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Apostila Autismo Infantil, Sindrome de Asperger e Rett

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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE 
MINAS GERAIS 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
Coordenação Pedagógica – IPEMIG 
 
AUTISMO INFANTIL, SÍNDROME DE 
ASPERGER E RETT 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
 
 
AUTISMO 
 
 
http://www.elcorreodelsol.com/sites/default/files/styles/foto_articulo/public/blogs/Miguel%20Jara
/autismo1.jpg?itok=_HjU2Cb9 
 
A palavra autismo se origina do grego "auto” que significa "próprio". A 
criança autista parece em si mesma, pouco reagindo ou respondendo ao 
mundo que a rodeia. O autismo significa que o mundo não faz sentido. O 
mundo não forma os padrões necessários de símbolos interligados que torna a 
vida compreendida para essas crianças. As experiências sensoriais chegam à 
sua mente a toda hora como uma língua estranha que ela nunca ouviu. 
A etiologia é desconhecida, mas acredita-se em alteração orgânica 
metabólica. 
De 10.000 crianças há de 4 à 5 casos com menos de 12 ou 15 anos. 
Com retardo mental severo, a taxa pode subir para 20 casos em 10.000 
 
 
crianças. E é 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas; porém as 
meninas são mais seriamente acometidas. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
http://www.culturamix.com/wp-content/gallery/o-que-e-autismo-2/o-que-e-autismo-7.jpg 
 
O autismo é uma síndrome de etiologia puramente orgânica, para qual 
existem, presentemente, três definições que podemos considerar como 
adequadas: 
 A da ASA - American Society for Autism (Associação Americana de 
Autismo) 
 A da Organização Mundial de Saúde, contida na CIS-10 (10a. 
Classificação Internacional de Doenças) de 19991; 
 
 
 A do DSM-IV - diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders 
(Manual Diagnóstico e estatístico dos distúrbios Mentais), da Associação 
Americana de Psiquiatria. 
 
A definição da ASA desenvolvida e aprovada em 1997, por uma equipe 
de profissionais conhecidos pela comunidade científica mundial, por seus 
trabalhos, estudos, pesquisas na área do autismo é resumidamente, a 
seguinte: 
1 - “O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de 
maneira grave por toda a vida. Acomete cerca de vinte entre cada dez mil 
nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que em meninas. 
Não se conseguiu até agora provar nenhuma causa psicológica, no meio 
ambiente destas crianças, que possa causar a doença”. 
 Os sintomas, causados por disfunções físicas do cérebro, são 
verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o 
indivíduo. Incluem: 
 1o - Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais 
e linguísticas. 
 2o - Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais 
afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de 
manter o corpo. 
 
 
 3o - Fala ou linguagem ausentes ou atrasados. Certas áreas específicas 
do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de 
ideias. Uso de palavras sem associação com o significado. 
 4o - Relacionamento anormal com os objetos, eventos e pessoas. 
Respostas não apropriadas a adultos ou crianças. Uso inadequado de objeto e 
brinquedos. " 
 
http://todossomosuno.com.mx/portal/wp-content/uploads/2013/08/autismo-06.jpg 
2 - Segundo a CID-10, é classificado como F84-0, como "Um transtorno 
invasivo de desenvolvimento, definido pela presença de desenvolvimento 
anormal e/ou comprometimento que se manifesta antes da idade de 3 anos e 
pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas: de 
interação social, comunicação e comportamento restrito e receptivo. O 
transtorno ocorre três a quatro vezes mais frequentemente em garotos do que 
em meninas. " 
 
3 - O DSM-IV apresenta o seguinte critério de diagnóstico: 
A. Se enquadrar em um total de seis (ou mais) dos seguintes itens: 
 
 
(1) Comprometimento qualitativo em interação social, com pelo 
menos duas das seguintes características: 
a) Acentuado comprometimento no uso de múltiplos 
comportamentos não verbais que regulam a interação 
social, tais como contato olho a olho, expressões faciais, 
posturas corporais e gestos; 
b) Falha no desenvolvimento de relações interpessoais 
apropriadas à idade; 
c) Ausência da busca espontânea em compartilhar de 
divertimentos, interesses e empreendimentos com outras 
pessoas 
 (2). Comprometimento qualitativo na comunicação, em pelo menos 
um dos seguintes itens: 
a) Atraso ou ausência total no desenvolvimento da fala 
(sem a tentativa de compensá-la por meio de 
comunicação por gestos ou mímicas); 
b) Acentuado comprometimento na habilidade de iniciar e 
manter uma conversação, naqueles que conseguem 
falar; 
c) Linguagem estereotipada, repetitiva ou idiossincrática; 
d) Ausência de capacidade, adequada à idade, de realizar 
jogos de faz-de-conta ou imitativos. 
 (3). Padrões de comportamento, interesse ou atividades repetitivas 
ou estereotipados, em pelo menos um dos seguintes aspectos: 
 
 
a) Preocupação circunscrita a um ou mais padrões de 
interesse estereotipados e restritos, anormalmente, tanto 
em intensidade quanto no foco; 
b) Fixação aparentemente inflexível em rotinas ou rituais 
não funcionais; 
c) Movimentos repetitivos e estereotipados 
d) Preocupação persistente com partes de objetos. 
B. Atraso ou funcionamento anormal, antes dos três anos, em pelo menos 
uma das seguintes áreas: interação social, linguagem de comunicação 
social e jogos simbólicos ou imaginativos. 
C. O distúrbio não se enquadra na síndrome de Rett ou no Distúrbio 
Desintegrativo da Criança. 
 
http://elpsicoasesor.com/wp-content/uploads/2015/05/El-autismo-se-genera-por-una-
lesi%C3%B3n-ps%C3%ADquica.jpg 
O Autismo pode ocorrer isoladamente ou em associação com outros 
distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro, tais como Síndrome de 
 
 
Down e epilepsia. Os sintomas mudam e alguns podem até desaparecer com a 
idade. 
O Q.I de crianças autistas, em aproximadamente 60% dos casos, 
mostram resultados abaixo dos 50,20% entre 50 e 70 e apenas 20% tem 
inteligência maior do que 70 pontos. 
O Portador de Autismo tem uma expectativa de vida normal. 
Formas mais grave podem apresentar comportamento destrutivo, 
autoagressão e comportamento agressivo, que podem ser muito resistentes às 
mudanças. 
O Autismo jamais ocorre por bloqueios ou razões emocionais, como 
insistiam os psicanalistas. As causas são múltiplas. Algumas já têm sido 
relacionadas, como: fenilcetonúria não tratada, viroses durante a gestação, 
principalmente durante os três primeiros meses (inclusive citomegalovirus), 
toxoplasmose, rubéola, anoxia e traumatismos no parto, patrimônio genético, 
etc. Ultimamente, pesquisas mostram evidências de aparecimento do autismo 
após aplicações da vacina tríplice. 
 
 
 
 
 
 
FISIOTERAPIA E TERAPIAS 
 
http://boaformaesaude.com.br/wp-content/uploads/2016/01/20151209_73450_autismo.jpg 
 A atuação fisioterápica só é dada as crianças autistas com atraso motor, 
onde são trabalhadas todas as fazes motoras até a marcha livre, estimulando 
as etapas do desenvolvimento normal, prevenindo deformidades e dando 
orientação familiar. Caso contrário existe algumas terapias na qual a criança 
deve se identificar. 
 
 
 
 
 
 
 
TERAPIAS 
 
http://www.diarioelranco.cl/wp-content/uploads/2015/04/Autismo-0-orig.jpg 
MÉTODO DE DOMAN 
A forma de trabalhar uma criança pode seguir muitos métodos distintos. O 
método adequado depende muito do terapeuta e também das condições e 
capacitações da criança. 
Uma observação inicial que pode ser feita é que assim como a flor nasce, 
o peixe nada e os pássaros cantam, a criança deve engatinhar andar e falar, 
nesta sequência. São seus impulsos naturais. Quando ela falha no seu 
desenvolvimento esta também deve ser a sequência a ser seguida no seu 
trabalho terapêutico, segundo apreciação do Dr. Doman, notável especialista 
 
 
americano, que depois de trabalhar, duranteanos, com crianças deficientes, 
segundo os métodos então tradicionais, chegou a uma conclusão 
absolutamente espantosa: "As crianças que tinham permanecido sem 
tratamento estavam incomparavelmente melhores do que as tratadas por nós". 
Buscando razões deste fracasso, através da observação, que as mães que não 
lhe deram ensejo de imobilizar os filhos pelo tratamento, levaram-nos para 
casa, puseram-nos no chão e permitirá que eles fizessem o que lhes 
aprouvesse. Estas crianças, por instinto, passaram a rastejar, engatinhar, 
obtendo melhoras consideráveis. 
O seu método nasceu daí e visa estimular a evolução natural da criança. 
Este método tem muito seguidores no Brasil, prevê um programa de exercícios 
que chega a ser extenuante, mas que tem se revelado eficaz. 
 
HOLDING TERAPY 
A terapia do abraço vem sendo empregada e defendida com crescente 
entusiasmo por um grupo bastante numeroso. A revista Communication da 
National Autistic Society de junho de 89 apresentou um artigo de Michele 
Zappella (Psiquiatra) e John Richer (Pediatra) que resumimos a seguir. 
O holding é uma forma de intervenção intrusiva cujo objetivo é reduzir o 
isolamento social, aumentar a comunicabilidade e desenvolver laços de união. 
O holding deve ser sempre parte de um pacote maior de terapias, mas parece 
ser uma eficiente terapia para desenvolver as condições da maioria das 
 
 
crianças autistas e de remover comportamentos indesejáveis. Welch 
desenvolveu esta forma de terapia como parte de uma ampla abordagem. 
Ainda não está claro como o Holding atua, porque a eficácia depende de 
quem a aplica e qual a inter-relação com as demais terapias aplicadas 
simultaneamente. O fato é que se obtêm resultados, independente de 
gravidade do autismo. Vamos dar um exemplo: 
"Uma criança com 1 ano e meio foi diagnosticada como autista e colocado 
em um programa de um hospital escola, onde ficava a maior parte do dia com 
outras crianças autistas. Depois de dois anos ela se apresentava seriamente 
retardada e com comportamento fortemente autístico, com péssimo 
prognóstico. Foi submetida então a tratamento envolvendo interações físicas 
acentuadas, com Michele Zappella. Depois de 6 meses o comportamento 
social da criança estava dentro da faixa normal da idade. Este exemplo é uma 
ilustração e não pode, evidentemente, ser apresentado como evidência." 
Deve ser lembrado. Inicialmente, que existem muitas variações de terapia 
do abraço. De um modo geral, porém são elementos comuns: 
 O adulto mantém a criança abraçada mesmo que ela se oponha e 
lute para se livrar, até que ela se acalme e relaxe. 
 O adulto deve manter o controle da criança 
Uma seção atípica apresenta os seguintes passos: 
 Inicialmente a criança pode ficar quieta, mas a seguir começa a 
se debater. Os pais continuam a abraçá-la. 
 
 
 A criança se debate mais e mais e ocasionalmente começa a 
gritar. Os pais mantém o abraço. 
 Os ciclos de luta, gritos e aquietamentos podem de estender até 
por mais de uma hora. 
 
http://cuidadoinfantil.net/wp-content/uploads/8-DE-SETIEMBRE_JUGUETES.jpg 
Durante, em especial, as seções iniciais, a criança se enraivece mais, 
então soluça, depois relaxa e se amolda ao corpo dos pais. A partir de então a 
criança se torna mais comunicativa, aconchegante e aberta. 
A insistência em confrontar a criança é uma importante característica do 
HOLDING. A intervenção é realizada mantendo a criança em contato estreito, 
fixando-lhe o olhar, beijando-a e falando com ela (Alguns usam um fundo 
musical). 
 
 
Zappella aplicou a terapia a 50 crianças autistas, com idade de 3 a 15 
anos, envolvendo a família e tendo como base a terapia do abraço. Ela registra 
que 12% se normalizaram após dois anos, 18% perderam o comportamento 
autístico e 44% apresentaram progressos moderados e 26% não 
demonstraram resultados. J. Prekop, na Alemanha reportou resultados 
similares. Ela também comparou o desenvolvimento destas crianças com 
outras que não tinham sido submetidas ao HOLDING, concluindo que, 
relativamente, fizeram maior progresso. 
 
HIPOTERAPIA 
 
https://www.ssmaule.cl/minsal/wp-content/uploads/2015/11/HIPOTERAPIA.jpg 
 
 
 
Essa atividade ajuda a fornecer balanço e força e requer o uso de suas 
mãos, portanto minimiza os movimentos estereotipados das mãos e aumenta o 
uso das mesmas. 
O autista ganha controle, trazendo confiança e satisfação. 
MUSICOTERAPIA 
 
http://pequenosemfoco.files.wordpress.com/2014/05/music-baby1.jpg?w=698 
A musicoterapia é um método muito eficaz. A música promove o 
relacionamento entre o paciente e o terapeuta, que aproveita, na terapia tudo 
que possa provocar algum ruído, som, ou mesmo movimento. 
A musicoterapia também utiliza o próprio corpo do paciente. No início, o 
terapeuta espera que o autista se expresse de algum modo, um piscar de 
olhos, um som, um gesto qualquer. O terapeuta, então, repete o gesto ou emite 
o mesmo som, tentando estabelecer uma comunicação com o paciente. Ao 
 
 
mesmo tempo, procura mostrar ao autista que ele será aceito, não importa a 
maneira como aja. 
Se o autista retribui a mensagem, a primeira comunicação está feita. Ele 
começa a se comunicar com os outros. Ele, agora, vê o mundo e o 
compreende. 
 Crescimento da independência escolhendo músicas e atividades 
 Comunicação (atividades musicais através de símbolos). 
 Desenvolvimento da autoimagem e da autoestima. 
 Estimulação pelo contato expressivo dos olhos. 
 Desenvolvimento da vocalização através da música. 
 Aumento do uso proposital das mãos enquanto toca os 
instrumentos 
 Aumento da socialização através da participação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.minhasaudehapvida.com.br/images/autismo-1024.jpg 
 
A musicalidade induz ao relaxamento que facilita na liberdade de 
movimentos e expressão. 
Nem todo autista tem um atraso motor, mas o que tiver deve-se trabalha 
esse atraso até a marcha livre. 
TRANSTORNOS GLOBAIS DO 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
 
http://autismodiario.org/wp-
content/uploads/2012/11/projectosfad.jpg.pagespeed.ce.4SoI03v4Ly.jpg 
 
Os transtornos globais do desenvolvimento incluem um grupo de 
condições nas quais há atraso ou desvio no desenvolvimento de habilidades 
sociais, linguagem, comunicação e repertório comportamental. 
Crianças afetadas exibem interesse intenso idiossincrático em uma 
estreita gama de atividades, resistem à mudança e não respondem de maneira 
adequada ao ambiente social. Esses fatores se manifestam cedo na vida e 
causam disfunção pertinente. 
 
TRANSTORNO AUTISTA 
 
 
 
O transtorno Autista (historicamente chamado de autismo infantil 
precoce/ autismo da infância ou autismo de Kanner) é caracterizado por 
interação social recíproca anormal, habilidades de comunicação atrasadas e 
disfuncionais e um repertório limitado de atividades e interesses. 
 
PREVALÊNCIA 
 
A taxa é de cinco casos por 10 mil crianças. O início do transtorno ocorre 
antes dos 3 anos de idade, ainda que possa não ser reconhecido até a criança 
ser muito mais velha. 
 
DISTRIBUIÇÃO POR SEXO 
 
É 4 a 5 vezes mais frequente em meninos do que em meninas. Meninas 
com transtorno autista têm maior probabilidade de apresentar um retardo 
mental grave. 
 
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE 
 
 
 
http://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/imagemTopo/autismo533300.png 
 
Segundo Kanner poderia ser consequência de mães muito “geladeiras”, 
porém não há validade de tal hipótese. 
 
FATORES PSICOSSOCIAIS E FAMILIARES 
 
Essas crianças podem responder com sintomas exacerbados a 
estressores psicossociais, incluindo discórdia familiar, nascimento de um novo 
irmão ou mudança familiar. 
 
 
FATORES BIOLÓGICOS 
 
 
 
Cerca de 75% das crianças afetadas apresentam um retardo mental. Um 
terço tem retardo mental leve a moderado e perto da metade tem retardo 
mental grave ou profundo (essas crianças apresentam déficits maisimportantes no raciocínio abstrato no entendimento social e em tarefas verbais 
do que em tarefas de desempenho). 
Podem apresentar também: 
 Convulsões; 
 Aumento ventricular; 
 Anormalidades eletroencefalográficas. 
 
FATORES GENÉTICOS 
 
Entre 2 e 4% dos irmãos de crianças autistas também tinham transtorno 
autista, uma taxa 50 vezes maior do que na população geral. 
 
 
 
FATORES IMUNOLÓGICOS 
 
 
 
http://www.somostodosnos.com.br/wp-content/uploads/2015/04/autismo.jpg 
 
Incompatibilidades imunológicas (anticorpos maternos transferidos ao 
feto) podem contribuir para o transtorno autista. Os linfócitos de algumas 
crianças autistas reagem com anticorpos maternos, o que levanta a 
possibilidade de que tecidos neurais embrionários ou extraembrionários 
possam ser danificados durante a gestação. 
 
FATORES PERINATAIS 
 
Uma incidência de complicações perinatais mais alta que o esperado 
parece ocorrer em bebês mais tarde diagnosticados como autistas. 
Sangramento materno após o primeiro trimestre. No período neonatal, estas 
têm uma alta incidência de síndrome de sofrimento respiratório e anemia 
neonatal. 
 
FATORES NEUROANATÔMICOS 
 
 
 
Estudos de RM comparando indivíduos autistas e controles normais 
demonstraram que o volume cerebral total era maior entre os primeiros, 
embora crianças com um retardo mental grave em geral tenham cabeças 
menores. O volume pode sugerir: neurogenese aumentada, morte neuronal 
diminuída e produção aumentada de tecido cerebral não neuronal, como 
células gliais ou vasos sanguíneos. Acredita ser que o lobo temporal seja uma 
área crítica de anormalidade cerebral no transtorno autista. 
 
FATORES BIOQUÍMICOS 
 
Em algumas crianças autistas, altas concentrações de ácido 
homovanílico (principal metabólito da dopamina) no liquido cerebrospinal (LCS) 
estão associados a aumento do retraimento e estereotipias. 
 
CARACTERISTICAS FISICAS 
 
Crianças com transtorno autista costumam ser descritas como atraente e 
a primeira vista, não apresentam nenhum sinal indicando o problema. Podem 
apresentar malformações das orelhas, uma vez que a formação das orelhas se 
dá quase ao mesmo tempo em que a formação de porções do cérebro. 
 
 
Também apresentam uma incidência mais alta de demartoglifia anormal 
(impressões digitais) do que a população em geral. 
 
CARACTERISTICAS COMPORTAMENTAIS 
 Apresentam prejuízos qualitativos na interação social: não 
apresentam sinais sutis com os pais e outras pessoas. 
 Não apresentam contato visual ou o mesmo é muito pobre. 
 Não reconhecem ou não diferenciam as pessoas mais 
importantes em sua vida. 
 Podem apresentar ansiedade extrema quando ocorre 
alguma mudança em sua rotina. 
 Há um déficit notável no brincar, seu comportamento social 
pode ser desajeitado ou inadequado. 
 Incapazes de interpretar a intenção do outro (não 
desenvolvem a empatia). 
 
http://www.indianopolis.com.br/wp-content/uploads/2015/12/woothemes-300x250-2.png 
 
 
 
TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO E NA LINGUAGEM 
Os autistas têm dificuldade marcante em formar frases significativas 
mesmo quando dispõem de vocabulários amplos. 
 
COMPORTAMENTOS ESTERIOTIPADO 
 Em seus primeiros anos de vida não explora o ambiente 
(ou pouco). 
 Os brinquedos são manuseados de formas ritualísticas, 
com poucos aspectos simbólicos. 
 Suas atividades tendem a ser rígidas, repetitivas e 
monótonas, muitas com retardo mental grave, exibem anormalidades no 
movimento. 
 Costumam ser resistentes a transição e mudança. 
 
SINTOMAS COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS 
 Hipercinesia é um problema de comportamento comum 
entre crianças autistas. 
 Agressão e acessos de raiva são observados, em geral 
induzidos por mudanças e exigências. 
 
 
 Comportamento automutilador (inclui bater a cabeça, 
morder, arranhar e puxar o cabelo). 
 Período de atenção curto. 
 Baixa capacidade de focalizar-se em uma tarefa. 
 Insônia. 
 Enurese. 
 Problemas de alimentação. 
 
DOENÇA FISICA ASSOCIADA 
 Tem uma incidência mais alta do que o esperado de 
infecções do trato respiratório superior e de outras infecções menores. 
 Constipação e aumento do transito intestinal. 
 Convulsões febris. 
 
 
FUNCIONAMENTO INTELECTUAL 
 
 
 
http://vinculo.med.br/wp-content/uploads/2015/01/CV-PAGINAS_AUTISMO.jpg 
 
Capacidades cognitivas ou Visio motoras incomuns ou precoces 
ocorrem em algumas crianças autistas. São chamadas de funções 
fragmentadas ou ilhas de precocidade. 
Memórias de hábitos ou capacidades de cálculos muitas vezes 
superiores aos seus pares normais. 
Hiperlexia e boa leitura (embora não possam entender o que leem. 
Memorização e recitação, bem como capacidades musicais (cantar ou tocar 
melodias e reconhecer notas musicais)). 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Os principais diagnósticos diferenciais são esquizofrenia com início na 
infância, retardo mental com sintomas comportamentais, transtorno misto de 
linguagem receptivo-expressiva, surdez congênita ou transtorno auditivo grave, 
privação psicossocial e psicose desintegrativa (regressivas). 
 
RETARDO MENTAL COM SINTOMAS COMPORTAMENTAIS 
Crianças com retardo mental tendem a relacionar-se com adultos e 
outras crianças de acordo com sua idade mental, usam a linguagem que tem 
 
 
para comunicar se e exibem um perfil de prejuízos relativamente uniforme, sem 
funções fragmentadas. 
 
AFASIA ADQUIRIDA COM CONVULSÃO 
Afasia adquirida com convulsão é uma condição rara, às vezes difícil de 
diferenciar de um transtorno autista e transtorno desintegrativo na infância. 
 
SURDEZ CONGÊNITA OU PREJUIZO AUDITIVO GRAVE 
Visto que crianças autistas com frequência são mudas ou apresentam 
um desinteresse seletivo na linguagem falada, costumam ser julgada surda. 
Os fatores de diferenciação incluem o seguinte: bebês autistas podem 
balbuciar com pouca frequência, enquanto bebês surdos têm história de 
balbucio relativamente normal, que vai diminuindo e pode parar entre 6 meses 
e 1 ano de idade. Crianças surdas respondem a apenas sons altos, enquanto 
autistas podem ignorar sons altos ou normais e responder a sons suaves ou 
baixos. 
As crianças mesmo surdas gostam de se relacionar com seus pais, 
buscam sua afeição e gostam de ser seguradas enquanto bebês, 
diferentemente do autista. 
 
 
 
CURSO E PROGNÓSTICO 
O transtorno autista costuma se uma condição para toda a vida com um 
prognóstico cauteloso. Crianças autistas com um QI acima de 70 e aquelas que 
usam linguagem comunicativa nas idades de 5 a 7 anos tendem a ter melhores 
prognósticos. 
As áreas de sintoma que não parecem melhorar com o tempo foram 
àquelas relacionadas a comportamentos ritualísticos e repetitivos. 
Em geral, estudos do resultado em adultos indicam que cerca de dois 
trecos dos adultos permanecem gravemente incapacitados e vivem em 
dependência completa ou semidependência com seus parentes ou em 
instituições de longo prazo. 
O prognóstico melhora quando o ambiente ou lar é sustentador e capaz 
de satisfazer as necessidades extensivas dessas crianças. Embora os 
sintomas diminuam em muitos casos, automutilação grave ou agressividade e 
regressão podem desenvolver em outros. 
TRATAMENTO 
 
 
 
http://www.tudoemfoco.com.br/imagens/2009/11/autismo-infantil.jpg 
Os objetivos do tratamento de criança com transtorno autista são 
aumentar o comportamento socialmente aceitável e pró-social, diminuir 
sintomas comportamentais bizarros e melhorar a comunicação verbal e não 
verbal. 
Além disso, os pais muitas vezes confusos necessitam de apoio e 
aconselhamento. No momento intervenções educacionais e comportamentais 
são mais indicadas. Treinamento em sala de aula estruturada em combinação 
com métodos comportamentais é o mais efetivo para muitas crianças autistas. 
Não há medicamentos específicos para tratar os sintomas centrais do 
autista, entretanto, a psicofarmacoterapia é um tratamentoadjunto valioso para 
melhorar sintomas comportamentais associados. 
Foi relatado que ela atenua sintomas como agressividade, acesso de 
raiva grave, comportamentos automutiladores, hiperatividade, comportamento 
obsessivo compulsivo e esteriotipias. A administração de medicamentos 
antipsicoticos pode reduzir o comportamento agressivo e automutilador. 
HISTÓRICO DA EXCLUSÃO 
 
 
 
http://climatologiageografica.com.br/wp-content/uploads/2015/12/autismo-infantil-5.png 
 
Nos anos 60 e 70, a marginalidade era vista como pobreza, uma 
consequência das migrações internas que esvaziavam o campo da região 
nordeste, do norte e “incharam” as cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. 
Entendia-se na época, que os problemas urbanos de moradia (favelas), 
mendicância, delinquência etc., poderiam ter suas raízes nesses processos 
migratórios. 
Inicia-se aí a exclusão, onde competidores teriam a mesma chance na 
luta pelo espaço, sendo que os mais aptos ganhariam melhores posições 
nesse ambiente construído e disso resultariam zonas segregadas, onde os 
mais pobres excluíam-se dos anéis urbanos e imediatamente passariam para o 
próximo e gradativamente, os melhores lugares estariam ocupados pelos 
“vencedores”. 
Nos anos 70, existia o dualismo: atrasado x moderno, não integrado x 
integrado, rural x urbanos e os estudiosos passaram a ver as relações 
econômicas e sociológicas inerentes ao capitalismo como constitutivas do 
 
 
sistema produtivo. As populações marginais aparecem, nesse contexto, como 
consequência da acumulação capitalista, um exercício industrial de reserva 
singular. 
Nos anos 80, na chamada “década perdida”, ao contrário dos anos 60 e 
70, quando se chamava a atenção para os favelados e para a migração como 
figura emblemática dos excluídos na cidade, pelo aumento da pobreza e da 
recessão econômica, ao mesmo tempo em que se vivia a chamada “transição 
democrática”, chama-se a atenção para a questão da democracia, da 
segregação urbana (efeitos perversos da legislação urbanística), a importância 
do território para a cidadania, a falência das ditas políticas sociais, os 
movimentos sociais, as lutas sociais. 
O componente territorial implica não só que seus habitantes devem ter 
acesso aos bens e serviços indispensáveis, mas que haja uma adequada 
gestão deles, assegurando indispensáveis, mas que haja uma adequada 
gestão deles, assegurando tais benefícios à coletividade. Aponta que o terceiro 
mundo tem “não cidadãos” (contraste entre massa de pobres e a concentração 
de riqueza), porque se funda na sociedade do consumo, da mercantilização e 
na monetarização. Em lugar do cidadão, surge o consumidor insatisfeito, em 
alienação, em cidadania mutilada. 
A cidadania é também o direito de permanecer no lugar, no seu território, 
o direito a espaço de memória. O capitalismo predatório e as políticas urbanas 
que privilegiam interesses privados e o sistema de circulação acabaram por 
descaracterizar bairros, expulsar moradores como favelados (remoção por obra 
pública, reintegração de posse), encortiçados (despejos, remoção, 
 
 
demolições), moradores de loteamento irregulares, sem teto, num nomadismo 
sem direito às raízes. 
Pedro Jacobi desenvolve seus trabalhos sobre a questão dos 
movimentos sociais urbanos e as carências de habitação, equipamentos de 
saúde, escolas, lazer, enfim, dos serviços urbanos. Assim a exclusão aparece 
como não acesso aos benefícios da urbanização. 
Nos anos 90 reeditam o conceito de exclusão como não cidadania, 
principalmente a ideia de processo abrangente dinâmico e multidimensional. 
O rótulo que parece empurrar as pessoas, os pobres, os fracos, para 
fora da sociedade, para fora de suas melhores e mais justas corretas relações 
sociais, privando-os dos direitos que dão sentido a essas relações. Quando, de 
fato, esse movimento as está empurrando para dentro, para condição 
subalterna de reprodutores mecânicos do sistema econômico, reprodutores 
que não reivindicam nem protestam em face das privações, injustiças e 
carências. 
Neste caso o termo exclusão é concebido como expressão das 
contradições do sistema capitalista e não como estado de fatalidade. Através 
do consumismo dirigido, gera-se uma sociedade dupla, de duas partes que se 
excluem reciprocamente, mas parecidas por conterem as mesmas mercadorias 
e as mesmas ideias individualistas e competitivas, só que as oportunidades 
não são iguais, o valor dos bens é diferente, a ascensão social é bloqueada. 
Apesar disso, um bloco de ideias falso, enganador e mercantilizado acena para 
 
 
o homem “moderno colonizado”, que passa a imitar, mimetizar os ricos e a 
pensar que nisso reside à igualdade. 
 
“É a sociedade da imitação, da reprodutividade e da 
vulgarização, no lugar da criação e do sonho”. 
SAWAIA (2009) 
 
Atribui-se a René Lenoir, em 1974, a concepção da exclusão como um 
fenômeno de ordem individual, mas social, cuja origem deveria ser buscada 
nos princípios mesmos do funcionamento das sociedades modernas. Dentre 
suas caudas destacava o rápido e desordenado processo de urbanização, a 
inadaptação e uniformização do sistema escolar, o desenraizamento causado 
pela mobilidade profissional, as desigualdades de renda e de acesso aos 
serviços. Não se trata apenas de um fenômeno marginal, mas de um processo 
em curso que atinge cada vez mais todas as camadas sociais. 
“E os pobres passam a desconfiar de si próprios, 
numa culpabilidade popular: caminhando sobre o 
chão pavimentado pelo preconceito dos pobres 
contra os pobres, as classes dominantes no Brasil 
começam a extravasar uma subjetividade antipública 
que segrega, elabora pela comunicação imediática 
uma ideologiantiestatal, fundada no grande 
desenvolvimento capitalista, na desindustrialização, 
 
 
na terceirização superior, da dilapidação financeira 
do estado e da imagem de um Estado devedor”. 
SAWAIA (2009) 
 
 
CONCEITO DE EXCLUSÃO 
 
http://www.etapainfantil.com/wp-content/uploads/2015/03/Tipos-o-grados-de-autismo-infantil-
700x467.jpg 
O tema exclusão está presente na mídia, no discurso político e nos 
planos e programas governamentais, a noção de exclusão social tornou-se 
familiar no cotidiano das mais diferentes sociedades. Não é apenas um 
fenômeno que atinge os países pobres. 
 
 
A concepção de exclusão continua ainda fluida como categoria analítica, 
difusa, apesar dos estudos existentes, e provocadora de intensos debates. 
Muitas situações são descritas como exclusão, que representam as mais 
variadas formas e sentidos advindos da relação inclusão/ exclusão. Sob esse 
rótulo estão contidos inúmeros processos e categorias, uma série de 
manifestações que aparecem como fraturas e rupturas do vínculo social 
(pessoas idosas, deficientes, desadaptados sociais, minorias étnicas ou de cor, 
desempregados de longa duração, jovens impossibilitados de aceder ao 
mercado de trabalho, etc.). Assim os estudiosos da questão concluem que do 
ponto de vista epistemológico, o fenômeno da exclusão é tão vasto que é 
quase impossível delimitá-lo. 
 
... “Excluídos são todos aqueles que são rejeitados 
de nossos mercados materiais ou simbólicos, de 
nossos valores” SAWAIA (2009). 
 
A ruptura de carência, de precariedade, pode-se afirmar que toda 
situação de pobreza leva a formas de ruptura do vínculo social e representa, na 
maioria das vezes, um acúmulo de déficit e precariedade. A pobreza não 
significa necessariamente exclusão, ainda que possa ela conduzir. 
A pobreza e a exclusão no Brasil são faces de uma mesma moeda. As 
altas taxas de concentração de renda e desigualdade persistentes em nosso 
país convivem como os efeitos perversos do fenômeno do desemprego 
 
 
estrutural. Se, de um lado cresce cada vez mais a distância entre os excluídos 
e os incluídos, de outro, essa distância nunca foi tão pequena, uma vez que os 
incluídos estão ameaçados de perder direitos adquiridos.A consolidação do processo de democratização, em nosso país, terá 
que passar necessariamente pela desnaturalização das formas com que são 
encaradas as práticas discriminatórias, portanto, geradoras de processo de 
exclusão. 
De acordo com SAWAIA (2009), no livro as Artimanhas da Exclusão, a 
inclusão é contraditória, onde a qualidade de conter em si a sua negação e não 
existir sem ela, isto é, ser idêntico à inclusão (inserção social perversa). A 
sociedade exclui para incluir e esta transmutação é condição da ordem social 
desigual, o que implica o caráter ilusório da inclusão. Todos estamos inseridos 
de algum modo, nem sempre decente e digno, no circuito reprodutivo das 
atividades econômicas, sendo a grande maioria da humanidade inserida 
através da insuficiência e das privações, que se desdobram para fora do 
econômico. Portanto, em lugar da exclusão, o que se tem é a “dialética 
exclusão/ inclusão”. 
A dialética inclusão/exclusão gesta subjetividade especificas que vão 
desde o sentir-se incluído até o sentir-se discriminado ou revoltado. Essas 
subjetividades não podem ser explicadas unicamente pela discriminação 
econômica, elas determinam e são determinadas por formas diferenciadas de 
legitimação social e individual, e manifestam-se no cotidiano como identidade, 
sociabilidade, afetividade, consciência e inconsciência. 
 
 
 
 
“Em síntese, a exclusão é processo e multifacetado, 
uma configuração de dimensões materiais, políticas, 
relacionais e subjetivas. É processo sutil e dialético, 
pois só existe em relação à inclusão como parte 
constitutiva dela. Não é uma coisa ou um estado, é 
processo que envolve o homem por inteiro e suas 
relações com os outros. Não tem uma única forma e 
não é uma falha do sistema, devendo ser combatida 
como algo que perturba a ordem social, ao contrário, 
ele é produto do funcionamento do sistema” (SAWAIA, 
2009) 
 
http://fundacionunam.org.mx/wp-content/uploads/2013/01/nino-autista.jpg 
 
 
SAWAIA (2009) aponta vários estudos acerca da exclusão e todos eles 
reforçam a tese de que o excluído não está à margem da sociedade, mas 
repõe e sustenta a ordem social, sofrendo muito neste processo de inclusão 
social, pois a sociedade opera sobre o homem (social e o psicológico), de 
forma que o papel de excluído engole o homem. 
INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA 
 
 
 
 
 
 
http://fundacionunam.org.mx/wp-content/uploads/2013/01/nino-autista.jpg 
 
Muito se tem falado sobre o processo de inclusão, e quase sempre com 
a conotação de que inclusão e integração escolar seriam sinônimas. Na 
verdade, a integração insere o sujeito na escola esperando uma adaptação 
deste ao ambiente escolar já estruturado, enquanto que a inclusão escolar 
implica em redimensionamento de estruturas físicas da escola, de atitudes e 
 
 
percepções dos educadores, adaptações curriculares, dentre outros. A inclusão 
num sentido mais amplo significa o direito ao exercício da cidadania, sendo a 
inclusão escolar apenas uma pequena parcela do processo que precisamos 
percorrer. 
Um processo de inclusão escolar consciente e responsável não 
acontece somente no âmbito escolar e deve seguir alguns critérios. A família 
do indivíduo portador de autismo possui um papel decisivo no sucesso da 
inclusão. Sabemos que se trata de famílias que experimentam dores psíquicas 
em diversas fases da vida, desde o momento da notícia da deficiência e 
durante as fases do desenvolvimento, quando a comparação com demais 
crianças é frequente. 
O ambiente para o desenvolvimento da criança, tanto "normal" quanto 
"deficiente", no que tange à organização de suas atividades de vida diária e ao 
processo de estimulação, torna-se fundamental compreender como o ambiente 
influencia o desenvolvimento das crianças, principalmente daquelas que 
apresentam algum tipo de deficiência. Vygotsky (1994) afirma “que a influência 
do ambiente sobre o desenvolvimento infantil, ao lado de outros tipos de 
influências, também deve ser avaliada levando em consideração o grau de 
entendimento, a consciência e o insight do que está acontecendo no ambiente 
em questão”. 
 O microsistema da família não é o único que precisa ser estudado. Há 
também o ambiente da escola, que constitui mais um espaço de socialização 
para a criança com autismo. Em relação a isso, muito se tem discutido a 
 
 
respeito da inclusão da criança autista em ambiente coletivo, mostrando a sua 
importância e necessidade. 
 
 
 
 
 
 
 
http://fundacionunam.org.mx/wp-content/uploads/2013/01/nino-autista.jpg 
 
 É importante ressaltar a necessidade de mais orientação para as 
famílias de crianças autistas, as quais devem ser mais bem informadas sobre 
este tipo transtorno e suas consequências para o desenvolvimento da criança, 
bem como dos recursos necessários para favorecê-lo. Nesse contexto, as 
políticas públicas têm um papel muito importante, especialmente para as 
famílias de baixa renda, uma vez que o gasto com profissionais e com 
atendimento especializado torna-se necessário. 
O nascimento de um filho com algum tipo de deficiência ou doença, ou o 
aparecimento de alguma condição excepcional, significa uma destruição de 
 
 
todos os sonhos e expectativas que haviam sido gerados em função dele. 
Durante a gravidez, e mesmo antes, os pais sonham com aquele “filho ideal” 
que será bonito, saudável, inteligente, forte e superará todos os limites; aquele 
filho que realizará tudo que eles não conseguiram alcançar em suas próprias 
vidas. Além da decepção, o nascimento de um filho portador de deficiência 
implica em reajustamento de expectativas, planos para o futuro e a vivência de 
situações críticas e sentimentos difíceis de enfrentar. 
Passado o período de luto simbólico, a forma como a família se 
posiciona frente à deficiência pode ser determinante para o desenvolvimento 
do filho. Muitos pais, porque não acreditam que seus filhos possuam 
potencialidades, deixam de ensinar coisas elementares para o autocuidado e 
para o desenvolvimento da independência. Alguns optam pelo isolamento e 
outros por infantilizarem seus filhos por toda a vida, esquecendo que eles não 
são eternos e que o portador de necessidades especiais deve se tornar o mais 
autônomo possível. 
Quando se propõe a inclusão de crianças autistas devem-se respeitar as 
características de sua natureza, visando à aquisição de comportamentos 
sociais aceitáveis, porém, respeitando as necessidades especiais de cada 
educando, e, sobretudo, trazendo os pais para um comportamento mais 
realístico possível, evitando a fantasia da cura, tão presente em pais de 
crianças especiais 
A escola também pode colaborar dando sugestões aos familiares de 
como estes podem agir em casa, de maneira que se tornem coautores do 
processo de inclusão de seus filhos. Sendo assim, quando uma criança 
 
 
portadora de autismo é incluída na escola regular, sua família também o é. 
Com efeito, é provável que antes da inclusão escolar a convivência com os 
pais de outras crianças, o planejamento de visitas de coleguinhas na casa da 
criança e a frequência a festinhas de aniversário dos colegas de sala eram 
possibilidades muito distantes para essas famílias. O objetivo da educação 
especial é o de reduzir os obstáculos que impedem o indivíduo de 
desempenhar completas atividades e participação plena na sociedade. 
Promover a inclusão significa, sobretudo, uma mudança de postura e de 
olhar acerca do transtorno. Implica em quebra de paradigmas, em reformulação 
do nosso sistema de ensino para a conquista de uma educação de qualidade, 
na qual, o acesso, o atendimento adequado e a permanência sejam garantidos 
a todos os alunos, independentemente de suas diferenças e necessidades. A 
concepção da Educação Especial como serviço segrega e cria dois sistemas 
separados de educação: o regular e o especial, eliminando todas as vantagens 
que a convivência com a diversidadepode nos oferecer. 
É preciso ter claro que para a conquista do processo de inclusão de 
qualidade, algumas reformulações no sistema educacional se fazem 
necessário. Seriam elas: adaptações curriculares, metodológicas e dos 
recursos tecnológicos, a racionalização da terminalidade do ensino para 
aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino 
Fundamental, em virtude das necessidades especiais, a especialização dos 
professores e a preparação para o trabalho, visando à efetivação da cidadania 
do portador de necessidades especiais. 
 
 
A escola, por sua vez, para promover a inclusão deve eliminar barreiras 
que vão além das arquitetônicas, mas principalmente as atitudinais. São 
necessárias algumas adaptações de grandes e pequenos portes, tais como a 
adaptação curricular, a adaptação do sistema de avaliação da aprendizagem, 
de materiais e equipamentos, a preparação dos recursos humanos e a 
preparação dos alunos e pais de alunos que receberão o portador de 
necessidades especiais. Sem as devidas adaptações, um processo de inclusão 
pode ser mais segregador que a exclusão declarada, pois entendemos que a 
inclusão não pode se restringir à convivência social, mas deve zelar pela 
aprendizagem da criança com necessidades especiais. O atendimento 
educacional a crianças e jovens portadoras de autismo tem sido realizado, em 
nosso país, em escolas especiais ou ainda em clínicas-escolas, provavelmente 
porque educar uma criança autista ainda se constitui em um grande desafio em 
função das características desta população. Uma desordem aguda do 
desenvolvimento requer tratamento especializado para o autista por toda a sua 
vida. 
É fato que a inclusão deve ser avaliada em seu custo-benefício para o 
aluno em questão. Não podemos perder de vista que “a inclusão é um 
processo permanente e contínuo, pois a inclusão sempre deve visar a 
aprendizagem dos alunos com necessidades especiais e não simplesmente o 
convívio social, habilidade que a criança pode adquirir em muitos espaços e 
não necessariamente na escola. 
O desenvolvimento fantástico das novas tecnologias, a maneira de se 
produzir as coisas e a maneira de se executar os serviços sofreram uma 
 
 
transformação profunda. Surge o fenômeno da automação, isto é, as novas 
tecnologias criam instrumentos que substituem a mão-de-obra humana. Com 
isso multidões de pessoas foram dispensadas de seus empregos, e as novas 
gerações nem chegam a conseguir um local de trabalho. As relações centrais 
que definem nossa sociedade não são mais apenas a dominação e a 
exploração, como no modo de produção capitalista, pois são bem menos agora 
os que podem ser dominados ou explorados. 
A consequência do capitalismo é a competitividade, a qual exige a 
exclusão. É o confronto, o choque entre interesses diferentes ou contrários, 
que vai fazer com que as pessoas lutem, trabalhem, se esforcem para 
conseguir melhorar seu bem-estar, sua qualidade de vida, sua ascensão. 
Podemos tomar como exemplo o filme exibido em sala de aula - “Como as 
estrelas na terra, toda criança é especial”, onde Ishaan era rotulado de burro, 
preguiçoso e desinteressado, pois não conseguia acompanhar as exigências 
do pai, que era muito rígido. Ishaan não conseguia acompanhar os demais 
porque era disléxico e por isso era excluído pela sociedade e pela própria 
família. Assim também acontece com a criança autista. 
 
 
 
http://t1.uccdn.com/pt/images/9/9/3/img_como_identificar_o_autismo_infantil_10399_orig.jpg 
Mas essa competitividade vai além da disputa de mercado, trata-se de 
uma competitividade que se estabelece entre os seres humanos. O ser 
humano, como ser isolado e egoísta, tem de competir para sobreviver, de um 
lado e de outro lado, para trazer progresso. 
 
“Mas essa competitividade entre os desiguais acaba 
por excluir os mais fracos e manter a dominação dos 
mais fortes” (SAWAIA, 2009). 
 
A educação de uma criança portadora de autismo representa, sem 
dúvida, um desafio para todos os profissionais da Educação. A singularidade e 
 
 
a insuficiência de conhecimento sobre a síndrome nos fazem percorrer 
caminhos ainda desconhecidos e incertos sobre a melhor forma de ajudar 
essas crianças e sobre o que podemos esperar de nossas intervenções. É 
necessário ter humildade e cautela diante do tema, pois para compreender o 
autismo, é preciso uma constante aprendizagem, uma contínua revisão sobre 
nossas crenças, valores e conhecimento sobre o mundo, e, sobretudo, sobre 
nós mesmos. 
 
http://www.pim.saude.rs.gov.br/a_PIM/noticias/1258/simbolo-autismo.jpg 
SÍNDROME DE ASPERGER 
 
 
 
http://t1.uccdn.com/pt/images/4/5/8/img_como_diferenciar_o_sindrome_de_asperger_
do_autismo_3854_orig.jpg 
A síndrome de Asperger é um tipo de autismo, mas sem nenhum atraso 
ou retardo no desenvolvimento e da linguagem. Quando adultos, os portadores 
podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a 
síndrome. Há indivíduos com Asperger que se tornam professores 
universitários. Alguns sintomas desta síndrome são: 
 Interesses específicos ou preocupações com um tema, em 
detrimento de outras atividades; 
 Peculiaridades na fala e na linguagem; 
 Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo (às vezes 
comparado com os traços de personalidade do personagem 
Spock de Jornada nas Estrelas); 
 Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e 
problemas de interação interpessoal; 
 
 
 Problemas com comunicação; 
 Transtornos motores, movimentos desajeitados e 
descoordenados. 
As características mais comuns e importantes podem ser divididas em 
várias categorias amplas: as dificuldades sociais, os interesses específicos e 
intensos, e peculiaridades na fala e na linguagem. A principal característica é a 
dificuldade com o convívio social. Os não autistas são capazes de captar 
informação sobre os estados emocionais de outras pessoas pela expressão 
facial, linguagem corporal, humor e ironia. Já os portadores de Asperger não 
têm essa capacidade, o que é às vezes chamado de "cegueira emocional". 
As pessoas com Asperger não têm a habilidade natural de enxergar a 
comunicação implícita da interação social, e podem não ter capacidade de 
expressar seu próprio estado emocional, resultando em observações e 
comentários que podem soar ofensivos apesar de bem-intencionados, ou na 
impossibilidade de identificar o que é socialmente "aceitável". As regras 
informais do convívio social que angustiam os portadores de Asperger são 
descritas como "o currículo oculto". Os Aspergers precisam aprender estas 
aptidões sociais intelectualmente de maneira clara, seca, lógica como 
matemática, em vez de intuitivamente por meio da interação emocional normal. 
Este fenômeno também é considerado uma carência de teoria da mente. 
Sem isso, os indivíduos com Asperger não conseguem reconhecer nem 
entender os pensamentos e sentimentos dos demais. Desprovidos dessa 
informação intuitiva, não podem interpretar nem compreender os desejos ou 
intenções dos outros e, portanto, são incapazes de prever o que se pode 
 
 
esperar dos demais ou o que estes podem esperar deles. Isso geralmente leva 
a comportamentos impróprios e antissociais: 
 
http://estudossobresaude.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Sind-asperger.jpg 
 Dificuldade em compreender as mensagens transmitidas por meio 
da linguagem corporal: Aspergers geralmente não olham nos 
olhos, e quando olham, não conseguem "ler" os olhos das outras 
pessoas. 
 Interpretar as palavras sempre em sentido literal: Aspergers têm 
dificuldade em identificar o uso de coloquialismos, ironia, gírias, 
sarcasmo e metáforas. 
 Ser considerado grosso, rude e ofensivo: propensos a 
comportamento egocêntrico, Aspergers não captam indiretas e 
sinais de alerta de que seu comportamento é inadequado à 
situação social. 
 
 
 Honestidade e ludibrio: Aspergers sãogeralmente considerados 
“honestos demais”, “inocentes” ou “sem malícia” e têm dificuldade 
em enganar ou mentir, mesmo à custa de magoar alguém. 
 Aperceber-se de erros sociais: à medida que os Aspergers 
amadurecem e se tornam cientes de sua "cegueira emocional", 
começam a temer cometer novos erros no comportamento social, 
e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se 
tornar fobia. 
 Paranoia: por causa da "cegueira emocional", pessoas com 
Asperger têm problemas para distinguir a diferença entre atitudes 
deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar 
uma paranoia. 
 Lidar com conflitos: ser incapaz de entender outros pontos de 
vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de 
negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, 
o remorso pode não ser evidente. 
 Consciência de magoar os outros: uma falta de empatia em geral 
leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não intencionais. 
 Consolar os outros: como carecem de intuição sobre os 
sentimentos alheios, pessoas com Aspergers têm pouca 
compreensão sobre como consolar alguém ou fazê-los se 
sentirem melhor. 
 Reconhecer sinais de enfado: a incapacidade de entender os 
interesses alheios pode levar Aspergers a serem 
incompreensivos ou desatentos. Na mão inversa, pessoas com 
 
 
Asperger geralmente não percebem quando o interlocutor está 
entediado ou desinteressado. 
 Introspecção e autoconsciência: indivíduo com Asperger têm 
dificuldade de entender seus próprios sentimentos ou o seu 
impacto nos sentimentos alheios. 
 Vestimenta e higiene pessoal: pessoas com Asperger tendem a 
ser menos afetadas pela pressão dos semelhantes do que outras. 
Como resultado, geralmente fazem tudo da maneira que acham 
mais confortáveis, sem se importar com a opinião alheia. Isto é 
válido principalmente em relação à forma de se vestir e aos 
cuidados com a própria aparência. 
 Amor e rancor recíprocos: como Aspergers reagem mais 
pragmaticamente do que emocionalmente, suas expressões de 
afeto e rancor são em geral curtas e fracas. 
 Compreensão de embaraço e passo em falso: apesar do fato de 
pessoas com Asperger terem compreensão intelectual de 
constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes 
conceitos no nível emocional. 
 Necessidade crítica: Aspergers sentem-se forçosamente 
compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por 
pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um 
chefe. Por isto, podem parecer imprudentemente ofensivos. 
 Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais: 
como respondem às interações sociais com a razão e não 
intuição, Aspergers tendem a processar informações de 
 
 
relacionamentos muito mais lentamente do que o normal, levando 
a pausas ou demoras desproporcionais e incômodas. 
 Exaustão: quando um indivíduo com Asperger começa a entender 
o processo de abstração, precisa treinar um esforço deliberado e 
repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto 
muito frequentemente leva a exaustão mental. 
 
http://1.bp.blogspot.com/-jHQEuu86yNU/VWb-
zQfIRlI/AAAAAAAAAQU/WYBf2ZpLn8A/s1600/sindrome-asperger2.jpg 
Portadores da Síndrome de Asperger pode ter problemas em 
compreender as emoções alheias: as mensagens passadas pela expressão 
facial, olhares e gestual não surtem efeito. Eles também podem ter dificuldades 
em demonstrar empatia. Assim, Aspergers podem parecer egoístas, 
egocêntricos ou insensíveis. Na maioria dos casos, estas percepções são 
injustas porque os portadores da síndrome são neurologicamente incapazes de 
entender os estados emocionais das pessoas à sua volta. É evidente que 
pessoas com Asperger têm emoções! Mas a natureza concreta dos laços 
 
 
emocionais que venham a ter pode parecer curiosa ou até ser uma causa de 
preocupação para quem não compartilha da mesma perspectiva. O problema 
pode ser exacerbado pelas respostas daqueles neurotípicos (não autistas) que 
interagem com portadores de Asperger. O aparente desapego emocional de 
um paciente Asperger pode confundir e aborrecer uma pessoa neurotípica, que 
por sua vez pode reagir ilógica e emocionalmente - reações que vários 
Aspergers especialmente não toleram. Isto pode gerar um círculo vicioso e às 
vezes desequilibram particularmente famílias de pessoas Aspergers. 
Pessoas com Asperger tipicamente tem um modo de falar altamente 
"pedante", usando um registro formal muitas vezes impróprio para o contexto. 
Uma criança de cinco anos de idade com essa condição pode falar 
regularmente como se desse uma palestra universitária, especialmente quando 
discorrer sobre seus assuntos de interesse. 
Crianças com Asperger podem demonstrar aptidão avançadas demais 
para sua idade em relação à fala, leitura, matemática, noções de espaço ou 
música, às vezes no nível de "superdotados", mas estes talentos são 
contrabalançados por retardamentos consideráveis no desenvolvimento de 
outras funções cognitivas. 
A Síndrome de Asperger na criança pode se desenvolver como um nível 
de foco intenso e obsessivo em assuntos de interesse. Algumas vezes, os 
interesses são vitalícios; em outros casos, vão mudando a intervalos 
imprevisíveis. Em qualquer caso, são normalmente um ou dois interesses de 
cada vez. 
 
 
Ao perseguir estes interesses, portadores de Aspergers frequentemente 
manifestam argumentação extremamente sofisticada, um foco quase obsessivo 
e uma memória impressionantemente boa para dados. Na escola, podem ser 
considerados inaptos ou superdotados altamente inteligentes, claramente 
capazes de superar seus colegas em seu campo do interesse, e ainda assim 
constantemente desmotivados para fazer deveres de casa comuns (às vezes 
até mesmo em suas próprias áreas de interesse). 
Pessoalmente creio que a chave para superar o autismo é compreendê-
lo. O autismo é causado por diversos processos bioquímicos que afetam a 
forma com que o cérebro se desenvolve. 
Durante algum tempo acreditei que o cérebro das pessoas autistas 
estava estruturado de forma ligeiramente diferente de forma que havia uma 
tendência maior dos impulsos neurais para viajar para cima e para baixo 
(pensamento literal) e uma menor tendência a moverem-se lateralmente 
(pensamento lateral). Este fenômeno estaria estendido por todo o cérebro ao 
invés de estar localizado em certas regiões. Os experimentos com redes 
neurais em computadores têm demonstrado que as redes que enfatizam o 
movimento vertical da informação (como um cérebro autista) mostram uma 
grande habilidade com detalhes porém muita dificuldade para distinguir as 
coisas. 
Em uma maior e mais complexa escala do cérebro, isto significa que as 
pessoas neurotípicas são mais conscientes do argumento todo e as pessoas 
autistas são mais conscientes dos detalhes. Os autistas são melhores nos 
problemas lógicos, porém menos intuitivos. Isto não significa necessariamente 
 
 
que os autistas possuem memórias brilhantes, muito pelo contrário, a princípio 
podem ser bem distraídos para algumas coisas. A elevada sensibilidade 
sensorial e a constante atenção com os detalhes extras, a maioria dos quais 
não são importantes, podem ser uma fonte inesgotável de distração para a 
concentração e as habilidades de aprendizagem. Pode ser especialmente difícil 
captar a informação relevante referente à cultura em que vive, especialmente 
nas atuais sociedades evoluídas, nas quais creio que está havendo uma 
sobrecarga cultural (ver conhecimento geral). 
 
http://br.guiainfantil.com/uploads/Saude/aspergerG.jpg 
O que eu acredito agora é similar ao descrito acima, mas ligeiramente 
modificado. Agora creio que talvez a causa primordial do autismo é uma 
predisposição à reavaliação de pensamentos prévios (e por isso a repetição e 
 
 
os rituais). Consequentemente, a capacidade para a intuição e a consciência 
contextual se reduz. 
Para avaliar umasituação social é preciso encontrar muitas pistas e uni-
las o mais rapidamente possível em um conjunto. A dedução final é muitas 
vezes maior do que a soma de suas partes. 
Além disso, outra coisa difícil para a pessoa autista é encontrar um 
“ponto de equilíbrio” e isto pode ser visto em todos os níveis de conduta e 
relacionamento. A habilidade para adaptar-se ao “continuum situacional” e 
moldar-se ao mundo que o cerca é, sem dúvida, uma estratégia de 
sobrevivência extremamente antiga, que é mais relevante nos aspectos sociais 
da vida. 
Muitos dos problemas experimentados por alguém com Síndrome de 
Asperger podem ser atribuídos a uma inexplicável sucessão de má sorte. A 
única forma de poder tornar este sentimento muito menos frustrante é encarar 
os seus problemas como desafios a serem superados ao invés de problemas. 
Não quis que as pessoas pensassem que existe apenas uma definição 
do que é o autismo ou a Síndrome de Asperger, porém se tivesse que explicar 
com uma única frase seria: 
 
Os autistas têm que compreender de forma científica o que já as pessoas 
não autistas compreendem instintivamente. 
 
 
 
 
 
SÍNDROME DE RETT 
 
http://3.bp.blogspot.com/-
SY7Kk_ssQ5w/UhlWiYj1LaI/AAAAAAAAETE/g5tozxJrx7I/s1600/blog+5.jpg 
 
Andreas Rett identificou, em 1966, uma condição caracterizada por 
deterioração neuromotora em crianças do sexo feminino, quadro clínico 
bastante singular, acompanhado por hiperamonemia, tendo-o descrito como 
uma “Atrofia Cerebral Associada à Hiperamonemia”. 
A condição por ele descrita somente passou a ser melhor conhecida 
após a publicação do trabalho de Hagberg et al, no qual foram descritas 35 
meninas, e a partir do qual foi sugerido o epônimo de síndrome de Rett (SR). A 
 
 
presença da hiperamonemia não foi confirmada como um sinal habitual da 
síndrome. 
Admite-se, na atualidade, uma prevalência da doença estimada entre 
1:10.000 e 1:15.000 meninas, sendo uma das causas mais frequentes de 
deficiência mental severa que afeta o sexo feminino. 
No Brasil, a SR foi inicialmente identificada por Rosemberg et al (1986, 
1987). Desde então, vários trabalhos foram publicados no Brasil, divulgando o 
quadro clínico e tornando possível a identificação de algumas centenas de 
meninas afetadas. 
A partir do que já se conhece sobre a síndrome de Rett, focaliza as 
informações mais recentes da literatura internacional sobre os aspectos 
genéticos e etiológicos desta condição, bem como sobre a sua identificação 
clínica e laboratorial, neuropatologia, eletrofisiologia, e evolução clínica 
(epilepsia, distúrbios respiratórios, distúrbios autonômicos e aspectos 
nutricionais), enfatizando, ainda, que, embora até recentemente tida como 
condição que afetava apenas o sexo feminino, também pode estar presente no 
sexo masculino, ainda que com fenótipo diverso. 
O diagnóstico da SR, até pouco tempo, era exclusivamente clínico, 
existindo ainda critérios para o diagnóstico de quadros atípicos da SR, que 
somente devem ser firmados após os 10 anos de idade. Na atualidade, a 
descrição de uma alteração genética identificável em aproximadamente 80% 
dos casos sugere que esse recurso deva ser utilizado na elaboração final do 
diagnóstico. 
 
 
 
 
 
 
Quadro clínico 
 
http://s2.glbimg.com/F6hQ38FpQtpF6J3C1hdSHUphBEI=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/12/maria_l
uiza.png 
A doença evolui de forma previsível, em estágios, que foram nomeados 
por Hagberg & Witt-Engerström (1986) da seguinte forma: o primeiro deles, 
denominado estagnação precoce, inicia-se entre seis e 18 meses e caracteriza-
se por uma parada no desenvolvimento, desaceleração do crescimento do 
 
 
perímetro craniano, diminuição da interação social com consequente 
isolamento. Esse estágio tem a duração de alguns meses. 
O segundo, rapidamente destrutivo, inicia-se entre um e três anos de 
idade e tem a duração de semanas ou meses. Uma rápida regressão 
psicomotora domina o quadro, com a presença de choro imotivado e períodos 
de extrema irritabilidade, comportamento tipo autista, perda da fala e 
aparecimento dos movimentos estereotipados das mãos, com subsequente 
perda da sua função práxica; disfunções respiratórias (apnéias em vigília, 
episódios de hiperventilação e outras) e crises convulsivas começam a se 
manifestar. Em algumas crianças há perda da fala que já estava eventualmente 
presente. Distúrbios do sono são comuns. 
Entre os dois e dez anos de idade instala-se o terceiro estágio: o 
pseudo-estacionário, no qual ocorre certa melhora de alguns dos sinais e 
sintomas, inclusive do contato social. Os distúrbios motores são evidentes, com 
presença de ataxia e apraxia, espasticidade, escoliose e bruxismo. Os 
trabalhos estrangeiros referem que nessa fase é muito comum ocorrer perda 
de peso, apesar de ingesta normal. Todavia, em pesquisa conduzida no Brasil, 
Schwartzman não encontrou desnutrição entre as crianças examinadas. Ao 
contrário do que se poderia esperar, várias das pacientes apresentavam 
sobrepeso. Crises de perda de fôlego, aerofagia e expulsão forçada de ar e 
saliva ocorrem com frequência. 
O quarto estágio, que se inicia por volta dos dez anos de idade, é o da 
deterioração motora tardia, ocorrendo lenta progressão dos déficits motores, 
com presença de escoliose e severa deficiência mental. Epilepsia pode se 
 
 
tornar menos importante, e as poucas pacientes que ainda retêm a 
deambulação gradualmente terão prejuízos crescentes, acabando por ter que 
utilizar cadeiras de rodas. Observa-se, nesse período, a superposição de sinais 
e sintomas decorrentes de lesão do neurônio motor periférico aos prejuízos já 
presentes. Presença de coreo-atetose é comum nessa fase. Apesar de ser 
habitual afirmar-se que as meninas com SR são normais ao nascimento e 
demonstram um desenvolvimento normal até os seis ou dezoito meses de 
idade, sabe-se hoje que em grande parte dos casos, senão em todos, há na 
verdade um atraso no desenvolvimento motor com hipotonia muscular e 
prejuízo no engatinhar, que são os sinais iniciais. 
A fala está sempre muito comprometida e, muitas vezes, totalmente 
ausente. Algumas crianças chegam a falar, deixando de fazê-lo à medida que a 
deterioração avança. Algumas poucas adquirem alguns vocábulos isolados. 
Apenas um trabalho refere a presença de “frases apropriadas” em casos de 
SR. Estudo que se baseou no exame de uma amostra composta por 265 
pacientes com quadros clássicos e atípicos de SR e pôde comprovar que, 30% 
delas nunca desenvolveram palavras inteligíveis, 55% deixaram de falar após 
ter adquirido fala, 15% retinham algumas palavras e 6% do total continuavam a 
fazer uso apropriado de frases. 
Crises epilépticas são de ocorrência comum. Podem assumir várias 
formas e, eventualmente, demonstrar grande resistência à medicação 
antiepiléptica habitual. Afirmar a real prevalência de epilepsia nessas pacientes 
é difícil, porque elas podem apresentar outras manifestações paroxísticas que 
são, muito frequentemente, confundidas com epilepsia. Hagberg et al, por 
 
 
exemplo, afirmam que nas séries por eles acompanhadas, a ocorrência de 
epilepsia pôde ser comprovada em 94% dos casos. A média de idade da 
população era de 20 anos, variando entre quatro e 58 anos. Frequentemente 
crises de perda de fôlego, crises hipoxêmicas seguindo episódios de apneia 
são diagnosticadas erroneamente como epilepsia, o que pode contribuir para 
prevalências superestimadas de epilepsia nessas crianças. 
 
http://cdn.mundodastribos.com/606084-A-crian%C3%A7a-apresenta-dificuldades-de-movimentos-e-
aprendizado.-Foto-divulga%C3%A7%C3%A3o.jpg 
 
O eletroencefalograma é, em geral, grosseiramente anormal, exceção 
feita, eventualmente, às primeiras fases da doença. À medida que a condição 
evolui do estágio I para o III, observaremos lentificação progressiva do ritmo de 
base com surgimento de ondas pontiagudas projetando-se, em geral,nas 
regiões centro-parietais. No estágio III podem surgir descargas com o padrão 
espícula-onda lenta, mais facilmente observada durante o sono. No estágio IV 
 
 
pode haver uma certa melhora no traçado com diminuição dos elementos 
epileptiformes. As espículas centrais tendem a diminuir após os dez anos de 
idade e podem ser bloqueadas pela movimentação passiva dos dedos da mão 
contralateral. 
A sobrevida na SR pode ser limitada, sobrevindo a morte, em geral, em 
decorrência de um quadro infeccioso ou durante o sono (morte súbita). Outro 
fator que pode limitar tanto a qualidade de vida como o tempo de sobrevida, 
consiste nos problemas respiratórios crônicos decorrentes de problemas 
secundários à escoliose, que pode chegar a comprometer seriamente a 
expansão pulmonar. 
No quadro clínico da SR podemos observar algumas alterações que 
permitem supor algum tipo de disfunção autonômica. Julu et al estudaram, sob 
este ponto de vista, 17 meninas com a SR. Demonstraram que o tono vagal 
cardíaco era 65% inferior ao de meninas controles. Esses valores são similares 
aos observados em recém-nascidos normais. Cada uma das meninas Rett 
apresentou, pelo menos, seis alterações no ritmo respiratório. O tono vagal 
cardíaco era suprimido no ápice da atividade simpática, tanto durante os 
períodos de hiperventilação, quanto nos de perda de fôlego, levando a um 
desequilíbrio com risco de arritmias cardíacas e possivelmente morte súbita. 
 
Genética 
 
 
 
A grande maioria dos casos de SR é composta de casos isolados dentro 
de uma família, exceção feita à ocorrência em irmãs gêmeas; porém, casos 
familiares têm sido observados. Costumava-se considerar a SR como uma 
desordem dominante ligada ao cromossomo X, em que cada caso 
representaria uma mutação fresca, com letalidade no sexo masculino. 
Foram observados casos nos quais meninos, irmãos de meninas com a 
SR, nasciam com uma doença encefalopática com óbito precoce. Nessa 
perspectiva, alguns poucos casos foram descritos nos quais um fenótipo similar 
ao da SR foi observado em meninos. Em geral, constituíam apenas um 
sugestivo do diagnóstico, com sinais e sintomas presentes de forma bastante 
atípica e parcial. 
 
http://image.slidesharecdn.com/dm-141022021111-conversion-gate02/95/deficincia-
intelectualmental-7-638.jpg?cb=1413943942 
 
 
Em 1998, foi descrito um caso de um menino que, na ocasião, tinha dois 
anos e nove meses de idade, apresentando fenótipo integral da SR na sua 
forma clássica. Esse menino, apresenta cariótipo XXY, caracterizando, 
portanto, uma associação das síndromes de Klinefelter com a SR, ocorrência 
com uma probabilidade da ordem de uma para dez a 15 milhões de 
nascimentos. 
Apenas um ano após, em 1999, foram descritas pela primeira vez 
mutações no gene MeCP2 em pacientes com a SR. Interessante que após a 
descrição dessas mutações do MECP2, foi realizada a pesquisa para esse 
marcador no menino anteriormente referido, no qual havia sido descrita a 
associação do fenótipo Rett e XXY. Foi encontrada uma mutação nesse gene, 
confirmando tratar-se, realmente, da SR. Estudos mais recentes indicam que 
cerca de 75% a 80% de pacientes com a forma clássica da SR têm mutações 
no gene MECP2. Considera-se que a proteína MeCP2, produzida pelo gene, 
funciona como repressor global de transcrição. Como essa proteína possui 
alguns diferentes sítios de ação, acreditasse que as diferentes mutações 
encontradas no gene seriam responsáveis pelos diferentes fenótipos 
observados nos portadores de SR. Sabemos, hoje, que alguns meninos 
portadores das mesmas mutações podem sobreviver, apresentando um quadro 
encefalopático totalmente distinto do quadro clínico clássico da SR no sexo 
feminino. Também se aceita que a pesquisa de mutações no gene MECP2 
esteja justificada em meninos com formas severas de encefalopatia que não 
tenham alguma etiologia claramente definida. 
 
 
 
Patologia 
 
Do ponto de vista neuropatológico, é fato a desaceleração do 
crescimento craniano que ocorre a partir do terceiro mês. O lobo frontal, o 
núcleo caudado e o mesencéfalo são as regiões encefálicas nas quais foram 
observadas as maiores reduções. Começam a surgir evidências de que a SR 
poderia estar relacionada a uma deficiência pós-natal no desenvolvimento das 
sinapses; mas restaria, ainda, conhecer o defeito básico presente. 
 
http://image.slidesharecdn.com/sindromesgnicas-130519123549-phpapp01/95/sndromes-gnicas-
18-638.jpg?cb=1368968216 
Com o conhecimento da mutação encontrada no gene MECP2, um 
grupo de pesquisadores do Texas produziu um camundongo transgênico com 
uma mutação truncada no gene MECP2. Os animais não aparentam 
 
 
anormalidades até aproximadamente a sexta semana, quando surge um tremor 
ao erguer-se o animal pela cauda. Após oito meses, alterações na pelagem, 
presença de convulsões e mioclonias podem ser observadas. Interessante que, 
após essa idade, o animal produz uma série de movimentos estereotipados das 
patas dianteiras quando suspenso pela cauda. O mecanismo pelo qual a 
alteração desse gene parece determinar o fenótipo do quadro ainda não está 
completamente compreendido. Porém, observou-se que, nesses animais, um 
aumento da acetilação de um grupo de histonas, comprometendo a arquitetura 
da cromatina em determinadas regiões cerebrais, principalmente do córtex e do 
cerebelo. Consequência desse processo poderia ser uma maior acessibilidade 
do DNA por diferentes fatores transcricionais, o que implicaria na interferência 
da expressão de diversos genes. Os estudos agora procuram compreender 
quais seriam os diferentes genes que estariam desregulados pela ação dessa 
alteração da proteína MeCP2. 
 
Diagnóstico diferencial 
 
Dependendo da fase em que se encontra a SR, várias condições 
deverão ser levadas em consideração entre os diagnósticos diferenciais: 
patologias fixas, como a paralisia cerebral e outras encefalopatias fixas; 
síndrome de Angelman; autismo infantil; e várias doenças metabólicas (por ex. 
lipofuccionoses). 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
JERUSALINSKY, A. Psicose e autismo na infância: Uma questão de 
linguagem. Psicose, 4 (9). Boletim da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, 
RS, 1993. 
KUPFER, M. C. M. Notas sobre o Diagnóstico Diferencial da Psicose e do 
Autismo na Infância. Instituto de Psicologia da USP, Psicol. 
SP, vol.11, n.1, São Paulo, 2000. Visualizado em 17/10/2010 no Site: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
65642000000100006&lng=en&nrm=iso&tlng=pt 
SAWAIA, B. As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da 
desigualdade social. Petrópolis, Vozes, 2009. 
TAFURI, Maria Izabel. A análise com crianças autistas: uma inovação do 
método psicanalítico clássico. 2005. Visualizado em 02/11/2010 no Site: 
http://www.antroposmoderno.com/antro-articulo.php?id_articulo=103 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1- A palavra autismo se origina do grego "auto” que significa: 
A) Próprio. 
B) Improprio. 
C) Mesma. 
D) Nenhuma das respostas. 
 
2- Sobre o autismo podemos afirmar que: 
A) A criança autista parece em si mesma. 
B) Esta criança pouco reage ou responde ao mundo que a rodeia. 
C) O autismo significa que o mundo não faz sentido. 
D) Todas as respostas estão corretas. 
 
 
 
3- De 10.000 crianças há de ________ com menos de 12 ou 15 anos. Com 
retardo mental severo, a taxa pode subir para 20 casos em 10.000 crianças. E 
é 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas; porém as meninas 
são mais seriamente acometidas. Complete a frase: 
A) 1 a 3 casos. 
B) 4 à 5 casos. 
C) 8 a 9 casos. 
D) 2 a 3 casos. 
 
4- O autismo é uma síndrome de etiologia puramente orgânica, para qual 
existem, presentemente, três definições que podemos considerar como 
adequadas, estas são: 
A) A da ASA - American Society for Autism (Associação Americanade 
Autismo) 
B) A da Organização Mundial de Saúde, contida na CIS-10 (10a. Classificação 
Internacional de Doenças) de 19991; 
C) A do DSM-IV - diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders (Manual 
Diagnóstico e estatístico dos distúrbios Mentais), da Associação Americana de 
Psiquiatria. 
D) Todas as respostas estão corretas. 
 
 
 
5- A definição da ASA desenvolvida e aprovada em _____, por uma equipe de 
profissionais conhecidos pela comunidade científica mundial, por seus 
trabalhos, estudos, pesquisas na área do autismo. Qual é esse ano: 
A) 1994. 
B) 1995. 
C) 1996. 
D) 1997. 
 
6- Os sintomas, causados por disfunções físicas do cérebro, são verificados 
pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. Incluem: 
A) Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e 
linguísticas. 
B) Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: 
visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o 
corpo. 
C) Fala ou linguagem ausentes ou atrasados. Certas áreas específicas do 
pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de 
ideias. Uso de palavras sem associação com o significado. 
D) Todas as respostas estão corretas. 
 
 
 
7- O Autismo pode ocorrer isoladamente ou em associação com outros 
distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro, tais como Síndrome de 
Down e epilepsia. Os sintomas mudam e alguns podem até desaparecer com a 
idade. Esta frase é: 
A) Falsa. 
B) Verdadeira. 
 
8- O Portador de Autismo tem uma expectativa de vida normal. Esta frase é: 
A) Falsa. 
B) Verdadeira. 
 
9- Formas mais grave podem apresentar comportamento destrutivo, 
autoagressão e comportamento agressivo, que podem ser muito resistentes às 
mudanças. Esta frase é: 
A) Falsa. 
B) Verdadeira. 
 
 
 
 
10- O Autismo ocorre por bloqueios ou razões emocionais, como insistiam os 
psicanalistas. Esta frase é: 
A) Falsa. 
B) Verdadeira.

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