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Concepção de Estado em Hobbes

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Ciência Política
Aula 3
Prof. Luiz Cláudio Deulefeu
Rio de Janeiro, 30 de abril de 2011
*
OS OBJETIVOS DA AULA:
-Reconhecer o contexto social e político em que viveu Hobbes e a influência dessa realidade no seu pensamento; 
 
- Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de Hobbes e na sua principal obra, O Leviatã;
 
- Identificar as características da concepção de Estado, do fenômeno do poder e da ideia de propriedade no pensamento de Hobbes;
 
- Refletir sobre como o pensamento de Hobbes pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea.
 
	Vídeo sobre Hobbes:
	http://www.youtube.com/watch?v=hl7ZTOycrmU&feature=fvwrel
Hobbes é um contratualista, quer dizer um daqueles filósofos que entre o século XVI e o XVII, afirmaram que a origem da sociedade e/ ou Estado está num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras do convívio social e da subordinação política.
O homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em sociedade. Melhor dizendo,” a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a história, ou a vida social." Pois a natureza do homem é tal que, embora sejam capazes de reconhecer em muitos outros maior inteligência, maior eloquência ou maior saber, dificilmente acreditam que haja, muitos tão sábios como eles próprios; porque vêem sua sabedoria bem de perto e a dos outros a distância. 
A semelhança que existe entre os homens se constitui em rivalidade, pois cada um que parecer superior em poder, inteligência e valor ao seu semelhante, e este por sua vez, também deseja o mesmo. Como ambos têm um desejo em comum, duas atitudes são de defesa e ataque, onde cada qual espera receber o devido respeito que julga merecer, causando ao outro dano. 
Sendo assim os homens viveriam em constante perigo, pois quem possui mais bens materiais que os outros, sentem- se ameaçado de privação das suas conquistas: bens, liberdade, conforto, enquanto que o outro, o invasor, teme ser apanhado Na natureza do homem, encontramos 3 causas principais de discórdia: primeiro a competição, segundo a desconfiança ; e terceiro a glória. 
" A primeira leva o homem a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda , a segurança e a terceira, a reputação." (Pág.56) Portanto sem um poder comum, os homens viveriam em constante guerra, uns contra os outros. 
" Para Aristóteles, o homem naturalmente vive em sociedade, e só desenvolve as suas potencialidades dentro do estado" ( Pág. 57) Mas se o homem é sociável, parece estranho que ele tenha a capacidade de atacar e destruir ao outro. Na verdade o homem não conhece a si próprio. 
Para Hobbes, um homem pode conhecer o seu semelhante lendo as suas ações, e fará o possível para não encontrar o mesmo em si próprio, pois julga- se melhor, mais perfeito e mais importante. Mas se este homem deseja governar seus semelhantes ele deverá ler, antes de tudo, a si mesmo, para compreender as suas atitudes.
A teoria de Hobbes se fundamenta na realidade e na natureza do homem. O homem não vive em sociedade sem leis e regras que limitem seus desejos e atitudes. Sem isso, nenhum cidadão poderia viver em segurança ou em harmonia com o seu semelhante, porém, para Hobbes, o homem é um selvagem, mas se realmente fosse, ele não teria a capacidade de se reunir em assembléia em um determinado momento em que julgasse necessário para escolher um chefe que os protegesse e estabelecer regras que os organizasse. 
" O indivíduo hobbesiano não almeja tanto os bens, mas a honra" ( Pág. 59) 
O homem hobbesiano produz riquezas para ter maior valor, maior status, maior respeito. Para ele, a honra é o valor atribuído a alguém pelas suas aparências externas. Se os homens possuírem a liberdade de usar seu próprio poder, ter direito a todas as coisas, até mesmo aos corpos dos outros, ninguém estará em segurança, não haverá paz, e as pessoas não viveriam o tempo necessário que a natureza lhes permite. Para haver paz é necessário que os homens renunciem ao seu direito. 
            
*
 “Que um homem concorde, quando os outros também o façam, e na medida em que tal considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar o seu direito a todas as coisas, contentando-se, em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação ao mesmo." ( Pág. 60) 
"… Porque, se há governo, é justamente para que vivamos em paz: sem governo, já vimos, nós nos matamos uns aos outros. Por isso o poder governante tem que ser ilimitado." (Pág. 63). 
O Estado se constitui quando os homens em assembléia entram em um acordo, que uma determinada pessoa seja representante de todos eles, até mesmo de quem não o elegeu. A esta pessoa fica garantido o direito de soberania e se alguém desobedecê-lo ou ameaçar seu poder ou sua vida e for morto, será o autor do seu próprio castigo.
Nesse Estado em que o poder é absoluto, a igualdade e a liberdade, valores respeitados por nós, tem segundo Hobbes, a capacidade de gerar entusiasmo, ambição, descontentamento e guerra. A igualdade, já vimos, é fator que leva a guerra de todos, pois dois homens podem querer a mesma coisa, e por isso todos nós vivemos em constante competição. Liberdade para Hobbes significa a ausência de oposição e não se aplica menos as criaturas irracionais e inanimadas do que as racionais. 
Hobbes reduz a liberdade a uma determinação física, aplicável a qualquer corpo, e como princípio pelo qual os homens lutam e morrem. 
"… Um homem livre é aquele que, naquelas coisas que graças a sua força de engenho é capaz de fazer, não é impedido de fazer o que tem vontade de fazer." ( Pág. 67) 
Vídeo sobre Hobbes:
http://www.youtube.com/watch?v=HBvVFP3Zuac&feature=related
Quando o indivíduo abre mão de seu direito de natureza ele firma o contrato social e contribui para proteger a própria vida. Mas o indivíduo não perdeu a liberdade, ele deve obediência ao soberano, caso ele seja ordenado, por exemplo, para matar-se ou confessar algum crime, ele tem plena liberdade para recusar-se.
" Ninguém tem a liberdade de resistir a espada do Estado, em defesa de outrem, seja culpado ou inocente. Porque essa liberdade priva a soberania dos meios para proteger-nos, sendo portanto, destrutiva a própria essência do Estado."(Pág. 70) 
O soberano não perde a soberania se não atende aos caprichos de cada súdito. Mas se ele deixa de proteger a vida de um de seus cidadãos, este não lhe deve mais sujeição e obediência, porém outros não podem aliar-se a este, pois ainda recebem proteção. 
Em outras palavras podemos dizer que se o governante não cumpre a sua obrigação, o súdito recupera a sua liberdade natural.
Hobbes diz: o soberano governa pelo temor que infringe os seus súditos. "Porque sem medo, ninguém abriria mão de toda a liberdade que tem naturalmente; se não temesse a morte violenta, que homem renunciaria ao direito que possui, por natureza, a todos os bens e corpos?" ( Pág. 71) 
Para Hobbes a lei é fundamental para que exista justiça entre o que "é meu" e o que "é teu". Seria impossível alguém deixar uma herança para seus descendentes, pois qualquer cidadão poderia apossar-se de suas propriedades. Portanto: todos os súditos que tenham o direito a propriedade de suas terras ou seus bens, podem excluir os outros súditos dessas terras ou bens. Mas não de excluir o governante. 
" Compete ao soberano, a distribuição das terras do país, assim como a decisão sobre em que lugares, e com que mercadorias, os súditos estão autorizados a manter tráfico com o estrangeiro". Pág. 75)   
O súdito não obedece a seu soberano apenas por medo de um castigo ou de morte violenta. Mas sim, porque ele o respeita e respeita as suas regras para garantir sua própria segurança, de seus familiares, de suas propriedades, terras e bens materiais. Nenhumhomem por mais rebelde, ambicioso ou egoísta que possa ser não colocaria sua vida em risco para ter novamente a liberdade natural que lhe concede todos os direitos, pois esta liberdade pode permitir que ele faça tudo o que tem vontade, mas não lhe dá proteção e paz. 
Hobbes é um dos pensadores mais “malditos” da História da Filosofia Política – pois, no século XVIII, o termo “hobbista” era quase tão ofensivo quanto “maquiavélico", não só porque apresenta o Estado como monstruoso e o homem como belicoso, porque subordina a religião à política, mas porque, nega um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua propriedade. O contrato produz dois resultados importantes: 
- O homem é artífice de sua condição, de seu destino e não Deus ou a natureza. 
 -O homem pode conhecer tanto a sua presente condição miserável quanto os meios de alcançar a paz e a prosperidade 
Fontes:
 
WEFFORT, Francisco C. (Org) Os clássicos da política –volume I. São Paulo: Ática, 1998.
 
http://www.consciencia.org/breve-comentario-sobre-a-teoria-de-thomas-hobbes
 
1- (UFU -2002) Segundo Hobbes (1588-1679), podemos definir estado de natureza como sendo o lugar onde:
 
A- todos são bons por natureza, mas a vida em sociedade os corrompe
B- os homens são bons, “bons selvagens inocentes”, vivendo em estado de felicidade original.
C- reina o medo entre os indivíduos, que temem a morte violenta, que vivem isolados e em luta permanente, guerra de todos contra todos
D- todos são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus trabalhos, portanto, todos são proprietários.
Gabarito: Letra C
2-Em relação à propriedade, Hobbes rompe com a lógica da Idade Média, da propriedade como um direito limitado. Mas, apesar de reconhecer o fim das limitações feudais à propriedade, suas idéias são contrárias à ideologia burguesa e a sua pretensão à autonomia da propriedade. Isto acontece ao estabelecer que:
 
A- Todas as terras deveriam ser controladas pelos soberano.
B- Todas as terras serão divididas igualmente entre os homens
C- O Estado não regula a posse da terra e os homens podem comercializá-las livremente
D- Todas as terras devem ser sorteadas periodicamente, de modo a atender a necessidade de todos os homens
Gabarito: Letra A
3-Hobbes é considerado um dos pensadores mais “malditos” da História da Filosofia Política. Principalmente porque além de apresentar o Estado como monstruoso, acredita que o homem:
 
A-É um ser político e porque subordina a religião à política
B-É um ser belicoso e porque subordina a política à religião
C-É um ser político e porque subordina a política à religião
D-É um ser belicoso e porque subordina a religião à política
Gabarito: Letra D
4-Hobbes afirmava que homens viviam em constante perigo, pois quem possui mais bens materiais que os outros, sente- se ameaçado de privação das suas conquistas: bens, liberdade, conforto, enquanto que o outro, o invasor, teme ser apanhado. Ele aponta três causas principais na natureza dos homens que os levariam à discórdia. São elas:
 
A- competição, inveja e ganância.
B-Inveja, desconfiança e glória.
C- riqueza, desconfiança e ganância
D- competição, desconfiança e glória.
Gabarito: Letra D
 
5-Thomas Hobbes é conhecido por ser um filósofo contratualista. São assim chamados todos os pensadores dos séculos XVI e XVII que afirmavam que a origem do Estado e/ou da sociedade estão baseados:
 
A- no estado de natureza do homem
B- na constituição de um contrato social
C- no livre arbítrio dos homens
D- no poder absolutista
Gabarito: Letra B
 
OS TÓPICOS DA PRÓXIMA AULA
- Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento dos contratualistas Locke e Rousseau
 
- Identificar as características das concepções de Estado, contrato social e propriedade nos pensamentos de Locke e de Rousseau
 
- Refletir sobre como os pensamentos de Locke e de Rousseau podem ser utilizados para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea.

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