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RESUMO - Coesão e Coerência

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Coesão e Coerência
Coesão Referencial: são itens que tem a função de estabelecer referência com alguma coisa necessária para a interpretação. A coesão referencial pode ser obtida por substituição e reiteração. 
Substituição: se dá quando o componente é retomado ou procedido por uma pro-forma. No caso de retomada, tem-se uma anáfora e no caso de sucessão, uma catáfora. As pro-formas podem ser pronominais, verbais, numerais e exercem função de pro-sintagma, pro-constituinte ou pro-oração. Ex.: “As crianças saíram para passear. Elas adoraram!”; 
Definitivização: incluído na substituição, quando há repetições do mesmo fenômeno por formas diversas. Ex.: “Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos.”. 
Elipse: além da substituição por pro-formas, pode ocorrer também a substituição por “Ø”. A elipse pode aparecer substituindo qualquer elemento linguístico, porém se limita por substituir por pro-formas. Ex.: “Meu livro não está mais aqui, Ø sumiu!”. 
Nominalização: uso de substantivos, que remetem ao um verbo enunciado na oração anterior. Ex.: “Paula se casou em novembro. O casamento foi lindo!”. 
Reiteração: (do latim reiterare = repetir) é a repetição de expressões no texto, os elementos repetidos têm a mesma referência. Dá-se por: 
Repetição do mesmo item lexical. Ex.: “O fogo acabou com tudo. A casa estava destruída. De casa não sobrara nada.”. 
Sinônimos: A questão sinonímia é extremamente complexa. Não existe sinonímia verdadeira, já que todos os elementos léxicos são, de algum modo, diferenciados e a língua não é um espelhamento simétrico do mundo. O importante é a identidade referencial, pois a sinonímia não é um problema puramente léxico, mas textual. Ex.: “A criança caiu e chorou. Também, o menino não fica quieto!”. 
Hiperônimos e hipônimos: Quando o primeiro elemento mantém com o segundo uma relação todo-parte, classe-elemento, têm-se um hiperônimo. E quando um o primeiro elemento mantém com o segundo uma relação parte-todo, elemento-classe, tem-se o hipônimo. Ex. de Hiperônimo: “Gosto muito de doces. Cocada então, adoro.”. Ex. de Hipônimo: “Os corvos ficaram à espreita. As aves aguardam o momento certo.”. 
Expressões nominais definidas: Quando há repetições do mesmo fenômeno por formas diversas. Essa relação se baseia-se no nosso conhecimento do mundo, e não em linguístico. Ex.: “Apenas o estudante ficou ferido, pois outros carros estavam estacionados. O motorista foi levado para o hospital... O carro atingido pelo jovem foi um Celta.”. Nomes genéricos: Nomes como: “gente”, “pessoa”, “coisa”, “lugar”, etc. Funcionam como itens de referência anafórica. Ex.: “Isto é uma coisa preocupante, veja isso com antecedência.”.
Coesão recorrencial: se dá quando, apesar de houver retomada de estruturas, itens ou sentenças, o fluxo informacional caminha, progride, por função, leva adiante o discurso. 
Recorrência de termos: Dressler reconhece na recorrência de termos, dentre outras funções de ênfase, intensificação, e “um meio para deixar fluir o texto”. Ex.: “O que já em mim é sobretudo cansaço. Não disto nem daquilo, nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, cansaço.”. 
Paralelismo: ocorre quando as estruturas são reutilizadas, mas em diferentes conteúdos. Ex.: “O senador Demóstenes Torres, campeão do combate às cotas, chegou lembrando que a escravidão era uma instituição africana [...] Ninguém se lembrará de James Barne, mas Demóstenes será lembrado por suas coisas.”. 
Paráfrase: é uma atividade efetiva de reformulação pela qual, como diz Fuchs 3: “bem ou mal, na totalidade ou em parte, fielmente ou não, se restaura o conteúdo de um texto-fonte, num texto derivado.”. Ex.: “A mente de Deus é como a internet: Ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.” (Américo B., Folha de SP) Paráfrase: “No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet.”. 
Recursos fonológicos, segmentais e supra-segmentais: Segundo Dressler: “em princípio, a forma fonética do texto é uma consequência da estrutura semântica fornecida pela sintaxe”, ela somente poderá ser prevista se levar em conta pelo menos a pragmática, a estilística e a psicolinguistica. 
Ritmo: ele é parte na formação do texto. A duração relativa das sílabas está ligada à posição das pausas, acentos e entoação. A mudança do tempo pode constituir por si só uma função delimitadora ou realce. 
Recursos de motivação sonora: Destaca a expressividade das vogais e das consoantes, ecos, assonâncias, aliterações, etc. 
Coesão sequencial: os mecanismos de coesão sequencial são os que tem por função da mesma forma que os de recorrência, faz progredir o texto, fazer caminhar o fluxo informacional. Diferem dos de recorrência, por não haver neles retomada de itens, sentenças ou estruturas. 
Sequenciação temporal: Embora todo texto coeso tenha uma sequenciação temporal (já que coesão é linear), se usa o termo em sentido estrito: para indicar o tempo do “mundo real”, Mira Mateus et alii afirma: “Qualquer sequência textual só é coesa e coerente se a sequêncialização dos enunciados satisfazer as condições conceptuais sobre localização temporal e ordenação relativa que sabemos serem características dos estados de coisas no mundo selecionado pela referida sequência textual. Ela pode ser obtida por: 
Ordenação linear dos elementos. Ex.: “levantou cedo, tomou banho e saiu.” e não “saiu, tomou banho e levantou.”. 
Expressões que assinalam a ordenação ou continuação das sequênciais temporais. Ex.: “Primeiro vi a moto, e depois o ônibus...”. 
Partículas temporais. Ex.: “Não deixe de vir amanhã.”. 
Correlação dos tempos verbais, ex.: “Ordenei que deixassem a casa em ordem” ou “Ordeno que deixem a casa em ordem.”. 
Sequenciação por conexão: Em um texto, tudo está relacionado. Um enunciado está subordinado a outros na medida em que não só se compreende por si mesmo, mas ajuda na compreensão dos demais. Essa interdependência semântica ou pragmática é expressa por operadores do tipo lógico, operadores discursivos, e pausas. 
Operadores do tipo lógico: tem função o tipo de relação lógica que o escritor/locutor entre duas posições. Os operadores são: 
Disjunção: combina proposições por meio do conector ou significando um ou outros, essa relação só é verdadeira se uma das proposições ou ambas forem verdadeiras. Ex.: “Quer sorvete ou chocolate? Eu quero os dois!”. 
Condicionalidade: Conecta proposições que mantém entre si uma relação de dependência entra a antecedente e a consequente. Ex.: “Se chover, não iremos a festa.”. 
Causalidade: A relação de causalidade está inserida no tipo real da condicionalidade. Ex.: Se Paulo é homem, então é mortal.”. 
Mediação: As relações de mediação, do mesmo modo que as de causalidade, fazem parte da condicionalidade, mas são destacadas por razões didáticas. Ela tem duas proposições, uma das quais exprime o meio para se atingir um determinado fim. Ex.: “Fugiu, para que não o vissem.”. 
Complementação: expressa-se por duas proposições, uma das quais complementa o sentido de um termo da outra. Ex.: “Necessito de um livro.”. 
Restrição (ou delimitação): expressa-se por duas proposições em que uma restringe, limita a extensão de um termo da outra. 
Operadores do discurso: podem ser, por exemplo, de conjunção, disjunção, contra junção, explicação, conclusão, comparação. 
Conjunção: designa o tipo de conexão cujos conteúdos se adicionam, baseia-se na relação semântica de compatibilidade. Ex.: “Chove e faz frio.”. 
Disjunção: trate-se de disjunção de enunciados que têm orientações discursivas diferentes. Ex.: “Estude bastante para os exames, ou você já esqueceu do que lhe aconteceu no ano passado?”. 
Contrajunção: designa o tipo de conexão que articula sequencialmente frases cujos conteúdos se opõem. Ex.: “Todas as frutas se conservaram, mas o morango azedou.”. 
Explicação ou justificação: introduz-se uma explicação de um ato anteriormente realizado. Ex.: “Deve ter havido um acidente, pois uma ambulância parou na esquina.”. 
Pausas: indicadas, na escrita, pordois-pontos, virgula, ponto-e-vírgula, ou ponto-final, etc. Ex.: “Não mexa nesses fios; levará um choque!” (condicionalidade)
“Não fui ao casamento; mandei um telegrama.” (contrajunção)
“Onze e meia. Preciso ir. O metrô para à meia-noite.” (causalidade)
“Estava cansado; decidiu não sair.” (conclusão)