preciso algo mais descomplicado, elege-se um Estado como depositário desse Tratado, visando garantir publicidade do instrumento de ratificação. A partir do depósito, é atrelada a publicação à um Estado ou Organização Internacional. O depósito é para garantir a publicação do acordo. Pode ser um Estado ou uma Organização Internacional. O depositário é quem fez, em seu bojo, o processo de negociação. Depósito é um instrumento que vai fazer a publicidade os instrumentos e o depositário é pra quem manda o instrumento, podendo ser Estados ou Organizações Internacionais.
 
2. Vigência de Tratado: a Escada Ponteana diz que deve partir do pressuposto de existência, validade e eficácia para uma norma ser atrelada ao mundo jurídico. Na existência tem que ter objeto, agente e forma. Para ter validade, o objeto deve ser lícito, possível e determinado/determinável, o agente deve ser competente e a forma deve ser prevista ou não prescrita em lei. A eficácia é atributo do fato social, que converge com relação a possibilidade do que está na lei. O tratado perfeito que enseja responsabilidade internacional, é aquele que pressupõe tudo isso. Quando inicia a reponsabilidade internacional? A vigência não está na escada Ponteana, mas está atrelada ao início da vigência do tratado, que não é o momento da formação do tratado perfeito, porque esse pressupõe a ratificação. Da ratificação também não há vigência. Nas cláusulas finais do tratado, pode ser designado no Tratado, data alternativa para o inicio da vigência, diferente da sua ratificação. 
· Vigência diferida: início da vigência é outro que não aquele da ratificação. Tem um período entre a ratificação e a vigência do Tratado. Está nas cláusulas finais do Tratado. O início da vigência vai ser designado a partir das cláusulas finais, que, por sua vez, trazem quando ou a condição que se dará o inicio da vigência.
· Se as cláusulas finais não falam nada, presume-se que o início da vigência é da data da ratificação do Tratado.
· Aplicação provisória: a possibilidade, ainda que o Tratado não esteja no início da vigência, que o Estado esteja obrigado internacionalmente. Art. 24 e 25 da Convenção de Viena de 69. No caso do Brasil, existe reserva a esses artigos, ou seja, a vigência do tratado só existe quando for efetiva, nos termos da cláusula do contrato – não existe aplicação provisória.
3. Extinção de Tratado: finalização da responsabilidade internacional. Essa extinção ocorre:
a) Por vontade comum das partes: a cláusula final pode prever um prazo para a existência do tratado.
b) Alteração das circunstâncias que ensejaram a reponsabilidade internacional: exemplo, China diante da corona vírus. Pode ser por caso fortuito e de força maior.
c) Vontade unilateral: finaliza a obrigação apenas para o Estado que quer sair, não enseja a finalização do tratado. A vontade unilateral de sair se chama denúncia. 
· Denúncia é ato unilateral pela qual manifesta-se o interesse em não mais participar do Tratado. Tem procedimento próprio, qualquer estado pode querer sair. 
· Procedimento: o Estado que deseja sair, vai encaminhar a sua denúncia para aquele que é o depositário dos instrumentos de ratificação do Tratado. Nesse momento, ainda está atrelado à responsabilização internacional. A partir da formalização do instrumento da denuncia,o Estado ainda fica vinculado por 12 meses. Pode ter vinculação maior? Sim, desde que previsto nas cláusulas finais. Pode existir denúncia parcial? Sim, pois poderia ter denúncia total e ingresso novamente com aplicação de reservas. Todavia, não pode ter obstrução para reserva dessas cláusulas. É ato privativo e discricionário do Presidente da República, não precisa de autorização legislativa.
25 e 30 de março
Teorias que explicam as relações entre o direito interno e o direito internacional público.
· Existem duas teorias, a dualista e monista. Não existem consenso entre os Estados e na comunidade internacional. A discussão consiste em saber se depois da ratificação do tratado precisaria da edição de ato para internalização do tratado? 
1) Corrente monista: o DIP e direito interno são da mesma ordem jurídica. O Direito Interno e DIP fazem parte da mesma órbita jurídica. Unidade no conjunto das normas jurídicas de DIP e Direito Interno. São duas ordens jurídicas que podem se sobrepor – uma pode estar numa escala hierárquica acima da outra. O problema é qual ordem jurídica deve prevalecer em caso de conflito? Para solucionar, é preciso se socorrer na Constituição. Teorias que estabelecem tal critério:
a) Monismo nacionalista: foi desenvolvido por Hegel. Monismo nacionalista significa de primazia do Direito Interno em face do Direito Internacional, primeiro porque inexiste autoridade supraestatal capaz de obrigar o Estado ao cumprimento da norma, segundo que sem ordem jurídica interna, não existe tratado – a própria existência dos Tratados (norma típica de DIP) depende de regulamentação interna. 
b) Monismo internacionalista: foi desenvolvido pelo Kelsen. O DIP garante o fundamento de validade e de existência de Direito Interno. Só existe Estado porque existe DIP. Sustenta que todas as ordens jurídicas internalizadas precisam ser compatibilizadas com o DIP. Se esse monismo fosse abraçado, haveria a desnecessidade de instrumentos de internalização no DIP.
c) Monismo moderado: criado por Verdross. As normas de DIP devem ser o fundamento do Direito Interno, mas não devem contrariar a constituição do Estado. Primado do DIP frente aos atos normativos infraconstitucionais. As fontes de DIP são menores que a Constituição do Estado. Primazia absoluta da Constituição. 
2) Corrente dualista: o Direito Interno é uma ordem jurídica autônoma do DIP. Teoria desenvolvida por Triepel e Anzilotti. Significa que existe o DIP e o Direito interno para regulamentar o direito – são universos separados, não existem pontos de convergência. A Teoria diz que o DIP e o Direito interno são sistemas rigorosamente separados, independentes e autônomos, de tal modo que a validade jurídica de uma norma interna, não se condiciona ao DIP. O DIP regulamenta apenas os seus sujeitos e o Direito Interno regulamenta os sujeitos internos – os indivíduos, PJS etc. Não poderá ter conflitos entre eles, pois são distintos. Para essa teoria, a fonte de sua teoria seria a vontade dos Estados, que se fundamenta no pacta sunt servanda. A fonte do direito interno é a vontade imperativa do Estado sobre os particulares. São sistemas coordenados, não existe submissão entre eles. Essa concepção dualista emana do entendimento que o Tratado representa compromisso exterior do Estado, assim sendo, para um Tratado passara valer no âmbito interno, precisa do processo de internalização – será a questão do Decreto presidencial. O Tratado é a norma por excelência do DIP que não existe no Direito Interno, ou seja, vai depender de um instrumento normativo reconhecido pelo Brasil para processo de internalização (decreto presidencial) e em consonância com as demais disposições. 
· Para saber se um Estado é dualista ou monista, é preciso verificar onde está disposto na Constituição. No Brasil, não tem previsão constitucional – silente. Quem estabelece isso, no caso dessa omissão, é o STF – que, por sua vez, diz que somos monistas ou dualistas moderados. 
a) Tratados: Brasil é dualista moderado, porque a partir da ratificação do tratado, só entre em consonância na ordem jurídica do DIP. Para ensejar e regulamentar o Tratado, depende de Decreto. O Tratado não pode ser internalização já com a ratificação. A ratificação não vai fazer com que o tratado entre na ordem jurídica interna, em contrapartida, esse tratado adentra o direito interno via decreto presidencial. É só para INTERNALIZAÇAO DO TRATADO.
b) Outras fontes: monistas moderados. Sentença internacional e atos unilaterais das organizações internacionais. Quando o Tratado conflita com norma infraconstitucional, prevalece o DIP, mesmo com norma posterior – traria insegurança jurídica.
01 de abril de 2020.
Organizações Internacionais.
1. Histórico: surgem com a ampliação dos sujeitos de direito internacional público. Num primeiro momento, há somente os Estados como sujeitos de DIP. Sua origem coincide com os novos sujeitos de DIP, no momento de finalização da segunda guerra mundial. No primeiro momento de DIP não tem como existir OI, pois o Estado ainda está surgindo e se consolidando. Com a segunda guerra, fica estabelecido que é preciso compartilhar valores comuns para a sobrevivência da humanidade. Os Estados estão dispostos a compartilhar soberania em prol dessa sociedade internacional. As OI’s surgem com a concepção de cooperação e de solidariedade na sociedade internacional. A partir desses pressupostos, os Estados pegam parcela da sua soberania interna e vão fazer debates internacionais para o alcance de políticas públicas em comum. 
· O Estado não perde soberania, mas compartilha essa soberania. A organização internacional é formada por um ponto de compartilhamento, por vários países, das suas respectivas soberanias internas. As organizações internacionais fazem um compartilhamento de soberania em prol de objetivos comuns. Esse compartilhamento faz com que as organizações sejam entre Estados, ou seja, internacionais. Nenhuma organização está acima dos Estados.
· Uma organização internacional tem como pressuposto o multilateralismo – que significa que uma organização tem que ser formada por três ou mais Estados. A sociedade internacional, por intermédio do direito internacional, busca uma institucionalização em prol de garantia desse multilateralismo, para alcançar objetivos comuns e regras de caráter universal. Quanto maior o numero de Estados em uma organização, maior a incidência prática. Todos os Estados podem decidir sobre o alcance e conteúdo dessas regras de caráter universal. Nenhuma OI pode ser criada sem a existência dos Estados – o pressuposto de criação das OI é o Estado, sujeito originário de DIP.
a) Pressupostos de criação/surgimento das organizações internacionais: 
i. Cooperação e solidariedade. 
ii. Carta de criação.
iii. Objetivos: não pode ter caráter genérico.
iv. Estados no bojo de criação e funcionamento das organizações internacionais.
b) Objetivos: 
i. Garantir foro adequado para interação entre Estados para alcance de metas e objetivos comuns. 
ii. Institucionalização da sociedade internacional: a partir da criação de institutos na órbita jurídica internacional pode fazer com que existam regras de caráter universal. 
2. Marcos Históricos: os marcos históricos partem do pressuposto, que com o passar do tempo, os Estados perceberam a necessidade de formar alianças para buscar interesses comuns – é um cenário favorável para o começo das organizações internacionais vir a florescer. A OI vai ser efetivada como sujeito de DIP quando da criação da ONU, em 1945. Nesses marcos históricos não têm a OI como sujeito de DIP – é o embrião da OI como sujeito de DIP.
a) Primeiro Marco Histórico – 1804: criação de acordo de administração geral de concessão de navegação do Reno. Uma concessão de navegação para que os países devedores de Napoleão pudessem navegar no Reno. Instrumento que garantisse a paz e o comércio entre os Estados Europeus. Não tem personalidade jurídica, mas foi o primeiro momento de cooperação e solidariedade entre os Estados. 
b) Segundo Marco Histórico – 1815: concertode Viena – foi imprescindível para estabelecer bases de solidariedade entre os países vencedores da Guerra Napoleônica. O concerto de Viena foi crucial para estabelecer bases de paz no Continente Europeu, posteriormente às guerras napoleônicas, porque ali se possibilitaria que os Estados fizessem consultas diplomáticas e esforços para dirimir seus conflitos de forma pacífica. Aqui se efetiva a questão de foro pacífico para os Estados dirimirem controvérsias. 
· Nesse período, houve as organizações internacionais de primeira geração – o inicio da criação de um processo de institucionalização da sociedade internacional. Esse momento histórico é o ponto de transição entre os sistemas de Estados. 
· Os aspectos negativo foram que: a) o compartilhamento limitado de soberania, porque os Estados estão se criando, ou seja, não estão dispostos compartilhar soberania suficiente para criar personalidade jurídica para as OI; b) em decorrência do compartilhamento limitado de soberania, nesse momento, as OI não têm personalidade jurídica internacional, ou seja, não são sujeitos de DIP.
c) Terceiro Momento Histórico – Século 20: com o fim da primeira Guerra Mundial, surge o florescimento de duas grandes organizações internacionais: OIT e Liga das Nações. Organizações internacionais de segunda geração. Essas OI’s vieram do enteio de toda a sociedade civil internacional para que a solidariedade entre os povos pusesse fim as atrocidades que foram vivenciadas na primeira Guerra Mundial. Começam a se estabelecer as bases para criação das OI de cunho universal. Ainda não tem personalidade jurídica internacional, ou seja, ainda não é sujeito de DIP.
i. Organização Internacional do Trabalho: a primeira OI de cunho internacional. A OIT consolida direitos humanos de segunda geração, sociais, econômicos e culturais. 
ii. Liga das Nações: consolida cooperação entre Estados. Serve para garantir a paz, garantir a segurança internacional e ser um foro pacífico para dirimir controvérsias entre Estados. Tem cunho limitado aos países vencedores da primeira guerra mundial. Tem aspecto universal só para aqueles que venceram. 
06 de abril de 20
d) Quarto Momento Histórico – 1945: finalização da Segunda Guerra Mundial. Está atrelado às OI de Terceira Geração. Aqui se inaugura o DIP contemporâneo, porque é com a criação da ONU que garante personalidade jurídicas às OI. Em 24 de setembro de 1945 que ocorre a criação da ONU. Com o advento da segunda guerra mundial, presenciando a maior devastação já sentida pela sociedade, começou a observar a necessidade de maior nível de cooperação e solidariedade entre os Estados. Divide-se as OI por intermédio de objetivos em comum ou matérias em comum. 
· Regimento próprio para as OI: a partir da Convenção de Viena de 1986. Subsidiariamente a convenção de 69 se aplicava e antes disse os costumes internacionais. 
3) Conceito de organizações internacionais: uma livre associação entre Estados, criada por Tratado, respeitadas as normas de Direito Internacional Público, para a realização de funções e serviços. 
i. Livre associação significa que nenhum Estado é obrigado a fazer parte de uma OI, faz parte quem quer, quando quiser e até quando quiser. 
ii. Entre Estados quer dizer que, para ter a OI, precisa da junção da vontade de três ou mais Estados – multilateralidade. Pode ter livre associação entre as OI. Após a criação de OI, outra OI pode fazer parte dela. 
iii. Por Tratado: vai se chamar CARTA. Deve ter três ou mais Estados.
iv. Respeitadas as normas de DIP: regulamentação das OI por intermédio da Convenção de Viena de 86.
v. Realização de funções e serviços: previstas na carta constitutiva da Carta de criação. Vinculados aos objetivas da OI.
· Ideia de Instituição/entidade: tem algumas características próprias previstas nas cláusulas finais da própria carta constitutiva das organizações internacionais.
a) Estável: significa que possui estabilidade mundial e seu tratado constitutivo não tem prazo determinado, é ad eternum, a princípio.
b) Personalidade jurídica: sujeito de DIP.
c) Possui ordenamento jurídico próprio: evitar poderes arbitrários. Para desempenhar melhor suas funções e delimita-las. Onde ver o ordenamento jurídico próprio? É a sua carta constitutiva.
d) Órgãos próprios: teoria do órgão. Quando o Estado entra na OI, ele não pode escolher fazer parte de alguns órgãos e outros não. O órgão será previsto na carta constitutiva. Cada órgão pode ter seu regimento interno prevista no ordenamento jurídico.
· São organizações intergovernamentais: compartilhamento de soberania – Estados alcançam objetivos em comum. Não é supragovernamental, porque nesse caso teria uma ofensa à soberania dos Estados, não tem poder de coerção. Exceção: existem organizações intergovernamentais com órgãos supranacionais, que impõem via decisão da OI, modo coercitivo dos Estados cumprirem aquilo que eles se propõem – EU (única). 
· Diferença entre a criação de Estados e de Organizações Internacionais: o Estado é uma criação de fato, ou seja, não tem documento que ateste sua criação, observados os elementos constitutivos do Estado (soberania, povo e território), ele está criado – sujeito primário de DIP. As OI têm criação de direito, é preciso documento formal em consonância com o DIP – carta constitutiva – depende da concordância de três ou mais Estados – sujeitos secundários ou derivados de DIP.
08 de abril de 2020
4) Características gerais/centrais/globais das organizações internacionais:
a) Institucionalização das organizações internacionais: 
i. jurisdicionalização da sociedade internacional: poder jurisdicional é o poder de decidir, solucionar conflitos. Pressupõe a existência de órgão com poder de decisão. Cortes internacionais é uma organização feita só pra isso, mas toda OI tem o poder de decidir. Laudo/resolução/sentença independem de homologação pelo STJ – monismo moderado. 
	Órgão com poder de decidir dentro da OI. (órgãos de solução de controvérsias e órgãos de apelação)
	Cortes internacionais
	Não tem personalidade jurídica, não é sujeito de DIP.
	É uma OI, tem personalidade jurídica e é sujeito de DIP.
	A OI não foi criada para julgar Estados.
	Criadas somente para julgar os OI’s.
	Laudo ou resolução – decisão emitida pelos órgãos com poder de decidir.
	A emissão de sentenças.
	Ato unilateral – fonte de DIP.
	Jurisprudência internacional.
ii. Caráter coletivo de certos aspectos que antes estavam somente na seara dos Estados (eram decididos internamente): ideia de compartilhamento de soberania visando objetivos em comum para os Estados alcançarem políticas públicas harmônicas. A soberania compartilhada não é externa, mas sim interna – não viola o princípio, os Estados decidem em conjunto. A busca harmônica de políticas públicas depende de decisões intergovernamentais – assembleia geral.
b) Permanência: pressupõe-se órgão em caráter definitivo. Para existir OI, é preciso a característica de permanência, que pressupõe órgão chamado secretariado permanente, com sede fixa, duração indeterminada e personalidade jurídica própria.
· Secretariado: órgão da OI – uma vez extinto o secretariado, a OI deixa de existir. Todo secretariado tem sede fixa, que será especificamente onde está a sede da OI. Não tem personalidade jurídica de Direito Internacional Público, não é um sujeito, a personalidade jurídica é para responder por seus atos, apenas no âmbito da própria OI. Só tem estatuto interno, não tem carta constitutiva, ou seja, não pode ser OI. A chefia do secretariado é o secretário-geral.
c) Multilateralidade: se desdobra em três outras características.
i. Temporal: tempo indeterminado de duração: ad eternum. 
ii. Material: pode ter um ou mais objetivos na sua carta constitutiva.
iii. Dos membros: universal ou regional. As universais, em relação aos membros, não limitam a entrada do membro à alguma característica dele – qualquer um pode entrar pelo processo de adesão. Regional ainda é tratado aberto, em contrapartida, o membro que aderir precisa observar certos critérios, que não é únicoe exclusivamente geográfico.
13 de abril de 2020
5) Desenvolvimento do conceito político de organizações internacionais: 
a) Primeiro bloco (1945): vem atrelado à ideia de países desenvolvidos ocidentais e Austrália, Nova Zelândia e Japão. Num primeiro momento, só esses países faziam parte das organizações internacionais. Desenvolveram as OI de cunho universal. O meio de tomada de decisões da OI era de maioria absoluta.
b) Segundo bloco (1989): países que compunham o bloco da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS. Desenvolveram, quando da existência da URSS, OI intrabloco. Quando acabou a URSS, esses países começaram a adentrar as organizações dos países de primeiro bloco. 
c) Terceiro bloco (2000): países em desenvolvimento ou em menor desenvolvimento. Adentram a partir do processo de descolonização repercute a partir do ingresso dessas antigas colônias as organizações internacionais de cunho universal. 
· A partir do ingresso dos países de segundo e terceiro bloco, as decisões de maioria absoluta tomadas no âmbito das organizações internacionais de cunho universal passaram a ser tomadas de maioria absoluta para consenso. 
6) Responsabilidade internacional das organizações internacionais: 
a) A OI tem responsabilidade internacional, porque é sujeito de DIP – possui direitos e deveres.
b) Responde pelo exercício irregular das suas competências, que estão previstas no seu tratado constitutivo.
c) A Comissão de Direito Internacional desenvolve o tema da responsabilidade internacional. A partir de 2003 começou a emitir relatórios sobre a responsabilidade das OI’s. 1º, 2º e 3º relatórios. 
i. O primeiro relatório fala que as OI’s, quando incorrerem em ilícito internacional (DIP ou seu tratado constitutivo), por ação ou omissão, pode ser responsabilizada.
ii. O segundo relatório estabelece que se aplica a teoria do órgão para a organização internacional, que diz que a conduta de um órgão ou funcionário de qualquer OI, no exercício da função da organização, deve ser considerado como ato da própria organização, para fins de responsabilidade. 
iii. O terceiro/quarto/quinto relatório estabelece que a OI pode ser responsabilizada se ocorrer a violação do JUS COGENS

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