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O bras do A utor Coletânea de direito internacional (C oleção RT M ini C ódigos). O rganizador. 9. ed. rev., am pl. e atual. São Paulo: R T,2011. Com entários à Convenção Am ericana sobre D ireitos H um anos - Pacto de San JOSé da Costa Rica (com Luiz Flávio G om es). 3. ed. rev., atuaL e am pl. C oleção "C iências C rim inais", voI. 4. São Paulo: RT, 2010. Com entários à reforma crim inal de 2009 e à Convenção de Viena sobre o D ireito dos Tratados (com Luiz Flávio G om es e Rogério Sanches C unha). São Paulo: RT, 2009. Díreito à liberdade religiosa: desafios e perspectivas para o século XXI. Coordenação (com A ldir G uedes Sariano). Belo H orizonte: Fórum , 2009. D ireito internacional dos direitos humanos: estudos em hom enagem à Professora Flávia Piovesan. C oordenação (com M aria de Fátim a R ibeiro). C uritiba:Juruá, 2004. D ireito internacional público: pane geraL 5. ed. rev., atuaL e am p1. São Paulo: R I, 2010. D ireito internacional: tratados e direitos hum anos fundam entais na ordem jurídica brasileira. Rio deJaneiro: A m éricaJuridica, 200L D ireitos hum anos e cidadania à luz do novo direito internadonal. C am pinas: M inelli, 2002. Direitos humanos, Constituição e os tratados internacionais: estudo analitico da situação e aplicação do tratado na ordem jurídica brasileira. São Paulo:Juarez de O liveira, 2002. D ireito supraconstitudonal: do absolutism o ao Estado C onstitucional e H um anista de D ireito (com Luiz Flávio G om es). São Paulo: R I, 2010. Natureza jurídica e eficâda dos acordos stand-by com o FM I. São Paulo: RT, 2005. Novas perspectivas do direito am biental brasileiro: visões interdisciplinares. O rganização (com C arlos TeodoroJosé H ugueney lrigaray). C uiabá: C athedral, 2009. Novasvertentes do direito do comércio (com Jete J ane Fiorati). B arueri: M anoIe, 2003. Novos estudos de direito internadonalcontem porâneo, vols. I e 11. O rganização (com H elena A randa B arrozo e M árcia Teshim a). Londrina: ED U EL, 2008. O Brasil e os acordos econômicos internacionais: perspectivas jurídicas e econôm icas ã luz dos acordos com o FM I. C oordenação (com R oberto Luiz Silva). São Paulo: R I, 2003. O controle-jurisdícional da convencionalidade das leis. C oleção "D ireito e C iências Afins", voI. 4. São Paulo: R T,2009. Prisão civil por dívida e o Pacto de SanJosé da Costa Rica: especial enfoque para os contratos de alienaçãO fiduciária em garantia. Rio deJaneiro: Forense, 2002. Tratadosinternadonaís: com com entâriosà C onvenção de V ienade 1969. 2. ed. rev.,am pl eatual. SãO Paulo:Juarez de O liveira, 2004. Tratados internacionais de direitos hum anos e direito interno. São Paulo: Saraiva, 2010. Tribunal Penal Internacional e o direito brasileiro. 2. ed. rev. e atuaL ColeçãO "D ireito e C iências A fins", vaI. 3. São Paulo: R T,2009. D ados Internacionais de catalogação na Publicação (CIP) (C âm ara Brasileira do livro, Sp' Brasil) 10-11842 M azzuoli, V aleria de O liveira _ Curso de direito internacional público !V alerio de O liveira M azzuoli. -5 . ecL rev., atual. e am pl. -S ão Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. Bibliografia. ISBN 978·85-203-3822-3 1. D ireito internacional público !. Título. CD U -341 fndices para catálogo 1. D ireito internacional público 341 I I Valerio de O liveira M azzuoli C U R SO D E D IR EITO I NTERNACIO NAL PÚ B LIC O 5." edição revista, atualizada e am pliada ED ITO R A ('ijI REVISTA D O S TR IB U N A IS i ! 50 CURSO DE DIREITO INTERNACIONAL PúBLICO que o art. 41 da Carta das Nações Unidas prevê que o Conselho de Segurança poderá. adotar medidas destinadas a tornar efetivas suas decisões, nelas podendo incluir-se "a interrupção completa ou parcial das Jelações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, ou de outra qual- quer espécie, e o rompimento das relações diplomáticas", complementando o art. 42 da mesma Carta que, caso tais medidas sejam inadequadas, o Conselho de Segurança . "poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgát necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais", podendo tais medidas compreender "demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos membros das Nações Unidas". A à sua volta. BIBLIOGRAFIA: TÓNNIES, Ferdinand. Gemeinschaft und Gesel/schaft: Abhandlung des Com- munismus und des Socialismus aIs empirischer Culturformen. Leipzig: Verlag Fues, 1887; ROUSSEAU, Charles. Príncipes généraux du droit international public, Tome I (Introduction, Sources). Paris:A. Pedone, 1944; l'HUllUER,Jean. tlémentsde droitlnternationaJ public. Paris: Rousseau, 19S0i ACCIOlY, H i Idebrando. Tratado de direito internacional público, vaI. I, 2a ed. Rio de Janeiro: MRE, 1956; QUADRI, Rolando. Cours général de droit intemational public. Recuei! des Cours, vaI. 113 (1964-111), pp. 237-483; PEDERNEIRAS, Raul. Direito internacio- nal compendiado, 13a ed. rev. e aum. por OscarTenório. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1965; BRIERlY, J. L Direito internacional, 2a ed. Trad. M. R. Crucho de Almeida. Lisboa: Fundação • Calouste Gulbenkian, 1968; CUNHA, J. Silva. Direito internacional público, vaI. 1,.3a ed. l,isboa: Centro do livro Brasileiro, 1981; RUSSOMANO, Gilda Maciel Corrêa Meyer. Direito internacional público, 1 <) vol. Rio de Janeiro: Forense, 1989; AKEHURST: Michael. A modem' introduction to internationaf Jaw. London: Allen & Unwin, 1990; HAlLlDAY, Fred. Rethinking international relations. london: Macmillan, 1994; CAETANO, Marcello. Manual de ciência política e direito constitucional, Tomo I, 6a ed. rev. e ampl. por Miguel Galvão Teles. Coimbra: Almedina, 1996; ARISTÓTELES. A política, 3' ed. Trad. Mário da Gama Kury. Brasília: Editora UnS, 1997; TRUYOl Y SERRA, Antonio. La sociedad internacional, 2a ed. Madrid: Alianza, 1998; S0RENSEN, Max [Editor]. Manual de derecho internacional público, l'ed. em espanhol, 7a reimpr. Trad. Dotación Carnegie para la Paz Internacional. México: Fondo de Cultura Eco- nómica,2000;AllAND, Denis (coord.). Droitinternational public. Paris: PUF, 2000; CASTRO, Amilcar de. Direito internacional privado, Sa ed. aum. e atual. por Osiris Rocha. Rio deJaneiro: CAPÍTIJLO I - INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PúBLICO 51 Forense, 2001; REZEK, José Francisco. Direito internaCional público: curso elementar, 9a ed., " rev. São Paulo: Saraiva, 2002; DEl(OlMO, Florisbal de Souza:'..Curso de direito ihternaciona( público. Rio de Janeiro: Forense, 2002; QUVEIRA, Odete Maria de. Relações internacionais:' estudos de introdução, P ed., V tiro Curitiba: Juruá, 2003; lITRENTO, Oliveiras. Curso de direito internacional público, sa·ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003; lAMBERT, )ean-Marie. Curso de direito internacional público, valo 11 (Fontes e 3a ed. Goiânia: Kelps, 2003;. plNH, Nguyen Quoc, DAllUER, Patrick & PElLET, Alain. Direito internacional público, 2aed .. Trad. Vítor Marques Coelho. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003; MELLO, Celso. -D. de Albuquerque. Curso de dire/to internacional públic:o, vaI. I, 153 ed., rev. e ampL Rio de Janeiro: Renovar, 2004; CARREAU, Dominique. Droit international, 8a ed. Paris: A. Pedone, . 2004; DUPUY, Pierre-Marie. Oroit international public, 73 "ed. Paris: Dalloz, 2004; Hans. Teoria pura do direito, 7a ed. Trad. João Baptista Machado. Silo Paulo: Martins Fontes,' 2006; CASSESE,"Antonio. Diritto internazionale (a cura di Paola Gaeta). Bologna: I/·Mulioo, 2006; HAlUDAY, Fred. Repensando as relações internacionais, 2a ed. Trad. Cristina Soreanu Pecequilo. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007; PEREIRA, André Gonçalves & QUADRQS, Fausto de. Manual de direito internacional público; 3a ed., rev. e aum. (8a reimpressão)."Coim- bra: Almedina, 2009. SEÇAO II - GÊN.ESE E ESTADO ATUALDO DIREITO INTERNACIONAL PúBLICO 1. Introdução. Não é nosso propósito desenvolveraqui um esmdo histórico apro- fundado da formação do Direito Internacional Püblico e da emergênc;" da sociedade internacionaL A nossa intenção ésomente mostrar que o Direito Internacional Público vem, ao longo do tempo, desde a época provável de seu nascimento, ganhando novos contornos e evoluindo pari passu ao avanço da internacionaL Assim, nas linhas.que seguem pretendeu-se tratar, de forma sucinta, da do Direito Internacional Público, de suas tendências evolutivas e do atual estágio pelo qual ele atravessa. Foram propositadamente deixados de lado os acontecimentos e percalços históricos pelos quais passou esse Direito até chegar à sua maturidade, bem como as escolas do Direito Internacional e cada um dos seus respectivos defensores.13 Por fim, algumas palavras diremos sobre o ensino do Direito Internacional Público, sobretudo no Brasil. 2. Origens históricas do Direito Internacional Público. O Direito Internacio- nal Público, contrariamente do que pensa boa parte da doutrina, não é uma criação recente. Mas também não é tão antigo como pretendem alguns autores. Sem se poder determinar uma data precisa para o seu nascimento. tem-se como certo que o Direito 13. Para uma boa visão histórica do Direito Internacional Público, v. Arthur Nussbaum,Aconcise history of the law of nadons, 2a ed. rev., New York: Macmillan. 1954. eL, ainda, os clássicos GeorgStadtmüller,Histonadel derechointernadonalpúblico, Madrid:Aguilar, 1961; eAntonio Truyol y Serra, deZ derecho internacional público, Madrid: Tecnos, 1998. .. , , , / 'ti , , , , 1';. ,';. 52 CURSO DE DIREITO INTERNACIONAL PúBLICO obstante os ensinamentos do Barão SergeA. Korff, no sentido de o Direito Internacional é tão antigo como a civilização em geral e con- sequência necessária e inevitável de toda a civilização, H temos como correta a.assertiva de que na Antiguidade Clássica não existia um Direito Internacional propriamente "'- dito, como O concebemos hoie, mas apenas um Direito que se aplicava às relações en,.- tre cidades vizinhas, de língua comum, da mesma raça e com a mesma religião, como e dava com as anfictionias e as ( ue eram ligas pacíficas de caráter religioso; cuja finalidade era evitar as guerras e julgar as infrações à santi a e 05 temp os e com as confederações etruscas. Mas afora esses casos, nao exIstia um Dlfeuo propnamente internacional entre nações estrangeiras, porque não existia lei comum entre tais nações, nem sequer igualdade juridica entre elas." A evolução do Direito Internacional durou varios séculQS e se desenyQlyeu de enonne queaenn.nam os senh.or,es jreulda,isness, época - e.das alianças Çjue celebravam entre si, muitas delas -.relacionadas às questões de segurança externa. Durante esse período (situado entre os anos 200 depois de Cristo e a queda de Constantinopla, em 1453) todos os tratados passaram a ser celebrados sob a égide da Igreja e do Papado, e as decisões do Papa passaram a ser respeitadas em todo o continente, principalmente naquilo que dizia respeito à esfera espiritual de homenS e mulheres. Nesse mesmo momento histórico .formam-se as Cidades-Estados italianas,já no quadro da transição para a Idade Moder- na, as quais passaram a manter frequentes intercâmbios políticos e econômicos entre si, dando início ao esboço dos contornos normativos de um Direito menos doméstico e mais internacional já nesse período. @V Foi o holandês nascido em Delft, chamadoIHlIgiÍ}<:>rg!iU's (1585-1645), quem . deu a,o direito das entes como" o interesse "'íru . arte e lure Praedae), publicada em Leyde em 1609, e De Jure Bel!i ac Pacis,16 inspirada na 14. 15. 16. Cf. Serge A. Korff. Introduction à l'histoire du droit international, in Recueil des Cours, voI. I (1923-1), p. 21. V. Pedro Baptista Martins. Da unidade do direito e da supremacia do direito internacional. Rio deJaneiro: Forense, 1998?.p. 7. Existe tratlução para o espanhol desta obra de Grotius, Del derecho de la guerra y de la paz, 4 Tomos, trad.]aime Torrubiano Ripoll, Madrid: EditorialReus, 1925. OTomo I contém o Livro primeiro e os capitulos l-lU do Livro segundo; o Tomo II contém os capítulos IV-XVI do Livro segundo; o Tomo lU contém os capítulos XVII-XXVI do Livro segundo e os capitulos I-lU do Livro terceiro; e o Tomo IV contém os capítulos do Livro terceiro, todos da referida obra. Nesta obra de Hugo Grotius é que foram lançadas as bases do direito das gentes, dando-lhe um fundamento cientifico, o que lhe valeu a fama de precursor do positivismo jurídico e fundador do Direito Internacional. CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PúBLICO 53 .Guerra dos Trinta Anos, publicada em 1625.'7 Sua contribuição foi de tal importãn- . ue o tomou mundialmente conhecido como o-pai do Direito Internacional e do ireito Natural, não obstante os rimei:rospassos a cip ma terem SI o ospe o dominicano e anhol Francisco de Vitoria (1486-1546, ue escreveu e ectlO e ure llelli) e pelo jesuíta (também espanhol) Francisco Suárez (1548-1617, com a o ra De • LegíbusacdéDeoLegislatore).18 0) protestantes), fortalecido pela Franca. Foi a protestante a motivadora da insur- gência que mais tarde acabaria na Guerra dos Trinta Anos, quando desmontou a unidade católica na Europa medieval, fomentando o início do conflito. O que a rej(Jl7f1(l puguou foi derrotar delinitivamente o poder católico, a fim de atribuir á autoridade civil o poder supremo dentro do território.Esuamissão foi tão bem sucedida que, comoexplicaBrierly, "mesmo naqueles proses que rejeitaram o protestantismo como religião, a Igreja ficou tão profundamente abalada que não pôde competir mais com o Estado como força política", fato esse responsãvel por dar "um golpe mortal á ideia, já moribunda, de que o mundo cristão, apesar de todas as suas, constituía ainda em certo sentido uma unidade" .19 Estados passaria a ser conhecido como ramo autônomo Direito modemo.22 Mas, por motivo? Pelo fato de pela primeira vez. se ter reconhecido. no plano internacional, o • princípio da igualdade formal dos Estados. Então, mais do que colocar fim á Guerra dos Trinta Anos, os tratados de Wesúália criaram um "'sistema pluralista e secular de uma sociedade de Estados independentes, substituindo, desde então, a ordem providencial e hierarquizada da Idade Média".23 Assim é que muitos autores consideram que antes 17. Cf. Hildebrando Accioly &: Nascimento e Silva. Manuàl de direito internacional público, lY ed. São Paulo: Saraiva,1998, p. 9. 18. Sobre o assunto, v. Guido Fernando Silva Soares, Curso de direito internacional público, voL 1, São Paulo: Atlas, 2002, pp. 27-29. 19. J L Bnerly. Direito internacional, cit., p. 5. 20. Ou seja; o Império e a França, com seus aliados (entre os quais a rainha da Suécia) e confederados. 21. Ou seja, o Império e a Suécia, com seus aliados (entre os quais a França) e confederados. 22. Cf. Oliveiros Litrento. Curso de direito internacional público, cit., p. 24. 23. Charles de VlSScher. Thtories et réa1ités en droit ínternational publico Paris: A. Pe,done, 1953, p. 19. Como leciona pUido Soares, a paz de Westfália "nada mais quer significar d? que: na ! 54 CU RSO D E D IR EITO IN TER N A C IO N A L PúB LIC O _da paz de W estfália não existia um DireitÇ> Internacional propriam ente dito, com o . conhece nos dias atuais (não obstante já se conhecer, desde o século X V I, a codificaçãp . das leis m arítim as, a instalação de em baixadas perm anentes, a form ação de exércitos. bem com o as navegações e as conquistas). internacional m o-. que com os tem peram entos nonnas lim itaçao - da autoridade absoluta dos m onarcas). O Estado nasceria, então, com a característica fundam ental de possuir, com o elem ento essencial de sua existência, um a base terri- torial sobre a qual se assenta a sua m assa dem ográfica de indivíduos. Posteriorm ente, passariaa ter por elem entos caracterizadores um a unidade política estabelecida no tem po e no espaço, a existência de instituições perm anentes im pessoais, a condução dos seus negócios por um a autoridade e a aceitação da ideia de que esta autoridade conta com a lealdade substancial dos seus súditos. 24 Esse tipo de Estado, desenvolvido e dos tratados de W estfália, deu origem à cham ada (que já contava com sua form ulação teórica desde 1576, no D ç Republica de Jean B odin), segundo a qual a força capaz de agregar seres hum anos em . um dado território é a unidade do poder (sum m a potestas), sem a qual o Estado seria - expressão de B odin - com o um barco sem quilha. 25 região (leia-se: no território) sob o im pério de um príncipe, esteja vigente unicam ente um a ordem jurídica, sua ordem jurídica (claro está, subentendendo-se que religio, segundo as discussões da época, queria significar m uito m ais a im posição de um ordenam ento leigo e altam ente operante, e m enos um a visão religiosa das m aneiras de alguém salvar a própria alm a!). N a verdade, trata-se da definitiva consagração do princípio que passaria a dom inar todaaconcepçãom odernasobre eficácia (existênciaeaplicabilidade) dasnorm asdossistem as jurídicos nacionais: a territorialidade do direito" (Curso de direito"internaáonal público, cit., p_ 29). 24. Cf. A ntonio C assese. D iritto internazionale, cit., p. 30, nota nO 1, citando j. R. Strayer. 25. C f.j. L. Brierly. D ireito internacional, cit., pp. 7-8. N a defesa da teoria de B odin, assim leciona B rierly: "A doutrina da soberania estatal tal com o B odin a defendeu não levantou problem as especiais para o direito internacional. Para ele, a soberania era um princípio essencial da ordem política interna. E ficaria certam ente surpreendido se pudesse prever que, m ais tarde, ela viria a ser falsam ente ttansfonnada num princípio de desordem internacional e invocada para dem onstrar que os Estados estavam , por natureza, acim a da lei. É evidente que B odin não pensava assim , pois incluiu naRepúblíca norm as relativas à conduta dos Estados, a partir das quais outros autores contem porâneos principiaram a construir a nova ciência do direito C A PÍTU LO i -IN TR O D U Ç Ã O A O D IR EITO IN TER N A C IO N A L PúB LIC O 55 @ O 0prtgIe$Sôl.dêVfeiiil'&1815V foi. depois dQ,5 tratados de W estfália o segundo· grande m arco do D ireito Internacional e das relações internacionais. 26 Q "Congresso m arcou o fim das guerras napoleônicas e estabeleceu um noyo sistem a m ultilateral" ..de cooperacão política e econôm ica na Europa. além de ter agregado novos princípios de D irejto com o a proibicão do tráfico de negros. a liberdade irrestrita. .. de navegação nos rios da região e?S prim eiras re-gras do protocolo diplom ático. O s aspectos principais desse sis.tem a perduraram até quase o início c4t 'Prim eira G uerra M undial. 27 E de m aneira ainda m ais nítida, essas novas caracterís- , : do D ireito Internacional vieram a finda a Segunda G uerra, a Europa entre 1939 e 1945. . .Em conclusão, pode-se dizer que a afinnaç'ão histórica do direito das "gentes e, " conseq.urntem ente a prova de sua existência. decorreu da convicção e do reconheci- m ento p o r parte dosrsrados-rnem brO s da sociedade jnternacional de q1l e os-precei4'S do D ireito Internacional obrigam tanto interna com o internacionalm ente devendo ... 05 Estados de boa-fé respeitar Ce exigir Q ue se respeite) aquilo quê contrataram no cenário exterior. i· 3. A s tendências evolutivas do D ireito·Internacional. Q D ireito Internacional l?úblico atual (contem porâneo) é fruto de um desencadear de fendências guese podem cham ar.de evolutivas. Tais tendências podem ser agrupadas, segundo Jorge M iranda (em quem nos fundam em E to s : a itf{iversaliz -; a re nal{ ão' a ·a um anização; a b etiv 00; a codi ção; e, fipalm ente, a jurisdici ização. 78 <5)" Á prim eira dessas cham ada de uhWéfs'ii!iZl:iliâÔ, tem Q seu'foco voltado para aautodeterm inação dos povos, decorrente, segunãõjorge M iranda, da desagrega- ção, prim eiram ente dos im périos m arítim os europeus, depois do im pério continental soviético e, m ais recentem ente, de alguns m ovim entos de independência, com o foi o caso de Tim or Leste. A universalização então significa gu.e o D ireito Internacional não é m ais Cç nem poderia continuar sendo) um D ireito euro-am ericano, m as sim um Internacional universal. -;;. - . internacional. lhe' terá ocorrido que a sua doutÍina da soberania pudesse im plicar a ' destruição de tais norm as. N o entanto, é esta a acusação que se lhe faz" (Idem , p. 10). Para detalhes, v.Jean B odin, Les six libres de la rtpublique, Paris, 1576. Cf., tam bém , M areeI D avid, Lasouverainité et les lim ites juridíques dupouvoirm onarchiqueduIXtm eauXVtm esiécles, Paris: D alloz,1954. 26. V., por todos, O . N ippold, Le développem ent historique du droit international depuis le congrés de V ienne, in Recueil des C ours, voI. 2 (1924-1), pp. 1-12l. 27. Cf. Thom as B uergenthal (et all.). M anual de derecho internacional público. M éxico: Fondo de C ultura Econôm ica, 1994, p. 23. 28. V .Jorge M iranda. A incorporação ao direito interno de instrum entos jurídicos de direito internacional hum anitário e direito internacional dos direitos hum anos, in Revista C E}, nO 11, Brasília: CJF, 2000, pp. 23-26. , , 56 C U R SO D E D IR EITO IN TER N A C IO N A L púB uC O · (j) À universalização segue-se ,- U nião EnTo eia. Il? Em terceiro lugar aparece a qual o D ireito "",nal deixa de ser um direito das ielâçÕesblJateiáiS ou m ultilaterais entre os Estados. para se tornar um direito cada vez m ais presente nos organism os internacioriais, na O n!anizacão das N acoes U nidas, bem com o em suas agências especializadas, poden- do até m esm o chegar à criação de um órgão supranacional com poderes decisórios, com o é o caso da citada U nião Europeia. O grau de instituciÇ )nalização da sociedadé · internacional pode ser aferido pelo núm ero de órgãos criados e respeitados pela dos Estados, m otivados pelo interesse em sedim entar a existência de polos .' decisórios das relações internacionais. C om o destaca a m elhor doutrina, a experiência . c interno assum e regulam entação e com o a saúàe, o trabalho, o m eio am biente etc. A partir desse m om ento ultrapassada qualquer doutrina que venha entender (com o outrora) que o D ireito Internacional cria norm as de regulação das relaçÕ es de Estados entre si, não interferindo na obrigatoriedade das · norm as internas. 3o E m segundo lugar, essa funcionalízação acom panha a criação de · organism os internacionais capazes de pennitir essa solução, um a espécie de m inistérios f:H )em acionais que fazem o dos m inistérios nacionais. \$' E m quinto lugar ' . . . . ' . 29. Cf., por tudo, O dete M aria de O liveira, Relações internacionais ... , cit., pp. 165-166. A recí- proca é tam bém verdadeira. C om o leciona essa m esm a internacionalista: "'A crise do sistem a institucionalaum entaadescon6.ançaeainsegurançaentreosatoresintem acionais, trazendo dificuldades às relações de cooperação, conduzindo aos conflitos. A intensificação desse quadro poderá levar a um a crise geral junto à ordem internacional e ao desaparecim ento da sociedade internacional, m otivando a em ergência de um a nova sociedade internacional» (Idem , ibidem ). 30. N esse sentido, Y . D ionisio A nzilotti, Cours de droit intem ational, trad. G ilbert G idel, Paris: Editions Panthéon-A ssas, 1999, p, 56. C A PÍTU LO 1 -IN TR O D U Ç Ã O A O D IR EITO IN TER N A C IO N A L púB uC O 57 ,Segunda G uerra,desde a C arta das N acÕ es U nidas (945) desenyolvendo-se com a D eclaracão U niversal dos D ireitos H um anos (1948) e com 'os hiúm eros tratados internacionais de proteção desses m esm os direitos surgidos no cenário internacionaÍ após esse períodQ 31 . próprio Estado perante as instânC ias internacionais; trata-se da necessária sujeição dos órgãos do Estado às decisões provenientes de órgãos jurisdicionais internaC Íonais ainda crescentes, criados por tratados tam bém ratificados pelos m esm os Estados de' queÍX .osas. Por fi:n' o r.erceiro é ongem nos TnbunalS de N urem Jjerg e T O gU lO e, m ais nos Tribunais para crÍI1:1es com etidos nos territórios da Ex-Iugoslávia ..e..d,e R nanda C o m ª criação do Tribunal Penal InternacionaL ó D ireito Internacional dos D ireitos H um anos se deserivolve. se concretiza e se enrigüece. alargando-se cadati .V ez m ais (' seu âm bito de proteção 32 • U rna sexta tendência do D ireito Internacional colocada por Jorge M iranda é a, W etiyaçãO , ou seja, a superacão definitiva do dogm a "voluntarista". segundo o qual. YQ ntade dos atores internacionais é o fundam ento único da existência do D ireito Internacional Público. N este m om ento histórico pelo qual passa.a hum anidade, presencia-se cada vez m ais a fonnação de regras internacionais livres e independentes "da vontade dos Estados - desde a positivação da norm a pacta sunt servanàa pela C on- venção de V iena sobre o D ireito dos Tratados de 1969 -, justificando e fortalecendo a existência e validade dê inúm eros tratados internacionais de proteção dos direitos hum anos presentes na atualidade. Pijra Jorge M iranda? o papel crescente dos trata- dos m ultilaterais pªssa a dar suporte ao desenyg]yim ento de 11m verdadeiro reifuje 31. Cf. H enry Steiner & Philip A lston. International hum an rights ín contexto O xford: C larendon Press, 1996, p. 1.026, para quem "o ritm o da legislação internacional neste cam po tem aum entado rapidam ente desde a Segunda G uerra M undial". V. ainda, A ntônio A ugusto C ançado Trindade, Internationallaw for hum ánkind: tow ards a new jus gentium (1): general course on public internationallaw , inRecueil des Cours, voI. 316 (2005), pp. 9-439; e tam bém o seu A hum anização do direito intem adonal, Belo H orizonte: D el Rey; 2006, 423p. 32. Sobre o tem a, V . V aleriode O liveiraM azzuoli, TribunalPenallnternactonaleodiieitobrasíleiro, 2 a ed. rev. e atuaL, São Paulo: RT, 2009, 142p. N este Curso estudarem os o TPI na Parte IV, Capítulo 1, Seção V III, infra. 58 CU RSO D E D IREITO IN TERN A CIO N A L PúB LIC O destaque o que prescreve art. C arta d a s . de 1945, segundo o qual um dos propósitos da G em I da O N U é o de "incentivar o desenvolvim ento progressivo do direito . nare sua codificação". Para a ré"alização de tais finalidades a O N U tem im puliionado os trabalhos da sua C om issão de D ireito Internacional e de seu C onselho de D ireitos H um anos. foram vários os textos internacionais contem porâneos concluídos sob os aU Sl'ícios desses órgãos com o as grandes convencões de D ireito InternacionalPúblico, D ireito Internacional PrivadQ e de D ireito Internacional dos pireitQ S H um anos. '® Por últim o,lom o oitava do D ireito Internacional colocada pelo jurista português, tem -se a 33 que passa a ser a consequência. lógica da acum ulação de todas essas tendências vistas anteriorm ente. º fenôm eno da _ . 'urism cionaliza ão decorre do desenvolvim ento rogressivo do D ireito Internacional Público fato ue veio ocorrer c m m aior ênfase' rinci lm e e o a .,.....m etade do século XX. N ão obstante existirem tribunais internacionais de toda sorte, • .() certo é que m ais da m etade da atividade âessas corteS' está hoje ligada a questões • de direitos hum anos. O que atualm ente se tem procurado, principalm ente na seara . . .. .... ... da jurisdicionalização do 'D ireito Internacional já passou por três ;m om entos bem nítidos na história das relacões internacionais:@ o da criação e tribunais internacionais de vencedores contra vencidos, D ;lostra de um a justiça. 'nternacional rim itiva e arcaica de e foram exem os os tn unaIS m l 1 ares o ós- erra 34, b) o da cria ão de tribunais internacionais ad hoc elo C onselho d • Segurança da O N U (por m eio de resoluções, e não por m eio de tratados), de que são exem plos os tribunais penais para crim es com etidos na antiga Iugoslávia e em R u- ..... anda; e@ o da institucionalização de tribunais internacionais de caráter pennanente (criados no m odelo m ais condizente de tratqdo) de que é exem plo m aiS atual o já citado Tribunal Penal Internacional 4. O D ireito Internacional Público nos dias atuais. O D ireito Internacional PÚ- blico, dentre todos os ram os jurídicos, é o que atualm ente m ais tem se desenvolvido, principalm ente depois da m udança do cenário internacional pós-Segunda G uerra, quando com eçam a aparecer, com m ais vigor, as O rganizações Internacionais inter- governam entais, seguidas de um a avalanche de tratados a versar m atérias das m ais 33. Para um estudo do assunto, v. D élber A ndrade l.age, A jurísdicionalização do direito interna- cional, Belo H orizonte: D el Rey; 2009, 194p. 34. Cf. D anilo Zolo. La justiciade los vencedores: deNurem berg aBagdad. T rad Elena Bossi. M adrid: Trotta, 2007, pp. 157-183. CA PÍTU LO l-IN T R O D U Ç Ã O A O D IREITO IN TERN A CIO N A L púB L ico 59 diversas com o a terra, o m ar, os fundos m arinhos, o espaço ultraterrestre etc. A dem aiS, m atérias novíssim as Com o a proteção internacional dos direitos hum anos, o direito internacional do m eio am biente e o direito internacional penal, que estão na pauta do dia da agenda internacional, tam bém vêm trazendo grandes m udanças para o D ireito Internacional Público contem porâneo. O atual direito das gentes (ou D ireito Internacional Público pós-m oderno) encontra-se ainda. em construcão. E a dificulda.de de com preendê-lo aum enta cada vez que os interesses (sem pre díspares) dos Estados se chocam com os ideais m ais nobres da hum anidade, o que o coloca sem pre e.m m eio a um fogo cruzado, entre a ordem e a desordem , notadam ente em face dos particulaiisffios culturais que atualm ente com petem com p que num duelo de "culturas". 35 Por isso, o tem a da m ultiplicÚ lade . cultural no D ireito Internacional Público, cujos reflexos m ais m arcantes se:· fazem sentir no cam po· da-proteção internacional dos direitos hum anos, é um dos m ais com plexos de se Sobre ele falarem os oportunam ente (v. Parte IV, C apítulo I, Seção llI, item nO 4). ro lado uestões de ordem econôm ica, olítica, científica e técnica tam - bém repercutem no D ireito Internacional Público. A form ação·e desenvolvim ento e ..blocos ao lado das políticas m undiais de aw ansão de m ercados. têm trazido consequênc1as nem sem pre felizes para a ordem internacional do nosso tem po. a co- ..,;]lJeçaTpclos problem as que têm gerado nos países em desenvolvim ento reI.ativam ente ""-às dificuldades de negociacão com países econom icam ente m ais fortes, sem falar nos percalcos para os pagam entos de d1vidas avalizadas· pelo sistem a financeiro interna- ciopal, e assim por d i a n t e · - l-----l/ _O D ireit? Internacional Público passa, assim , por um duplo problem a, visto sob esse angulo: e anngtdo por regulam entos nem sem pre Jun .cos 10 _ 'to rá rio de atua ão e ao m esm o tem o, assa a ter de fitera 'r com eles e tentar (quando isso é possível) r& !!ulam entã-Ios. Trata-se de consequência do fenõm eno conhecido com o.globalizacão. N ão é aqui, entretanto, o lugar de estudá-lo. 5. O ensino do D ireitoInternacional Público. Parece relevante encerrar esta Seção II com um a breve nota sobre o estado atual do ensino do D ireito Internacional Público, sobretudo no B rasil. Sobre este tem a algum as observações podem sei-feitas, bem assim algum as crí- ticas. A prim eira delas diz respeito ao tratam ento curricular que ainda tem o D ireito Internacional Público entre nós. Pois bem , é com um nos program as universitários encontrar um roteiro de D ireito Internacional Público que não m ais condiz com a realidade das relações juridico-internacionais, notadam ente na pós-m odernidade, em que m atérias estão a surgir quase que dia a dia, dem andando do internacionalista 35. V. A lberto do A m aral Júruor. Entre ordem e desordem : o direito internacional em face da m ultiplicidade de culturas, in Revista de D ireito Constitucional e Internacional, ano 8, nO 31, São Paulo: RT, abrJjun.12000, pp. 27-38. , ,. 60 CU RSO D E D IR EITO IN TER N A O O N A L PÚ B LIC O perene atualização.36 Tal tem sido assim no B rasil com o tam bém em outros países. <;t exem plo de PortugaL " O program a ultrapassado que ainda se tem é reflexo do largo período de tem po que o D ireito Internacional Público perm aneceu com o disciplina apenas optativa nas Faculdades de D ireito no B rasil, tendo voltado aserm atéria obriga- tória aos program as universitários som ente a partir de 1997. por ordem da Portaria do M inistério da Educação nO L886, de 30 de dezem bro de 1994, que fixou as D iretrizes Curriculares do Curso de D ireito. 3S A parfu dai o estudo ao D ireito Internacional Públi- co passou a ser retom ado com m aior fôlego. M esm o aSsim , m uitos desses program as (ainda hoje) não se ocupam de tem as considerados principais na arena internacional contem porânea, tais com o a proteção internacional dos direitos hum anos, o direito internacional do m eio am biente, o direito internacional do trabalho, o direito inter- nacional penal, dentre outroS. 39 D a m esm a form a, o m oderno tratam ento jurídico das questães hum anitárias, bem assim das controvérsias C em especial,o caso do terrorísm o) tem passado ao largo dessas m esm as grades e da doutrina em geraL'" O ra, são poucas as disciplinas jU rídico-científicas que possibilitam um a abertura tão grande de análise com o o D ireito Internacional Público, cujo desenvolvim ento (m ais do que acelerado) .tem sido observado ao redor de todo o m undo. Proporcionalm ente a esse crescim ento desenfreado (e tam bém , de cer", m aneira, desordenado) tem ocorrido aquilo que se ,cham ou de sua "expansão program ática" ,.;:_ quando então certos tem as do program á' ganharam m ais autonom ia e profundidade (com o é o caso, v.g., do relativo à proteçãO internacional dos direitos hum anos). . Este, portanto, é o prim eiro ponto que deve ser m udado no ensino do D ireito Internacional Público em nosso país: faz-se necessário alargar os horizontes da m a- 36. V. Luiz Flávio G om es &: V alerio de O liveira M azzuoli. C aracterísticas gerais do direito' (espe- cialm ente do direito internacional) na pós-m odernidade, in Suplem ento Trabalhista LTr, ano' 46, voL 112, São Paulo, 2010, pp. 505-515. 37. V.Jorge B acelar G ouveia. Ensinar direito internacional públiéo. C oim bra: A lm edina, 2006, p. 27, que dem onstra "a im portância de trazer para0 ensinodo.D ireito Internacional Público em Portugal novosconteúdos,sendo certo que este éum dosdolllÍl1ios jurírucosquem ais tem sofrido no estrangeiro e ao nível das m ais relevantes universidades". E arrem ata: "E que tenho o propósito de introduzir no plano de estudos da Faculdade de D ireito da U niversidade N ova de lisboa novos tem as que insistentem ente não têm sidoversados nosplanos de estudos de outras Faculdades, ainda que o panoram a português esteja em acelerada transform ação e no bom sentido. H á m uito que a concepção clássica do D ireito Internacional Público, m ,ercê do alargam ento de m atérias que tem sofrido, não se apresenta suficiente, justificando-se m ultiplicar algum as dessas disciplinas e abrindo-as a novos conteúdos" (Idem , pp. 27-28). 38. A Portaria refere-se apenas a "D ireito Internacional", sem discrim inar entre o Público e o Privado (art. 6°, inc. Il). N o seu art. 16 (redação originária) ordenou que "as diretrizes cur- riculares desta Portaria são obrigatórias aos novos alunos m atriculados a partir de 1997 nos cursos jurídicos, que, no exerCicio de sua autonom ia, poderão aplicá-las im ediatam ente". 39. V. a crítica que fizem os na Nota do Autorã la Edição (supra). 40. C f.]orge B acelar G ouveia. Ensinar direito internacional público, cit., pp. 144-148 (especifica- m ente sobre o ensino do D ireito Internacional Público no B rasil). 4 L V .Jorge B acelar G ouveia Idem , p. 49. C A PíTU LO I - IN TR O D U Ç Ã O A O D IR EITO IN TER N A C IO N A L PÚ B U C O 61 téria, a fim de com preender tam bém outros tem as,. que hoje têm sido até m ais rele- vantes que os constantes do program a tradicional. Som ente com a am pliação desse program a (para que atenda às novas exigências da disciplina num contexto global) é que se poderá ter estudantes e profissionais atualizados com esses novos problem as e capa:zes de enfrentá-los. Frise-:se que o roteiro de D ireito Internacional"Piíblico que elaboram os especiahnente para este C ursol,retendeu contem plar, além de todos os tópicos tradicionais da tam bém os tem as atuais. e pertencentes à ordem do dia das jurídico-internacionais. 42 N ossa intenção tam bém foi a de dispensar tratam ento aprofundado a cada ponto desse novo program a, perm itindo ao leitor encontrar respostas (tanto teóricas ·com o práticas) para as questões jurídicas que ó desafiam . N ão é aqui o lugar de revisitar o ensino do D ireito Internacional Público no B rasil desde a instituição dos cursos jurídicos no paÍs, tam pouco é a nossa intenção fazê-lo:';3 M as se é possível tecer. um a segunda crítica ao ensm o da nossa disciplina no B rasil, esta está ligada à cultura que ainda se tem de que o D ireito InternacionaLPúblico não im pactua diretam ente na vida dos nossos com patriotas (bem assim dos estrangeiros e apátridas que aqui Se encontram ) e não se liga diretam ente à nossa "brasilidade". D e qualquer sorte, alguns m otivos existem para se alegrar. U m deles é a percepção que vem tendo o Suprem o Tribunal Federalda im portãncia prática do D ireito Internacional Público para a vida dos cidadãos. A o longo deste Curso o leitor perceberá esse avanço da jurisprudência do STF sobre o tem a.+!. B IB U .oG R A flA : KORFF, SergeA. Introduction à I'histoire du droit international. Recuei! des Cours, vaI. 1 0923-1), pp. 5-23; N IPPO LD , O . Le développem ent historique du droit international depuis le congres deVienne. Recuei! des Cours, vol. 2 (1924-1), pp. 1-121; PO llTIS, N icolas. Les nouve/Jes tendances du droit international. Paris: H achette, 1927; VISSCH ER, Charles de. Théories et réalités en droit international public. Paris: A. Pedcine, 1953; D AVID , M areeI. La souverainité et leslim ites juridiques du pouvoir m onarchique du IXem e au XVem e siécles. Pa- ris: D alloz, 1954; N U SSBAU M , Arthur. A concise history of the law of nations, 2 a ed. rev. N ew York: M acm illan, 1954; O LlVER , C oveyT. H istorical deve!opm ent of internationallaw : con- tem porary problem s oftreaty law. Recuei! des Caurs, vol. 88 (1955-11), pp. 417-508; ACClO LY, Tratado de direito internacional público, vol. I, 2 a ed. R io de Janeiro: M RE, 1956; STAD TM U lLER , G eorg. Historia deI derecho internacional público. M adrid: Aguilar, 1961; FARO JU N IO R , Luiz P .. F. D ireito internacional público,4 a ed. rev. e aum . 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