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Embora os relatos recentes tenham mostrado um declínio cons-
tante na prevalência da perda dentária durante as últimas 
décadas, permanece uma variação significativa na distribui-
ção da perda dentária. Seria mais útil considerar quais combi-
nações de perda dentária são mais comuns e classificá-las com 
o propósito de auxiliar o tratamento de pacientes parcialmente 
desdentados. Várias classificações de arcadas parcialmente des-
dentadas têm sido propostas e estão sendo utilizadas. Esta varie-
dade tem levado a algumas confusões e discordâncias sobre qual 
classificação descreve melhor todas as possíveis configurações e 
deve ser adotada.
As classificações mais familiares são aquelas originalmente 
propostas por Kennedy, Cummer e Bailyn. Beckett, Godfrey, 
Swenson, Friedman, Wilson, Skinner, Applegate, Avant, Miller e 
outros também propuseram classificações. É evidente que se 
deve realizar uma tentativa para combinar as melhores caracte-
rísticas de todas as classificações de modo que uma classificação 
universal possa ser adotada.
Uma classificação que é baseada em critérios diagnósticos foi 
proposta recentemente para desdentados parciais.1 O propósito 
deste sistema de classificação é facilitar as decisões do trata-
mento com base na complexidade do caso. A complexidade é 
determinada por quatro amplas categorias diagnósticas que 
incluem: local e extensão da área desdentada, condição dos 
pilares, características e requisitos oclusais e características do 
rebordo residual. A vantagem deste sistema de classificação em 
comparação àqueles mais utilizados atualmente ainda não foi 
documentada.
Hoje, o método de Kennedy é provavelmente a classificação 
mais amplamente aceita de arcadas parcialmente desdentadas. 
Em uma tentativa de simplificar o problema e encorajar uma 
utilização mais universal de uma classificação, e no interesse de 
comunicação adequada, será utilizada neste livro a classificação 
de Kennedy. O estudante pode consultar a seção Recursos de 
Leitura Selecionados para informações relativas a outras 
classificações.
Embora as classificações sejam na verdade descrição de 
arcadas parcialmente desdentadas, a prótese parcial removível 
que restaura uma classe particular de arcada é descrita como 
uma prótese daquela classe. Por exemplo, falamos de uma 
prótese parcial removível Classe III ou Classe I. É mais simples 
dizer “uma prótese parcial Classe II” do que dizer “uma prótese 
parcial restaurando uma arcada parcialmente desdentada 
Classe II”.
A classificação das arcadas parcialmente desdentadas deveria 
satisfazer os seguintes requisitos:
1. Possibilitar uma visualização imediata do tipo de arcada 
parcialmente desdentada que está sendo considerada.
2. Possibilitar a diferenciação imediata entre a prótese dentos-
suportada e dentomucosossuportada.
3. Ser universalmente aceita.
O método de classificação de Kennedy foi originalmente proposto 
pelo Dr. Edward Kennedy em 1925. Ele tenta classificar as arcadas 
parcialmente desdentadas de um modo que sugere certos princí-
pios de desenho da prótese para uma dada situação (Figura 3-1).
Kennedy dividiu todas as arcadas parcialmente desdentadas 
em quatro classes básicas. Áreas desdentadas que não aquelas 
que determinam as classes básicas foram designadas como 
espaços de modificação (Figura 3-2).
A seguir, apresentamos a classificação de Kennedy:
Classe I Área desdentada bilateral localizada posteriormente 
aos dentes naturais
Classe II Uma área desdentada unilateral localizada posterior-
mente aos dentes naturais
Classe III Uma área desdentada unilateral com dentes naturais 
remanescentes tanto posterior como anterior a eles (intercalar)
Classe IV Uma área desdentada única, mas bilateral (cruzando 
a linha média), localizada anterior aos dentes naturais 
remanescentes
Uma das principais vantagens do método de Kennedy é que 
ele favorece a visualização imediata da arcada parcialmente des-
dentada e possibilita uma fácil distinção entre a prótese dentos-
suportada e a dentomucosossuportada. Aqueles que aprenderam 
esta classificação e que conhecem os princípios de desenho de 
próteses parciais podem prontamente fazer a relação com o 
desenho da configuração da arcada para ser utilizada na prótese 
parcial básica. Este método torna possível uma abordagem 
lógica dos problemas do desenho da prótese. Ele torna possível 
a aplicação dos bons princípios de desenho de próteses parciais 
e é, portanto, um método lógico de classificação. Entretanto, 
um sistema de classificação não deve ser utilizado para estereo-
tipar ou limitar os conceitos de desenho de próteses.
A classificação de Kennedy seria difícil de aplicar em todas as 
situações sem certas regras de aplicação. Applegate forneceu 
oito regras que controlam a aplicação do método de Kennedy 
(Quadro 3-1).
Embora inicialmente possa ocorrer alguma confusão, como 
por que a Classe I deve se referir a duas áreas desdentadas e a 
Classe II deve se referir a uma, os princípios de desenho tornam 
lógica esta distinção. Kennedy colocou a Classe II unilateral com 
extensão distal entre a Classe I bilateral com extensão distal e a 
classificação Classe III dentossuportada porque a prótese parcial 
Classe II deve incorporar características de ambas, especialmente 
quando as modificações dentossuportadas estão presentes. Por 
ter uma base de extensão mucosossuportada, a prótese deve ser 
desenhada de forma semelhante à prótese Classe I. Frequente-
mente, entretanto, um componente dentossuportado, ou Classe 
III, está presente em outras partes da arcada. Portanto, a prótese 
parcial Classe II cai justamente entre a Classe I e a Classe III por 
incorporar características de desenho comuns a ambos. De 
acordo com o princípio de que o desenho é fundamentado na 
classificação, a aplicação de tais princípios de desenho é sim-
plificada retendo-se a classificação original de Kennedy.
A Figura 3-3 apresenta uma oportunidade de testar suas 
habilidades. Reveja a figura e classifique as arcadas parcialmente 
desdentadas ilustradas. As respostas estão relacionadas a seguir.
McGarry TJ, Nimmo A, Skiba JF, et al: Classification system for partial 
edentulism, J Prosthodont 11(3):181–193, 2002. 
Respostas para a Figura 3-3:
 A. Cl IV
 B. Cl II Modificação 2
 C. Cl I Modificação 1
 D. Cl III Modificação 3
 E. Cl III Modificação 1
 F. Cl III Modificação 1
 G. Cl IV
 H. Cl II
 I. Cl III Modificação 5
Com foi dito no Capítulo 1, o objetivo das Próteses Parciais 
Removíveis é promover restaurações eficientes e funcionais 
com base no entendimento de como se maximizar qualquer 
oportunidade para confeccionar próteses estáveis e assim 
mantê-las. Uma vez que as próteses parciais removíveis não são 
ligadas rigidamente aos dentes, o controle do movimento 
potencial sob cargas funcionais é crítico para se promover a 
melhor chance de estabilidade e conforto ao paciente. A con-
sequência do movimento das próteses sob as cargas funcionais 
é a aplicação de tensão ao dente e aos tecidos que estão em 
contato com a prótese. É importante que esta tensão não exceda 
o nível de tolerância fisiológica, que é o alcance máximo de 
estímulos mecânicos que o sistema pode resistir sem rompi-
mento ou consequências traumáticas. Na terminologia da 
engenharia mecânica, a prótese induz tensão nos tecidos igual 
à força aplicada na área de contato com os dentes e/ou tecidos. 
Esta mesma tensão atua na produção de uma compressão no 
tecido de suporte, que resulta em deslocamento de carga no 
dente e no tecido. O entendimento de como estes fenômenos 
mecânicos agem dentro do ambiente biológico, que é único 
para cada paciente, pode ser discutido em termos da biomecâ-
nica. Ao se planejar uma prótese parcial removível, com foco 
no objetivo de se promover e manter as próteses estáveis, é 
essencial que se considerem os princípios básicos de biomecâ-
nica associados às características únicas de cada boca. A higiene 
oral e os procedimentos de manutenção da prótese apropriados 
são necessários para o benefíciocontínuo dos princípios bio-
mecânicos otimizados.
As próteses parciais removíveis, pelo desenho, são planejadas 
para serem instaladas e removidas da boca. Por causa disso, 
elas não podem ser conectadas rigidamente aos dentes ou 
tecidos. Isto faz com que estas próteses sejam passíveis de se 
movimentarem em resposta às cargas funcionais, como 
aquelas criadas pela mastigação. É importante para os clínicos 
que oferecem próteses removíveis entender os movimentos 
possíveis em resposta à função e ser capaz de desenhar logi-
camente os componentes da prótese parcial removível para 
auxiliar no controle desses movimentos. Como isto é conse-
guido de uma maneira lógica, pode não ser claro para um 
clínico principiante neste exercício. Um método para auxiliar 
a organizar o pensamento do desenho é considerá-lo um 
exercício de criação de soluções.
O desenho de uma prótese parcial removível pode ser 
considerado semelhante ao projeto clássico e multifacetado 
da engenharia convencional, que é caracterizado por ser 
aberto e não estruturado. Ser aberto significa que os pro-
blemas possuem tipicamente mais de uma solução, e não 
estruturado quer dizer que as soluções não são resultado de 
fórmulas matemáticas padronizadas utilizadas de alguma 
maneira estruturada. O processo de desenho, que é uma série 
de etapas que conduzem à solução de um problema, inclui 
identificação da necessidade, definição do problema, estabe-
lecimento dos objetivos do projeto, pesquisa pelas informa-
ções e dados de experiências anteriores, desenvolvimento de 
um fundamento para o desenho, elaboração e avaliação de 
soluções alternativas e a promoção da solução (p. ex., pro-
cesso de tomada de decisão e comunicação das soluções) 
(Quadro 4-1).
A base para o desenho deve ser desenvolvida logicamente a 
partir da análise da condição bucal específica de cada paciente 
sob consideração. Entretanto, é possível que “soluções” com 
desenhos alternativos possam ser aplicadas, e é a avaliação da 
percepção do mérito desses vários desenhos que parece ser mais 
confusa para os cirurgiões-dentistas.
As considerações biomecânicas a seguir oferecem uma con-
textualização relacionada aos princípios destes movimentos 
potenciais associados às próteses parciais removíveis, e os capí-
tulos subsequentes abordando os vários componentes descre-
vem como estes componentes são aplicados no projeto para 
controlar os movimentos resultantes das próteses.
Como Maxfield afirmou: “A observação comum identifica 
claramente que a capacidade das coisas vivas de tolerarem as 
forças é fortemente dependente da magnitude ou intensidade 
da força.” As estruturas de suporte das próteses parciais remo-
víveis (dentes pilares e rebordos residuais) são coisas vivas que 
estão sujeitas a forças. A capacidade das estruturas de suporte 
de resistirem às forças depende de (1) que força típica necessita 
de resistência, (2) qual a duração e a intensidade dessas forças, 
(3) qual a capacidade que o dente e/ou a mucosa tem de resistir 
a essas forças, (4) como a utilização do material influencia esta 
resistência dente-tecido e (5) se a resistência se altera com o 
tempo.
A consideração das forças inerentes à cavidade bucal é 
crítica. Isto inclui direção, duração, frequência e magnitude da 
força. Em uma análise final, é o osso que oferece o suporte para 
a prótese removível (p. ex., o osso alveolar por meio do liga-
mento periodontal e o rebordo residual através do tecido mole 
de cobertura). Se as forças potencialmente destrutivas puderem 
ser minimizadas, então as tolerâncias fisiológicas das estruturas 
de suporte não são excedidas e não vão ocorrer alterações pato-
lógicas. As forças possíveis de ocorrer com a função das próteses 
removíveis podem ser amplamente distribuídas e direcionadas 
e seus efeitos minimizados pelo desenho apropriado da prótese 
parcial removível. O projeto adequado inclui a seleção e loca-
lização dos componentes em conjunção com uma oclusão 
harmoniosa.
Inquestionavelmente, o desenho das próteses parciais remo-
víveis necessita de considerações mecânicas e biológicas. A 
maioria dos cirurgiões-dentistas é capaz de aplicar os princí-
pios mecânicos básicos de uma prótese parcial removível. Por 
exemplo, a tampa de uma lata de tinta pode ser removida mais 
facilmente com uma chave de fenda do que com uma moeda 
de 50 centavos. Quanto maior o cabo, menos esforço (força) se 
faz. Esta é uma simples aplicação da mecânica das alavancas. 
Pelo mesmo princípio, um sistema de alavancas representado 
pela extensão distal de uma prótese parcial removível pode 
aumentar a força da oclusão aplicada aos pilares terminais, o 
que pode ser indesejável.
Tylman afirma que: “Muito cuidado e reserva são essenciais 
quando é feita uma tentativa para se interpretar um fenômeno 
biológico inteiramente por cálculos matemáticos.” Entretanto, 
o entendimento de máquinas simples aplicado ao desenho de 
próteses parciais removíveis auxilia na conquista do objetivo 
de preservação das estruturas bucais. Sem tal entendimento, 
uma prótese parcial removível pode ser inadvertidamente dese-
nhada como uma máquina de destruição.
As máquinas podem ser classificadas em duas categorias 
gerais: simples ou complexas. Máquinas complexas são combi-
nações de várias máquinas simples. Os seis tipos de máquinas 
simples são a alavanca, a cunha, o parafuso, a roda e o eixo, as 
polias e o plano inclinado (Figura 4-1). Dentre as máquinas 
simples, a alavanca, a cunha e o plano inclinado devem ser 
evitados no desenho de próteses parciais removíveis.
Em sua forma mais simples, uma alavanca é uma barra 
rígida apoiada em algum lugar ao longo de seu comprimento. 
Ela pode estar repousando em um apoio ou pode estar supor-
tada por sua parte superior. O ponto de apoio é chamado de 
fulcro, e a alavanca pode se mover em torno do fulcro 
(Figura 4-2; Figura 6-6).
O movimento rotacional de um tipo de prótese parcial 
removível com base estendida, quando uma força é aplicada na 
sela protética, é ilustrado na Figura 4-3. Esta irá sofrer rotação 
em relação aos três planos cranianos devido às diferenças nas 
características do suporte dos dentes pilares e dos tecidos moles 
de cobertura do rebordo residual. Embora o movimento real da 
prótese possa ser pequeno, uma força de alavanca pode ser 
imposta ao dente pilar. Isto é especialmente prejudicial quando 
a manutenção da prótese é negligenciada. Três tipos de alavan-
cas são utilizados: primeira, segunda e terceira classe (Figura 
4-2). O potencial de um sistema de alavanca para aumentar 
uma força é ilustrado na Figura 4-4.
Um cantiléver, ou alavanca em balanço, é uma viga supor-
tada por uma extremidade que pode atuar como uma alavanca 
de primeira classe (Figura 4-5). O desenho em cantiléver deve 
ser evitado (Figura 4-6). Exemplos de outros desenhos de 
alavancas e sugestões para alternativas para minimizar ou 
evitar o seu potencial destrutivo são mostrados nas Figuras 4-7 
e 4-8. Os meios mais eficientes para resolver os efeitos poten-
ciais de uma alavanca são promover um elemento rígido na 
extremidade não apoiada e não possibilitar o movimento. Esta 
é a utilização mais benéfica dos implantes osseointegrados em 
conjunção com as próteses parciais removíveis (PPR) e deve 
ser aventada quando é muito pouca a capacidade de suporte 
da extensão distal.
Um dente é aparentemente mais capaz de tolerar forças 
direcionadas verticalmente do que forças não verticais, de 
torque ou horizontais. Esta característica é observada clinica-
mente, e parece ser razoável que mais fibras periodontais sejam 
ativadas para resistir à aplicação de forças verticais do que para 
resistir às forças não verticais (Figura 4-9).
Mais uma vez, uma extensão distal das próteses parciais 
removíveis rotaciona quando forças são aplicadas aos dentes 
artificiais ligados à sela da prótese. Como se pode admitir que 
essa rotação precisa criar forças predominantemente não ver-
ticais, a localização dos componentes de estabilização e reten-
ção emrelação ao eixo horizontal de rotação dos pilares se 
torna extremamente importante. Um dente pilar tolera melhor 
forças não verticais se as forças forem aplicadas o mais próximo 
possível do eixo de rotação horizontal do pilar (Figura 4-10). 
O contorno da superfície axial do dente pilar deve ser alterado 
para localizar os componentes do grampo mais favoravel-
mente em relação ao eixo horizontal de rotação do pilar 
(Figura 4-11).
Caso se presuma que os retentores diretos estão atuando para 
minimizar o deslocamento vertical, o movimento rotacional 
ocorrerá em torno de algum eixo enquanto a sela ou selas de 
extensão distal se movem em direção (compressão), para 
longe (tração) ou horizontal (cisalhamento) ou sobre o tecido 
subjacente. Infelizmente, estes movimentos possíveis não 
ocorrem isoladamente ou de forma independente, porém 
tendem a ser dinâmicos e ocorrer todos ao mesmo tempo. O 
maior movimento possível é encontrado nas próteses dento-
mucosossuportadas devido à forma com que a extensão distal 
distribui as cargas mastigatórias entre o dente e a mucosa. O 
movimento da sela da extensão distal em direção aos tecidos 
da crista do rebordo proporciona a qualidade do tecido, a 
precisão e a extensão da sela da prótese e a carga funcional 
total aplicada. Uma revisão sobre o movimento rotacional de 
próteses que é possível em vários eixos na boca oferece algum 
entendimento de como os componentes da prótese parcial 
removível devem ser prescritos para controlar o movimento 
da prótese.
Um movimento é a rotação no eixo através dos pilares 
mais posteriores. Este eixo pode passar através dos apoios 
oclusais ou qualquer outra porção rígida de um retentor 
direto localizado mais oclusal ou incisal em relação aos pilares 
primários (Figuras 4-6 e 4-7). Este eixo, conhecido com 
linha de fulcro, é o centro de rotação quando a base da exten-
são distal se move em direção ao tecido de suporte (com-
pressão) durante a aplicação de uma carga oclusal. Este eixo 
de rotação pode mudar em direção a componentes instalados 
mais anteriormente, mais oclusais ou incisais à altura do 
contorno do pilar, quando a sela se afasta do tecido de suporte 
durante as forças de deslocamento verticais das próteses par-
ciais removíveis. Essas forças de deslocamento resultam da 
tração vertical dos alimentos entre as superfícies dos dentes, 
dos efeitos do movimento das bordas do tecido e da força da 
gravidade contra a prótese parcial removível superior. Se for 
presumido que os retentores diretos são funcionais e que os 
componentes de suporte anterior permanecem assentados, 
deve ocorrer a rotação, e não o deslocamento total. O movi-
mento vertical da sela da prótese em direção ao tecido é 
limitado pela mucosa do rebordo residual na proporção da 
qualidade do suporte deste tecido, da precisão da adaptação 
da sela da prótese e da quantidade total de força oclusal 
aplicada. O movimento da sela na direção oposta é limitado 
pela ação dos braços de retenção dos grampos nos pilares 
terminais e pela ação de estabilização dos conectores menores 
em conjunto com os elementos de suporte verticais assenta-
dos da infraestrutura anterior aos pilares terminais, agindo 
como retentores indiretos. Os retentores indiretos devem ser 
instalados o mais distante possível da extensão distal da sela, 
possibilitando a melhor alavanca possível contra a elevação 
da porção distal da prótese.
Um segundo movimento é a rotação sobre o eixo longitu-
dinal quando a sela da extensão distal se move em direção 
rotacional sobre o rebordo residual (Figura 4-3). Este movi-
mento é limitado, primeiramente, pela rigidez dos conectores 
maiores e menores e por sua habilidade de resistir ao torque. 
Se os conectores não forem rígidos, ou se existir um rompe- 
forças entre a extensão distal e o conector maior, esta rotação 
sobre o eixo longitudinal aplica tensões indevidas nas laterais 
do rebordo remanescente ou causa a mudança horizontal da 
sela da prótese.
Um terceiro movimento é a rotação sobre um eixo vertical 
imaginário próximo ao centro do arco dental (Figura 4-4). Este 
movimento ocorre durante a função porque as forças oclusais 
diagonais e horizontais são exercidas na prótese parcial. É limi-
tada pelos componentes de estabilização, tais como os braços 
de reciprocidade dos grampos e os conectores menores que 
estão em contato com as superfícies verticais dos dentes. Tais 
componentes de estabilização são essenciais para qualquer 
desenho de prótese parcial, independente do tipo de suporte e 
da retenção direta empregada. Os componentes estabilizadores 
no lado do arco agem como estabilizadores da prótese parcial 
contra forças horizontais aplicadas no lado oposto. É evidente 
que os conectores rígidos devem ser utilizados para tornar este 
efeito possível.
As forças horizontais sempre vão existir em algum grau 
devido às tensões laterais que ocorrem durante a mastigação, o 
bruxismo, o apertamento e outros hábitos do paciente. Essas 
forças são acentuadas pela falha na consideração da orientação 
do plano oclusal, da influência dos dentes mal-posicionados 
no arco e dos efeitos das relações anormais dos arcos. A fabri-
cação de uma oclusão que esteja em harmonia com a dentição 
oposta e que esteja livre de interferência lateral durante os 
movimentos excêntricos da mandíbula pode minimizar a mag-
nitude das tensões laterais. A quantidade de movimento hori-
zontal que ocorre na prótese parcial depende, portanto, da 
magnitude da força lateral que é aplicada e da eficiência dos 
componentes de estabilização.
Em uma prótese parcial removível dentossuportada, o 
movimento da base em direção ao rebordo edentado (ou 
desdentado) é prevenido principalmente pelos apoios nos 
dentes pilares e, em algum grau, por qualquer porção rígida 
da infraestrutura localizada mais oclusal em relação à altura 
do contorno. O movimento de afastamento do rebordo eden-
tado é impedido pela ação dos retentores diretos nos pilares 
que estiverem situados nas extremidades do espaço edentado 
e pelos componentes estabilizadores do conector menor 
rígido.
Portanto, o primeiro dos três movimentos possíveis pode 
ser controlado nas próteses dentossuportadas. O segundo 
movimento possível, que ocorre ao longo do eixo longitudinal, 
é impedido pelos componentes rígidos dos retentores diretos 
nos dentes pilares e pela capacidade dos conectores maiores de 
resistirem ao torque. Este movimento é muito menor nas 
próteses dentossuportadas por causa da presença de dentes 
pilares posteriores. O terceiro movimento possível ocorre em 
todas as próteses parciais removíveis. Portanto, os componen-
tes estabilizadores contra o movimento horizontal devem ser 
incorporados em todos os desenhos de próteses parciais 
removíveis.
Em próteses capazes de movimentação nos três planos, os 
apoios oclusais devem promover suporte oclusal apenas para 
resistir ao movimento de intrusão contra os tecidos. Todos os 
outros movimentos da prótese parcial devem ser limitados 
pelos outros componentes que não os apoios oclusais. A 
entrada do apoio oclusal na função de estabilização pode resul-
tar em transferência direta de torque ao dente pilar. Como os 
movimentos em torno dos três diferentes eixos são possíveis 
em uma prótese parcial com extensão distal, um apoio oclusal 
para tais próteses não deve ter paredes verticais íngremes ou 
retenção do tipo cauda de andorinha. O desenho do apoio é 
caracterizado pela falta de movimento livre, que pode causar 
forças horizontais e de torque aplicadas intracoronariamente 
ao dente pilar.
Em próteses dentossuportadas, os únicos movimentos de 
alguma significância são o horizontal, e estes podem ser 
limitados pelos efeitos estabilizadores dos componentes ins-
talados nas superfícies axiais dos pilares. Portanto, em pró-
teses dentossuportadas, a utilização de apoios intracoronários 
é possibilitada. Nestes casos, os apoios promovem não apenas 
o suporte oclusal, mas também estabilização horizontal 
notável.
Em contraste,todas as próteses parciais Classes I e II, que têm 
uma ou duas selas em extremidades distais, não são totalmente 
suportadas pelos dentes. Tampouco estas têm retenção com-
pletamente limitada aos pilares. Qualquer prótese parcial extensa 
de Classe III ou IV que não tenha suporte adequado dos pilares 
recai nesta mesma categoria. Estas últimas próteses podem obter 
algum suporte do rebordo edentado e, portanto, podem ter 
suporte composto pelo dente e pelos tecidos do rebordo.
Semelhante ao processo de se considerar como um dente é mais 
bem utilizado no desenho de uma PPR para controlar os movi-
mentos da prótese, a utilização de um implante deve ser direcio-
nada para o controle de movimento mais benéfico. Enquanto os 
possíveis papéis da utilização dos implantes incluem todos os três 
princípios desejáveis demonstrados pelas próteses – suporte, esta-
bilidade e retenção –, a principal demanda funcional é imposta pela 
mastigação, e, portanto, o maior benefício da utilização dos implan-
tes envolve a limitação da instabilidade pela melhoria do suporte.
Neste contexto, como se considera que os implantes aumen-
tam o desenho da PPR e não proporcionam apoio para uma 
prótese fixa, outros benefícios para o paciente são o custo redu-
zido e morbidade cirúrgica menor. Por ser o custo normalmente 
uma das considerações principais quando se escolhe entre os 
diferentes tipos de próteses, e como o uso de uma PPR promove 
uma vantagem distinta no custo, a seleção da posição mais van-
tajosa do(s) implante(s) baseada no desenho é o objetivo princi-
pal a ser considerado. A minimização da rotação sobre o eixo em 
uma Classe I ou II de Kennedy, ou qualquer modificação com 
espaço protético grande, é importante para se considerar.
Os componentes de uma prótese removível típica estão ilus-
trados na Figura 5-1
1. Conectores maiores
2. Conectores menores
3. Apoios
4. Retentores diretos
5. Componentes de reciprocidade e estabilização (parte do 
retentor direto)
6. Retentores indiretos (se a prótese removível tem uma ou 
mais extremidades livres)
7. Uma ou mais bases, que dão suporte a um ou mais dentes 
artificiais (Figura 5-1)
Quando uma prótese removível é utilizada, esta deve se 
estender aos dois lados da arcada. Isto torna possível que as 
forças funcionais da oclusão sejam transferidas da base da 
prótese para todos os tecidos e dentes de suporte envolvidos 
no arco, resultando em uma estabilidade excelente. É por meio 
deste contato com os dentes contralaterais da arcada, que 
ocorre a alguma distância da força funcional, que a resistência 
ótima pode ser alcançada. Esta condição é mais efetivamente 
alcançada quando um conector maior rígido une a porção da 
prótese que está recebendo a função a regiões selecionadas em 
toda a arcada.
As funções primordiais de um conector maior incluem união 
das partes maiores da prótese, distribuição da força aplicada 
através do arco para os dentes selecionados e tecidos e a mini-
mização do torque aos dentes. Um conector maior rígido bem 
desenhado efetivamente distribui as forças pela arcada e atua 
reduzindo as cargas em todas as partes enquanto controla o 
movimento da prótese de forma eficiente.
O princípio da alavanca está relacionado com este compo-
nente da prótese. Um conector maior rígido vai limitar as pos-
sibilidades de movimento atuando como uma alavanca de 
oposição. Este fenômeno é conhecido como estabilidade cruzada 
no arco. Esta estabilidade se torna ainda mais importante em 
situações associadas a grandes possibilidades de movimento da 
prótese (p. ex., próteses de extremidade livre).
Neste capítulo, os conectores maiores e menores serão con-
siderados separadamente quanto à sua função, localização e 
critérios de desenho. Outros componentes serão apresentados 
em seus capítulos específicos
O conector maior é a parte da prótese parcial que conecta as 
partes da prótese localizadas em um lado da arcada com aquelas 
do outro lado. É aquela parte da prótese parcial pela qual todas 
as outras partes estarão direta ou indiretamente ligadas. Este 
componente também fornece estabilidade cruzada no arco e 
contribui para evitar o deslocamento provocado por tensões 
funcionais.
O conector maior pode ser comparado a um chassi de 
carro ou à fundação de um prédio. É através do conector 
maior que os outros componentes da prótese parcial são 
unidos e eficientes. Se o conector maior fosse flexível, a ine-
ficácia dos componentes comprometeria as estruturas orais e 
prejudicaria o conforto do paciente. A falha do conector 
maior em promover a rigidez desejada pode se manifestar 
como traumas ao periodonto de sustentação dos pilares, 
injúria ao rebordo remanescente ou em impactos sobre os 
tecidos subjacentes. É responsabilidade do dentista garantir 
que o desenho e a fabricação adequada do conector maior 
sejam adequados.
Os conectores maiores devem ser desenhados e localizados com 
as seguintes diretrizes em mente:
1. Devem estar livres de tecidos móveis.
2. Qualquer choque com os tecidos gengivais deve ser 
evitado.
A B
C
3. Proeminências ósseas e de tecido mole devem ser evitadas 
durante a inserção e remoção.
4. Deve ser feito um alívio para prevenir o seu assentamento 
em áreas de possível interferência, como um tórus inoperável 
ou uma junção palatina mediana elevada.
5. Conectores maiores devem ser situados ou aliviados de 
maneira a evitar choques com os tecidos quando da rotação 
funcional da base da prótese numa extremidade livre.
O alívio adequado sob o conector maior evita a necessidade 
de um ajuste posteriormente à ocorrência de injúria aos tecidos. 
Além do desperdício de tempo, o desgaste para fornecer o alívio 
necessário para evitar choques pode enfraquecer seriamente o 
conector maior, resultando em flexibilidade ou, possivelmente, 
em fratura. Os conectores maiores devem ser cuidadosamente 
desenhados visando à forma, espessura e localização corretas. 
Abreviar estas dimensões por desgaste só será prejudicial. O 
alívio é discutido no final deste capítulo e, mais amplamente, 
no Capítulo 11.
As margens dos conectores maiores adjacentes aos tecidos 
gengivais devem ser localizadas a uma distância tal que evite 
qualquer tipo de impacto. Para conseguir isto, é recomendável 
que a borda superior de uma barra lingual esteja a pelo menos 
4 mm abaixo da margem gengival (Figura 5-2). O fator limitante 
no arco inferior é a altura dos tecidos móveis no assoalho da boca. 
Uma vez que o conector precisa ter largura e volume suficientes 
para prover rigidez, uma placa lingual é comumente usada 
quando não há espaço suficiente para uma barra lingual.
No arco superior, uma vez que não existem tecidos móveis 
no palato como no assoalho da boca, as bordas dos conectores 
maiores podem ser posicionadas suficientemente distantes dos 
tecidos gengivais. Estruturalmente, os tecidos que recobrem o 
palato são bastante adequados para receber um conector, uma 
vez que o tecido conjuntivo da submucosa é firme e há uma 
irrigação sanguínea profunda. Porém, quando o tecido mole 
que recobre a porção mediana do palato é menos passível de 
deslocamento que os tecidos do restante do rebordo, uma 
quantidade variável de alívio sob os conectores precisa ser 
providenciada para evitar traumas aos tecidos. A quantidade 
de alívio necessário é diretamente proporcional à diferença 
entre a capacidade de deslocamento dos tecidos que recobrem 
a rafe palatina e aqueles tecidos sobre o rebordo remanescente. 
Os tecidos gengivais, por outro lado, precisam ter uma irrigação 
Padrão de formato
em meia-pera
da barra lingual
Padrão placa
lingual
4 mm
S
is
te
m
a
 m
é
tr
ic
o
4 mm
Arredondado
depois de fundido
em metal
Arredondado
depois de fundido
em metal
Grampo
contínuo
(cíngulo)
4 mm
Barra
sublingual
B
A
DC
sanguínea irrestrita para se manterem saudáveis. Por isto, é 
recomendável que as bordas do conector palatino sejam posi-
cionadas paralelas à margem gengival e, no mínimo, a 6 mm 
desta. Os conectores menores que precisamatravessar os 
tecidos gengivais devem fazê-lo abruptamente, unindo-se no 
conector maior próximo a um ângulo reto (Figura 5-3). Desta 
maneira, a maior liberdade possível aos tecidos gengivais estará 
assegurada.
Exceto pelo tórus palatino ou por uma rafe mediana proe-
minente, os conectores palatinos normalmente não requerem 
alívio, nem o alívio é desejável. O contato íntimo entre o conec-
tor e os tecidos de suporte contribui muito para a retenção, 
estabilidade e suporte da prótese. Exceto pelas áreas gengivais, 
o contato em todos os outros pontos do palato não é por si só 
prejudicial à saúde dos tecidos, se sustentados por apoios nos 
dentes que evitem movimentos danosos.
Uma barra palatina anterior ou a borda anterior de uma 
placa palatina também devem ficar o mais distante posterior-
mente possível para evitar qualquer interferência na língua na 
área das rugosidades. Deve ser uniformemente fina e sua borda 
anterior deve seguir os contornos entre as cristas das rugosida-
des. Portanto, a borda anterior destes conectores maiores terá 
um contorno irregular na medida em que seguir os vales entre 
as rugosidades. A língua pode então passar da proeminência 
de uma rugosidade para outra sem encontrar a borda da prótese 
entre elas. Quando a borda de um conector precisar atravessar 
a crista de uma rugosidade, isto deve ser feito de maneira 
abrupta, evitando a crista na medida do possível. O limite pos-
terior do conector maior na maxila deve ficar um pouco aquém 
do limite entre o palato duro-palato mole. Uma regra útil, 
aplicada aos conectores maiores e às próteses parciais de um 
modo geral, é tentar evitar acrescentar qualquer volume da 
armação da prótese a uma superfície já convexa.
As características dos conectores que contribuem para a 
manutenção da saúde bucal e do bem-estar do paciente podem 
ser enumeradas como no Quadro 5-1.
Os seis tipos de conectores maiores inferiores são:
1. Barra lingual (Figura 5-4, A)
2. Placa lingual (Figura 5-4, B)
3. Barra sublingual (Figura 5-4, C)
4. Barra lingual com grampo contínuo (barra contínua) (Figura 
5-4, D)
5. Grampo contínuo (barra contínua) (Figura 5-4, E)
6. Barra vestibular (Figura 5-4, F)
A barra lingual e a placa lingual são os conectores maiores 
frequentemente mais utilizados em próteses parciais removíveis 
inferiores.
Barra Lingual
A forma básica do conector maior inferior é a de uma meia pera. 
Ele está localizado acima dos tecidos moles, porém o mais dis-
tante possível dos tecidos gengivais. Normalmente é confeccio-
nado de cera calibre 6, com secção de meia pera, reforçada ou 
em padrão de plástico similar (Figura 5-5).
O conector maior precisa ser esculpido de modo a não apre-
sentar margens afiadas para a língua nem causar irritação ou 
incômodo em função de um perfil angulado. A borda superior 
de um conector maior tipo barra lingual deve ser angulada, deve 
ir se afilando gradualmente em direção aos tecidos gengivais, 
com o seu maior volume na borda inferior, resultando no con-
torno em meia pera. Os padrões de barra lingual, tanto de cera 
como de plástico, devem ser confeccionados nesta forma con-
vencional. Porém, a borda inferior da barra lingual deve ser 
ligeiramente arredondada quando a armação for polida. Uma 
borda arredondada não irá traumatizar os tecidos linguais 
quando as bases da prótese rotacionarem para baixo sob a ação 
de cargas oclusais. Frequentemente, é necessário um volume 
adicional para garantir a rigidez adequada, especialmente 
quando a barra é longa ou é utilizada quando uma liga menos 
rígida. Isto é obtido colocando-se uma lâmina de cera calibre 
6 mm
6 mm
24 sobre o padrão pré-fabricado em vez de se alterar o formato 
original de meia pera.
A borda inferior de um conector maior lingual inferior 
deve ser situada de modo a não encontrar com os tecidos do 
assoalho da boca na medida em que estes mudam de altura 
durante as atividades normais de mastigação, deglutição, fala, 
lamber os lábios e assim por diante. Contudo, ao mesmo 
tempo, parece lógico localizar a borda inferior destes conecto-
res o mais baixo possível para evitar interferências na língua 
em repouso e o acúmulo de restos alimentares. Ademais, 
quanto mais para baixo puder ser situada a barra lingual, mais 
distante a parte superior da barra poderá ficar dos sulcos gen-
givais linguais dos dentes adjacentes, evitando assim traumas 
ao tecido gengival.
Existem pelo menos dois métodos clinicamente aceitáveis 
para determinar a altura relativa do assoalho da boca e localizar 
A B
C D
E F
Alívio
o limite para a borda inferior do conector maior inferior lingual. 
O primeiro método é o de medir a altura do assoalho com uma 
sonda periodontal tendo como referência as margens gengivais 
dos dentes adjacentes (Figura 5-6). Durante esta medida, a 
ponta da língua do paciente deve estar tocando ligeiramente a 
borda do vermelhão do lábio superior. A tomada destes valores 
possibilita sua transferência para modelos tanto de diagnóstico 
como de trabalho, assegurando uma indicação útil para a borda 
inferior do conector maior. O segundo método é usar uma 
moldeira individual cuja borda lingual seja cerca de 3 mm 
aquém do assoalho da boca na posição elevada e em seguida 
fazer uma moldagem com um material de moldagem que pos-
sibilite o registro da altura do assoalho quando o paciente 
lamber os lábios. A borda inferior do conector maior bem pla-
nejado pode então ser localizada na altura do sulco lingual do 
modelo resultante desta moldagem. Dos dois métodos, obser-
vamos que a medida da altura do assoalho da boca é menos 
variável e mais aceitável clinicamente.
Placa Lingual
Se o espaço retangular é circunscrito pela barra lingual, os con-
tatos dos dentes anteriores, os cíngulos e os conectores menores 
estão neste espaço, e então a indicação é uma placa lingual 
(Figura 5-7).
Uma placa lingual deve ser confeccionada o mais fino quanto 
tecnicamente possível e deve ser contornada de maneira a seguir 
os contornos dos dentes e das ameias interproximais (Figura 5-8). 
O paciente deve estar ciente de que será adicionado o menor 
volume e menos alterações de contorno possíveis. A borda 
superior deve seguir a curvatura natural das superfícies acima 
dos cíngulos dos dentes e não deve se situar acima do terço 
médio da superfície lingual, exceto para recobrir espaços inter-
proximais até o ponto de contato. O formato da borda inferior 
deve ser o mesmo em meia pera da barra lingual, para dar 
volume e rigidez. Todos os sulcos gengivais e ameias profundas 
devem ser bloqueados paralelamente à via de inserção para 
evitar irritação gengival ou qualquer esmagamento entre os 
A
D
B
C
dentes. Em muitos casos, um recontorno criterioso das super-
fícies proximais linguais de dentes anteriores apinhados possi-
bilita uma adaptação melhor da placa lingual, eliminando o que 
de outra forma seriam ameias interproximais profundas a serem 
recobertas (Figura 5-9).
A placa lingual não serve, por si só, como um retentor 
indireto. Quando uma retenção indireta for necessária, apoios 
bem definidos precisam ser confeccionados para esta finali-
dade. Tanto a placa lingual como a grampo contínuo, ideal-
mente, devem ter um apoio terminal de cada lado, independente 
da necessidade de retenção indireta. Mas quando são necessá-
rios retentores indiretos, estes apoios podem servir também 
como apoios terminais para a placa lingual ou para o grampo 
contínuo.
Uma vez que nenhum componente da prótese parcial remo-
vível deve ser acrescentado arbitrariamente, cada componente 
deve ter uma função claramente definida. As indicações para 
utilização de uma placa lingual podem ser listadas como segue:
1. Quando o freio lingual for alto ou o espaço disponível para 
uma barra lingual for limitado. Em qualquer destes casos, a 
borda superior da barra lingual teria que ser posicionada 
muito próxima dos tecidos gengivais. Uma irritação só 
poderia ser evitada com um alívio generoso, que, além de ser 
incômodo para a língua, também iriapossibilitar o aprisio-
namento de alimentos. Quando a medida clínica a partir das 
margens gengivais livres até assoalho levemente elevado do 
fundo da cavidade bucal for menor que 8 mm, deve ser indi-
cada uma placa lingual em vez de uma barra lingual. O uso 
de uma placa lingual possibilita um posicionamento mais 
superior da borda inferior sem que ocorra irritação da língua 
ou dos tecidos gengivais e sem comprometer a rigidez.
2. Nos casos Classe I nos quais o rebordo remanescente sofreu 
reabsorção vertical excessiva. Rebordos achatados oferecem 
pouca resistência às tendências de rotação horizontal da 
prótese. Os dentes remanescentes devem ser passíveis de 
resistir a esta rotação. Uma placa lingual bem desenhada 
envolve os dentes remanescentes para evitar rotações 
horizontais.
3. Para estabilização de dentes periodontalmente comprometi-
dos, a contenção com uma placa lingual pode ser útil quando 
se faz uso de apoios bem delimitados e de dentes adjacentes 
saudáveis. Como discutido anteriormente, pode ser usado um 
grampo contínuo para alcançar este mesmo propósito, uma 
vez que este é equivalente à borda superior de uma placa 
lingual, mas sem o recobrimento gengival. Um grampo con-
tínuo oferece estabilização entre outras das vantagens da placa 
lingual. Entretanto, frequentemente é mais ofensivo à língua 
do paciente e certamente tem maior tendência a acumular 
alimentos que o recobrimento promovido pela placa lingual.
4. Quando uma futura substituição de um ou mais incisivos 
for facilitada pelo acréscimo de alças de retenção à placa 
lingual existente. Incisivos inferiores periodontalmente com-
prometidos podem ser mantidos com condição de futuras 
perdas e futuras adaptações.
As mesmas razões para se indicar o uso de uma placa lingual 
anterior se aplicam ao seu emprego em outras partes do arco 
inferior. Se uma barra lingual está indicada na região anterior, 
não há razão para se utilizar o recobrimento gengival em outro 
local. Porém, quando uma contenção auxiliar for usada para 
estabilização dos dentes remanescentes, ou para a estabilização 
horizontal da prótese, ou ambos, pequenos espaços retangulares 
por vezes persistem. A resposta tecidual a estes pequenos espaços 
é melhor quando estes são fechados por um recobrimento do 
que quando são deixados abertos. Geralmente isto é indicado 
para evitar irritação gengival, aprisionamento de restos alimen-
tares ou para recobrir áreas que receberam grandes alívios que 
seriam irritantes para a língua (Figura 5-10).
Algumas vezes, o dentista se depara com uma situação clínica 
em que uma placa lingual é indicada como o conector maior de 
escolha mesmo quando os dentes anteriores estão bastante 
espaçados, mas o paciente se opõe categoricamente à presença 
de qualquer metal aparente através dos espaços interdentais. 
Ainda assim, uma placa lingual pode ser confeccionada sem que 
um grande volume de metal fique aparente entre os dentes 
anteriores espaçados (Figura 5-11) e sem que a rigidez do 
conector maior seja muito alterada; porém, este desenho pode 
reter restos alimentares tanto quanto um conector maior tipo 
grampo contínuo.
Desenho de Conectores Maiores Mandibulares
A seguinte abordagem sistemática para o desenho de um conec-
tor maior do tipo barra lingual e placa lingual pode ser aplicada 
nos modelos de estudo depois de se considerar os dados de 
diagnóstico e relacioná-los aos princípios básicos de desenho de 
um conector maior:
1° passo: Delimitar as áreas basais de suporte no modelo de 
estudo (Figura 5-12, A)
2° passo: Delimitar a borda inferior do conector maior (Figura 
5-12, B)
3° passo: Delimitar a borda superior do conector maior (Figura 
5-12, C)
4˚ passo: Unir as áreas basais de suporte com o conector maior 
e adicionar os conectores menores para reter o material da 
base da prótese de resina acrílica (Figura 5-12, D)
Alívio
Barra Sublingual
Uma modificação da barra lingual que tem sido de grande 
utilidade quando a altura do assoalho da boca não possibilita 
o posicionamento do limite superior da barra lingual a pelo 
menos uma distância de 4 mm da margem gengival livre é a 
barra sublingual. O formato da barra permanece essencial-
mente o mesmo que o de uma barra lingual, mas a sua 
localização é inferior e posterior à posição normal da barra 
lingual, situando-se sobre e paralelamente à porção anterior 
do assoalho da boca. Geralmente se aceita o uso de uma 
barra sublingual no lugar de uma placa lingual se o freio 
lingual não interferir na prótese ou na presença de uma área 
retentiva lingual que iria requerer a confecção de um blo-
queio considerável para uma barra lingual convencional. As 
contraindicações incluem a presença de tórus lingual inter-
ferente, a inserção alta do freio lingual e a interferência em 
um assoalho de boca com alta elevação durante os movi-
mentos funcionais.
Grampo Contínuo (Barra Contínua)
Quando uma placa lingual for o conector maior de escolha, 
mas o alinhamento axial dos dentes anteriores for tal que 
exija um bloqueio excessivo dos espaços interproximais, um 
grampo contínuo pode ser indicado. Um grampo contínuo 
situado sobre ou ligeiramente acima dos cíngulos dos 
dentes anteriores pode ser adicionado à barra lingual ou 
pode ser utilizado independentemente (Figura 5-13). 
Ademais, quando ocorrem diastemas amplos entre os 
dentes anteriores inferiores, um conector tipo grampo 
A B
DC
A B
 contínuo pode ser mais esteticamente aceitável que uma 
placa lingual.
Barra Vestibular
Felizmente, existem poucas situações em que a inclinação 
lingual dos pré-molares e incisivos é tão acentuada que impede 
o uso de uma barra lingual. Com um preparo de boca conser-
vador, utilizando recontornos e bloqueios, um conector lingual 
quase sempre pode ser utilizado. Dentes inclinados para 
lingual podem receber nova forma através de coroas. Embora 
a necessidade do uso de um conector maior vestibular seja rara, 
esta estratégia deve ser evitada, fazendo-se os preparos 
*Swing-Lock Inc, Milford, Texas
A B
 necessários na boca, em vez de se aceitar uma condição que, 
de outra maneira, poderia ser corrigível (Figura 5-14). O 
mesmo se aplica ao uso de uma barra vestibular quando um 
tórus mandibular interfere na colocação de uma barra lingual. 
A menos que uma cirurgia seja definitivamente contraindi-
cada, qualquer tórus mandibular deve ser removido para 
evitar o uso de um conector tipo barra vestibular.
Uma modificação em uma placa lingual é a barra vesti-
bular articulada.
Este conceito é aplicado no desenho tipo Swing Lock*, 
que consiste em uma barra vestibular unida ao conector 
maior por uma dobradiça de um lado e um fecho do outro 
(Figura 5-15).
O suporte é fornecido pelos apoios múltiplos sobre os 
dentes naturais remanescentes. A estabilidade e a reciproci-
dade são proporcionadas por uma placa lingual que faz 
contato com os dentes remanescentes e são reforçadas pela 
barra vestibular com suas barras retentivas. A retenção é 
proporcionada por braços retentivos tipo barra que se pro-
jetam das barras vestibulares em direção à zona retentiva das 
faces vestibulares dos dentes.
A aplicação do conceito Swing-Lock parece principalmente 
indicada quando estão presentes as seguintes condições:
1. Ausência de pilares estratégicos. Quando todos os dentes 
remanescentes presentes são utilizados para proporcionar 
retenção e estabilidade, a ausência de dentes pilares-chave 
(tais como caninos) pode não representar um problema 
tão sério para o tratamento quando se aplica este conceito 
quanto em desenhos mais convencionais (Figura 5-16)
2. Contorno dental desfavorável. Quando os contornos dos 
dentes presentes (não corrigíveis com restaurações ade-
quadas) ou a inclinação vestibular dos dentes anteriores 
é excessiva, de forma a impedir o desenho de grampos 
convencionais, os princípios básicos de desenho de pró-
teses parciais removíveis podem ser melhor aplicados 
com o conceito Swing-Lock.
Seis tipos básicos de conectores maiores para a maxila sãoconsiderados:
1. Cinta simples (Figura 5-17, A)
2. Cinta combinada anteroposterior (Figura 5-17, B)
3. Placa palatina (Figura 5-17, C)
4. Conector palatino em forma de U (Figura 5-17, D)
5. Barra palatina simples (Figura 5-17, E)
6. Barra palatina anteroposterior (Figura 5-17, F)
Quando for necessário que o conector palatino faça contato 
com os dentes por uma questão de suporte, então se deve prover 
um suporte dentário adequado. Este suporte é mais bem alcan-
çado quando se fazem apoios nos dentes pré-selecionados como 
pilares. Estes apoios devem estar localizados distantes o sufi-
ciente da inserção gengival para que seja possível atravessar o 
sulco gengival sem seu bloqueio. Ao mesmo tempo, devem ser 
suficientemente baixos em relação ao dente para evitar movi-
mentos desfavoráveis de alavanca e suficientemente baixos nos 
incisivos e caninos superiores para evitar interferência oclusal 
dos antagonistas.
Componentes dos conectores maiores que repousam sobre 
superfícies dentárias inclinadas e não preparadas podem resul-
tar em deslizamento da prótese, em movimento ortodôntico do 
dente ou em ambos. De qualquer maneira, o apoio nos tecidos 
gengivais é inevitável. Quando o suporte vertical oferecido pelos 
apoios não é suficiente, a saúde dos tecidos circundantes nor-
malmente fica comprometida. Da mesma maneira, as projeções 
interproximais dos conectores maiores que se posicionam no 
terço cervical dos dentes e nos tecidos gengivais que estrutural-
mente são incapazes de oferecer suporte podem causar trauma-
tismos. Para prevenir sequelas desta origem, deve ser garantido 
aos conectores maiores apoio em dentes, deve ser feito alívio em 
tecidos gengivais e/ou o conector deve ser posicionado distante 
o suficiente da margem gengival para evitar qualquer bloqueio 
possível à passagem normal de sangue ou acúmulo de restos de 
alimentos. Sempre que houver a necessidade de se atravessar a 
gengiva, deve-se fazê-lo de maneira abrupta e em ângulo reto 
do conector maior, sempre com o alívio adequado. A criação de 
formas anguladas, afinadas em qualquer parte do conector 
maior superior deve ser evitada e todas as bordas devem ser 
desenhadas afiladas em direção aos tecidos.
Cinta Simples
Uma prótese bilateral, dentossuportada, com extensão curta 
pode ser unida com eficiência por uma cinta simples e ampla, 
principalmente quando as áreas desdentadas estão localizadas 
posteriormente (Figura 5-18). Este conector pode ser confeccio-
nado rígido, sem um volume incômodo e sem interferir na 
língua, desde que a superfície da armação repouse sobre três 
planos. A rigidez adequada, sem volume excessivo, pode ser 
conseguida para a confecção de uma cinta simples pelo técnico 
protético utilizando um padrão de plástico calibre 22.
Em razão da ocorrência de torque e de movimentos de ala-
vanca, um conector maior tipo cinta simples não deve ser uti-
lizado para unir substituições anteriores com bases com 
extremidade livre distal. Para ser rígido o suficiente para resistir 
a forças de torque, bem como proporcionar o suporte vertical 
e a estabilização horizontal adequados, a cinta simples teria de 
ser inconvenientemente volumosa. Quando posicionado ante-
riormente, este volume se tornaria ainda mais incômodo para 
o paciente, uma vez que interferiria na fala.
Cinta Combinada Anteroposterior
Estruturalmente, este é o mais rígido dos conectores maiores 
palatinos. A cinta combinada anteroposterior pode ser usada 
em quase todos os desenhos de prótese parcial removível supe-
rior (Figura 5-19).
A cinta posterior deve ter uma forma achatada e deve ter 
pelo menos 8 mm de largura. Os conectores palatinos posterio-
res devem ser posicionados o mais posteriormente possível para 
evitar interferências na língua, mas anteriores à linha de junção 
entre os palatos duro e mole. A única condição que impede a 
sua indicação é a presença de um tórus maxilar inoperável que 
se estende posteriormente até o palato mole. Nesta situação, 
pode ser utilizado um amplo conector maior em U, como expli-
cado neste capítulo.
A resistência do desenho deste conector maior decorre do 
fato de que os componentes anteriores e posteriores estão 
unidos por conectores longitudinais em cada lado, formando 
um arcabouço quadrado ou retangular. Cada componente 
protege os demais contra possíveis torques e flexões. Movimen-
tos de flexão são praticamente inexistentes neste tipo de 
desenho.
O conector anterior pode ser estendido anteriormente para 
sustentar dentes em espaços protéticos anteriores. Desta maneira, 
3. Contorno desfavorável dos tecidos moles. Zonas retenti-
vas extensas no tecido mole frequentemente impedem o 
posicionamento adequado dos componentes de uma 
prótese parcial removível convencional ou de uma over-
denture. O conceito de barra vestibular articulada pode 
dar uma solução coadjuvante para acomodar estes con-
tornos desfavoráveis de tecido mole.
4. Dentes com prognóstico duvidoso. A possibilidade de 
perda de um dente pilar estratégico com prognóstico 
duvidoso afeta seriamente a retenção e a estabilidade de 
uma prótese convencional. Uma vez que todos os dentes 
remanescentes funcionam como suporte em uma prótese 
tipo Swing-Lock, aparentemente a perda de um dente não 
comprometeria a retenção e a estabilidade tão intensa-
mente. O uso de uma barra vestibular articulada pode 
resultar em um prognóstico mais satisfatório em algumas 
situações clínicas. Da mesma maneira que para todos os 
outros tipos de prótese removível, uma boa higiene oral, 
manutenção e controle periódicos bem como uma minu-
ciosa atenção aos detalhes do desenho são imprescindí-
veis para o êxito da aplicação deste conceito de 
tratamento.
As contraindicações ao uso de barra vestibular articulada 
são óbvias. A mais óbvia é uma higiene oral deficiente ou a 
falta de motivação no controle da placa pelo paciente. Outras 
contraindicações são a presença de um vestíbulo raso ou a 
inserção alta do freio labial. Qualquer um destes fatores 
impediria o posicionamento adequado dos componentes da 
prótese parcial removível tipo Swing-Lock.
um conector em “U” se torna mais rígido pelo acréscimo da 
barra horizontal posteriormente. Na ocorrência de um tórus 
maxilar, este pode ser circundado por este tipo de conector 
maior sem sacrifícios para a rigidez.
A combinação de conectores anteriores e posteriores pode 
ser utilizada em qualquer classe de Kennedy para arco parcial-
mente desdentado. Esta combinação é empregada mais frequen-
temente nas Classes II e IV, enquanto a cinta simples ampla é 
mais frequentemente empregada nos casos de Classe III. Nos 
casos de Classe I, a placa palatina ou o conector de recobrimento 
total são utilizados mais frequentemente, por razões que serão 
explicadas posteriormente neste capítulo. Todos os conectores 
maiores maxilares devem cruzar a linha mediana em ângulo 
reto, e não na diagonal. Isto por razões de simetria. A língua, 
por ser um órgão bilateral, aceitará mais facilmente componen-
tes dispostos simetricamente que aqueles dispostos sem simetria 
bilateral.
Placa Palatina
Na ausência de uma terminologia melhor, o nome placa pala-
tina é utilizado para designar qualquer recobrimento do palato 
que seja fino, amplo e contornado, usado como conector 
maior e abrangendo pelo menos metade do palato duro 
(Figura 5-20). As réplicas da anatomia palatina apresentam 
espessura e resistência uniformes, mesmo na presença de con-
tornos corrugados. Com o uso do polimento eletrolítico, a 
A B
DC
E F
uniformidade da espessura pode ser mantida e os contornos 
anatômicos do palato podem ser reproduzidos fielmente na 
prótese final.
O conector maior que faz uma réplica anatômica do palato 
tem várias vantagens sobre outros tipos de conectores maiores 
palatinos. Algumas das vantagens são as seguintes:
1. Torna possível a confecção de uma placa metálica uniforme-
mente fina que reproduz fielmente os contornos anatômicos 
do palato do próprio paciente. Em função da uniformidade 
de espessura, da sensaçãofamiliar para a língua do paciente 
e da condutividade térmica do metal, a placa palatina é mais 
rapidamente aceita pela língua e tecidos subjacentes que 
qualquer outro tipo de conector.
2. A anatomia corrugada da prótese com réplica anatômica 
soma rigidez à peça; tornando possível a confecção de uma 
peça mais fina e com rigidez adequada.
3. As irregularidades da superfície são intencionais e não aciden-
tais; assim, é necessário somente um polimento eletrolítico. 
Com isto, a espessura uniforme original do padrão de cera 
será mantida.
4. Em função do contato íntimo, a tensão superficial na inter-
face do metal com os tecidos subjacentes proporciona maior 
retenção para a prótese. A retenção precisa ser adequada 
A
B
para resistir à força de tração dos alimentos grudentos, à 
ação dos tecidos moles no entorno da borda da prótese, à 
força da gravidade, e a forças mais fortes, como ao tossir ou 
espirrar. Elas são todas superadas, até certo ponto, pela 
retenção da base em si. A retenção é proporcional à área total 
da base da prótese em contato com os tecidos de suporte. A 
quantidade de retenção direta e indireta necessária depen-
derá da quantidade de retenção proporcionada pela base da 
prótese.
A placa palatina pode ser usada em qualquer uma das três 
maneiras. Ela pode ser usada como uma placa de largura variá-
vel recobrindo a área entre duas ou mais áreas desdentadas, 
como uma placa completa ou parcial que se estende posterior-
mente até a junção dos palatos duro e mole (Figuras 5-21 e 
5-22), ou na forma de um conector maior palatino anterior com 
a possibilidade de extensão posterior da base da prótese com 
resina acrílica (Figura 5-23).
A placa palatina deve ficar localizada anteriormente à porção 
posterior da área de selamento palatino. Um selamento palatino 
posterior típico como no caso de próteses totais superiores 
não é necessário em uma prótese parcial superior em que se usa 
uma placa palatina em função da precisão e da estabilidade das 
placas metálicas fundidas.
Quando o último pilar em cada um dos lados de um arco 
Classe I é o canino ou o primeiro pré-molar, o recobrimento 
palatino completo é altamente aconselhável, principalmente 
quando os rebordos sofreram reabsorção vertical excessiva. Isto 
pode ser feito por uma das duas maneiras possíveis. O primeiro 
método é o de usar um palato totalmente metálico, estendido até 
o limite dos palatos duro e mole (Figura 5-22). O outro método 
seria o de usar um conector maior metálico anterior com dis-
positivos de retenção posteriores, para fixação de uma base de 
prótese de resina, que se estenderá posteriormente até o ponto 
anatômico anteriormente citado (Figura 5-23).
As várias vantagens do palato em metal sobre o de resina o 
torna preferível mesmo com um custo ligeiramente maior. Entre-
tanto, a placa de resina ou parcialmente metálica também pode 
ser usada satisfatoriamente quando se prevê a necessidade de 
reembasamento posterior ou quando o custo é um fator impor-
tante. A placa palatina total não é um conector que vem recebendo 
indicações universais, mas tem-se tornado bem aceita como o 
conector palatino para muitas próteses parciais removíveis supe-
riores. Em todas as circunstâncias, as partes que fazem contato 
com os dentes remanescentes precisam ter o suporte de nichos de 
apoio adequados. O dentista deve se familiarizar com o emprego 
das placas palatinas e, ao mesmo tempo, com suas limitações e 
vantagens, de modo a utilizá-la de forma inteligente e tirando da 
peça o melhor proveito.
Desenho de Conectores Maiores Maxilares
Em 1953, Blatterfein descreveu uma abordagem sistemática 
para o desenho de conectores maiores superiores. Seu método 
envolve cinco passos básicos e é certamente aplicável à maioria 
dos casos de prótese parcial removível superior. Com o modelo 
de estudo à mão e conhecendo o potencial de deslocamento dos 
tecidos, inclusive estes tecidos que recobrem a rafe mediana 
palatina, ele recomenda os passos básicos a seguir:
1° passo: Delimitar as áreas principais de suporte. As áreas prin-
cipais de suporte são aquelas que serão recobertas pela base 
da prótese (Figura 5-24, A e B)
2° passo: Delimitar as áreas que não são de suporte. As áreas que 
não são de suporte são os tecidos gengivais até 5 a 6 mm dos 
dentes remanescentes, as áreas de tecido duro na rafe mediana 
do palato (incluindo qualquer tórus) e os tecidos posteriores 
ao limite do palato duro com o palato mole (Figura 5-24, C)
A B
A B
C D
Conector Palatino em Forma de U
Tanto do ponto de vista do paciente como do ponto de vista 
mecânico, o conector palatino em “U” é o menos desejável dos 
conectores maiores para a maxila. Ele nunca deve ser empre-
gado arbitrariamente. Quando há a presença de um grande 
tórus palatino inoperável e, ocasionalmente, quando vários 
dentes anteriores precisarem ser substituídos, o conector pala-
tino em “U” terá de ser utilizado (Figura 5-25). Na maioria 
dos casos, porém, outros desenhos serão mais eficientes.
As principais objeções ao uso de um conector em “U” 
são as seguintes:
1. Falta de rigidez (quando comparado a outros desenhos) 
por possibilitar flexão lateral sob ação de forças oclusais 
e resultar em torque ou forças laterais diretas nos dentes 
pilares.
2. O desenho do conector falha em prover boas caracterís-
ticas de suporte e pode possibilitar trauma nos tecidos 
subjacentes a suas bordas palatinas quando submetidos a 
cargas oclusais.
3. O aumento do volume para aumentar a rigidez resulta 
em grande espessura em áreas que funcionam como um 
obstáculo para a língua.
Muitas próteses parciais removíveis superiores fracassam 
por nenhuma outra razão que não a flexibilidade do conec-
tor maior em “U” (Figura 5-26). Para ser rígido, o conector 
palatino em “U” precisa de volume onde a língua precisa de 
mais liberdade — a área das rugosidades palatinas. Sem 
3° passo: Delimitar as áreas de conector. Depois dos passos 1 e 
2, tem-se delimitada a área disponível para as partes do 
conector maior (Figura 5-24, C).
4° passo: Seleção do tipo de conector. A escolha do tipo de 
conector(es) está baseada em quatro fatores: conforto, 
rigidez, localização das bases da prótese e retenção indireta. 
Os conectores devem ter o menor volume possível e devem 
ser posicionados de modo a não interferir na língua durante 
a fala e a mastigação. Os conectores devem ter a maior rigidez 
possível para distribuir as forças bilateralmente. A cinta 
dupla é o tipo de conector maior que proporciona rigidez 
máxima sem ser volumoso e sem o recobrimento total dos 
tecidos. Muitas vezes, a escolha da cinta é limitada pela loca-
lização das áreas de rebordo remanescente. Quando as áreas 
desdentadas são localizadas anteriormente, o uso de uma 
única cinta posterior não é recomendável. Da mesma 
maneira, quando as áreas desdentadas estão presentes apenas 
posteriormente, o uso de apenas uma cinta anterior não é 
recomendável. A necessidade de retenção indireta influencia 
a delimitação do conector maior. Devem ser previstos pontos 
para que sejam posicionados retentores indiretos.
5° Passo. União. Depois da seleção do tipo de conector maior 
baseada nas considerações do 4° passo, as áreas da base da 
prótese e os conectores devem ser unidos (Figura 5-24, D).
As indicações para o uso do recobrimento total do palato 
foram discutidas anteriormente neste capítulo. Embora haja 
muita variação entre os conectores maiores palatinos, a com-
pleta compreensão de todos os fatores que influenciam seu 
desenho levará a seleção do melhor desenho para cada 
paciente.
volume suficiente, o desenho em “U” leva ao aumento da 
flexibilidade e movimento nas extremidades abertas. Nas 
próteses de extremidade livre distal, em que o suporte den-
tário posterior não existe, o movimento é especialmente per-
ceptível e traumático para o rebordo residual. Independente 
de quão bom for o suporte para a base no extremo livre ou 
quão harmoniosa seja a oclusão, sem um conector maior 
rígido o rebordo residualsofre.
Quanto mais amplo o recobrimento do conector maior 
em “U”, mais este irá parecer-se com o conector tipo placa 
palatina com suas várias vantagens. Mas quando utilizado 
como um desenho em “U” estreito, geralmente falta a rigidez 
necessária. Um conector em “U” pode ficar mais rígido com 
a utilização de múltiplos dentes de suporte por meio de 
nichos de apoio precisos. Porém, um erro comum no 
desenho do conector em “U” é a proximidade ou mesmo o 
contato direto com os tecidos gengivais. O princípio de que 
as bordas dos conectores maiores devem ou ser sustentadas 
por apoios sobre descansos preparados ou ser localizadas 
distante o suficiente dos tecidos gengivais já foi descrito 
anteriormente. A maioria dos conectores em “U” não 
obedece nem uma nem outra condição, resultando na irri-
tação gengival e trauma periodontal dos tecidos adjacentes 
aos dentes remanescentes.
Barra Palatina Simples
Para diferenciar uma barra de uma cinta palatina, um com-
ponente de conector com largura menor que 8 mm será 
considerado como uma barra neste livro. A barra palatina 
simples é talvez o mais amplamente utilizado e o menos 
lógico de todos os conectores maiores palatinos. É difícil 
dizer se é a barra ou o conector maior em forma de “U” o 
mais criticável dos conectores palatinos.
Para que a barra palatina simples tenha a rigidez neces-
sária para uma distribuição de forças entre os arcos é preciso 
ter um volume considerável, o que geralmente não é obser-
vado, infelizmente. Para que a barra palatina simples seja 
eficiente, ela deve ser suficientemente rígida para oferecer 
suporte e estabilidade cruzada no arco e ainda deve estar 
centralizada entre as duas metades da prótese. Mecanica-
mente, esta prática pode ser perfeitamente válida, mas, do 
ponto de vista do conforto do paciente e da alteração do 
contorno do palato, é altamente criticável.
Uma prótese removível feita com uma barra palatina 
simples frequentemente é muito fina e muito flexível ou 
muito volumosa e desconfortável para a língua do paciente. 
A decisão de usar uma barra palatina simples em lugar de 
uma cinta deve estar baseada no tamanho das áreas de apoio 
da prótese que estão sendo unidas e se apenas um conector 
localizado entre estas partes seria rígido o suficiente sem 
resultar em um volume inconveniente.
Barra Palatina Anteroposterior
Estruturalmente, esta combinação de conectores maiores 
apresenta muitas das desvantagens da barra palatina simples 
(Figura 5-27). Para ser suficientemente rígido e fornecer o 
suporte e a estabilidade necessários, este tipo de conector 
deve ser muito volumoso e pode interferir na função da 
língua.
Sulcagem do Modelo Superior
Sulcagem é o termo utilizado para a confecção de um risco 
raso no modelo superior de trabalho que delimita o conector 
maior palatino fora da área das rugosidades (Figura 5-28). 
Os objetivos da confecção deste sulco são os seguintes:
1. Transferir o desenho do conector maior para o modelo 
de revestimento (Figura 5-29, A e B)
2. Fornecer uma linha de término visível para a peça metá-
lica (Figura 5-30)
3. Assegurar o contato íntimo do conector maior com 
tecidos palatinos selecionados.
A sulcagem é facilmente executada utilizando-se um ins-
trumento apropriado, como uma espátula de escultura. 
Deve-se ter o cuidado de não criar um sulco que exceda 
0,5 mm em largura ou profundidade (Figura 5-31).
Os conectores menores são aqueles componentes que funcio-
nam como ligação entre o conector maior ou a base da prótese 
parcial removível e as demais partes da prótese, tais como 
grampos, retentores indiretos, apoios oclusais e apoios de 
cíngulo. Em muitos casos, o conector menor pode ser contínuo 
com outras partes da prótese. Por exemplo, um apoio oclusal 
num dos lados de uma placa lingual é em realidade o término 
de um conector menor, mesmo que este conector menor esteja 
contíguo com a placa lingual. Da mesma maneira, a parte da 
armação da base da prótese que sustenta o grampo e o apoio 
oclusal é um conector menor, que se une ao conector maior 
com o corpo do grampo propriamente dito. Estas partes da 
prótese parcial removível, por meio das quais as bases da prótese 
são mantidas, são conectores menores.
Além de unir as partes da prótese, o conector menor serve ainda 
a dois outros fins.
1. Transferir forças funcionais aos dentes pilares. Esta é uma 
função prótese-pilar dos conectores menores. As forças 
oclusais aplicadas sobre os dentes artificiais são transferidas 
por meio da base para os tecidos do rebordo residual subja-
cente se esta base é essencialmente mucossuportada. As 
forças oclusais aplicadas aos dentes artificiais são também 
transferidas para os dentes pilares por meio dos apoios olcu-
sais. São os conectores menores originados do conector 
maior rígido que fazem possível esta transferência de forças 
funcionais por todo o arco dentário.
2. Transferir o efeito dos retentores, apoios e componentes de 
estabilização para o resto da prótese. Esta é uma função 
pilar-prótese do conector menor. As forças aplicadas em uma 
região da prótese podem sofrer reação por outros compo-
nentes da prótese situados em outra região e posicionados 
para esta função. Um componente de estabilização num dos 
lados do arco pode ser adicionado para resistir a forças hori-
zontais originadas do lado oposto. Isto é possível somente 
por causa do efeito de transferência do conector menor, que 
sustenta este componente de estabilização e a rigidez do 
conector maior.
A B
Assim como o conector maior, o conector menor precisa ter 
volume suficiente para ser rígido; do contrário, a transferência 
de forças funcionais para os tecidos e dentes de suporte não será 
eficaz. Da mesma maneira, o volume do conector menor deve 
ser o menos incômodo possível.
Um conector menor que contata a superfície axial de um 
dente de suporte não deve estar situado sobre uma superfície 
convexa e sim ficar numa ameia (Figura 5-32), onde ficará 
menos perceptível pela língua. Ele deve estar adaptado à ameia 
interdental, passando verticalmente a partir do conector maior, 
de modo que a passagem pela gengiva seja abrupta e cubra o 
mínimo de tecido gengival possível. Ele deve ir aumentando a 
espessura conforme se aproxima da superfície lingual, afilando 
para a área de contato (Figura 5-33).
A parte mais profunda da ameia interdental deve ser blo-
queada para evitar interferência na colocação e remoção da 
prótese e para evitar qualquer efeito de cunha entre os dentes 
contatados.
A B
Foi proposta uma modificação dos conectores menores das 
próteses parciais removíveis convencionais. Esta aplicação foi 
sugerida apenas para o arco superior, com o conector menor 
localizado no centro da superfície palatina do dente pilar 
superior.
Foi sugerido que esta modificação reduza a quantidade de 
recobrimento dos tecidos gengivais, ofereça melhor guia para a 
remoção e inserção da prótese parcial e aumente a estabilização 
contra forças horizontais e rotacionais. Entretanto, em função 
da sua localização, esta variação no desenho poderia invadir 
o espaço da língua e criar um grande potencial para acúmulo 
de alimentos. A variação proposta deve ser utilizada com 
cuidado.
Quando um conector menor contata as superfícies dentais 
em qualquer um dos lados da ameia onde ele está inserido, ele 
deve ser afilado em direção aos dentes de modo que a língua 
encontre uma superfície lisa. Isto evita ângulos vivos, que podem 
impedir o movimento da língua, e elimina os espaços onde 
poderiam ficar retidos restos de alimentos (Figura 5-34).
É o conector menor que contata as superfícies dos planos- 
guia dos dentes suporte, quer como parte integrante do retentor 
direto, quer como uma entidade separada (Figura 5-33). Aqui 
o conector menor precisa ser suficientemente largo para que o 
plano-guia seja usado em sua plenitude. Quando dele surge um 
braço de grampo, o conector deve ser afilado em direção ao 
dente adjacente abaixo da origem do grampo. Se não há a 
 presença de um braçode grampo, como é o caso quando o 
grampo em barra se origina em outro ponto, o conector deve 
ser afilado em uma borda em lâmina, em todo o comprimento 
de sua extensão vestibular.
interdental, da mesma maneira que ficaria entre dois dentes 
naturais.
Como dito anteriormente, as partes da armação da 
prótese por meio das quais as bases de resina acrílica são 
fixadas são conectores menores. Este tipo de conector menor 
deve então ser desenhado de modo a ficar completamente 
inserido no volume da base da prótese.
As conexões destes conectores menores mandibulares 
com o conector maior devem ser junções resistentes, mas 
sem um volume apreciável (Figura 5-34). Os ângulos forma-
dos nestas junções entre os conectores não devem ser maiores 
que 90 graus, garantindo assim a forma de ligação mecânica 
mais vantajosa e sólida entre a resina acrílica da base da 
prótese e o conector maior.
Uma malha aberta ou com desenho do tipo escada é 
preferível e é convenientemente confeccionada utilizando-se 
tiras pré-conformadas de cera semicirculares calibre 12 e 
circulares calibre 18. O conector menor para a base da 
prótese inferior de extremidade livre deve se estender poste-
riormente cerca de dois terços do comprimento do rebordo 
desdentado e deve ter elementos tanto na superfície lingual 
como na superfície vestibular. Este arranjo não só acrescenta 
resistência à base da prótese, mas também pode minimizar 
as distorções da base polimerizada decorrentes das tensões 
inerentes ao processamento. O conector menor precisa ser 
planejado com cuidado de modo a não interferir na monta-
gem dos dentes artificiais (Figura 5-35).
Deve-se providenciar uma forma de fixar as moldeiras 
individualizadas de resina acrílica na armação inferior quando 
uma moldagem de correção está planejada no momento em 
que a ceroplastia da armação estiver sendo desenvolvida. Três 
conectores menores confeccionados como se fossem parte 
do conector menor da base da prótese servem bem para 
cumprir este objetivo. A menos que outra solução seme-
lhante seja encontrada, as moldeiras de resina podem se 
soltar ou afrouxar durante o procedimento de moldagem. 
Os conectores menores para bases de próteses superiores de 
extremidade livre devem ser estendidos por todo o compri-
mento do rebordo residual e devem ter um desenho tipo 
escada e alças (Figura 5-36).
Os apoios teciduais são parte integrante dos conectores 
menores e são desenhados para contribuir para a retenção 
das bases de resina acrílica. Eles fornecem estabilidade à 
armação da prótese durante os estágios de transferência e 
processamento e são particularmente úteis para evitar a 
distorção da armação durante os procedimentos de proces-
samento da resina acrílica. Os apoios teciduais podem ter a 
função de relacionar as vertentes lingual e vestibular do 
rebordo remanescente e assim contribuir para a estabilidade 
(Figura 5-37).
Os procedimentos de moldagem funcional muitas vezes 
requerem que os apoios teciduais sejam aumentados subse-
quentemente ao desenvolvimento do modelo funcional. Isto 
pode ser facilmente conseguido com o acréscimo de resina 
acrílica quimicamente ativada (Figura 5-38).
Quando um dente artificial for colocado contra um conector 
menor proximal, o maior volume deste conector deve ficar 
do lado lingual do dente suporte. Desta maneira, estará 
assegurado um volume suficiente com a menor interferência 
possível na montagem dos dentes artificiais. De modo ideal, 
o dente artificial deve contatar o dente suporte com apenas 
uma fina espessura de metal intervindo por vestibular. Por 
lingual, o volume do conector menor deve ficar na ameia 
Outra parte integrante do conector menor que retém a 
base da prótese de resina acrílica é semelhante a um apoio 
tecidual, mas tem uma função diferente. Esta parte é 
situada na distal do dente suporte terminal e é uma conti-
nuação do conector menor que contata o plano-guia. Sua 
finalidade é estabelecer um índice final de apoio em tecido 
para a base de resina acrílica depois do processamento 
(Figura 5-39).
A junção da linha de término com o conector maior deve 
ter um ângulo menor que 90°, ficando assim um tanto agudo 
(Figura 5-40). Claro que a extensão para a linha mediana do 
conector menor depende da extensão lateral do conector 
maior palatino. Pouca atenção é dada quanto à localização das 
linhas de término em muitos casos. Se a linha de término for 
situada muito medialmente, o contorno natural do palato será 
alterado pela espessura da junção e da resina acrílica que 
sustenta os dentes artificiais (Figura 5-41). Se, por outro 
lado, a linha de terminação for situada muito para vestibular, 
será muito difícil criar um contorno natural na resina acrí-
lica na superfície lingual dos dentes artificiais. A localização 
da linha de término na junção dos conectores maior e menor 
deve estar baseada na restauração da forma natural do palato, 
levando em consideração o posicionamento dos dentes 
artificiais.
Da mesma maneira, deve-se considerar a junção dos 
conectores menores e os braços de retenção do retentor 
direto tipo barra. Estas junções são do tipo junta de topo em 
90° e devem seguir as mesmas orientações para o contorno 
da base e o comprimento dos grampos.
A reação dos tecidos ao recobrimento metálico de uma prótese 
parcial removível tem sido alvo de significativa controvérsia, 
particularmente nas áreas de recobrimento da gengiva marginal 
e onde há o amplo contato do metal com os tecidos. Estas 
reações do tecido podem resultar de pressões causadas pela falta 
de suporte, falta de hábitos de higiene e contato prolongado 
resultante do uso contínuo da prótese.
Se o alívio sob os cruzamentos com a gengiva e outras áreas 
de contato com tecidos incapazes de sustentar a prótese for 
inadequado, então a pressão destes tecidos subjacentes é ine-
vitável. Um traumatismo ocorrerá da mesma maneira se a 
prótese se adaptar com a perda de suporte dentário ou de 
tecido. Isto pode ser causado pelo insucesso do descanso resul-
tante de um desenho inadequado, pela ocorrência de cárie, 
pela fratura do próprio apoio ou pela intrusão dos dentes de 
suporte sob as cargas oclusais. É fundamental manter o alívio 
adequado e o suporte suficiente tanto de dentes como de 
tecidos. A adaptação da prótese a situações em que houve 
perda dos tecidos de suporte pode resultar em pressão em 
outras partes do arco tais como sob conectores maiores. Esta 
adaptação precisa ser evitada ou corrigida se vier a se manifes-
tar. A pressão excessiva deve, portanto, ser evitada sempre que 
os tecidos orais forem recobertos ou atravessados por elemen-
tos da prótese removível.
A falta de higienização adequada pode resultar em reações 
do tecido provocadas pelo acúmulo de alimentos e bactérias. 
O recobrimento dos tecidos orais com próteses parciais que 
não são mantidas devidamente limpas é danoso a estes tecidos 
pelo acúmulo dos fatores irritantes. Isto tem levado a uma 
interpretação equivocada do efeito do recobrimento dos 
tecidos por peças protéticas. Uma preocupação adicional no 
que se refere à limpeza é a higiene dos tecidos subjacentes à 
área da prótese.
As duas primeiras causas que resultam em reação tecidual 
desagradável podem ser agravadas pelo tempo durante o qual 
a prótese é utilizada. Quanto mais tempo em posição, mais 
resposta tecidual irá acontecer. Está claro que a membrana 
mucosa não pode tolerar este constante contato com a prótese 
sem que ocorra uma inflamação e uma lesão à barreira epite-
lial. Alguns pacientes ficam tão habituados ao uso da prótese 
removível que negligenciam que deve ser feita uma remoção 
periódica para dar aos tecidos um descanso do contato cons-
tante. Isto é especialmente verdadeiro quando se trata de uma 
prótese removível com dentes anteriores, em que o indivíduo 
não possibilita que a prótese fique fora de sua boca senão na 
privacidade do banheiro durante a escovação. Acontece que os 
tecidos vivos não devem ser recobertos todo o tempo ou ocor-
rerão mudanças nestestecidos. Próteses removíveis devem ser 
mantidas fora da boca durante várias horas todos os dias, de 
modo que os tecidos possam repousar e retomar ao seu estado 
normal.
A experiência clínica com o uso de placa lingual e com o 
recobrimento metálico total do palato tem demonstrado con-
clusivamente que quando fatores de pressão, higiene e tempo 
são controlados, o recobrimento tecidual não é, por si só, pre-
judicial à saúde dos tecidos orais.
A B
C D
E
A B
DC
A B
Certo Errado
Indicações de Uso: A barra lingual deve ser usada para próteses 
parciais removíveis quando há espaço suficiente entre o assoa-
lho da boca, ligeiramente elevado, e o tecido gengival lingual.
Características e Localização: (1) Formato de meia pera com a 
parte mais volumosa localizada inferiormente. (2) Borda 
superior afilada em direção ao tecido. (3) Borda superior 
localizada a pelo menos 4 mm de distância da margem gen-
gival e o mais distante possível desta. (4) Borda inferior 
localizada na altura determinada pelo assoalho da boca 
quando o paciente eleva a língua ligeiramente.
Bloqueio e Alívio do Modelo de Trabalho: (1) Todas as áreas 
retentivas teciduais paralelas à via de inserção da prótese. 
(2) Uma espessura adicional de cera calibre 32 quando a 
superfície lingual do rebordo alveolar for retentiva ou para-
lela à via de inserção da prótese (Figuras 11-23 e 11-24). 
(3) Nenhum alívio se faz necessário quando a superfície 
lingual do rebordo alveolar é inclinada inferiormente e pos-
teriormente. (4) Uma lâmina de cera número 7 sob as áreas 
de apoio basais (para elevar os conectores menores que 
fixam as bases da prótese de resina acrílica).
Especificações de Ceroplastia: (1) Cera calibre 6, formato de 
meia pera reforçada por uma lâmina de cera de calibre 22 a 
24 ou um padrão de plástico semelhante adaptado à largura 
do desenho. (2) Uma barra longa necessita de mais volume 
que uma barra curta, entretanto, o formato na transversal 
permanece inalterado.
Linhas de Término: Ligações junta de topo com conectores 
menores para retenção da base da prótese.
Indicações de Uso: (1) Quando o assoalho de boca se aproxima 
tanto dos sulcos gengivais linguais que não deixa uma largura 
adequada para uma barra lingual. (2) Nos casos em que um 
rebordo residual em um arco tipo Classe I sofreu tanta reab-
sorção que oferece apenas o mínimo de resistência aos movi-
mentos horizontais da base da prótese. (3) Quando se usa 
um dente periodontalmente comprometido, em função de 
grupo, para dar suporte a prótese e ajudar a resistir a movi-
mentos rotacionais horizontais das próteses do tipo de extre-
midade livre. (4) Quando a substituição de um ou mais 
incisivos será facilitada pela adição de alças de retenção a 
uma placa lingual pré-existente.
Características e Localização: (1) Formato de meia pera, com 
a parte mais volumosa localizada inferiormente. (2) Reco-
brimento metálico, fino, se estendendo superiormente, 
entrando em contato com o cíngulo dos dentes anteriores e 
as superfícies linguais dos dentes posteriores na altura dos 
A capacidade de os dentes resistirem às forças funcionais e per-
manecerem estáveis ao longo do tempo é promovida por meio 
de seus sofisticados mecanismos de suporte. Estudos têm demons-
trado que o deslocamento e a recuperação após a carga oclusal 
são mais bem realizados pelos dentes naturais do que pela 
mucosa bucal. Consequentemente, a utilização apropriada dos 
dentes para auxiliar na resistência às forças funcionais em pró-
teses parciais removíveis é uma estratégia crítica para controlar 
o movimento da prótese e obter a estabilidade funcional.
A utilização apropriada dos dentes requer a consideração de 
como se empregar os dentes de uma maneira melhor para as 
qualidades de suporte que eles podem promover. Como a resis-
tência mais efetiva pode ser promovida se o dente for pressio-
nado no seu longo eixo, a estrutura da prótese deve empregar o 
dente de modo que estimule a carga axial. As várias formas dos 
apoios têm como objetivo principal possibilitar a carga axial. É 
importante lembrar que este objetivo pode ser obtido apenas 
pela modificação da forma dos dentes.
O suporte vertical deve ser promovido para uma prótese remo-
vível. Qualquer componente da prótese parcial removível sobre a 
superfície do dente que promova suporte vertical é chamado de 
apoio (Figura 6-1). Os apoios devem estar sempre localizados em 
superfícies de dentes apropriadamente preparadas. A superfície do 
dente pilar preparada para receber o apoio é denominada nicho. 
Os apoios são designados pela superfície do dente preparada para 
recebê-los (apoio oclusal, apoio lingual e apoio incisal). A topo-
grafia de qualquer apoio deve restabelecer a forma do dente que 
existia antes de o nicho ter sido preparado.
O objetivo primário do apoio é promover suporte vertical 
para prótese parcial removível. Ao fazê-lo, também proporciona 
o seguinte:
1. Mantém os componentes em suas posições planejadas
2. Mantém as relações oclusais estabelecidas pela prevenção de 
deslocamento da prótese
3. Previne a compressão dos tecidos moles
4. Direciona e distribui as cargas oclusais para os dentes pilares
Além disso, o apoio serve para manter a posição da prótese 
parcial removível e para resistir ao movimento em direção aos 
tecidos. Os apoios servem para transmitir forças verticais aos 
dentes pilares e para direcionar estas forças por todo o longo 
eixo dos dentes. A esse respeito, os apoios das próteses parciais 
removíveis dentossuportadas funcionam de uma maneira 
similar aos retentores de próteses parciais fixas. É obvio que, 
para este tipo de estabilidade existir, os apoios devem ser rígidos 
e precisam receber suporte positivo do dente pilar, o que signi-
fica que, sob a carga oclusal, o apoio e o dente devem permane-
cer em contato estabilizado e que não ocorra deslizamentos ou 
movimentos independentes.
Em uma prótese parcial removível que tenha uma ou mais 
bases em extensão distal, à prótese se torna cada vez mais supor-
tada pela mucosa à medida que a distância do pilar aumenta. 
Quanto mais próximo ao pilar, entretanto, mais da força oclusal 
é transmitida ao dente pilar por meio dos apoios. A carga é, 
portanto, distribuída entre o pilar e o suporte de tecido do rebordo 
residual.
Quando os apoios impedem movimentos da prótese em 
direção apical, a posição da porção retentiva do braço do grampo 
pode ser mantida na relação designada da anatomia do dente. 
Embora seja passivo quando está na porção terminal, a porção 
retentiva do braço do grampo deve permanecer em contato com 
o dente, pronta para resistir à força de deslocamento vertical. 
Então, quando a força de deslocamento é aplicada, o braço do 
grampo deve se tornar imediatamente conectado ativamente 
para resistir ao deslocamento vertical. Se o assentamento da 
prótese resultar em braços dos grampos que fiquem afastados 
do dente, algum deslocamento vertical é possível antes que o 
retentor se torne funcional. O apoio serve para impedir tal des-
locamento e, portanto, auxilia na manutenção da estabilidade 
vertical da prótese parcial removível.
A utilização de um implante como apoio também pode ser 
considerada. Nesta aplicação, o implante elimina a compressão 
dos tecidos moles de suporte, controla o movimento vertical da 
base da prótese, elimina ou altera as linhas de fulcro e serve para 
aumentar o suporte e a estabilidade da prótese.
A B 
C D 
1. A forma do contorno de um nicho oclusal deve ser a de um 
triângulo arredondado com o ápice voltado para o centro da 
superfície oclusal (Figura 6-2).
2. Este deve ser mais longo que largo e a base da forma trian-
gular (na crista marginal) deve ter, pelo menos, 2,5 mm tanto 
para molares quanto para pré-molares. Os nichos de dimen-
sões menores não oferecem volume de metal para os apoios, 
especialmente se o apoio é contornado para restaurar a mor-
fologia oclusal do dente pilar.
3. A crista marginal do dente pilar no local do apoio deve ser 
desgastada para possibilitarvolume suficiente de metal para 
garantir a resistência e a rigidez do apoio e do conector 
menor. Isso significa que a redução da crista marginal de 
aproximadamente 1,5 mm é normalmente necessária.
4. O assoalho do nicho oclusal deve ser apical em relação à 
crista marginal e à superfície oclusal, e deve ser côncavo ou 
em formato de colher (Figura 6-3). Deve-se tomar cuidado 
no preparo do nicho para evitar a criação de arestas afiadas 
ou ângulos durante o preparo.
5. O ângulo formado entre o apoio oclusal e o conector menor 
vertical, de onde se origina, deve ser menor que 90 graus 
(Figuras 6-4 e 6-5). Apenas dessa maneira as forças oclu-
sais podem ser direcionadas por todo o longo eixo dos 
dentes pilares. Um ângulo maior que 90 graus fracassa ao 
transmitir forças oclusais ao longo do eixo vertical de 
suporte do dente pilar. Isto também torna possível o deslize 
da prótese no pilar, que pode resultar em forças seme-
lhantes às forças ortodônticas aplicadas em plano inclinado 
ao pilar, que possivelmente levará ao movimento dentário 
(Figura 6-6).
Quando o preparo de um apoio oclusal existente é inclinado 
apicalmente em direção à crista marginal reduzida e não pode 
ser modificado ou aprofundado devido ao medo de perfuração 
do esmalte ou restauração, então um apoio oclusal secundá-
rio deve ser empregado para impedir o deslocamento do apoio 
Parte mais
profunda
do nicho
Menor que 90
Menor que
90
primário e o movimento ortodôntico do dente pilar (Figura 6-7). 
Tal apoio deve cruzar a crista marginal reduzida no lado do 
dente oposto ao apoio primário e deve, se possível, ser inclinado 
ligeiramente apicalmente a partir da crista marginal. Entre-
tanto, dois apoios oclusais apostos sobre um dente com incli-
nação divergente funcionam para prevenir forças desfavoráveis 
se todos os conectores relacionados forem suficientemente 
rígidos. Em qualquer prótese parcial dentomucosossuportada 
a relação do apoio oclusal e do dente pilar deve ser um encaixe 
tipo bola raso, para prevenir uma possível transferência de tensões 
horizontais aos dentes pilares. O apoio oclusal deve promover 
apenas apoio oclusal. A estabilização contra movimentos hori-
zontais da prótese deve ser promovida por outros componen-
tes da prótese parcial removível em vez de qualquer efeito 
de travamento do apoio oclusal, que pode causar a aplicação de 
alavancas no dente pilar.
Em situações de Classe II de Kennedy, modificação 1 e Classe 
III onde o pilar mais posterior é um molar inclinado para 
mesial, um apoio oclusal estendido deve ser desenhado e pre-
parado para minimizar futuras inclinações do pilar e para 
garantir que as forças sejam direcionadas para baixo do longo 
eixo dos pilares. Este apoio deve ser estendido mais que metade 
da largura do dente, deve ser aproximadamente um terço da 
largura vestíbulo-lingual do dente e deve possibilitar uma espes-
sura mínima de 1,0 mm de metal; o preparo deve ser arredon-
dado, sem bordas ou ângulos vivos (Figura 6-8).
Em situações nas quais o pilar estiver severamente incli-
nado, a extensão oclusal deve tomar a forma de uma onlay para 
restaurar o plano oclusal (Figura 6-9). O preparo do dente 
para este tipo de apoio estendido deve incluir a remoção ou 
restauração de fossas, fissuras ou ranhuras; a instalação de um 
bisel de 1 a 2 mm nas superfícies oclusais vestibulares e lin-
guais para tornar possível que o apoio (onlay) ofereça estabi-
lização; deve possibilitar ao apoio restaurar o contorno e a 
oclusão do dente natural; e deve garantir que este apoio dire-
cione as forças para baixo do longo eixo do dente. O preparo 
do dente deve também incluir um plano guia de 1 a 2 mm na 
superfície mesial do pilar.
O desenho de um retentor direto pode necessitar da utilização 
de apoios oclusais interproximais (Figura 6-10). Estes apoios 
são preparados individualmente como nichos oclusais, com a 
exceção de que o preparo deve ser estendido lingualmente além 
A
D
C
F
B
do que já foi completado (Figura 6-11). Apoios adjacentes, em 
vez de um apoio unitário, são utilizados para prevenir a forma-
ção de cunhas interproximais pela infraestrutura da prótese. 
Além disso, os apoios unidos são desenhados para desviar os 
alimentos dos pontos de contato.
Quando tais nichos são preparados, deve-se tomar cuidado 
para se evitar a redução ou eliminação dos pontos de contato 
dos dentes pilares. No entanto, deve ser removida estrutura 
suficiente do dente para possibilitar volume adequado do compo-
nente para resistir e possibilitar que o componente seja confeccio-
nado sem alterar a oclusão. Para tanto, a análise dos modelos de 
diagnóstico montados é imperativa para a avaliação das áreas 
de contato interoclusal onde os apoios serão instalados. Deve 
estar presente ou deve ser criado espaço suficiente para evitar 
interferência na instalação de apoios (Figura 6-12).
Vestibular
Lingual
A área interproximal lingual necessita apenas de um preparo 
menor. A criação de uma área de retenção vertical deve ser 
evitada para prevenir o efeito de torque nos pilares pelos conec-
tores menores.
Uma prótese parcial removível que é totalmente dentossuportada 
por meio de retentores fundidos sobre todos os dentes pilares 
pode utilizar apoios intracoronários tanto para o suporte coro-
nário quanto para a estabilização horizontal (Figura 6-13).
Um apoio intracoronal não é um retentor e não deve ser con-
fundido com um encaixe. O suporte oclusal é derivado do assoalho 
do nicho. A estabilização horizontal é derivada das paredes quase 
verticais deste tipo de nicho. A forma do apoio deve ser paralela à 
via de inserção, ligeiramente cônica na oclusal e com uma suave 
cauda de andorinha para impedir o deslocamento proximal.
As principais mudanças do apoio interno são que ele facilita 
a eliminação de braços visíveis dos grampos por vestibular e 
torna possível a localização do nicho em posições mais favorá-
veis em relação ao eixo de rotação (horizontal) dos pilares. A 
retenção é promovida pelo braço lingual do grampo, tanto 
fundido quanto por um fio adaptado, repousando sobre uma 
área natural ou preparada do dente pilar.
Os apoios internos são esculpidos em cera ou por erosão 
eletrolítica dos casquetes dos pilares. Padrões pré-fabricados em 
plástico estão amplamente disponíveis e podem ser encerados 
em coroas ou padrões de coroas parciais, incluídos e fundidos 
após terem sido posicionados paralelamente à via de inserção 
no delineador. Futuros desenvolvimentos e técnicas prometem 
a utilização mais ampla dos apoios internos, porém apenas para 
próteses dentossuportadas.
Os apoios podem ser instalados em esmalte hígido ou em qual-
quer material restaurador que tenha mostrado cientificamente 
ser capaz de resistir a fratura e deformação quando for aplicada 
força sobre eles.
Os apoios instalados sobre esmalte hígido não contribuem 
para a lesão de cárie em uma boca com baixo índice de cárie, 
contanto que uma boa higiene bucal seja mantida. As superfí-
cies proximais dos dentes são muito mais vulneráveis ao ataque 
de cáries que as superfícies oclusais que suportam os apoios 
oclusais. A decisão de se utilizar alguma cobertura para o pilar 
normalmente é baseada na necessidade de preparo da boca, 
determinada pela avaliação dos modelos de estudo no delinea-
dor, para acomodar as modificações dos dentes pilares necessá-
rias para se confeccionar uma prótese parcial removível 
(Capítulo 11). Quando fissuras pré-cariosas são formadas nas 
áreas dos apoios oclusais em dentes que estão hígidos, elas 
podem ser removidas e apropriadamente restauradas sem a 
proteção mais extensa do pilar. Apesar de não se poder negar 
que a melhor proteção contra as cáries para um dente pilar seja 
a sua cobertura total, é imperativo que tal coroa seja apropria-
damente preparada para promover o suporte, a estabilização e 
a retenção para a prótese parcial.
Quando a decisão de se usar esmalte hígido desprotegido 
para os apoios for feita, a vulnerabilidade futura de cada dentedeve ser considerada, porque a fabricação de coroas totais para 
a acomodação de apoios e braços de grampos não é tão fácil 
depois que uma prótese parcial removível foi confeccionada. 
Em muitos casos, o esmalte hígido pode ser utilizado com segu-
rança para suportar apoios oclusais. Em tais situações, o paciente 
deve ser advertido de que a futura susceptibilidade às cáries não 
é previsível e que ela depende de higiene bucal e de outras pos-
síveis mudanças na propensão ao desenvolvimento de cáries. 
Embora a decisão de utilizar pilares desprotegidos seja do den-
tista, fatores econômicos podem influenciar a decisão final. O 
paciente deve ser informado dos riscos envolvidos e das suas 
responsabilidades na manutenção de uma boa higiene bucal e 
dos retornos periódicos para observação.
O preparo dos nichos devem ser feito em esmalte sadio. Na 
maioria dos casos, o preparo das superfícies proximais do dente 
é necessário para promover planos-guia proximais e para se 
eliminarem retenções indesejáveis para as partes rígidas da 
infraestrutura que devam passar durante a instalação e remoção 
da prótese. O preparo dos apoios oclusais deve sempre seguir 
A B
o preparo proximal, nunca precedê-lo. Apenas após a alteração 
das superfícies do dente serem completadas pode ser determi-
nada a localização dos nichos para os apoios oclusais em relação 
à crista marginal. Quando o preparo proximal sucede o preparo 
do nicho oclusal, a consequência inevitável é que a crista mar-
ginal fica muito alta e muito aguda, com o centro do assoalho 
do nicho muito próximo da crista marginal. Portanto, frequen-
temente é impossível corrigir o preparo do nicho sem fazê-lo 
muito profundo, o que causa danos irreparáveis ao dente.
Os nichos oclusais em esmalte sadio podem ser preparados 
com brocas e pontas de acabamento que deixem a superfície 
do esmalte tão lisa quando o esmalte original (Figura 6-14). 
A broca esférica maior é utilizada inicialmente para baixar a 
crista marginal e para estabelecer o contorno do nicho. O 
nicho oclusal resultante é então completado exceto pelo 
assoalho, que não está suficientemente côncavo. Uma broca 
esférica ligeiramente menor é utilizada para aprofundar o 
assoalho do nicho oclusal. Neste momento, se forma o con-
torno desejado de colher dentro da crista marginal reduzida. 
O preparo é polido com uma ponta de acabamento de tamanho 
e forma adequados. Quando um pequeno defeito de esmalte 
é encontrado no preparo do nicho oclusal, normalmente é 
melhor ignorá-lo até que o preparo esteja completo. Então, 
com brocas pequenas, o defeito remanescente deve ser prepa-
rado para receber uma pequena restauração. O término da 
restauração pode ser nivelado com o assoalho do nicho 
preparado.
Um gel fluoretado deve ser aplicado no dente pilar após a 
redução e o recontorno do esmalte. Se o modelo de trabalho for 
feito a partir de uma moldagem de alginato, a aplicação do gel 
deve ser postergada até que a moldagem seja realizada, pois 
alguns tipos de gel e alginato podem ser incompatíveis.
O preparo do nicho oclusal em restaurações existentes é 
tratado de uma maneira semelhante ao preparo em esmalte 
sadio. Qualquer preparo proximal deve ser realizado antes do 
nicho, pois se o nicho for preparado antes da superfície proxi-
mal, algumas vezes a forma do nicho fica irreparavelmente 
alterada.
A possibilidade de que uma restauração existente possa ser 
perfurada no processo de preparo de um nicho oclusal está 
sempre presente. Apesar de algum comprometimento ser 
possibilitado, a eficiência do nicho não deve ser prejudicada 
pelo medo da perfuração da restauração existente. O nicho 
pode ser alargado para compensar a profundidade. No entanto, 
o assoalho do nicho deve permanecer ligeira mente inclinado 
apicalmente a partir da crista marginal. Quando isto não for 
possível, um nicho secundário deve ser utilizado no lado 
oposto do dente para impedir o deslizamento do nicho 
primário.
Quando a perfuração ocorrer, pode ser reparada. No entanto, 
ocasionalmente, a realização de uma nova restauração é inevi-
tável. Em tal situação, o preparo original deve ser modificado 
para acomodar o nicho oclusal evitando, portanto, o risco de 
perfuração da restauração ou da fabricação de um nicho 
inadequado.
A localização do nicho oclusal em uma nova restauração 
deve ser conhecida quando o dente for preparado de modo que 
se tenha espaço livre suficiente para o apoio no preparo. A etapa 
final no preparo do dente deve ser a confirmação deste espaço 
livre e, se não houver, fazer uma depressão para acomodar a 
profundidade do apoio (Figura 6-15).
Os nichos oclusais em coroas protéticas e inlays geralmente 
são mais profundos que os feitos em esmalte. Aqueles confec-
cionados em coroas protéticas de dentes pilares de próteses 
dentossuportadas podem ser ligeiramente mais profundos que 
os nichos em pilares de próteses com extremo livre; portanto, 
se aproximam da eficiência dos encaixes internos.
Nichos internos também podem ser criados primeiramente 
em cera, tanto com brocas adequadas em uma peça de mão 
quanto pelo enceramento em torno de um mandril lubrifi-
cado, que é mantido no delineador. Em qualquer situação, o 
preparo deve ser terminado sobre o modelo com brocas em 
uma peça de mão ou com brocas de precisão. Calços de metal 
ou plástico que de adaptam ao mandril estão disponíveis para 
este propósito. Portanto, um modelo com lisura adequada é 
garantido, e a necessidade de acabamento no interior do nicho 
A B
interno com brocas é eliminada. Deve-se providenciar espaço 
livre suficiente no preparo do pilar para acomodar a profun-
didade do apoio interno.
A análise dos modelos de estudo montados é imprescindível 
na avaliação das áreas de contato incisais e linguais dos 
apoios a serem desenhados. Deve existir ou deve ser criado 
espaço suficiente para evitar interferência na instalação dos 
apoios.
Embora o local de preferência para um apoio externo seja a 
superfície oclusal de um molar ou pré-molar, um dente anterior 
pode ser o único pilar disponível para o suporte oclusal da 
prótese. Além disso, um dente anterior pode ser utilizado, oca-
sionalmente, como um retentor indireto ou um apoio auxiliar. 
Para este propósito, é preferível um canino a um dente incisivo. 
Quando o canino não estiver presente, apoios múltiplos que são 
espalhados sobre vários incisivos são preferíveis em vez da uti-
lização de um único incisivo. A forma e o comprimento da raiz, 
a inclinação do dente e a proporção de comprimento entre a 
coroa clínica e o suporte alveolar devem ser consideradas 
quando se determinar o local e a forma dos apoios instalados 
em incisivos.
Um apoio lingual é melhor que um incisal por estar posicio-
nado mais próximo do eixo horizontal de rotação (eixo de 
inclinação) do dente pilar e, portanto, apresentará menor ten-
dência de inclinação do dente. Além disso, apoios linguais são 
mais aceitáveis esteticamente.
Se um dente anterior estiver sadio e a inclinação lingual for 
gradual em vez perpendicular, um apoio lingual pode ser colo-
cado em um nicho preparado em esmalte na região do cíngulo 
ou mais incisal em relação ao mesmo (Figura 6-16). Este tipo 
de apoio lingual é normalmente confinado aos caninos superio-
res que possuem uma inclinação lingual gradual e um cíngulo 
proeminente. Em poucos casos, tal apoio também pode ser ins-
talado em um incisivo central superior. A concavidade lingual 
do canino inferior é muito íngreme para que um nicho lingual 
adequado seja confeccionado em esmalte, e algum outro tipo 
de suporte precisa ser feito. Os preparos para nichos linguais 
raramente são satisfatórios em dentes inferiores anteriores 
devido à falta de espessura de esmalte para o preparo de um 
nicho com suporte adequado.
O preparo de um dente anterior para receber um apoio 
lingual deve ser obtido de uma de duas maneiras:
1. Um V ligeiramente arredondado é preparado na superfície 
lingual na junção dos terços gengival e médio. O ápice do V 
é direcionado paraincisal. Este preparo pode ser iniciado 
com a utilização de uma broca diamantada tipo cone inver-
tido, progredindo para brocas menores até pedras montadas 
cônicas com pontas arredondadas para completar o preparo. 
Todos os ângulos vivos devem ser eliminados e o nicho deve 
ser preparado apenas em esmalte. O esmalte deve ser extre-
mamente polido. Pontas de polimento de borracha abrasiva 
seguidas de pastas polidoras ou pedra-pomes produzem 
polimento adequado do nicho. Uma via de inserção prede-
terminada para a prótese deve ser guardada em mente 
quando o nicho estiver sendo preparado. O nicho lingual 
não deve ser preparado com o pensamento de que seria 
abordado a partir de uma direção perpendicular à concavi-
dade lingual. O assoalho do nicho deve ser em direção ao 
cíngulo e não à parede axial. Deve-se tomar cuidado para 
não criar uma retenção de esmalte que possa interferir na 
instalação da prótese (Figura 6-16).
2. O nicho lingual mais satisfatório a partir do ponto de vista 
do suporte é aquele posicionado sobre uma restauração 
fundida (Figura 6-17). Isto é feito com maior eficiência 
pelo planejamento e execução do nicho em cera do que 
quando é realizado na boca. O contorno da infraestrutura 
pode restaurar a forma lingual do dente.
Quando o cíngulo é acentuado no enceramento, seu assoalho 
é prontamente escavado para ser a porção mais apical do preparo. 
Uma forma de sela, que promove um nicho positivo localizado 
favoravelmente em relação ao longo eixo é formada. A infraestru-
tura da prótese é feita para preencher a continuidade da superfície 
lingual de modo que a língua contate uma superfície lisa sem que 
o paciente perceba e sem irregularidades ou volume.
O nicho lingual pode ser colocado na superfície lingual da 
coroa total tipo veneer (Figura 6-18), de uma coroa 3/4, de 
uma inlay, de uma faceta laminada, de uma restauração em 
resina composta ou uma restauração metálica adesiva. A última 
mostra menos metal que uma coroa 3/4, especialmente no 
canino inferior, onde o nicho lingual colocado na restauração 
fundida é frequentemente utilizado e é uma restauração mais 
conservadora. A coroa 3/4 pode ser utilizada se a superfície 
vestibular do dente estiver hígida, e se o contorno retentivo for 
satisfatório. Entretanto, se a superfície vestibular apresentar 
contorno excessivo ou inadequado para a instalação de um 
braço de retenção do grampo, ou se a descalcificação dentária 
ou cáries estiverem presentes, uma coroa com cobertura total 
deve ser utilizada.
Em alguns casos, nichos tipo bola podem ser utilizados em 
nichos preparados. Tais nichos podem ser preparados cuidado-
samente nas superfícies dos dentes com espessura de esmalte 
excessiva ou podem ser preparados em restaurações instaladas 
em dentes com espessura inadequada de esmalte. Restaurações 
conservadoras (p. ex., amálgama de prata, inlays com pino, 
resina composta) em dentes anteriores podem ser mais bem 
indicadas para nichos tipo bola do que em restaurações menos 
conservadoras com nichos tipo V invertido.
Alguma evidência científica demonstra que nichos de ligas 
especificamente de cromo-cobalto formam (aderida à super-
fície lingual de dentes anteriores pelo uso de cimentos resino-
sos com condicionamento ácido), facetas laminadas, e resinas 
compostas têm sido utilizadas com sucesso com abordagens 
conservadoras para formação de nichos em dentes com con-
tornos linguais inaceitáveis (Figura 6-19). Bráquetes ortodôn-
ticos cerâmicos de safira também têm sido aderidos nas 
superfícies linguais de caninos inferiores e conformados como 
nichos. Estes possuem a vantagem sobre os nichos confeccio-
nados em metais colados de não necessitarem de uma etapa 
laboratorial e a resistência adesiva alcançada é maior. A prin-
cipal desvantagem da utilização de bráquetes ortodônticos é 
que a remoção do nicho pode necessitar que eles sejam des-
gastados com o potencial de geração de calor e possível dano 
pulpar.
Os apoios incisais são posicionados nos ângulos incisais de 
nichos preparados. Apesar de esta ser a localização menos 
desejada para um nicho pelas razões já mencionadas, este 
pode ser utilizado com sucesso em pacientes selecionados 
quando o pilar é sadio e quando uma coroa protética não é 
indicada. Portanto, os apoios incisais geralmente são coloca-
dos no esmalte (Figura 6-20). Os apoios incisais são utilizados 
predominantemente com apoios auxiliares ou retentores 
indiretos.
Embora o apoio incisal possa ser utilizado em caninos em 
ambos os arcos, ele é mais aplicável no canino inferior. Este 
tipo de apoio promove um suporte definido com relativamente 
pouca perda de estrutura dentária e pouca exposição de metal. 
Esteticamente é preferível em relação à coroa 3/4. O mesmo 
critério pode ser aplicado quando se decide pela utilização de 
esmalte desprotegido para um apoio oclusal sobre um molar 
ou pré-molar. Um apoio incisal é mais provável de provocar 
forças ortodônticas que um apoio lingual devido a fatores de 
alavanca.
Um nicho incisal é preparado na forma de um chanfro 
arredondado no ângulo incisal de um canino ou na borda 
incisal de um incisivo, com a porção mais profunda do preparo 
apical à borda incisal (Figura 6-21). O chanfro deve ser bise-
lado tanto por lingual quanto por vestibular, e o esmalte 
lingual deve ser conformado para acomodar a parte rígida do 
conector menor entre o apoio e a infraestrutura. Um nicho 
incisal deve ter aproximadamente 2,5 mm de largura por 
1,5 mm de profundidade, de maneira a ser resistente o sufi-
ciente sem ter de exceder o contorno natural da borda incisal 
(Figura 6-22).
Na ausência de outras posições possíveis para os apoios e 
nichos incisais, os apoios incisais em vários incisivos inferiores 
podem ser considerados. A utilização de tais apoios pode ser 
justificada pelos seguintes fatores:
1. Eles podem se utilizar da vantagem das faces incisais 
naturais.
2. A morfologia dos dentes não permite outros desenhos.
3. Tais apoios podem restaurar a anatomia defeituosa ou des-
gastada.
4. Os apoios incisais promovem estabilização.
5. Os apoios incisais totais podem restaurar ou promover guia 
anterior.
No caso de apoios incisais totais serem considerados, o 
paciente deve ser informado sobre o impacto de sua localização, 
forma e estética.
Isso é essencial tanto para o modelo de trabalho quanto 
para a fundição ser precisa se os apoios estão assentados cor-
retamente. O apoio incisal deve ter um ligeiro sobrecontorno 
para possibilitar o acabamento vestibular e lingual sobre o 
esmalte adjacente, da mesma maneira que é feito com uma 
coroa 3/4 ou da margem de uma inlay. Desta maneira, a expo-
sição mínima do metal é possível sem prejudicar a eficiência 
do apoio.
Deve-se tomar cuidado na seleção do tipo de nicho a ser 
utilizado, no preparo deste e na confecção da infraestrutura 
para garantir o sucesso de qualquer tipo de apoio. A topografia 
de qualquer apoio deve ser tal que restaure a topografia do dente 
que existia antes do preparo.
A
B
Os implantes também podem ser considerados para servir 
como um apoio quando se aproveita a sua resistência vertical 
característica. Nesta aplicação, podem servir para resistir ao 
movimento de compressão dos tecidos e podem ser considera-
dos úteis para as necessidades de retenção. Quando um papel 
duplo é considerado, a seleção do elemento de retenção neces-
sita avaliar quanto de tensão haverá no movimento vertical (a 
função do apoio) para afetar a função retentiva do mecanismo 
do encaixe.
Quando utilizado como apoio, o implante pode servir para 
resistir eficientemente aos movimentos verticais e promover 
suporte positivo. Esta utilização torna possível uma conexão 
com perfil baixo (p. ex., próximo do rebordo), implicando em 
menos torque ao implante. A localização pode ser prescrita para 
a vantagem máxima, e os implantes podem alterar de maneira 
eficaz a rotação em torno da linha de fulcro — eliminando-a se 
aplicado no final de um rebordo com extremidade livre, ou 
reduzindoos efeitos pela diminuição do braço de alavanca.
2,5 mm
1,5 mm
A retenção de protéses removíveis é a única preocupação quando 
comparadas às outras próteses. Quando alguém está lidando com 
uma coroa ou uma prótese parcial fixa, o uso combinado de 
geometria do preparo (ou seja, formas de resistência e retenção) 
e agente de cimentação pode fixar a prótese ao dente de tal 
maneira que resista a todas as forças a que o dente está sujeito. 
Como mencionamos no Capítulo 4, o sentido das forças pode ser 
de encontro, através ou para longe dos tecidos. Em geral, as forças 
que atuam para mover as próteses em direção ou lateralmente 
aos dentes suporte e/ou tecido são as forças de maior intensidade. 
Isto é porque, na maioria das vezes, elas são forças de oclusão.
As forças que atuam para deslocar as próteses dos tecidos 
podem consistir na gravidade atuando contra próteses superio-
res, na ação de alimentos pegajosos atuando para deslocar pró-
teses na abertura da boca durante a mastigação ou em forças 
funcionais atuando por meio de um fulcro para deslocar a 
prótese. As duas primeiras destas forças raramente são da mag-
nitude de forças funcionais, e estas são minimizadas com o uso 
de suporte adequado. O componente utilizado para resistir a 
este movimento de afastamento dos dentes e/ou dos tecidos 
fornece retenção para a prótese e é chamado de retentor direto. 
Um retentor direto é qualquer unidade de uma prótese dentária 
removível que faz com que um dente pilar ou um implante 
resista ao movimento de deslocamento das próteses para fora 
do tecido da área basal. A habilidade dos retentores diretos de 
resistir a estes movimentos é enormemente influenciada pela 
estabilidade e suporte das próteses fornecida pelos conectores 
maiores e menores, apoios e bases. Este relacionamento entre 
os componentes de apoio e retenção destaca a relativa impor-
tância destes componentes. Embora as forças que trabalham 
contra a prótese parcial removível para deslocá-la dos tecidos 
geralmente não sejam tão grandes quanto as forças funcionais 
que causam tensão em direção ao tecido, a prótese parcial remo-
vível deve ter retenção apropriada para resistir razoavelmente às 
forças de deslocamento. Muitas vezes, a preocupação com a 
retenção é maior do que a apropriada, especialmente se tal 
preocupação diminui uma consideração mais séria com relação 
à resistência às forças funcionais típicas.
Uma retenção suficiente é fornecida por dois meios. Uma 
retenção primária para próteses parciais removíveis é reali-
zada mecanicamente colocando-se elementos de retenção 
(retentores diretos) nos dentes pilares. Uma retenção secun-
dária é fornecida pelo íntimo relacionamento do contato dos 
conectores menores com os planos-guia e as bases de prótese 
e do conector maior (superior) com o tecido subjacente. A 
última é semelhante à retenção nas próteses totais. Ela é pro-
porcional proporcionado à exatidão da moldagem, à exatidão 
do ajuste da base da prótese e à área de contato total envol-
vida. A retenção também pode ser fornecida por meio do 
envolvimento de um mecanismo de fixação em um implante 
dentário.
O conjunto de grampos tem uma função na prótese parcial 
removível semelhante à função que uma coroa de retenção para 
uma prótese parcial fixa. Ambos devem envolver o dente prepa-
rado de maneira que previna movimentos isolados dos dentes 
em relação ao retentor. Emprestando um termo da prótese fixa, 
limitar a liberdade de deslocamento refere-se ao efeito de uma 
superfície cilíndrica (a infraestrutura envolvendo o dente) em 
outra superfície cilíndrica (o dente). Isto implica que a curva 
que define a infraestrutura está na maneira correta se ela impede 
movimentos perpendiculares em relação ao eixo longo do dente. 
Este princípio básico do desenho do grampo oferece um duplo 
benefício. Primeiro, ele assegura a estabilidade da posição do 
dente por causa da contenção pelo abraçamento; segundo, ele 
assegura a estabilidade do grampo por causa do controle da 
posição deste em três dimensões.
Portanto, o princípio básico do desenho dos grampos, deno-
minado princípio do abraçamento, significa que mais de 180° na 
maior circunferência do dente, passando da superfície axial 
divergente para a superfície axial convergente, devem ser envol-
vidos pelo grampo (Figura 7-1). O abraçamento pode ocorrer 
na forma de contato contínuo, como em um grampo circunfe-
rencial, ou contato descontínuo, como no uso de um grampo a 
barra. Ambos fornecem contato do dente em pelo menos três 
áreas envolvendo o dente: a área de apoio oclusal, a área da da 
ponta retentiva do grampo e área do término do grampo de 
oposição.
Além do abraçamento, outros princípios básicos do desenho 
dos grampos são os seguintes:
1. O apoio oclusal deve ser desenhado para prevenir movimen-
tos dos braços do grampo em direção à cervical.
2. Cada ponta retentiva deve ser oposta por um braço de opo-
sição capaz de resistir a qualquer pressão transitória exercida 
pelo braço de retenção durante assentamento e remoção. Os 
componentes estabilizadores e opositores devem ser rigida-
mente conectados bilateralmente (através do arco) para rea-
lizar reciprocidade dos elementos retentivos (Figura 7-2).
3. Grampos de retenção nos dentes pilares adjacentes às extre-
midades livres distais da base devem ser desenhados de 
modo a evitarem transmissão direta de forças de inclinação 
e de rotação aos pilares. Na verdade, eles devem atuar como 
rompe-forças, tanto pelo seu desenho quanto pela sua con-
fecção. Isto é realizado mediante adequada localização da 
Vestibular
Lingual
Vestibular
LingualA B
A
B
ponta retentiva em relação ao apoio ou pelo uso de um braço 
do grampo mais flexível em relação à rotação prevista da 
prótese sob forças funcionais.
4. A não ser que os planos-guia controlem positivamente a 
via de remoção e estabilizem os pilares contra movimen-
tos rotacionais, grampos retentivos devem ser bilateral-
mente opostos (ou seja, uma retenção vestibular em um 
lado do arco deve ser oposta por uma retenção vestibular 
no outro lado do arco, ou uma retenção lingual de um lado 
do arco oposto por uma retenção lingual no outro lado do 
arco). Em situações de Classe II, o terceiro pilar pode ter 
retenção vestibular ou lingual. Em situações Classe III, a 
retenção pode ocorrer bilateralmente ou pode ser diame-
tralmente oposta (Figura 7-3).
5. A via de escape da ponta retentiva do grampo deve ser outra 
que não paralela à via de remoção da prótese para requerer 
engajamento do grampo com a resistência à deformação que 
é retenção.
6. A quantidade de retenção deve sempre ser o mínimo neces-
sário para resistir às forças de deslocamento razoáveis.
7. Elementos de oposição dos grampos devem ser localizados 
na junção dos terços gengivais e médios das coroas dos dentes 
pilares. A ponta do braço de retenção é otimamente colocada 
no terço gengival da coroa (Figura 7-4 até Figura 7-6). Essas 
localizações permitem melhor resistência às forças horizon-
tais e de torque causadas pela redução no braço de potência, 
como descrito no Capítulo 4.
Como mencionamos anteriormente, os braços de oposição são 
planejados para resistir a movimentos dos dentes em resposta à 
deformação do braço de retenção se este envolver um dente na 
linha equatorial. O braço de oposição do grampo retribui 
o efeito desta deformação, prevenindo o movimento dentário. 
Para isto ocorrer, o braço de oposição deve estar em contato 
durante a deformação do braço de retenção. A menos que 
o dente pilar tenha sido especialmente contornado, o braço de 
oposição do grampo não entrará em contato com o dente até a 
prótese estar totalmente assentada e o braço de retenção do 
grampo ter novamente se tornado passivo. Quando isso acon-
tece, uma força momentânea de inclinação é aplicada aos dentes 
pilares durante cada colocação e remoção. Esta força pode não 
ser danosa – pois ela é transitória – desde que a força não exceda 
a elasticidade normal do ligamento periodontal. Uma verda-deira reciprocidade durante a colocação e a remoção é possível 
somente por meio do uso de superfícies feitas na coroa paralelas 
ao eixo de inserção. O uso de restaurações fundidas permite que 
superfícies paralelas entrem em contato com os braços de opo-
sição de tal maneira que uma verdadeira reciprocidade torne-se 
possível. Isto é discutido no Capítulo 14.
Os braços de oposição devem ter também funções adicio-
nais. Os braços de oposição do grampo devem ser localizados 
de modo que a prótese seja estabilizada contra movimentos 
horizontais. Essa estabilização só é possível com o uso de 
braços de grampo rígidos, conectores menores rígidos e um 
conector maior rígido. Forças horizontais aplicadas de um lado 
do arco dental são suportadas pelos componentes estabilizado-
res no lado oposto, fornecendo estabilidade de um lado a outro 
do arco. Obviamente, quanto maior o número destes compo-
nentes, dentro de valores razoáveis, maior será a distribuição 
das tensões horizontais.
O braço de oposição do grampo também pode atuar em 
menor intensidade como um retentor indireto. Isto é verdade 
somente quando ele se apoia em uma superfície acima da linha 
equatorial de um dente pilar situado anteriormente à linha de 
fulcro (Figura 8-8). A elevação da base na extremidade livre distal 
afastado-a do tecido é então sustentada por um braço rígido, o 
ba
a
b
a
b
b
a
ab
Terço
oclusal
Estabilização
Retenção
Terço
médio
Linha
delineadaTerço
cervical
qual não é facilmente deslocado cervicalmente. A efetividade de 
tal retentor indireto é limitada por sua proximidade com a linha 
de fulcro, que lhe dá uma vantagem mecânica relativamente 
pequena, e pelo fato de que uma derrapagem ao longo da 
inclinação do dente é sempre possível. O último caso pode ser 
prevenido pelo uso de um degrau em uma restauração fundida; 
no entanto, isto não é feito nas superfícies do esmalte.
A retenção mecânica das próteses parciais removíveis é realizada 
por meio de retentores diretos de um tipo ou outro. A retenção 
é realizada por atrito, pelo envolvimento de uma depressão no 
dente pilar ou pelo envolvimento de uma área retentiva à cer-
vical do equador protético do dente pilar. Dois tipos básicos de 
retentores diretos estão disponíveis: retentores intracoronários 
e retentores extracoronários. O retentor extracoronário (tipo 
grampo) é o retentor mais comumente usado para próteses 
parciais removíveis.
O retentor intracoronário pode ser fundido ou pode ser 
totalmente encaixado dentro do contorno natural de um 
dente pilar restaurado. Ele é tipicamente composto de um 
sistema de encaixe macho/fêmea, usinado com paredes para-
lelas verticais opostas, que servem para limitar os movimentos 
e resistir à remoção da prótese parcial pela resistência fric-
cional (Figura 7-7). O retentor intracoronário é geralmente 
Lingual
Oclusal
Vestibular
Suporte
Estabilização
Retenção
Terço oclusal
Terço médio
Terço cervical
Suporte
Estabilização
Retenção
Terço oclusal
Terço médio
Terço cervical
A
B
C
denominado encaixe intracoronário ou de precisão. O prin-
cípio do encaixe intracoronário foi formulado pelo Dr. Herman 
E. S. Chayes em 1906.
O retentor extracoronário usa a resistência mecânica para 
posicionar os componentes através do deslocamento sobre as 
superfícies externas de um dente pilar ou encaixados nelas. O 
retentor extracoronário está disponível em três formas princi-
pais. O retentor tipo grampo (Figuras 7-8 e 7-9), a forma mais 
comumente usada, retém por meio de braços retentivos flexí-
veis. Este braço envolve uma superfície externa do dente pilar 
em uma área cervical na maior convexidade do dente ou envolve 
uma depressão preparada para receber a ponta ativa do braço. 
Todas as outras formas envolvem encaixes pré-fabricados que 
incluem componentes de embricamento ou o uso de um dispo-
sitivo de mola que envolve o contorno do dente para resistir ao 
deslocamento oclusal. Outro tipo é o encaixe pré-fabricado, que 
usa clipes ou anéis flexíveis que envolvem um componente 
rígido fundido ou anexado à superfície externa de uma coroa 
do dente pilar.
Em situações em que as necessidades de suporte são satis-
feitas adequadamente por dentes disponíveis e/ou tecidos orais, 
implantes dentários podem ser usados para retenção e adicio-
nam a vantagem de eliminar os grampos visíveis.
Quando um desenho de grampo particular é selecionado para 
determinada situação, suas funções e limitações devem ser cui-
dadosamente avaliadas. Retentores diretos extracoronários, 
como parte do conjunto do grampo, devem ser considerados 
como componentes da armação de próteses parciais removíveis. 
Eles devem ser desenhados e localizados para executarem funções 
específicas de suporte, estabilização, oposição e retenção. Não 
importa se os retentores diretos como um todo estão fisicamente 
ligados entre si ou originam-se do conector maior ou menor da 
armação (Figuras 1-2 e 1-3, B-E). Se alguma atenção for direcio-
nada para as funções separadas de cada componente do grampo 
de retenção direta, então a seleção deste é simplificada.
Embora algumas concepções bastante complexas sejam 
usadas para os grampos, todos eles devem ser classificados em 
uma das duas categorias básicas. Uma é o braço de grampo 
circunferencial, que aborda a área retentiva vindo de uma direção 
oclusal. A outra é o braço do grampo a barra, que aborda a área 
retentiva de uma direção cervical. Um conjunto de grampos 
pode incluir vários braços retentivos (ou seja, circunferencial 
fundido, um braço de grampo a barra ou um retentor de fio 
trefilado), dependendo da necessidade específica para a cons-
trução do retentor, tendo em conta o ajuste necessário, posição 
de abordagem do grampo e perícia na linha de colocação.
Um grampo deve consistir em quatro partes componentes. 
Primeiro, um ou mais conectores menores devem estar presen-
tes, a partir do qual os componentes do grampo se originam. 
Segundo, um apoio principal deve ser desenhado para direcio-
nar a tensão no eixo longo do dente. Terceiro, um braço reten-
tivo deve ocupar a área de retenção de um dente. Para a maioria 
dos grampos, a área de retenção é somente no seu término. 
Quarto, um braço não retentivo (ou outro componente) deve 
estar presente no lado oposto do dente para estabilização e reci-
procidade contra movimentos horizontais da prótese (a rigidez 
deste braço do grampo é essencial para este propósito).
Não deve existir confusão entre a escolha dos braços do 
grampo e o propósito para o qual são utilizados. Qualquer tipo 
de braço de grampo fundido (a barra ou circunferencial) deve 
ser feito cônico e retentivo, ou não cônico (rígido) e não reten-
tivo. A escolha depende de ele ser usado para retenção, estabili-
dade ou oposição. Um apoio oclusal, como no conceito RPI 
(partes componentes apoio, placa proximal e barra em I do 
conjunto do grampo), pode ser usado em lugar de braços de 
oposição para satisfazer à necessidade de abraçamento, desde 
que ele esteja localizado em um lugar em que possa cumprir o 
mesmo propósito (Figura 7-10, ver também a Figura 7-9). A 
adição de uma capa lingual a um braço de oposição fundido 
não altera nem seu propósito primário nem a necessidade por 
adequada localização para cumprir tal propósito.
Uma grande variedade de grampos está disponível para os 
clínicos utilizarem. Esta variedade existe em grande parte por 
causa da imaginação dos clínicos e técnicos de laboratório 
quando modificações nos dentes não eram ou não podiam 
Suporte
Estabilização
Retenção
Terço oclusal
Vestibular
Lingual
Terço médio
Terço cervical
Suporte
Estabilização
Retenção
Terço oclusal
Terço médio
Terço cervical
ser feitas. Para simplificar o desenho dos grampos e melhorar 
a previsibilidade funcional das próteses, os clínicos contem-
porâneos devem perceber a necessidade de modificações nos 
dentes.
Alguns conjuntos de grampos são desenhados para acomodar 
os movimentos funcionais das próteses (como mencionado 
anteriormente nos princípiosbásicos) e outros não incorporam 
tais recursos de desenho. Embora tenha sido demonstrado por 
Kapu e colaboradores que resultados adversos não são sempre 
associados ao uso de grampos rígidos em classificações com 
extremidade livre distal, os grampos seguintes serão descritos 
como desenhos de grampos para acomodar movimentos funcio-
nais de extensão da base e grampos desenhados sem acomodação 
dos movimentos. O clínico não deve interpretar essas categorias 
como mutuamente exclusivas, pois a maioria dos grampos pode 
ser usada para reter uma prótese bem suportada e sustentada.
Rpi, Rpa e Grampo a Barra
Conjuntos de grampos que acomodem movimentos funcionais 
das próteses são desenhados para resolver a preocupação com a 
alavanca na Classe I. A preocupação é que a extremidade livre 
distal atua como um longo “braço de potência” através do 
“fulcro” no apoio distal para causar o “braço de resistência” na 
ponta do grampo que abraça o dente na área retentiva. Isto 
A B
C
resulta em acúmulo ou torque do dente, prejudiciais, o que é 
maior com grampos rígidos e aumento dos movimentos da base 
da prótese. Duas estratégias podem ser adotadas para mudar a 
localização do fulcro e subsequentemente o efeito de envolvi-
mento do “braço de resistência” (grampos concebidos com 
apoios mesiais) ou para minimizar o efeito de alavanca por meio 
do uso de braços flexíveis (braço retentivo de fio trefilado).
Grampos concebidos com apoios mesiais têm sido propostos 
para realizar a acomodação dos movimentos pela mudança da 
localização do fulcro. Este conceito inclui os grampos RPI e RPA 
(apoio, placa proximal e Akers). O RPI é um conceito atual de 
desenho de grampo a barra que se refere às partes componentes 
apoio, placa proximal e grampo em I. Basicamente, este grampo 
consiste em um apoio mésio-oclusal com um conector menor 
colocado na ameia mésio-lingual, mas sem tocar o dente adjacente 
(Figura 7-11, A). Um plano-guia distal, estendendo-se da crista 
marginal até a junção dos terços médio e cervical do dente pilar, 
é preparado para receber uma placa proximal (Figura 7-11, B). 
A largura vestíbulo-lingual do plano-guia é determinada pelo 
contorno proximal do dente (Figura 7-11, A e C). A placa pro-
ximal, em conjunto com o conector menor suporta o apoio, 
fornecendo aspectos de estabilidade e reciprocidade do retentor. 
O grampo em I deve estar localizado no terço cervical da 
superfície vestibular do pilar numa retenção de 0,25mm 
(Figura 7-11, D). O braço do grampo I deve ser afilado até a 
ponta, com não mais do que 2 mm de sua ponta tocando o pilar. 
A ponta retentiva toca o dente na sua parte inferior da linha 
equatorial (Figura 7-11, E). Esta área de contato, juntamente com 
o apoio e com o contato da placa proximal, fornece estabilidade 
Suporte
C
A
B
Estabilização
Retenção
Suporte
Estabilização
Retenção
Lingual
Vestibular
Suporte
Estabilização
Retenção
Suporte
Estabilização
EP
AT
Retenção
Vestibular Lingual
B
C
D D
B
A
através do abraçamento (Figura 7-11, C). A porção horizontal 
do braço de retenção deve estar localizada a pelo menos 4 mm 
da margem gengival ou mesmo mais afastada, se possível.
Três abordagens básicas da aplicação do sistema RPI podem 
ser usadas. A localização do apoio, o desenho do conector menor 
(placa proximal) em relação ao plano-guia e a localização do 
braço de retenção são fatores que influenciam na função deste 
sistema de retenção. Variações nestes fatores fornecem a base 
para as diferenças entre essas abordagens. Todos defendem a 
localização de um apoio mesialmente no dente pilar primário 
adjacente à área da extremidade livre da base. Um enfoque 
recomenda que o plano-guia e a placa proximal correspondente 
devem se estender por todo o comprimento da superfície pro-
ximal do dente, com um alívio no tecido fisiológico eliminando 
o trauma na gengiva marginal livre (Figura 7-12). Um segundo 
enfoque sugere que o plano-guia e a placa proximal corres-
pondente devam se estender da crista marginal até a junção 
entre os terços médio e cervical da superfície proximal do dente 
(Figura 7-13). Ambas as abordagens recomendam que o braço 
de retenção do grampo deve estar localizado no terço cervical 
da superfície vestibular do pilar numa retentividade de 0,25 mm. 
A colocação do braço de retenção do grampo geralmente ocorre 
em uma região inferior localizada na maior proeminência 
mesiodistal do dente ou adjacente à área edêntula. (Figura 7-14, 
A e B). O terceiro enfoque favorece uma placa proximal que 
toque aproximadamente 1 mm da porção cervical do plano-guia 
(Figura 7-15, A) e o braço de retenção do grampo localizado a 
0,25 mm da área retentiva no terço cervical do dente na maior 
proeminência ou em direção a mesial afastando-se da área 
edêntula (Figura 7-14, C). Se o dente pilar demonstrar con-
traindicação para um grampo tipo barra (ou seja, inclinação 
vestibular ou lingual exagerada, zona retentiva tecidual muito 
pronunciada ou vestíbulo raso) e a retenção desejável estiver 
localizada no terço cervical do dente longe do espaço protético, 
deve ser considerada uma modificação para o sistema RPI (o 
grampo RPA) (Figura 7-15, B). A aplicação de cada abordagem 
é indicada na distribuição da carga a ser aplicada sobre o dente 
e o rebordo edêntulo.
O grampo a barra, que deu origem ao RPI, é discutido aqui 
por causa desta associação. Ele não deve ser, mas pode ser con-
figurado para permitir movimentos funcionais. O termo grampo 
a barra é geralmente preferido em detrimento do termo menos 
descritivo grampo de Roach. Reduzido a seu termo mais simples, 
o braço do grampo a barra surge da armação da prótese ou de 
uma base metálica e atinge a área retentiva numa direção 
 cérvico-oclusal (Figura 7-11). O braço do grampo a barra tem 
sido classificado pela forma da ponta retentiva. Deste modo, ele 
tem sido identificado como um “T”, “T” modificado, “I” ou 
“Y”. A forma que a ponta toma tem pouca significância, desde 
que seja mecanicamente e funcionalmente efetiva, recubra a 
menor superfície dentária possível e mostre a menor quanti-
dade de metal possível.
Em muitas situações, o grampo a barra pode ser utilizado 
em próteses parciais dentossuportadas, em áreas de modificação 
ou quando a área retentiva do dente pilar, que pode ser logica-
mente usada pelo grampo, fica adjacente a uma extremidade 
livre distal da base (Figura 7-16). Se uma retenção gengival 
impede o uso de um grampo a barra, podem ser usados um 
grampo em anel originando-se mesialmente, ou um grampo de 
fio trefilado ou um grampo de ação reversa. A preparação de 
pilares adjacentes (dentes naturais) para receber qualquer tipo 
de retentor direto interproximal, atravessando da superfície 
lingual para a vestibular, é mais difícil de realizar adequada-
mente. Inevitavelmente, o tamanho relativo da mesa oclusal é 
aumentado, contribuindo para cargas funcionais indesejáveis e 
adicionais.
As indicações específicas para o uso de grampo a barra 
incluem (1) quando existe um pequeno grau de retenção 
(0,25 mm) no terço cervical do dente pilar, que pode ser alcan-
çado a partir de um sentido gengival; (2) no dente pilar para 
próteses dentossuportadas ou áreas de modificação dentossu-
portadas (Figura 7-17); (3) em situações de extremidade livre 
distal da base; e (4) nos casos cujas considerações estéticas 
devam ser objetivadas e um grampo fundido for indicado. 
Assim, o uso de grampos a barra são contraindicados quando 
existir uma acentuada profundidade cervical ou quando existir 
uma severa retenção dentária e/ou tecidual, o que obrigaria um 
alívio excessivo. Quando existem retenções dentárias e teciduais 
severas, um grampo de retenção a barra geralmente é um incô-
modo para a língua e bochechas e também retém restos alimen-
tares. Outros fatores limitantes na seleção de grampos a barra 
incluem um vestíbulo raso ou uma excessiva inclinação vesti-
bular ou lingual do dente pilar (Figura 7-18). Alguns erros 
comuns no desenho dos grampos tipo barra são ilustradosna 
Figura 7-19.
O braço do grampo a barra não é particularmente um braço 
flexível por causa dos efeitos de sua forma semicircular e seus 
vários planos de origem. Embora o grampo circunferencial 
fundido possa ser feito mais flexível que o grampo a barra, o 
grampo combinado é preferido para o uso em pilares terminais 
quando forças de torque ou tombamento são possíveis, por 
causa do envolvimento de uma área retentiva afastada da extre-
midade livre distal da base. Existem situações, no entanto, em 
que o grampo a barra pode ser usado em benefício do pilar 
terminal sem prejudicá-lo. Um grampo numa área retentiva 
distal pode ser uma escolha lógica, porque o movimento do 
pilar quando do deslocamento da base na extremidade livre 
distal no sentido do tecido é minimizado pela localização distal 
da ponta do grampo.
A
B
C D
E
Suporte
Lingual
Estabilização
Retenção
Suporte
Estabilização
Vestibular
Retenção
Terço oclusal
Terço médio
Terço cervical
Algumas vantagens atribuídas ao grampo localizado abaixo 
da protuberância do dente são (1) sua localização interpro-
ximal, que pode ser usado para melhorar a estética; (2) reten-
ção aumentada sem ação de torque no pilar; e (3) menor 
chance de distorção acidental em função de sua proximidade 
da borda da prótese. O usuário deve ser meticuloso no 
cuidado de sua prótese, não só por razões de higiene oral, 
mas também para impedir que restos alimentares cariogêni-
cos fiquem retidos contra as superfícies dentárias.
Os braços de grampo a barra em T ou Y são geralmente 
mal empregados. É improvável que a área total do término 
T ou Y seja sempre necessária para uma retenção adequada 
do grampo. Ainda que a maior área de contato forneça 
maior retenção friccional, esta não é uma retenção verda-
deira do grampo e somente a porção que atinge a área de 
retenção deve ser considerada retentiva. Apenas uma ponta 
de tal grampo deve ser colocada na área retentiva (Figura 
7-20). O restante do braço do grampo pode ser supérfluo, 
a menos que seja necessário como parte do conjunto do 
grampo para abraçar o dente pilar por mais de 180 graus em 
sua maior circunferência. Se o grampo a barra é feito para 
ser flexível por motivos de retenção, qualquer porção do 
grampo acima do equador fornecerá apenas estabilidade 
limitada, porque ele também faz parte de um braço flexível. 
Consequentemente, em vários casos, esta porção do grampo 
T ou Y acima do equador do dente pode ser removida e a 
ponta do grampo a barra deve ser desenhada para ser bioló-
gica e mecanicamente correta em vez de se conformar com 
qualquer configuração alfabética.
Grampo Combinado
Outra estratégia que pode ser utilizada para reduzir os efeitos 
de alavanca de Classe I em situações de extremidade livre distal 
inclui um componente flexível no “braço de resistência”; esta 
estratégia é empregada no grampo combinado. O grampo com-
binado consiste em um braço de retenção de fio trefilado e um 
braço de oposição fundido (Figura 7-21). Embora o último 
possa ser visto no formato de grampo a barra, ele é geralmente 
um braço circunferencial. O braço retentivo é quase sempre 
circunferencial, mas ele também deve ser usado como uma 
barra, originando-se cervicalmente da base da prótese.
As vantagens do grampo combinado incluem sua flexibili-
dade, ajustabilidade e a aparência do braço retentivo de fio 
trefilado. Ele é usado quando é desejável uma flexibilidade 
máxima, como em um dente pilar adjacente à extremidade livre 
distal da base ou em um pilar fraco quando um retentor direto 
tipo barra é contraindicado. Ele pode ser usado por sua ajusta-
bilidade quando requisitos precisos de retenção são imprevisí-
veis equando pode ser necessário um ajustamento posterior 
para aumentar ou diminuir a retenção. Uma terceira justifica-
tiva para seu uso é sua vantagem estética sobre grampos 
Força
oclusalPG
PP
Alívio mínimo
do tecido
Força
oclusal
PG
PP
CA
B
Força
oclusal
A
B
PG
PG
PP
PP
*
 fundidos. Sendo estruturalmente trabalhado, eles pode ser uti-
lizado em diâmetros menores que os grampos fundidos, com 
menor perigo de fratura. Por ele ser redondo, a luz é refletida 
de tal maneira que a exibição do metal é menos perceptível do 
que com as superfícies mais amplas dos grampos fundidos.
O uso mais comum do grampo combinado é em um dente 
pilar adjacente à extremidade livre distal da base, onde existe 
apenas uma retenção mesial no pilar ou onde uma grande reten-
ção tecidual contraindica um retentor tipo barra (Figura 7-22). 
Quando existe uma retenção distal que pode ser alcançada 
com desenho apropriado de um grampo a barra ou com um 
grampo em anel (apesar de suas várias desvantagens), um 
grampo fundido pode ser localizado de modo que ele não venha 
a causar inclinação do pilar quando a extremidade livre distal 
da base move no sentido do tecido. Quando a retenção está na 
região do pilar distante da base, o braço retentivo cônico em 
fio trefilado oferece maior flexibilidade do que o grampo 
fundido e consequentemente melhor dissipação das tensões 
funcionais. Por esta razão, o grampo combinado é preferido 
(Figura 7-22, D).
A B C
A B
Terço oclusal
Terço médio
Terço cervical
C
D E F
Terço oclusal
Terço médio
Terço cervical
O grampo combinado tem várias desvantagens: (1) ele 
envolve passos extras na fabricação, particularmente quando 
são utilizadas ligas de cromo de alta fusão; (2) ele pode ser 
 distorcido pelo manuseio descuidado por parte do paciente; 
(3) como ele é dobrado a mão, pode ser menos precisamente 
adaptado ao dente e consequentemente pode fornecer menor 
estabilidade na porção expulsiva do dente; e (4) ele pode dis-
torcer com a função e não abraçar o dente. As desvantagens do 
grampo de fio trefilado são compensadas por suas várias van-
tagens, as quais incluem (1) sua flexibilidade; (2) sua ajustabi-
lidade; (3) sua vantagem estética sobre outros grampos 
circunferenciais retentivos; (4) cobertura de uma superfície 
mínima do dente como resultado de sua linha de contato com 
o dente, em vez de de ter um contato de superfície de uma braço 
de grampo fundido; e (5) uma ocorrência menos provável de 
falha por fadiga em serviço com o braço retentivo cônico de fio 
trefilado versus um braço retentivo de semicírculo fundido.
As desvantagens listadas anteriormente não devem impedir 
seu uso, independentemente do tipo de liga metálica que é 
utilizada para a armação fundida. Problemas técnicos são mini-
mizados pela seleção do melhor fio trefilado para este propósito, 
e então inserindo na fundição ou soldando-o à armação fundida. 
A seleção do fio trefilado, a união deste à armação e os subse-
quentes procedimentos laboratoriais para manter suas ótimas 
propriedades físicas são apresentadas no Capítulo 12.
O paciente pode ser ensinado a evitar distorção do fio trefi-
lado explicando-se a ele que, para remover uma prótese parcial, 
a unha deve sempre ser posicionada a seu ponto de origem, 
onde ele é seguro rigidamente por causa da fundição, e não de 
sua ponta flexível. Frequentemente, a retenção lingual pode ser 
Suporte
Estabilização
Retenção
Vestibular
Terço oclusal
Terço médio
Terço cervical
Via de inserção
Fio trefilado
redondo calibre 18
B
A
Equador
protético
usada em vez da retenção vestibular, especialmente em um pilar 
inferior, de modo que o paciente nunca toque o braço de fio 
trefilado durante a remoção da prótese. Em vez disso, a remoção 
pode ser realizada pelo levantamento contra o braço de oposi-
ção fundido localizado no lado vestibular do dente. Isto nega a 
vantagem estética do braço de grampo de fio trefilado, e deve 
ser dada preferência à estética quando há escolha entre retenção 
vestibular e lingual. Na maioria da situações, no entanto, a 
retenção deve ser usada onde ela é possível e em conformidade 
com o desenho do grampo.
Grampo Circunferencial
Embora um completo conhecimento dos princípios do desenho 
dos grampos deva conduzir a uma aplicação lógica destes prin-
cípios, é melhor quandoalguns dos desenhos de grampo mais 
comuns são considerados individualmente. O grampo circun-
ferencial será considerado o primeiro entre todos os grampos 
fundidos.
O grampo circunferencial é geralmente o grampo mais 
lógico para usar com todas as próteses parciais removíveis den-
tossuportadas por causa de suas habilidades de retenção e esta-
bilidade (Figura 7-23). Somente quando a região retentiva pode 
ser mais bem abordada com um grampo a barra ou quando a 
estética será melhorada o último deve ser utilizado. O braço do 
grampo circunferencial tem as seguintes desvantagens:
1. É coberta uma maior quantidade de superfície dentária do 
que com um grampo a barra por causa de sua origem 
oclusal.
2. Em algumas superfícies dentárias, particularmente nas 
superfícies vestibulares dos dentes inferiores e nas superfícies 
palatinas dos dentes superiores, esta abordagem oclusal pode 
aumentar a largura da superfície oclusal do dente.
3. No arco inferior, mais metal pode ser exibido do que com o 
grampo a barra.
4. Como com todos os grampos fundidos, sua seção transversal 
em forma de semicírculo não permite ajustes para aumentar 
ou diminuir a retenção. Os ajustes na retenção possibilitados 
por um grampo fundido deve ser feito pela movimentação 
da ponta do grampo cervicalmente no ângulo de convergên-
cia cervical ou oclusalmente em uma área de menor retenção. 
A B
C D
E F
Apertar um grampo contra o dente ou afrouxá-lo do dente 
aumenta ou diminui a resistência friccional e não afeta o 
potencial retentivo do grampo. Um verdadeiro ajuste é, con-
sequentemente, impossível com a maioria dos grampos 
fundidos.
Apesar de suas desvantagens, o braço do grampo circunfe-
rencial fundido pode ser utilizado efetivamente, e algumas de 
suas desvantagens podem ser minimizadas pelo preparo da 
boca. Um preparo de boca adequado possibilitará que seu ponto 
de origem seja colocado suficientemente abaixo da superfície 
oclusal para evitar uma estética empobrecida e o aumento das 
dimensões do dente (Figura 7-23). Embora algumas das des-
vantagens enumeradas impliquem em que grampo tipo barra 
deva ser preferido, o grampo circunferencial é realmente supe-
rior ao grampo a barra que é indevidamente utilizado e mal 
desenhado.
A experiência tem mostrado que as possíveis vantagens dos 
grampos a barra são muitas vezes negadas pela aplicação e 
desenho inadequados enquanto o grampo circunferencial não 
é tão facilmente mal empregado.
A forma básica do grampo circunferencial é um braço ves-
tibular e um braço lingual originando-se do mesmo corpo 
(Figura 7-24). Este grampo é usado indevidamente quando 
dois braços retentivos do grampo originam-se de áreas do corpo e 
de apoio oclusal e atingem áreas retentivas bilaterais opostas 
ao ponto de origem. A maneira correta deste grampo tem 
apenas um braço retentivo, oposto por um braço de reciproci-
dade do lado oposto. Um erro comum é usar este grampo inde-
vidamente fazendo retentivas ambas pontas do grampo. Isto 
não somente é desnecessário, como também desrespeita o 
requisito de reciprocidade e estabilidade bilateral. Outros erros 
comuns no desenho de grampos circunferenciais são ilustrados 
na Figura 7-25.
Grampo em Anel. O grampo tipo circunferencial pode ser 
utilizado de diversas formas. Parece que muitas dessas formas 
do desenho básico do grampo circunferencial foram desenvol-
vidas para acomodar situações em que corretas modificações no 
dente não poderiam ser ou não foram realizadas pelo dentista. 
Um deles é o grampo em anel, que envolve aproximadamente 
todo um dente a partir de seu ponto de origem (Figura 7-26). 
Ele é usado quando uma área retentiva próxima não pode ser 
abordada por outros meios. Por exemplo, quando uma retenção 
mesiolingual em um molar inferior não pode ser abordada dire-
tamente por causa de sua proximidade com a área de apoio 
oclusal e não pode ser abordada com um braço de grampo a 
barra por causa da inclinação lingual do dente, o grampo em 
anel envolve o dente tornando possível que a retenção seja abor-
dada a partir do segmento distal do dente.
O grampo nunca deve ser utilizado como um anel sem 
suporte (Figura 7-27), pois se ele está livre para abrir e fechar 
como um anel, ele não pode fornecer oposição e estabilidade. 
Em vez disso, o grampo tipo anel deve sempre ser usado com 
uma estrutura de suporte no lado não retentivo, com ou sem 
um apoio oclusal auxiliar sobre a crista marginal oposta. A 
vantagem de um apoio auxiliar é que o movimento adicional 
de um dente com inclinação mesial é impedido pela presença 
de um apoio distal. Em qualquer evento, a estrutura de suporte 
deve ser considerada como um conector menor a partir do qual 
o braço retentivo flexível se origina. A oposição vem então da 
porção rígida do grampo compreendida entre a estrutura de 
suporte e o apoio oclusal principal.
O grampo do tipo anel deve ser usado em pilares protegidos, 
sempre que possível, pois ele cobre de tal maneira uma grande 
A
C
E F G
B
D
área da superfície do dente. A estética não necessita ser consi-
derada em tais dentes posteriormente localizados.
Um grampo do tipo anel pode ser invertido e usado em um 
pilar localizado anteriormente a um espaço edêntulo interca-
lado (Figura 7-28). Ainda que seja potencialmente um grampo 
efetivo, este grampo cobre uma porção excessiva da superfície 
dentária e pode ser esteticamente censurável. A única justifica-
tiva para seu uso é quando uma retenção distovestibular ou 
distolingual não pode ser abordada diretamente por uma área 
de apoio oclusal e/ou retenções teciduais impedem sua aproxi-
mação de uma direção gengival por um grampo a barra.
Grampo Gêmeo. Na confecção de uma prótese parcial 
removível Classe II ou Classe III sem modificações, nenhum 
espaço edêntulo está disponível no lado oposto do arco para 
ajudar na colocação de grampos. Mecanicamente isto é uma 
desvantagem. No entanto, quando os dentes são íntegros e 
áreas retentivas estão disponíveis ou quando múltiplas restau-
rações são indicadas, podemos nos valer do grampo gêmeo 
(Figura 7-29).
Deve-se prover espaço suficiente entre os dentes pilares nos 
seus terços oclusais para permitir a colocação do corpo comum 
do grampo gêmeo (Figura 7-30), embora a área de contato não 
deva ser totalmente eliminada. Historicamente, este grampo 
A B
demonstra uma alta porcentagem de fratura causada por pre-
paração inadequada do dente na área de contato. Como as áreas 
vulneráveis do dente são envolvidas, é recomendada a proteção 
do pilar com incrustações ou coroas. A decisão de utilizar pilares 
desprotegidos deve ser feita quando do exame clínico e baseada 
na idade do paciente, no índice de cárie e higiene oral, bem 
como em serem os contornos do dentes existentes favoráveis ou 
precisarem ser tornados favoráveis pela modificação do dente. 
O preparo de dentes adjacentes, contactantes e sem coroas para 
receberem qualquer tipo de grampo gêmeo de volume inter-
proximal adequado é dificultado, especialmente com antagonis-
tas naturais.
O grampo gêmeo deve sempre ser usado com duplos apoios 
oclusais, mesmo quando ombros proximais definidos podem 
ser estabelecidos (Figura 7-31). Isto é feito para evitar uma ação 
de cunha pela prótese, o que poderia causar separação dos 
dentes pilares, resultando em impactação alimentar e desloca-
mente do grampo. Além de promoverem suporte, apoios oclu-
sais servem para desviar a comida para fora das áreas de contato. 
Por essa razão, apoios oclusais devem sempre ser usados toda 
vez que for possível impactação alimentar.
O grampo gêmeo deve ter dois braços de retenção e dois 
braços de oposição que são bilateralmente ou diagonalmente 
opostos. Um apoio oclusal auxiliar ou um grampo a barra 
podem ser substituídos por um braço de oposição circunferen-
cial, desde que resulte em reciprocidade e estabilidade corretas. 
Um grampo retentivo colocado lingualmente pode ser substi-
tuído se um grampo circunferencial rígido é colocado na super-
fície vestibular para oposição,desde que a retenção lingual seja 
utilizada do lado oposto do arco. Outras modificações menos 
utilizadas do grampo circunferencial fundido que são de inte-
resse histórico são o grampo múltiplo, o grampo meio a meio 
e o grampo de ação reversa.
Grampo de Ação Reversa. O grampo de ação reversa é uma 
modificação do grampo em anel; ele tem todas as mesmas 
desvantagens e nenhuma vantagem aparente (Figura 7-32). 
Seu uso é difícil de ser justificado. A área retentiva pode, 
geralmente ser também abordada usando um grampo cir-
cunferencial convencional, com menor cobertura do dente e 
menor exposição de metal. Com o grampo circunferencial, 
a superfície proximal do dente pode ser usada como 
plano-guia, desde que ela possa ser, e o apoio oclusal possa 
ter o suporte rígido requerido. Um apoio oclusal sempre 
deve ser anexado a algum conector menor rígido e nunca 
deve ser suportado por um braço de grampo apenas. Se o 
apoio oclusal é parte de um conjunto flexível, ele pode não 
funcionar adequadamente como um apoio oclusal.
Grampo Múltiplo. O grampo múltiplo simplesmente con-
siste em dois grampos circunferenciais opostos unidos pela 
extremidade terminal dos dois braços de oposição (Figura 
7-33). Este grampo é utilizado quando são necessárias reten-
ção adicional e estabilidade, geralmente em próteses parciais 
dentossuportadas. Ele pode ser usado para retenção múltipla 
em casos em que a prótese parcial substitui todo um meio 
arco dental inteiro. Ele pode ser usado em vez de um grampo 
gêmeo quando as únicas áreas retentivas são adjacentes umas 
às outras. Sua desvantagem é que são necessárias duas abor-
dagens nas ameias em vez de uma única ameia comum para 
ambos os grampos.
Grampo Meio a Meio. O grampo meio a meio consiste em 
um braço retentivo circunferencial que surge de uma direção 
e um braço de oposição que surge de outra (Figura 7-34). O 
segundo braço deve partir de um segundo conector menor 
e este braço é utilizado com ou sem um apoio oclusal auxi-
liar. A oposição partindo de um segundo conector menor 
geralmente pode ser realizada com uma barra curta ou com 
um apoio oclusal auxiliar, desta forma evitando uma cober-
tura muito grande do dente. Há pouca justificativa para o 
uso de um grampo meio a meio no caso de extremidades 
livres bilaterais. Seu desenho foi originalmente destinado a 
fornecer uma retenção dual, um princípio que deve ser apli-
cado somente em próteses parciais unilaterais.
Grampo de Ação Reversa. O braço de grampo de ação 
reversa, ou em anzol, é desenhado para permitir que se atinja 
uma área retentiva próxima com uma aproximação oclusal 
A
B
(Figura 7-35). Outros métodos de obter este mesmo resul-
tado envolvem o uso de um grampo em anel originando-se 
no lado oposto do dente ou um grampo a barra originando-se 
de uma direção cérvico-oclusal. No entanto, quando a área 
retentiva próxima necessita ser usada em um pilar posterior, 
e quando retenções teciduais, dentes inclinados ou inserções 
teciduais altas contra indicam o uso de um grampo a barra, 
o grampo de ação reversa pode ser utilizado com sucesso. 
Embora o grampo em anel possa ser preferível, áreas reten-
tivas linguais podem impedir a colocação de uma estrutura 
de suporte sem interferência lingual. Nesta situação limitada, 
o grampo de ação reversa funciona adequadamente, apesar 
de suas inúmeras desvantagens. O grampo recobre conside-
rável superfície dentária e pode capturar restos; sua origem 
oclusal pode aumentar a carga funcional sobre o dente e sua 
flexibilidade é limitada. A estética geralmente não precisa ser 
considerada quando o grampo é utilizado em um pilar pos-
terior, mas o braço do grampo de ação reversa tem a desvan-
tagem adicional de exibir muito metal para uso em um pilar 
anterior.
Quando adequadamente desenhado, o grampo de ação 
reversa deve fazer uma curva como um anzol para atingir 
uma área retentiva abaixo do ponto de origem (Figura 7-35). 
A parte superior do braço deste grampo deve ser considerada 
como um conector maior, dando origem a um braço afilado 
inferior. Portanto, apenas a parte inferior do braço deve ser 
flexível. Com a porção retentiva começando após a volta, 
apenas a parte inferior do braço deve flexionar sobre a linha 
equatorial para atingir a área retentiva. A curva que conecta 
as partes superiores e inferiores do braço deve ser arredon-
dada para evitar acúmulo de tensão e fratura do braço na 
curva. O grampo deve ser desenhado e fabricado com isto 
em mente.
Existem vários tipos de grampos circunferenciais fun-
didos. Como já mencionado, eles podem ser usados em 
combinação com grampo a barra enquanto uma diferen-
ciação é feita entre retenção e oposição por sua forma e 
localização. Braços de grampo circunferenciais e a barra 
podem ser feitos flexíveis (retentivos) ou rígidos (oposi-
ção) em qualquer combinação, enquanto cada braço de 
grampo retentivo é oposto por um componente de reci-
procidade rígido.
O uso de várias das formas de grampos menos desejáveis 
pode ser evitada pela alteração da forma da coroa dos pilares 
através de modificação dos dentes a partir de desgaste do 
esmalte ou com restaurações. Quando um recobrimento do 
pilar é confeccionado, o contorno do dente deve ser estabe-
lecido para permitir o uso da forma mais desejável de 
grampo, em vez de uma forma que necessite de um grampo 
indesejável. Isto é mais bem realizado pela prévia alteração 
do contorno dos dentes pilares, não indicados para restau-
ração, para atender aos requisitos de plano-guia e de locali-
zação da linha equatorial. Isto é seguido pelo preparo da 
coroa prescrito. Antes de feita a redução do dente para o 
preparo da coroa, os requisitos de plano-guia e localização 
da linha equatorial devem ser conhecidos.
Embora o retentor direto extracoronário, ou tipo grampo, seja 
usado mais frequentemente que o encaixe intracoronário, ele é 
comumente mal empregado. Espera-se que um melhor enten-
dimento dos princípios do desenho do grampo conduzirá a um 
uso mais inteligente deste retentor. Para melhor entendimento, 
é vitalmente importante que os clínicos considerem como o 
contorno do dente e os componentes da prótese parcial remo-
vível devem interagir (se relacionar) para possibilitar uma função 
estável da prótese. Assim como um dente inalterado não está 
devidamente contornado para receber próteses parciais fixas 
sem preparo, os dentes que estão envolvidos em uma prótese 
parcial removível devem ser contornados para dar suporte, 
estabilidade e retenção para a prótese funcionar. A análise e a 
realização de modificações do dente quando necessárias para 
otimizar a estabilidade e a retenção são necessárias para o 
sucesso da prótese.
Áreas críticas de um pilar que prevejam retenção e estabili-
dade (reciprocidade) podem ser identificadas somente com o 
uso de um delineador (Tabela 7-1). Para melhorar o entendi-
mento dos retentores diretos, é apropriada neste momento uma 
introdução ao delineador dental. O delineamento será explicado 
em detalhes no Capítulo 11.
O delineador (Figura 7-36) é um instrumento simples porém 
essencial para o planejamento do tratamento com próteses 
parciais removíveis. Suas principais partes ativas são o braço 
vertical e a mesa ajustável, a qual apoia o modelo em uma 
relação fixa com o braço vertical. Esta relação do braço vertical 
com o modelo representa a trajetória de colocação que a prótese 
parcial removível irá tomar em última instância quando colo-
cada ou removida da boca (Figura 7-37).
A mesa ajustável pode ser inclinada em relação ao braço 
vertical do delineador até que uma trajetória possa ser encon-
trada para melhor satisfazer todos os fatores envolvidos 
(Figura 7-38). Um modelo em uma relação horizontal com o 
braço vertical representa uma via de inserção vertical; um 
modelo em uma relação inclinada representa uma via de inser-
ção voltada para o lado do modelo que está inclinado para 
cima. O braço vertical, quando em contato com a superfície do 
dente, identifica na coroa clínica a localizaçãoda maior con-
cavidade. Esta linha, chamada de linha equatorial (específico 
para a trajetória definida pelo delineador) é a fronteira entre (1) 
uma região oclusal ou incisal do dente que é livremente aces-
sível pela prótese e (2) uma região cervical do dente que 
pode ser alcançada somente quando uma porção da prótese 
Tabela 7-1
Função e Posição de Componentes dos Grampos
Componente Função Localização
Apoio Suporte Oclusal, lingual, incisivo
Conector menor Estabilização Superfícies proximais 
estendendo-se desde o 
rebordo marginal 
preparado até a junção 
do meio e terço 
cervical da coroa de 
suporte
Braços do 
grampo
Estabilização 
(reciprocidade)
Porção apical do terço 
médio da coroa
Retenção Terço cervical da coroa 
com retenção calibrada
Via
de inserção
A B
Equador
protético x
x
deforma-se elasticamente e recupera-se para entrar em contato 
com o dente. Esta trajetória definida pelo delineamento e a 
subsequente linha equatorial indicarão as áreas disponíveis 
para retenção e aquelas disponíveis para suporte e estabilidade, 
assim como a existência de um dente ou outro tecido interfe-
rindo na trajetória de inserção.
Quando a faca do delineador entra em contato com o dente 
no modelo na sua maior convexidade, forma-se um triângulo. 
O ápice do triângulo está no ponto de contato da faca do deli-
neador com o dente e a base é a área do modelo representando 
o tecido gengival (Figura 11-18). O ângulo apical é chamado de 
ângulo de convergência cervical (Figura 7-37). Esse ângulo pode 
ser medido como descrito no Capítulo 11 ou pode ser estimado 
pela observação do triângulo de luz visível entre o dente e a faca 
do delineador. Por essa razão, é usada uma faca de delineador 
mais ampla em vez de uma ferramenta pequena cilíndrica, pois 
é mais fácil ver o triângulo de luz. A importância do ângulo 
reside na sua relação com a quantidade de retenção.
A retenção no grampo é baseada na resistência à deformação 
do metal. Para um grampo ser retentivo ele deve ser colocado 
em uma área de retenção do dente em que ele seja forçado a 
deformar a partir da aplicação de uma força vertical de desloca-
mento (Figura 7-39). É essa resistência à deformação ao longo 
A
B
C
de uma trajetória devidamente selecionada que gera a retenção 
(Figura 7-40). Essa resistência à deformação é dependente de 
vários fatores e é também proporcionada pela flexibilidade do 
braço do grampo.
A interação de uma série de fatores sob o controle do clínico 
se combinam para produzir retenção. Estes fatores são o dente 
(planejado e executado pelo clínico) e a prótese (que será pla-
nejada pelo dentista e executada pelo técnico de laboratório).
Os fatores relacionados aos dentes incluem o tamanho do 
ângulo de convergência cervical (profundidade da retenção) e 
quão longe a ponta do grampo é colocada no ângulo de con-
vergência cervical. Os fatores relacionados às próteses incluem 
a flexibilidade do braço do grampo. A flexibilidade do grampo 
é o produto do comprimento do grampo (medido a partir de 
seu ponto de origem até sua extremidade final), do diâmetro 
relativo do grampo (independente da forma de secção trans-
versal), da forma ou contorno de sua secção transversal (se ela é 
arredondada, em semicírculo ou de alguma outra forma) e do 
material usado para confeccionar o grampo. As características de 
retenção da liga de ouro, da liga de cromo, do titânio ou da liga 
de titânio dependem de ele estar na forma fundida ou forjada.
Para ser retentivo, um dente precisa ter um ângulo de conver-
gência cervical na altura do equador. Quando ele é delineado, 
qualquer dente sozinho terá uma linha equatorial ou uma 
área de maior convexidade. Áreas de convergência cervical 
podem não existir quando o dente é visto em relação a uma 
determinada via de inserção. Também, certas áreas de conver-
gência cervical podem não ser utilizáveis para a colocação de 
grampos retentivos por sua proximidade com os tecidos 
gengivais.
Isto é mais bem ilustrado pela montagem de um objeto 
esférico, como um ovo, na mesa ajustável de um delineador 
(Figura 7-38). O ovo agora representa o modelo de um arco 
dental, ou, mais corretamente, um dente de um arco dental. O 
ovo primeiramente é colocado perpendicular a base do delinea-
dor e delineado de forma que a linha equatorial seja determi-
nada. O braço vertical do delineador representa a via de inserção 
que a prótese irá tomar e reciprocamente a sua trajetória de 
remoção.
Com um marcador de carbono, uma linha circunferencial 
foi desenhada em um ovo na sua circunferência maior, como 
mostrado pela seta na Figura 7-38, A. Esta linha, que Kennedy 
chamou de equador protético, é sua maior convexidade. Cummer 
falou dela como uma linha guia, porque ela é usada como um 
guia na inserção dos grampos retentivos e não retentivos. A isto, 
DeVan adicionou o termo expulsivo, denotando a superfície 
inclinada superiormente, e retentivo, denotando a superfície 
inclinada inferiormente.
Qualquer área cervical do equador protético pode ser usada 
para inserção dos componentes retentivos do grampo, enquanto 
que a área para oclusal da linha equatorial pode ser usada para 
a inserção de componentes não retentivos, estabilizadores e de 
reciprocidade. Obviamente, apenas componentes flexíveis 
podem ser colocados cervicalmente do equador protético 
porque elementos rígidos não se flexionariam sobre a linha 
equatorial ou em contato com o dente na área retentiva.
Com o equador original marcado no ovo, este será agora 
inclinado a partir de uma relação perpendicular para uma 
relação angular com a base do delineador (Figura 7-38, B). 
Sua relação com o braço vertical do delineador foi agora 
mudada, apenas com uma mudança na posição do modelo 
dental trazida a partir de uma relação diferente com o deli-
neador. O braço vertical do delineador ainda representa a via 
de inserção. No entanto, sua relação com o ovo é totalmente 
diferente.
Novamente, o marcador de carbono é usado para delinear 
o equador protético ou a maior convexidade. Será visto que 
áreas que eram antigamente retentivas são agora expulsivas, e 
vice-versa. Um braço retentivo do grampo colocado abaixo da 
linha equatorial na posição original pode agora ser excessiva-
mente retentivo ou não retentivo, considerando que um braço 
de oposição ou de estabilização não retentivo que é colocado 
abaixo da linha equatorial na primeira posição pode agora estar 
em uma área de retenção. A Figura 7-35 C ilustra este princípio, 
comparado com o exemplo do dente, mostrando que mudan-
ças na inclinação podem alterar significativamente a linha 
equatorial.
Força elevatória
Força elevatória
A localização e a profundidade da retenção do dente dispo-
nível são, portanto, relativas somente à via de inserção e 
remoção da prótese parcial. Ao mesmo tempo, áreas não reten-
tivas em que componentes rígidos do grampo podem ser colo-
cados existem apenas para uma determinada via de inserção 
(Figura 7-39).
Se são encontradas condições não favoráveis para uma via 
de inserção particular sob consideração, deve ser um estudo 
conduzido para uma trajetória de inserção diferente. O modelo 
é meramente inclinado em relação ao braço vertical até que a 
trajetória mais adequada seja conseguida. A via de inserção mais 
adequada é geralmente considerada para ser a que exigirá a 
menor quantidade de preparo de boca necessária para coloca-
ção dos componentes da prótese parcial removível em sua 
posição ideal nas superfícies dentárias e em relação com o tecido 
mole. Então, o preparo da boca é planejado tendo-se em mente 
a via de inserção definida.
É importante lembrar que superfícies dentárias podem ser 
recontornadas através de desgaste seletivo ou da colocação de 
restaurações (preparos de boca) para alcançar uma trajetória de 
inserção mais adequada. A via de inserção também necessita 
levar em consideração a presença de retenção tecidual que pode 
interferir na inserção do conector maior, na localização dos 
conectores menores verticais, na origemdos grampos a barra e 
nas bases da prótese.
Quando a teoria da retenção do grampo é aplicada ao 
dente pilar no arco dental durante o delineamento do modelo 
dental, cada dente pode ser considerado individualmente e 
A B
C
D
Bala
de caramelo
em relação com o outro dente pilar na medida em que os dese-
nhos dos componentes de retenção e estabilidade (reciprocidade) 
são considerados. Isto é necessário porque a relação de cada 
dente com o arco inteiro e com o desenho da prótese como um 
todo tem sido considerado previamente quando os dentes são 
selecionados ou modificados para alcançar a mais adequada via 
de inserção. Uma vez que este relacionamento do modelo com 
o delineador foi estabelecido, a linha equatorial em cada dente 
pilar se torna fixa e o desenho do grampo para cada dente deve 
ser considerado separadamente.
Uma trajetória de inserção e de remoção positiva é tornada 
possível pelo contato das partes rígidas da armação da prótese 
com as superfícies paralelas do dente, as quais atuam como 
planos-guia. Como os planos-guia controlam a via de inserção 
e remoção, eles podem fornecer retenção adicional para as 
próteses parciais removíveis pela limitação das possibilidades de 
deslocamento existentes. Quanto mais verticais são as paredes 
(planos-guia) preparadas paralelas a via de inserção, menores 
são as possibilidades de deslocamento. Se existe algum grau de 
paralelismo durante a inserção e a remoção, são inevitáveis 
traumas aos dentes e às estruturas de suporte e pressão sobre 
as partes da prótese. Isto basicamente resulta em dano ao 
dente e seu suporte periodontal, ou à própria prótese, ou 
ambos. Portanto, sem planos-guia a retenção do grampo será 
menor ou praticamente não existirá. Se a retenção do grampo 
é friccional somente por causa de uma relação ativa do grampo 
com o dente, então acontecerão movimentos ortodônticos ou 
danos ao tecido periodontal, ou ambos. Em vez disso, um 
grampo deve ter uma relação passiva com o dente, exceto 
quando forças de deslocamento são aplicadas. Além do grau 
do ângulo cervical de convergência e da distância em que o 
grampo é colocado do ângulo cervical de convergência, a quan-
tidade de retenção gerada pelo grampo depende de sua flexibi-
lidade. Isto é uma função do comprimento do grampo, do seu 
diâmetro, de sua conicidade, de sua forma da secção transversal 
e do material.
A quantidade de retenção também depende da flexibilidade 
do braço do grampo. Isto é uma função do comprimento do 
grampo, do seu diâmetro, de sua conicidade, de sua forma da 
secção transversal e do material.
Quanto maior for o braço do grampo, mais flexível ele será, 
mantidos iguais os outros fatores. O comprimento de um braço 
de um grampo circunferencial é medido a partir do ponto no 
qual o afilamento uniforme se inicia. A modificação do dente 
para promover aumento do comprimento da porção expulsiva 
de um grampo retentivo, possibilitando que a ponta retentiva 
se aproxime da área retentiva, vindo de uma direção cervical, 
otimiza a retenção do grampo (Figura 7-8). O braço retentivo 
do grampo circunferencial deve ser uniformemente cônico 
desde seu ponto de origem (Figura 7-41).
O comprimento de um braço de grampo a barra também 
é medido a partir do ponto em que a conicidade uniforme 
começa. Geralmente o afilamento do braço do grampo a barra 
deve começar no seu ponto de origem a partir de uma base 
metálica ou no ponto em que ele emerge da base de resina 
(Figura 7-42). Embora um braço de grampo a barra geral-
mente vá ser mais longo que um braço de grampo circunfe-
rencial, sua flexibilidade será menor porque sua forma de 
semicírculo recai sobre vários planos, o que evita que sua fle-
xibilidade seja proporcional ao seu comprimento total. As 
Tabelas 7-2 e 7-3 dão uma profundidade aproximada de reten-
ção que pode ser usada para fundição de braços de retenção 
de grampos circunferenciais e do tipo barra em ouro e 
cromo-cobalto. Com base em um limite proporcial de 60.000 psi 
e assumindo que o braço do grampo é adequadamento cônico, 
o braço do grampo deve ser capaz de flexionar repetidamente 
dentro dos limites estabelecidos sem endurecer ou ocorrer 
ruptura por fadiga. Foi estimado que aplicações alternadas de 
estresse do tipo fadiga são colocadas no braço do retentor 
durante a mastigação e outras funções produtoras de forças 
cerca de 300.000 vezes por ano.
Quanto maior o diâmetro médio do braço do grampo, menos 
flexível ele será, mantidos iguais todos os outros fatores. Se sua 
conicidade é absolutamente uniforme, o diâmetro médio será o 
ponto a meio caminho ente sua origem e sua extremidade final. 
Um décimo ou menos do comprimento do grampo
T
T
T
T
½ T
½ T
½ T
½ T
Se sua conicidade não for uniforme, existirá um ponto de flexão 
– e, portanto, um ponto de fraqueza; este, então, será o fator 
determinante de sua flexibilidade, independentemente do diâ-
metro médio de seu comprimento total.
A flexibilidade pode existir em qualquer forma, mas ela é limitada 
em um sentido no caso de uma forma semicircular. A única 
forma universalmente flexível é a forma arredondada, que é pra-
ticamente impossível de se obter por fundição ou polimento.
Como muitos grampos fundidos são essencialmente na 
forma de semicírculos, eles podem ser fletidos para fora do 
dente, mas a flexão (e o ajuste) no sentido vertical é limitada. 
Por essa razão, braços de retenção de grampos fundidos são 
mais aceitáveis em prótese parciais removíveis dentossuporta-
das em que eles são solicitados a se flexionarem apenas durante 
a inserção e a remoção da prótese. Um braço de retenção em 
um pilar adjacente a uma extremidade livre distal não só neces-
sita flexionar-se durante a inserção e remoção, como também 
deve ser capaz de flexionar-se durante movimentos funcionais 
desta base. Ele deve ter flexibilidade universal para evitar a 
transmissão de forças de torque para o dente pilar ou deve ser 
capaz de se liberar da área retentiva quando forças verticais 
direcionadas contra a prótese recaem sobre o rebordo residual. 
Um grampo arredondado é a única forma de grampo circunfe-
rencial que pode ser seguramente utilizada para atingir a área 
retentiva no lado oposto à extremidade livre do dente pilar. A 
localização da área retentiva é talvez o fator isolado mais impor-
tante na seleção do grampo para o uso com próteses parciais 
removíveis de extremidade livre distal.
Embora todas as ligas fundidas usadas na construção das pró-
teses parciais removíveis tenham flexibilidade, sua flexibilidade 
é proporcional ao seu volume. Se isto não fosse verdade, outros 
componentes da prótese parcial não teriam a rigidez necessária. 
Uma desvantagem de uma prótese parcial fundida em ouro é 
que suas dimensões precisam ser aumentadas para obter a 
necessária rigidez às custas da adição de peso e aumento do 
custo. Não se pode negar que é possível maior rigidez com 
menor corpo por meio do uso de ligas de cromo-cobalto.
Ainda que ligas de ouro fundidas possam ter melhor resi-
liência do que ligas de cromo-cobalto fundidas, permanece o 
fato de que a estrutura natural do grampo fundido não se apro-
xima da flexibilidade e da natureza ajustável do grampo de fio 
trefilado. Por ter se tornado fio pelo repuxo do metal, o braço 
trefilado tem resistência que excede a de um braço fundido. A 
força de tração de uma estrutura trefilada é pelo menos 25% 
maior do que da liga fundida pelo mesmo material. Ele pode, 
portanto, ser usado em diâmetros menores para fornecer maior 
flexibilidade sem fadiga e eventual fratura.
Agora que os fatores inerentes a determinação da quantidade de 
retenção para grampos individuais foram revisados, é impor-
tante considerar a coordenação da retenção relativa entre vários 
grampos numa única prótese.
O tamanho do ângulo de convergência determinará quão 
longe um determinado braço do grampo deve ser colocado 
neste ângulo. Desconsiderando – por enquanto – variações na 
flexibilidade do grampo, a uniformidade relativa de retenção 
dependeráda localização da parte retentiva do braço do grampo, 
não em relação ao equador protético, mas em relação ao ângulo 
cervical de convergência.
A retenção em todos os pilares principais deve ser tão equi-
valente quanto possível. Embora a colocação estética dos braços 
dos grampos seja desejável, pode não ser possível colocar todos 
os braços dos grampos na mesma relação oclusocervical devido 
às variações nos contornos dos dentes. No entanto, superfícies 
retentivas podem ficar parecidas pela alteração do contorno do 
dente ou pelo uso de restaurações fundidas com contornos 
semelhantes.
Os braços retentivos dos grampos devem ser localizados de 
modo que fiquem aproximadamente com o mesmo grau de reten-
ção em cada dente pilar. Na Figura 7-37, isto acontece no ponto 
X em ambos os dentes – A e B – apesar da variação na distância 
abaixo da linha equatorial. Se ambos os braços do grampo fossem 
colocados igualmente abaixo da linha equatorial, a localização 
mais alta no dente B teria muito pouca retenção, enquanto a 
localização mais baixa no dente A seria muito retentiva.
A medição do grau de retenção por meios mecânicos com o 
uso do delineador é importante. No entanto, a identificação da 
retenção é apenas um fator importante a se considerar quando 
se está fornecendo apropriada retenção para a prótese parcial 
removível.
Tabela 7-2
Flexibilidades Permitidas de Grampos dos Tipos Barra e 
Circunferenciais de Ligas de Ouro do Tipo IV*
Circunferencial Tipo barra
Comprimento 
(polegadas)
Flexibilidade 
(polegadas)
Comprimento 
(polegadas)
Flexibilidade 
(polegadas)
0 a 0,3 0,01 0 a 0,7 0,01
0,3 a 0,6 0,02 07 a 0,9 0,02
0,6 a 0,8 0,03 0,9 a 1,0 0,03
*Com base nas dimensões aproximadas dos modelos plásticos de grampo 
pré-formados da Jelenko (JF Jelenko, New York, NY).
Tabela 7-3
Flexibilidades Permitidas de Grampos dos Tipos Barra e 
Circunferenciais de Ligas de Cromo-Cobalto*
Circunferencial Tipo barra
Comprimento 
(polegadas)
Flexibilidade 
(polegadas)
Comprimento 
(polegadas)
Flexibilidade 
(polegadas)
0 a 0,3 0,004 0 a 0,7 0,004
0,3 a 0,6 0,008 07 a 0,9 0,008
0,6 a 0,8 0,012 0,9 a 1,0 0,012
*Com base nas dimensões aproximadas dos modelos plásticos de grampo 
pré-formados da Jelenko (JF Jelenko, New York, NY).
Quando o retentor direto entra em contato com o dente, a 
armação deve ser estabilizada contra movimentos horizontais 
para que ocorra a deformação necessária do grampo. Esta esta-
bilização é derivada dos contatos da armação nos dois lados do 
arco ou do grampo de estabilização ou reciprocidade no mesmo 
conjunto de grampo. Para fornecer verdadeira reciprocidade, 
o grampo de oposição deve estar em contato durante todo o 
período da deformação do braço retentivo. Isto é obtido de 
maneira mais satisfatória com superfícies de planos-guia 
linguais-palatais.
Um braço de estabilização (reciprocidade) do grampo deve 
ser rígido. Portanto, ele é feito um pouco diferente de um braço 
de retenção fundido, que deve ser flexível. Seu diâmetro médio 
deve ser maior que o diâmetro médio do braço retentivo oposto, 
para aumentar a desejada rigidez. Um braço retentivo fundido 
é cônico em duas dimensões, como ilustrado na Figura 7-41, 
enquanto um braço de oposição deve ser cônico em apenas uma 
dimensão, como apresentado na Figura 7-43. Alcançar tal forma 
para o braço requer padrões de cera a mão livre.
Como foi afirmado anteriormente, em situações em que os 
requisitos de suporte são adequadamente satisfeitos por tecidos 
orais disponíveis, os implantes dentários podem ser usados para 
promover retenção e eliminar um grampo visível. O aspecto 
único, com o uso de implante junto a próteses parciais removí-
veis (PPRs), é que sua localização geralmente pode ser prescrita, 
significando que o clínico pode escolher a melhor localização. 
A localização dentro do espaço de modificação precisa primeiro 
considerar as características anatômicas de disponibilidade 
óssea. Não seria uma grande vantagem para o paciente se pro-
cedimentos de aumento extensos fossem necessários para pos-
sibilitar a colocação do implante em conjunto com um PPR.
Um décimo ou menos do comprimento do grampo
T
T
½ T
½ T
T
½ T
Se as condições anatômicas são satisfeitas, a colocação de um 
implante dentro do espaço de modificação, beneficiando as 
necessidades de retenção, exige considerações quanto da sua 
colocação anterior, média ou distal do espaço protético. Como 
os retentores que utilizam dentes foram sempre restritos à loca-
lização do dente em cada ponta de uma extensão, a localização 
no meio da extensão tipicamente não é considerada. No entanto, 
o uso de implantes torna possível planejar qual local é mais 
benéfico para promover retenção e onde pode ser fornecida a 
força de resistência mais eficiente contra movimentos de deslo-
camento da base da prótese. A instalação em cada extremidade 
da base da prótese pode permitir uma movimentação maior do 
que a colocação em um ponto médio, e portanto ser levada em 
consideração.
Os apoios intracoronários são comentados no Capítulo 6. 
Foi enfatizado que o apoio intracoronário não é usado como 
um retentor, mas que suas paredes quase verticais preveem 
reciprocidade contra um braço retentivo do grampo lingual-
mente colocado. Por essa razão, braços de grampos visíveis 
podem ser eliminados, evitando assim uma das principais 
objeções ao retentor extracoronário.
Este braço de retenção, terminando em uma área reten-
tiva já existente ou preparada no dente pilar, pode ser de 
qualquer desenho aceitável. Ele é geralmente um braço cir-
cunferencial que se origina do corpo de uma armação de 
prótese na área do apoio. Ele pode ser trefilado porque as 
vantagens de ajustabilidade e flexibidade fazem o braço 
deste grampo preferível. Ele pode ser fundido em ouro ou 
em liga de cromo-cobalto de baixa fusão ou pode ser 
montado e soldado a um das ligas de cromo-cobalto de alta 
fusão. Em qualquer situação, ajustes futuros ou reparos são 
facilitados.
O uso de retenção extracoronária lingual evita grande 
parte do custo de um encaixe intracoronário e dispõe ainda 
de um braço de grampo visível quando a estética precisa ser 
considerada. Frequentemente empregados em prótese parcial 
removível dentossuportada somente nos pilares anteriores e 
quando a estética não é primordial, os pilares posteriores são 
feitos de maneira convencional.
Uma das principais considerações dos dentistas na seleção 
do grampo é o controle da tensão transferida ao dente pilar 
quando o paciente excede uma força oclusal nos dentes 
artificiais. A localização e o desenho dos apoios, os braços do 
grampo e a posição com que os conectores menores se rela-
cionam com os planos-guia são fatores-chave no controle da 
transferência da tensão sobre os pilares. Erros no desenho de 
um grampo podem resultar em tensões não controladas nos 
dentes pilares e seus tecidos de suporte. Alguns erros comuns 
e suas correções são ilustrados nas Figuras 7-44 e 7-45.
A escolha do desenho do grampo deve ser baseada em 
princípios biológicos e mecânicos. A responsabilidade do 
dentista pelo tratamento que está sendo feito deve ser capaz 
de justificar o desenho do grampo usado para cada dente 
pilar mantendo esses princípios.
Força
oclusal
Conector menor em
contato com o dente
Força oclusal
Sem contato
A
B
Sem contato
Força
oclusal
Possível cunha Sem contato
Força
oclusal
Força
oclusal
pg
A B
C D
Como mencionamos anteriormente neste capítulo, os prin-
cípios de encaixe intracoronário foram formulados primei-
ramente pelo Dr. Hermam E. S. Chayes em 1906. Um encaixe 
manufaturado e vendido comercialmente ainda carrega seu 
nome. Embora ele possa ser fabricado por um técnico den-
tário como um encaixe apropriado em um receptáculo na 
contraparte da coroa do pilar, as ligas utilizadas em encaixes 
pré-fabricados e a precisão com que eles são construídos 
fazem com que encaixes prontos sejam preferíveis a qualquer 
um dos tipos que podem ser fabricados em laboratórios 
dentários.O maior crédito é devido aos fabricantes de metais 
usados em Odontologia pelo melhoramento contínuo no 
desenho de encaixes intracoronários.
O encaixe intracoronário tem duas grandes vantagens 
sobre os retentores extracoronários: eliminação de compo-
nentes de retenção e suporte visíveis e melhor suporte 
vertical através do nicho localizado mais favoravelmente 
em relação ao eixo horizontal do dente pilar. Por essas 
razões, o encaixe intracoronário pode ser preferível em 
situações eletivas. Ele fornece estabilidade horizontal pare-
cida com a do apoio intracoronário. No entanto, a estabili-
dade extracoronária adicional é geralmente desejável. 
Afirma-se que a estimulação do tecido subjacente é maior 
quando encaixes intracoronários são empregados devido à 
massagem vertical intermitente. Isto, provavelmente, não é 
maior que a possível com retentores extracoronários de 
construção semelhante.
Como descrito no Capítulo 4, pode existir movimento nas 
próteses parciais removíveis em três planos. As próteses parciais 
dentossuportadas usam efetivamente os dentes para controlar 
o movimento de afastamento da mucosa. As próteses parciais 
dentomucosossuportadas não têm essa capacidade, pois uma de 
suas extremidades é livre para fazer esse movimento de afasta-
mento da mucosa. Isso pode acontecer devido aos efeitos da 
gravidade no arco superior ou devido a comidas pegajosas em 
qualquer um dos arcos. A atenção aos detalhes do desenho e à 
localização dos componentes da prótese parcial no controle de 
movimentos funcionais é uma estratégia utilizada no desenho 
de próteses parciais removíveis.
Quando a base da extremidade livre da prótese é deslocada 
da área basal, ela tende a rotacionar em torno da linha de fulcro. 
Teoricamente, este movimento de afastamento da mucosa pode 
ser anulado pela ativação dos retentores diretos, dos compo-
nentes estabilizadores dos grampos e dos componentes rígidos 
da armação das próteses parciais removíveis, que estão locali-
zados sobre descansos bem definidos do lado oposto à linha de 
fulcro e distante da extremidade livre. Estes componentes são 
referidos como retentores indiretos (Figuras 8-1 e 8-2). Os 
 componentes dos retentores indiretos devem ser colocados 
tão longe quanto possível da extremidade livre, pois assim irão 
promover uma proteção mais efetiva contra o deslocamento 
(Figura 8-3).
Para um melhor entendimento na discussão sobre localiza-
ção e função dos retentores indiretos, as linhas de fulcro devem 
ser consideradas o eixo sobre o qual a prótese irá rotacionar 
quando a base se desloca do rebordo residual.
Um retentor indireto consiste em um ou mais apoios e 
seus conectores menores de suporte (Figuras 8-4 e 8-5). As 
placas proximais, adjacentes às áreas edêntulas, também pro-
movem retenção indireta. Embora seja costume identificar 
todo o conjunto como retentor indireto, deve-se lembrar que 
o apoio é na verdade um retentor indireto unido ao conector 
maior por um conector menor. Isto é, não se deve interpretar 
qualquer contato com as paredes dos dentes como sendo 
parte da retenção indireta. Um retentor indireto deve ser 
E
E
R
R
F
F
A
C
E
G
B
D
F
H
F
Ponto de fulcro
F
F
Ponto de fulcro
Força
Ponto de fulcro
Força
Retentor direto
RD
RD
RD
Ponto de fulcro
Força
Retentor indireto
RI
RI
RI
DR
RD
RD
A
C D
B
colocado tão longe da base da extremidade livre quanto pos-
sível em um nicho preparado em um dente capaz de suportar 
essa função.
Apesar de a localização mais efetiva para um retentor indi-
reto ser comumente no entorno do dente incisivo, este dente 
pode não ser forte o bastante para suportar um retentor indi-
reto e pode apresentar paredes muito inclinadas que não 
possam ser favoravelmente modificadas para sustentar um 
apoio. Em algumas situações, o canino mais próximo ou a 
superfície mésio-oclusal do primeiro pré-molar podem ser a 
melhor localização para os retentores indiretos, embora esses 
dentes não estejam tão distantes da linha de fulcro. Sempre 
que possível, dois retentores indiretos próximos à linha de 
fulcro são usados para compensar o comprometimento em 
distância.
Os seguintes fatores influenciam na efetividade de um retentor 
indireto:
1. Os principais apoios oclusais nos dentes pilares primários 
devem ser moderadamente presos em seus nichos por 
braços retentivos dos retentores diretos. Se os apoios esti-
verem totalmente presos em seus nichos, devem acontecer 
rotações em torno de um eixo, o que subsequentemente 
ativaria os retentores indiretos. Se ocorrer o deslocamento 
total dos apoios, não vai ocorrer nenhuma rotação em 
torno do fulcro e os retentores indiretos não vão ser 
ativados.
2. Distância da linha de fulcro. As três áreas seguintes devem 
ser consideradas:
a. Comprimento da base na extremidade livre.
b. Localização da linha de fulcro.
c. Quanto além da linha de fulcro está colocado o retentor 
indireto.
3. Rigidez dos conectores que suportam o retentor indireto. 
Todos os conectores devem ser rígidos para que o retentores 
indiretos funcionem como pretendido.
4. Efetividade da superfície dentária de suporte. O retentor 
indireto deve ser colocado em um nicho preciso em que não 
poderão ocorrer deslizamentos ou movimentos dentários. 
Dentes muito inclinados ou dentes fragilizados nunca devem 
ser usados como suporte de retentores indiretos.
Além de ativar efetivamente o retentor direto para prevenir o 
movimento de afastamento de uma base, em relação ao rebordo 
residual na extremidade livre, um retentor indireto pode atuar 
nas seguintes funções auxiliares:
1. Ele tende a reduzir as forças de alavanca anteroposteriores 
que inclinariam os pilares principais. Isto é particularmente 
importante quando um dente isolado está sendo utilizado 
como um pilar — uma situação que deve ser evitada sempre 
que possível. Geralmente, um contato proximal com um 
dente adjacente previne esta inclinação de um pilar quando 
a base é deslocada para fora do rebordo.
2. O contato do conector menor com as superfícies axiais dos 
dentes ajuda na estabilização contra a movimentação hori-
zontal da prótese. Tais superfícies, quando feitas paralelas à 
via de inserção, podem também atuar como planos guias 
auxiliares.
3. Dentes anteriores que suportam retentores indiretos são 
estabilizados contra movimentos linguais.
4. Ele pode atuar como um apoio auxiliar para suportar uma 
porção do conector maior, facilitando a distribuição de 
tensões. Por exemplo, uma barra lingual pode ser impedida 
de realizar movimento de encontro ao tecido por retentores 
indiretos que atuariam como apoios auxiliares. Deve-se ser 
capaz de diferenciar entre um apoio auxiliar colocado para 
dar suporte a um conector maior, um colocado para dar 
retenção indireta e um que serve para os dois propósitos. 
Alguns apoios auxiliares são adicionados somente para pro-
mover suporte a um segmento da prótese e não devem ser 
confundidos com um retentor indireto.
5. Ele pode fornecer a primeira indicação visual para a neces-
sidade de reembasar uma prótese parcial de extremidade 
livre. Deficiências no suporte dessas bases são manifestadas 
pelo deslocamento de retentores indiretos de seus nichos 
preparados quando a base da prótese é rebaixada e ocorre 
rotação em torno do fulcro.
Essas funções auxiliares derivadas dos retentores indiretos são 
fatores importantes a se considerar, especialmente devido à con-
trovérsia relatada quanto à eficácia dos retentores indiretos.
O retentor indireto pode tomar qualquer umas das várias 
formas. Todas são eficazes em proporção ao seu suporte e à 
distância da linha de fulcro.
O retentor indireto mais comumente utilizado é um apoio 
oclusal auxiliar localizado em uma superfície oclusal e tão longe 
da base da extremidade livre quanto possível. Em um arco Classe 
I inferior, esta localização é geralmente na crista marginal 
mesial do primeiro pré-molarem cada lado do arco (Figura 8-4). 
A posição ideal para o retentor indireto perpendicular à linha 
de fulcro seria na vizinhança dos incisivos centrais, que são 
muito frágeis e têm surperfícies linguais muito íngremes para 
sustentar um apoio. Apoios bilaterais nos primeiros pré-molares 
são bastante efetivos, embora estejam localizados muito perto 
do eixo de rotação.
Os mesmos princípios são aplicados a qualquer prótese 
parcial para arco Classe I superior quando são utilizados reten-
tores indiretos. Apoios bilaterais na crista marginal mesial de 
primeiros pré-molares geralmente são preferencialmente usados 
em detrimento dos apoios nos dentes incisivos (Figura 8-5). 
Não só são eficazes por protegerem os dentes unirradiculares 
mais frágeis, como por fazerem com que o incômodo com o 
contato com a língua seja bem menor quando o conector menor 
pode ser colocado na ameia entre canino e pré-molar em vez de 
ser colocado anterior ao canino.
Retentores indiretos para prótese parciais Classe II são geral-
mente colocados na crista marginal do primeiro pré-molar no 
lado oposto do arco da extremidade livre (Figura 8-6). Apoios 
A base da prótese sustenta os dentes artificiais e consequente-
mente recebe as forças funcionais da oclusão e as transfere às 
estruturas orais de suporte (Figura 9-1). Esta função é mais 
crítica para as próteses de extensão distal, uma vez que a esta-
bilidade funcional e o conforto estão frequentemente relaciona-
dos à capacidade desta transferência de forças ocorrer sem 
movimentos indesejados.
Embora seu propósito principal esteja relacionado à função 
mastigatória, a base da prótese também pode acrescentar um 
efeito cosmético à peça, especialmente quando são usadas as 
técnicas de pigmentação e contornos de aspecto natural. A 
maioria das técnicas para criar um aspecto natural nas próteses 
totais são igualmente aplicáveis às próteses parciais.
Ainda outra função da base da prótese é o estímulo aos 
tecidos subjacentes do rebordo remanescente. Algum movi-
mento vertical acontece com qualquer base de prótese, até 
mesmo aquelas inteiramente apoiadas em dentes, por causa 
do movimento fisiológico destes dentes quando em função. 
É claramente evidente que os tecidos orais submetidos a 
forças funcionais dentro de uma tolerância fisiológica 
mantêm a sua forma e tônus melhor que os tecidos similares 
submetidos ao desuso. O termo atrofia por desuso é aplicável 
tanto aos tecidos periodontais como aos tecidos do rebordo 
remanescente.
As bases das próteses diferem quanto ao seu propósito funcio-
nal e podem diferir quanto ao material do qual são feitas. Em 
próteses dentossuportadas, a base da prótese é, primordial-
mente, uma extensão entre dois suportes sustentando os dentes 
artificiais. Sendo assim, as forças oclusais são transferidas dire-
tamente aos dentes de suporte pelos apoios. Além disso, a base 
da prótese e os dentes colocados têm a função de prevenir a 
migração horizontal dos dentes de apoio na arcada parcial-
mente edêntula e a migração vertical dos dentes da arcada 
antagonista.
Quando somente os dentes posteriores estão sendo substi-
tuídos, a estética é, geralmente, uma consideração secundária. 
Por outro lado, quando os dentes anteriores são substituídos, a 
estética pode ser de importância primordial. Teoricamente, a 
base das próteses parciais dentossuportadas que substituem 
dentes anteriores deve cumprir as seguintes funções: (1) pro-
mover estética favorável; (2) suportar e manter os dentes artifi-
ciais de forma que eles promovam função mastigatória eficiente 
e contribuam na transferência de forças oclusais diretamente ao 
dente-suporte pelos apoios; (3) prevenir a movimentação ver-
tical e horizontal dos dentes remanescentes; (4) eliminar inde-
sejáveis retenções de alimentos (limpeza oral); e (5) estimular 
os tecidos adjacentes.
Em uma prótese removível com extremidade livre, a base da 
prótese, diferentemente da variação dentossuportada, deve con-
tribuir para o suporte da prótese. Tal suporte é crítico quando 
se considera o objetivo de minimizar movimentos funcionais e 
melhorar a estabilidade da prótese. Apesar de o dente pilar 
fornecer suporte para a extensão distal da base, à medida que a 
distância entre os dentes-suporte aumenta, o suporte realizado 
pelo rebordo remanescente se torna cada vez mais importante. 
O máximo suporte fornecido pelo rebordo remanescente pode 
ser obtido pelo uso de uma base de prótese ampla e bem adap-
tada, que distribui a carga oclusal igualmente sobre toda a área 
disponível para tal suporte. O espaço disponível para uma base 
de prótese é determinado pelas estruturas circundantes e pelos 
seus movimentos durante a função. O máximo de suporte for-
necido por uma base é, portanto, alcançado somente com o uso 
do conhecimento das estruturas anatômicas limítrofes e da 
natureza histológica das áreas basais, precisão da moldagem e 
adaptação da base da prótese (Figura 9-2). Os dois primeiros 
aspectos referem-se ao tamanho total e à natureza histológica 
dos tecidos do rebordo remanescente. Estes são altamente variá-
veis entre pacientes e consequentemente nem todos os rebordos 
podem fornecer a mesma qualidade de suporte. Portanto, a 
capacidade de controlar deslocamentos funcionais da extensão 
distal da base é uma determinação única para cada paciente 
individualmente.
O princípio do sapato de neve, em que uma cobertura ampla 
fornece o melhor suporte com a menor carga por unidade de 
área, é o princípio de escolha para oferecer o máximo suporte. 
Dessa maneira, o suporte deve ser a consideração primária na 
A B
C D
seleção, desenho e fabricação de uma base de prótese parcial de 
extremidade livre. De importância secundária (mas a ser con-
siderada) são a estética, o estímulo aos tecidos subjacentes e a 
higiene oral. Os métodos utilizados para se alcançar o suporte 
máximo da restauração através da(s) sua(s) base(s) estão apre-
sentados nos Capítulos 15 e 16.
Além das diferenças de propósito funcional, as bases da 
prótese variam quanto ao material de fabricação. Esta diferença 
está diretamente relacionada a sua função, por causa da neces-
sidade de algumas próteses de serem reembasadas.
Uma vez que a base dentossuportada tem um dente-suporte 
de cada lado onde um apoio foi colocado, o reembasamento 
pode não vir a ser necessário para se restabelecer o suporte. O 
reembasamento é necessário somente quando ocorrerem 
mudanças no tecido abaixo da prótese dentossuportada ao 
ponto que resulte em uma estética deficiente ou no acúmulo de 
restos alimentares. Apenas por estas razões, bases dentossupor-
tadas feitas logo após extrações devem ser confeccionadas em 
um material que permita posterior reembasamento. Estes mate-
riais são resinas para prótese, sendo as mais comuns as resinas 
copoliméricas e as de metil metacrilato.
A retenção primária da prótese parcial removível é conse-
guida mecanicamente pela utilização de elementos de retenção 
no dente-suporte. A retenção secundária é conseguida pela 
relação íntima das bases da prótese e os conectores maiores 
(maxilares) com os tecidos subjacentes. Esta última é seme-
lhante à retenção das próteses totais e é proporcional à precisão 
da moldagem, à precisão do ajuste da base da prótese e à área 
de contato total envolvida.
A retenção das bases foi descrita como resultado das 
seguintes forças: (1) adesão, que é a atração da saliva à prótese 
e aos tecidos; (2) coesão, que é a atração das moléculas da 
saliva entre si; (3) pressão atmosférica, que é dependente do 
selamento marginal e resulta em um vácuo parcial sob a base 
quando uma força de deslocamento é aplicada; (4) molda-
gem fisiológica dos tecidos ao redor das superfícies polidas 
da prótese; e (5) os efeitos da gravidade na prótese 
mandibular.
Boucher, escrevendo sobre o assunto em moldagem de pró-
teses totais, descreveu estas forças como segue:
Adesão e coesão são eficazes quando há a perfeita aposição 
da superfície moldada da prótese com as superfíciesmucosas. 
Estas forças perdem seu efeito se qualquer força horizontal 
de deslocamento da prótese quebra a continuidade deste 
contato. A pressão atmosférica é eficaz principalmente 
quando forças de deslocamento extremas são aplicadas à 
prótese. Depende de uma adaptação marginal perfeita a 
capacidade de manter a pressão aplicada a apenas um lado 
da prótese. A presença de ar na superfície de moldagem neu-
tralizaria a pressão do ar contra a superfície polida. Como 
cada uma destas forças é diretamente proporcional à área 
coberta pelas próteses, estas deveriam se estender aos limites 
das estruturas de suporte.
A moldagem dos tecidos moles ao redor das superfícies 
polidas das bases das próteses contribui para o perfeito 
selamento marginal. Além disso, forma uma trava mecâ-
nica em certos pontos da prótese, quando estas superfícies 
estão adequadamente preparadas. Esta trava se desen-
volve automaticamente sem esforços pelo paciente se a 
moldagem é feita com o conhecimento das possibilidades 
anatômicas.*
BA
*De Boucher CO: Complete denture impression based upon the 
anatomy of the mouth, J Am Dent Assoc 31:117-1181, 1994.
Poucas próteses parciais são feitas sem alguma retenção 
mecânica. A retenção das bases da prótese pode contribuir para 
a retenção como um todo da prótese parcial e, portanto, deve 
ser levada em conta. Bases de próteses devem ser desenhadas e 
confeccionadas de forma que elas contribuam o máximo pos-
sível para a retenção da prótese parcial. Entretanto, é questio-
nável o quanto a pressão atmosférica tem um papel importante 
na retenção das próteses parciais removíveis, uma vez que o 
selamento marginal não pode ser tão adequadamente obtido 
quanto nas próteses totais. Desta maneira, a adesão e coesão atin-
gidas pela excelente aposição da base da prótese e os tecidos 
moles para assentamento basal representam um papel impor-
tante na retenção.
Bases de resina são unidas à armação da prótese removível por 
meio de um conector menor desenhado de tal modo que existe 
um espaço entre ele e os tecidos subjacentes do rebordo rema-
nescente (Figura 9-3). Um alívio de pelo menos calibre 20 de 
espessura sobre as áreas basais do modelo de trabalho é feito 
para criar um ressalto no modelo de revestimento sobre o qual 
o padrão para a malha retentiva é colocado (Figura 9-4). Assim, 
após a fundição, a malha onde a base de resina acrílica vai ser 
unida ficará suficientemente afastada da superfície tecidual para 
possibilitar perfeita colocação e escoamento da resina sob a sua 
superfície.
A malha para a confecção da base deve ficar mergulhada no 
material da base com espessura suficiente de resina (1,5 mm) 
para possibilitar qualquer alívio se isto for necessário durante o 
ajuste da prótese nas áreas sensíveis ou durante os procedimen-
tos de reembasamento. Uma certa espessura também é neces-
sária para dar resistência e evitar subsequente fratura do material 
da base de resina em torno da armação metálica.
O uso de padrões de malha em plástico para formar a parte 
retentiva geralmente deixa a desejar em relação a uma malha 
mais aberta (Figura 9-4). Esta forma mais aberta resulta em 
menor enfraquecimento da resina pela armação nela mergu-
lhada. Assim, pedaços de cera meia-cana, calibre 12 ou 14, e cera 
redonda calibre 18 são usados para formar uma malha em 
forma de escada em vez de um reticulado mais fino presente 
nos padrões de malha pré-fabricados. O desenho preciso da 
malha, a não ser que seja localizada tanto por vestibular como 
por lingual, não é tão importante quanto a sua efetiva rigidez e 
resistência quando mergulhada na resina acrílica da base. Esta 
também não deve interferir nos ajustes futuros e na montagem 
dos dentes artificiais e deve ser suficientemente aberta para 
evitar o enfraquecimento de qualquer parte da resina acrílica 
do entorno. O desenho da armação retentiva da base da prótese 
com elementos tanto na vestibular como na lingual do rebordo 
remanescente não só reforçará a base de resina como também 
irá minimizar a deformação da base em função da liberação de 
tensões inerentes na base de resina acrílica durante o uso ou 
armazenamento da prótese (Figura 9-5). As bases metálicas são 
normalmente fundidas como parte integral da armação da 
prótese removível.
As bases metálicas mandibulares podem também ser confec-
cionadas e unidas à armação com resina acrílica (Figura 9-6).
Os requisitos para um material de base de prótese ideal são os 
seguintes:
1. Adaptação precisa aos tecidos, com mudanças volumétricas 
pequenas
2. Superfície densa e não irritante capaz de receber e manter 
um bom acabamento
3. Condutividade térmica
4. Gravidade específica baixa; leveza na boca
5. Resistência suficiente; resistência à fratura ou deformação
6. Fácil higienização
7. Aceitável estética
8. Potencial reembasamento futuro
9. Baixo custo inicial
Este material ideal para base de prótese não existe; nem é 
provável que venha a ser desenvolvido em um futuro próximo. 
Porém, qualquer base de prótese, seja de resina ou metal, e 
independente do método de fabricação deve se aproximar o 
máximo possível desse ideal.
Exceto nos rebordos remanescentes com extrações recentes, 
metal pode ser usado em bases dentossuportadas, uma vez que 
apresenta uma série de vantagens. Sua maior desvantagem é o 
difícil reembasamento e ajuste. Contudo, uma vantagem bem 
conhecida é o estímulo positivo que dá aos tecidos subjacentes, 
prevenindo atrofias ósseas que de outra forma ocorrem sob a 
base de acrílico, prolongando assim a saúde dos tecidos que 
contacta. Algumas das vantagens das bases de metal são discu-
tidas nos parágrafos que seguem.
Bases metálicas fundidas, de ligas de ouro ou de cromo, não 
só podem ser fundidas com mais precisão que as de resina 
como também mantêm sua estabilidade de forma na boca, 
sem mudanças. Tensões internas que podem ser liberadas 
tardiamente e causar distorção não estão presentes. Muito 
embora algumas resinas e algumas técnicas de processa-
mento sejam superiores a outras em precisão e manutenção 
de forma, as ligas de metal modernas para fundição são 
geralmente superiores com relação a este aspecto. Prova 
disso está na possibilidade de se eliminar um selamento 
posterior adicional por completo quando se usa um palato 
fundido para uma prótese total em comparação com a neces-
sidade por uma zona de selamento posterior quando este 
palato é de resina. A deformação de base de resina acrílica se 
manifesta, na prótese superior, pelo seu deslocamento no 
sentido contrário aos tecidos na direção das abas vestibulares 
das tuberosidades. Quanto maior a curvatura dos tecidos, 
maior será esta distorção. Distorções semelhantes ocorrem 
na prótese inferior, mas são detectadas com maior dificul-
dade. Peças metálicas precisas não estão sujeitas a distorções, 
como na maioria das próteses de acrílico, pela liberação de 
tensões internas.
Por causa de sua precisão, a base metálica proporciona 
um contato íntimo que contribui consideravelmente para a 
retenção da prótese. Algumas vezes chamada de tensão 
superficial da interface, a retenção direta resultante por uma 
base de prótese fundida é significativa e diretamente propor-
cional à área envolvida. Isto já foi mencionado como um 
fator importante tanto na retenção direta como na retenção 
direta-indireta de próteses superiores. Tal contato íntimo 
não é possível em bases de resina acrílica.
A manutenção de forma da base metálica também está 
assegurada pela sua resistência à abrasão pelos agentes de 
limpeza de prótese. A higienização da base deve ser enfatizada, 
porém a escovação constante do lado interno da base de resina, 
se eficaz, inevitavelmente causa alguma perda da adaptação 
por abrasão. O contato íntimo, que nunca é tão grande com 
uma base de resina quanto com uma base metálica, está ainda 
ameaçado pelos hábitos de higienização. As bases metálicas, 
particularmente as de ligas mais duras, como as de cromo, 
suportam limpeza frequente sem mudanças significativasna 
precisão da superfície.
Observações clínicas têm demonstrado que a limpeza ine-
rente à base metálica contribui para a saúde dos tecidos orais 
quando comparada à base de resina acrílica. Possivelmente, 
algumas das razões para isto são a maior densidade e a ação 
bacteriostática resultante da ionização e oxidação da base 
metálica. As bases de resina tendem a acumular depósitos de 
placa contendo partículas de alimento bem como depósitos 
calcários. A decomposição de partículas de alimento e enzimas 
bacterianas e a irritação mecânica provocada pelo cálculo 
resultam em reações teciduais desfavoráveis se a prótese não 
for mantida limpa mecanicamente. Embora o cálculo, que 
deve ser removido periodicamente, possa se precipitar na 
base metálica, outros depósitos não se acumulam como na 
base de resina acrílica. Por esta razão, uma base metálica é 
mais limpa, naturalmente, do que uma base de resina.
Mudanças de temperatura são transmitidas através da base 
metálica aos tecidos subjacentes, contribuindo para manter a 
saúde destes tecidos. A mobilidade do intercâmbio de tempe-
ratura entre os tecidos recobertos e as influências do meio 
externo (temperatura dos alimentos, dos líquidos e do ar ins-
pirado) pode contribuir para o paciente não sentir a prótese 
como um corpo estranho. Por outro lado, as bases de prótese 
de resina acrílica têm propriedades isolantes, que impedem o 
intercâmbio de temperatura entre as partes interna e externa 
da base da prótese.
Uma liga metálica pode ser fundida numa espessura muito 
menor que a resina e mesmo assim ter resistência e rigidez 
adequadas. Aquelas confeccionadas com ouro precisam de 
volume ligeiramente maior para prover a mesma quantidade 
de rigidez, mas podem ainda ser de espessura menor que mate-
riais resinosos. Ainda menor peso e volume são possíveis 
quando a base da prótese é confeccionada com ligas de cromo 
ou titânio.
Existem ocasiões, porém, que tanto o peso como o 
volume podem ser usados como vantagem nas bases de 
prótese. No arco inferior, o peso da prótese pode ser útil no 
que que se refere à retenção, razão pela qual uma base 
fundida com ouro pode ser desejável. Por outro lado, a perda 
extrema de osso no rebordo alveolar pode tornar necessário 
o acréscimo de certo volume à base da prótese para restabe-
lecer os contornos faciais normais e preencher o vestíbulo 
bucal com prótese, para evitar que qualquer alimento se 
acumule no vestíbulo, sob a prótese. Nessas situações, uma base 
de resina pode ser preferível a uma base metálica, mais fina.
No arco superior, uma base de resina pode ser preferível 
a uma metálica mais fina para prover o preenchimento neces-
sário do rebordo ou para preencher a porção vestibular da 
maxila. A resina pode também ser mais vantajosa que a base 
metálica mais fina por razões estéticas. Neste caso, a espessura 
mais fina da base de metal pode não apresentar qualquer 
vantagem, mas nas áreas onde a língua ou as bochechas neces-
sitem de espaço a espessura menor pode ser vantajosa.
Os contornos da base da prótese para o contato funcional 
da língua e bochechas podem ser mais bem conseguidos com 
resina. As bases metálicas são comumente confeccionadas 
finas para minimizar o volume e o peso, enquanto as bases de 
resina podem ser contornadas para prover superfícies polidas 
ideais que contribuem para a retenção da prótese, restauram 
os contornos faciais e evitam o acúmulo de alimento nas 
bordas da prótese. As superfícies linguais normalmente são 
confeccionadas côncavas, exceto na área distopalatina. As 
superfícies vestibulares são feitas convexas nas margens 
 gengivais sobre as proeminências radiculares e na borda 
para preencher as áreas registradas na moldagem. Entre 
a borda e os contornos gengivais, a base pode ser feita 
convexa para auxiliar na retenção e facilitar o retorno do 
bolo alimentar para a mesa oclusal durante a mastigação. 
Estes contornos evitam que o alimento fique acumulado na 
bochecha e penetrem sob a prótese. Essa vantagem não pode 
ser conseguida facilmente com bases metálicas.
Porém, as vantagens da base metálica não precisam ser 
sacrificadas em favor da estética ou de contornos protéticos 
quando o uso de tal base está indicado. Uma base de prótese 
pode ser desenhada para prover um recobrimento metálico 
quase total, mesmo que tenha bordas de resina acrílica para 
evitar a exposição de metal e para preencher o volume ves-
tibular quando necessário (Figura 9-7). As vantagens da 
condutividade térmica não são necessariamente perdidas 
pelo recobrimento de partes da base metálica desde que 
outras partes da prótese fiquem expostas aos efeitos de 
mudança de temperatura por condução.
A seleção dos dentes artificiais quanto à forma, cor e mate-
rial devem preceder a sua colocação na prótese. Dentes arti-
ficiais podem ser unidos à base da prótese de várias maneiras, 
como com resina acrílica, cimentados, confeccionados dire-
tamente sobre o metal, fundidos com a armação e por adesão 
química. O uso de resina acrílica para unir os dentes arti-
ficiais à base da prótese é o método mais comumente 
utilizado.
Os dentes artificiais de porcelana são retidos mecanicamente. 
Os dentes posteriores são retidos como resina acrílica, preen-
chendo nichos preexistentes. Os dentes de porcelana anteriores 
são retidos pela resina acrílica que envolve os pinos de reten-
ção colocados na porção lingual. Dentes artificiais de resina 
são retidos por união química com o acrílico da base da 
prótese durante os procedimentos de processamento de 
laboratório.
A união da resina acrílica à base metálica pode ser conse-
guida com retentores do tipo cabeça de alfinete, alças retentivas 
ou agulhas distribuídas ao acaso. Os mecanismos de união 
devem ser dispostos de modo a não interferir na colocação dos 
dentes na base metálica (Figura 9-7).
Toda união de resina com metal deve ocorrer em uma região 
de linha de término retentiva ou ser associada com alguma área 
retentiva. Uma vez que existe somente uma união mecânica 
entre o metal e a resina, devem ser feitos todos os esforços 
para evitar a separação e a infiltração, o que resulta em mudança 
de cor e acúmulo de detritos. A presença de odores na prótese 
é frequentemente causada por aposições na junção da resina 
com o metal quando não existe uma união mecânica. A sepa-
ração que ocorre entre a resina e o metal pode eventualmente 
levar a alguma perda da base de resina.
(Figura 9-8)
Algumas das desvantagens relacionadas a este tipo de união 
são as dificuldades em se obter uma oclusão satisfatória, 
a falta de contornos adequados para o contato funcional 
da língua e bochechas e ainda a deficiência estética provo-
cada pela exposição de metal nas margens gengivais. Esta 
última pode ser evitada quando o dente é introduzido dire-
tamente sobre o rebordo, mas neste caso, a retenção para o 
dente se torna frequentemente inadequada.
Uma modificação deste método é a união de dentes de 
resina pré-fabricados à base metálica com resina acrílica da 
mesma cor. Este método é chamado de prensagem sobre um 
dente de resina e não é o mesmo que se usar resina acrílica 
para cimentação. Este método é particularmente indicado 
nas substituições anteriores, onde é oportuno saber antes da 
fundição da armação que a cor e o contorno dos dentes 
selecionados será adequada (Figura 9-7). Após se confeccio-
nar um gabarito vestibular da posição dos dentes, a porção 
lingual dos dentes pode ser removida ou pode ser preparado 
um nicho para retenção na peça. Posteriormente, o dente 
será unido à prótese com resina acrílica da mesma cor. Uma 
vez que isto é feito sob pressão ,a união de resina acrílica tem 
dureza e resistência comparáveis às do dente de estoque.
Dentes tipo tubo ou com fenda lateral precisam ser sele-
cionados antes do enceramento da armação da prótese 
(Figura 9-9). Porém, para a melhor relação oclusal, os regis-
tros das relações intermaxilares sempre devem ser feitos com 
a peça fundida na boca. Este problema pode ser resolvidoselecionando-se os dentes tipo tubo pela largura, mas com 
superfícies oclusais ligeiramente maiores do que as que serão 
necessárias. Os dentes serão, portanto, desgastados para se 
ajustarem ao rebordo com uma folga inferior suficiente para 
receber uma base metálica fina e biselada para acomodar a 
estrutura metálica. Se um dente de plástico tipo tubo for 
usado, o nicho de retenção deve ser levemente aumentado. A 
peça deve ser completada e experimentada, as relações oclu-
sais devem ser registradas e os dentes são então desgastados 
até uma oclusão harmoniosa com a dentição antagonista. 
Como será discutido no Capítulo 17, os dentes posteriores 
artificiais nas próteses removíveis raramente são utilizados 
sem alterações, mas devem ser considerados materiais a partir 
do quais as formas oclusais podem ser criadas para trabalhar 
harmoniosamente com a oclusão natural remanescente.
Os copolímeros modernos com ligações cruzadas permitem 
ao profissional cirurgião-dentista ou ao protético confeccio-
nar dentes de resina acrílica com resistência à abrasão e dureza 
satisfatórias para muitas situações. Assim, a oclusão pode ser 
criada sem recorrer a modificações de dentes artificiais pré- 
fabricados (Figura 9-10). Recessos no padrão da prótese 
podem ser esculpidos a mão ou criados em torno de dentes 
de estoque que serão usados somente para formar um recesso 
no padrão. As relações oclusais podem ser estabelecidas na 
boca sobre a armação da prótese e transferidas a um articu-
lador. Os dentes podem ser então esculpidos e confeccionados 
em resina acrílica da cor indicada para se ajustar ao registro 
oclusal antagonista. É possível uma melhor união com a base 
metálica do que com cimentação. Ademais, dentes longos, 
curtos, largos ou estreitos podem ser criados quando houver 
a necessidade de se preencher espaços dificilmente preenchí-
veis com a seleção limitada de dentes comerciais disponíveis.
A oclusão sobre dentes de resina pode ser restabelecida 
para compensar o desgaste funcional ou o arranjo provoca-
dos pelo reprocessamento de resinas acrílicas novas ou pelo 
uso de resinas acrílicas fotopolimerizáveis quando se julgar 
necessário. Sempre se deve diferenciar entre a necessidade de 
reembasamento para restabelecer a oclusão (na prótese de 
extremidade livre distal) e a necessidade de reconstrução das 
superfícies oclusais numa base satisfatória sob todos os 
outros aspectos (numa prótese removível dentossuportada 
ou dentomucosossuportada).
O restabelecimento da oclusão também pode ser conse-
guido colocando-se restaurações de ouro ou de outra liga 
disponível nos dentes de resina existentes. Embora isto 
também possa ser feito sobre dentes de porcelana, é difícil 
preparar nichos na porcelana, a não ser que sejam utilizados 
métodos de abrasão por ar. Assim, se estão previstos acrés-
cimos posteriores às superfícies oclusais, dentes de resina 
acrílica devem ser usados para facilitar a colocação de mais 
resina ou de superfícies fundidas de ouro. Uma técnica 
simples que pode ser utilizada na fabricação de superfícies 
oclusais fundidas em ouro e sua união a dentes de acrílico é 
descrita no Capítulo 18.
Ocasionalmente, um segundo molar pode ser substituído 
como parte da armação da prótese removível (Figura 9-11). 
Normalmente isto é feito quando o espaço é muito limitado 
para a colocação de um dente artificial, embora a presença 
de um segundo molar seja desejável para evitar a extrusão 
do segundo molar antagonista. Já que a superfície oclusal 
precisa ser encerada antes da fundição, uma perfeita oclusão 
não é possível. Uma vez que o metal, particularmente as ligas 
de cromo, é resistente à abrasão, a área de contato oclusal 
deve ser reduzida ao mínimo para evitar danos ao perio-
donto do dente antagonista e desconforto para o paciente. O 
ajuste em superfícies oclusais de ouro é facilmente conse-
guido, enquanto em dentes de metal em ligas de cromo são 
difíceis de ajustar por serem extremamente duras, a ponto 
de se vetar seu uso nas superfícies oclusais. Portanto, essas 
ligas devem ser usadas somente para preencher espaços e 
evitar a extrusão de antagonistas.
Desenvolvimentos recentes na união de resina têm proporcio-
nado os meios para uma fixação química direta da resina 
acrílica a armação metálica. Os tecidos artificiais de revesti-
mento, alveolares e gengivais podem ser unidos sem o uso de 
alças, malhas ou retenções mecânicas de superfície. Partes da 
armação metálica que deve sustentar os dentes artificiais 
podem ser deixadas irregulares com o uso de abrasivos e 
B
A
C
depois tratadas com um recobrimento de sílica vaporizada. 
Nesta superfície é aplicado um agente de união para a resina 
acrílica, seguido de um filme fino de resina, que atuará como 
um substrato para posterior fixação dos dentes de estoque ou 
tecidos de revestimento artificiais de resina (Figura 9-12).
Um segundo método para fundir uma camada de cerâ-
mica microscópica a um metal é o recobrimento triboquímico. 
Este sistema envolve jateamento da armação metálica com 
um material de sílica particulada especial, RocatecPlus® 
(3M Espe, Irvine CA). As partículas de sílica deste sistema 
incrustam-se por impacto à armação metálica. Um silano é 
adicionado a este filme cerâmico e para promover a adesão 
química entre a camada de silicato e a base da prótese de resina 
acrílica. Bases de resina acrílica confeccionadas com monô-
mero reativo (4-meta) também estão disponíveis e fornecem 
um sistema de adesão química da resina acrílica ao metal.
BA
Retenção cônica
Colar lingual
Bisel em 45°
A base de uma prótese de extremidade livre difere de uma base 
dentossuportada sob vários aspectos, um dos quais é que deve ser 
feita de um material que possa ser reembasado quando se tornar 
necessário o restabelecimento do suporte tecidual da extensão 
distal. Assim sendo, materiais à base de resina acrílica que podem 
ser reembasados são geralmente usados nas bases das próteses.
Muito embora técnicas satisfatórias para se confeccionar 
bases de próteses removíveis de extremidade livre em metal 
estejam disponíveis, em função da dificuldade, o fato de essas 
bases de metal serem difíceis, senão impossíveis de reembasar, 
seu uso está limitado a rebordos estáveis que mudarão muito 
pouco ao longo de muito de tempo.
A perda de suporte para as bases de extremidade livre é 
resultado de mudanças na forma do rebordo ao longo do tempo. 
Essas mudanças podem não ser prontamente visíveis, porém as 
manifestações desta variação no rebordo podem ser percebidas. 
Uma destas é a perda de oclusão entre a base da prótese na 
extremidade livre e a dentição antagonista, que aumenta à 
medida que aumenta a distância do pilar (Figura 9-13). Esta 
variação pode ser testada fazendo-se o paciente morder sobre 
tiras de cera verde calibre 28 ou qualquer cera semelhante 
ocluindo somente em oclusão central. As indentações numa tira 
de cera de espessura conhecida são quantitativas, enquanto que 
as marcas feitas com carbono de articulação são somente qua-
litativas. Em outras palavras, as indentações na cera podem ser 
interpretadas como leves, médias ou pesadas, enquanto é difícil, 
senão impossível, interpretar uma marca feita com carbono de 
articulação como leve ou pesada. Na realidade, um contato 
oclusal pesado pode perfurar o papel de articulação e fazer 
uma marca menor que uma área de contato mais leve. Assim, 
o uso de qualquer carbono de articulação é de valor limitado 
na análise intraoral da oclusão. Ao fazer ajustes oclusais, o 
carbono de articulação deve ser usado somente para indicar 
onde devem ser feitos alívios após a necessidade de alívio ter 
sido verificada com tiras de cera de espessura conhecida. Para 
este fim, geralmente é usada cera verde ou azul de calibre 28, 
embora a mais fina, calibre 30, ou a mais grossa, calibre 26, 
possam também ser usadas para uma avaliação melhor do 
espaço entre as áreas que não estão em contato.
A perda do suporte em uma base de extremidade livre resul-tará numa perda de contato oclusal entre os dentes da substituição 
B
A
C
protética e a dentição antagonista e uma consequente sobrecarga 
oclusal nos dentes naturais remanescentes. Normalmente, esta é 
uma indicação de que o reembasamento é necessário para resta-
belecer a oclusão original pelo restabelecimento do contato de 
suporte com o rebordo residual. Deve ser lembrado, porém, que 
a oclusão na extremidade livre é mantida, por vezes, às expensas 
da extrusão dos dentes naturais antagonistas. Neste caso, a ava-
liação isolada da oclusão não mostrará os ajustes que a base de 
extremidade livre sofreu, já que mudanças no rebordo remanes-
cente podem também ter acontecido.
Uma segunda manifestação de mudanças no rebordo também 
deve ser observada para justificar o reembasamento. Esta segunda 
manifestação no rebordo remanescente é a evidência de uma 
rotação em tomo da linha de fulcro, com os retentores indiretos 
se levantando das suas posições quando a extremidade livre da 
base é pressionada contra o rebordo. Se, originalmente, a extre-
midade livre da base foi feita de forma a se adaptar ao rebordo, 
nenhuma rotação em torno da linha de fulcro seria perceptível. 
No momento do posicionamento inicial, nenhum movimento 
rotacional anteroposterior deve ser observado quando pressões 
digitais alternadas são aplicadas sobre os retentores indiretos e a 
borda distal da base ou sobre a extremidade livre. Depois que 
acontecem mudanças na forma do rebordo que podem ocasio-
nar alguma perda de suporte, a rotação ocorre em torno da linha 
de fulcro quando a pressão digital alternada é aplicada. Isto 
evidencia mudanças no rebordo remanescente que precisam ser 
compensadas pelo reembasamento.
Se o contato oclusal foi perdido e a rotação em torno da linha 
de fulcro é evidente, o reembasamento está indicado. Por outro 
lado, se o contato oclusal foi perdido sem indício de rotação e se 
a estabilidade da base é satisfatória sob todos os outros aspectos, 
o restabelecimento da oclusão é a solução e não o reembasamento. 
Neste caso, a base original da prótese pode ser usada da mesma 
maneira que a base de prova que originalmente fora utilizada para 
registrar a relação oclusal. Os dentes podem ser então reposicio-
nados contra um modelo antagonista ou um modelo de orienta-
ção oclusal com o uso de resina acrílica fotopolimerizável com a 
cor dos dentes, compósitos da cor dos dentes, superfícies oclusais 
fundidas ou dentes novos. De qualquer maneira, uma nova 
oclusão deve ser estabelecida para a base existente. O reembasa-
mento neste caso seria a solução errada para o problema.
A perda de suporte também pode ser avaliada clinicamente 
por outros métodos. Uma camada de hidrocoloide irreversível 
fluido, cera ou material para condicionamento de tecidos pode 
ser espalhada na porção interna da base da prótese seca e levada 
à boca do paciente. Deve-se tomar todo o cuidado para se asse-
gurar de que a prótese seja corretamente posicionada (apoios e 
retentores indiretos nas posições planejadas). A prótese deve ser 
removida quando da presa do hidrocoloide. Uma espessura 
significativa de hidrocoloide sob a base indica a falta de contato 
íntimo da base com o rebordo, sugerindo a necessidade de um 
reembasamento.
Mais frequentemente, todavia, a perda da oclusão é acompa-
nhada pelo reposicionamento da prótese de tal forma em que é 
possível a observação de rotação sobre a linha de fulcro. Uma vez 
que o reembasamento é a solução que deve ser tomada antes de 
se refazer uma nova base, o uso de bases de resina acrílica desde o 
início é geralmente recomendado para facilitar os reembasamen-
tos. Por essa razão, as bases de resina acrílica nas próteses removí-
veis de extremidade livre são geralmente a melhor escolha.
A pergunta que persiste é quando, se há alguma situação, as 
bases metálicas com suas várias vantagens devem ser usadas 
para próteses de extremidade livre. É discutível qual tipo de 
rebordo será mais propenso a permanecer estável sob o carre-
gamento funcional sem mudança aparente. Certamente a idade 
e as condições gerais de saúde do paciente influenciarão a capa-
cidade do rebordo de se manter em função. Uma oclusão mínima 
e harmoniosa e a precisão com que a base está ajustada aos 
tecidos subjacentes influenciará a quantidade de trauma que 
ocorrerá quando a prótese está em função. A ausência de trauma 
desempenha papel preponderante na capacidade do rebordo de 
manter sua forma original.
A melhor indicação para o uso de metal em próteses com 
extremidade livre é para aquele rebordo que já suportou uma 
prótese removível anteriormente sem ter se tornado afilado ou 
achatado ou que não seja um rebordo que sofreu grandes alte-
rações em seus tecidos moles. Quando essas mudanças ocorre-
ram sob uma prótese utilizada anteriormente, mudanças 
posteriores devem ser previstas por causa da possibilidade de os 
tecidos orais em questão não serem capazes de sustentar uma 
base da prótese sem transformações indesejáveis. A despeito de 
cada vantagem a seu favor, aparentemente existem alguns 
pacientes cujo rebordo responde de modo desfavorável quando 
solicitado a sustentar qualquer base de prótese.
Em outros casos, como quando uma nova prótese removível 
deve ser confeccionada em função da perda de outros dentes, 
os rebordos podem ainda estar firmes e sadios. Nestes casos, já 
que o rebordo sustentou previamente uma base de prótese e a 
oclusão, as trabéculas ósseas se rearranjaram para melhor sus-
tentar as cargas verticais e horizontais, o osso cervical pode ter 
sido formado e os tecidos se tornaram mais favoráveis a oferecer 
suporte a uma base de prótese.
Em apenas poucos casos em que a necessidade para o reem-
basamento da base na extremidade livre não foi prevista, as bases 
metálicas podem ser usadas. Existem, porém, vários casos que 
podem ser considerados limites. Nestes casos, as bases metálicas 
podem ser empregadas com a completa concordância por parte 
do paciente de que uma nova prótese pode se tornar necessária 
se no futuro ocorrerem transformações teciduais não previstas. A 
técnica demonstrada na Figura 9-6 permite a substituição apenas 
das porções distais da extremidade livre sem ser obrigatória a 
confecção de toda uma nova prótese. Este método deve ser forte-
mente considerado todas as vezes em que uma prótese removível 
de extremidade livre for confeccionada com base de metal.
Pelas razões anteriormente descritas, a possibilidade de que 
os tecidos permaneçam mais sadios sob uma base de metal que 
sob uma base de resina pode justificar o uso mais amplo de bases 
de metal em próteses de extremidade livre. Por meio de um 
planejamento cuidadoso, uma ótima educação do paciente quanto 
aos fatores envolvidos com a confecção de uma prótese de extre-
midade livre e a observação de todos os cuidados durante a 
confecção das bases, o metal pode ser preferivelmente usado em 
situações em que a base de resina é comumente usada.
BA
Os capítulos anteriores que trataram dos componentes inte-
grantes de uma prótese removível presumem a rigidez abso-
luta de todas as partes da armação da prótese, com exceção 
do braço de retenção do retentor direto. Todas as forças 
verticais e horizontais aplicadas aos dentes da prótese são 
distribuídas por todas as estruturas de sustentação do arco 
dental. Uma ampla distribuição de forças é conseguida por 
meio de conectores maiores e menores rígidos. O efeito dos 
componentes de estabilização são tornados possíveis pela 
rigidez dos conectores.
No caso de uma prótese de extremidade livre, o uso de 
conexões rígidas entre a base da prótese e os dentes de suportes 
deve levar em consideração que os eventuais movimentos da 
base não devem causar nenhum tipo de dano aos dentes e aos 
tecidos. Nessas situações, a aplicação de forças ao dente pilar 
e ao rebordo remanescente pode ser minimizada pelo uso de 
uma moldagem funcional, uma ampla cobertura, harmonia 
oclusal e escolha correta de retentores diretos. Geralmente dois 
tiposprincipais de braços são usados em próteses de extremi-
dade livre por causa do seu desenho que rompe forças. Braços 
de retenção podem ser fundidos somente se atingem áreas 
retentivas nos dentes pilares de tal maneira que o movimento 
da base com extremidade livre transmita apenas uma fração 
mínima deste movimento ao suporte. Por outro lado, um 
braço de retenção em fio trefilado pode ser utilizado por causa 
de sua maior flexibilidade. Apesar da sua flexibilidade, o braço 
de fio trefilado, redondo e afilado atua como um rompe-forças 
entre a base da prótese e o dente-suporte.
Outro conceito de rompe-forças enfatiza a separação dos 
elementos retentivos do movimento da base por possibilitar 
movimentos independentes da base da prótese (ou da sua 
estrutura de armação) e dos retentores diretos. Essa forma 
de rompe-forças, também denominada equalizador de tensão, 
tem sido usada como uma forma de compensar desenhos 
inadequados de próteses parciais removíveis. A Figura 9-14 
mostra um exemplo de um conector maior, que é um 
rompe-forças frequentemente utilizado.
Independentemente do seu desenho, quase todos os 
rompe-forças efetivamente dissipam as cargas verticais, que é 
a razão pela qual eles são usados. Entretanto, isto ocorre às 
expensas da estabilidade horizontal e dos efeitos nocivos de 
uma estabilidade horizontal diminuída (absorção excessiva 
do rebordo, traumas ao tecido, mastigação ineficiente), que, 
de longe, compensam os benefícios de um rompe-forças ver-
tical. É a natureza rígida das próteses parciais removíveis mais 
convencionais que permite o cumprimento de todos os requi-
sitos para o suporte, estabilidade e retenção sem sobrevalori-
zação de um princípio em detrimento dos tecidos orais.
Ao estudante são indicados dois livros-texto que descrevem 
com detalhes o uso de rompe-forças e desenhos de próteses 
parciais removíveis articuladas: (1) Precision Attachments in 
Dentisty, ed. 3 de H.W. Priskel; e (2) Theory and Practice of 
Precision Attachment Removable Partial Dentures, de J.L. Baker 
e R.J. Goodkind.
Quando se prepara uma prótese parcial fixa (PPF), é preciso 
controlar a orientação da ponta diamantada da broca para 
remover uma quantidade de estrutura dentária necessária 
para satisfazer as exigências do eixo de inserção da prótese. 
Verifica-se, finalmente, a realização dos preparos paralelos 
por meio do assentamento completo da prótese, porém seria 
possível verificar o mesmo no modelo de trabalho ou nos 
modelos de estudo pelo uso do delineador. Uma vez que a PPF 
é fabricada e completamente assentada, assegura-se o envol-
vimento total de toda a circunferência e do suporte oclusal 
dos pilares retentores. Caso se forneça uma forma de resis-
tência e um ajuste da prótese adequado, é boa a chance de 
haver estabilidade funcional equivalente àquela dos dentes 
naturais. Não se pode assegurar isso a menos que a relação 
entre a prótese fixa e os dentes preparados tenha sido cuida-
dosamente controlada.
Para a prótese removível, é igualmente importante a neces-
sidade de um preparo dental apropriadamente planejado e 
executado, seguido por uma verificação do bom encaixe da 
prótese aos dentes, como planejado. Como mencionado sucin-
tamente no Capítulo 7, um delineador dentário é de extrema 
importância no planejamento, execução e verificação de modi-
ficações bucais apropriadas para uma prótese parcial removível. 
Embora não necessariamente afete os preparos oclusais dos des-
cansos nos dentes pilares, o uso do delineador é crítico para 
planejar as modificações em todas as superfícies dos dentes 
envolvidos no suporte, na estabilização e na retenção da prótese. 
Nesta situação, o uso de um delineador para determinar o 
preparo bucal necessário é extremamente importante para se 
obter uma prótese removível estável e confortável.
Definiu-se um delineador dentário como um instrumento 
usado para determinar o paralelismo relativo de duas ou mais 
superfícies dos dentes ou outras partes do modelo de uma 
arcada dentária. Portanto, o principal objetivo do delineamento 
é identificar as modificações de estruturas bucais necessárias 
para a confecção de uma prótese parcial removível que terá um 
prognóstico bem-sucedido. A modificação das superfícies do 
dente para acomodar a colocação de partes componentes da 
prótese parcial na posição designada ideal aos dentes pilares é 
o que facilita este prognóstico.
Qualquer um dos diversos delineadores de preço moderado 
existentes no mercado servirá para realizar adequadamente os 
procedimentos necessários no desenho e na construção da 
prótese parcial. Além disso, é possível usar estes delineadores 
para paralelizar os descansos internos e os retentores intracoro-
nários. Acoplando-se uma peça de mão aos delineadores, 
torna-se possível usá-los para retificar os descansos internos e 
tornar paralelas as superfícies de planos-guia das restaurações 
pilares.
Os delineadores mais amplamente utilizados são o tipo Ney 
(Figura 11-1) e o tipo Jelenko (Figura 11-2). Ambos são ins-
trumentos de alta precisão. Diferem principalmente no fato de 
o braço do Jelenko girar enquanto que o braço do Ney é fixo. A 
técnica de delineamento e fresagem do bloqueio é, portanto, de 
algum modo diferente. Outros delineadores também diferem 
nesse aspecto, e, por esse motivo, o dentista pode preferir um 
em vez do outro.
As principais partes do delineador tipo Ney são as seguintes:
1. Plataforma na qual se move a base
2. Braço vertical que suporta a superestrutura
3. Braço horizontal do qual se suspende as pontas de 
delineamento
4. Mesa à qual se anexa o modelo
5. Base em que a mesa gira
6. Pontas para paralelizar ou para marcar linhas-guia (essa 
ferramenta entra em contato com a superfície convexa para 
que se faça um estudo de maneira tangencial; assim, pode-se 
determinar o paralelismo relativo de uma superfície com 
outra; com a substituição pela ponta grafite é possível deli-
near a altura dos contornos nas superfícies dos dentes pilares 
e nas áreas de interferência que requerem redução de 
bloqueio)
7. Mandril para segurar instrumentos especiais (pontas aces-
sórias) (Figura 11-3)
As partes principais do delineador tipo Jelenko são essencial-
mente as mesmas que as partes do delineador tipo Ney, exceto 
quando se afrouxa a porca no topo do braço vertical, tornando 
possível girar o braço horizontal. O objetivo deste atributo, ori-
ginalmente desenvolvido pelo Dr. Noble Wills, é possibilitar 
certa liberdade ao movimento do braço em um plano horizon-
tal em vez de depender inteiramente do movimento horizontal 
do modelo. Para alguns isso é confuso, pois assim, torna-se 
necessário coordenar dois movimentos horizontais. Para aqueles 
que preferem mover o modelo somente em relação horizontal 
ao braço vertical fixo, devem apertar a porca e usar o braço 
horizontal em uma posição fixa.
Outra diferença entre os delineadores tipo Ney e tipo Jelenko 
é o braço vertical, que no delineador tipo Ney se retém dentro 
de um rolamento fixo por atrito. Dentro desse rolamento, 
pode-se mover o eixo para cima ou para baixo, mas ele per-
manece em uma posição vertical até que seja movido nova-
mente. É possível fixar o eixo em qualquer posição vertical 
desejada apertando um parafuso. Em contraste, o braço vertical do 
delineador tipo Jelenko é de mola e retorna à posição inicial ao 
ser liberado. É necessário segurá-lo contra a tensão da mola 
durante o processo de utilização, o que para alguns é uma des-
vantagem. A mola pode ser removida, mas o atrito dos dois 
rolamentos que suportam o braço não o prende na posição de 
forma tão segura quanto um rolamento projetado para essa 
finalidade. Essas pequenas diferenças nos dois delineadores 
podem levar a preferências pessoais, mas não diminuem a efi-
cácia de qualquer um deles se usados corretamente.
Devido à estabilidade do eixo do delineador tipo Ney em qual-
quer posição vertical — ainda que possa se mover verticalmente 
com facilidade —, este se presta bem à função de uma broca 
quandouma peça de mão é adicionada (Figura 11-4). Assim, é 
possível usar a peça de mão para cortar rebaixos com precisão em 
restaurações fundidas com fresas ou pontas de carborundum de 
diversos tamanhos em uma peça de mão dentária.
Vários outros tipos de delineadores foram desenvolvidos e 
estão em uso atualmente. Muitos destes são bem elaborados e 
caros, contudo fornecem pouca vantagem sobre os tipos mais 
simples de delineadores.
A
B
C
D
F
GE
Calibragem da retenção
do tipo Ney
Ponta de carbono e estojo
metálico do tipo Ney
Ponta de carbono
do tipo Jelenko
Ponta calibradora
da retenção
do tipo Jelenko
0,
03
 (0
,7
6 
m
m
)
0,03 (0,76 mm)
0,02 (0,51 mm)
0,02 (0,51 mm)
0,01 (0,25 mm)
0,0
1 (
0,2
5 m
m)
Eixo de inserção
Recortador para
cera do tipo Ney
Cera de bloqueio
Ponta cônica de 2°
Ponta cônica de 6°
Lâmina do
delineador tipo Ney
É possível utilizar o delineador para delinear o modelo de diag-
nóstico, recontornar os dentes pilares no modelo de diagnós-
tico, recortar os padrões de cera, medir uma profundidade 
específica de um corte, delinear as coroas metalocerâmicas tipo 
Venner fresadas, posicionar retentores intracoronários, posicio-
nar descansos internos, retificar as restaurações metálicas fun-
didas e bloquear o modelo de trabalho ou mestre.
Delinear o modelo de diagnóstico é essencial para um diagnós-
tico eficaz e um plano de tratamento. Os objetivos são os 
seguintes:
1. Determinar o eixo de inserção mais favorável que eliminará 
ou minimizará a interferência na instalação e remoção 
(Figura 11-5). O eixo de inserção é a direção em que a prótese 
se move do ponto de contato inicial de suas partes rígidas 
com os dentes pilares até sua posição de assentamento final, 
com apoios encaixados e a base (ou sela) protética em 
contato com os tecidos. O trajeto de remoção é exatamente 
o inverso porque é a direção do movimento da prótese da 
sua posição de assentamento final para o último contato de 
suas partes rígidas com os dentes pilares. Quando se desenha 
a prótese corretamente, tendo planos-guia positivos, o 
paciente poderá colocar e remover a prótese com facilidade 
em um só sentido. Isso é possível somente por causa da 
influência guiadora das superfícies do dente (planos-guia), 
feitas paralelas ao eixo de inserção.
2. Identificar as superfícies proximais do dente que são ou 
precisam ser colocadas em paralelo, para que ajam como 
planos-guia durante a inserção e remoção.
3. Localizar e medir as áreas do dente que possam ser usadas 
para a retenção.
4. Determinar se as áreas dentárias e ósseas de interferência 
terão necessidade de ser eliminadas cirurgicamente ou por 
meio da seleção de um eixo de inserção diferente.
5. Determinar o eixo de inserção mais apropriado que irá pos-
sibilitar a localização dos retentores e dos dentes artificiais 
para que forneçam a melhor vantagem estética.
6. Permitir um planejamento exato dos preparos bucais a serem 
feitos. Isto inclui o preparo das superfícies proximais dos 
dentes, fornecendo planos-guia e redução dos contornos 
excessivos dos dentes para eliminar as interferências e pos-
sibilitar uma localização mais favorável para os braços de 
retenção e de reciprocidade dos grampos. Ao marcar estas 
áreas no modelo de diagnóstico em vermelho, usando um 
calibrador de corte para estimar a quantidade de estrutura 
dentária que pode seguramente ser removida (sem expor a 
dentina) e então aparando as áreas marcadas no modelo de 
gesso com a lâmina do delineador, torna-se possível estabe-
lecer a angulação e a extensão da redução do dente antes que 
sejam preparados na boca (Figura 11-6). Com o modelo de 
diagnóstico no delineador no momento do preparo bucal é 
possível realizar a redução dos contornos dentários com 
aceitável precisão.
Eixo
de inserção
7. Delinear a altura do contorno em dentes pilares e localizar as 
áreas de recortes dentários indesejáveis que devem ser evita-
das, eliminadas ou bloqueadas. Isto incluirá áreas dos dentes 
que entrarão em contato com conectores rígidos, com a 
posição dos braços não retentivos recíprocos e estabilizadores 
e com a posição das extremidades retentivas dos grampos.
8. Gravar a posição do modelo para referência futura em 
relação ao eixo de inserção selecionado. Pode-se fazer isso 
localizando três pontos ou linhas paralelas no modelo, assim 
estabelecendo o plano horizontal em relação ao braço verti-
cal do delineador (Figuras 11-6 e 11-16).
Ao longo dessa fase de preparo bucal, usa-se a lâmina de corte 
do delineador como instrumento de recorte da cera, de modo 
que se possa manter o eixo de inserção proposto nas restaura-
ções fundidas para os dentes pilares (Figura 11-7).
Planos-guia devem ser realizados em todas as superfícies 
proximais de padrões de cera adjacentes às áreas edentadas, 
paralelos ao eixo de inserção previamente determinado. Do 
mesmo modo, todos os outros contornos de dente que entra-
rão em contato com componentes rígidos devem ficar para-
lelos. Devem-se contornar as superfícies das restaurações em 
A B
B CA
que se colocarão componentes recíprocos e estabilizadores 
para permitir seu posicionamento bem abaixo das superfícies 
oclusais e das áreas não retentivas. É preciso contornar 
aquelas superfícies das restaurações que devem fornecer 
retenção para os braços dos grampos para que seja possível 
colocar os grampos de retenção no terço cervical da coroa e 
para que seja possível ter a melhor vantagem estética. Geral-
mente, uma pequena quantidade de corte de 0,250 a 0,50 mm 
(0,01 a 0,02 polegadas) ou menos é suficiente para finalidades 
retentivas.
Usam-se frequentemente coroas metalocerâmicas tipo veneer 
para restaurar dentes pilares em que se colocarão os retentores 
extracoronários diretos. O delineador é usado para fresar 
todas as áreas do padrão de cera da coroa veneer, exceto as 
superfícies vestibulares. É preciso lembrar que um dos princi-
pais objetivos de se usar uma coroa veneer de porcelana é desen-
volver uma réplica estética de um dente natural. É improvável 
que se possa confeccionar a faceta de cerâmica exatamente na 
forma exigida para a colocação planejada dos braços retentivos 
dos grampos sem que se faça alguma remodelagem com pedras 
e borrachas de desgaste. Antes de realizar o glazeamento final, 
é preciso retornar as coroas veneer pilares ao delineador em um 
modelo completo da arcada para assegurar um contorno correto 
das facetas ou para localizar aquelas áreas que necessitam de 
recontorno (Figura 11-8). O glazeamento final é realizado 
somente após o recontorno das coroas.
Na colocação de retentores intracoronários, usa-se o deli-
neador da seguinte maneira:
1. Selecionar um eixo de inserção em relação ao longo eixo 
dos dentes pilares que devem evitar as áreas de interfe-
rência em outras partes da arcada
2. Preparar os dentes de gesso do modelo de diagnóstico 
para estimar a proximidade do desgaste até a polpa (usado 
em conjunto com informações da radiografia para estimar 
o tamanho e a localização da polpa) e para facilitar a 
fabricação de gabaritos de metal ou resina para guiar os 
preparos dos desgastes na boca
3. Gravar os desgastes em padrões de cera, colocar os moldes 
de encaixes internos em padrões de cera ou recortar 
encaixes nas fundições com um suporte de peça de mão 
(qualquer método é válido)
4. Colocar a matrix do encaixe no modelo antes de incluir 
e soldar; todos os encaixes devem localizar-se paralelos 
entre si em qualquer lugar da arcada
O estudante deve consultar a seção “Recursos de Leitura 
Selecionados” no livro-texto para fontes de informação sobre 
retentores intracoronários (encaixes internos).
Pode-se usar o delineador com uma broca de desgaste, aco-
plado com uma peça de mão dentária anexada ao braço 
vertical. Pode-se moldar nos padrões de cera os descansos 
dos apoios internos e refiná-los com a peça de mão após a 
fundição, ou é possível fresar todo o descanso do apoio na 
restauração fundida com a peça de mão. O melhor é esculpir 
a forma do contornodo descanso do apoio na cera e após 
a fundição da restauração refinar a forma com a peça de 
mão.
Um descanso interno difere de um encaixe interno no 
fato de que se encera e funde uma parte da estrutura metálica 
da prótese para caber dentro do descanso, chamado apoio 
em vez de se usar uma matrix de encaixe e um trilho de 
inserção (Figuras 6-13 e 6-14). O primeiro geralmente é não 
retentivo, mas fornece um apoio definitivo para a prótese 
parcial removível ou um apoio para uma prótese parcial fixa 
com rompe-força. Quando usados com prótese parcial fixa, 
permite-se colocar os pedaços separadamente, pois os pilares 
não estão paralelos.
O apoio interno na construção da prótese parcial fornece 
um suporte oclusal positivo que se localiza mais favoravel-
mente em relação ao eixo rotativo do dente pilar do que o 
apoio oclusal convencional em formato de colher. Fornece 
também estabilidade horizontal por meio do paralelismo das 
paredes verticais, desse modo servindo ao mesmo propósito 
de braços de estabilização e reciprocidade colocados extra-
coronariamente. Por causa do movimento de uma base de 
extensão distal, é possível aplicar mais torque ao dente pilar 
por um tipo de apoio interligado, e por essa razão considera- -
se contraindicado o seu uso em conjunto com uma prótese 
parcial de extensão distal. Deve-se usar em desenhos de 
prótese parcial de extensão distal um apoio oclusal em 
formato de colher ou o encaixe tipo esfera e soquete, ou não 
travante. É preciso limitar o uso do apoio interno em formato 
articulado ou interligado a restaurações removíveis com 
suporte de dente, exceto quando usado em conjunto com 
algum tipo de rompe-força entre os pilares e a base removí-
vel. Discutiu-se o uso dos rompe-forças no Capítulo 9.
Pode-se fazer descansos de apoios internos na forma de 
uma caixa não retentiva, de uma caixa retentiva cujo desenho 
baseia-se no encaixe interno ou de uma caixa semirretentiva. 
Nesta última, as paredes são normalmente paralelas e não 
retentivas, mas um rebaixo no chão da caixa impede movi-
mento proximal da parte macho. Cortam-se os assentamen-
tos de descanso interno com brocas dentárias de diversos 
tamanhos e formatos. Usam-se brocas com pontas de fissura 
cônicas ou cilíndricas para formar as paredes verticais, e 
usam-se pequenas pontas de broca redondas para cortar 
rebaixos no chão do descanso do apoio.
Com um suporte de peça de mão acoplado (Figura 11-4), é 
possível retificar as superfícies axiais das restaurações metálicas 
fundidas e das cerâmicas utilizando um micromotor com uma 
fresa cilíndrica de carborundum apropriada. É possível melho-
rar as superfícies proximais das coroas e das restaurações metá-
licas fundidas, que servirão de planos-guia, e as superfícies 
verticais acima das bordas das coroas utilizando o micromotor, 
mas somente se a relação de uma coroa com outra estiver 
correta (Figura 14-9). A menos que o assentamento de instru-
mentos removíveis esteja exato e eles sejam mantidos no lugar 
por pedra ou gesso adicional, deve-se primeiro experimentar as 
restaurações metálicas fundidas na cavidade bucal e depois 
transferi-las, por meio de uma moldagem indicativa de gesso 
ou resina acrílica, para um modelo de gesso duro reforçado por 
motivos relativos à usinagem. Posiciona-se então o novo modelo 
no delineador, adequando-o ao eixo de inserção da prótese 
parcial, e utiliza-se nas superfícies verticais um micromotor 
com uma ponta cilíndrica de carborundum em verdadeiro 
funcionamento.
Embora se considere o paralelismo feito com micromotor 
ideal e pouco possível na esfera da aplicação diária, seus méritos 
mais do que justificam os passos adicionais necessários para 
realizá-lo. Quando se realiza e se reproduz tal paralelismo no 
modelo-mestre (ou de trabalho) é essencial que se direcione os 
passos laboratoriais subsequentes para o uso destas superfícies 
de planos-guia paralelas.
Como o delineamento do modelo-mestre ocorre após os pre-
paros bucais, deve-se saber o eixo de inserção, a localização de 
áreas retentivas e a localização de interferências restantes antes 
que se complete o desenho final da estrutura da prótese. Os 
objetivos do delineamento do modelo-mestre são os seguintes:
1. Selecionar o eixo de inserção mais apropriado, seguindo os 
preparos bucais que satisfazem os requisitos de planos-guia, 
retenção, não interferência e estética.
2. Possibilitar a calibragem das áreas retentivas e identificar a 
posição das extremidades dos grampos em proporção à fle-
xibilidade dos braços do grampo que estão sendo usados; a 
flexibilidade dependerá de vários dos seguintes fatores: do 
metal usado no grampo, do desenho e tipo de grampo, se a 
sua forma é redonda ou semirredonda, se o seu material é 
fundido ou forjado e do comprimento do braço do grampo 
do seu ponto de origem à sua extremidade final; a retenção 
então dependerá (a) da flexibilidade do braço do grampo, 
(b) da magnitude do dente cortado e (c) da profundidade 
da extremidade do grampo colocada neste corte.
3. Localizar áreas de corte indesejáveis que serão cruzadas por 
partes rígidas da restauração durante a instalação e a 
remoção; estas devem ser eliminadas por bloqueio.
A B
4. Aparar o material de bloqueio paralelo ao eixo de inserção 
antes da duplicação (Figura 11-9).
É preciso desenhar a prótese parcial de modo que (1) não 
cause estresse aos dentes pilares além da sua tolerância fisioló-
gica; (2) o paciente possa facilmente colocá-la e retirá-la; (3) ela 
se retenha contra consideráveis forças de deslocamento; e não 
se crie uma aparência desfavorável. É necessário delinear o 
modelo do diagnóstico com estes princípios em mente. Deve-se, 
portanto, planejar o preparo bucal de acordo com certos fatores 
que influenciarão o eixo de inserção e remoção.
Os fatores que determinarão o eixo de inserção e de remoção 
são planos-guia, áreas retentivas, interferências e estética.
É preciso encontrar ou criar superfícies proximais do dente que 
tenham uma relação de paralelismo umas com as outras para 
agirem como planos-guia durante a instalação e a remoção da 
prótese. Os planos-guia são necessários para assegurar a pas-
sagem de partes rígidas da prótese por áreas de interferência 
existentes. Assim, é possível para o paciente colocar e remover 
a prótese facilmente sem causar tensão aos dentes com quem 
mantém contato ou à própria prótese e sem causar dano aos 
tecidos moles encontrados abaixo.
Planos-guia são também necessários para assegurar um 
conjunto de funções previsíveis aos grampos, incluindo reten-
ção e estabilidade. Para um grampo ser retentivo, é preciso 
forçar o seu braço retentivo a flexionar. Portanto, planos-guia 
são necessários para dar uma direção positiva ao movimento da 
restauração, que deve sair e voltar à posição final.
As áreas retentivas devem existir para um dado eixo de intalação 
e devem entrar em contato com os braços retentivos dos 
grampos que são forçados a se flexionarem sobre superfícies 
convexas durante a colocação e a remoção. A retenção satisfató-
ria do grampo nada mais é do que a resistência do metal à 
deformação. Para um grampo ser retentivo, seu trajeto de escape 
deve ser um que não seja paralelo ao trajeto de remoção da 
própria prótese; caso contrário, ele não será forçado a se flexio-
nar e, desse modo, gerar a resistência conhecida como retenção. 
A retenção do grampo depende, portanto, da existência de um 
eixo de inserção e de remoção definidos.
Embora seja desejável, a retenção em cada pilar principal 
pode não estar equilibrada em relação ao dente que se encontra 
no lado oposto da arcada (exatamente igual e oposto em mag-
nitude e posição relativa); entretanto, deve estar presente a reci-
procidade positiva da arcada cruzada para com os elementos 
retentivos. A retenção deve ser apenas suficiente para resistir às 
consideráveis forças de deslocamento. Em outras palavras, deve 
ser o minimamente aceitável para retenção adequada contra 
consideráveis forças de deslocamento.
É possívelobter retenção razoavelmente igual por um de dois 
meios. Um é mudar o eixo de inserção para aumentar ou dimi-
nuir o ângulo de convergência cervical das superfícies retentivas 
de oposição dos dentes pilares; o outro meio é alterar a flexibi-
lidade do braço do grampo por meio de uma mudança em seu 
desenho, tamanho e comprimento ou no material de que é 
feito.
É possível desenhar a prótese de modo que ela possa ser colo-
cada e removida sem encontrar a interferência dos dentes e dos 
tecidos moles. Pode-se selecionar um eixo de inserção que 
encontre interferência somente quando a interferência puder 
ser eliminada durante o preparo bucal ou no modelo-mestre 
por uma quantidade moderada de bloqueio. As interferências 
podem ser eliminadas em preparos bucais por meio de cirurgias, 
exodontias, modificações de superfícies de interferências dentá-
rias ou alterações dos contornos dentários com restaurações.
Geralmente, a interferência que não puder ser eliminada por 
um motivo ou outro tomará precedência sobre os fatores de 
retenção e planos-guia. Algumas vezes estas áreas podem ser 
feitas áreas de não interferência somente por se selecionar um 
eixo de inserção diferente à custa de áreas retentivas existentes 
e planos-guia. Deve-se, então, modificar estes com restaurações 
que fiquem em harmonia com o trajeto ditado pela interferên-
cia existente. Por outro lado, se áreas de interferência puderem 
ser eliminadas por diversos meios consideráveis, isto deve ser 
feito. Quando isso ocorre, é possível usar frequentemente os 
contornos axiais de pilares existentes com pouca alteração.
Por meio de um eixo de inserção, torna-se possível a melhor 
posição estética dos dentes artificiais e se expõe menos grampo 
de metal e material de base.
A posição das áreas retentivas pode influenciar o eixo de 
inserção selecionado; portanto, deve-se sempre selecionar as 
áreas retentivas com as posições mais esteticamente agradáveis 
para os grampos em mente. Quando precisam ser feitas res-
taurações por outros motivos, deve-se contorná-las para pos-
sibilitar a menor exposição do metal do grampo. Geralmente, 
menos metal ficará exposto se o grampo retentivo for colocado 
em uma área mais distogengival da superfície do dente, o que 
se torna possível por meio do eixo de inserção selecionado ou 
pelo contorno das restaurações.
A estética também pode ditar a escolha do trajeto selecio-
nado quando dentes anteriores precisam ser substituídos pela 
prótese parcial. Nestas situações, um eixo de inserção mais ver-
tical é normalmente necessário para que não se modifique 
excessivamente nem os dentes artificiais nem os dentes naturais 
adjacentes (Figura 11-10). Neste caso, a estética pode ter prece-
dência sobre outros fatores. Isso torna necessário o preparo 
dos dentes pilares para eliminar interferências e para fornecer 
planos-guia e retenção em harmonia com aquele eixo de inser-
ção ditado pelos fatores estéticos.
Como a consideração principal deve ser a preservação dos 
tecidos bucais remanescentes, não se deve possibilitar que a 
estética ameace o sucesso da prótese parcial. A substituição dos 
dentes anteriores que faltam deve, então, ser realizada por meio 
de próteses parciais fixas quando possível, especialmente se a 
eficácia mecânica e funcional da prótese parcial precisar de um 
preparo dental significativo.
Anexe o modelo à mesa ajustável do delineador com um grampo. 
Posicione a mesa ajustável de modo que as superfícies oclusais 
dos dentes estejam aproximadamente paralelas à plataforma 
(Figura 11-11). Tal orientação é uma maneira provisória, porém 
prática, para começar a considerar os fatores que influenciam o 
eixo de inserção e remoção.
Determine o paralelismo relativo das superfícies proximais de 
todos os dentes pilares potenciais pelo contato das superfícies 
proximais do dente com a lâmina do delineador ou com o esti-
lete de diagnóstico. Altere a posição do modelo anteroposterior-
mente até que essas superfícies proximais estejam o mais próximo 
possível de uma posição paralela com relação uma à outra ou 
próximas o suficiente para que possam ser tornadas paralelas por 
recontorno. Para modificações posteriores de espaços, isto 
determinará a inclinação anteroposterior do modelo em relação 
ao braço vertical do delineador (Figura 11-12). Embora a mesa 
do delineador seja universalmente ajustável, deve-se pensar nela 
como tendo somente dois eixos, assim permitindo unicamente 
inclinações anteroposteriores e laterais.
A 
B
C
Quando se faz uma escolha entre ter contato com uma 
superfície proximal somente na área cervical ou contato somente 
no cume marginal, prefere-se o último porque é possível então 
estabelecer um plano por meio do recontorno (Figura 11-13). 
É óbvio que, quando existe somente contato gengival, uma res-
tauração é o único meio de estabelecer um plano-guia. Portanto, 
se uma inclinação que não fornece contato proximal está apa-
rente, deve-se estabelecer a superfície proximal com algum tipo 
de restauração.
O resultado final ao estabelecer uma inclinação anteropos-
terior apropriada deve ser de fornecer as maiores áreas reunidas 
de superfícies proximais paralelas que podem agir como planos- 
guia. Também se usam outras superfícies axiais de dentes 
pilares como planos-guia. Isto é feito normalmente pelo contato 
do componente estabilizador do conjunto retentor direto em 
sua totalidade com a superfície axial do pilar, que se encontrou 
ou se fez paralela ao eixo de inserção (Figuras 14-7 a 14-9). 
Portanto, também é preciso considerar uma inclinação lateral 
do molde para o braço vertical do delineador, assim como a 
inclinação anteroposterior, quando se usam planos-guia.
Por meio do contato das superfícies vestibular e lingual dos 
dentes pilares com a lâmina do delineado, é possível determinar 
a quantidade de retenção existente abaixo da sua altura da con-
vexidade. A melhor forma de realizar esta tarefa é direcionando 
para o modelo uma pequena fonte de luz vinda do lado oposto 
ao do dentista. Observa-se melhor o ângulo de convergência 
cervical como um triângulo de luz entre a lâmina do delineador 
e o ápice da superfície do dente sob estudo (Figura 7-41).
Altere a posição do modelo inclinando-o lateralmente até 
que existam áreas retentivas semelhantes nos principais dentes 
pilares. Se somente dois dentes pilares se envolverem, como em 
uma arcada parcialmente edentada da Classe I de Kennedy, 
serão ambos os pilares principais. No entanto, se quatro dentes 
pilares se envolverem (como estão em uma Classe III de Kennedy, 
modificação 1), eles serão todos pilares principais, e áreas reten-
tivas devem ser posicionadas em todos os quatro. Contudo, 
se três dentes pilares se envolverem (como estão em uma Classe 
II de Kennedy, modificação 1), o pilar posterior no lado em que 
o dente tem suporte e o pilar no lado da extensão distal são 
considerados os pilares principais, e é preciso igualar a retenção 
adequadamente. É possível considerar o terceiro pilar secundá-
rio, e espera-se menos retenção dele do que dos outros dois. 
Ocorre uma exceção quando o pilar posterior no lado em 
que o dente tem suporte aparece com um prognóstico ruim, e 
desenha-se a prótese para ser, por fim, uma Classe I. No caso 
desta situação, consideram-se os dois pilares mais fortes os 
pilares principais.
Quando se inclina o modelo lateralmente para estabelecer 
uma uniformidade razoável de retenção, torna-se necessário 
girar a mesa em um eixo longitudinal imaginário sem perturbar 
a inclinação anteroposterior previamente estabelecida. A posição 
resultante é uma que fornece ou torna possível que os planos- 
guia fiquem paralelos e forneçam a retenção aceitável nos dentes 
pilares. Deve notar-se que esta posição mais desejada sempre 
requererá algumas modificações nos dentes para ser atingida. 
Note que uma possível interferência a este eixo de inserção 
provisório não foi, até agora, levada em consideração.
Caso se esteja delineando um modelo mandibular, verifique assuperfícies da língua que serão cruzadas por um conector maior 
do tipo barra lingual durante a colocação e a remoção. Proemi-
nências ósseas e dentes pré-molares com inclinações para lingual 
A B
são as causas mais comuns de interferência em um conector do 
tipo barra lingual.
Se a interferência for bilateral, a cirurgia ou o recontorno das 
superfícies linguais do dente, ou ambos, podem ser inevitáveis. 
Se a interferência for apenas unilateral, uma mudança na incli-
nação lateral pode evitar uma área de interferência no dente ou 
no tecido. Ao mudar o eixo de inserção para impedir interfe-
rência, é possível perder os planos-guia previamente estabeleci-
dos e a posição ideal para os elementos retentivos. Então, será 
preciso tomar uma decisão sobre remover a interferência exis-
tente por qualquer meio necessário ou recorrer às restaurações 
nos dentes pilares, desse modo mudando as áreas proximais e 
retentivas para se conformar ao novo eixo de inserção.
De maneira semelhante, é preciso avaliar os cortes ósseos que 
oferecerão interferência ao assentamento das bases da prótese e 
tomar uma decisão sobre removê-los cirurgicamente; mudar o 
eixo de inserção à custa de modificar ou restaurar os dentes para 
conseguir planos-guia e retenção; ou desenhar as bases da 
prótese para evitar tais áreas retentivas. O último pode ser feito 
encurtando-se as bordas das bases das próteses por vestibular e 
na extensão distolingual. Contudo, é importante lembrar que se 
deve usar a área máxima disponível para o apoio da base da 
prótese sempre que possível.
Raramente existe interferência nos conectores maiores na 
arcada maxilar. Áreas de interferência normalmente encontram-se 
em dentes posteriores com inclinação vestibular e naquelas 
áreas ósseas no rebordo alveolar edentado por vestibular. 
Assim, como com o modelo mandibular, é necessário tomar a 
decisão sobre o caso de eliminá-las, de mudar o eixo de inserção 
à custa de modificar ou restaurar dentes para obter os planos- 
guia e a retenção exigida ou de redesenhar os conectores e as 
bases para evitá-las.
Outras áreas de possíveis interferências a serem avaliadas são 
aquelas superfícies dos dentes pilares que suportarão ou serão 
cruzadas por conectores menores e pelos braços dos grampos. 
Embora seja possível bloquear a interferência nos conectores 
menores verticais, fazer isso pode causar desconforto à língua 
do paciente e pode criar espaços desagradáveis, que poderiam 
resultar em aglutinação de comida. É também desejável que 
superfícies do dente em contato com conectores verticais sejam 
usadas como planos-guia auxiliares sempre que possível. Um 
grande alívio talvez seja melhor do que um pequeno por causa 
da possibilidade de irritação dos tecidos moles. É sempre melhor 
colocar o alívio com algum objetivo em mente. Se possível, um 
conector menor deve passar verticalmente ao longo de uma 
superfície do dente que seja paralela ao eixo de inserção (que é 
considerado ideal) ou afilar-se oclusalmente. Se existirem cortes 
do dente que precisem usar uma quantidade desagradável de 
bloqueios, eles podem ser eliminados ou diminuídos por meio 
de sutis mudanças no eixo de inserção e/ou eliminados durante 
os preparos da cavidade bucal. A necessidade para tal alteração 
deve estar indicada no modelo de diagnóstico em lápis verme-
lho após aceitação final do eixo de inserção.
As superfícies do dente em que se colocarão os braços dos 
grampos recíprocos e estabilizadores devem ser estudadas para 
ver se existem áreas suficientes acima da linha-guia equatorial 
para a colocação destes componentes. A adição de um braço de 
grampo no terço oclusal de um dente pilar acrescenta à sua 
dimensão oclusal e, consequentemente, à carga oclusal daquele 
dente. Os braços dos grampos não retentivos e estabilizadores 
são mais bem posicionados entre o terço médio e gengival da 
coroa do que no terço oclusal.
É possível eliminar as áreas de interferência à colocação 
apropriada dos braços dos grampos por meio da remodelação 
das superfícies do dente durante os preparos da cavidade bucal. 
Estas áreas devem estar indicadas no modelo de diagnóstico. 
Áreas de interferência à colocação de grampos podem precisar 
de pequenas mudanças no eixo de inserção ou mudanças no 
desenho do grampo. Por exemplo, um braço de grampo do tipo 
barra que se origina da porção mesial do conector maior para 
fornecer reciprocidade e estabilidade pode ser substituído por 
um braço circunferencial que se origine na porção distal.
Áreas de interferência normalmente negligenciadas são as 
dos ângulos da linha distal de dentes pilares pré-molares e dos 
ângulos da linha mesial de pilares molares. Essas áreas frequen-
temente oferecem interferência à origem dos braços dos grampos 
circunferenciais. Se não forem detectadas no momento da ava-
liação inicial, não serão incluídas no plano de preparo de boca. 
Quando tal corte existe, é possível considerar as três alternativas 
seguintes:
1. É possível bloqueá-las como qualquer outra área de interfe-
rência. Isso é sem dúvida o método menos satisfatório, 
porque a origem do grampo precisa então ficar afastada do 
dente em proporção a quantidade de bloqueio usado. Embora 
este método seja talvez menos condenável do que se colo-
cado oclusalmente, pode ser desagradável para a língua e 
para bochecha e pode criar um local de aglutinação de 
comida.
2. É possível contorná-las por meio de uma aproximação da 
área retentiva de uma direção gengival com um braço de 
grampo do tipo barra. Esta geralmente é uma solução satis-
fatória ao problema se não estiverem presentes outras con-
traindicações ao uso de um braço de grampo do tipo barra, 
como um corte severo do tecido ou uma área retentiva que 
é muito alta no dente.
3. É possível eliminá-las por meio de uma redução no contorno 
ofensivo do dente durante o preparo bucal. Isto possibilita 
o uso de um braço de grampo circunferencial originando 
bem abaixo da superfície oclusal de uma maneira satisfató-
ria. Se o dente precisar ser modificado durante os preparos 
da boca, deve-se indicar no modelo de diagnóstico com um 
lápis colorido.
Quando a área retentiva localiza-se em uma altura não favo-
rável do dente pilar ou o corte é muito severo, podem existir 
interferências também em superfícies do dente que fazem 
suporte aos grampos retentivos. Tais áreas de extrema ou alta 
convexidade devem ser consideradas áreas de interferência e 
devem ser reduzidas adequadamente. Essas áreas são também 
indicadas no modelo de diagnóstico para redução durante os 
preparos da boca.
Deste modo, o eixo de inserção estabelecido deve ainda ser 
considerado do ponto de vista estético, tanto quanto à posição 
dos grampos como a distribuição dos dentes artificiais.
Normalmente, é possível selecionar desenhos de grampos 
que forneçam estética satisfatória para qualquer eixo de inser-
ção selecionado. Em alguns casos, é possível usar os braços dos 
grampos do tipo barra posicionados gengivalmente de forma 
vantajosa; em outros, pode-se usar os braços dos grampos cir-
cunferenciais posicionados cervicalmente. Isto se torna espe-
cialmente verdadeiro quando outros dentes pilares localizados 
mais posteriormente podem carregar a maior responsabilidade 
pela retenção. Ainda em outras situações, é possível utilizar um 
braço de grampo retentivo de fios forjados com mais vantagem 
estética do que um braço de grampo fundido. A colocação dos 
braços dos grampos por motivos estéticos normalmente não 
justifica alterar o eixo de inserção à custa de fatores mecânicos. 
Contudo, é preciso considerá-la simultaneamente com outros 
fatores, e se a escolha entre dois trajetos de inserção de méritos 
iguais permitirem uma colocação mais esteticamente agradável 
dos braços dos grampos de um sob o outro, deve-se dar prefe-
rência a esse trajeto.
Quando estão envolvidas reposições anteriores, a escolha do 
trajeto é limitada a uma mais vertical por razões já indicadas. 
Somente nesta situação deve-se dar consideração principalà 
estética, mesmo à custa de alterar o eixo de inserção e de fazer 
todos os outros fatores conformarem-se. Deve-se lembrar deste 
fator quando se considerar os outros três, para que se façam 
acordos no momento que estiverem considerando outros 
fatores.
O eixo de inserção final será a posição do modelo anteropos-
terior e lateral, em relação ao braço vertical do delineador, que 
melhor satisfaz todos os quatro fatores: planos-guia, retenção, 
interferência e estética.
É preciso marcar com lápis vermelho todas as mudanças 
bucais sugeridas no modelo de diagnóstico, com a exceção das 
restaurações a serem feitas. Estas também podem estar indica-
das em uma ficha em anexo se desejado. Dá-se prioridade a 
exodontias e cirurgias para dar tempo à cicatrização. As marcas 
vermelhas restantes representam modificações efetivas dos 
dentes que ficam para serem feitas, o que consiste no preparo 
das superfícies proximais, na redução das superfícies vestibular 
e lingual e no preparo dos assentamentos de descanso. Exceto 
quando são colocados no padrão de cera para restauração 
fundida, o preparo dos assentamentos de descanso deve sempre 
ser adiada até que se completem todos os outros preparos 
bucais.
A posição real dos descansos será determinada pelo desenho 
proposto da estrutura da prótese. Por isso, deve-se desenhar o 
projeto provisório no modelo de diagnóstico a lápis após decisão 
sobre o eixo de inserção. Isto é feito não só para localizar as áreas 
de descanso, mas também para gravar graficamente o plano de 
tratamento antes do preparo bucal. No tempo entre as consultas 
do paciente é possível que se tenha considerado outras restau-
rações na prótese parcial. O dentista deve ter o plano de trata-
mento prontamente disponível a cada consulta subsequente 
para evitar confusão e para manter um lembrete daquilo que 
vai ser feito e a sequência que irá requerer.
O plano de tratamento deve incluir (1) o modelo de diagnós-
tico com os preparos bucais e o projeto da prótese demarcado 
nele; (2) uma ficha mostrando o projeto proposto e o trata-
mento planejado para cada pilar; (3) uma ficha de trabalho 
mostrando todo o tratamento envolvido que permitirá uma 
breve revisão e a checagem de cada passo já concluído com 
o progresso do trabalho; e (4) um registro do orçamento dado 
para cada fase do tratamento que pode ser excluído da lista ao 
ser registrado no cadastro permanente do paciente.
Usam-se marcações feitas com lápis vermelho no modelo de 
diagnóstico para indicar a localização dos descansos (Figura 11-14). 
Embora não seja necessário o preparo de áreas de descanso no 
modelo de diagnóstico, aconselha-se ao estudante novato que 
tenha isso feito antes de prosseguir na alteração dos dentes 
pilares. Isto se aplica igualmente aos preparos das coroas e das 
restaurações nos dentes pilares. É aconselhável, no entanto, 
mesmo para o dentista mais experiente que tenha aparado os 
dentes no modelo de gesso com a lâmina do delineador onde 
quer que se precise fazer redução do dente. Isto identifica não 
só a quantidade a ser removida em uma dada área, mas 
também em qual plano se deve preparar o dente. Por exemplo, 
pode ser preciso recontornar uma superfície proximal somente 
A B
no terço superior ou no terço médio para estabelecer um 
plano-guia que será paralelo ao eixo de inserção. Este não é 
normalmente paralelo ao eixo longo do dente, e se instrumento 
giratório for colocado o contra a lateral do dente, o ângulo de 
superfície existente será mantido, evitando assim a necessi-
dade de estabelecer um novo plano que seria paralelo ao eixo 
de inserção.
É possível usar a lâmina do delineador, que representa o eixo 
de inserção, de forma vantajosa para aparar a superfície do 
dente pilar sempre que aparecer uma marca vermelha. A super-
fície resultante representa a quantidade de dente a ser removida 
na boca e indica o ângulo que se deve segurar a peça de mão. A 
superfície cortada no dente do modelo de gesso não está nova-
mente marcada com lápis vermelho, mas está delineada em lápis 
vermelho para que se localize corretamente a área que deverá 
ser preparada.
É preciso usar algum método de registro da relação do modelo 
com o braço vertical do delineador para que se possa retornar 
o modelo ao delineador como referência futura, especialmente 
durante os preparos de boca. O mesmo se aplica à necessidade 
de retornar qualquer modelo de trabalho ao delineador para 
enceramento e recorte dos padrões de cera, aparar bloqueios no 
modelo-mestre ou posicionar os braços dos grampos em relação 
às áreas retentivas.
Obviamente, a base recortada variará com cada modelo; por 
isso, gravar a posição da mesa do delineador não tem valor 
algum. Se tivesse, seria possível incorporar calibragens à mesa 
do delineador, o que permitiria o restabelecimento da mesma 
posição. Em vez disso, a posição de cada modelo precisa ser 
estabelecida separadamente e qualquer registro de posição 
aplica-se somente àquele modelo.
Dos diversos métodos, dois parecem ser os mais convenien-
tes e exatos. Um método é colocar três pontos amplamente 
divergentes com a ponta de um marcador de grafite na super-
fície de tecido gengival do modelo com o braço vertical do 
delineador em uma posição travada. Preferivelmente, não se 
deve colocar estes pontos nas áreas do modelo envolvidas no 
desenho da estrutura. Os pontos devem estar circundados com 
um lápis colorido para uma fácil identificação. Quando o 
modelo retornar ao delineador, será possível incliná-lo até que 
a ponta da lâmina do delineador ou da ponta de diagnóstico 
toque novamente os três pontos no mesmo plano. Essa aborda-
gem, que produzirá a posição original do modelo e, assim, o 
eixo de inserção original, é conhecida como tripoidismo do 
modelo (Figura 11-15). Alguns dentistas preferem fazer peque-
nas marcas redondas no modelo na posição dos pontos do tripé 
para preservar a orientação do modelo e para transferir esta 
relação ao modelo refratário.
Haste de carbono
substituída para marcar
a altura do contorno
(também chamada
de linha-guia
equatorial)
A D C
B
O segundo método é marcar os dois lados e a face dorsal da 
base do modelo com um instrumento afiado segurado contra a 
lâmina do delineador (Figura 11-15). Quando se inclina o 
modelo até que todas as três linhas estejam novamente paralelas 
à lâmina do delineador, a posição original do modelo pode ser 
restabelecida. Felizmente, as linhas riscadas serão reproduzidas 
em qualquer duplicação, permitindo assim qualquer molde 
duplicado se relacionar com o delineador de uma maneira 
semelhante. Enquanto não se pode fazer um modelo de diag-
nóstico e um modelo-mestre para serem intercambiáveis, um 
modelo refratário, que é uma duplicação do modelo-mestre, 
pode ser reposicionado no delineador a qualquer momento. É 
preciso advertir ao técnico para não recortar os lados do modelo 
no recortador de modelos e, desse modo, perder as marcas de 
referência para o reposicionamento.
É preciso lembrar que reposicionar um modelo em um deli-
neador em qualquer momento pode envolver certa quantidade 
de erro humano. Estimou-se que um erro de 0,2 mm pode ser 
antecipado quando se reposiciona um modelo pelo método do 
tripoidismo. Esse erro de reposicionamento pode influenciar na 
colocação adequada da cera de bloqueio e pode resultar na 
colocação ineficaz dos retentores diretos nas áreas retentivas 
predeterminadas e contatos impróprios dos conectores menores 
com os planos-guia. Consequentemente, é preciso fazer o repo-
sicionamento do modelo ao delineador utilizando qualquer 
método com grande cuidado.
É preciso delinear o modelo-mestre como um novo modelo, 
mas as superfícies proximais de planos-guia preparadas indica-
rão a inclinação anteroposterior correta. Alguns acordos podem 
ser necessários, mas a quantidade de superfícies de planos-guia 
remanescentes após o bloqueio deve ser máxima para cada 
dente. Não se consideram como parte da área de plano-guia as 
áreas acima do ponto de contato com a lâminado delineador 
nem as áreas de cortes gengivais, que serão bloqueadas.
A inclinação lateral será a posição que fornecerá áreas reten-
tivas iguais em todos os pilares principais em relação ao 
desenho de grampo planejado. É preciso considerar fatores de 
flexibilidade, inclusive a necessidade de flexibilidade extra em 
pilares de extensão distal, quando se está decidindo o que 
fornecerá igual retenção em todos os dentes pilares. Por 
exemplo, deve-se ponderar o uso do grampo de retenção 
fundido circunferencial ou tipo barra no dente suporte em um 
desenho tipo Classe II contra uma retenção de fio de aço 
calibre-18 em um pilar distal somente se o grampo fundido mais 
rígido abraçar uma porção menor do que o braço do grampo 
de fio de aço. Portanto, o grau de retenção sozinho não asse-
gura uma retenção relativamente igual, a menos que se usem 
os braços do grampo de igual comprimento, diâmetro, forma 
e material.
A interferência bruta deverá ter sido eliminada durante o 
preparo bucal. Assim, para um dado eixo de inserção que 
fornece planos-guia e retenção equilibrada, qualquer interfe-
rência restante precisa ser eliminada com bloqueio. Se os pre-
paros bucais tiverem sido adequadamente planejados e 
executados, os alívios restantes a serem bloqueados devem ser 
mínimos.
A base do modelo está agora marcada ou o modelo está com 
o registro do tripodismo (três pontos) como descrito previa-
mente. É possível, então, substituir a lâmina do delineador ou a 
ponta de diagnóstico por uma ponta grafite, e podem-se deli-
near os contornos da altura da convexidade de cada dente pilar 
e tecido mole. De igual modo, deve-se indicar com o grafite 
quaisquer áreas de interferência nas partes rígidas da estrutura 
durante o assentamento e a remoção para que se possa localizar 
áreas de retenção ou alívio.
É importante descartar os grafites que ficarem, mesmo que 
levemente desgastados pelo uso. Um grafite desgastado (afilado) 
indicará alturas de contornos mais oclusalmente localizadas do 
que aquelas que de fato existem. O grafite deve estar paralelo ao 
eixo vertical do delineador (Figura 11-16). Deve-se sempre 
verificar a ponta de diagnóstico para assegurar que este não 
esteja curvado ou distorcido.
Usa-se o delineador com o modelo-mestre (ou de trabalho) por 
duas razões: (1) para delinear a altura do contorno dos dentes 
pilares para localizar os braços dos grampos e também para 
identificar a localização e a magnitude das áreas retentivas; e 
(2) para livrar o bloqueio de qualquer interferência que interfira 
na colocação e na remoção da prótese. As áreas envolvidas são 
aquelas que partes rígidas da estrutura da prótese cruzarão no 
eixo de inserção.
É preciso medir e marcar no modelo-mestre a localização 
exata que as extremidades dos grampos retentivos irão ocupar 
(Figura 11-17). É possível medir essas áreas com um instru-
mento de calibragem, como aqueles fornecidos pelos delinea-
dores Ney e Jelenko. A quantidade de retenção é medida em 
centésimos de polegada, com os instrumentos permitindo 
medidas até 0,76 mm (0,03 polegada). Teoricamente, a quanti-
dade de retenção usada pode variar com o grampo que será 
usado, até no máximo 0,76 mm (0,03 polegada). No entanto, 
calibragens de 0,25 mm (0,01 polegada) são frequentemente 
adequadas para retenção em retentores fundidos. A retenção 
por meio de fios de aço pode seguramente usar até 0,51 mm 
(0,02 polegada) sem induzir torque indesejável no dente pilar, 
desde que o braço retentivo do fio seja longo o suficiente (pelo 
menos 8 mm). O uso de 0,76 mm (0,03 polegada) raramente é 
justificável (se alguma vez é) com qualquer grampo. Quando se 
requer maior retenção, como quando dentes pilares permane-
cem somente em um lado da arcada, é melhor que se usem 
pilares múltiplos, em vez de aumentar a retenção em apenas um 
único dente.
Quando se direciona uma fonte de luz para o dente que está 
sendo delineado, torna-se visível um triângulo de luz. Delimita- -
se o triângulo por meio da superfície do dente pilar em um 
lado e da lâmina do delineador no outro, sendo o ápice o 
ponto de contato na altura da convexidade e a base do triângulo 
sendo os tecidos gengivais (Figura 11-18). A retenção será 
determinada pela (1) magnitude do ângulo de convergência 
cervical abaixo do ponto de convexidade; (2) pela profundidade 
na qual se coloca a extremidade do grampo no ângulo; e (3) 
pela flexibilidade do braço do grampo. A aplicação inteligente 
de grampos com desenhos diversos e suas relativas flexibilida-
des é mais importante do que a habilidade de calibrar a retenção 
com precisão exata.
Após esta etapa é possível desenhar o projeto final no 
modelo-mestre com um lápis fino de cera, preferivelmente um 
que não saia durante a duplicação. O grafite normalmente se 
mexe na duplicação, mas algumas marcações feitas com lápis de 
cera resistirão à duplicação sem borrar nem transferir. Dimen-
sionar e pulverizar o modelo-mestre para proteger tais marca-
ções de lápis não é normalmente aconselhável, a menos que seja 
feito com extremo cuidado para evitar obliteração dos detalhes 
da superfície.
A B
Após estabelecer o eixo de inserção e a localização de áreas 
de retenção no modelo-mestre, é preciso eliminar com o 
bloqueio quaisquer áreas retentivas que serão cruzadas 
por partes rígidas da prótese (que são todas as partes da 
estrutura da prótese exceto as extremidades do grampo 
retentivo).
Em um sentido mais amplo do termo, bloqueio não inclui 
somente as áreas cruzadas pela estrutura da prótese durante 
a inserção e a remoção, mas também (1) aquelas áreas não 
envolvidas que são bloqueadas por conveniência; (2) as 
bordas em que serão colocadas os enceramentos dos 
grampos; (3) o alívio abaixo dos conectores para evitar com-
pressão do tecido; e (4) o alívio para fornecer o encaixe da 
base da prótese à estrutura.
Saliências ou degraus (bloqueio com formato) podem ou 
não ser usados para localizar os enceramentos dos grampos 
(Figura 11-19). Contudo, não se deve confundir isto com o 
verdadeiro bloqueio de áreas retentivas que ofereceriam 
interferência na instalação da estrutura da prótese. Somente 
a última é feita no delineador, com a lâmina do delineador 
ou o estilete do diagnóstico usados como um dispositivo de 
paralelismo.
Pode-se usar satisfatoriamente a colocação de cera rígida 
como material de bloqueio. É facilmente aplicada e aparada 
com a lâmina do delineador. Facilita-se o aparamento aque-
cendo levemente a lâmina do delineador com uma lampa-
rina de álcool. Embora seja verdade que qualquer cera 
derreterá mais rapidamente que uma mistura de argila com 
cera se a temperatura do material de duplicação estiver 
muito alta, deve-se presumir que o material de duplicação 
não será usado em uma temperatura tão elevada. Se a tem-
peratura do material de duplicação for alta o suficiente para 
causar dano ao bloqueio de cera, podem ocorrer outras dis-
torções e a duplicação será imprecisa.
O bloqueio paralelo é necessário para as áreas cervicais às 
superfícies de plano-guia e para todas as áreas retentivas que 
BA
os conectores maiores e menores cruzarão. Outras áreas que 
devem ser bloqueadas por conveniência ou para evitar difi-
culdades na duplicação devem ser bloqueadas com lâminas 
de cera rígida ou argila de moldagem a óleo (argila de mol-
dagem para artista). Tais áreas incluem as faces vestibulares 
e as áreas retentivas vestibulares que não estão envolvidos no 
desenho da prótese e as áreas sublinguais e distolinguais além 
dos limites do desenho da prótese. Estas são bloqueadas arbi-
trariamente com lâminas de cera rígida ou argila, mas por 
não terem nenhuma relação com o eixo de inserção, elas não 
requerem o uso do delineador. Não é indicado o uso da argila 
de moldagem quando se envolvem procedimentos de dupli-
cação, pois a argila é solúvel em água.
Por outro lado, as áreas que os conectores rígidos cru-
zarão devem ser aparadas com a lâmina do delineador ou 
alguma outra ferramenta do delineador paralela ao eixode 
inserção (Figura 11-20). Isto impõe uma responsabilidade 
considerável ao técnico. Se o bloqueio não estiver suficien-
temente aparado para expor as superfícies do plano-guia, 
os efeitos destes planos-guia, que o dentista estabeleceu 
cuidadosamente, serão anulados. Se, por outro lado, o 
técnico for excessivamente zeloso em paralelizar o blo-
queio, é possível que o modelo de gesso se desgaste por 
meio do contato pesado com a lâmina do delineador. 
Embora o resultado da fundição da estrutura resultante do 
molde pudesse assentar no modelo-mestre sem interferên-
cia, a interferência ocorreria no momento da instalação na 
boca. Isto tornaria necessário desgastar a estrutura metá-
lica no momento da prova no paciente, o que não é 
somente uma operação indesejável e demorada, mas 
também uma que pode ter o efeito de obliterar as superfí-
cies de planos-guia.
As áreas retentivas do tecido que precisam ser bloqueados 
devem estar paralelas às áreas retentivas bloqueadas dos 
dentes. A diferença entre bloqueio e alívio precisa ser clara-
mente entendida (Figuras 11-21 e 11-22). Por exemplo, 
áreas retentivas de tecido que ofereceriam interferência ao 
assentamento de um conector do tipo barra lingual são 
bloqueados com cera de bloqueio e são aparadas paralela-
mente ao eixo de inserção. Isto em si mesmo não necessaria-
mente proporciona um alívio para evitar a compressão do 
tecido. Além de tal bloqueio, usa-se às vezes um alívio de 
espessura variante, dependendo da posição do conector, da 
inclinação relativa do processo alveolar e do efeito previsível 
da rotação da prótese. Deve-se supor que se fornecem reten-
tores indiretos, como este, ou retenção indireta no desenho 
da prótese para impedir a rotação da barra lingual inferior-
mente. Uma rotação vertical e para baixo das bases da 
A B
prótese em volta de pilares posteriores coloca a barra ainda 
mais longe do aspecto lingual do processo alveolar quando 
esta superfície se inclina inferiormente e posteriormente 
(Figura 11-23). Nesses casos, obtém-se o alívio adequado 
dos tecidos moles adjacentes à barra lingual pelo acabamento 
e polimento iniciais da estrutura. Contudo, a rotação exces-
siva vertical e para cima da barra lingual se chocará contra 
os tecidos linguais se o processo alveolar estiver quase verti-
cal ou com corte para com o eixo de inserção (Figura 11-24). 
A região do modelo envolvendo a colocação proposta da 
barra lingual deveria, nessa situação, ser primeiro aliviada 
pelo bloqueio paralelo e depois por uma tira de cera calibre 
32. Não se deveria usar cera de moldagem de baixa fusão, 
como a cera de moldagem verde da marca Kerr®, para esta 
finalidade: ela se funde muito facilmente durante a adapta-
ção e pode ser afetada pela temperatura do material de 
duplicação. Deve-se usar cera de moldagem rosa, mesmo 
que seja difícil de adaptá-la uniformemente. Prefere-se uma 
cera de moldagem sensível a pressão e revestida de adesivo 
porque se adapta prontamente e adere à superfície do 
modelo. Qualquer cera, até do tipo adesivo, deve ser fundida 
nas bordas, por todos os lados, com uma espátula quente 
para impedir a sua soltura quando o modelo for umedecido 
antes ou durante a duplicação.
Tendências de rotação horizontal da extensão distal man-
dibular de próteses parciais removíveis levam a muitas das 
irritações de tecido vistas adjacentes a um conector maior 
lingual-mandibular. Normalmente é possível evitar estas 
irritações por meio do bloqueio de todas as áreas retentivas 
adjacentes à barra paralela ao eixo de inserção e, depois, a 
inclusão de componentes de estabilização adequados no 
desenho da estrutura para resistir à rotação horizontal. Um 
alívio judicioso do lado do tecido da barra lingual com rodas 
de borracha no local da irritação geralmente corrigirá a dis-
crepância. Sob nenhuma circunstância deve-se ameaçar a 
rigidez do conector maior desgastando qualquer parte dele.
Ainda outras áreas que requerem alívio são as áreas em 
que partes componentes cruzam a gengiva e as cristas gen-
givais. É preciso proteger todas as áreas gengivais cercadas 
pela estrutura da prótese de possíveis compressões resul-
tantes da rotação da estrutura da prótese. Cera dura de 
fundição pode ser usada para bloquear as cristas gengivais 
(Figura 11-21).
A Tabela 11-1 demonstra as diferenças entre bloqueio para-
lelo, bloqueio modelado, bloqueio arbitrário e alívio. Aplicam-se 
os mesmos fatores a ambas as arcadas, maxilar e mandibular, 
exceto que o alívio não é comumente usado abaixo de conectores 
maiores palatinos, como é com conectores do tipo barra 
mandibular-lingual, exceto quando não se pode contornar 
o tórus maxilar, ou quando se encontram rafes palatinas 
medianas elevadas.
Exame do paciente; obtenção 
dos modelos de estudo e 
tratamento Prévio a Realização 
da PPR 
Perceber a importância de um bom exame clínico 
 
 
EXAME DO PACIENTE 
SAUDE 
 
Ao estudarmos este capitulo, devemos entender que o assunto, exame do 
paciente, deve ser abordado com maior profundidade no exame inicial (Geral 
– Anamnese) e através da análise do paciente como um todo poderemos 
identificar doenças pré-existentes. Esta identificação resulta na necessidade 
de obtermos um relacionamento multiprofissional (Ex. Médicos, Psicólogos, 
Fonoaudiólogos, Fisioterapeutas etc.) com o objetivo de amenizarmos 
algumas interferências que podem ocorrer no tratamento odontológico 
proposto. Já no exame específico iremos avaliar o paciente em relação ao 
aspecto atual da cavidade bucal, onde teremos a necessidade de mantermos 
um relacionamento interdisciplinar (Ex. Cirurgia, Endodontia, Dentística, etc) 
No exame Geral, queremos deixar claro que não é nossa pretensão 
abordarmos todas as doenças pré-existentes, mas algumas que são mais 
incidentes serão discutidas. 
 
DIABÉTES - CARACTERíSTICAS 
XEROSTOMIA - A falta de saliva provoca sintoma de boca seca, interfere 
na retenção de próteses mucosa suportadas e mucosa dento suportadas, a 
saliva altera o efeito tampão e seu Ph alterado(ácido) provoca uma maior 
incidência de cáries. 
 FORMA/VOLUME - É alterada devido ao acúmulo de líquidos na submucosa 
quando o diabético se encontra descompensado provocando a alteração do 
volume da fibromucosa, por exemplo, moldagem funcional deve ser 
realizada quando o paciente diabético se encontra compensado evitando um 
desajuste da futura Prótese. 
 
MENOPAUSA - Alteração hormonal pode provocar ardor na abóboda 
palatina e dorso da língua 
DOENÇA REUMATOLÓGICA ( Artrites ) - geram alterações na ATM 
provocando problemas de oclusão. 
PACIENTES IRRADIADOS – Tratamentos de lesões em pacientes 
submetidos à radioterapia diminuem a quantidade de saliva (xerostomia), 
favorece a incidência de cáries, doenças periodontais, dificultando a 
utilização de próteses. Esses pacientes devem ser submetidos ao 
tratamento odontológico antes de iniciarem o tratamento com radiação. 
Obs.: a quantidade de estreptococos em pacientes portadores de próteses 
aumenta consideravelmente. A saliva como tem um efeito lubrificante, na 
sua falta, poderá provocar cisalhamento (atrito entre prótese e fibromucosa) 
causando pequenas ulcerações. As regiões ulceradas podem se tornar 
porta de entrada para uma endocardite em pacientes cardiopatas. 
 
IDADE DO PACIENTE 
Ainda no aspecto geral, a idade do paciente tem grande importância pois 
determina o tipo de procedimento. Exemplo: Mantenedores de espaço 
(Herbiatria) são próteses temporárias com o objetivo de preservar espaço 
até a fase adulta, momento que será indicado o tipo de prótese adequada. 
No idoso, devemos diferenciar o aspecto patológico do envelhecimento 
(Gerontológico). O exemplo que nos permite entender é boca seca de 
paciente idoso. Não podemos afirmar que o paciente idoso tem boca seca, 
mas podemos afirmar que o paciente idoso esta com a boca seca. No 
envelhecimento não existe esta relação de boca seca, mas a maioria de 
pacientes idosos que fazem uso de medicações como anti-depressivos, anti-
hipertensivos,podem apresentar sintomas de xerostomia. É muito 
importante conhecer como o ser humano envelhece, daí a Gerontologia 
(estudo do envelhecimento). 
Pacientes idosos, com alguma debilidade não devem ser submetidos a um 
tratamento odontológico prolongado, devemos adequar se possível a 
prótese já existente proporcionando uma melhora na função e do conforto. 
 
COMPORTAMENTO EMOCIONAL 
À medida que realizamos a anamnese, durante o exame geral, iremos 
identificar o comportamento emocional dos pacientes, fato de extrema 
importância no sucesso das próteses indicadas. Abaixo apresentamos 
alguns tipos de pacientes. 
CRÍTICO METÓDICO: relutante em aceitar o tratamento (exige 
explicações). O prognóstico será positivo se o profissional adotar 
procedimentos equilibrados, com inteligência e compreensão. 
HISTÉRICO: Temem o tratamento dentário, culpam os dentistas pelo estado 
da boca, e acham que ninguém pode ajudá-los. Prognóstico desfavorável. 
INDIFERENTE: Não se importam com a estética e acham que a prótese é 
desnecessária para a mastigação, não reconhecem o esforço do 
profissional. Dependendo do momento o prognóstico pode ser favorável ou 
desfavorável. 
 
EXAME CLÍNICO ESPECÍFICO 
 
• Visa analisar todas as estruturas e componentes do sistema 
estomatognático no que diz respeito às suas características 
anatômicas e funcionais. 
• Exame da ATM e dos músculos mastigatórios; 
• exame intra-bucal; 
• exame radiográfico completo 
 
No aspecto atual da cavidade bucal, durante o exame específico, devemos 
estabelecer uma avaliação dentária, periodontal, da área de suporte 
fibromucoso (rebordo) e do exame radiográfico. 
 
AVALIAÇÃO DENTAL 
 
Exame das arcadas dentárias direcionado para: 
-Suporte Dentário: Na avaliação dentária, devemos direcionar o exame 
clinico para avaliação da higiene, estado atual dos dentes, estado 
periodontal, quantidade e disposição dos dentes no arco dental. 
 
 
- Qualitativo: ( forma/ estado – relação coroa/raiz / implantação alveolar) 
Devemos avaliar o elemento dental no seu aspecto de integridade, que pode 
se apresentar parcialmente destruído, exigindo a sua restauração para 
receber de forma conveniente elementos da PPR. A relação coroa/raiz é 
fundamental para um bom pilar, não poderemos selecionar dentes cuja 
implantação alveolar se apresente em desvantagem em relação à coroa 
dental. Exemplo: raízes menores que as coroas dentais, dentes extruídos, 
inclinados com mobilidades devem ser avaliados. 
- Quantitativo: ( No. de dentes) 
Em relação aos números de dentes suporte remanescentes, o prognóstico 
de uma PPR será mais favorável quanto maior for o número de dentes 
presentes no arco parcialmente edentado. 
 
 Periodonto: 
 - Exame radiográfico: Cáries – periodontopatias – endodontias – raízes – 
áreas desdentadas - dentes inclusos – focos de infecção – qualidade do 
tecido ósseo. 
 
 Suporte Mucoso (Exame área de suporte fibromucoso - Rebordo) 
 - Fibromucosa :-Para avaliarmos a área de suporte fibromucoso(Rebordo) 
devemos compreender o conceito de resiliência. 
 Resiliência: É a capacidade do tecido fibromucoso se deformar e voltar a 
sua posição inicial depois de cessado o estímulo. Se o fato ocorrer, podemos 
afirmar que o rebordo se apresenta em boas condições, fato citado na 
literatura como o melhor tipo de suporte fibromucoso (Resiliente). A 
fibromucosa pode se apresentar com outros aspectos como lisa e dura, e 
flácida. A fibromucosa do tipo lisa e dura pouco se deforma com 
uma resiliência baixa, classificando-se como o pior tipo de suporte 
fibromucoso. Finalmente o tecido fibromucoso flácido, que apresenta uma 
camada espessa de tecido fibromucoso oriundas de reabsorções ósseas 
mostra-se inadequado, necessitando de alívios evitando modificações da 
superfície anatomica durante a moldagem na obtenção dos modelos. 
Quando estivermos diante de fibromucosas com alto grau de flacidez, 
recomenda-se a sua remoção (Cirurgia). 
 
Fibromucosa 
 - Resiliente: 
 - Lisa e Dura: 
 - Flácida: 
 
Forma do Rebordo 
 - Triangular: 
– Quadrado: 
– Oval: 
 
Altura do rebordo 
 - Normal 
 - Alto 
 - Reabsorvido 
 - Misto 
 
Inclinação do rebordo 
 - Horizontal : Comportamento biomecânico da prótese é favorável. 
- Ascendente distal: Melhor tipo de rebordo para receber a ação das cargas 
mastigatórias. 
 
- Descendente distal: Pior tipo de rebordo para receber a ação das cargas 
mastigatórias 
 
 Analise Funcional da Oclusão 
 - (PO) 
 - (MIC) 
 - Guias de desoclusão : Lado de Trabalho/Lado de Balanceio 
 - Plano oclusal 
 - Dimensão vertical de oclusão 
 - Bruxismo 
 
Análise das próteses existentes 
 - Análise intrabucal: Oclusão biomêcanica, suporte, retenção, 
estabilidade, elementos constituintes e estética. 
- Análise extrabucal: Aparência facial, seleção dos dentes artificiais e 
opinião do paciente. 
 
Modelos de Estudo 
A análise dos modelos de estudo deve ser uma reprodução detalhada de 
aspectos que nos auxiliem potencialmente no diagnóstico e plano de 
tratamento , auxilie no exame intra-oral, análise topográfica, apresentação 
ao paciente (Necessidades), como orientador do preparo de boca, 
Planejamento e desenho da PPR, confecção de moldeiras individuais etc. 
Especificamente: 
 - Determinação da trajetória de inserção 
 - Delineamento 
 - Perpetuação da trajetória 
 - Confecção da guia de inserção 
 - Localização dos retentores diretos 
 - Planos de Guia 
 - Localização dos 0.25 das áreas retentivas 
 ( calibradores ) 
 - Localização dos apoios 
Tratamento Prévio à PPR 
Preparo de boca é o conjunto de procedimentos clínicos e laboratoriais com 
a finalidade de construir uma PPR confortável e duradoura para o paciente, 
envolvendo a Estética, Fonética, Função mastigatória restabelecendo o 
equilíbrio do Sistema estomatognático proporcionando, conforto e o mais 
importante, preservando os dentes remanescentes. 
Para iniciarmos este plano de tratamento, devemos estabelecer algumas 
prioridades: 
 
1ª. Fase: Devemos realizar alguns procedimentos curativos, equacionarmos 
a saúde das estruturas Remanescentes,envolvendo algumas áreas 
interdisciplinares como por exemplo: Cirurgia, Endodontia, Dentistica e etc, 
estabelecendo uma ordem de conveniência. Estes procedimentos realizados 
são chamados também de Preparo de Boca I. 
 
2ª. Fase: Nesta fase, iremos efetuar uma série de procedimentos 
diretamente relacionados à Reabilitação Protética dos dentes, cuja 
finalidade é receber posteriormente a Prótese Parcial Removível. Estes 
procedimentos envolvem diretamente o preparo dos dentes para receber a 
PPR. Exemplos: coroas fresadas, preparo de descansos, determinação do 
eixo de inserção, equador protético enfim procedimentos que melhoram a 
biomecânica da PPR. Esta fase é denominada também de preparo de Boca 
II. 
 
Plano de Tratamento Integrado-Fase Curativa ( Preparo de Boca I ) 
 
- Emergências – Dor e/ou estética. Muitos pacientes que utilizam prótese 
parcial removível necessitam de algumas intervenções cujo objetivo é 
adequarmos a boca do paciente frente a algumas inflamações e irritações 
da mucosa da área chapeável. Não podemos comprometer o planejamento 
da futura PPR sem antes corrigirmos estas alterações. 
 - Exodontias – Devem ocorrer no inicio do tratamento, sendo 
contraindicadas tentativas heroicas de salvar dentes seriamente 
comprometidos ou com prognóstico duvidoso não servindo com dente pilar 
de PPR. 
 - Cirurgias – Intervenções planejadas através de exames clinico e exames 
complementares (Radiografias)onde podemos encontrar raízes residuais, 
dentes impactados, cistos e tumores odontogênicos, exostoses e tórus, 
tecidos hiperplásicos, inserções musculares e freios, espículas ósseas e etc. 
 - Endodontias – Dentes, cuja imagem radiográfica detecte lesões, cáries 
profundas, dentes tratados endodonticamente, porém de forma 
inadequadas, podem comprometer futuramente todo o 
planejamento, devem ser tratados e retratados.- Dentística – De posse dos modelos de diagnósticos (Estudo), exame 
clinico intrabucal e exames complementares (RX), o dentista esta apto a 
iniciar o preparo dos dentes remanescentes cariados ou com infiltrações. 
Esta fase podemos denominar de fase 01 ou Preparo de Boca 1. Já o 
preparo dos dentes pilares cujo objetivo é receber os descansos é 
denominado de fase 02 ou Preparo do Boca 2. 
 - Ortodontia – Algumas correções devem anteceder à confecção de PPR, 
vislumbrando no futuro uma relação de oclusão funcional satisfatória e uma 
estética favorável com um único objetivo de estabelecer um equilíbrio do 
sistema estomatognático e facilitar o planejamento das PPRs. 
 - Periodontia – O tratamento da doença periodontal realizado antes da 
confecção da PPR apresenta algumas vantagens: a)Eliminação da doença 
periodontal (fator causal da perda dentária); b) Periodonto livre de doença 
apresenta um ambiente melhor para correção restauradora; c) A resposta de 
elementos dentais estratégicos, porém questionáveis ao tratamento 
periodontal podem dar uma importante oportunidade para reavaliarmos seus 
prognósticos antes da decisão final. 
 
Plano de Tratamento Integrado-Fase Protética (Preparo de Boca II) 
 
Analise funcional da oclusão. ( Montagem em Articulador ) 
 - Delineamento 
 - Eixo de inserção 
 - Planos guias 
 - Descansos ( Aplicação Direta /Indireta ) 
 - PPF conjugadas ( Fresagens ) 
 - Contenções 
 - Retentores intra-coronários 
 - Implantes 
 
	
Classificação dos casos de pacientes 
parcialmente desdentados 
 
Aprender as classificações dos arcos parcialmente desdentados 
	
A classificação dos arcos desdentados é importante pelas seguintes razões: 
• Finalidade didática - Facilita ao estudante determinar a solução 
mais indicada para os casos de uma mesma classe de uma forma 
geral; 
• Comunicação Inter-profissional – Possibilita a comunicação entre 
dentista e entre o técnico laboratorial e o dentista; 
• Modelo universal de trabalho - O desenho/planejamento base de 
uma classificação com o acréscimo de pequenas variações pode 
ser aplicada a todos os casos de uma mesma classe. 
Existem diversos tipos de classificações, as mais conhecidas são: Kennedy, 
Cummer, Wild, Beckett, Godfrey, Swenson, Friedman, Wilson, Skinner, 
Applegate, Avant, Miller e Outros 
Requisitos de um Método de Classificação ideal 
A classificação das arcadas parcialmente desdentadas deveria satisfazer os 
seguintes requisitos: 
1. Possibilitar uma visualização imediata do tipo de arcada parcialmente 
desdentada que está sendo considerada; 
2. Possibilitar a diferenciação imediata entre a prótese dentossuporta da e 
dentomucosossuportada; 
3. Ser universalmente aceita; 
4. Simples e abrangente. 
A classificação de Kennedy é a classificação mais amplamente aceita de 
arcadas parcialmente desdentadas. 
Com o objetivo de simplificar o problema e encorajar uma utilização mais 
universal de uma classificação, e no interesse de comunicação adequada, 
neste capítulo e no curso de prótese parcial removível da Uninove 
utilizaremos dois tipos de classificação: a classificação pelas vias de 
transmissão de força e a classificação de Kennedy. 
Classificação pelas Vias de Transmissão de Força 
A classificação pelas vias de transmissão de força é a classificação mais 
antiga e leva em consideração a biomecânica de como a força mastigatória 
é transmitida da PPR às estruturas de suporte. 
- Dento suportada: A PPR é suportada apenas pelos dentes suporte, 
ou seja, toda carga mastigatória é transmitida para o osso através dos 
dentes. 
- Dento-muco-suportada: A maior parte da força mastigatória é 
transmitida para o osso pelos dentes suporte e uma menor parte é 
transmitida pela fibromucosa. 
- Muco-dento-suportada: A maior parte da força mastigatória é 
transmitida para o osso pela fibromucosa e uma menor parte é transmitida 
pelos dentes suportes 
As próteses dento-suportadas são próteses reabilitadoras de espaços 
intercalares. As próteses dento-muco-suportadas, geralmente, são próteses 
reabilitadoras de espaços protéticos de extremidades livres unilaterais 
pequenos. As próteses muco-dento-suportadas, geralmente, são próteses 
reabilitadoras de espaços protéticos de extremidades livres bilaterais de 
médio à extensos. 
 
Prótese dentosuportada 
Fonte: 
 
Prótese dento-muco-suportada 
Fonte: 
 
Prótese muco-dento-suportada 
Fonte: 
 
Classificação de Kennedy 
O método de classificação de Kennedy foi originalmente proposto pelo Dr. 
Edward Kennedy em 1925. 
A classificação de Kennedy toma como base a topografia da arcada, por isso 
chamada de método topográfico, ou seja, toma como base a distribuição dos 
dentes remanescentes e dos espaços protéticos. 
Kennedy dividiu todas as arcadas parcialmente desdentadas em quatro 
classes básicas. 
Classe I – Desdentado posterior bilateral 
Classe II – Desdentado posterior unilateral 
Classe III – Desdentado intercalar 
Classe IV – Desdentado anterior cruzando a linha média 
 
A classificação de Kennedy não considera o numero de dentes presentes e 
nem a dimensão dos espaços desdentados. 
 
 
Classe I de Kennedy 
 
 
Classe II de Kennedy 
 
Classe III de Kennedy 
 
 
Classe IV de Kennedy 
 
 
No início a Classificação de Kennedy não abrangia todos os caso, por isso, 
em 1935, Applegate sugeriu algumas regras para a classificação de 
Kennedy. Essas regras foram bem aceitas e utilizadas até hoje. 
 
Regras de Applegate para a classificação de Kennedy 
 
1- Deve ser posterior ao preparo da boca, visto que novas extrações poderá 
alterá-la; 
2- Se o terceiro molar estiver ausente, e NÃO for reposto, a área desdentada 
não será levada em consideração; 
3- Se estão presentes os terceiros molares e vão ser usados como suportes, 
devem ser considerados como suporte; 
4- Regra válida para os segundos molares; 
5- Áreas desdentadas mais posteriores determinam a classificação; 
6- Áreas desdentadas adicionais são denominadas de modificações; 
7- A extensão da modificação não é considerada, mas apenas o número de 
áreas desdentadas; 
8- A classe IV não apresenta modificação. 
 
A classificação principal é determinado por números romanos e as 
modificações por números arábicos, exemplo: Classe III modificação 1. 
 
Classe III de Kennedy modificação 1 
 
 
Classe II de Kennedy mod 1 
 
Classe II de Kennedy mod 2 
 
 
 
Classe III de Kennedy Mod 2 
 
	
Elementos constituintes das 
PPRs 
Introduzir os componentes da PPR e sua função principal. 
	
Elementos Constituintes da PPR 
1. Retentores 
1. apoio 
2. braço de retenção 
3. braço de oposição 
4. placa proximal 
2. Conector Menor 
3. Conector Maior 
4. Sela 
5. Dentes artificiais 
Retentores 
Os retentores serão os responsáveis por: 
a. Retenção – impedem que a Prótese se desloque no 
sentido gengivo - oclusal 
b. Suporte – Impedem que a Prótese se desloque no 
sentido ocluso – gengival 
c. Estabilidade – evitam que a Prótese se movimente 
lateralmente 
Retentores Diretos 
São aqueles que se relacionam diretamente com os dentes vizinhos ao 
espaço protético e que serão pilares da Prótese. Sua principal função é 
retenção e suporte. 
Retentores Indiretos 
São aqueles que se relacionam com os dentes distantes ao espaço protético. 
Sua principal função é de estabilização da Prótese. 
Dependendo de sua localização e de sua função um retentor pode ser 
classificado ao mesmo tempo em Retentor Direto e Retentor Indireto. Isto irá 
depender do planejamento dado pelo profissional ao caso em questão. 
Os retentores diretos ou indiretos podem ainda ser classificados 
como: Retentores extracoronários e intracoronários 
 
 
Retentor extracoronário 
 
 
retentor intracoronário 
 
Retentores Extracoronários 
São os retentores mais utilizados em geral, compostos por estruturas 
metálicas popularmente conhecidas como grampos. Estes retentores 
relacionam-se com as superfícies dentais, e executam a função de suporte, 
retenção e estabilidade atravésde componentes conhecidos como braço de 
retenção, apoio e braço de oposição, respectivamente. Os retentores 
extracoronários possuem ainda um outro componente denominado corpo. 
 
Apoio 
É o elemento responsável pelo suporte da PPR, impedindo que a mesma 
exerça ação de esmagamento sobre os tecidos gengivais que estão 
próximos aos dentes pilares. O apoio ainda exerce a função de transmissão 
das cargas mastigatórias sobre o longo eixo dos dentes pilares e evita a 
impacção alimentar. 
Os apoios, em geral estão alojados em cavidades preparadas sobre os 
dentes pilares, localizadas na maioria das vezes na crista marginal da 
superfície oclusal dos dentes posteriores ou no cíngulo dos dentes 
anteriores. Estas cavidades são conhecidas como nichos ou descansos e 
devem ser preparadas através de desgastes que englobem apenas o 
esmalte dos dentes pilares. 
 
Apoio 
 
Braço de Retenção dos Grampos 
O Braço de Retenção é o elemento constituinte dos grampos responsável 
pela retenção da PPR. Sua função é evitar que a Prótese se desloque no 
sentido gengivo – oclusal quando em função. Indiretamente são 
responsáveis também pela estabilidade da PPR. 
O Braço de Retenção, em geral, é confeccionado de tal maneira que no 
momento do assentamento da Prótese, seu terço final apresente 
elasticidade suficiente para ultrapassar o equador protético previamente 
estabelecido, de tal maneira que a retenção da prótese se dará pelo 
travamento desta porção do braço de retenção abaixo da região de maior 
perímetro do dente. 
 
Braço de retenção 
 
Braço de Oposição dos Grampos 
São braços rígidos, largos responsáveis pela estabilização do dente pilar e 
da PPR. Conferem estabilidade ao dente suporte, na medida em que anulam 
as forças exercidas pelo braço de retenção, quando seu terço final entra em 
contato com o equador protético. Neste momento, forças laterais surgem a 
fim de ativar a elasticidade do braço retentor, as quais devem ser anuladas 
pelo braço de oposição, evitando assim, que exista torque sobre o dente 
suporte, o que resultaria em desequilíbrio funcional e consequente 
mobilidade futura. 
Os braços de oposição, em geral, estarão em contato com áreas planas, 
preparadas nas faces palatinas e linguais dos dentes suporte. 
 
Braço de oposição 
 
Corpo Retentor 
É o elemento responsável pela união dos apoios e os braços de retenção e 
oposição entre si. Será responsável também pela união entre o grampo e o 
conector menor. 
 
Retentores Intracoronários 
São os retentores confeccionados através de componentes que se encaixam 
através do sistema macho-fêmea e que estão interligados com coroas que 
reconstroem os dentes suporte. Estes encaixes são conhecidos 
como attachment e apresentam a porção fêmea confeccionada internamente 
na coroa e a porção macho ligada à armação metálica ou vice versa. 
Este tipo de retentor não se utiliza de grampos para exercer a função de 
retenção, sendo mais estéticos. Podem ser classificados como encaixes de 
precisão ou de semi-precisão. 
De acordo com o caso, estes retentores intracoronários poderão ser: 
Rígidos – utilizados em casos de PPR dento-suportados 
Semi-Rígidos – utilizados em ca sos de PPR dento-muco ou muco-dento 
suportadas. 
 
CONECTOR MAIOR 
Os conectores maiores são barras de metal que unem todas as estruturas 
da PPR bilateralmente. Deve ser rígido e respeitar os tecidos bucais 
subjacentes. Irá distribuir uniformemente os esforços incididos sobre a PPR. 
 
Conector maior 
CONECTOR MENOR 
 Os conectores menores, por sua vez, são pequenas barras metálicas 
responsáveis por unir os retentores à sela e, muitas vezes, ao conector 
maior. 
Sela 
As selas são as estruturas da PPR responsáveis pela união dos dentes 
artificiais com a armação metálica. Biomecanicamente irão, nos casos 
dento-muco e muco-dento suportados, transmitir os esforços mastigatórios 
ao rebordo do paciente. Caso o paciente a ser rebilitado pela PPR apresente 
grande perda óssea na região edentada, as selas poderão, ainda, devolver 
o preenchimento labial, satisfazendo os requisitos de conforto, estética e 
fonética. 
 As selas podem ser: 
 Metálicas – o contato com a fibromucosa é realizado por uma base 
metálica (são utilizadas em geral para substituir apenas um dente) 
 Metaloplásticas – quando o contato com a fibromucosa é misto, ou 
seja, será realizado pela resina acrílica, fixada à prótese por retenções na 
armação metálica. 
 Plásticas – utilizadas em PPRs provisórias, onde não existe armação 
metálica. 
 
Dentes Artificiais 
Irão substituir a estética, a função mastigatória e fonética dos dentes que 
foram perdidos pelo paciente, devolvendo à arcada dental a normalização 
das suas curvas funcionais. Podem ser confeccionados em diversos tipos de 
materiais como porcelana e resina acrílica. Serão fixados à sela da PPR. 
 
 
Sela e dentes artificiais 
 
	
Delineadores e Delineamento 
Aprender sobre o principal aparelho para o planejamento de PPR e suas 
funções 
	
Introdução 
As PPR são próteses que podem ocasionar danos aos tecidos bucais e aos dentes 
suporte caso sejam mal planejadas. Isto ocorre devido à característica rígida da 
armação. Esta rigidez faz com que seja necessário que as estruturas com as quais os 
componentes da PPR irão se relacionar e estar em íntimo contato, estejam paralelas 
entre si e a trajetória de inserção e remoção da prótese. 
A trajetória de inserção e remoção de uma PPR é o caminho percorrido pela prótese 
desde o primeiro contato de suas partes rígidas com os dentes suporte até a sua 
posição de assentamento final. A trajetória de inserção ideal é aquela em que exista 
retenção balanceada, menor desgaste dos dentes suporte, menor quantidade de 
interferências durante o assentamento e proporcionando um posicionamento 
adequado e estético dos componentes da PPR. O instrumento utilizado para 
determinar qual a melhor trajetória de inserção para cada planejamento de PPR é o 
delineador. 
 
Definição 
Delineador é o aparelho utilizado para determinar o paralelismo entre duas ou mais 
superfícies dentais ou estruturas biológicas adjacentes de interesse protético. (DI 
Fiori, 1993) 
Delinear é o procedimento utilizado para estudar o paralelismo ou sua falta entre as 
superfícies de um mesmo dente, entre os dentes suporte e entre os dentes e o rebordo. 
 
Partes Constituintes de um Delineador 
	
Delineador	
Haste Vertical Móvel 
É nela que serão fixadas as diversas pontas acessórias. Representa a trajetória 
de inserção 
 
Platina 
A platina será onde os modelos serão fixados para se estudar a trajetória de inserção 
ideal e para se fazer o delineamento. Permite que o modelo seja inclinado nos 
sentidos antero-posterior e látero-lateral livremente. A relação entre a inclinação da 
platina e a haste vertical móvel, representará a Trajetória de inserção da PPR. 
 
Pontas acessórias 
Existem quatro tipos de pontas acessórias 
Porta grafite (Delineadora) – substitui a ponta analisadora e seu paralelismo com 
a haste vertical móvel. Permite que o equador protético seja demarcado 
graficamente. 
Analisadoras – são cilíndricas e representam a continuação da haste vertical móvel. 
Calibradores – Permitem determinar onde o terminal retentivo do braço de retenção 
irá se assentar e o grau de retenção presente nesta posição. Em geral possuem três 
tamanhos distintos, cada um relacionado a um tipo de material a ser utilizado para a 
confecção da armação. São eles: 
0,25 ou 0,01 polegada – Ligas de CoCr, 
0,50 0u 0,02 polegada – Ligas de Au 
0,75 ou 0,03 polegada – Fios trefilados 
Faca para recorte – São pontas utilizadas para a análise e a confecção dos planos 
guias. Possuem cortes laterais ou em sua ponta ativa, dependendo do modelo. 
	
Pontas	acessórias	-	porta	grafite,	analisadora,	três	calibradores,	duas	facas	
	
	
Braçadeira 
Permite que a peça reta seja acoplada ao delineador, em posição paralela à haste 
vertical móvel.Braçadeira	-	Suporte	para	peça	reta	
 
Princípios Matemáticos dos delineadores 
Os delineadores seguem o princípio matemático que define que: 
“ As linhas perpendiculares a um plano são paralelas entre si. ” 
Deste modo e considerando que a haste móvel estará perpendicular à base do 
delineador, pode-se afirmar que todas as posições no espaço em que a haste móvel 
seja posicionada serão paralelas entre si. Se levarmos esta afirmação para o modelo 
do paciente, podemos afirmar que se duas estruturas de suporte (dentes, por 
exemplo) forem paralelas à haste móvel do delineador, serão paralelas entre si, 
também. 
Se considerarmos um dente unitário e posicionarmos o seu longo eixo perpendicular 
ao plano horizontal, poderemos descrever a linha em que o porta grafite toca a área 
mais bojuda do dente, a qual será denominada de equador dentário. Todas as áreas 
acima desta linha serão expulsivas e todas as áreas abaixo desta linha serão 
retentivas. 
	
Representação	das	áreas	expulsivas	e	retentivas	em	um	dente	-	Equador	Dentário	
 
 
No momento em que posicionamos o modelo do paciente na platina e inclinamos a 
mesma em qualquer posição, estaremos mudando a posição dos dentes do paciente 
em relação à base do delineador. Para cada inclinação em que a platina é 
posicionada, poderemos encontrar uma área de tangência máxima para cada dente, 
a qual receberá a denominação de equador protético. Da mesma maneira que o 
equador dentário, o equador protético irá determinar áreas expulsivas e retentivas 
para àquela determinada inclinação. A partir do momento em que se muda a 
inclinação da platina, cria-se um novo equador protético e novas áreas retentivas e 
expulsivas, consecutivamente. 
 
	
Equador	protético	
 
 
Função dos delineadores 
As principais funções dos delineadores são: 
• Determinação	da	trajetória	de	inserção	
• Localização	de	interferências	
• Determinação	e	localização	da	necessidade	de	planos	guia	
• Indicação	e	localização	dos	terminais	retentivos	
• Localização	das	áreas	de	alívio	
• Posicionamento	dos	encaixes	de	precisão	e	semi-precisão	
 
Determinação da trajetória de Inserção 
 
Método Seletivo de Applegate ou das tentativas 
De acordo com este método, a trajetória de inserção baseia-se no equilíbrio das 
retenções, nos planos guia, nas interferências e na estética. Será escolhida a 
inclinação da platina em que se obtenha o menor desgaste de dentes para a confecção 
dos planos guia, a melhor localização e obtenção da retenção necessária, a menor 
interferência com o rebordo e a melhor estética (nos casos anteriores). 
Equilíbrio das retenções 
Sabendo-se que o terço final do braço retentivo do grampo é a única parte da 
armação da PPR que deve ficar abaixo do equador protético, e que, dependendo do 
material escolhido para a confecção da armação, devemos achar uma quantidade de 
retenção pré-definida, a melhor trajetória de inserção será aquela que encontrar a 
melhor posição para o assentamento do terço final do braço de retenção. Além disso, 
esta trajetória deverá encontrar ou criar retenção em todos os dentes que servirão de 
retentores diretos para a PPR, de maneira equilibrada. 
Ao se pré-determinar uma trajetória de inserção, deve-se delinear o modelo por 
completo e posteriormente, analisar-se todas as faces dos dentes, verificando-se a 
posição do equador protético, a presença, a quantidade e a localização de retenção. 
Além disso, deve-se analisar ambos os lados da arcada em conjunto para verificar 
se existem equilíbrio de retenção entre os diferentes dentes suporte da PPR. 
Caso a trajetória de inserção pré-determinada não ofereça os requisitos descritos 
acima, deve-se destravar a platina e determinar uma nova trajetória, até se encontrar 
aquela que ofereça a maior quantidade de requisitos relacionados ao equilíbrio das 
retenções. 
Algumas situações podem ocorrer, no momento de escolha da trajetória de inserção, 
baseando-se no equilíbrio das retenções. Podemos, por exemplo, encontrar uma 
trajetória em que o equador protético esteja muito “alto” em relação ao dente. Isto 
aumenta as chances de que, no momento em que a prótese for inserida, sejam 
gerados componentes horizontais de força, o que poderá ocasionar mobilidade ao 
dente suporte e desconforto no futuro. Ao se encontrar tal situação, deve-se procurar 
uma nova trajetória, movimentando-se a platina em outra inclinação, na tentativa de 
deixar o equador protético “mais baixo” em relação ao dente. 
Uma outra situação, também pode ser encontrada, quando ao se pré-determinar a 
trajetória de inserção, o equador protético esteja muito baixo, em relação ao dente 
suporte. Isto irá determinar uma trajetória de pouca retenção, a qual deve ser 
modificada para se encontrar uma trajetória que apresente um equador protético mais 
“alto” e que ofereça mais retenção para o grampo da PPR. 
Ao se modificar a inclinação da platina e determinar-se uma nova trajetória de 
inserção, deve-se ter consciência de que a nova inclinação, modificará a posição do 
equador protético de todos os dentes em ambos os lados da arcada. Deste modo, nem 
sempre o favorecimento do equador a um dente favorece aos outros dentes e ao 
rebordo desdentado. Quando isto acontece, o profissional deverá analisar o 
planejamento e muitas realizar procedimentos como o desgaste das faces em que 
estará localizado o braço retentivo (com o propósito de localizar o equador protético 
em uma posição mais cervical) ou acrescentar resina nesta mesma face (com o 
propósito de posicionar o equador protético mais próximo da face oclusal do dente). 
Ao se encontrar a posição em que se alcance o equilíbrio de retenção entre ambos 
os lados da arcada e o melhor posicionamento dos braços retentivos, deve-se fixar a 
platina e iniciar a análise dos outros fatores que irão determinar a trajetória de 
inserção ideal. 
 
Planos Guia 
 
Ao se analisar a trajetória de inserção de uma PPR, devemos encontrar a inclinação 
na qual, os preparos de plano guia sejam confeccionados desgastando-se a menor e 
mais equilibrada quantidade de estrutura dentária dos dentes suporte possível. 
As principais funções dos planos guia são: 
• Guiar	a	prótese	quando	do	assentamento	e	retirada	de	acordo	com	
a	trajetória	de	inserção	
• Irá	 impedir	 a	 tentativa	 de	 introdução	 da	 PPR	 em	 uma	 direção	
diferente	à	trajetória	de	inserção.	
• Ativação	elástica	do	grampo	
• Eliminar	forças	tangenciais	nocivas	aos	dentes	suporte	
• Aumentar	a	estabilidade	da	Prótese	
• Retenção	adicional	através	da	criação	de	uma	superfície	friccional	
• Impedir	a	retenção	ou	impacção	alimentar	
 
Interferências dentárias e Fibromucosas 
Ao se escolher a trajetória de inserção ideal, devemos considerar aquela que também 
evite que a PPR ao ser inserida atinja áreas de interferência dentária e de 
fibromucosa. As áreas de interferência dentária são todas as superfícies relacionadas 
às estruturas rígidas da prótese. A trajetória de inserção ideal, deve permitir que a 
PPR seja inserida em uma única trajetória, sem nenhuma tentativa de movimento de 
inserção ou remoção diferente daquele estabelecido. Caso o paciente necessite 
modificar a direção da inserção da PPR devido às interferências dentárias, deve-se 
realizar desgastes que eliminem estas interferências. Se estes desgastes forem 
extensos e nocivos para o dente em questão, será necessário modificar a trajetória 
de inserção. 
As áreas desdentadas também podem causar interferência sobre a inserção e remoção 
da PPR. É muito comum nos casos de extremidade livres e nos casos de desdentado 
anteriores que o rebordo remanescente interfira com a trajetória de inserção. Se este 
detalhe não for considerado, os tecidos poderão ser lesionados no momento de 
inserção e remoção da PPR. 
 
Estética 
O posicionamento dos grampos de retenção também deve ser considerado na escolha 
da trajetória de inserção ideal. Se possível, os grampos deverão ser posicionados de 
maneira que não estejam tão aparentes quando o paciente estiver utilizandoa Prótese 
Removível. 
O requisito estético, porém, não deve ser o principal no momento de escolha da 
trajetória de inserção. Será muito mais benéfico ao paciente uma prótese que respeite 
os princípios biológicos e não danifique ou cause forças danosas ao dente suporte, 
do que uma prótese extremamente estética e que em pouco tempo cause mobilidade 
e lesões às estruturas de suporte. 
 
 
Confecção de placa de transferência de trajetória de inserção de 
modelo para modelo 
 
Quando a trajetória de inserção ideal é encontrada, ela deverá ser registrada para que 
se possa enviar ao laboratório e para que o modelo possa ser posicionado 
corretamente futuramente, mesmo que tenha sido removido do delineador após o 
delineamento. 
Essa placa poderá devolver a trajetória para o mesmo modelo e para qualquer modelo 
obtido posteriormente da mesma arcada. 
 
Forma de realização da Placa de transferência: 
 
1- Deve ser criada uma placa acrílica do tamanho do arco dentário. 
2- Passar isolante dos dentes do modelo de estudo 
3- Colocar resina acrílica em pequenas porções apenas na oclusal/incisal dos 
dentes. Três ou quatro dentes distantes entre si são suficientes para criar um 
plano e estabilizar a placa. A resina deve ser colocada na fase plástica em 
que não haja fácil escoamento da resina. Tomar cuidado para que a resina 
acrílica não abrace todas as faces dos dentes e que atinja as áreas retentivas. 
4- Posicionar a placa sobre as porções de resina. A placa irá capturar a porção 
sobre os dentes. As porções sobre os dentes estão copiando a face oclusal e 
estabilizando a placa. 
5- Fixar um prego no delineador e encostar sobre a placa. 
6- Fixar o prego na placa com uma porção de resina acrílica. 
 
	
placa	de	transferência	de	trajetória	de	inserção	
	
placa	de	transferência	de	trajetória	de	inserção	
Referências 
KLIEMANN C., Oliveira W. Manual de Prótese Parcial Removível. São Paulo: 
Santos, 1999 
 
	
Apoios e preparo de apoios 
 
Ensinar funções dos apoios e seus preparos 
	
Apoio - Definição 
É o elemento constituinte da PPR cujas funções principais são fixação e 
suporte da mesma. 
Fixação é a característica biomecânica da PPR em mantê-la na posição de 
assentamento final impedindo o movimento ocluso cervical da peça 
protética. 
Suporte é a característica biomecânica que permite transmitir a força 
mastigatória recebida pela prótese aos dentes de suporte. 
Preparos de Apoio - Definição 
São cavidades especialmente preparadas para alojar os apoios, para 
proporcionar ao dente suporte e aos tecidos de sustentação, condições 
biomecânicas favoráveis à manutenção de seu estado de saúde. 
Os preparos de apoios podem ser chamados também de nichos ou 
descansos. 
Os preparos de apoio variam de acordo com o dente que vai recebê-lo. 
Pela necessidade de alojar os apoios, os preparos de apoios devem ter 
espaço suficiente para que o apoio fique contido dentro do preparo, sem que 
interfira com a oclusão. 
Tanto os apoios quanto os preparos de apoios devem ter formatos 
adequados para que a força mastigatória recebida pela prótese seja 
direcionada ao longo eixo do dente para garantir a saúde periodontal. 
Geralmente os apoios fazem parte dos grampos, porém em alguns 
planejamentos eles podem estar isolados para proporcionar apenas suporte 
ou suporte e retenção indireta. 
Funções dos apoios 
1- Impedir o deslocamento ocluso-cervical da prótese, garantindo assim a 
fixação; 
 
Apoio de um grampo posicionado em um dente suporte 
2- Direcionar as forças paralelamente ao longo eixo dos dentes suporte; 
3- Manter o terminal retentivo e o braço de oposição nas posições 
planejadas; 
4- Mantém relações oclusais; 
5- Prevenir impactação alimentar, entre o dente natural e o adjacente 
artificial; 
 
Apoio ao lado do dente artificial 
6- Fechar pequenos diastemas 
 
Extensão do apoio fechando pequeno diastema 
7- Prevenir a extrusão de dentes suportes 
8- Retenção indireta – o apoio é o principal elemento constituinte da PPR 
que possibilita a retenção indireta. Retenção indireta é uma propriedade de 
impedir que a prótese rotacione no momento de uma rotação mesial de uma 
prótese de extremidade livre. Rotação mesial ocorre no momento de 
abertura da boca durante a mastigação, principalmente de alimento 
pegajosos, ou seja, no momento que a sela é forçada a desgrudar da 
fibromucosa em um movimento de rotação. O apoio será retentor indireto 
quando posicionado a frente e perpendicular ao eixo de rotação em próteses 
de extremidade livre. 
 
Apoio posicionado perpendicular ao eixo real de rotação com a função de 
retenção indireta 
Classificação dos apoios 
• Apoios oclusais – estão localizados nas superfícies oclusais de 
molares e pré-molares; 
• Apoios palatinos ou linguais – estão localizados na região de 
cíngulo; 
• Apoios interdentais – são dois apoios posicionados entre dois 
dentes vizinhos quando planejado um grampo gêmeos. 
Planejamento para posicionar apoios 
• Todos os dentes vizinhos aos espaços protéticos recebem apoios 
(elementos de suporte); 
• Nos extremos livres o apoio deve ser posicionado na ocluso-mesial, 
isso porque há uma sobrecarga maior nos dentes suporte nesses 
casos, então esse apoio na mesial vai possibilitar uma melhor 
distribuição das forças na coroa, melhorando assim o sistema de 
alavanca; 
• Nas áreas dentossuportadas, o apoio fica vizinho ao espaço 
protético. 
Classificação dos preparos oclusais 
Quanto a localização: 
• Preparos oclusais; 
• Preparos em cingulo; 
• Preparos interdentais ou preparos de passagem. 
Quanto a natureza da superfície: 
• Esmalte; 
• Amálgama ou resina – quando o dente suporte tem 
restauração; 
• Coroas fresadas – se trata de uma prótese 
conjugada entre PPR e PPF. Quando o dente 
suporte precisa de uma coroa unitária, está deve ser 
fresada. Essa coroa realizada pelo laboratório de 
prótese possui o preparo de apoio e o local para 
posicionar o braço de oposição. 
Dimensões e formas dos preparos de apoio 
1. Preparos oclusais 
• Para sua confecção usa-se uma ponta diamantada esférica 1014, 
com profundidade de 1,5mm, ou seja, entra todo o diâmetro da 
broca e mais um pouco, uma vez que essa broca tem diâmetro de 
1,4mm. Quanto à localização e dimensão dos preparos de apoios 
oclusais, se for um molar, divide a face oclusal de mesial para distal 
em 4 quadrantes e de vestibular para a lingual em 3 quadrantes. O 
preparo se localizará no quadrante proximal central; já quando se 
tratar de um pré-molar, a face oclusal será dividida em 3 terços, 
tanto no sentido mesio-distal quanto vestíbulo-lingual. O preparo se 
localizará no quadrante proximal central. Caso a extensão do nicho 
seja menor que a necessária, as forças não serão distribuídas 
adequadamente em direção ao longo eixo dos dentes suporte, 
perdendo suporte. 
 
Divisão da face oclusal de um pré-molar 
 
formato e dimensão de um preparo de apoio oclusal de molar 
 
- Forma de V com o vértice arredondado; 
- Parede pulpar em forma de colher; 
- Ângulos internos arredondados; 
- Paredes circundantes levemente expulsivos; 
- Ângulos cavo-superficiais arredondados; 
- A parede pulpar tem uma inclinação para o centro do dente, ou seja, 
o vértice do preparo é mais profundo. 
 
Vista oclusal com as divisões para o posicionamento e para as dimensões de 
um preparo de apoio oclusal 
 
Visão proximal do preparo de apoio oclusal do molar 
 
 
Como preparar Pré molares 
a. Ponto de eleição para execução do preparo; 
 Fossetas marginais mesial e/ou distal 
 
ponto de eleição para o início do desgaste do preparo de apoio oclusal 
 
b. Posicionar a broca sobre o ponto de eleição e aprofundar metade do 
diâmetro da broca; 
 
 
Aprofundamento da broca esférica em uma visão proximal 
 
c. Romper a crista puxando a broca com o cuidado de deixar a parte central 
do preparo mais profunda 
 
Após aprofundar a broca, puxara broca até o rompimento da crista 
 
d. A broca deve voltar ao centro e ser puxada para a próxima para deixar o 
preparo expulsivo para oclusal. 
 
 
Broca com inclinação em sentido para proximal para que o preparo fique 
expulsivo para proximal 
 
e. Arredonde também o ângulo cavo superficial deixando 
f. Deixar o preparo expulsivo para oclusal 
 
Premolar com preparo expulsivo para oclusal 
 
g. Centro do preparo inclinado para o centro do dente. 
 
 
corte do premolar e do apoio, mostrando a inclinação do preparo para o centro 
do dente 
2. Preparos interdentais ou preparos de passagem– usados para molares e 
pré-molares quando indicado grampo gêmeos. Chama-se apoio de 
passagem pois há a necessidade de preparar a passagem do braço de 
retenção e oposição pela crista marginal dos dentes suportes, para que 
estes não interfiram a oclusão. 
 
Molares com preparos de passagem 
 
 
 
 
O preparo de passagem serve para receber o grampo gêmeos 
3- Preparos em cíngulo 
• Broca utilizada – tronco cônica invertida 
• Serão preparados em dentes anteriores na região de 
cíngulo. A largura mesio-distal deve ser de 2,5 a 
3mm, enquanto de cervical para incisal ele deve ter 
1mm. Nesse caso, o preparo deve ter olhando por 
lingual ou palatina o formato de sorriso invertido. 
• Sorriso invertido 
• Centro mais aprofundado 
Obs.: Apenas caninos superiores e centrais superiores volumosos podem 
ser preparados diretamente em esmalte. Já demais dentes anteriores devem 
receber resina composta em cíngulo para que aumente o volume desse e 
possa receber o preparo com as dimensões adequadas. 
 
 
Preparo de apoio em cingulo - em amarelo resina composta 
 
Depois que os nichos são confeccionados é necessário realizar polimento, 
que pode ser feito com pedra pomes e escova de Robson, branco-espanha 
e taça de borracha e também deve ser feita aplicação tópica de flúor pois há 
risco de desmineralização, sensibilidade, etc 
 
	
Conectores Maiores, Selas e 
dentes artificiais 
Entender os conectores maiores, sela e dentes artificiais 
	
CONECTOR MAIOR 
Conector maior é o elemento constituinte da Prótese Parcial Removível que 
tem como função principal a união direta ou indireta, de todos os outros 
elementos constituintes da Prótese, entre si. 
Possuem também algumas funções secundárias como suporte, retenção 
direta e indireta e estabilização da Prótese. Estas funções secundárias 
ocorrem somente com os conectores maiores para a maxila e somente para 
aqueles que recubram o palato em uma área de extensão considerável, 
mantendo um íntimo contato com a fibromucosa. 
A função de suporte do conector maior é obtida através do íntimo contato 
com a fibromucosa e não se torna prejudicial desde que esteja 
adequadamente suportada pelos apoios que limitam esta tendência de 
intrusão sobre os tecidos. 
A retenção direta é obtida pelos mesmos princípios físicos que possibilitam 
a retenção às Próteses Totais: adesão, coesão, tensão superficial e pressão 
atmosférica. 
A retenção indireta, também depende do íntimo contato do conector com a 
fibromucosa, impedindo que a prótese rotacione através do eixo real de 
rotação formado pelos dois principais apoios oclusais. A fibromucosa que se 
encontra perpendicular ao eixo de rotação atua como retentor indireto toda 
vez que o paciente abrir a boca durante o ato mastigatório, tendo um 
alimento pegajoso entre os dentes. A retenção indireta oferecida pelo 
conector maior é auxiliar à proporcionada pelo retentor indireto mecânico e 
não deve ser utilizada com a intenção de substituí-lo. 
A estabilidade da Prótese está relacionada com uma estabilização no 
sentido horizontal e da mesma forma, é oferecida pelo conector maior como 
uma ação secundária, auxiliar, uma vez que a principal estabilidade é o 
resultado do contato da armação metálica com os dentes de suporte. 
A porção lateral do palato, os chamados flancos linguais do palato são os 
responsáveis pela estabilização. Quanto mais profundo for o palato, maior a 
ação de estabilização horizontal. 
Todas estas características dependem do relacionamento de íntimo contato 
entre o conector maior e a fibromucosa, o que somente é obtido por meio de 
moldagens funcionais que registrem fielmente os tecidos e por uma armação 
metálica com bases ou selas que se adaptem perfeitamente. 
 
Características dos Conectores Maiores 
 
Para que os conectores maiores possam exercer suas funções, sem causar 
injúria e desconforto ao paciente, devem apresentar como características 
principais, a rigidez e a compatibilidade biológica, proporcionando 
comodidade ao paciente através de uma relação passiva com os tecidos 
mucosos adjacentes. 
 Rigidez: é fundamental para que a PPR possa exercer um bom 
funcionamento biomecânico, associado à preservação dos tecidos 
remanescentes e conforto do paciente. 
A rigidez de toda a armação, com exceção apenas do terço terminal do braço 
de retenção, é responsável pela distribuição correta das forças verticais e 
horizontais que atingem a prótese. 
Se o conector maior não for rígido e sofrer qualquer deflexão quando estiver 
em função, poderá instruir-se no tecido fibromucoso, traumatizando-o. 
Os dentes, como são abraçados pelos retentores diretos, podem receber 
ação de torque, caso haja deformação do conector maior, com 
consequências lesivas ao periodonto. 
Compatibilidade Biológica: assim como todos os elementos constituintes da 
PPR, os conectores maiores devem possuir esta característica, 
apresentando uma relação passiva em relação ao tecido fibromucoso 
independente da relação de contato íntimo ou não. 
Nos casos superiores, normalmente temos uma relação de íntimo contato 
entre o conector maior e a mucosa da região palatina que oferece um bom 
suporte, pois apresenta um tecido firmemente aderido nessa região. Daí a 
importância de realizarmos, nestes casos, moldagens funcionais antes da 
confecção da armação metálica da PPR. Os conectores maiores para a 
maxila devem manter-se sempre o mais afastado possível da margem 
gengival livre, idealmente de 4 a 6 mm. 
Nos casos inferiores, a mucosa que reveste as vertentes mandibulares é 
fina, móvel e bastante sensível, devendo ser aliviada para não sofrer injúria. 
Assim realizamos a moldagem funcional após a confecção da armação 
metálica da PPR. 
 
Conectores Maiores para a Maxila 
 
• Barra palatina simples: anterior, média e posterior. 
• Dupla barra palatina 
• Recobrimento parcial palatino: anterior, médio e posterior. 
• Recobrimento total palatino 
 
Barras palatinas simples 
São conectores maiores pouco rígidos e pouco confortáveis, que 
infelizmente ainda hoje são bastante utilizados devido a sua facilidade de 
confecção. 
A sua denominação está relacionada de acordo com sua localização no 
palato. As barras anteriores localizam-se sobre as rugosidades palatinas, as 
médias localizam-se logo atrás das rugosidades e as posteriores encontram-
se a frente do limite palato duro e mole. Possuem uma secção transversal 
em forma de “D” ou “meia cana”. 
A falta de conhecimento por parte do Cirurgião dentista, em relação à 
Biomecânica que regem as Próteses Parciais Removíveis, faz com que ele 
transfira ao técnico de laboratório a responsabilidade do planejamento 
destas próteses. Assim ocorre uma escolha intuitiva pelo mais fácil de ser 
executado, que tecnicamente são as barras palatinas, mesmo sabendo que 
não é o conector maior correto a ser utilizado. 
Portanto devido à sua pouca rigidez, as barras palatinas devem ser 
indicadas apenas em casos onde temos a presença de pequenos espaços 
protéticos, nas Classes III e IV de Kennedy. 
 
Barra palatina simples 
Dupla barra palatina 
É constituída pela combinação de duas barras, uma anterior e outra 
posterior, unidas bilateralmente por barras mais estreitas. 
Barra palatina anterior - a borda anterior da barra anterior coincide com a 
linha que determina o limite da área de suporte mucoso nessa região, 
mantendo uma distância de5 a 6 mm dos dentes naturais quando presentes, 
a fim de que não comprometa a saúde da gengiva marginal nessa região, 
tendo o cuidado de contornar a papila palatina para evitar a presença de 
forças compressivas sobre suas estruturas vasculares e nervosas. A borda 
posterior da barra anterior é delimitada por uma linha que apresenta igual 
conformação e curvatura que o contorno da borda anterior, se estendendo 
bilateralmente, distando dela cerca de 7 a 9 mm. Essa largura é suficiente 
para lhe conferir rigidez. 
Barra palatina posterior – a delimitação da borda posterior, nos casos de 
extremidade livre bilateral, Classes I, coincide com o limite de suporte 
mucoso nessa região ou também chamada linha divisória palato duro palato 
mole 
A borda anterior é determinada por uma linha que se estende bilateralmente 
e que apresenta igual conformação e curvatura que o contorno da borda 
posterior, distando deste cerca de 7 a 9 mm. Essa largura tem o mesmo 
propósito que o apresentado para a barra palatina anterior, ou seja, para lhe 
conferir rigidez. 
A forma e secção das barras podem variar de acordo com a distribuição dos 
espaços protéticos e do planejamento. A barra anterior normalmente deve 
se ter a secção transversal em cinta plana para conferir maior conforto ao 
paciente, passando mais despercebido pela língua que se acomoda nessa 
região e a barra posterior pode ser em forma de “D” alongada ou em cinta 
plana. 
 
Indicações da Dupla barra palatina: 
 
o Casos Classe I (não modificada), com a presença de dentes 
pilares bem implantados e rebordo residual pouco 
reabsorvido. 
o Casos de Classe II, toda vez em que houver necessidade de 
instituir total rigidez para o conector maior em sua região 
posterior. 
o Casos de classe III com modificação posterior. 
o Classe IV, toda vez que houver necessidade de instituir total 
rigidez para o conector maior em sua região posterior. 
A Dupla barra palatina caracteriza-se por sua excelente rigidez e pode ter 
uma utilização universal nas Classes I, II, III e IV de Kennnedy, mas não 
para todos os casos clínico 
 
Dupla barra palatina 
Recobrimentos Parciais Palatinos 
Assim como as barras palatinas, os recobrimentos parciais palatinos são 
divididos didaticamente, de acordo com a posição que ocupa no palato. 
 
Recobrimento Parcial Palatino Anterior: é frequentemente usado de modo 
arbitrário e raramente justificado. É também chamado de Ferradura, meia 
lua ou ainda, Barra Palatina em “U”. 
É indicado para casos com ausência dos dentes anteriores, em situações 
excepcionais, onde existe a presença de tórus palatino avantajado, que se 
estenda até o limite posterior da área de suporte mucoso, sem condições de 
ser eliminado cirurgicamente ou ainda em pacientes respiradores bucais que 
possuem palato profundo. 
 
Recobrimento Parcial Anterior 
 
 
Recobrimento Parcial Palatino Médio: É também chamado de Placa 
palatina, Strap ou Cinta plana. 
Os recobrimentos parciais possuem uma maior largura em relação aos 
demais conectores maiores, o que possibilita uma menor espessura, que 
chega em torno de 0,3 a 0,4 mm para as ligas de Cromo Cobalto ( CoCr) 
sem que comprometa a rigidez. Devido a sua forma na secção transversal, 
são também chamados por alguns autores de cinta plana. 
São indicados para os casos dento suportados, Classes III de Kennedy. 
 
Recobrimento Parcial Palatino Médio 
 
Recobrimento Parcial Palatino Médio - Posterior: 
 
São indicados para os casos de extremidade livre, Classes I e II de Kennedy, 
quando a região palatina for utilizada como área de suporte mucoso auxiliar. 
Apresenta-se achatada e fina, unindo os retentores diretos e se estendendo 
por toda a área de suporte médio posterior mucoso do palato, não sendo 
aliviada adaptando-se perfeitamente, em íntimo contato com a fibromucosa 
desta região. Nas suas partes laterais, relacionadas ao rebordo residual, são 
fixadas as grades retentivas metálicas, onde se prendem as selas ou bases 
acrílicas. São mais delgados e cômodos para as funções de fonação, 
mastigação e deglutição. 
 
 
Recobrimento Parcial Palatino Médio - Posterior 
 
Recobrimento Palatino Total: 
 
Recobre toda a área de suporte do Palato. Pode ser de metal ou de resina 
Está indicado nos casos em que houver poucos dentes remanescentes e a 
necessidade de o Conector maior participar do suporte, das retenções direta 
e indireta e da estabilização horizontal da Prótese. 
É o conector de eleição quando da presença somente dos dentes anteriores 
dispostos em linha reta. 
 
Recobrimento total metálico do palato 
 
 
Recobrimento total de resina do palato 
 
Conectores Maiores para a Mandíbula 
 
• Barra Lingual Clássica 
• Chapeado Lingual 
• Splint Lingual 
• Barra Vestibular 
 
 
Barra Lingual Clássica 
 
É o conector maior de eleição para a mandíbula, utilizado na maioria dos 
casos, nas Classes I, II,III e IV de Kennedy, desde que se tenha espaço 
suficiente entre a margem livre de gengiva e o assoalho da boca. 
Assim a barra lingual deve estar localizada em um ponto equidistante entre 
estas duas estruturas. Alguns autores preconizam uma distância mínima de 
2 mm da gengiva marginal livre, idealmente 3 a 4 mm ou até mesmo mais, 
quando possível. 
Quanto a sua localização inferior, deve se manter acima dos tecidos móveis 
do assoalho da boca (músculos milo-hioídeo e genioglosso). 
A barra lingual não deve ter contato com a mucosa, devendo estar 
ligeiramente afastada para evitar a intrusão nos tecidos quando submetida 
a forças de alavancas rotacionais nos casos em extremidade livre e nos 
casos de PPR dentosuportada, o alívio visa uma possível intrusão do 
conector nos tecidos, devido à migração fisiológica mesial dos dentes. 
A Barra Lingual Clássica está contra indicada nos casos de inclinação 
excessiva para lingual dos dentes remanescentes quando não houver 
espaço suficiente entre a margem livre da gengiva e o assoalho da boca e 
ainda quando houver a presença de Tórus mandibular. 
A secção é em forma de meia pêra, com a parte mais espessa localizada 
inferiormente para garantir rigidez e conforto. 
 
Barra lingual 
 
 
Chapeado Lingual: Também chamado Recobrimento Parcial Lingual, Placa 
Lingual 
 
Este Conector se localiza desde o cíngulo dos dentes anteriores, n limite 
superior, até pouco além da gengiva marginal livre no limite inferior. 
Sua forma e secção devem contornar os dentes anteriores de forma mais 
delgada e anatômica possível para que não interfira na comodidade do 
paciente, tornando-se o menos perceptível possível à língua. A sua posição 
inferior deve possuir uma secção em forma de meia pêra para proporcionar 
rigidez ao conector. 
Devem-se aliviar as ameias para que o conector não invada áreas retentivas 
interdentais, assim como toda a extensão sobre as gengivas, marginal, livre 
e inserida. 
O Chapeado Lingual está indicado para todos os casos em que não existe 
espaço suficiente para a colocação de uma barra lingual clássica, nas 
situações em que os tecidos do assoalho bucal apresentam inserções muito 
altas ou com rebordos remanescentes com alturas reduzidas provenientes 
de doenças periodontais avançadas. 
 
Chapeado lingual 
 
Splint Lingual: 
 
É um conector que ocupa todo o terço médio e/ou cervical dos dentes 
anteriores, na região de cíngulo, sem atingir a gengiva marginal. 
 Sua secção é em forma de “D” ou meia cana alongada e deve ser aliviado 
nas regiões das ameias. 
Suas indicações são as mesmas para os casos de Chapeado Lingual, 
principalmente nas situações em que haja a expectativa de grande 
movimentação da prótese, nos casos de extremidade livre e se deseja 
retenção indireta adicional. 
 
Splint Lingual 
 
SELAS 
A Sela é o conjunto da grade metálica da armação e o acrílico, juntamente 
com os dentes artificiais, são os elementos responsáveis pela reconstrução 
funcional e estética dos tecidos perdidos, ósseo, mucoso e dentário. 
Nas próteses dentossuportadas, a sela se relaciona passivamente com a 
mucosaalveolar, não participando diretamente do sistema de suporte. Já 
nos casos mucosodentossuportado, ela participa diretamente do suporte da 
prótese juntamente com os retentores fazendo com que parte da força 
mastigatória seja transmitida ao rebordo residual através da sua superfície 
basal. 
A sua extensão e os seus limites devem ser determinados pela extensão do 
suporte mucoso da área edêntula. Podem ser confeccionado em resina 
acrílica, metal ou ainda com ambos os materiais. 
Nos casos dentossuportados, a utilização de um ou outro material é 
indiferente. Pela facilidade de trabalho e confecção, o metal é preferido nos 
casos de espaços protéticos reduzidos, onde não temos a necessidade repor 
tecidos de suporte. Nestes casos são indicadas as selas metálicas que 
apresentam como principal vantagem o alto grau de polimento que podem 
adquirir tornando-as menos irritantes aos tecidos bucais. 
As selas metálicas têm como principais funções, a fixação dos dentes 
artificiais, que irá proporcionar o preenchimento do espaço protético, a 
eliminação da impacção alimentar e injúria dos tecidos mucosos e a 
recuperação das condições estéticas e fonéticas do paciente. 
Nos casos mucosodentossuportados as selas terão as mesmas funções 
descritas além da transmissão de parte da força mastigatória ao rebordo 
residual. Esse tipo de relação também pode ser estabelecido nos casos de 
próteses dentossuportadas, quando o espaço protético for muito extenso. 
Nestes casos o tipo de sela utilizada são as selas plásticas com reforço 
metálico. Nesse caso quem estará em contato com a fibromucosa será o 
acrílico, ou seja, no meio do acrílico estará a grade metálica da armação. 
Além das selas metálicas e plásticas com reforço metálico, temos ainda as 
selas ou bases totalmente Plásticas, confeccionadas única e exclusivamente 
em resina acrílica, sendo indicada somente nos casos de próteses 
terapêuticas, provisórias, imediatas, em que vemos a necessidade de um 
período de espera para que ocorram as remodelações teciduais, já que 
possibilitam correções futuras para manter a sua adaptação ao rebordo 
residual. 
 
 
Sela Metálica 
Fonte: Sela Metálica 
 
Sela plástica com reforço metálico 
Fonte: 
DENTES ARTIFICIAIS 
São os componentes protéticos idealizados para repor os dentes naturais 
ausentes. A escolha dos dentes artificiais utilizados na PPR depende de 
alguns fatores. 
• Natureza da superfície oclusal antagonista 
• Propriedades mecânicas do material do dente artificial 
• Estabilidade dimensional de cor 
• Forma oclusal 
 
Em relação aos materiais empregados, para a confecção de dentes artificiais 
utilizados nas PPRs, destacam-se as porcelanas, as resinas e as superfícies 
metálicas. 
Os dentes de porcelanas eram utilizados há mais de dois séculos pela alta 
beleza estética e grande resistência a abrasão. Por possuírem um alto 
módulo de elasticidade, isto se traduziu em desvantagem na sua utilização 
para os casos mucosodentossuportados, devido a um aumento na 
transmissão de esforços mastigatórios para o rebordo residual. A alta dureza 
das porcelanas, também ocasionavam ruídos incômodos durante os 
contatos funcionais nos atos mastigatórios. Outro fator negativo para a 
utilização dos dentes artificiais de porcelana era a dificuldade de retenção 
destes dentes à base da prótese devido a falta de compatibilidade química 
entre a porcelana e a resina acrílica, havendo a necessidade de criar 
retenções mecânicas para possibilitar essa união. 
Por volta da década de 40, surgiram no mercado, os dentes de resina, que 
no início não tinham a mesma condição estética, quando comparado aos 
dentes de porcelana e não possuía a mesma resistência à abrasão. 
 Com o passar do tempo estes dentes foram evoluindo tanto do ponto de 
vista estético, quanto funcional em relação a suas propriedades mecânicas. 
Além da vantagem de possuir uma coesão química entre os dentes de resina 
com a base da prótese, também possuem um módulo de elasticidade menor, 
sendo mais confortável para o paciente e absorvendo parte dos esforços 
oclusais transmitidos aos tecidos de suporte fibromucoso. Isso tudo aliado 
à simplicidade da técnica laboratorial faz com que os dentes de resina sejam 
hoje os dentes artificiais eleitos para uso universal nas Próteses Parciais 
Removíveis. 
Quase na totalidade das situações clínicas é necessário ajuste também na 
superfície oclusal dos dentes artificiais. Este desgaste no que se refere ao 
“esmalte” do dente artificial elimina a porção de resina acrílica fabricada com 
cadeia cruzada, que proporciona resistência ao desgaste. Quando o 
desgaste do dente artificial atingir o que corresponde a “dentina” do dente, 
a ligação existente na resina será fraca e facilmente susceptível ao 
desgaste. 
As principais consequências deste desgaste são: 
 
• Diminuição da eficiência mastigatória 
• Diminuição da dimensão vertical de Oclusão do paciente 
• Maior reabsorção do osso alveolar 
• Disfunção 
 
Para tentar minimizar este problema, uma opção é a confecção de uma 
superfície oclusal metálica nos dentes artificiais. Estas superfícies oclusais 
metálicas aliam sob o ponto de vista mecânico as vantagens das resinas e 
das porcelanas. Possuem resistência à abrasão, módulo de elasticidade 
semelhante ao do esmalte natural e a possibilidade de se confeccionar uma 
anatomia oclusal funcional. Os estudos mostram que a superfície oclusal 
metálica nos dentes artificiais em resina faz com que haja uma diminuição 
da reabsorção óssea do rebordo alveolar, que leva a uma diminuição da 
necessidade de reembasamentos ao longo dos anos, além de aumentar a 
eficiência mastigatória e proporcionar a manutenção da dimensão vertical 
de oclusão do paciente. Tem como desvantagem a perda parcial da estética 
e aumento do custo clínico-laboratorial. 
 
Referências 
FIORI, S.R. de . Atlas de Prótese Parcial Removível. 4.ed. São Paulo: 
Pancast, 1993 
KLIEMANN C., Oliveira W. Manual de Prótese Parcial Removível. São 
Paulo: Santos, 1999 
TODESCAN R., Silva da B.E. , Silva da J. Atlas de Prótese Parcial 
Removível Santos, 2009 
MCCRACKEN – Prótese Parcial Removível – 12 Ed. 2012- Brown, David T.; 
Carr, Alan B.

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