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09_Direito_Administrativo

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PC-RS 
Escrivão e Inspetor de Polícia 
 
Direito Administrativo: conceitos e fontes. ........................................................................................... 1 
Administração Pública: conceito, órgãos públicos. ............................................................................ 13 
Agentes públicos: conceito, classificação, direitos, deveres, responsabilidade civil, penal e 
administrativa. ....................................................................................................................................... 16 
Princípios da Administração Pública. ................................................................................................ 47 
Poderes da Administração Pública: hierárquico, disciplinar, regulamentar, de polícia. ...................... 57 
Atos administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificação, revogação e invalidação. ........... 68 
Licitações e contratos administrativos (Lei federal nº 8.666/93 e Lei federal nº 10.520/02). .............. 79 
Serviços Públicos: princípios gerais. ............................................................................................... 153 
Processo Administrativo: conceito, princípios, Processo Administrativo Disciplinar, Sindicância. ... 155 
Responsabilidade Civil do Estado. .................................................................................................. 172 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
1417892 E-book gerado especialmente para JESSICA CARVALHO BRITO
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
A necessidade do homem travar relações sociais fez com que houvesse a necessidade do surgimento 
do Direito, criadas através de um Estado organizado, que vise a justiça e a paz social. 
 
O Direito divide-se em Direito Público e Privado. O primeiro tem por finalidade a regulação dos 
interesses da sociedade como um todo, composto por normas que visam disciplinar as relações jurídicas. 
Tutela-se o interesse público, que apenas atingirá as condutas individuais de forma indireta ou reflexa. 
 
São partes integrantes do direito público o Direito Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Penal, 
o Direito Processual Civil e o Direito Administrativo, entre outros. 
 
O direito privado irá regular o interesse dos particulares, protegendo as relações existentes entre os 
particulares, possibilitando o convívio das pessoas em sociedade, com fruição harmoniosa e utilização de 
seus bens. Ele se baseava na igualdade jurídica entre as pessoas tratadas nas relações regidas. 
 
O ramo do Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, já que rege a organização e o 
exercício de atividades do Estado, visando os interesses da coletividade. 
 
O direito administrativo teve origem na França. Foi construído entre a Administração e os 
administrados, devido à jurisprudência de um órgão conhecido como Conselho de Estado. Este órgão é 
alheio ao Poder Judiciário. 
Sobrevindo a Revolução Francesa, como o período histórico era o da Monarquia Absoluta, não 
existiam disposições legais que pudessem sancionar o comportamento do Estado com relação aos 
administrados. Devido a isso, foi extremamente necessário a existência de um novo direito, pois as 
normas do direito eram precárias. 
 
Em suma, o conteúdo do Direito Administrativo possui variação no tempo e no espaço, de acordo com 
o Estado adotado. O Estado de Polícia visa assegurar a ordem pública. Fala-se em bem-estar social, em 
que o Estado não se limita com a manutenção da ordem pública, mas com o desenvolvimento de inúmeras 
atividades na área da saúde, assistência, previdência social, saúde e cultura, de maneira a desenvolver 
o bem-estar coletivo. Além disso, a substituição do Estado liberal, baseado na liberdade de iniciativa, pelo 
Estado-Providência aumentou, em muito, a atuação estatal no domínio econômico, criando novo 
aparelhamento de ação do poder público, tanto para disciplinar e fiscalizar a iniciativa privada, com 
embasamento no poder de polícia do Estado, quer para exercer atividade econômica, diretamente, na 
qualidade de empresário. 
 
Existe divergência entre os doutrinadores quanto ao conceito de Direito Administrativo. Na verdade, 
cada autor escolhe certos elementos que considera mais significativos para chegar ao conceito, como se 
pode notar nos exemplos abaixo. 
Celso Antônio Bandeira de Mello1 enfatiza a ideia de função administrativa: “o direito administrativo é 
o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a 
exercem” 
Hely Lopes Meirelles2, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação: os órgãos, agentes 
e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos: 
“o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
 
1 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014. 
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002. 
Direito Administrativo: conceitos e fontes. 
1417892 E-book gerado especialmente para JESSICA CARVALHO BRITO
 
. 2 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro3 põe em evidência como objeto do Direito Administrativo: órgãos, 
agentes e as pessoas integrantes da Administração Pública no campo jurídico não contencioso: “o ramo 
do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram 
a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se utiliza para 
a consecução de seus fins, de natureza pública”. 
 
CONCEITO PARA FINS ATUAIS 
 
São muitos os conceitos do que vem a ser Direito Administrativo. Em resumo, pode-se dizer que direito 
administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que tratam da Administração Pública, suas entidades, 
órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira de se atingir as finalidades do Estado. 
Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação entre ela e os administrados e seus 
servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo. 
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior ao 
particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de condições. 
 
OS DIFERENTES CRITÉRIOS ADOTADOS PARA A CONCEITUAÇÃO DO DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
Celso Antônio Bandeira de Mello4 enfatiza a ideia de função administrativa: “o direito administrativo é 
o ramo do direito público que disciplina a função administrativa,bem como pessoas e órgãos que a 
exercem” 
 
Hely Lopes Meirelles5, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação: os órgãos, agentes 
e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos: 
“o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro6 põe em evidência como objeto do Direito Administrativo: órgãos, 
agentes e as pessoas integrantes da Administração Pública no campo jurídico não contencioso: “o ramo 
do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram 
a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se utiliza para 
a consecução de seus fins, de natureza pública”. 
 
FONTES 
 
Segundo Alexandre Mazza7, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as fontes são fatos 
jurídicos de onde as normas emanam.” 
Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas de Direito 
Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias. 
 
A fonte primária é a lei. De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações, 
ou seja, somente a lei pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei? 
Maria Helena Diniz8 ensina que a lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que engloba um conjunto 
de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do Estado. A elaboração da lei é 
disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade compulsória garantida pelo Estado. 
Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato primário, pois encontra seu 
fundamento na Constituição Federal, bem como possui por características a generalidade (a lei é válida 
para todos) e a abstração (a lei não regula situação concreta). 
Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei delegada, medida provisória, 
decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são lei e, portanto, constituem fonte primária do Direito 
Administrativo. Não se deve esquecer das normas constitucionais que estão no ápice do ordenamento 
jurídico brasileiro. 
 
3 DI PIETRO , Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas. 
4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014. 
5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002. 
6 DI PIETRO , Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas. 
7 Idem 
8 DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva. 
1417892 E-book gerado especialmente para JESSICA CARVALHO BRITO
 
. 3 
Os Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem seguir um 
procedimento. 
A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o Presidente da República 
celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso Nacional, utilizando de sua 
competência exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por meio de Decreto Legislativo. 
Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e, após, promulgado 
por meio de Decreto Presidencial. 
Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento pátrio e, em regra, terá 
força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados que versem sobre direitos humanos, 
o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º da Constituição: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja votado em dois 
turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum qualificado de três quintos. 
Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional. 
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a ser fontes do Direito 
Administrativo. 
O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes. 
 
A doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os 
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que determinam o 
sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador. 
 
A jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões 
reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina porque se 
trata de uma interpretação da legislação. 
 
Os costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem 
aceitação social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila, porém as 
pessoas respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está intrínseco no seio 
social. 
Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas administrativas reiteradas. 
Alexandre Mazza9 define: “os costumes são práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes de 
estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao serem repetidos constantemente, criam o hábito 
de os administrados esperarem aquele modo de agir, causando incerteza e instabilidade social sua 
repentina alteração. É nesse sentido que os costumes constituem fontes secundárias do Direito 
Administrativo. Importante relembrar que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela 
qual só podem ser considerados vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou 
princípio estabelecido na legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”. 
 
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições 
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de 
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de 
regulamentos para produzir efeitos. 
 
Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, 
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os superiores 
expedem normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus subordinados com 
relação a determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens de serviço. 
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas. 
 
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou 
da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se 
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. 
 
9 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 
1417892 E-book gerado especialmente para JESSICA CARVALHO BRITO
 
. 4 
Estatutos – é o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores, 
regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em especial os 
colegiados. 
 
Lei formal – relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo, devendo 
seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis Complementares, Leis 
Ordinárias ou Leis Delegadas. 
Vale frisar que a lei apresenta o mais alto nível de produção, ficando abaixo, apenas da Constituição 
Federal. 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVOOs princípios constituem fundamento do Direito Administrativo. São diversas as suas classificações, 
por isso adotar-se-á no presente a classificação de Diogo de Figueiredo Neto10. 
Para esse autor existem os princípios fundamentais que são os previstos de forma explícita ou 
implícita no Título I da Constituição, dos quais destaca-se os mais relevantes para o Direito Administrativo 
que são o princípio republicano, o princípio democrático, o princípio da dignidade da pessoa humana, o 
princípio da cidadania e o princípio da segurança jurídica. 
Alguns princípios são classificados como gerais posto que aplicados para todos os ramos do direito, 
como o princípio da legalidade, da igualdade, da publicidade, da sindicalidade, da legitimidade, entre 
outros. 
 
Especificamente em Direito Administrativo, os princípios são divididos em princípios gerais de Direito 
Administrativo e princípios setoriais de Direito Administrativo. 
Os primeiros trazem as normas e os valores que regem a Administração Pública de maneira geral 
como os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, entre outros. 
 
Por sua vez, os princípios informativos do Direito Administrativo, dizem respeito a um conjunto de 
proposições monovalentes setoriais, que serve como base do Direito Administrativo, comunicando o 
campo de jurisprudência, garantindo autonomia e elaboração de institutos específicos. 
 
Princípio da Supremacia Do Interesse Público 
Este princípio consiste na sobreposição do interesse público em face do interesse particular. Havendo 
conflito entre o interesse público e o interesse particular, aquele prevalecerá. 
Podemos conceituar INTERESSE PÚBLICO como o somatório dos interesses individuais desde que 
represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade. 
O interesse público PRIMÁRIO é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como um 
todo. Já o interesse público SECUNDÁRIO é o interesse direto do Estado como pessoa jurídica, titular de 
direitos e obrigações, em suma, é vontade do Estado. Assim, a vontade do povo (interesse público 
PRIMÁRIO) e a vontade do Estado (interesse público SECUNDÁRIO) não se confundem. 
O interesse público SECUNDÁRIO só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público 
PRIMÁRIO. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público 
PRIMÁRIO. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta distinção. 
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a 
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta 
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis. 
O ordenamento jurídico determina que o Estado-Administração atinja uma gama de objetivos e fins e 
lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio da Supremacia do 
Interesse Público, fornecendo à Administração as prerrogativas e os poderes especiais para obtenção 
dos fins estabelecidos na lei. 
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, 
dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Direito Administrativo. Vejamos alguns 
exemplos práticos: 
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no princípio da 
Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma propriedade, 
requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à propriedade. 
 
10 FIGUEIREDO NETO, Diogo de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 
1417892 E-book gerado especialmente para JESSICA CARVALHO BRITO
 
. 5 
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses contratos 
preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modificar 
ou rescindir unilateralmente tal contrato. 
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, por exemplo, 
de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite com o 
objetivo de diminuir a violência. 
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido princípio, já 
existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se pôr fim a este, através da Teoria da 
Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá o 
problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria da doutrina, o 
princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da Administração, 
devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve 
ser provocado para corrigi-lo. 
 
Princípio Democrático 
O caput do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, adotou em seu parágrafo único, o denominado 
princípio democrático, ao afirmar que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 
 
O Estado Democrático de Direito, que significa a exigência de reger-se pelo Direito e por normas 
democráticas, com eleições livres, periódicas e pelo povo bem como o respeito das autoridades públicas 
aos direitos e garantias fundamentais, proclamado 
 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
A dignidade da pessoa humana é o princípio permeante do ordenamento jurídico, sendo, assim, 
indissociável dos direitos fundamentais. É o que se pode denominar aspecto pragmático-constitucional – 
relação entre os direitos fundamentais e a dignidade da pessoa humana na ordem constitucional. 
A tríade Dignidade, Direitos Fundamentais e Constituição é a diretriz da conduta estatal e particular, 
porquanto se trata do conjunto fundante da ordem jurídica como um todo. Conclui-se que os direitos 
fundamentais são a concretização da dignidade humana dentro da ordem constitucional; concretização 
esta que é evidenciada sob o aspecto de informadora de todo o ordenamento jurídico. 
O direitos fundamentais foram alçados à condição de princípios constitucionais devido ao 
reconhecimento da importância dos valores que encerram. A compreensão dessa posição principiológica 
é relevante para o estabelecimento oportuno da conexão entre os direitos fundamentais e a missão a eles 
delegada de transmutar-se em sustento da condição digna. 
A relação entre direitos fundamentais e dignidade da pessoa humana é das mais íntimas. É certo que 
a vida digna se consagra com tais garantias provedoras. A vivência digna vai além da simples relação 
com os direitos humanos relativos às liberdades individuais ou aos direitos sociais. É óbvio que a ausência 
de direitos dessa natureza importa em constatação mais perceptível de violação e usurpação da condição 
intrínseca de ser humano. Contudo, não se pode olvidar que todos e não apenas alguns dos direitos 
fundamentais configuram-se em instrumentos assecuratórios da dignidade do ser humano. 
 
Princípio da Cidadania 
Segundo Dalmo Dallari: 
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente 
da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social 
e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. 
Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua 
dignidade –, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um 
caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva. 
 
Princípio da Igualdade 
Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que a Administração Pública deve se 
preocupar em tratar igualmente as partes no processoadministrativo, sem que haja discriminações não 
permitidas. 
O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equidade, com congruência. 
No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa, pois se deve tratar igualmente os 
iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. 
 
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. 6 
Princípio da Executoriedade 
Trata-se de atributo do ato administrativo que permite ao Poder Público sua imediata aplicação, sem 
ter que recorrer ao Poder Judiciário. 
 
Princípio da Consensualidade 
Muito usado nos casos de mediação, em que não se pode impor uma decisão às partes, porém o 
resultado do que for debatido entre elas deve ser levado em consideração. Para que a mediação tenha 
bons resultados, é necessário que exista um consenso entre as partes. 
 
Princípio Republicano 
É a forma de relacionamento das autoridades públicas com os seus cidadãos e traz como 
características a eletividade, temporariedade e necessidade de prestação de contas pela administração 
pública. 
 
Princípio da Sindicabilidade 
Diz respeito ao controle dos atos administrativos, seja pela própria Administração, seja pelo Poder 
Judiciário. Desde a segunda metade do século XX, como consequência dos conflitos mundiais, dos 
atentados aos direitos fundamentais, vem se defendendo a ampliação do controle (sindicabilidade) da 
Administração Pública pelo poder Judiciário. Seria esta a forma de se conterem abusos que geralmente 
isentam-se de controle sob a alegação da “intangibilidade jurisdicional” dos atos discricionários". 
 
Princípio da Legitimidade 
Está voltado aos atos administrativos, mais conhecido como presunção de legitimidade. 
 
É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até que se demonstre 
o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não significa que os atos 
administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova é de quem alega. 
 
Princípio da Especialidade 
Este princípio está presente em algumas atividades das pessoas jurídicas não territoriais, limitando, 
assim, a capacidade e a atividade, sendo-lhes interdito praticar atos que não tenham relação com o objeto 
particular que é inerente. 
 
Com isso, fica proibido às pessoas, aceitarem doações e legados, que impunham a elas, aceitarem 
atividades diversas à sua especialidade. Ex: uma escola, que aceitaria doação para que ali funcionasse 
um hospital. 
A partir do momento em que se confere personalidade jurídica a um agrupamento, já se concede o fim 
para o qual se tornou personalidade jurídica, não devendo atuar em sentido diverso do que fora 
incumbido. 
 
Princípio da hierarquia. 
Compreende-se como hierarquia, a relação de coordenação e subordinação dos órgãos do poder 
executivo. 
Na organização por instâncias, cada uma vai funcionar em esfera diferente da outra, não havendo 
comunicação entre essas. Há atos que só podem ser feitos pelo juiz de primeira instância, não sendo de 
competência do Tribunal. 
Basta pensar no caso do legislador, que quando entende que é caso de reexame, manda que haja 
recurso por parte do juiz. 
No legislativo, também não existe hierarquia, ainda que se tenha um sistema bicameral. O que pode 
haver no judiciário e no legislativo é a hierarquia, naquilo que tais poderes têm de administrativo. 
Pelo princípio da hierarquia, no que diz respeito especificamente ao direito administrativo, temos 
consequências, como a unidade de direção, revisão dos atos dos subordinados. Tais institutos são 
informados pelo princípio da hierarquia, pois há um respeito nas suas áreas de atribuição e competências. 
 
Princípio da continuidade. 
O serviço público diz respeito as atividades do Estado, de modo que não pode haver interrupção 
desses serviços, por isso que é vedada a greve do funcionário público, já que pode ocasionar a quebra 
da continuidade dos serviços, que causarão inúmeros transtornos para o Estado, além da coletividade. 
 
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. 7 
Questões sobre Direito Administrativo 
 
01. (Prefeitura de Piraúba/MG - Assistente Social - MS CONCURSOS/2017). Com relação às fontes 
do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta. 
(A) Costumes são decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido e têm efeito secundário. 
(B) A lei é fonte primária e principal do Direito Administrativo. 
(C) A doutrina é conduta reiterada praticada pelos agentes públicos com consciência de 
obrigatoriedade. 
(D) A jurisprudência é a opinião expressa por juristas, cientistas e teóricos do direito. 
 
02. (TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2017). O direito administrativo é 
(A) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente. 
(B) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui interfaces com os 
direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial. 
(C) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado. 
(D) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser considerado de 
maneira dissociada das demais regras e princípios. 
(E) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas entre agentes 
públicos e órgãos do Estado. 
 
03. (Prefeitura de Piraúba/MG - Assistente Social - MS CONCURSOS/2017). Com relação às fontes 
do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta. 
(A) Costumes são decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido e têm efeito secundário. 
(B) A lei é fonte primária e principal do Direito Administrativo. 
(C) A doutrina é conduta reiterada praticada pelos agentes públicos com consciência de 
obrigatoriedade. 
(D) A jurisprudência é a opinião expressa por juristas, cientistas e teóricos do direito. 
 
04. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Assinale a opção correta a respeito de direito 
administrativo. 
(A) A administração exerce atividade política e discricionária. 
(B) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo. 
(C) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da 
territorialidade. 
(D) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a execução 
de leis, decretos e regulamentos. 
(E) O regimento administrativo obriga os particulares em geral. 
 
05. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Acerca de conceitos inerentes ao direito 
administrativo e à administração pública, assinale a opção correta. 
(A) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada. 
(B) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada pelo 
ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções. 
(C) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e harmônicos 
entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis. 
(D) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo. 
(E) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as obrigações 
mútuas da administração e dos administrados. 
 
06. (PC/PE - Agente de Polícia – CESPE/2016). Considerando as fontes do direito administrativo 
como sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o surgimento de uma norma 
posta, assinale a opção correta. 
(A) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive 
os regulamentos administrativos. 
(B) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar a 
convivência mediante a harmonização de pensamentos. 
(C) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do direito 
administrativo. 
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. 8 
(D) A jurisprudência é compreendida como sendoaquela emanada por estudiosos ao publicarem suas 
pesquisas acerca de determinada questão jurídica. 
(E) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema. 
 
07. (Prefeitura de Sobral/CE - Técnico Legislativo – Área Legislativa – CIDADES/2015). O Direito 
Administrativo tem como fontes norteadoras quatro principais objetos. Nesse sentido, assinale a 
alternativa que não representa um desses objetos: 
(A) A lei. 
(B) A jurisprudência. 
(C) A doutrina. 
(D) Os poderes constituídos 
 
08. (STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE/2015). Julgue o item seguinte, acerca do 
direito administrativo e da prática dos atos administrativos. 
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas 
jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos 
direitos fundamentais da coletividade. 
( ) certo ( ) errado 
 
09. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE). Com relação ao conceito, ao objeto 
e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta. 
(A) Consoante o critério negativo, o direito administrativo compreende as atividades desenvolvidas 
para a consecução dos fins estatais, incluindo as atividades jurisdicionais, porém excluindo as atividades 
legislativas. 
(B) Pelo critério teleológico, o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem a 
administração pública. 
(C) Para a escola exegética, o direito administrativo tinha por objeto a compilação das leis existentes 
e a sua interpretação com base principalmente na jurisprudência dos tribunais administrativos. 
(D) São considerados fontes primárias do direito administrativo os atos legislativos, os atos infra legais 
e os costumes. 
(E) De acordo com o critério do Poder Executivo, o direito administrativo é conceituado como o conjunto 
de normas que regem as relações entre a administração e os administrados. 
 
10. (Prefeitura de São Paulo – SP - Auditor Fiscal Municipal - Tecnologia da Informação – 
CETRO). Entre as fontes principais do Direito Administrativo estão a lei, a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes. Acerca dessas fontes, assinale a alternativa correta. 
(A) A doutrina, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo. Ela influi na elaboração 
da lei e nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito 
Administrativo. 
(B) A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a universalizar-
se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao 
caso concreto. 
(C) Os costumes distinguem as regras que convêm ao Direito Público e ao Direito Privado. Assim como 
a doutrina, influi na elaboração da lei. 
(D) A lei possui um caráter mais prático, mais objetivo, que a doutrina e os costumes, mas nem por 
isso se aparta de princípios teóricos. 
(E) A doutrina, no Direito Administrativo Brasileiro, exerce ainda influência em razão da deficiência da 
legislação. 
 
11. (CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária – CESPE). Julgue 
os itens a seguir, acerca dos princípios e das fontes do direito administrativo. 
 Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direito 
administrativo. 
(...) Certo ( ) Errado 
 
12. (CRP 9ª Região (GO e TO) - Analista Administrativo – Quadrix). Assinale a alternativa que 
melhor se adapta ao conceito de Direito Administrativo. 
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. 9 
(A) É o conjunto de normas do direito público, criando um sistema jurídico único, que determina a 
subordinação das relações humanas, por meio de autoridades públicas, cujo principal objetivo é a 
submissão do Estado à busca dos fins pessoais dos governantes. 
(B) É o ramo do direito público que disciplina a relação entre as pessoas, determinando ordens em 
atos jurídicos contratuais e unitários, cujo princípio regente é o da autonomia da vontade entre as partes. 
(C) É um feixe de competências arraigadas nas relações jurídicas dos cidadãos, que compreende 
diversos princípios, dentre eles o da individualidade, da igualdade, liberdade pública e da relação entre 
empregados. 
(D) É o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes, as atividades 
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pela sociedade, por meio 
do Estado. 
(E) É o sistema de princípios e normas que regulam as relações de coexistência e de cooperação, 
frequentemente institucionalizadas, além de certas relações comunitárias entre Estados dotados de 
diferentes graus de desenvolvimento socioeconômico e de poder. 
 
Questões sobre Princípios do Direito Administrativo 
 
13. (Câmara Municipal de Atibaia/SP - Advogado – CAIP-IMES/2016). O Direito Administrativo é 
informado pelos princípios gerais que seguem: 
(A) da subsidiariedade, da presunção de validade, da indisponibilidade do interesse público, do devido 
processo legal, da motivação, do contraditório e da descentralização. 
(B) da legalidade, da legitimidade, da igualdade, da publicidade, da realidade, da responsabilidade, da 
responsividade, da sindicabilidade, da sancionabilidade e da ponderação. 
(C) finalidade, impessoalidade, moralidade administrativa, discricionariedade, consensualidade, 
razoabilidade, proporcionalidade, executoriedade, continuidade, especialidade; também o hierárquico, o 
monocrático, o colegiado, o disciplinar, o da eficiência, o da economicidade e o da autotutela. 
(D) o da segurança jurídica, o republicano, o democrático, o da cidadania, o da dignidade da pessoa 
humana e o da participação. 
 
14. (Prefeitura de Fortaleza/CE - Advogado - Prefeitura de Fortaleza – CE/2015). São princípios 
constitucionais expressos do Direito Administrativo, EXCETO: 
(A) o Princípio da Legalidade. 
(B) o Princípio da Indisponibilidade. 
(C) o Princípio da Moralidade. 
(D) o Princípio da Publicidade. 
 
15. (IF/RJ - Auditor – BIO-RIO/2015). Os princípios infraconstitucionais do Direito Administrativo 
reconhecidos pela doutrina e jurisprudência são os a seguir relacionados, EXCETO: 
(A) Princípio da Supremacia do Interesse Público. 
(B) Princípio da Indisponibilidade. 
(C) Princípio da Continuidade. 
(D) Princípio da Segurança Jurídica. 
(E) Princípio da Competência Financeira. 
 
16. (EMPLASA - Analista Jurídico – VUNESP). No que se refere aos Princípios Constitucionais do 
Direito Administrativo, é correto afirmar que: 
(A) a Administração Pública pode, por meio de simples ato administrativo, criar obrigações ou impor 
vedações, desde que a lei não as proíba. 
(B) a moralidade, a transparência, a razoabilidade e a eficiência necessitam de regulamentação legal 
para que sejam aplicáveis a casos concretos. 
(C) pela motivação, o administrador público justifica sua ação administrativa, indicando os fatos que 
ensejam o ato e os preceitos jurídicos que autorizam sua prática 
(D) a finalidade permite a prática de ato administrativo desprovido de interesse público ou conveniência 
para a Administração Pública 
(E) as leis administrativas são normalmente de ordem pública, porém seus preceitos podem ser 
relegados por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores ou destinatários. 
 
17. (DPE/TO - Defensor Público – CESPE). Em relação aos princípios do direito administrativo, 
assinale a opção correta. 
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. 10 
(A) A personalização do direito administrativo é consequência da aplicação do princípio democrático e 
dos direitos fundamentais em todas as atividades da administração pública. 
(B) Não se qualifica a violação aos princípios da administração pública como modalidade autônoma 
de ato que enseja improbidade administrativa. 
(C) O princípio da impessoalidade limita-se ao dever de isonomia da administração pública. 
(D) A disponibilizaçãode informações de interesse coletivo pela administração pública constitui 
obrigação constitucional a ser observada até mesmo nos casos em que as informações envolvam a 
intimidade das pessoas. 
(E) O princípio da eficiência administrativa funda-se na subordinação da atividade administrativa à 
racionalidade econômica. 
 
18. (UFAL - Assistente de Administração – COPEVE-UFAL). Acerca dos princípios do Direito 
Administrativo, assinale a opção correta. 
(A) O princípio da eficiência preconiza que a atividade administrativa deve ser exercida com presteza, 
qualidade e rendimento funcional. 
(B) O princípio da publicidade impõe a presença do nome do gestor público nos atos e obras do Poder 
Público. 
(C) O princípio da autotutela é relacionado ao controle que a administração pública exerce sobre seus 
próprios atos, por meio do qual ela anula os atos ilegais, inconvenientes e inoportunos. 
(D) O princípio da segurança jurídica possibilita, nos processos administrativos, a aplicação retroativa 
por parte da Administração Pública de nova interpretação. 
(E) O princípio da moralidade administrativa é extraído dos critérios pessoais do administrador público. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: B 
Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato primário, pois encontra seu 
fundamento na Constituição Federal, bem como possui por características a generalidade (a lei é válida 
para todos) e a abstração (a lei não regula situação concreta). 
 
02. Resposta: B 
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho 
"O estudo moderno do Direito não mais comporta a análise isolada e estanque de um ramo jurídico. 
Na verdade, o Direito é um só; são as relações jurídicas que podem ter diferente natureza. Assim, embora 
de forma sucinta, é cabível indicar algumas linhas em que o Direito Administrativo se tangencia com 
outras disciplinas jurídicas" 
 
03. Resposta: B 
No Brasil, o que predomina é a lei como fonte primária, outros países adotam a jurisprudência. 
Como se sabe o Princípio da Legalidade é um dos pilares que fundamentam a Administração Pública. 
 
04. Resposta: B 
MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e se 
encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser considerada, 
funcional ou organizacional 
 
05. Resposta: C 
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF, 
art. 2º). 
06. Resposta: A 
A lei é fonte primária do Direito administrativo. Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais 
importante de todas as fontes. Abrange, em seu sentido amplo, as medidas provisórias; os regulamentos, 
os tratados internacionais, etc. 
 
07. Resposta: D 
Para Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino são 4 as principais Fontes do Direito Administrativo: 
a Lei, a Doutrina, a Jurisprudência e o Costume. 
 
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. 11 
08. Resposta: Certo 
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o "conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 
09. Resposta: C 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em suas origens, na França, o Direito 
Administrativo tinha por objeto apenas a interpretação das leis administrativas. Os doutrinadores 
limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base principalmente na jurisprudência 
dos Tribunais Administrativos, formando a chamada Escola Exegética, Legalista, Empírica ou Caótica, 
"para a qual o Direito Administrativo era compreendido como sinônimo de Direito Positivo". 
 
10. Resposta: B 
A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a universalizar-
se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao 
caso concreto. Realmente, pois, pela lógica, a jurisprudência é produzida a partir da utilização de leis 
nacionais, e, ao contrário, a doutrina pode espelhar-se em interpretações de várias legislações, seguir 
outros pensadores, não vejo limitação para a doutrina. 
 
11. Resposta: Certo 
Como fonte do Direito Administrativo, a lei é a mais importante. Porém, entre os princípios, não há 
hierarquia. Quer dizer, o Princípio da Legalidade não é superior, nem mais importante que os demais 
princípios. 
 
12. Resposta: D 
Existe divergência entre os doutrinadores quanto ao conceito de Direito Administrativo. 
 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello enfatiza a ideia de função administrativa: “o direito administrativo 
é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a 
exercem”. 
 
Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro põe em evidência como objeto do Direito Administrativo: órgãos, 
agentes e as pessoas integrantes da Administração Pública no campo jurídico não contencioso: “o ramo 
do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram 
a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se utiliza para 
a consecução de seus fins, de natureza pública”. 
 
13. Resposta: C 
Os princípios gerais de Direito Administrativo são as normas básicas que regem a atividade da 
administração pública. São princípios: finalidade, impessoalidade, moralidade administrativa, 
discricionariedade, consensualidade, razoabilidade, proporcionalidade, executoriedade, continuidade, 
especialidade. 
 
14. Resposta: B 
Constituição Federal, Art. 37. 
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência 
 
15. Resposta: E 
Não faz parte dos princípios infraconstitucionais do Direito. 
 
16. Resposta: C 
Segundo a questão com a motivação, o administrador público justifica sua ação administrativa, 
indicando os fatos que ensejam o ato e os preceitos jurídicos que autorizam sua prática, mas isso é o 
MOTIVO e não há que se confundir MOTIVAÇÃO e MOTIVO. 
 
 
 
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. 12 
17. Resposta: A 
A personalização do direito administrativo é consequência da aplicação do princípio democrático e dos 
direitos fundamentais em todas as atividades da administração pública - Com o surgimento do Estado 
Democrático de Direito, fundado em um Estado Social, ocorreu uma mudança da noção de interesse 
público, que deu origem a personalização do Direito Administrativo, foi redefinido o papel estatal, na qual 
o interesse público confunde-se com as atividades da Administração Pública na realização da democracia 
e dos direitos fundamentais. 
 
18. Resposta: A 
O Princípio da Eficiência visa economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, 
produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos pelo princípio da eficiência. Obriga a Adm. 
Pública a buscar os melhores resultados por meio da aplicação da lei. 
 
 
 
A expressão “Administração Pública” abrange diversas concepções. Inicialmente, temos 
Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo (com função 
política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, 
executando os planos governamentais). Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir 
Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a 
função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, 
apenas, pelos órgãos administrativos. 
 
Administração Pública 
Sentido amplo Sentido estrito 
órgãosgovernamentais (políticos) + órgãos 
administrativos 
exclusivamente, órgãos administrativos. 
 
Sentido formal, subjetivo ou orgânico 
 
Sob esse aspecto, a expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a 
estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num 
sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que 
desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de atuação da 
Administração Pública. 
Entes, Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração 
Direta e Indireta. 
Os Entes Políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (todas com 
personalidade jurídica de Direito Público). 
Os Entes Administrativos são as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado). Nesse 
caso, temos entidades integrantes da Administração Pública que não desempenham função 
administrativa, e sim atividade econômica, como ocorre com a maioria das empresas públicas e 
sociedades de economia mista (CF, art. 173). 
Órgãos Públicos são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma 
pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 os conceitua 
como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta. 
Agentes Públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública, ou seja, são pessoas físicas 
incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. 
Há ainda as Entidades Privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem 
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias de 
serviços públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As atividades 
exercidas dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez que o Brasil se 
baseia no critério formal. 
Administração Pública: conceito, órgãos públicos. 
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. 13 
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade realizada, 
é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em sentido subjetivo, 
com a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das atividades 
compreendidas na função administrativa, como exemplo temos a definição de Maria Sylvia Di Pietro, “o 
conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do 
Estado”. 
Pela acepção formal / subjetiva / orgânica, deve-se perquirir tão somente “quem” o ordenamento 
jurídico considera Administração Pública, e não “o que” (critério objetivo, material, funcional). 
 
Sentido material, objetivo ou funcional 
 
Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa 
desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da 
Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o que faz a 
Administração Pública. 
Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém, 
os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende que as atividades 
administrativas englobam: 
1) Prestação de serviço público: é toda atividade que a administração pública executa, direta ou 
indiretamente, sob regime predominantemente público, para satisfação imediata de uma necessidade 
pública, ou que tenha utilidade pública. 
2) Polícia administrativa: são restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades 
privadas em benefício do interesse público, exemplo as atividades de fiscalização. 
3) Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, exemplo: concessão de benefícios ou 
incentivos fiscais. 
4) Intervenção administrativa: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua 
atuação direta como agente econômico. Inclui-se a intervenção na propriedade privada (desapropriação, 
tombamento) e a intervenção no domínio econômico como agente normativo e regulador (agências 
reguladoras, medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação da concorrência, formação de 
estoques reguladores etc. 
Alguns autores consideram a atuação do Estado como agente econômico inclusa no grupo de 
atividades de administração em sentido material descrito como “intervenção”, nos termos do art. 173 da 
CF. Todavia, quando o Estado atua dessa maneira, isto é, como agente econômico, está sujeito 
predominantemente ao regime de direito privado, exercendo atividade econômica em sentido estrito. 
Nessa acepção, estaríamos adotando uma concepção subjetiva, atribuindo relevância à pessoa que 
exerce a atividade, caracterizando uma contradição incontornável, porque se estará abandonando o 
critério objetivo (o que é realizado?) e conferindo primazia ao critério subjetivo (quem realiza?) em uma 
acepção que, por definição, deveria ser objetiva. 
 
Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro o conceito de administração pública divide-se em dois 
sentidos: 
- Objetivo (material/funcional): "Em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública 
pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de 
direito público, para a consecução dos interesses coletivos”. 
É a atividade administrativa executada pelo Estado, por seus órgãos e agente, com base em sua 
função administrativa. É a gestão dos interesses públicos, por meio de prestação de serviços públicos. É 
a administração da coisa pública (res publica). 
- Subjetivo (Formal/Orgânico): “Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-se definir 
Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o 
exercício da função administrativa do Estado". 
É o conjunto de agentes, órgãos e entidades designados para executar atividades administrativas. 
 
Em resumo: 
 
Administração Pública 
Sentido formal / subjetivo / orgânico órgãos + agentes + entidades (quem faz 
a Adm. Pública?) 
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. 14 
Sentido material / objetivo / funcional atividade administrativa (o que faz a 
Adm. Pública?) 
 
Características da Administração Pública 
 
A Administração Pública possui algumas características próprias que são: 
 
- a prática de atos de execução realizados por seus órgãos e agentes, que não devem ser 
necessariamente públicos. Os atos de execução são conhecidos como atos administrativos. 
 
- exercer atividade voltada ao cumprimento da lei e não à política. 
 
- a área da Administração Pública é limitada, pois cada órgão só poderá agir dentro do seu limite. 
 
- apresenta caráter instrumental, já que o Estado utiliza-se da Administração Pública para atingir seus 
objetivos. 
 
- manter conduta hierarquizada, mantendo obediência entre os diversos poderes administrativos. 
 
- buscar a perfeição técnica de seus atos. 
 
Questões 
 
01. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário – FUNCAB/2016). Considerando que a Administração 
Pública pode ser, em sentido estrito, analisada sob dois aspectos: objetivo ou material; e subjetivo ou 
orgânico ou formal, é correto afirmar que: 
(A) a Administração Pública é uma "máquina" composta por órgãos e entidades organizados sem 
hierarquia sob a direção de um chefe de Estado. 
(B) no aspecto objetivo a Administração Pública pode ser considerada o conjunto de órgãos e de 
pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercícioda função econômica. 
(C) a Administração Pública é uma atividade subjetiva do governo, objetivando a realização das 
necessidades individuais. 
(D) a Administração Pública é uma atividade concreta do Estado, objetivando a realização das 
necessidades individuais. 
(E) o objeto da Administração Pública é a função pública, que abrange o fomento, a polícia 
administrativa e o serviço público. 
 
02. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia – 
FUNCAB/2015). O oferecimento de saneamento básico, transporte coletivo e educação caracterizam 
atividades da denominada “administração pública". A expressão, quando reveste esse caráter, é escrita 
com letras minúsculas e revela sentido: 
(A) material. 
(B) subjetivo. 
(C) personalista. 
(D) formal. 
(E) orgânico. 
 
03. (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Administrativa – FCC/2012). Em seu sentido subjetivo, a 
administração pública pode ser definida como 
(A) a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob o regime de direito público, para a 
realização dos interesses coletivos. 
(B) o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a Lei atribui o exercício da função 
administrativa do Estado. 
(C) os órgãos ligados diretamente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os próprios 
organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias. 
(D) as entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades de 
Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e 
Sociedades de Economia Mista. 
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. 15 
(E) as entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital 
exclusivo da União, se federal, criadas para exploração de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa. 
04. (PC/SP - Delegado de Polícia – VUNESP/2014). A Administração Pública, em sentido 
(A) objetivo, material ou funcional, designa os entes que exercem a atividade administrativa. 
(B) amplo, objetivamente considerada, compreende a função política e a função administrativa. 
(C) estrito, subjetivamente considerada, compreende tanto os órgãos governamentais, supremos, 
constitucionais, como também os órgãos administrativos, subordinados e dependentes, aos quais 
incumbe executar os planos governamentais. 
(D) estrito, objetivamente considerada, compreende a função política e a função administrativa. 
(E) subjetivo, formal ou orgânico, compreende a própria função administrativa que incumbe, 
predominantemente, ao Poder Executivo. 
 
05. Assinale certo ou errado para a assertiva abaixo: 
( ) Em sentido objetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades 
que desempenham a função administrativa. 
 
06. (AGEHAB - Analista Técnico – Contador – FUNDAÇÂO SOUSÂNDRADE). A professora Maria 
Sylvia Zanella Di Pietro, ao conceituar administração pública, revela que esta possui dois sentidos: 
subjetivo e objetivo. Considerando o ponto de vista desta doutrinadora, assinale a alternativa CORRETA. 
(A) A administração pública em sentido subjetivo é também chamada de material ou funcional. 
(B) A administração pública em sentido objetivo é também chamada de material ou funcional. 
(C) A administração pública em sentido subjetivo é também chamada de funcional. 
(D) A administração pública em sentido objetivo é também chamada de formal. 
(E) A administração pública em sentido objetivo abrange todos os entes aos quais a lei atribui o 
exercício da função administrativa. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: E 
Em sentido objetivo, a Administração Pública corresponde às diversas atividades exercidas pelo 
Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função administrativa. Nessa 
acepção material, a Administração Pública engloba as atividades de fomento, polícia administrativa, 
serviço público e intervenção administrativa. 
Fomento = atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante incentivos fiscais, 
dentre outros. 
Polícia administrativa= compreende as atividades relacionadas ao controle, fiscalização e execução 
das denominadas limitações administrativas 
Serviço público= é toda atividade concreta que a Administração exerce, por si ou por meio de terceiros. 
 
02. Resposta: A 
Ao tratar da Administração Pública em sentido material, busca-se o objeto da Administração, as 
atividades administrativas exercidas, a própria função administrativa, predominantemente exercida pelo 
Poder Executivo. Conforme a doutrina, abrange as atividades de serviço público, polícia administrativa, 
fomento e intervenção 
 
03. Resposta: B 
O sentido Subjetivo da Administração Pública compreende as Entidades (pessoas jurídicas), os 
Órgãos (unidades despersonalizadas) e os Agentes (pessoas naturais), ou seja seus sujeitos. 
Sentido subjetivo quer dizer quem são os sujeitos da relação. 
 
04. Resposta: B 
A Administração pública em sentido amplo compreende os órgãos do governo, os quais exercem a 
função política, bem como os órgãos e pessoa jurídicas que desempenha função meramente 
administrativa. 
 
05. Resposta: errada 
Em sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades 
que desempenham a função administrativa. 
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. 16 
06. Resposta: B 
Em sentido objetivo, a expressão administração pública confunde-se com a própria atividade 
administrativa. 
 
Em sentido subjetivo, a administração pública confunde-se com os próprios sujeitos que integram a 
estrutura administrativa. 
 
 
 
Agente público refere-se àquela pessoa física a qual exerce uma função pública, seja qual for esta 
modalidade de função (mesário, jurado, funcionário público aprovado em concurso público, etc.). 
Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da 
Administração Indireta.11 
Antes da Constituição atual, ficavam excluídos os que prestavam serviços às pessoas jurídicas de 
direito privado instituídas pelo Poder Público (fundações, empresas públicas e sociedades de economia 
mista). Hoje o artigo 37 exige a inclusão de todos eles. 
A denominação “agente público” é tratada como gênero do qual são espécies os agentes políticos, 
servidores públicos, agentes militares e particulares em colaboração. 
 
Agentes políticos: 
 
A primeira espécie dentro do gênero agentes públicos é a dos agentes políticos. Os agentes políticos 
exercem uma função pública (munus publico) de alta direção do Estado. Ingressam, em regra, por meio 
de eleições, desempenhando mandatos fixos ao término dos quais sua relação com o Estado desaparece 
automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governamental não é profissional, 
mas institucional e estatutária. 
Os agentes políticos são, definidos por Celso Antônio Bandeira de Melo como os titulares dos cargos 
estruturais à organização política do País. Exemplos: Presidente da República, Governadores, Prefeitos 
e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das 
diversas pastas, bem como os Senadores, Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores. 
Exercem funções e mandatos temporários. Não são funcionários nem servidores públicos, exceto para 
fins penais, caso cometam crimes contra a Administração Pública. 
 
Agentes de Fato 
 
Para que um ato administrativo seja praticado é necessário que o agente esteja legitimamente 
investido no cargo para que possa exercer a competência prevista em lei. Exemplo: “falta de requisito 
legal para investidura, como certificado de sanidade vencido; inexistência de formação universitária para 
função que a exige, idade inferior ao mínimo legal; o mesmo ocorre quando o servidor está suspenso do 
cargo, ou exerce funções depois de vencido o prazo desua contratação, ou continua em exercício após 
a idade-limite para aposentadoria compulsória”.12 
Os atos praticados pelo agente de fato presumem-se válidos, com base na conformidade da lei, 
visando tutelar a boa-fé dos administrados. A validade dos atos decorre de exame caso a caso, visando 
assegurar a segurança jurídica e da boa-fé da população. Caso os atos praticados por agente público 
não sejam de sua competência, os mesmos serão considerados nulos, como no caso do usurpador de 
função. 
 
Agentes Militares 
 
Os agentes militares formam uma categoria à parte entre os agentes políticos na medida em que as 
instituições militares são organizadas com base na hierarquia e na disciplina. Aqueles que compõem os 
quadros permanentes das forças militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o regime 
jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da aplicável aos servidores civis. 
 
11 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, editora ATLAS, São Paulo, 2014: 
 
12 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, “Direito Administrativo” (13ª edição, São Paulo, Atlas, 2001, p. 221. 
Agentes públicos: conceito, classificação, direitos, deveres, 
responsabilidade civil, penal e administrativa. 
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. 17 
Assim, os militares abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas - Marinha, 
Exército e Aeronáutica (art. 142, caput, e § 3.º, da Constituição) - e às Polícias Militares e Corpos de 
Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios (art. 42), com vínculo estatutário sujeito 
a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelos cofres públicos. 
 
Particulares em colaboração 
 
Os particulares em colaboração com a Administração constituem uma classe de agentes públicos, em 
regra, sem vinculação permanente e remunerada com o Estado. São agentes públicos, mas não integram 
a Administração e não perdem a característica de particulares. Exemplos: jurados, recrutados para o 
serviço militar, mesário de eleição. 
De acordo com Hely Lopes Meirelles, são chamados também de “agentes honoríficos”, exercendo 
função pública sem serem servidores públicos. Essa categoria de agentes públicos é composta, segundo 
Celso Antônio Bandeira de Mello, por: 
a) requisitados de serviço: como mesários e convocados para o serviço militar (conscritos); 
b) gestores de negócios públicos: são particulares que assumem espontaneamente uma tarefa pública, 
em situações emergenciais, quando o Estado não está presente para proteger o interesse público. 
Exemplo: socorrista de parturiente; 
c) contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exemplo, de jurista famoso contratado para 
emitir um parecer; 
d) concessionários e permissionários: exercem função pública por delegação estatal; 
e) delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares de cartórios. 
Importante destacar que os particulares em colaboração com a Administração, mesmo atuando 
temporariamente e sem remuneração, podem praticar ato de improbidade administrativa (art. 2.º da Lei 
n. 8.429/92) e, enquanto exercerem a função, são considerados funcionários públicos para fins penais, 
respondendo, assim, pelos crimes que cometerem. A Administração Pública responde pelos danos 
causados a terceiros por este agente, voltando-se, depois, contra o agente público delegado. 
 
Servidores Públicos 
 
São servidores públicos, em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às 
entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos 
cofres públicos. 
 
Já os servidores públicos em sentido restrito, são aqueles que possuem uma relação com o regime 
estatutário, que sejam ocupantes de cargos públicos efetivos ou em comissão e se submetam a regime 
jurídico de direito público. 
 
Os servidores públicos, por sua vez, são classificados em: 
 
1. Funcionário público: titularizam cargo e, portanto, estão submetidos ao regime estatutário. 
 
2. Empregado público: titularizam emprego, sujeitos ao regime celetista. Ambos exigem concurso. 
É o agente público que tem vínculo contratual, ou seja, sua relação com a Administração Pública decorre 
de contrato de trabalho. Possui, então, vínculo de natureza contratual celetista (CLT). Assim, o 
Empregado Público é regido pela CLT e o Servidor Público é regido por lei específica - no caso do servidor 
público federal, será regido pela Lei 8.112/90. 
 
3. Contratados em caráter temporário: são servidores contratados por um período certo e 
determinado, por força de uma situação de excepcional interesse público. Não são nomeados em caráter 
efetivo, que tem como qualidade a definitividade – art. 37, inc. IX, da Constituição Federal. 
 
O trabalho temporário é regulado pela Lei nº 6.019/74 - é aquele prestado por pessoa física a uma 
empresa para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou 
a acréscimo extraordinário de serviços. O vínculo empregatício do trabalhador temporário não se dá com 
a empresa tomadora de serviços, mas sim com a empresa de trabalho temporário. 
Essa modalidade de contratação tem como objetivo atender a serviços extraordinários de serviços 
(época de Páscoa e Natal), além de atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular 
e permanente. 
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. 18 
O contrato do trabalhador temporário deve ser feito de forma escrita, além de constar expressamente 
a causa que enseja sua contratação. 
Quanto ao prazo, este não poderá exceder 3 meses, caso seja a mesma empresa tomadora e o mesmo 
empregado, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
No aludido instrumento deve constar expressamente o prazo que vigerá o contrato, data de início e 
término da prestação de serviço. 
 
Os agentes públicos são classificados da seguinte forma: 
 
- Agentes políticos: pessoas físicas que exercem determinada função (legislativa, executiva ou 
administrativa) descrita na Constituição Federal. São exemplos: deputado federal, senador, governador 
de estado, procurador do trabalho, entre outros. 
- Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes políticos, 
isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em comissão e respeitam 
o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados públicos (trabalham em empresas 
públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores temporários (contratados temporariamente 
para suprirem necessidade temporária de excepcional interesse público). 
- Agentes honoríficos: pessoas que desempenham atividade administrativa em razão de sua 
honorabilidade (honra). Exemplos: mesário da eleição ou jurado convocado para júri de algum crime 
doloso contra a vida. 
- Agentes delegados: pessoas que recebem a incumbência de executarem, por sua conta e risco, um 
serviço público ou uma atividade de interesse público. Podem ser os notários, os registradores de imóveis, 
os tradutores públicos, os concessionários ou permissionários de serviço público, entre outros. 
- Agentes credenciados: pessoas que representam a Administração Pública em um determinado 
evento ou atividade. 
 
Normas Constitucionais Concernentes à Administração Pública e aos Servidores Públicos 
 
Neste item, abordaremos todos os artigos da seção I e II, do Capítulo VII “Da Administração 
Pública”, constante no Título III da Constituição Federal “Da Organização do Estado”. Iniciamos 
pela seção I “Disposições Gerais”: 
 
Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
 
A AdministraçãoPública direta se constitui dos serviços prestados da estrutura administrativa da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a Administração Pública indireta compreende os 
serviços prestados pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas 
públicas. 
É importante frisar que ambas as espécies de Administração Pública deverão se pautar nos cinco 
princípios estabelecidos pelo “caput” do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988 (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). 
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico 
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante 
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao 
administrador. Como já explicitado, para o administrador o princípio da legalidade estabelece que ele 
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já o 
princípio visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 5.º, II, da 
Constituição Federal de 1988. 
 
Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. Este 
estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução das 
atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não o 
interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da 
impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora, “a 
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. 19 
Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que 
é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”.13 
 
Quanto ao Princípio da Moralidade, a Administração Pública deve agir com boa-fé, sinceridade, 
probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador público de observar não 
somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas dos padrões de 
comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei). 
Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem 
comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de regras 
de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de probidade administrativa, que é a 
forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial atenção no texto vigente constitucional (§ 4º do artigo 
37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -desonesta) com a suspensão de direitos políticos. Por 
fim, devemos entender que a moralidade como também a probidade administrativa consistem 
exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções 
com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito pessoal ou para 
favorecimento de outrem. 
 
Ato contínuo, o artigo estudado apresenta o princípio da publicidade. Este tem por objetivo a divulgação 
de atos praticados pela Administração Pública, obedecendo, todavia, às questões sigilosas. De acordo 
com as lições do eminente doutrinador Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e 
contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e 
controle pelos interessados e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais...”14. 
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37 da Constituição da República Federativa 
do Brasil é o da eficiência. De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da 
eficiência “impõe a todo agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento 
funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser 
desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório 
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros”. 15 
 
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode 
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor 
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação 
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo 
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”.16 
 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
 
Este inciso demonstra a possibilidade de acesso aos cargos, empregos e funções públicas, mediante 
o preenchimento dos requisitos estabelecidos pela lei. Não obstante ainda permite o ingresso dos 
estrangeiros aos cargos públicos, obedecendo às disposições legais. Quando o inciso dispõe que os 
cargos, funções e empregos públicos são acessíveis, dependendo, todavia, de preenchimento de 
requisitos legais, estamos nos referindo, por exemplo, à aprovação em concurso público, dentre outras 
condições. 
 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
O inciso deixa clara a necessidade de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas 
e títulos para a investidura em cargo ou emprego público. É importante salientar que o concurso público 
levará em consideração a natureza e a complexidade do cargo ou emprego público. Desta maneira, não 
se poderá exigir do candidato ao cargo de gari, conhecimentos exigidos ao cargo de magistrado, pois 
seria uma afronta ao estabelecido no inciso em questão. Todavia, o inciso apresenta como exceção à 
necessidade de aprovação em concurso público as nomeações para cargo em comissão, declarado como 
 
13 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005. 
14 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 
15 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 
16 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005. 
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de livre nomeação ou exoneração. Logo, as pessoas que, porventura, forem nomeadas para cargos em 
comissão - também denominados cargos de confiança - não necessitarão de aprovação prévia em 
concurso público, pois a lei declarou esses cargos como de livre nomeação e exoneração. Portanto, os 
agentes públicos nomeados em cargo de provimento em comissão não possuem estabilidade, ou seja, 
poderão ser exonerados sem necessidade de procedimento administrativo ou sentença judicial transitada 
em julgado. 
 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
 
Este inciso expressa o prazo de validade dos concursos públicos. De acordo com ele, o concurso 
público será válido por até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. Como é possível perceber, 
o prazo de validade do concurso não será necessariamente dois anos - poderá ser de 1 dia a 2 anos, 
dependendo do que for estabelecido no edital de abertura do concurso. Isso corre pelo fato de que o 
prazo estabelecido pelo inciso será de até 2 anos, não podendo ultrapassar esse lapso temporal.

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