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2ª Parte – Teoria Politíca de Aristóteles “O HOMEM É UM ANIMAL POLÍTICO”. Não é simplesmente um tipo de animal que vive em sociedade, mas em uma sociedade politicamente organizada. Concebia o indivíduo em função da cidade e não a cidade em função do indivíduo. O bem do indivíduo se amplia do campo individual para o social. “Quem não pode fazer parte de uma comunidade, quem não tem necessidade de nada, bastando-se a si mesmo, não é parte de uma cidade, mas é fera ou deus”. Cidadão = é o que participa da administração da coisa pública (assembleias). Os operários não seriam cidadãos por não disporem de tempo livre (ócio) para participar das assembleias. - O PODER PARA ARISTÓTELES. Há várias formas de poder: Dono sobre o escravo; Marido sobre a mulher; Pais sobre os filhos; Rei sobre o súdito; Magistrado sobre o cidadão. Aristóteles formulou a tipologia clássica das formas de poder com base no interesse em favor do qual o poder é exercido. Assim temos: 1. O poder paterno – exercido pelo pai sobre o filho no interesse do filho, 2. O poder despótico – exercido pelo senhor sobre o escravo no interesse do senhor e, 3. O poder político – exercido pelos governantes sobre os governados no interesse de ambos. Aristóteles considera apenas três dos quatro elementos: sujeito, objeto e fim, deixando de lado o meio, que somente será considerado na tipologia moderna. O poder paterno é exercido no interesse do objeto de seu exercício – o filho –, o poder despótico, exercido no interesse do sujeito que o exerce – o senhor –, e o poder político, no interesse do sujeito e do objeto – governantes e governados. Entre as três formas de poder da tipologia clássica, o poder político é, sem dúvida, o mais complexo, pois é exercido no interesse dos dois agentes envolvidos na relação – sujeito e objeto/governantes e governados – e não do lado de um só deles – sujeito ou objeto. É O PODER EXERCIDO ENTRE IGUAIS POR DELEGAÇÃO. O Poder deve ser exercido pelos homens virtuosos capazes de governar a cidade, tendo em vista o interesse comum dos seus habitantes. Quando esses chegam ao poder devem estabelecer uma “Constituição, correta e digna”. A TEORIA DAS FORMAS DE GOVERNO - A tipologia aristotélica das formas de governo agrega uma variável a mais à tipologia das formas de poder – o número de governantes – porém segue dividida em três categorias: o governo de um só (Monarquia e Tirania); o governo de poucos (Aristocracia e Oligarquia); e o governo de muitos (Politéia e Democracia). - O poder soberano pode ser exercido por “um só”, por “poucos” ou por “muitos” buscando o interesse comum = constituições retas (maus governos); - quando o exercem no seu interesse privado, temos desvios = constituições corrompidas (bons governos) - “Na verdade, a tirania é o governo monárquico exercido em favor do monarca. A oligarquia visa ao interesse dos ricos; A democracia aos pobres. Mas nenhuma dessas formas mira a utilidade comum.” - Para Aristóteles, o bom governo é sempre orientado para satisfazer o interesse de todos –governantes e governados - [...] podendo ser exercido: por um só indivíduo, o rei, no caso da monarquia; por uma minoria, os melhores, no caso da aristocracia; ou pela maioria, no caso da politeia, que significa o governo da pólis – cidade-Estado. - Já o mau governo, isto é, as formas de governo degeneradas, é sempre orientado para satisfazer o interesse do(s) governante(s) e também pode ser exercido: por um só indivíduo, isto é, pelo tirano, que exerce o poder em seu próprio interesse, em detrimento dos interesses dos governados, no caso da tirania; por uma minoria, isto é, pelos mais ricos, que exerce o poder em seu próprio interesse, em detrimento dos interesses da maioria mais pobre, no caso da oligarquia; ou pela maioria que exerce o poder em seu próprio interesse, em detrimento dos interesses da minoria, no caso da democracia. FENÔMENO DO PODER - Ao analisar a tipologia das formas de governo de Aristóteles, precisamos ter bem claro que o termo democracia tinha, na antiguidade, um significado muito diferente do que tem hoje. No tempo de Aristóteles, democracia significava tirania da maioria sobre a minoria, mas a partir do século XX passou a ser entendido como o governo da maioria que respeita os direitos da minoria. O QUE É PODER? ✓ Na sua formulação mais geral e abstrata, “o poder faz referência à capacidade que um indivíduo, ou grupo de indivíduos, tem de influenciar o comportamento de outras pessoas”. ...FACULDADE, CAPACIDADE, FORÇA OU RECURSO PARA PRODUZIR CERTOS EFEITOS. ✓ PODER DA PALAVRA, PODER DO REMÉDIO, PODER DA POLÍCIA, PODER DA IMPRENSA, PODER DO PRESIDENTE. BERTRAND RUSSELL (1872-1970) - O poder não é algo material – como o ouro, as terras, o trigo ou a água – ou seja, não é um bem ou um recurso do qual os indivíduos possam se apropriar. Recursos e bens são meios que podem e, frequentemente, são utilizados pelos seus detentores para influenciar o comportamento de outras pessoas, todavia não se confundem com o poder em si próprio. ✓ Capacidade de fazer os demais realizarem aquilo que queremos. ✓ Categorias – ser humano sobre a natureza. Ser humano sobre outro ser humano. A FILOSOFIA POLÍTICA INVESTIGA... ▪ ...o poder do ser humano sobre outros seres humanos, isto é, o poder social, embora também se interessa pelo poder sobre a natureza, uma vez que essa categoria de domínio igualmente se transforma em instrumentos de poder social. ▪ FORMAS DE PODER ▪ ▪ Voltando a definição de poder, se levarmos em conta o meio do qual o individuo se serve para conseguir os efeitos desejados podemos destacar três formas básicas de poder social. ▪ Poder econômico – é aquele que utiliza a posse de BENS socialmente necessários para induzir os que não os possuem a adotar certos comportamentos. REALIZAR DETERMINADO TRABALHO. ▪ Poder ideológico - é aquele que utiliza a posse de certas ideias, valores, doutrina para influenciar a conduta alheia, induzindo as pessoas a determinados modos de pensar e agir; ▪ Poder Político - é aquele que utiliza a posse dos meios de coerção social, isto é, o uso da força física considerada legal ou autorizada pelo direito vigente na sociedade. ▪ O que têm em comum essas três formas de poder? poder econômico, poder ideológico, poder político... É que elas contribuem conjuntamente para instituir e manter sociedades de desiguais divididas em fortes e fracos, com base no poder político; ricos e pobres, como base poder econômico; em sábios e ignorantes, com base no poder ideológico. Genericamente, em superiores e inferiores. CARACTERÍSTICAS DAS FORMAS DE PODER Poder econômico – É uma expressão utilizada para dizer que algo ou alguém tem muitos bens materiais e financeiros conseguindo assim exercer grande influência social. Garante o domínio da riqueza – controla organizações das forças produtivas (tipos de produção, mercadorias) Poder ideológico - É um modo de se referir a algo ou alguém que exerce grande influência na sociedade, que induz as pessoas a agir e pensar de certas maneiras. Quer garantir o domínio sobre o saber, controla organizações de consenso social. (Conhecimentos, doutrinas, informações meios de comunicação de massa – televisão, jornais, rádios, revistas) Poder político – É o poder que o Estado exerce para que obrigações sejam cumpridas em prol do bem público. Preocupa-se em garantir o domínio da força institucional e jurídica controlando os instrumentos de coerção social (forças armadas, orgãos legislativos, de fiscalização, polícia, tribunais). QUAL SERIA O PRINCIPAL, O MAIS EFICAZ? Desses 3 poderes: (econômico, político e ideológico) O mais eficaz para Bobbio seria o poder político, cujo meio específico de atuação consiste na possibilidade de utilizar a força física legalizada para condicionar comportamentos. Assim.. ▪ [...] o poder político é, em toda sociedade dedesiguais, o poder supremo, ou seja, o poder ao qual todos os demais estão de algum modo subordinados... ▪ ARISTOTELISMO ▪ Para o grande filósofo grego o surgimento do Estado, encarregado da liberdade das polis (eleutéria), resultava de um processo evolutivo e absolutamente natural. Partindo do núcleo familiar avançava com o tempo na configuração de um clã, deste para uma tribo e desta saltava para a constituição do Estado. No seu ensaio ‘Política’ não enaltecia nem demonizava sua existência. A sociedade que era dotada de um estado (fosse monárquico, oligárquico ou democrático), ao contrário das que viviam ainda em tribos, era um marco civilizatório por assim dizer e símbolo de uma vida mais organizada. A sua função era realizar a felicidade e o bem- estar dos cidadãos. Platão não discutiu uma concepção do Estado, o que lhe interessou (A República) foi quem deveria governá-lo. Como antidemocrata. Hostil à participação popular sugeriu que o líder do Estado Justo fosse um rei-filósofo. ▪ Exercícios finais para a realização da Avaliação Bimestral Copie as questões no Caderno e Responda. (1 ponto na média) 1. Quem é o cidadão? 2. Quais as formas de Poder? 3. O poder exercido por Delegação é tido de qual maneira? 4. Organize a tipologia aristotélica das formas de governo, e determine o governo bom e mau. 5. O que é poder e as suas Categorias? 6. O que a filosofia política investiga? 7. Quais as três formas de Poder? 8. Quais as suas características? (exemplifique com valores associados a sociedade moderna). 9. Segundo Bobbio o poder político seria o mais eficaz por quê? 10. Na disposição final ARISTOTELISMO, qual a ideia central do TEXTO?
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