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ESQUEMA RESPONSABILIDADE CIVIL - UNIDADE 1 - UNIRN

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RESUMO DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
UNIDADE I 
1.0. DA BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA: 
 
 
 
1.1. DAS FASES / DOS CONTEXTOS HISTÓRICOS: 
PERÍODO HISTÓRICO CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS 
1ª FASE: Vingança Privada 
Vendetta - Autotutela 
 
• A vítima executava o juízo 
sobre o infrator. 
• O Poder Público apenas 
declarar quando e como a vítima 
poderia ter o direito de retaliação, 
para produzir no ofensor um dano 
idêntico ao que experimentou. 
• Confundia-se a 
responsabilidade civil e penal. 
 
 
NÃO SE LEVAVA EM 
CONSIDERAÇÃO A CULPA DO 
AGENTE 
 
2ª FASE: Composição 
Tarifada 
Lex Aquilia de Damno 
 
 Substituição das penas de 
natureza física por sanções de 
natureza patrimonial ou 
econômica. 
 Divisão entre responsabilidade 
contratual/negocial e 
extracontratual ou aquiliana: 
A ideia de responsabilizar um indivíduo por seus atos não é algo novo para o ser 
humano, desde o início dos núcleos humanos (famílias, tribos, clãs, cidades...) os 
homens entendem que determinadas atitudes/condutas/gestos/palavras 
acarretam prejuízo/dano para determinada pessoa ou grupo. Portanto, seja por 
uma questão de justiça universal ou princípio moral, há a necessidade de 
reparação desse prejuízo/dano. 
 CONTRATUAL: decorre do 
dano pelo descumprimento de 
pacto/acordo/contrato; 
 
 AQUILIANA: que decorre da 
inobservância de norma 
jurídica, devendo ainda o dano 
do agente ser analisado pelo 
Princípio damnum iniuria 
datum, onde se entendia que o 
dano que não causava prejuízo 
não podia ensejar indenização 
 
3ª FASE (primeira parte): 
Regra Geral da 
Responsabilidade Civil 
Code Civil des Français em 
1804 
 Foi criada a regra geral da 
responsabilidade civil, com a 
inclusão do elemento culpa 
de forma definitiva; ela se 
tornou, então, o núcleo 
essencial da responsabilidade 
civil. Pela letra da lei, os 
elementos do ato ilícito seriam 
apenas dois: culpa e dano, 
tendo boa parte da doutrina 
francesa assumido a própria 
ilicitude advinda da culpa. 
3ª FASE (segunda parte): 
Responsabilidade Civil 
Objetiva 
1ª e 2ª Revolução Industrial – 
atividades de risco. 
 Nesse contexto surge a 
denominada 
responsabilidade civil 
objetiva, que prescinde da 
culpa. 
 A teoria do risco é o 
fundamento dessa espécie de 
responsabilidade, sendo 
resumida por Sergio Cavalieri 
nas seguintes palavras: “Todo 
prejuízo deve ser atribuído ao 
seu autor e reparado por 
quem o causou 
independente de ter ou não 
agido com culpa. Resolve-se 
o problema na relação de nexo 
de causalidade, dispensável 
qualquer juízo de valor sobre a 
culpa...”. 
 
 
2.0. Da Responsabilidade Moral & Responsabilidade Civil: 
 
Responsabilidade Moral: Responsabilidade Civil: 
Responsabilidade Lato 
Sensu: 
 
É a íntima percepção da 
necessidade de corrigir um 
dano, baseando-se apenas no 
dever interno de fazer o que é 
certo nas relações entre os 
seres humanos. 
 
Exemplo: Um caçador passeia 
em uma floresta e ouve gritos 
de “socorro” ecoados de uma 
caverna. Independente de 
prestar socorro, há uma 
responsabilidade moral de 
aventurar-se ao salvamento. 
Outrossim, ao realizar a boa 
ação será premiado com o 
sentimento de coragem e honra, 
caso contrário, sentirá 
remorsos pelo não 
atendimento moral, ainda que, 
de fato, não haja alguém 
realmente anelante por 
auxílio. 
 
A responsabilidade moral é 
intrínseca ao indivíduo, logo, 
há obrigação moral com ou 
sem o dano, basta existir o 
dever. O cumprimento da 
obrigação moral visa 
equilibrar, portanto, a 
matemática de justiça e 
bondade de todo o homem e 
mulher. 
Responsabilidade Stricto Sensu: 
 
 Constitui-se na obrigação jurídica 
de ressarcir patrimonialmente os 
prejuízos provocados em um nexo 
de causalidade entre o dano em si 
e a conduta que o deu origem. 
Praticada por um ou mais 
infratores, em detrimento de uma 
ou mais vítimas. 
 
Exemplo: Carol, estava conduzindo 
a sua Ferrari e, simultaneamente, 
tentava se embelezar com produtos 
Jequití. Distraída, causou o 
abarrotamento de seu carro com o 
veículo de tração animal de Lucas, o 
que ocasionou no óbito de Pé de 
Pano, seu cavalo. 
 
 Diferentemente da 
responsabilidade moral, a 
responsabilidade civil deriva 
inexoravelmente do dano. 
Lembre-se do Damnum iniuria 
datum, pois, para a 
responsabilidade civil, é 
necessário que haja prejuízo ao 
indivíduo que teve seu direito 
lesado. 
 
 
 
3.0. Da Responsabilidade Penal e Responsabilidade Civil: Tipicidade 
e Autonomia da Responsabilidade Civil com relação a 
Responsabilidade Criminal (Esferas de Autonomia Relativa), 
Culpabilidade e Imputabilidade e Reparação/Pena: 
 
a) O artigo 935 do CC prevê o Princípio da Autonomia da 
Responsabilidade Civil com relação a Criminal: 
 
 
 
 
Da inteligência do artigo podemos concluir que a autonomia da 
responsabilidade civil em relação com a criminal é relativa, uma vez 
que quando a sentença do juízo criminal decidir, transitada em 
julgado, sobre a “existência do fato” (prova da materialidade) e 
“sobre quem seja o seu autor” (indícios de autoria), não será 
possível burlar a coisa julgada penal. 
 
Obs: 
Segundo o art. 66 do CPP, somente gera obstrução à ação de 
reparação de dano civil com base em coisa julgada penal, a 
sentença que CATEGORICAMENTE reconhecer a inexistência 
da materialidade do fato. Ainda que tal sentença seja absolutória: 
 
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a 
ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, 
categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato. 
 
 
b) Diferenças quanto à Tipicidade: 
Art. 935 CC. 
A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar 
mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas 
questões se acharem decididas no juízo criminal. 
Há diferença no que se infere aos institutos jurídicos, uma vez que 
a responsabilidade penal pressupõe a prática de conduta 
criminosa (princípio da legalidade) e a responsabilidade civil, 
além da prática de conduta criminosa, pode surgir de outras 
causas não expressamente positivadas em lei. 
Diferenças dos Atos Ilícitos 
Responsabilidade Penal (1 TIPO) Responsabilidade Civil (2 TIPOS) 
Conduta Tipificada: para que 
determinada conduta seja 
considerada um delito, torna-se 
necessária sua tipificação, o que 
decorre do Princípio da 
Legalidade ou da Reserva Legal 
previsto tanto no artigo 5º, XXXIX, 
da Constituição Federal, quanto no 
artigo 1º do Código Penal, por meio 
do qual não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena 
sem prévia cominação legal. 
 
 
Ato ilícito Civil: pode-se afirmar que o 
ato ilícito civil é a conduta humana que 
fere direitos subjetivos privados, 
estando em desacordo com a ordem 
jurídica e causando danos a alguém. O 
art. 186 do atual CC tem a seguinte 
redação: 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito” 
(destacamos). 
 
Abuso de Direito: há obrigação de 
reparação civil, como se vê do art. 187 do 
CC: 
 
“Art. 187. Também comete ato ilícito o 
titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico e social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes”. 
 
Dos art. 186 e 187 do CC/2002 percebe-
se que o ato ilícito constitui uma soma 
entre lesão de direitos privados e dano 
causado, de acordo com a seguinte 
fórmula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA DE 
CONDUTA 
TIPIFICADA PELA 
LEI COMO CRIME: 
(Homicídio, furto, 
importunação 
sexual...) 
RESPONSABILIDADE 
PENAL = 
= ATO ILÍCITO CIVIL 
ABUSO DE DIREITO 
RESPONSABILIDADE 
CIVIL 
 
OBS 1: É valido ressaltar que no caso de se requerer reparação civil por 
homicídio de familiar, não se está litigando em nome do agora morto, mas se 
busca ressarcir os danos à moral da ENTIDADE FAMILIAR enlutada que sofre 
pelo vazio da saudade de seu ente querido. 
 
OBS 2: A título de diferenciação, não se podeconfundir a declaração de 
inexistência do fato com a atipicidade da conduta, pois naquela o juízo 
criminal entende que o fato (tipificado penalmente ou não) não ocorreu, o 
que inibe projeções de responsabilidade no campo cível. Todavia, se tratando 
de coisa julgada que aponta o fato como atípico, este pode ser levantado em 
sede de ação cível. 
 
 
c) Diferenças entre os meios de Reparação Civil e Sanções 
Penas: 
 
 
Sanções Penais Reparação Civil 
A pena a ser aplicada deve 
corresponder ao tipo penal da 
condenação, sendo essas penas 
de três espécies: 
 
1) Privativa de liberdade, que se 
divide em: a) reclusão; b) 
detenção 
 
2) Restritiva de direito, que 
somente pode ser aplicada em 
substituição às penas privativas 
de liberdade nos casos 
autorizados em lei. 
 
3) Multa, também conhecida 
como pena pecuniária. 
A reparação civil, como forma de ressarcir os 
danos dos atos ilícitos civis, recai, em regra, 
sobre o objeto do patrimônio do infrator. 
(exceções: pensão alimentícia) 
 
Dependendo da causa que propiciou o dano 
podemos traçar limites de razoabilidade na 
aplicação da reparação civil. 
 
IMPORTANTE: Embora existam projetos 
legislativos que busquem “tabelar” os danos 
civis, inclusive os morais. Tal esforço se torna 
inviável de fato, uma vez que apenas as 
circunstâncias do caso concreto são aptas para 
discernir a liquidez e projeção do prejuízo. 
 
 
 
 
d) Imputabilidade Penal e Imputabilidade Civil: 
Imputabilidade Penal: dentro da 
teoria tripartite do crime temos o 
elemento essencial da culpabilidade, 
cujo um dos elementos intrínsecos é a 
Imputabilidade Civil: conforme o art. 3º 
do CC são absolutamente incapazes 
de exercer pessoalmente os atos da 
vida civil os menores de 16 (dezesseis) 
Imputabilidade Penal, está pressupõe 
que o agente ativo possui: 
 
 Maioridade Penal (+18); 
 Sã consciência; 
 Livre vontade 
 Ser pessoa jurídica legalizada 
(em casos de pessoas 
jurídicas). 
 
Na falta de um destes temos uma 
excludente de culpabilidade, visto que 
há uma inimputabilidade penal ao 
indivíduo. 
anos. Nesse caso a responsabilidade 
civil será transmitida aos seus 
representantes e, no caso de solvência 
destes, a responsabilidade pode, em 
último caso, afluir ao patrimônio do 
então infante. 
 
Ainda, para os casos de reativamente 
incapazes, temos, no que nos importa, o 
art. 4º que delimita que são incapazes 
relativamente a certos atos ou à maneira 
de os exercer “os maiores de dezesseis 
e menores de dezoito anos”. Assim, 
para os relativamente incapazes, a 
responsabilidade civil ainda permanece 
para os seus representantes. 
IMPORTANTE: Pontualmente nos 
casos de emancipação, a dinâmica do 
responsável do menor pelo ato ilícito é 
alterada dependendo do tipo de 
emancipação, nos seguintes termos: 
 Emancipação Voluntária: 
respondem pelo dano causado, 
solidariamente, os 
representantes e o menor 
emancipado. 
 Emancipação Judicial: uma vez 
que a jurisdição civil constata a 
autonomia da vontade do 
emancipado, não há 
solidariedade com “ex-
representante”. 
 Emancipação Legal: uma vez 
atingidos os requisitos do artigo 
5º do Código Civil, a maioridade 
civil pode ser alcançada, tais 
condições especiais, são: 
a) pelo casamento, 
b) por emancipação (que só é 
permitida a partir dos 16 anos), 
c) pela colação de grau no ensino 
superior, 
d) pelo exercício de um emprego 
público em caráter efetivo, 
e) por relação de emprego que 
garanta o seu sustento ou pelo 
estabelecimento civil ou 
comercial. 
Nesse caso, assim como na 
emancipação judicial, não há 
solidariedade na reparação civil 
do dano por ato ilícito. 
 
4.0. DOS ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL OU 
PRESSUPOSTO AO DEVER DE INDENIZAR (CONCEITOS 
BÁSICOS): 
 
ATO ÍLICITO CIVIL/ 
CONDUTA 
 
 
A conduta humana pode ser causada por uma ação 
(conduta positiva) ou omissão (conduta negativa). Pela 
presença do elemento volitivo, trata-se de um fato jurígeno. 
 
 Lesão a direito privado + dano 
 
 Abuso de Direito + dano 
 
 
 
 
 
 
RESULTADO/DANO 
 
 Produto do ato ilícito que causa prejuízo (lesão a 
direitos) 
 
 Trata-se da lesão a um interesse jurídico, material ou 
moral. 
 
 Não é qualquer tipo de dano que é indenizável. 
Para que o dano seja indenizável, é preciso o 
preenchimento de 3 requisitos do dano indenizável: 
 
 (1) Atualidade do Dano: o dano dever ser atual, 
assim como os seus efeitos prejudiciais ao lesado; 
 
 (2) Subsistência do Dano: se houve a atuação 
ilícita e o agente já reparou o dano, não há mais o 
que indenizar. Critica-se o presente requisito 
porque inviabilizaria a reparação por lucros 
cessantes; 
 
 (3) Certeza do dano: o dano indenizável é um dano 
certo e exigível, não pode ser um dano abstrato ou 
hipotético. O mero aborrecimento não justifica o 
dano. Veda-se a reparação dos danos hipotéticos 
ou eventuais. 
 
 
 
 
NEXO DE 
CAUSALIDADE 
 
 o nexo é formado pela conduta, cumulada com a 
previsão legal de responsabilidade sem culpa ou pela 
atividade de risco. 
 
- TEORIAS DO NEXO CAUSALIDADE: 
 
 Entre várias condutas que geram resultado, quais 
delas devem gerar responsabilidade civil para a 
reparação do dano? 
 
Resposta de Sergio Cavarieli Filho: “Não há uma 
regra teórica, nenhuma fórmula hipotética para 
resolver o problema, de sorte que a solução terá 
que ser encontrada em cada caso, atentando-se 
para a realidade fática, como bom-senso e 
ponderação.” 
 
Entretanto, surgem diversas teorias que classificam 
nominalmente as hipóteses de análise: 
 
 
 
 
 Teoria da causalidade adequada: 
 
- Dentre todas as causas, deve haver apenas uma 
que gere a responsabilidade. Aqui se analisa a 
conduta determinante para a existência do dano. 
 
Critica-se essa teoria no sentido de que, muitas 
vezes na prática, não há como desatrelar as 
múltiplas causas que dão razão aos danos e 
prejuízos causados. 
 
 
 Teoria da equivalência dos antecedentes: 
 
- Para essa teoria, todas as causas anteriores ao 
dano são iguais, podendo todas estarem elencadas 
como promulgadoras do dano gerador da 
responsabilidade civil. 
 
- Tal teoria é criticada por parte da doutrina, uma 
vez que se pode considerar uma regressão infinita 
de causas, onde todas as causas anteriores são 
causas. 
 
Deve-se, pois, independente da teoria aplicada, se 
utilizar em primeiro lugar a razoabilidade. 
 
 Teoria da Imputação Objetiva: 
 
- Essa teoria busca equilibrar a teoria equivalência 
dos antecedentes. 
 
- Aqui, ainda se analisam mais uma causa ou 
condição para o dano que gera responsabilidade 
civil. 
 
- Todavia, para admitir a causa como anexável ao 
dano, deve ser feita a análise das condições em 
que se aventura o agente causador, excluindo ou 
somando a conduta como causa do dano. 
 
 Diminuição do risco: 
 
- Se o agente cometer um dano, mas ao fazê-
lo diminui a chance de um risco maior. O dano 
mais leve deve ser desconsiderado. 
 
Exemplo: namorado que empurra namorada 
para a salvar de um acidente de carro, mas 
acaba por causar arranhões nela. (o dano 
causado diminuiu o risco de dano maior). 
 
 Aumento do risco permitido: 
 
- O aumento do risco permitido é a situação 
em que um agente, apesar de agir com falta 
de cuidado que lhe era exigível na situação, 
não aumenta o risco permitido, isto é, mesmo 
se tivesse tomado todas as precauções 
exigidas o resultado teria acontecido da 
mesma forma como ocorreu. 
 
- Não poderia, pois, ser imputado ao agente a 
ocorrência do resultado, uma vez que sua 
conduta não majorou o risco anteriormente 
criado. 
 
- EXEMPLO: Fugindo com seu carro de um 
tsunami, Maria destrói um boneco de posto 
de gasolina, no mesmo local onde se 
encontrava os restos do boneco, caiu uma 
arvore, em decorrência do tsunami. (mesmo 
que Maria tivesse desviado do boneco, ele 
também seria destruído) 
 
 Entre outras hipóteses... ver tópico 7.0. 
 
Culpa 
 
 Elemento subjetivo da ação ou omissão do agente 
lesador. 
 
 A responsabilidade objetivanão necessita da 
comprovação da culpa, basta-lhe a vinculação ao 
dano. 
 
 Porém, responsabilidade subjetiva constitui regra 
geral em nosso ordenamento jurídico, baseada na 
teoria da culpa. Dessa forma, para que o agente 
indenize, para que responda civilmente, é necessária 
a comprovação da sua culpa genérica, que inclui o 
dolo (intenção de prejudicar) e a culpa em sentido 
restrito (imprudência, negligência ou imperícia). 
 
 
5.0. DAS ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE 
CONTRATUAL 
 
Responsabilidade Contratual é derivada 
da existência de um contrato: 
 
Trata-se aqui de uma responsabilidade civil 
que subsiste do rompimento da ordem 
jurídica de um vínculo jurídico específico. 
Tal rompimento se dá por lesão ao 
dispositivo contratual ou por abuso dos 
direitos convencionados. 
 
• Inadimplemento da obrigação 
contratual: 
 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, 
responde o devedor por perdas e danos, 
mais juros e atualização monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, 
e honorários de advogado. 
 
 Abuso de direitos avençados: 
 
Art. 187. 
Também comete ato ilícito o titular de um 
direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo 
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes. 
 
 Inicio da responsabilidade civil 
contratual: 
 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, 
positiva e líquida, no seu termo, constitui de 
pleno direito em mora o devedor. 
 
Parágrafo único. Não havendo termo, a 
mora se constitui mediante interpelação 
judicial ou extrajudicial. 
 
 Perdas e danos (emergentes e 
cessação do lucro): 
 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente 
previstas em lei, as perdas e danos devidas 
ao credor abrangem, além do que ele 
efetivamente perdeu, o que razoavelmente 
deixou de lucrar. 
 
 Ressarcimento 
 
Art. 404. 
As perdas e danos, nas obrigações de 
pagamento em dinheiro, serão pagas com 
atualização monetária segundo índices 
oficiais regularmente estabelecidos, 
abrangendo juros, custas e honorários de 
advogado, sem prejuízo da pena 
convencional. 
 
Parágrafo único. Provado que os juros da 
mora não cobrem o prejuízo, e não havendo 
pena convencional, pode o juiz conceder ao 
credor indenização suplementar. 
 
 Início dos Juros de Mora 
 
Art. 405. Contam-se os juros de mora 
desde a citação inicial. 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE 
EXTRACONTRATUAL 
 
 
Trata-se de responsabilidade civil calcada 
em norma estatal que, embora não crie 
vínculo jurídico específico entre os 
cidadãos, gera uma relação jurídica 
genérica de observância do conteúdo da lei. 
 
 
 Lesão a direitos estabelecidos em 
normas estatais: 
 
Art. 186. 
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE 
SOLIDÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Só existe 
quando 
houver 
concorrência 
dos agentes 
do dano. 
 
A responsabilidade em 
reparar o dano é 
solidariamente repartida 
entre os agentes 
ocasionadores do prejuízo. 
 
Ou seja, todos ficam 
responsáveis pela 
integralidade da reparação 
civil. 
 
A solidariedade não se 
presume, resulta de lei ou 
da vontade das partes. 
 
RESPONSABILIDADE 
DIRETA 
 
 
Também chamada de simples ou por ato 
próprio, é aquela que o agente do dano é o 
responsável por sua reparação. 
 
Deriva de fato causado diretamente pelo 
agente que gerou o dano. 
 
 
RESPONSABILIDADE 
INDIRETA 
 
 
Se promana de ato de terceiro, com o qual 
o agente tem vínculo legal de 
responsabilidade, de vínculo por 
propriedade de animal e de coisas 
inanimadas sob sua guarda. 
 
A responsabilidade civil indireta ou 
complexa ocorre quando o responsável pela 
reparação do dano é pessoa distinta da 
causadora direta da lesão. 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE 
SUBSIDIÁRIA 
 
 
Esta forma de repartição da 
responsabilidade se dá em 
virtude da divisão unitária 
das frações da reparação 
civil. 
 
Cada agente causador do 
dano responde por uma 
parte única do montante 
da indenização. 
 
Deve-se aplicar a 
subsidiariedade entre os 
agentes do dano quando 
não se achar hipótese de 
solidariedade. 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE 
SUBJETIVA 
 
 
Necessita da comprovação de CULPA 
(dolo, negligência ou imprudência) 
 
RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA 
 
 
É prescindível a existência da culpa, uma 
vez que o elemento subjetivo é substituído 
pelo objeto do risco. 
 
Para que essa substituição seja realizada, 
se faz necessária a existência de 
responsabilidade objetiva por cláusula 
aberta ou, quando a lei o determinar, 
responsabilidade civil por determinação 
legal. 
 
 
 
 
 Risco: 
 
(a) Risco integral: modalidade que não 
admite nenhuma espécie de 
excludente de responsabilidade (caso 
fortuito, força maior nem culpa 
exclusiva da vítima). O ordenamento 
jurídico pátrio apenas autoriza tal 
hipótese em casos de danos 
decorrentes de atividade nuclear e, 
jurisprudencialmente, para danos 
ambientais. 
 
(b) Risco criado: para as demais 
hipóteses de responsabilidade 
objetiva, temos a teoria do risco criado 
para ser aplicada. Esta afasta a 
responsabilidade civil se admitida as 
hipóteses de excludentes (caso 
fortuito, força maior nem culpa 
exclusiva da vítima) 
 
(c) Risco proveito: Importante mencionar, 
no entanto, esta singular e 
significativa exceção à teoria do 
risco criado. A súmula 145 do STJ, 
pela qual: 
 
 “no transporte 
desinteressado, de simples 
cortesia, o transportador só 
será civilmente responsável 
por danos causados ao 
transportado quando incorrer 
dolo ou culpa grave”. 
 
De fato, ao excluir a responsabilidade 
civil em caso de transporte de cortesia 
(carona), configura-se indisfarçável 
adoção da teoria do risco proveito, 
donde resulta concluir que, não sento 
o transporte de cortesia acompanhado 
de vantagem econômica para o 
transportador, sua responsabilidade 
será subjetiva, independentemente de 
se tratar de atividade de risco. 
 
 
 
 
 
6.0. DO DANO: 
 
- A mera VIOLAÇÃO DE UM DIREITO NÃO gera a OBRIGAÇÃO 
DE INDENIZAR. É necessário que haja a violação do direito + 
dano. 
6.1. Espécies de Dano: 
 
 
A) DANO MATERIAL OU PATRIMONIAL: 
 
Dano material é o prejuízo financeiro efetivamente sofrido pela vítima, 
causando diminuição do seu patrimônio. 
 
- Dano Emergente: o que efetivamente o lesado perdeu; 
- Lucro Cessantes: o que razoavelmente deixou de ganhar. 
 
TEORIA DA DIFERENÇA – Trata-se de critério para a definição do valor 
da indenização devida: "Tradicionalmente, define-se dano patrimonial como 
a diferença entre o que se tem e o que se teria, não fosse o evento 
danoso. A assim chamada ‘Teoria da Diferença’ ... converteu o dano numa 
dimensão matemática e, portanto, objetiva e facilmente calculável". 
 
 
 
b) DANO MORAL: 
 
 É o prejuízo que afeta o ÂNIMO PSÍQUICO, MORAL e 
INTELECTUAL da vítima, um dano que ocasiona um DISTÚRBIO 
ANORMAL da vida do indivíduo. SÉRGIO CAVALIERI FILHO: 
 
“É a reação psicológica que a pessoa experimenta em razão de 
uma agressão a um bem integrante de sua personalidade, 
causando-lhe vexame, sofrimento, humilhação e outras dores 
do espírito.” 
 
 É a dor causada em alguma pessoa que representa uma violação a 
um DIREITO INERENTE À PERSONALIDADE. 
 
 Para o STJ: 
 
 “só se deve reputar como dano moral a dor, o vexame, o 
sofrimento ou mesmo a humilhação que, fugindo à 
normalidade, interfira intensamente no comportamento 
psicológico do indivíduo, chegando a causar-lhe aflição, 
angústia e desequilíbrio em seu bem estar.” (STJ, REsp 
1234549/SP, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 01/12/2011, DJe 10/02/2012). 
 
 Meros aborrecimentos e dissabores da vida quotidiana não 
ensejam compensação por danos morais. 
 
 Súmula 37, STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material 
e dano moral oriundos do mesmo fato. 
 
 Deve-se utilizar o termo reparação dos danos e não ressarcimento.Não há um preço para a dor. 
 
b.1.) PESSOA JURÍDICA X DANO MORAL: 
 
 Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
 Segundo o STJ, a pessoa jurídica tem de comprovar dano moral para 
receber indenização: 
 
“1. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral desde que 
haja ferimento à sua honra objetiva, ao conceito de que 
goza no meio social. 2. O mero corte no fornecimento de 
energia elétrica não é, a princípio, motivo para 
condenação da empresa concessionária em danos 
morais, exigindo-se, para tanto, demonstração do 
comprometimento da reputação da empresa.” (STJ, 
REsp 1298689/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 09/04/2013, DJe 
15/04/2013) 
 
 Consoante entendimento do STJ, manifestado no REsp 1.258.398-
PA, não há a possibilidade de se conceder danos morais para 
pessoas jurídicas de direito público. Caso se permitisse, seria uma 
subversão da própria essência dos direitos. 
 
 Assim, teríamos uma confusão/paradoxo em se ter, na mesma 
pessoa, uma idêntica posição jurídica de titular ativo ou passivo, 
fundamentais, uma garantia do particular em face do estado, e não o 
contrário credor e devedor dos direitos fundamentais. 
 
 
c) DANO ESTÉTICO: 
 
Trata-se de uma alteração morfológica da pessoa natural, tendo como 
parâmetro a medicina estética. Ex.: cortes, cicatrizes, queimaduras, 
deformações, perda de órgãos ou de função. Entende-se que o dano é 
presumido. É modalidade de dano in re ipsa. 
 
É toda alteração morfológica do indivíduo que implique, sob qualquer 
aspecto, um afeamento da vítima, consistindo numa simples lesão 
desgastante ou num permanente motivo de exposição ao ridículo ou 
de complexo de inferioridade, exercendo ou não influência sobre sua 
capacidade laborativa. Em teoria, a deformidade física pode acarretar 
dano patrimonial (redução da capacidade laborativa) ou dano moral 
(vexame, humilhação). 
 
 AUTONOMIA: 
Na oportunidade da súmula 387, o STJ aceita a cumulação de danos 
estéticos e morais, e, ao mesmo tempo, dá ao dano estético autonomia 
como espécie de dano. 
 
Súmula 387, STJ: É possível a acumulação das indenizações de 
dano estético e moral. 
 
 
D) DANO EXISTENCIAL: 
 
Trata-se de uma criação jurídica utilizada para enquadrar o dano que 
acarreta a mudança brusca e repentina do dia-a-dia da pessoa humana, 
modificando irreversivelmente a sua relação com a sociedade, a família, 
a religião e a liberdade de sua consciência. 
 
 Em suma, é lesão ao direito de ser feliz... impossibilitando a execução de 
um projeto de vida no campo pessoal (mulher vítima de erro médico que 
a impede de ter filho; férias não concedidas ao empregado; bullying no 
 
 
 
E) DANO DIRETO: 
 
É o dano único, simples... dele não se propagam outros danos...nem 
outras vítimas. 
 
 
 
ambiente escolar ou de trabalho; pais que perdem o filho vítima de 
acidente automobilístico causado por terceiro...). 
 
F) DANO INDIRETO: 
 
A doutrina explica que o dano indireto remete à ideia de uma cadeia 
de prejuízos, ou seja, a mesma vítima sofre um dano principal, 
denominado de direto e, em consequência deste, ainda suporta outro, 
indireto. 
 
Trata-se de um dano que é capaz de gerar uma cadeia de outros danos 
ao mesmo lesado: 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: embora haja muitos danos, ocorrem todos em um mesmo 
lesado. (apenas uma vítima) 
 
DANO PRINCIPAL 
(DIRETO) 
DANO SECUNDÁRIO 
(INDIRETO) 
G) DANO REFLEXO OU EM RICOCHETE: 
 
O dano reflexo, por sua vez, é aquele que atinge, além da vítima direta, 
uma terceira pessoa, distinguindo-se do dano indireto exatamente 
porque neste a mesma vítima suporta danos direto e indireto. 
 
Portanto é um dano dirigido para uma vítima apenas, produzindo 
resultados reflexos em UMA ou MAIS pessoas. 
 
 
 
 
h) DANO SOCIAL OU DIFUSO: 
 
- Antônio Junqueira de Azevedo propõe essa nova modalidade. 
 
- Para ele, "os danos sociais, por sua vez, são lesões à sociedade, 
no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de seu patrimônio moral 
– principalmente a respeito da segurança – quanto por diminuição 
na qualidade de vida". 
 
 
 
7.0. DAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE (excludentes ao dever 
indenizar): 
- As formas que excluem a ilicitude do ato ilícito ou abuso de direito, 
estão listados art.188 do C.C., mas, como veremos, existem outras 
hipóteses não legislativas maquinadas pela doutrina e 
jurisprudência: 
 
Art. 188.Não constituem atos ilícitos: 
 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um 
direito reconhecido; 
 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a 
pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente 
quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não 
excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
 
 
a) Legítima Defesa 
 
Contra o 
agente 
causador do 
dano 
(agressor). 
 
 
Não há dever de indenização para quem praticou a 
legítima defesa e causou danos. 
 
Exemplo: usar da força para repelir agressor. 
 
 
 
Contra terceiro 
ou seus bens 
Quem se usou da legítima defesa contra terceiro 
deve indenizar este, mas dispõe de ação regressiva 
contra o causador originário do dano. 
 
Legitima 
Defesa 
Putativa 
 
Na legítima defesa putativa a pessoa pressente um 
perigo que, na realidade, não existe e, por isso, age 
imoderadamente, o que não exclui o dever de 
indenizar. 
 
Civil – Dano moral – Legítima defesa putativa. 
A legítima defesa putativa supõe 
negligência na apreciação dos fatos, e por 
isso não exclui a responsabilidade civil 
pelos danos que dela decorram. Recurso 
Especial conhecido e provido” (STJ, REsp 
513.891/RJ, Processo 2003/0032562-7, 3.ª 
Turma, Rel. Min. Ari Pargendler, j. 20.03.2007, 
DJU 16.04.2007, p. 181). 
 
Exemplo, veja a ilustração de Marco Aurélio Bezerra 
de Melo: A legítima defesa putativa, trata-se 
“daquela em que uma pessoa atropela outra que se 
aproxima em um semáforo à noite, pois imagina 
estar na iminência de ser assaltado, quando na 
verdade o lesado se aproximara apenas para pedir 
uma carona ou perguntar as horas” 
 
 
Legítima 
defesa com 
excesso 
 
Deve indenizar, porém de forma proporcional, pois 
subsiste a ilicitude em parte da conduta do agente 
que deu causa a Legítima defesa com excesso. 
 
Exemplo: aquele que, para reprimir lesão corporal 
de agressor desarmado, atira em sua perna, 
causando danos desproporcionais ao agressor 
desarmado. 
 
 
b) Exercício Regular do Direito 
 
Conceito 
Básico 
O art. 188, em seu inciso I, segunda parte, do 
CC/2002, preconiza que não constitui ato ilícito o 
praticado no exercício regular de um direito 
reconhecido. 
 
 
 
Informativo 
n°371 do STJ 
 
Notitia 
Criminis 
 
Carência de 
provas e 
indícios 
 
 
 
 A Notitia Criminis praticada em Exercício 
Regular de Direito: 
 
Se o inquérito policial foi instaurado por provocação 
em iniciativa de Notitia Criminis, reconhecendo o 
infrator de forma equivocada, que foi preso e, 
depois, liberado, com o posterior arquivamento do 
inquérito por falta de provas, mesmo assim, não 
resta configurado o dever de indenizar por parte de 
quem levou as informações imprecisas ao 
conhecimento da autoridade policial. 
 
Assim é em virtude de que o cidadão comum não 
possui meios próprios de averiguar a liquidez ou 
veracidade dos fatos, logo, a análise investigativa é 
papel dos órgãos policiais competentes. 
 
Dessa forma, não deve ser impedido o cidadão de 
informar a autoridade competente a possível 
existência de crime, ainda que ele não tenha a 
categórica certeza da materialidade e autoria, não 
consistindo em ato ilícito, para fins de 
responsabilidade civil, se for exercido 
regularmente 
 
Todavia, se a Notitia Criminis foi provada e 
intentada com dolo ou má-fé, acusando o indiciado, 
de forma intencional e falsamente, com o intuito de 
denegrir sua imagem, dessa maneira, há dever de 
indenizar. 
 
 
 
Informativon°499 do STJ 
 
Matéria 
Jornalística 
 
Direito de 
Informar 
 
Liberdade de 
Imprensa. 
 
 
 
 A Liberdade de Expressão praticada em 
Exercício Regular de Direito: 
 
A mídia pode vincular matéria que se sustenha da 
verdade dos fatos ou na busca pela verdade, 
sempre com o oferecimento do contraditório. 
 
 Ainda, pode ser considerado um juízo de valor em 
forma de crítica acerca da realidade dos fatos, 
respeitando os limites da liberdade de expressão, 
para que não se subverta a constitucionalidade em 
abuso de direito. 
 
Para Flávio Tartuce, trata-se de uma “imperiosa 
cláusula de modicidade”, significando que as 
variáveis do caso concreto devem se sopesar com o 
princípio da liberdade de impressa. (depende do 
caso) 
Informativo 
n°553 do STJ 
 
Inscrição 
Devida em 
cadastros de 
proteção ao 
crédito 
 
 
 
 A Inscrição Devida em cadastros de proteção 
ao crédito praticada de exercício regular do 
direito: 
 
Os cadastros de proteção ao crédito são meios 
coercitivos tendentes a compelir o devedor a cumprir 
a obrigação, uma vez que o nome do inadimplente 
estará anunciado nas redes de crédito, 
impossibilitando-o de firma novos compromissos 
econômicos ou até mesmo dilapidando a imagem de 
“bom pagador” do inscrito no cadastro. 
 
Assim, a inscrição do nome do devedor, quando 
devidamente realizada, não gera responsabilidade 
civil ao credor da obrigação que assim o fez. 
 
Vale ressaltar que, uma vez já inscrito devidamente 
em cadastro de proteção ao crédito, não há 
reparação civil em caso de duplicidade de 
inscrições, caso outra instituição reinscreva o 
devedor no rol. 
 
Obs: por óbvio, a inscrição INDEVIDA gera 
responsabilidade civil objetiva a quem deu causa. 
 
 
c) Estado de Necessidade 
Conceito 
O estado de necessidade, para o direito civil, é 
instituto jurídico que afasta o dever de indenizar o 
dano concretizado. 
 
Este instituto civil está previsto e disciplinado nos art. 
188, II e parágrafo único e art. 929 e 930, todos do 
CC 
 
 
Art. 188, inciso 
II e parágrafo 
único do CC. 
 
Art. 188. 
 
Não constituem atos ilícitos: 
 
(...) 
 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou 
a lesão a pessoa, a fim de remover perigo 
iminente. 
 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será 
legítimo somente quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário, não 
excedendo os limites do indispensável para a 
remoção do perigo. 
 
 Havendo excesso, tanto poderá estar 
configurado o abuso de direito (art. 187 do 
CC) quanto o ato ilícito propriamente dito (art. 
186 do CC). 
 
Art. 929 do CC 
 Análise de quem 
 
Art. 929. 
 
Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do 
inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, 
assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que 
sofreram. 
 
 Exemplo: O namorado que empurra a 
companheira para livrá-la de carro 
desgovernado em alta velocidade e 
acaba por causar ferimentos nela. 
 
 Se a namorada estiver na calçada, 
assume-se que ela não tinha 
concorrido na causa do perigo. 
Portanto, o namorado pode ser 
responsabilizado civilmente pelas 
lesões sofridas pela namorada, ainda 
que tenha a empurrado a fim de 
salvá-la. 
 
 Mas se ela estivesse em rua aberta e 
sabidamente movimentada, ela deu 
causa ao perigo. Neste caso, ela não 
teria direito de requer de seu 
namorado a reparação civil devida. 
 
 OBS: devemos analisar caso a caso. 
 
Flávio Tartuce, nas suas lições, apresenta forte 
crítica acerca da redação deste artigo: 
 
“Na verdade, o art. 929 do CC 
representa um absurdo jurídico, pois, 
entre proteger a vida (a pessoa) e o 
patrimônio, dá prioridade a este 
último. Não há dúvida de que o 
comando legal está em total 
dissonância com a atual tendência do 
Direito Privado, que coloca a pessoa 
no centro do ordenamento jurídico, 
pela regra constante do art. 1.º, III, da 
Constituição Federal (dignidade da 
pessoa humana como fundamento da 
República Federativa do Brasil), a 
acarretar a personalização do Direito 
Civil e a sua consequente 
despatrimonialização.” 
Art. 930 do CC 
Art. 930. 
 
No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer 
por culpa de terceiro, contra este terá o autor do 
dano ação regressiva para haver a importância que 
tiver ressarcido ao lesado. 
 
 Exemplo: O namorado que empurra a 
companheira para livrá-la de carro 
desgovernado em alta velocidade e 
acaba por causar ferimentos leves 
nela. 
 
 Caso a companheira não tenha 
incorrido na culpa e ela ajuíze ação 
contra o namorado por tê-la 
empurrado, ele tem direito a ação de 
regresso contra o motorista do 
veículo, uma vez que ele é o terceiro 
causador do perigo. 
 
 
d) Da cláusula de não indenizar 
Conceito 
Considerada por parte da doutrina como uma 
excludente de responsabilidade, a cláusula de não 
indenizar constitui a previsão contratual pela qual a 
parte exclui totalmente a sua responsabilidade. 
 
Essa cláusula é também denominada cláusula de 
irresponsabilidade ou cláusula de exclusão de 
responsabilidade. 
 
Por razões óbvias, a cláusula somente deve ser 
aplicada à responsabilidade contratual (arts. 389 a 
391 do CC), e não à extracontratual (art. 186 do CC), 
pois envolve preceitos de ordem pública. 
 
Admitida 
- Para a responsabilidade civil contratual, quando 
houver bilateralidade do consentimento, presente 
um contrato paritário ou negociado. 
 
 
- Quando não houver colisão com preceito cogente 
de lei. 
 
Vedada 
– Para os casos envolvendo responsabilidade civil 
extracontratual ou aquiliana; 
 
– Para excluir ou limitar os danos morais; 
 
– Em contratos de adesão; 
 
– Nas relações de consumo; 
 
– Quando se tratar de crime ou de ato lesivo 
doloso; 
 
– Em contrato de transporte (art. 734 do novo CC e 
Súmula 161/STF); 
 
– Nos contratos de guarda. 
 
 
e) Anuência da Vítima 
 
O consentimento da vítima pré-exclui, em geral, a responsabilidade 
civil do agente. 
 
 Para que o consentimento da vítima seja eficaz, é preciso que, além 
da capacidade do agente, o bem jurídico seja disponível. 
 
 
 
8.0. DAS EXCLUDENTES DO NEXO DE CAUSALIDADE: 
 
Culpa Exclusiva da Vítima 
 
Pode romper o nexo de responsabilidade. 
A prova da culpa da vítima deve ser 
necessariamente feita pelo réu (RESP 
439.408/SP). Segundo Silvio Rodrigues, o 
aparente causador do dano é mero 
instrumento do acidente. A boa técnica 
recomenda utilizar fato exclusivo da 
vítima, ao invés de culpa exclusiva. 
Deve-se falar em isenção da 
responsabilidade do causador direto do 
dano, não se devendo tratar como 
ausência de culpa deste. 
 
Culpa ou Fato de Terceiro 
Pessoa totalmente estranha à relação 
jurídica. 
Ex.: acidente de automóvel causado pelo 
assaltante que levou o veículo à mão 
armada. 
Observe-se que a Culpa de Terceiro, 
segundo a redação do artigo 735 do CC, 
não deve ser aplicado como regra nos 
casos de transporte contratado de 
pessoas: 
 
Art. 735. A responsabilidade 
contratual do transportador por 
acidente com o passageiro não é 
elidida por culpa de terceiro, 
contra o qual tem ação 
regressiva. 
 
Ex.: Acidente de avião por culpa, ou fato, 
de não manutenção por empresa terceira 
responsável. É o que a doutrina chama de 
responsabilidade civil objetiva 
agravada, em razão da impossibilidade 
de alegação de uma das excludentes. 
 
Veja a súmula 187 do STF: “A 
responsabilidade contratual do 
transportador, pelo acidente com o 
passageiro, não é elidida por culpa de 
terceiro, contra o qual tem ação 
regressiva. “ 
 
Caso Fortuito 
 e 
Força Maior 
 
Para Orlando Gomes, Cavalieri, Stolze, 
Tartuce: Caso fortuito é o evento 
totalmente imprevisível e força maior é o 
previsível, mas inevitável. 
 
Artigo 393 do CC: 
 
O devedor não responde pelos 
prejuízos resultantes de caso 
fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por 
eles responsabilizado. 
 
Parágrafoúnico. O caso fortuito ou 
de força maior verifica-se no fato 
necessário, cujos efeitos não eram 
possíveis evitar ou impedir. 
 
Como se observa do parágrafo único, o 
caso fortuito e a força maior somente 
serão considerados como excludentes da 
responsabilidade civil quando o fato 
gerador do dano não for conexo à 
atividade desenvolvida. 
 
 
 
 
9.0. PRESCRIÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL: 
 
Responsabilidade 
Contratual 
Art. 206, §3º, V, do CC: 
Prescreve: 
§ 3o Em três anos: 
V - a pretensão de 
reparação civil; 
03 anos 
 
Responsabilidade 
Extracontratual 
Art. 205 do CC: 
 
 A prescrição ocorre em 
dez anos, quando a lei não 
lhe haja fixado prazo 
menor 
 
10 anos 
Relação de 
Consumo 
 
Art. 27. Prescreve em 
cinco anos a pretensão à 
reparação pelos danos 
causados por fato do 
produto ou do serviço 
prevista na Seção II deste 
Capítulo, iniciando-se a 
contagem do prazo a partir 
do conhecimento do dano 
e de sua autoria. 
 
05 anos 
 
10.0. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO: 
No caso de Fato do Produto ou do Serviço (defeito) é produzido um 
dano, portanto, enseja a responsabilidade civil ao causador do 
dano. Assim, tratando-se de responsabilidade civil em razão de 
defeito de produto ou serviço, se deve observar o disposto no 
artigo 17 do CDC: 
Art. 17. Para os efeitos desta Seção (da 
responsabilidade pelo Fato do Produto e do 
Serviço), equiparam-se aos consumidores 
todas as vítimas do evento. 
Por essa razão o STJ equipara na qualidade de consumidor aqueles 
que, embora não tenham participado diretamente da relação de 
consumo, sofrem as consequências do evento danoso (observe-se 
aos especiais casos de dano indireto, dano em ricochete e 
dano social ou difuso).

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