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Loucura na Grécia antiga

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PSICOLOGIA E SAÚDE MENTAL
LOUCURA NA GRÉCIA ANTIGA
CAMPUS RESENDE – PROFESSOR MARCELO ARBEX
Resende, 05 de agosto de 2019
ANTES DO PRÉ-SOCRÁTICOS
“Na antiguidade grega, até os tempos pré-socráticos, não existe uma concepção estruturada da ‘natureza humana’. (...) 
Desse modo, as distorções ou aberrações dessa ‘natureza’ são concebidas vagamente e atribuídas, na ausência de qualquer vislumbre de psicologia, às forças e entidades conhecidas” (PESSOTTI, 1994).
FORMA FRAGMENTÁRIA
Antes do século V a. C., a natureza humana, na qual aparecem aberrações ou bizarrices, é concebida de forma fragmentária, inarticulada.
CONTRADITÓRIA
Essa natureza humana também é contraditória:
Ao mesmo tempo que o ser humano é “responsável e punível por seus atos, pelos quais tem iniciativa”, essa iniciativa é inevitável quando os deuses ou forças relacionadas a eles se apoderam de sua compreensão ou entendimento.
NÃO AUTÔNOMO
O ser humano como é descrito na Odisseia de Homero não é um ser autônomo.
Seus desempenhos motores, perceptivos ou mentais estão sempre sob um controle transcendente. Esse controle é arbitrário, confuso, ilógico. 
VIDA PSÍQUICA DOS DEUSES
Quem possuía uma vida psíquica propriamente dita nessa época eram os deuses antropomórficos dos gregos antigos.
Então, qualquer descontrole mental naquele contexto histórico era visto como sendo produto de uma interferência sobrenatural. 
DESTINO PESSOAL
Além disso, existe o destino pessoal de cada um, assegurado pelos deuses. Nesse contexto, então, não existe culpa ou remorso. 
Os atos desajustados são “necessários” para que determinado ser humano realize seu destino; nada é por acaso. 
RESTABELECIMENTO DA ORDEM E PERDA DE CONTROLE
Caso alguém supere ou se desvie de seu destino, a loucura é então causada para restabelecer a ordem.
Mas essa é uma ordem estabelecida pelos deuses; para o ser humano a loucura é perda do controle consciente sobre si, perda do controle ordenado com a realidade física ou social.
PRESUNÇÃO HUMANA E REPARAÇÃO
Isso é causado pela presunção humana de escapar a seu destino determinado pelas divindades. 
Ocorre então uma transgressão à ordem social, que pode ser reparada. 
CULTURA DA VERGONHA E SEUS VALORES
Essas concepções são construídas em uma cultura baseada no sentimento da vergonha: naquele momento da Grécia Antiga, a aristocracia guerreira tinha como valores supremos a fama, a honra e o prestígio social; assim, atos desvairados, explosões de ódio ou inveja não podiam ser atribuídos a seus autores, mas, convenientemente, aos deuses e seus instrumentos.
PSICOPATOLOGIA DA ANTIGUIDADE
Os quadros descritos por Homero são quadros que seriam chamados classicamente de mania e de melancolia, além de episódios transitórios de insensatez, como uma psicopatologia da vida cotidiana da época. 
FIM DE UMA ERA E COMEÇO DE OUTRA
Com o fim dessa “idade média grega”, os ideais épicos e os heróis demolidores das epopeias começam a perder valor. 
Nesse momento, ocorre uma mudança, como fica ilustrado nas tragédias; o comportamento errado do ser humano começa a fazer parte da cadeia causal que resulta na loucura. 
CONFLITOS DE PAIXÕES
Portanto, nas peças trágicas, “a interferência divina cede gradualmente o papel de causa aos conflitos de paixões, ao entrechoque entre o desejo e norma ética”. 
Além disso, na época trágica, surgem descrições de quadros de paranoia e de algo similar a esquizofrenia. 
PSICOLOGIZAÇÃO
Mas até aqui a influência divina ainda é preponderante para o surgimento da alteração. Apesar disso, a loucura começa a se psicologizar. 
Começa a surgir uma concepção de ser humano “como dotado de uma individualidade intelectual e afetiva” que seria “sua própria natureza, pessoal”, por influência da filosofia sofística e socrática.
DEUSES CONTRA IMPULSOS
Eles podem invocar os deuses, mas agora contra seus impulsos humanos, que eles entendem que precisam ser refreados.
É importante frisar que “psicologizar” não é o mesmo que fazer uma psicologia científica.
CAUSAS PSICOLÓGICAS
O que se tem em qualquer momento antes da Modernidade é a construção de uma subjetividade ainda não capturada pelas ciências e tecnologias modernas. 
Mas a ignorância e a indisciplina intelectual, ou fraqueza ante os impulsos instintivos, já são pensados como causas da insensatez, da loucura. 
CAUSAS ORGÂNICAS
Já com Hipócrates a loucura é colocada como desarranjo da natureza orgânica.
Apesar disso, é fundado em uma anatomia e fisiologias ingênuas, além de conceber uma continuidade entre o interno do organismo e o externo, do ambiente, cujo equilíbrio entre os dois representa a saúde. 
DESEQUILÍBRIO
Além disso, a saúde representa o equilíbrio entre os quatro humores fundamentais do corpo humano.
Isso implica uma redução da influência da subjetividade na etiologia na loucura, como havia sido visto na época trágica.
GALENO
Mas ainda na Idade Antiga, nós temos com Galeno, médico greco-romano, uma teoria um pouco mais “psicológica”, pois ele entende que a alma é transcendente ao corpo (concepção aristotélica).
Sua fisiologia admite funções incorpóreas, como a razão e a percepção.
RESTAURAÇÃO DA VIDA PSÍQUICA
Disso resulta uma restauração da “vida psíquica”, com identidade própria, não entendia como mero reflexo, ou sintoma, de eventos somáticos.
Com tais instrumentos conceituais, a teoria galenista da loucura é muito mais rica e menos “ingênua” que a da escola hipocrática.
NOSOLOGIA GALENA
Os quadros nosológicos variam segundo diferentes combinações entre os tipos de lesões e as diversas facultades afetadas.
No caso da imaginação, por exemplo, a abolição produz os sintomas ou o quadro clínico de catalepsia; se a imaginação for pervertida, o efeito será o delírio.
TRÊS MODELOS
Então temos três modelos de conceitualização e de sistematização da loucura: a mitológica (ou religiosa), a psicológico-passional e a organicista.
Esses três modelos estão presentes em doutrinas posteriores e persistem até a época contemporânea. 
ATITUDES BÁSICAS
Isso acontece porque refletem atitudes básicas relacionadas a um objeto tão importante, que coloca em jogo a própria identidade do ser humano.
A loucura é a perda do caráter distintivo do ser humano e constatanção da precariedade da “essência” humana. 
PERDA DA AUTONOMIA E DA IDENTIDADE
A autonomia cede lugar à entidade mitológica, à prepotência da natureza instintiva (animal) e às inevitáveis imposições das contingências corporais da vida humana.
São modos de elaboração conceitual (mitológico, psicológico ou organicista), resultantes de pressupostos e critérios epistemológicos específicos.
TEORIAS BASEADAS NOS MODELOS
Acima desses modelos temos as teorias diferente, que por vezes utilizam mais desses modelos, ou seja, são posturas que não são mutamente exclusivas.
Obrigado!

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