Buscar

Artigo - CAroline faeme

Prévia do material em texto

14
AS NOVAS TECNOLOGIAS E SEUS REFLEXOS NO ÂMBITO ESCOLAR
Ingrid Steffany Formigosa Teixeira [footnoteRef:1] [1: Aluna do curso de Pós-graduação de Gestão Supervisão com Docência do Ensino Superior da Faculdade Evangélica do Meio Norte - FAEME. (ffanytricolor@hotmail.com)] 
Maria Caroline Rodrigues dos Santos[footnoteRef:2] [2: Aluna do curso de Pós-graduação de Gestão Supervisão com Docência do Ensino Superior da Faculdade Evangélica do Meio Norte - FAEME (caroline.rodriguesds@hotmail.com)] 
Profa. Ma. Anne Caroline Soares Dourado[footnoteRef:3] [3: Professora Orientador - FAEME (acsdourado1@gmail.com)] 
RESUMO
As novas tecnologias são hoje um importante meio de difusão de informação e conhecimento, sendo detentora de um fácil e rápido acesso, essas quando inseridos no ambiente escolar, acarretam uma série de reflexos. A sociedade atual exige que a escola esteja acompanhando e dando espaço para o novo, e por isso, estudamos esse tema, com o objetivo de analisar a utilização das novas tecnologias na prática docente e sua repercussão no processo educativo atual. A metodologia empregada nesta pesquisa, foi o tratamento com fontes bibliográficas, tendo como principais autores Vani M. Kenski e Pierre Levy, dentre outros. O que fica claro é que são muitos os desafios a serem superados para que de fato essa se torne um realidade plausível a todos.
Palavras-chave: Novas tecnologias, ensino e dificuldades.
ABSTRACT
The new technologies are now an important means of disseminating information and knowledge, being an easy and fast access, when inserted in the school environment, bring a series of reflexes. The current society demands that the school is accompanying and giving space to the new, and for that reason, we study this subject, with the objective of analyzing the use of the new technologies in the teaching practice and its repercussion in the current educational process. The methodology used in this research was the treatment with bibliographical sources, having as main authors Vani M. Kenski and Pierre Levy, among others. What is clear is that there are many challenges to be overcome so that in fact this becomes a plausible reality for all.
Keywords: New technologies, teaching and difficulties.
1. INTRODUÇÃO
A expansão tecnológica vem desencadeando modificações sociais, políticas, econômicas e culturais, inserindo no âmbito acadêmico, e fora dele, o uso de diferentes alternativas para o estudo e a pesquisa. Essas contribuem para novas reflexões sobre a práxis da utilização de fontes e o aprimoramento do processo construtivo de conhecimento.
 O avanço das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no meio social tem afetado a todos. As instituições educativas da sociedade, as escolas, tem sentido essa inserção de forma ainda mais intensa, já que, na atualidade é muito importante a utilização dessas novas ferramentas para a dinamização do processo de aprendizagem.
 Dessa maneira, a escola, hoje, encara o desafio de trazer para a sua realidade o imenso oceano de informações que a rodeia. Trabalho, esse, que acaba por possibilitar a combinação de informações com os conhecimentos escolares e a relação com os saberes, tanto científicos como cotidianos.
É exigido cada vez mais conhecimento acerca da utilização dessas “novas mídias”, elas estão presentes em muitas das atividades rotineiras do dia-a-dia. Com alguns “cliques” temos acesso a várias informações, e essa é a palavra-chave da sociedade atual, seja pelo computador ou pelo celular, as pessoas estão sempre atrás do saber mais, sejam notícias da atualidade, ou informações passadas, numa pesquisa de trabalho ou por curiosidade, as pessoas vão  incessantemente em busca de novos conhecimentos.
Todavia, tratando-se de elementos de informação, as evoluções são muito rápidas, são extremamente significativos os impactos sociais, há constantemente a necessidade de adequação ao novo, de conhecê-lo e adaptar-se. Por isso, a técnica desenvolvida neste trabalho foi realizada levando em consideração todos esses pontos.
O presente trabalho, que tem como tema As novas tecnologias e seus reflexos no âmbito escolar, traz como principal objetivo, analisar a utilização das novas tecnologias na prática docente e sua repercussão no processo educativo atual, partindo do pressuposto que as mesmas são parte essencial dos processos de socialização do novo mundo. Trata-se de elementos que fazem parte da cultura contemporânea e nela desempenham papéis cada vez mais importantes.
O artigo aborda também, alguns pontos como a entrada da tecnologia, buscando, ainda, evidenciar quais as dificuldades enfrentadas pelo docente na aplicação de recursos digitais como parte integrante de sua prática pedagógica, e o impacto da inserção dessas novas ferramentas no ambiente escolar.
O tema foi escolhido visando destacar essa nova realidade vivida por muitos professores e alunos, onde muitas vezes a aplicação de instrumentos tecnológicos na sala de aula acaba por se tornar um verdadeiro desafio, seja pela necessidade de qualificação dos professores, a ausência desses instrumentos na escola, ou pela falta de colaboração dos próprios alunos. O que fica claro é que cada vez mais é exigida aos docentes a inserção das novas mídias nas suas práticas pedagógicas diárias. 
Assim, objetiva-se também, analisar até que ponto o processo de ensino-aprendizagem pode ser aprimorado através do uso dessas novas tecnologias, já que o uso dessas ferramentas influencia diretamente o dia-a-dia e em sala de aula. Do ponto de vista conceitual, a questão mais importante é a integração destes dispositivos técnicos aos processos educacionais.
Para isso, procurar-se-á fazer um levantamento de informações, através de consultas a livros, dissertações, monografias, artigos e matérias publicadas na internet que abordam o tema e em seguida análises em sua forma e conteúdo que evidenciam os reflexos da implementação das novas tecnologias no contexto em que se aplica a escola.
A pesquisa é, assim, conduzida a partir da análise das construções discursivas delineadas sobre Novas tecnologias e educação, em fontes bibliográficas. Mediante esse quadro, torna-se relevante acrescentar que a abordagem aqui discorrida, não trata da crítica aos suportes midiáticos, mas sim, do enfoque nas suas influências e nas necessidades de inserção no processo pedagógico. Desta forma, a pesquisa parte da análise do objeto em estudo, que são as novas tecnologias, para então suscitar discussões sobre o processo ensino/aprendizagem através do uso dessas novas ferramentas, no sentido de esclarecer quais seus reflexos na escola. 
Assim, o presente artigo se estrutura em três capítulos, onde visamos discutir acerca da inserção das novas tecnologias no ambiente escolar e seus desafios, tendo como ponto de partida análise de fontes bibliográficas, fazendo um breve levantamento de autores que trazem contribuições relevantes para esse tema, como é o caso de Vani M. Kenski que trabalha a questão da educação e tecnologia, Pierre Levy que estuda os impactos da inserção da tecnologia na sociedade atual, e ainda, no tocante ao conceito de prática pedagógica tomamos como referência algumas ideias discutidas pelo autor José Carlos Libâneo. Nos aportamos desses referenciais, para então compreender como se deu a entrada dessas ferramentas na sala de aula e quais as principais dificuldades enfrentadas pelos docentes que fazem uso, das mesmas, no seu cotidiano. 
2. TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
As novas mídias são hoje um importante meio de difusão de informação e conhecimento, sendo detentora de um fácil e rápido acesso, colocando os indivíduos em contato com opiniões e experiências diferentes ou semelhantes às suas. O avanço tecnológico cada vez mais se coloca presente em todos os setores da vida social. Essas novas ferramentas dirigem as atividades e condicionam o pensar, o agir, o sentir, o raciocínio de muitos indivíduos e até mesmo suas relações com outras pessoas. 
Os discursos produzidos na mídia, muitas vezes constroem caminhos a serem seguidos e posturasa serem assumidas. São condicionados visões de mundos e padrões socializantes. Atentando para o poder que os textos midiáticos exercem sobre os públicos, seja através de imagens ou de discursos simbólicos comuns, de modo a posicioná-los acerca da realidade social na qual estão situados, percebe-se a influência desses, intimamente presentes no cotidiano dos sujeitos. 
Desse modo, é compreensível que todos esses avanços carregam consigo pontos positivos e negativos. Fazer uso desses na pesquisa, ou até mesmo na sala de aula, é estar disposto a superar obstáculos, se trata de um mundo novo a ser explorado, de forma cuidadosa e minuciosa, mas que muitas vezes se ajustam satisfatoriamente à prática educacional. 
É notável, que alguns educadores encontram dificuldades quando o assunto é a prática pedagógica desempenhada cotidianamente, muitos mantêm enraizadas as características do ensino tradicional, e outros se deparam com uma realidade inconsonante à aplicação desses recursos. Por estes motivos, os docentes necessitam não só de uma formação contínua, mas também, da implementação de novas práticas pedagógicas estando dispostos a enfrentar os riscos, e exigindo sempre, uma capacitação eficiente que traga resultados para a aprendizagem dos alunos. Vani M. Kenski (2007) ressalta que:
Em relação à Educação, as redes de comunicações trazem novas e diferenciadas possibilidades para que as pessoas possam se relacionar com os conhecimentos e aprender. Já não se trata apenas de um novo recurso a ser incorporado à sala de aula, mas de uma verdadeira transformação, que transcende até mesmo os espaços físicos em que ocorre a educação. A dinâmica e a infinita capacidade de estruturação das redes colocam todos os participantes de um momento educacional em conexão, aprendendo juntos, discutindo em igualdade de condições, e isso é revolucionário. (2007. p. 47)
Na “sociedade da informação” os estudantes contemporâneos estão sempre em contato com esse universo de possibilidades. A televisão e a internet ocupam um lugar importante de socialização da informação que não pode ser ignorado. No âmbito escolar também percebemos os reflexos do progresso tecnológico. Um meio social compartilhado, onde as múltiplas possibilidades de comunicação fazem o antigo modelo educacional, aparentemente, perder seu espaço e o interesse de muitos alunos da nova-geração. Como explica Elizabete Ramalho Procópio, em sua dissertação sobre a Formação de professores e tecnologias: implicações da educação à distância na prática docente:
A escola, entendida como um espaço de troca informativa, não é mais um local privilegiado, no qual o professor detentor do saber interage com um aluno que não traz nenhuma bagagem informacional. Por meio das trocas comunicacionais possibilitadas pelos recursos tecnológicos, mais do que nunca, o modelo de educação monológico e unívoco parece perder seu espaço. Acredita-se que diante as transformações causadas na sociedade pelas TIC, há extrema necessidade de integração dos meios tecnológicos na escola. (2011, p.12)
 Tomar as novas tecnologias como recurso em sala de aula, é fazer proveito da proximidade para com o objeto, assim, sendo um ponto positivo, um instrumento de auxílio importante, que expandi as possibilidades quanto ao processo de ensino-aprendizagem. Ficando claro, que não só a escola, mas os professores da atualidade estão diante do desafio de transformar informação em conhecimento, o que não é uma tarefa fácil, uma vez que muitos ainda se questionam sobre qual prática adotar em sala-de-aula.
A prática pedagógica é um complexo de informações que norteiam a educação, na qual ela deve ser entendida e compreendida para que haja uma harmonia no sistema educacional. Muitos autores buscam explicações para tal finalidade, porém para compreendê-la é necessário pratica-la.
As práticas pedagógicas evoluíram e se modificaram proporcionando aos docentes novos modelos de conhecimento e aprendizagem diante de seus alunos, como destaca José Carlos Libâneo em seu texto sobre Tendências pedagógicas na prática escolar:
É necessário esclarecer que as tendências não aparecem em sua forma pura, nem sempre, são mutuamente exclusivas, nem conseguem captar toda a riqueza da prática escolar. São, aliás, as limitações de qualquer tentativa de classificação. De qualquer modo, a classificação e descrição das tendências poderão funcionar como instrumento de analise para o professor avaliar sua prática de sala de aula. (1985,p.2)
As tendências se distinguem em Pedagogia liberal e Pedagogia progressista na qual a Pedagogia liberal é dividida em Tradicional, Renovada progressivista, Renovada não-diretiva e Tecnicista. Enquanto a Pedagogia progressista se estende em Libertadora, Libertária e Crítico-social dos conteúdos. Desse modo, cabe aqui destacar duas delas que trazem importantes reflexões sobre o tema discutido nesse artigo.
 Uma das primeiras correntes que despontou foi à pedagogia liberal tradicional na qual destaca o conceito de que a escola é responsável de preparar o aluno para a vida, e estes devem ser capazes de viver adaptados à sociedade vigente. Libâneo (1985, p. 3) evidencia que “Na tendência tradicional, a pedagogia se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, no qual aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa”. 
A Tecnicista se caracteriza no setor profissional já que está voltada para a qualificação do individuo no mercado, onde o professor além do conteúdo exposto exige que realize procedimentos da área abordada. Libâneo (1985) enfatiza que:
A pesquisa científica, a tecnologia educacional, a análise experimental do comportamento garantem a objetividade da prática escolar, uma vez que os objetivos instrucionais (conteúdos) resultam da aplicação de leis naturais que independem dos que a conhecem ou executam. (1985, p. 7)
Dessa maneira, observa-se que cada vez mais a prática-pedagógica mais tradicional vem perdendo espaço. Muitas escolas vêm inserindo em sua grade o preparo dos alunos para o mercado de trabalho. Hoje um número considerável de escolas que oferecem cursos técnicos, algumas atuando em tempo integral, e em sua grande maioria os laboratórios de informática, já são uma realidade.
O ditame da sociedade atual é adaptação. É compreensível que a educação não acompanhe imediatamente todas as evoluções tecnológicas da sociedade contemporânea. Todavia, tratando-se de informática, as evoluções são muito rápidas, os impactos sociais são extremamente significativos e a necessidade de adaptação torna-se mais urgente. A tecnologia atualiza-se a partir das demandas da sociedade (e do mercado), e simultaneamente a sociedade altera-se a partir das evoluções tecnológicas, em um processo dinâmico. Porém são consideráveis os reflexos desses na comunidade escolar. Pierry Levy (1998) nos traz como exemplo o caso da inserção da informática nas escolas francesas, em seu livro Tecnologias da inteligência:
Durante os anos oitenta, quantias consideráveis foram gastas para equipar as escolas e formar os professores. Apesar de diversas experiências positivas sustentadas pelo entusiasmo de alguns professores, o resultado global é deveras decepcionante. Por quê? É certo que a escola é uma instituição que há cinco mil anos se baseia no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita do aluno e, há quatro séculos, em um uso moderado da impressão. Uma verdadeira integração da informática (como do audiovisual ) supõe portanto o abandono de um hábito antropológico mais que milenar, o que não pode ser feito em alguns anos. Mas as "resistências" do social têm bons motivos. (1998, p. 5)
Este exemplo não é distante da realidade do nosso país que muitas vezes tende a não investir o que de fato devia, na educação. Por trás daquilo que é óbvio, existem vários problemas a serem superados, para que os pressupostos que envolvem os termos educação e tecnologia possam ser aliados e venham a contribuir no processo-ensino aprendizagem.
3. REFLEXOS DAS NOVAS PRÁTICASA tecnologia e todo o aparato que a envolve, são utilizados constantemente nas sociedades contemporâneas. O uso desses artifícios traz consigo pontos positivos, e estes são hoje, meios que se tornaram mais presentes com alto potencial de disseminar informações e conhecimento, e ainda, como salienta Jorge Eduardo Scarpin em seu texto sobre O impacto da tecnologia na vida do cidadão comum: 
No final da década de 90, a internet se popularizou e o micro computador passou a ter uma nova função. Navegar na internet, o que nos trouxe um festival de músicas online, notícias em tempo real e o email. Ah, o email, algo que fez com que as correspondências tradicionais fossem praticamente esquecidas. (SCARPIN, 2011)
Estando cada vez mais interligadas e acessíveis, as informações são transmitidas em alta velocidade através do uso de satélites artificiais e possibilitando a comunicação entre pessoas que se encontram em lugares longínquos. Todavia, como toda inovação são muitas as barreiras a serem ultrapassadas, algumas aparecem como verdadeiros desafios.
Cabe a nós estudar essas dificuldades que tendem a tornar a integração desses meios no âmbito escolar potencialmente abaixo das expectativas e os impactos causados pelos mesmos. Para então se estabelecer as relações do complexo do saber e do avanço tecnológico nos núcleos educacionais. 
3.1 Desafios a serem superados.
A educação com o avanço tecnológico cresceu e possibilitou um grande conjunto de métodos e técnicas para o ensino. Para que isso ocorra de forma bem sucedida é necessário que os profissionais da educação estejam aptos para atender as necessidades e fazer o uso e manejo adequado das ferramentas disponibilizadas, na qual:
A evolução tecnológica tende a alterar comportamentos, estabelecer processos comunicativos diversificados provocando uma interação que vai desde o contato entre pessoas diferentes como à relação entre conhecimentos e aprendizagens distintas. A escola precisa acompanhar essa nova realidade de sociedade repleta de informação e conhecimento. (SILVA; CORREA, 2014, p. 31) 
Mas na prática essa realidade não é tão simples, pois muitos professores ainda não conhecem ou não aprenderam como manusear as ferramentas tecnológicas e o ensino permanece tradicional, apenas com o uso do livro didático e do quadro. Isso implica num ensino defasado e que acarreta numa baixa qualidade, pois os meios tecnológicos possibilitam uma grande extensão do saber. Sendo assim, pode-se destacar o que enfatiza Milena de Jesus Nunes em seu texto sobre O professor e as novas tecnologias: pontuando dificuldades e apontando contribuições:
Os recursos didáticos, entendidos como todo material usado pelo professor para auxiliar a aprendizagem do educando, que acompanharam por muito tempo o ensino sistematizado nas instituições escolares foram: os livros, cadernos, textos escritos, quadro-negro e giz. Na atualidade, ocorreu a inserção de novos recursos nas escolas, como por exemplo: computadores, televisão, rádio, aparelho de DVD e outros. Porém, os recursos atuais, mesmo estando disponíveis, ainda não são devidamente explorados ou utilizados com a mesma importância e valorização dos recursos tradicionais.(2011, p.23)
As tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) conquistaram o mundo de forma desigual. Não indo muito distante, a realidade social brasileira é diversificada e sabe-se que existem regiões mais desenvolvidas e melhores assistidas e outras não, isso contribui para a formação das diferentes classes sociais. E essa é uma primeira dificuldade a ser superada. 
Podemos notar a desproporção existente entre as escolas públicas e privadas na qual as realidades são bastante distintas, enquanto de um lado temos o governo que abastece a escola desde o pagamento de funcionários, lanche e de todo material e recursos que chegam e que por isso, acabam sendo mais limitados, devido há inúmeros fatores que não cabem ressalvar nesta pesquisa. De outro lado temos o sistema privado com modernos equipamentos e investindo sempre em inovações que lhe tragam melhores resultados.
No âmbito escolar brasileiro essa dicotomia vai ainda mais longe, enquanto que em algumas escolas públicas temos um professor mais limitado à realidade vivida na escola, seja por não possuir um acesso fácil às TIC’S ou até pela inexistência destas em seu local de trabalho, vemos no setor privado um profissional praticamente obrigado a inovar e investir em sua prática docente, tendo que estar inserido no contexto atual e acompanhando as novidades mais recentes que colaboram para a educação e lhe rendem resultados.
Todavia para que ocorra a fluidez desse conjunto entre o docente e seus alunos é necessário incentivo e dedicação, na qual os recursos precisam estar intercalados com o conteúdo porque somente as TIC’s sem contextualização não lhe trará frutos positivos. E a sociedade global exige que estejam acompanhando esse avanço tecnológico.
Cabe então ao profissional independente do setor que trabalhe se especializar e aprofundar os estudos quanto a essas novas práticas, buscando o melhor caminho para relacioná-las e utilizá-las em suas aulas, uma vez que, quando TIC’s estão inseridas no contexto educacional, com finalidade de ter um bom funcionamento se faz necessário um aparato tecnológico ao alcance, além de profissionais qualificados para manuseá-las. E vemos isso não somente nas escolas, mas nos ambientes onde são utilizadas as tecnologias, pois aqueles que não buscam conhecer ou se inserir nesse meio tecnológico acabam por serem desvalorizados e permanecem na carência devido a grande necessidade atual do uso dessas novas mídias.
Ciente desses aspectos ressalta-se que, outro problema bastante comum para um estudo aprofundado que tenha as novas mídias como referências e/ou como ferramenta há a necessidade de um debruçar sobre os discursos produzidos e principalmente um cuidado eminente na análise desses, por se verem limitados aos interesses de cada trama momentânea e imbuídos de fatores que contestam sua relevância. 
A falta de incentivo vem a prejudicar até mesmo o método de análise daquele que utiliza os aparelhos tecnológicos para a pesquisa. De certo modo, a facilidade no acesso de dados distantes contribui para isso, por isso esse se faz mais um empecilho para aquele que faz uso desse tipo se suporte para realizar uma atividade escolar. 
	Esse tipo de documento, quando utilizado como fonte exige um método de tratamento bastante cuidadoso. Por se tratar de uma fonte totalmente nova, e ainda pouco estudada, mas que em rapidíssima expansão, e inscrita no tempo presente, a mesma deu brecha a muito poucos exames críticos, e por isso pode-se dizer que há certa ausência de métodos bem definidos e eficientes quanto a sua técnica. 
Assim, pode-se dizer que a experiência na frente de um computador oculta a qualidade das informações oferecidas, as origens indefinidas e o anonimato de seus criadores ou autores tornam algumas dessas fontes pouco confiáveis. E ainda, a informação adquirida a partir da consulta em meios digitais é julgada e utilizada a priori com menos filtros ainda do que a informação impressa. Muitas vezes vista com certa proximidade, prejudica o olhar crítico daquele que não o toma com devida cautela. Dessa forma, percebe-se que ainda, são muitos os empecilhos a serem superados para que essa prática se torne uma realidade plausível e acessível a todos.
3.2 Impacto da inserção de novas ferramentas no ambiente escolar.
Sabemos que a Internet vem crescendo significativamente desde os anos 1990. A rede mundial de computadores tornou-se uma ferramenta de comunicação poderosa, devido à facilidade de acesso e à sua amplitude de cobertura. Um computador conectado à Internet é um eficiente instrumento para a troca de informações em escala global. Porém a inserção desses aparelhos em certos ambientes, sem as devidas precauções pode lhes causar alguns desconfortos corriqueiros. E como chama-nos atenção, Pierry Levy:
A rede não possui unidade orgânica, nem matar interno. Seu crescimentoe sua diminuição, sua composição e sua recomposição permanente dependem de um exterior indeterminado: adição de novos elementos, conexões com outras redes, excitação de elementos terminais (captadores), etc. Por exemplo, para a rede semântica de uma pessoa escutando um discurso, a dinâmica dos estados de ativação resulta de uma fonte externa de palavras e imagens. Na constituição da rede sociotécnica intervêm o tempo todo elementos novos que não lhe pertenciam no instante anterior: elétrons, micróbios, raios X, macromoléculas, etc. (1998, p. 16)
São muitas as inovações tecnológicas que aparecem no nosso dia-a-dia, e algumas vezes com a mesma velocidade em que são inseridas, são assimiladas. Esses artifícios adentram o nosso meio e quer onde estejamos nos vemos cercados por essa nova realidade. Mas como a escola, que é o objeto estudado nessa pesquisa, está reagindo à entrada dessas ferramentas? Quais os impactos dessa inserção no ambiente escolar? 
Ao longo do processo de inserção das TIC’s no ambiente escolar percebe-se o progresso estrutural e operante, o trabalho que antes era manual e, portanto, mais demorado, não possuía uma durabilidade longa por que logo se danificava. Com o avanço tecnológico essa mesma produção passou a ser realizada através de computadores e máquinas de Xerox que possibilitaram uma fluidez na produção inclusive uma maior resistência do material como histórico escolar, certificados e cadastros de todos os funcionários, dentre outros; além de ter conexão com a internet na qual esses dados podem ser obtidos rapidamente e em consonância com outras escolas, com secretárias e demais órgãos do governo que auxiliam e fiscalizam as escolas.
A tecnologia aliada ao ensino possibilitou aos educandos e aos educadores fontes como a internet que são rápidas e permitem uma maior pluralidade de informações necessárias à sua pesquisa, além disso, estão interligadas diariamente, através de vários meios como televisões, rádios, celulares, ou seja, lhes foi aberto um grande leque de possibilidades que está integrado diariamente em seu meio social. 
A Internet é um meio que poderá conduzir-nos a uma crescente homogeneização da cultura de forma geral e é, ainda, um canal de construção do conhecimento a partir da transformação das informações pelos alunos e professores. As redes eletrônicas estão estabelecendo novas formas de comunicação e de interação onde a troca de ideias grupais, essencialmente interativas, não leva em consideração as distâncias físicas e temporais. (DORIGONI; SILVA, 1999 p. 14) 
Além da internet, vemos uma inserção, cada vez maior de aparelhos celulares. Sobretudo, eles aparecem nas mãos de funcionários, educandos e educadores, hoje todos dispõem de um aparelho móvel e sua utilização é feita diariamente. Scarpin destaca o avanço e suas múltiplas funções: 
Paralelo a isto, há o telefone celular, ou telemóvel. No começo, um telefone sem fio grande, com sinal analógico que só tinha uma única tarefa: fazer e receber ligações. Depois, passou a enviar mensagens, os tão famosos SMS (short message service) e hoje fazem praticamente de tudo, são tocadores de música, máquina fotográfica, câmera filmadora, navegadores de internet e, inclusive, continuam fazendo e recebendo ligações telefônicas. (SCARPIN, 2011). 
 	Porém muitas vezes este artifício é visto como um problema, por que o uso excessivo se torna uma distração e acaba por desestabilizar o ambiente da sala de aula. Não é difícil encontrar escolas que proíbem o seu uso. Todavia, não se deve caracterizar o uso do celular enquanto recurso didático a ser adotado, já que este é de uso pessoal e possui algumas limitações.
Podemos enfatizar vários outros métodos notórios, como o investimento no uso de computadores. Mas para que tal proposta ocorra é necessária uma maior aplicação de capital nas escolas para que se tornem aptas e tenham uma relação harmoniosa com esses novos recursos. Assim como a maioria dessas novas ferramentas, sua funcionalidade só existira mediante preparo e treinamento e para isso as escolas precisam ser bem equipadas com aparelhos, com aulas de informáticas e salas estruturadas e ter ainda profissionais que atendam os alunos. O mais adequado seria que as escolas promovessem ações, que incentivassem os funcionários a se qualificarem.
3.3. Novos horizontes ao ensino
A escola, como instituição educacional abrange um conjunto de pessoas sejam eles alunos, professores, funcionários e familiares desde o ensino básico ao superior. Não deixando de lado suas regras e práticas de ensino e nem fugindo da sala de aula, a escola, deve buscar o melhor para seu alunado, e a inserção da tecnologia em seu meio, aparece como um bom recurso auxiliador, por abranger infinitas possibilidades quanto a técnica e proporcionando melhores resultados no processo ensino-aprendizagem. Segundo Valdinei Marcolla: 
As tecnologias permitem que os atores escolares estejam em contato com múltiplas realidades, de modo que as escolas passam a estar no computador e em um processo de construção e troca de saberes [...] No campo educacional, as tecnologias possibilitam mecanismos de pesquisa, exploração de documentos e interação entre pessoas. Deste modo, a ação de aprender ganha características singulares e o sujeito tem, também, a opção de transitar por caminhos únicos, que respondem às suas peculiaridades e necessidades. (2012, p. 2)
Uma instituição que no século XXI não está buscando a inserção de recursos didáticos que envolvam tecnologia é muito difícil conseguir se destacar ou atingir bons resultados, pois o conhecimento atual está sendo transmitido não somente nos livros didáticos e nem somente no uso de computadores e da internet, mas sim são abertos novos horizontes quando o assunto é inovação na prática docente. Hoje estamos diante de vários recursos que contribuem para o ensino, seja através de filmes, vídeos, músicas, dentre outros. Todavia, deve-se atentar para aquilo que ressalta Joice Prediger:
As TICS não devem ser usadas como máquinas para ensinar ou aprender, mas como ferramenta pedagógica para criar um ambiente interativo que proporcione ao aluno, diante de uma situação-problema, investigar, levantar hipóteses, testá-las e refinar suas ideias iniciais, construindo assim seu próprio conhecimento. (2015, P. 12)
A didática escolar e a gestão devem alia-se com o intuito de objetivar essa realidade para seus alunos. Um dos principais agentes de transformação das sociedades atuais é a técnica. Ou melhor, as técnicas, sob suas diferentes formas, com seus usos diversos, e todas as implicações que elas têm sobre o nosso cotidiano e nossas atividades. A inserção das novas tecnologias em sala de aula, quando atendidos todos os pontos citados nesta pesquisam, só tendem a trazer resultados positivos e satisfatórios para o ensino.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As novas tecnologias quando aliadas à educação aparecem nesta pesquisa como instrumento de aproximação e comunicação entre professores e alunos, seja na sala-de-aula ou fora dela percebemos indícios dessa nova realidade. Por trás daquilo que é óbvio, estas técnicas trazem consigo incessantes modificações em nosso modo de conhecer o mundo, na forma de representar este conhecimento, e na transmissão destas representações através da linguagem.
Porém o seu uso, deve ser feito levando em consideração uma série de fatores, e com devida cautela, uma vez que, quando deixados de lados acarretam em consequências que vêm a impactar o ambiente em que se inserem e que em nada contribuem.
Os pontos a serem refletidos são: a disponibilidade, que requer proximidade à infraestrutura necessária para acessar esse material; a acessibilidade, que depende do custo para o acesso; a importância, ou seja, a justificativa para o uso desses artifícios e a sua relevância para o conteúdo; a preparação, a capacidade, a qualificação, que depende da aptidão, compreensão da estrutura e da aceitação cultural desses novos meios.
Além disso, a própria escola deve oferecer uma organização quanto à utilização do(s)laboratório(s) de Informática, precisa disponibilizar horários e recursos para o trabalho de diversas disciplinas e não para somente uma disciplina específica, deve cuidar para que os materiais sejam preservados e isso contando com a cooperação de todos os atores envolvidos no processo de ensino.
Todavia um dos maiores desafios quando falamos de tecnologia na Educação, hoje, é a formação do professor, não basta apenas instalar equipamentos modernos e pedir que se saia usando. Dessa forma, eles não serão utilizados em sua plenitude e apenas o que é conhecido por eles será colocado em prática. É preciso mostrar a diversidade de atividades que podem ser desenvolvidas por meio de tais aparelhos para que isso facilite e até melhore os processos de comunicação e aprendizagem dos alunos.
As novas tecnologias têm em muito a contribuir para a educação. A escola enquanto espaço de formação, deve garantir um ensino que possibilite um melhor domínio de conhecimento. A ação do professor em sala de aula e o uso que ele faz dos suportes tecnológicos que encontra a sua disposição, quando voltadas para a melhor aprendizagem do aluno, só tendem a lhes trazer melhores resultados. 
REFERÊNCIAS
DORIGONI; Gilza Maria Leite; SILVA, João Carlos. Mídia e Educação: o uso das novas tecnologias no espaço escolar. Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1170-2.pdf> acesso em: 14 de outubro de 2016.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.
LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Ed. 34, 1998
LIBÂNEO, José Carlos. Tendências Pedagógicas na Prática Escolar. In. Democratização da escola pública: pedagogia crítico-social dos conteúdos, São Paulo, Loyola, 1985. 
MARCOLLA, Valdinei. A apropriação das tecnologias de informação e comunicação por professores nas práticas pedagógicas. – PPGE/FaE/UFPel, 2012. Disponível em: <http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2012/Educacao_Comunicacao_e_Tecnologias/Trabalho/06_23_47_2873-7559-1-PB.pdf> acesso em: 23 de setembro de 2016.
NUNES, Milena de Jesus. O professor e as novas tecnologias: pontuando dificuldades e apontando contribuições. 92 f. Monografia – Departamento de educação, Universidade do Estado da Bahia, 2009. Disponível em: <http://www.uneb.br/salvador/dedc/files/2011/05/Monografia-MILENA-DE-JESUS-NUNES.pdf> acesso em: 24 de setembro de 2016.
PREDIGER, Joice. A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na educação Infantil. 40 f. Trabalho de conclusão de curso (especialização) – Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015. Disponível em: < file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Desktop/000986811.pdf> acesso em: 19 de outubro de 2016.
PROCÓPIO, Elizabete Ramalho. Formação de professores e tecnologias: implicações da educação à distância na prática docente. 139 f. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2011. Disponível em: < http://www.ufjf.br/ppge/files/2011/07/disserta%C3%A7%C3%A3o-elizabete-ramalho-procopio.pdf> acesso em: 23 de setembro de 2016.
SCARPIN, Jorge Eduardo. O impacto da tecnologia na vida do cidadão comum. Disponível em: < http://perspectiva-lusofona.weebly.com/brasil/o-impacto-da-tecnologia-na-vida-do-cidado-comum> acesso em: 24 de setembro de 2016.
SILVA, Renildo Franco da; CORREA, Emilce Sena. Novas tecnologias e educação: a evolução do processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea. Educação & Linguagem ∙ ano 1 ∙ no 1 ∙ Jun. ∙ p. 23‐35 ∙ 2014. Disponível em: < http://www.fvj.br/revista/wp-content/uploads/2014/12/2Artigo1.pdf> acesso em 23 de setembro de 2016.

Continue navegando