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1 Ficha Técnica Título: Biologia, Programa da 11ª Classe Edição: ©INDE/MINED - Moçambique Autor: INDE/MINED – Moçambique Capa, Composição, Arranjo gráfico: INDE/MINED - Moçambique Arte final: INDE/MINED - Moçambique Tiragem: 350 Exemplares Impressão: DINAME Nº de Registo: INDE/MINED – 6249/RLINLD/2010 2 Prefácio Caro Professor É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral. Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos. As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva. Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já, agradecer. Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão para o combate à pobreza. Aires Bonifácio Baptista Ali. Ministro da Educação e Cultura 3 1. Introdução A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como objectivos: • Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país. • Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo diversificado, flexível e profissionalizante. • Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação dos estudos como para o mercado de trabalho e auto emprego. • Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social. Constituem principais documentos curriculares: • O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de implementação; • Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos; • O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG); • Outros materiais de apoio. 1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG O Currículo do ESG, introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a aprender ao longo de toda a sua vida. O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país. As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do mercado cada vez mais moderno, que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros desafios. Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos: Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias da sua vida; Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais; Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual, mas também às tendências de transformação no mercado; 4 Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de diversas culturas, religiões, raças, entre outros. Agenda 2025:129 Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável. Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral. 1.2. Os desafios da Escola A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da vida. Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida? As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é, conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto significa que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de conhecimentos, práticas e valores. Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a realidade do país. Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita, matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente: a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa; b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de aprendizagem e busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia; c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e apresentação dos trabalhos; d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica social do país e do mundo; e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem com os outros; f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos; g) Desenvolvimentodo civismo e cidadania responsáveis; h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas; i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza; 5 j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança; k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em grupo; l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças. Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo. (...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da comunidade escolar de forma coerente e sistemática. PCESG:27 Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça, solidariedade, humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à pátria, o amor próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo bem comum, deverá estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos da vida da escola. As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis subsequentes. Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao longo da vida. 1.3. A Abordagem Transversal A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na vida. No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os outros e bem fazer. Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas transversais. 6 O desenvolvimento de projectos comuns constitui também uma estratégia que permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos. 1.4 As Línguas no ESG A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas estrangeiras (Inglês e Francês). As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante nas produções dos alunos em todas as disciplinas. O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura (concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la. Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade. 1.5. O Papel do Professor O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho. Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo- os em actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais. O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais. Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este consiga: • organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos, habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções; 7 • encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um problema que os obriga a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de outras áreas do saber; • acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá- los e corrigi-los durante o processo de trabalho; • criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e transformá-lo; • avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa perspectiva formativa. Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionaisou da história local poderá envolver diferentes disciplinas. Por exemplo: - Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e correcção dos textos; - História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes; - Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região; - Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes. Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG. As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação, reflectindo criticamente sobre a sociedade. O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da heterogeneidade vivencial dos alunos. As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela integração social e vocação profissional. 8 I. O ENSINO-APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA A Biologia é uma ciência que estuda a vida, o modo e o funcionamento dos seres vivos. Ela investiga a origem, o desenvolvimento, a complexidade e a variedade, fenómenos e processos biológicos. A Biologia engloba uma enorme variedade de assuntos e inclui muitas subdisciplinas que tratam de aspectos particulares da vida. Subdisciplinas Objecto de estudo Citologia Estuda a estrutura e funções das células e dos seus organelos; Anatomia Estuda a estrutura interna (tecidos e órgãos) dos organismos; Morfologia Estuda a estrutura externa e interna dos organismos; Botânica Estuda a estrutura, o modo de vida e a reprodução das plantas; Zoologia Estuda a estrutura, o modo de vida e a reprodução dos animais; Fisiologia Estuda o funcionamento das células, tecidos, órgãos e sistemas com o objectivo de esclarecer as ligações entre si e a interdependência com o ambiente (metabolismo, sensibilidade); Sistemática Agrupa os seres vivos, classifica com o objectivo de formar grupos taxonómicos. Compara, descreve, nomeia, ordena; Ecologia Estuda as relações dos seres vivos entre si e entre estes e o ambiente; Genética Estuda os fenómenos e leis de transmissão hereditária dos caracteres, assim como as estruturas que possibilitam esta transmissão; Evolução Estuda a modificação gradual de seres vivos; Microbiologia Estuda a estrutura, o modo de vida, a posição taxonómica, assim como a importância de seres apenas visíveis ao microscópio (vírus, bactérias, seres unicelulares). A aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento de novos métodos de investigação, em qualquer ciência, decorre, por um lado, uma especialização e, por outro, uma interligação cada vez maior entre as várias disciplinas. Daí surgem outras disciplinas como, por exemplo, a Bioquímica, a Biofísica, a Biomatemática, a Biogeografia, etc. Considerando os parâmetros aluno, sociedade, disciplina científica, características e funções da vida, que constituem a base de critérios para a escolha dos conteúdos, nas aulas de Biologia do 2° Ciclo, deve-se abordar os seguintes aspectos temáticos: Biologia como ciência; Posição do Homem no Reino Animal; Anatomia e Fisiologia Humana; Morfologia e Anatomia das plantas; Fisiologia vegetal; Citologia; Metabolismo; Sensibilidade e regulação; Reprodução; Genética; Evolução e Ecologia. É de salientar que as aulas de Biologia pretendem não só desenvolver os conhecimentos relacionados com os conteúdos acima apresentados, como também desenvolver nos alunos as competências básicas que os levem a prosperar e aplicar na vida e na comunidade os conhecimentos e habilidades adquiridos. Deste modo, as aulas de Biologia devem contribuir na educação dos cidadãos para a sua integração na aldeia global, sem perder a sua identidade pessoal, comunitária e nacional. Neste contexto, surge a necessidade de incluir aspectos relacionados com a educação sanitária e ambiental que possibilitarão prevenir, minimizar e/ou resolver certos problemas, com maior destaque, no campo da saúde e ambiente. Com o estudo da 9 disciplina de Biologia abrem-se também horizontes para a formação técnico-profissional em áreas como por exemplo, medicina, veterinária, agronomia, farmácia, enfermagem, entre outros. Realçar a importância de aplicação dos diferentes métodos de ensino durante o processo de ensino e aprendizagem, é necessário substituir a aprendizagem por recepção (onde os conceitos, as proposições são apresentadas aos alunos por um agente independente, por exemplo o professor) pela aprendizagem por descoberta. No entanto, não se recomenda o total abandono da aplicação das funções didácticas (introdução, matéria nova, consolidação, controlo/avaliação), dos métodos básicos (método expositivo, elaboração conjunta, trabalho independente), dos clássicos (indutivo, dedutivo). Os alunos, em qualquer sistema educacional, merecem uma escola que os encoraje, os apoie e premei o pensamento criativo, a compreensão profunda e as novas maneiras de resolver problemas. A qualidade acima da quantidade, o significado acima da memorização e a compreensão acima do conhecimento. É igualmente importante a utilização de vários meios didácticos. Para isso, deve-se reflectir sobre a utilização e a aplicação correcta dos meios de ensino disponíveis, merecendo esta reflexão uma atenção muito especial. Sabe-se, que nem sempre o objecto real pode ser colocado à disposição e que certas particularidades do mesmo nem sempre podem ser estudadas. Nestes casos, ter-se-á de recorrer aos objectos representativos que incluem desenhos feitos pelo aluno/professor e figuras tiradas de livros e Internet, entre outros. Considera-se a linguagem oral um meio didáctico de maior abstracção e, consequentemente, aquele que exige do próprio aluno uma alta capacidade intelectual para perceber o respectivo conteúdo ligado a um objecto, fenómeno ou processo natural. Tendo em conta as dificuldades que a maioria das nossas escolas têm em equipamento didáctico, é possível adquirir ou produzir meios didácticos simples, elementares, sugestivos, produtos de imaginação e criatividade do professor, sem requerer avultadas somas em dinheiro. Conforme foi acima referido, a planificação é um elemento importante e exigido no dia- a-dia em todas as actividades. Ela caracteriza-se por um processo de racionalização, organização e coordenação da acção docente em que se seleccionam e organizam estratégias do ensino- aprendizagem. Existem três aspectos fundamentais na planificação, que são fundamentalmente tarefas do professor: a análise científica, a análise didáctica e a análise psico-pedagógica. Sublinha-se a importância da utilização e aplicação da linguagem científica nas aulas de Biologia. Esta precisa essencialmente de definições e exemplificações dos conceitos. Com o uso da linguagem científica, os alunos devem reconhecer o essencial de um determinado aspecto científico e desenvolver a sua capacidade de falar cientificamente. Todo o processo de ensino- aprendizagem precisa de uma avaliação. “Avaliar não é apenas o acto de classificarou atribuir notas aos testes realizados. Avaliar é diagnosticar, identificar os problemas e as dificuldades do processo do ensino-aprendizagem que podem estar relacionados com os métodos e meios utilizados pelo professor, os métodos de estudo do aluno, a motivação, as matérias dadas, etc.” (Conceitos e Técnicas de Avaliação da Aprendizagem, INDE, 2001). 10 OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA • Contribuir para compreensão cientifica do mundo através da utilização dos conhecimentos biológicos na explicação da unidade e diversidade da matéria viva; • Desenvolver habilidades que lhes permitam aplicar os conhecimentos na resolução de problemas específicos quer da disciplina quer da vida prática social por meio de observações, realização de experiências, excursões, manipulação de instrumentos, aplicação de teorias, leis e princípios no estudo de fenómenos biológicos; • Promover comportamento responsável perante a sexualidade bem como com a saúde individual e colectiva a partir dos conhecimentos e fundamentos da educação para a saúde; • Criar nos alunos o amor pela natureza, estabelecendo relações afectivas com os organismos; • Contribuir para a protecção e conservação e uso sustentável dos recursos naturais, em especial da diversidade biológica do nosso país em beneficio da sociedade actual e futura; • Valorizar a importância da protecção e conservação do ambiente escolar através da responsabilidade individual e colectiva; • Desenvolver atitudes correctas perante os trabalhos científicos e reconhecer as implicações que podem ocorrer na não observância destas. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER NO 2° CICLO • Respeita diferentes opiniões perante uma determinada situação em que esteja envolvido; • Valoriza as opiniões da comunidade perante uma determinada situação; • Divulga as leis de genética e teorias de evolução na comunidade para a resolução de conflitos; • Demonstra de hábitos correctos, conduta social responsável perante a saúde individual e colectiva; • Organiza campanhas de sensibilização contra as DTS, consumo de drogas e de protecção do ambiente; • Aplica as teorias científicas para melhorar a produção agro-pecuária; • Comercializa produtos agro-pecuários para a melhoria da dieta da comunidade; • Analisa os efeitos do uso dos recursos naturais na comunidade e no país; • Estabelece a relação entre os fenómenos biológicos, seres vivos e o ambiente ; • Usa e respeita as propriedades de bem comum. 11 OBJECTIVOS GERAIS DO 2º CICLO Ao terminar a disciplina de Biologia no 2° Ciclo do Ensino Secundário Geral, o aluno deve ser capaz de: • Explicar os princípios de classificação dos seres vivos, as características anatómicas e morfológicas dos principais grupos dos seres vivos; • Identificar as linhas gerais da evolução das plantas e animais; • Mencionar a importância de determinados seres vivos para a estabilidade da natureza e para o Homem; • Interpretar e apresentar de forma oral, escrita e gráfica fenómenos biológicos; • Utilizar os conhecimentos biológicos na vida pessoal e da sociedade; • Consolidar as suas capacidades de manejar o microscópio e fazer preparações; • Consolidar as capacidades de planificar e realizar experiências utilizando método científico; • Consolidar as capacidades de trabalhar de forma autónoma e com a literatura científica sem ajuda directa do professor; • Desenvolver uma atitude positiva perante a vida dos organismos na natureza; • Utilizar correctamente os métodos científicos (método de observação, método experimental) para resolver problemas científicos; • Desenvolver atitudes e convicções que possibilitam trabalhar correctamente, observando as regras de segurança durante os trabalhos práticos; • Explicar as medidas de prevenção das doenças e em particular as mais comuns no nosso país; • Aplicar correctamente a linguagem científica; • Utilizar os conhecimentos da ciência biológica para melhorar as condições da vida na comunidade, especialmente nas áreas de saúde, agricultura. 12 III. VISÃO GERAL DOS CONTEÚDOS DO 2º CICLO 1. CONTEÚDOS DAS AULAS DE BIOLOGIA DA 11ª CLASSE 35 semanas a 3 aulas por semana = 105 aulas por ano 1ª Unidade: Sistemática dos seres vivos 2ª Unidade: Diversidade e Classificação dos seres vivos do Reino Monera ao Reino Plantae 3ª Unidade: Estudo e classificação dos seres vivos - Reino Animal 2. CONTEÚDOS DAS AULAS DE BIOLOGIA DA 12ª CLASSE 35 semanas a 3 aulas por semana = 105 aulas por ano 1ª Unidade: Citologia 3ª Unidade: Fisiologia vegetal 4ª Unidade: Fisiologia animal 13 IV. OBJECTIVOS DA 11ª CLASSE No final do ano lectivo de aprendizagem os alunos deverão ser capazes de: • Mencionar as características dos grupos dos seres vivos dos diferentes reinos; • Classificar os seres vivos nos seus diferentes reinos; • Explicar a morfologia, modo de vida e reprodução dos diferentes reinos; • Explicar as tendências evolutivas com base na adaptação, diferenciação, centralização e no aumento da capacidade dos diferentes órgãos e sistemas; • Utilizar a literatura cientifica para completar os seus conhecimentos; • Fazer preparações temporárias e observá-las ao microscópio; • Caracterizar o vírus; • Mencionar a importância dos vírus e as doenças que provocam; • Explicar o nível de organização e tendências evolutivas dos seres vivos dos reinos mencionados; • Utilizar chaves dicotómicas ao determinar a Família das plantas; • Fazer colecção de plantas; • Prevenir doenças causadas pelos organismos dos reinos estudados. 14 V. VISÃO GERAL DOS CONTEÚDOS DE BIOLOGIA DA 11ª CLASSE 35 semanas à 3 aulas=105 aulas Iº Trimestre 1ª Unidade: Sistemática dos seres vivos...........................................( 5 aulas) Sistemas de classificação dos seres vivos Taxonomia e nomenclatura Categorias básicas Regras de nomenclatura 2ª Unidade: Estudo e classificação dos seres vivos do Reino Monera ao Reino Plantae........................................................................................................... (47 aulas) Reino Monera Filos do Reino Monera Vírus Doenças causadas por vírus Reino Protista Características gerais dos filos Doenças causadas por protozoários Reino dos fungos IIº Trimestre 2ª Unidade: Estudo e classificação dos seres vivos do Reino Monera ao Reino Plantae ...............................................(continuação) Características gerais Classes do filo Reino das plantas Características gerais do reino Reprodução dos seres vivos Filos do reino das plantas Classes das Angiospérmicas e Gimnospérmicas 15 IIIº Trimestre 3ª Unidade: Estudo e classificação dos seres vivos- Reino Animal........( 46 aulas) Reino animal Características do reino animal Filos do reino animal Animais acelomados Animais psudocelomados Animais celomados TOTAL: 63 aulas mais 7 aulas livres para a utilização do professor 16 VI. PLANO TEMÁTICO Unidade temática 1: Sistemática dos seres vivos Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Descrever os critérios utilizados na classificação dos seres vivos segundo Wittaker Nomear os grupos taxanómicos de acordo com a regras estabelecidas Mencionar a hierarquia das categorias taxonónicas Aplicar as regras de nomenclatura Compreender a espécie como a unidade biológica fundamental de classificação Sistemas de classificação dos seres vivos (breve historial da sistemática e sua evolução: Lineu, Haeckel, Copeland e Whittaker) Taxonomia e nomenclatura (Conceitos) Categorias básicas ou grupos taxonómicos (reino, filo, classe, ordem, família,género e espécie); Regras da nomenclatura Compreende a necessidade de agrupar os seres vivos de acordo com as suas características Agrupa os seres usando as regras de nomenclatura 5 aulas 17 SUGESTÕES METODOLÓGICAS Nesta classe, o professor deve preparar as suas aulas considerando que os alunos já adquiriram alguns conhecimentos básicos sobre as características dos organismos nas classes anteriores e que neste ciclo eles irão aprofundar e ampliar esses conhecimentos. Ao introduzir a unidade de sistemática, o professor deve orientar os alunos a perceberem-se da necessidade de classificar os diferentes seres e fenómenos que ocorrem. Isto pode ser feito, por exemplo, explorando a organização da própria escola em classes, secções, turmas e dentro das turmas a sequência alfabética dos nomes. Poderá ainda demonstrar a diversificação usada para nomear objectos, alimentos e outros seres, usando línguas nacionais e internacionais. Com base nas ideias acima, os alunos poderão compreender como os cientístas (Biólogos) fazem a troca sistemática de informações sobre os seres tão diversificados e demonstrar a necessidade e importância do uso dos nomes científicos universais. No que diz respeito as regras de nomenclatura, é importante que os alunos entendam que a espécie é a unidade básica de classificação dos seres vivos. O professor poderá orientar os alunos a efectuarem o sistema de classificação do Homem: (reino – animal; filo – cordados; sub-filo – vertebrados; classe – mamíferos; ordem – primatas; família – hominídeos; género – Homo; espécie – Homo sapiens como uma forma de consolidação. No que diz respeito ao historial do sistema de classificação dos organismos na antiguidade (era empírica e prática) é importante fazer referência aos vários cientistas que estiveram envolvidos nesta classificação desde o Lineu até Whittacker. Os alunos devem entender que com o desenvolvimento da ciência os estudos sobre os agrupamentos dos seres vivos foram mudando. As investigações mais profundas das características dos organismos, incluindo as substâncias genéticas e bioquímicas em geral evoluiram na área científica permitindo a possiblidade do surgimento de novos agrupamentos das espécies. Indicadores de desempenho: • Demonstra, com base em diferentes exemplos, a hierarquia das categorias taxonómicas; • Agrupa os seres vivos de acordo com as suas características segundo Whittaker; • Descreve os critérios utilizados na classificação dos seres vivos. 18 Unidade temática: Estudo e Classificação dos seres vivos do reino Monera ao reino Plantai Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Caracterizar seres procariótas Classificar as bactérias de acordo com a sua organização Distinguir as diferentes formas de bactérias Descrever a importância das bactérias Reino Monera – seres procariotas Características gerais Filos do reino monera: Filo Schizophyta: o características gerais; estrutura, formas e nutrição das bactérias) o Reprodução (divisão binária e conjugação) o Importância das bactérias o Doenças causadas por bactérias (cólera, tuberculose, difteria e tétano), sintomatologia e medidas de prevenção. Filo Cyanophyta (algas azuis) o Características gerais e sua importância Diferencia os filos do reino das plantas de acordo com as suas características Solidariza-se com as pessoas infectadas e afectadas pelo HIV/SIDA e outras doenças Demostra hábitos correctos, conduta social responsável 47 aulas Conhecer a origem dos Vírus Mencionar a diversidade dos Vírus Descrever a reprodução viral Identificar doenças causadas por vírus Descrever a sintomatologia e modo de transmissão, profilaxia de doença causadas por vírus Vírus Origem, características e reprodução (ciclo lítico e lisogénico ) Doenças virais (SIDA , sarampo, varicela, varíola, raiva.) Sintomatologia, modo de transmissão e profilaxia das doenças 19 Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Caracterizar o reino Protista Descrever as características gerais das algas Descrever o modo de reprodução dos diferentes filos Mencionar a importância ecológica e económica dos diferentes filos Identificar doenças causados por protozoários Descrever os modos de transmissão, sintomas e profilaxia de algumas doenças Reino Protista Características gerais e exemplos de seres unicelulares e eucariontes Caracteristicas gerais dos Filos: Pirofitas-pyrrophytas, Crisofitas-crysophrta, Euglenofitas-euglenophyta Filo protozoário: Caraterísticas gerais Classes deste filo: Flagellata (euglena) Rhizopoda (amoeba) Sporozoa (plasmodium) Classe sporozoa (Plasmodium vivax, Trypanossoma gambiense, Entamoeba dysenteriae) Estrutura, modo de vida, reprodução e ciclo de vida do plasmodio Doenças causadas por protozoários (malária, doença de sono, amebiase) Sintomas, modo de transmissão e profilaxia de algumas doenças (malária, doença de sono, amebiase) perante a sua saúde e da comunidade Divulga e aplica as regras de protecção Esquematiza os ciclos de vida dos diferentes organismos estudados Identifica as linhas gerais de evolução das plantas Diferencia monocotiledóneas 20 Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Mencionar as características dos fungos. Mencionar as classes do filo Mycophyta Descrever o processo da reprodução dos fungos. Dar exemplos da importância dos fungos para o Homem e para a Natureza. Mencionar doenças provocadas pelos fungos Reino dos Fungos Características gerais, morfologia, nutrição Reprodução e importância Classes do Filo Mycophyta – características gerais de cada classe e exemplos – doenças causadas por fungos Líquenes Características gerais e exemplos das dicotiledóneas Usa chaves dicotómica simples de modo a familiarizar-se com as principais características morfológicas de diferentes classes Caracterizar o reino das plantas; Descrever as características de cada filo Mencionar e correlacionar os filos com seus seres representativos Reino das Plantas Características gerais do reino das plantas Características gerais e exemplos dos filos Feofíceas, Rodofíceas, Clorofíceas Importância das algas Descrever a reprodução sexuada e os seus tipos Mencionar os tipos de alternância de gerações Mencionar e diferenciar as fases nucleares Reprodução dos seres vivos Conceitos de isogamia, anisogamia e hermafrodita Alternância de gerações 21 Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Descrever as características gerais das Gimnospérmicas e Angiospérmicas. Mencionar a importância de algumas espécies das gimnospérmicas e angiospermicas. Identificar os principais grupos das gimnospermicas e angiospermicas. Distinguir monocotiledóneas das dicotiledóneas; Dar exemplos de plantas monocotiledónes e dicotiledóneas Diferenciar as fases do ciclo de vida de uma angiospermica” Distinguir os órgãos reprodutores masculinos e femininos de uma angiospermica Descrever o ciclo biológico das Ginnospérmicas e Angiospérmicas Sistematizar os filos do reino das plantas Filo Briófitas- características gerais e exemplos Ciclo de vida da Funária (musgo) Importância dos musgos para a natureza Filo Traqueófita – características gerais e exemplo Sub filo pterophytina Características gerais das filicíneas e exemplo (polipódio) Ciclo de vida do polipódio Classe das GinnospérmicasCaraterísticas gerais e exemplos (casuarina) Classe das Angiospérmicas Características gerais e exemplos Ciclo de vida de uma Angiospermica Classificacao da classe das Angiospermicas: monocotiledónea e dicotiledónea Comparação entre monocotiledónea e dicotiledónea (raiz, caule, folhas, nº de cotilédones, e flor) Polinização, fecundação e formação do fruto Origem, constituição e germinação da semente Comparação dos ciclos biológicos das plantas (clorofíceas até as angiospérmicas) Aplicação de uma chave dicotómica simples 22 SUGESTÕES METODOLÓGICAS: Nesta unidade trata-se da abordagem de diferentes temas referentes os Reinos Monera até ao Reino Plantae. É importante que os alunos diferenciem as características gerais de cada um dos reinos estudados, agrupem os seres de acordo com os filos e classes de cada um dos reinos. No tratamento do tema doenças, sugere-se que o professor dê um trabalho de investigação aos alunos sobre as doenças causadas pelos diferentes organismos estudados, por exemplo, os causadores da tuberculose, cólera, tétano, HIV-SIDA, etc, seguido de apresentação e debate. Seria importante que os alunos pesquisassem as doenças mais comuns na sua comunidade, vias de transmissão e tratamento dado quer no hospital quer por meio da medicina tradicional. Na classificação do Reino Plantae é importante explicar aos alunos que as Rodofíceas (algas vermelhas), Feofíceas (algas castanhas), Clorofíceas (algas verdes), têm como habitat o meio aquático e as restantes no meio terrestre. Para uma melhor compreensão sugere-se que os alunos sob orientação do professor elaborem um quadro resumo como a seguir se apresenta: Filo Representante Clássico Habitat Substância de Reserva Pigmentos Feofíceas algas castanhas Exclusivamente marinhas; regiões temperadas frias Laminarina e óleo Clorofila a e c Fucoxantina Rodofíceas algas vermelhas Geralmente em águas marinhas, temperaturas elevadas Amido Clorofila a e d Ficobilina Clorofíceas algas verdes Geralmente aquáticas, podendo-se encontrar noutros habitats, na sua maioria na água doce Amido Clorofila a e b Carotenoides Para o tratamento dos outros filos (Briófitas e Traqueófitas) o professor deve ter em conta que já foram abordados alguns aspectos referente aos mesmos. E assim, deverá criar um espaço para o diálogo; referenciar a grande diferença entre os dois filos tendo em conta a sua evolução, pois, os Briófitas são plantas avasculares, isto é, sem os vasos condutores e os Traqueófitas são vasculares e explicar também a dependência das Briófitas em relação aos lugares húmidos. No Filo Traqueófitos, sendo plantas superiores, o professor deve dar um informe das características gerais, sua classificação em sub-filos, sendo o mais importante o filo Pterophytina, traqueífita suas características gerais e as respectivas classes: Filicíneas (polipódio), Gimnospérmicas e Angiopérmicas (feijoeiro). 23 Para melhor compreensão dos conhecimentos, sugere-se que o professor recomende aos alunos, a levarem consigo materiais de várias plantas (fetos, milho, feijoeiro, etc.). Na classificação da classe angiospérmica: mono e dicotiledóneas, sugere-se que o professor junto com os alunos elaborem um quadro comparativo como o que a seguir se apresenta: Quadro comparativo monocotiledónea dicotiledónea Tipo de raiz Raiz fasciculada Raiz aprumada Tipo de caule Colmo ou espique tronco Nervação das folhas Folhas paralelinérveas Folhas não paralelinérveas Número de cotilédones Um cotilédone Dois cotilédones Grau de diferenciação do perianto Pouco diferenciado Diferenciados (com sépalas e pétalas) A este nível é importante que os alunos saibam usar a chave dicotómica para a sua classificação. O estudo sobre a comparação dos ciclos biológico das plantas (algas clorofíceas até as plantas), deve permitir compreender há uma redução progressiva da geração da gametófita que corresponde ao desenvolvimento gradual da geração esporofita, isto é, a geração esporófita é mais longa que a geração gametófita. De acordo com as condições materiais da escola o professor deve planificar trabalho prático nas suas aulas. Caso a escola possua o microscópio, os alunos deverão observar objectos preparados por eles sob a orientação do professor. Mais o exercício de fazerem as preparações deve ser realizados pelos próprios. Indicadores de desempenho: • Diferencia as características dos filos estudados do reino Monera ao Reino Plantae; • Menciona a importância económica, ecológica de alguns representantes dos filos estudados; • Identifica e descreve as doenças causadas pelos diferentes organismos estudados; • Identifica as linhas gerais de evolução das plantas; • Aplica a chave dicotómica simples no estudo de diferentes organismos. 24 Unidade temática: Estudo e classificação dos seres vivos - Reino Animal Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Caracterizar o Reino animal; Identificar os filos do reino animal; Descrever a estrutura, modo de vida e reprodução dos diferentes Filos do reino animal; Reconhecer a importância dos corais; Relacionar a estrutura com o modo de vida dos diferentes animais; Descrever a reprodução e o ciclo de vida de alguns animais; Comparar a estrutura dos diferentes filos; Reino animal Características gerais Filos do reino animal Animais acelomados: Filo Espongiários (esponja) Características e reprodução Filo Celenterado (Hidra da água doce) Características e reprodução Importância dos corais Filo Platelmintes (Tenia sp) Características Adaptação ao parasitismo Exemplo de classes das Platelmintes Ciclo de vida da Ténia Animais pseudocelomados: Filo Nematelmintes (Ascaris lumbricoide ) Características Classes dos Nematelmintes e exemplos Ciclo de vida Ascaris lumbricoide Animais celomados: Filo anelídeo Características gerais Reprodução da Minhoca Importância ecológica Comparação dos planos básicos em diferentes filos Diferencia os filos do reino dos animais de acordo com as suas características Demonstra hábitos correctos, conduta social responsável perante a sua saúde e da comunidade Divulga e aplica as regras de protecção contra doenças Esquematiza os ciclos de vida dos diferentes organismos estudados 46aulas 25 Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Identificar a relação biótica entre o homem e nematelmintes; Relacionar o modo de vida da minhoca com a fertilidade do solo; Mencionar a importância dos diferentes filos do reino animal; Desenvolver a actividade pratica relacionada com a morfologia dos insectos de algumas regiões; Mencionar os grupos taxanómicos dos vertebrados; Diferenciar peixes cartilagíneos dos peixes ósseos, Filo Artrópodes Características gerais do filo Classes do filo dos artrópodes: centípedes, milipedes, crustáceos, insectos e aracnídeos Características gerais das classes e seus representante Importância dos artrópodes Trabalho prático Estudo e comparação da morfologia dos insectos mais importantes da região Filo Moluscos Características gerais do filo Classes do filo molusca: gastrópodes, bivalves e cefalópodes Características gerais das classes e seus representante Importância dos moluscos Filo Equinodermes Características gerais do filo Classes do filo e seus representantes Filo Cordados: Características gerais Vertebrados Características gerais Super-classes: Peixes (cartilagíneos e ósseos): características gerais reprodução e importância Tetrapodes (anfíbios, repteis, aves e mamíferos) Classe dos anfíbios característicasgerais reprodução e importância Menciona a importância de alguns animais estudados 26 Objectivos específicos O aluno deve ser capaz de: Conteúdos Competências Básicas O aluno: Tempo Mencionar as características dos répteis e das aves; Descrever o modo de vida e reprodução dos Mamíferos. Classe répteis Características gerais Reprodução e importância Classe aves Características gerais Reprodução e importância Classe mamíferos Características gerais Reprodução e importância 27 SUGESTÕES METODOLÓGICAS Nesta unidade os alunos irão utilizar os conhecimentos já adquiridos nas classes anteriores , aprofundando e alargando as possibilidades e critérios de classificação dos seres vivos. Sugere-se que o professor peça aos alunos para mencionarem as características gerais (habitat, modo de vida, estrutura externa e exemplos) do reino animal podendo ser acrescentadas as seguintes características: São seres heterotróficos, pluricelulares, tamanho e forma fixa, as células não possuem parede celular e a maioria digere o alimento numa cavidade interna e armazenam, como reservas, o glicogénio e gorduras. Algumas destas características já foram estudadas nas classes anteriores com destaque na 8ª classe. Posteriormente poderá indicar os 9 filos deste reino: Espongiários, celenterados, platelmintes, nematelmintes, anelídeos, artropodes moluscos, equinodermes e cordados. E importante que o professor introduza os conceitos diblásticos ou diplobláticos (existência de duas camadas de células-endoderme e ectoderme), triblásticos ou triploblásticos (existência de três camadas de células-endoderme, mesoderme e ectoderme), acelomados (não possuem celoma-cavidade no interior da mesoderme), pseudocelomados (cavidade entre a endoderme e a mesoderme, representando um estado de evolução para celoma) e celomados (Cavidade no interior da mesoderme que caracteriza todos os animais de nível de organização superior). Na abordagem dos diferentes filos o professor poderá utilizar os meios didácticos ao seu dispor (livros, mapas, modelos, entre outros) para ilustrar os seres representativos dos filos ou irá orientar os alunos para trazerem exemplares ou produzam os materiais para uma melhor visualização. No final os alunos deverão agrupar os seres dos diferentes filos nas suas respectivas classes. No tratamento do tema Doenças, sugere-se que o professor dê um trabalho de investigação aos alunos sobre as doenças causadas pelos diferentes organismos estudados, por exemplo, os causadores da ténia, lombrigas, malária ou ainda da importância de alguns animais seguido de apresentação e debate. Seria importante que os alunos pesquisassem as doenças mais comuns na sua comunidade, vias de transmissão e tratamento dado quer no hospital quer por meio da medicina tradicional. Em relação aos Filos dos artrópodes, moluscos e vertebrados sugere-se que no final, os alunos elaboram um quadro comparativo de cada uma destas classes como a que a seguir se indica: 28 Filo dos artrópodes Classes Principais Características Centípedes Corpo comprido e achatado, segmentos todos iguais com excepção do cefálico que possui um par de antenas, cada segmento possui um par de patas. Ex.: Centopeias. Milipedes Corpo comprido e cilíndrico, segmentos iguais com excepção do cefálico que apresenta um par de antenas e um par de mandíbulas e os restantes segmentos possuem dois pares e patas cada um. Ex: Maria café. Crustáceos Corpo diferenciado em cefalotórax e abdómen, presença de numerosos apêndices com varias funções, exoesqueleto impregnado de sais de cálcio; a maioria são aquáticos. Ex.: Lagosta. Insectos (alados-com asas; apteros-sem asas) Corpo diferenciado em cabeça, tórax e abdómen, possuem um par de antenas, três pares de patas locomotoras, traqueias como órgãos respiratórios, dominam em todos os ambientes, exceptuando o aquático, sofrem metamorfoses. Ex.: Mosca . Aracnídeos Corpo diferenciado em cefalotórax e abdómen, não possuem antenas nem mandíbulas, podem apresentar queliceras, pedipalpos e quatro pares de patas. Ex.: Aranha. Filo dos Moluscos Classes Características Principais Gastrópodes Concha univalve ou sem concha, massa visceral e concha enrolada em espiral que altera a simetria bilateral, cabeça bem diferenciada, com olhos nas extremidades de tentáculos, pé em forma de palmilha, língua coberta de rádula. Ex: Caracol Bivalves Concha bivalve, cabeça não diferenciada, pé em forma de quilha, brânquias com forma de quilha, sem rádula. Ex: amêijoa. Cefalópodes Não possuem concha ou com concha reduzida, pé em volta da cabeça dividida em tentáculos, com rádula. Ex: Polvo. 29 Indicadores de desempenho: • Diferencia as características dos filos estudados no Reino Animal; • Menciona a importância económica, ecológica de alguns representantes dos filos estudados; • Identifica e descreve as doenças causadas pelos diferentes organismos estudados; • Aplica a chave dicotómica simples no estudo de diferentes organismos. 30 VIII. AVALIAÇÃO A avaliação é uma tarefa didáctica, necessária, contínua e sistemática do trabalho do professor, em todo o processo de ensino e aprendizagem na escola. É através desta, que se pode acompanhar passo a passo o domínio das matérias pelos educandos e, não só, obter resultados que vão surgindo no decorrer do trabalho interactivo professor-aluno e aluno-professor. A avaliação é uma tarefa muito complexa que não pode ser entendida e nem resumida simplesmente com provas e atribuição da nota ao aluno. Alguns estudos feitos mostraram que no actual sistema de ensino existe uma discrepância entre o nível de transmissão pedagógica e o nível de recepção sendo a maior preocupação dos professores o cumprimento dos programas no fim do ano, sem no entanto, certificarem se a maioria dos alunos aprendeu o que se esperava que aprendesse. Poucos professores preocupam-se pelas múltiplas funções que a avaliação escolar cumpre no processo de ensino aprendizagem (didáctico pedagógica, diagnóstica, de controle e outras). Na construção deste programa definitivo de Biologia, tem-se como base o ensino centrado no aluno. É assim que a avaliação deve ser uma componente essencial e sistemática, tendo como finalidades: • Avaliar as competências dos alunos através de trabalhos ou exercícios práticos. • Avaliar o grau de assimilação da matéria pelos alunos através de perguntas orais ou testes escritos (sistemáticos ou finais). • Avaliar o cumprimento dos objectivos, a aquisição e o desenvolvimento de competências básicas propostas no programa de ensino. Para isso, o professor, sempre que prepare as aulas, testes e outros trabalhos, deve consultar o programa de ensino. • A avaliação deve funcionar como termómetro para a medição dos esforços do professor para a obtenção de informações sobre o desenvolvimento do seu próprio trabalho com os alunos (auto-avalição) No ensino secundário o professor precisa de saber o que é avaliar e o que vai avaliar; embora todos os conteúdos tenham sua importância, não é tudo que deve ser avaliado, senão aqueles objectivos que correspondem directamente as competências básicas da classe como são: • Aplicar as regras de nomenclatura; • Mencionar as características dos diferentes filos desde o Reino Monera ao Reino Animal; • Descrever as doenças e importância de alguns organismos dos reinos estudados. Estes objectivos podem ser avaliados de diferentes formas, nas provas sistemáticas, trimestrais, de forma oral , escrita e em trabalhos práticos. O professor deverá fazer perguntas que permitam que os alunos respondam aos objectivos acima mencionados. 31 Não devem ser perguntas reprodutivas. Elas devem dar possibilidades aos alunos para aplicarem os conhecimentos relacionados com a vida diária. Os outros conteúdos servirão para enriquecero nível de conhecimentos dos alunos. PROPOSTA DE ACTIVIDADES PRÁTICAS PARA SEREM AVALIADAS NA 11ª CLASSE. 1-Actividades práticas: Herbário, uso da chave dicotómica. 2- Demonstrações: Germinação da semente, culturas de bolores 3- Debate Formas de transmissão, prevenção e tratamentos de doenças