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Transporte tubular - 14/05/2019 Plano de aula: • Revisão • Transporte ao longo das regiões Filtração glomerular: TFG é a medida de quanto que o rim está filtrando em um determinado tempo; e acaba sendo uma medida da função renal. Então é importante sabermos sobre a taxa de filtração pra conhecer que isso é um parâmetro indicativo da função renal e que isso pode estar alterado em algumas patologias; pode ter uma alteração rápida ou mais a longo prazo (patologia crônica). Filtração glomerular (TFG) (125mL/min ou 180L/dia) = coeficiente de filtração (Kf) (12,5 mL/min/ mmHg de pressão de filtração) X pressão efetiva de filtração (10 mmHg) Taxa de filtração = intensidade de filtração = ritmo de filtração A gente tem que ter em mente quais os parâmetros que afetam a intensidade que ocorre essa filtração, que chamamos de determinantes. São parâmetros que se modificados vão alterar a TFG. Patologias podem alterar algum desses determinantes e impactar o valor da TFG. Determinantes: 1. Coeficiente de filtração (Kf) tem a ver com a permeabilidade da barreira e com a área disponível da barreira a filtração. Se temos menos néfrons, como na doença renal crônica, vamos diminuir a área disponível, o que diminui Kf e diminui TFG consequentemente. Outras patologias podem alterar membrana de filtração, espessando a membrana ou apresentando mais células inflamatórias podem alterar a Kf e diminuir taxa de filtração. 2. A pressão efetiva de filtração determina a passagem de liquido para dentro da capsula de bowman. Se tivermos alteração da pressão hidrostática ou oncótica vai alterar a pressão efetiva de filtração e alteram TFG. Então as patologias que veremos mais pra frente vão alterar alguns desses componentes que vão alterar a TFG. Fisiologicamente, o rim tem a capacidade de se autoregular e com isso ele acaba ativando alguns mecanismos para manter constante a TFG. O rim mexe na constrição ou dilatação das arteríolas e isso altera a pressão efetiva da filtração, mais especificamente na pressão hidrostática). Em geral, os outros parâmetros quando alterados ocorrem pela presença de alguma patologia. Importância da TFG: - Reflete a função renal - Diminui em algumas condições patológicas - Medido indiretamente pela análise das concentração plasmática e urinária de determinadas substancias, como por exemplo substancias que são filtradas/excretadas. Ex.: creatinina, substância mais usada pra medir TFG na prática clínica. Cálculo da TFG: quantidade filtrada = quantidade excretada IFG x Pcr = Ucr x V Temos os processos renais: filtração, reabsorção, secreção e excreção. Quando temos a passagem de liquido no capilar pra dentro da cápsula de Bowman: filtração Voltou pro sangue (de dentro do túbulo pro capilar peritubular): reabsorção Do capilar pra dentro do túbulo: secreção O que acaba no final: excreção Aula 3 - P2 Fisiologia IV - Gabriella Grabikoski O que vai sair como a urina lá no final é um produto do que foi filtrado menos o que foi reabsorvido + o que foi secretado. Ou seja, determinadas substancias não são filtradas, como as proteínas: outras substâncias são filtradas e são totalmente reabsorvidas; outras são parcialmente reabsorvidas e outras são secretadas… e é isso que veremos na aula de hoje. Dependendo das regiões do néfron, vai ter transportes mais importantes ali em cada região e que isso vai determinar a composição e o volume da urina que vai sair la no final. Então dependendo da resultante desses processos teremos a urina propriamente dita no final. Clearance ou depuração: Volume de plasma (mL) “limpos”(depurados) de uma substância X por minuto Quando a gente filtra e excreta estamos limpando o sangue daquela substância, ou seja, eliminando aquela substância do nosso organismo; existem vários produtos do metabolismo da célula que são necessários que sejam eliminados pois são toxicas (creatinina, uréia, amônia…). Isso pode ser utilizado pra qualquer substância. Ex.: qual o volume de plasma que foi depurado de sódio, ou seja, o clearance de sódio. Isso é mais uma forma da gente expressar sobre a excreção e eliminação de um substância do organismo. Se pegarmos uma substancia que foi filtrada e que ela não é reabsorvida nem secretada, tudo o que foi filtrado vai sair; então o clearance dela vai ser exatamente o valor que foi filtrado. No caso se foi filtrado 100 mL/min dessa substancia e esse volume foi reabsorvido e a substancia foi embora, aquele volume (100mL) foi depurado e isso é o clearance daquela substância. **100mL de plasma filtrado - 100 mL de plasma reabsorvido Ja que 0 de substancia X é reabsorvido, o clearance de X é de aproximadamente 100mL/min. Em determinadas regiões a gente vai ter reabsorção e secreção e outras mais reabsorção. As porções finas tem as células delgadas e tem poucas mitocôndrias presentes, então nessas regiões vai ter mais transporte passivo. A secreção normalmente acaba precisando de um transporte ativo. As células iniciais (TCP): a maior quantidade de filtrado chega nessa região, logo ali tem maior área de absorção, é onde temos a maior quantidade de transporte acontecendo; então quantitativamente essa região é muito importante. O filtrado vai caminhando ao longo do túbulo e vai sendo reabsorvido e secretado e a quantidade que chega no final é menor. O TCP é importante quantitativamente enquanto que o o ajuste “descritivo/fino” acontece mais nos túbulos finais. Então isso já é um indicativo que a maioria dos hormônios vai atuar nas regiões mais finais do néfron. Alguns até atuam no inicio, porém o efeito maior acontece nas regiões finais. Pra que esse processo aconteça vamos observar as células em cada região e uma vez que o transporte aconteça de dentro do túbulo em direção ao capilar, ele vai ter que sair pro interstício e ser reabsorvido. Então, aquela questão das forças vai impactar ali também. Pressões que favorecem a reabsorção: Aqui temos as forças de Starling (pressão hidrostática do capilar e da cápsula, pressão oncótica do capilar); vimos que como a filtração de proteínas é muito baixa praticamente não tem pressão oncótica da cápsula. Pressão hidrostática do capilar favorece a filtração e as outras 2 desfavorecendo a filtração. O que foi filtrado vai caminhando ao longo do túbulo, o que não foi vai seguir pela AE e vai passar pelos capilares peritubulares ou pela vasa reta; então pra substancia passar de dentro do túbulo pra dentro do capilar essas pressões também estão envolvidas. E com isso temos uma resultante de uma pressão que favorece a reabsorção. No caso se a gente alterar algumas situações aqui podemos alterar essas pressões que favorecem a reabsorção. Então intuitivamente a gente pode alterar essas 2 forças, como? Como que eu posso alterar a pressão oncótica? Diminuindo a quantidade de proteínas no sangue. Se isso ocorre a pressão oncótica diminui e eu desfavoreço a reabsorção. Tipos de transporte Túbulo revestido de uma camada de célula epitelial; e pra substancia passar de um lado pro outro vai ter que atravessar essa estrutura. Aqui enxergamos a luz tubular, as células que fazem face com a luz tubular; essa membrana é chamada de membrana apical ou luminal. E no caso essas células são unidas por junções aderentes que vão delimitar o local. A substância pra passar pro outro lado pode fazer 2 caminhos: pode passar pode dentro da célula (via transcelular - precisa de transportador na membrana luminal e na basolateral) ou passar entre as células - entre as junções (paracelular), nesse caso não tem transportador entre as junções das células; vai depender da diferença de concentração de substâncias entre a luz e o interstício e da diferença de cargas. Se tiver mais cargas positivas, favorece mais a passagem pro outro lado devido a repulsão das cargas daqui pra cá. Existe regiões do néfron que são mais “fechadas” e limitam a passagem de substâncias por essavia, já outras são mais frouxas e vão limitar menos a passagem pela via paracelular. O transporte pode ser: - Paracelular - Transcelular Que podem acontecer de forma: - Ativa - Passiva Túbulo proximal - Borda em escova: grande área de superfície disponível a reabsorção - Células cubóides com muitas mitocôndrias indicam grande quantidade de transporte ativo. - Epitélio altamente permeável a água e soluto (Na, K, Cl e outros) - (67% do filtrado vai ser reabsorvido nessa região): vai chegar muito filtrado ali, pois é a primeira região em contato com a cápsula de Bowman, então tem que haver uma grande reabsorção ali naquela região. Então ali vai ter grande passagem de íons, nutrientes e água. Algumas regiões vão ter o papel de conseguir concentrar o fluido, outras regiões vão fazer o oposto. O TCP não faz nem um nem outro, isso pois os nossos fluidos tem mais ou menos a osmolaridade de 300 miliOsmol, então o sangue que tá entrando aqui e a parte que vai formar o filtrado, tudo tem 300 miliOsmol. Então o filtrado inicial entra com 300 miliOsmol também. Foi observado que vai ter uma grande passagem de substâncias, partículas e água; só que esse transporte que tem muita permeabilidade e acontece em grande quantidade, acontece na mesma proporção de partículas e água. Portanto, a concentração desse fluido não é alterada. Ocorre a filtração ali e quando começa a ter reabsorção no TCP a gente tem a reabsorção de solutos e água na mesma proporção. Então, o que era 300 miliOsmol vai ser reabsorvido com um fluido que também tem 300 miliOsmol e não vai alterar a osmolaridade ali dentro do túbulo e nem no fluido que tá sendo reabsorvido. Então nessa etapa vai reabsorver e o fluido vai se manter isosmótico em relação ao plasma. - Reabsorve a água e soluto na mesma proporção - o fluido intratubular se mantém isosmótico ao plasma. Quais transportes são mais importantes nessa região? Cotransporte de sódio e glicose (SGLT). Ao mesmo tempo que o sódio entra pra dentro da célula a glicose também entra, tal transporte não gasta ATP diretamente porém é considerado um transporte ativo secundário porque depende do funcionamento do funcionamento da bomba Na/K ATPase que esta na membrana basolateral. Essa bomba joga 3 sódios pra fora e bota 2 potássios pra dentro, nisso ela reduz a quantidade de sódio dentro da célula, criando um gradiente químico favorável pra entrada de sódio na célula; e quando ele (sódio) entra, ele leva a glicose junto. Então a gente tem o transporte ativo primário, que gasta energia diretamente, que é a bomba de Na/K ATPase e o transportador sódio/glicose como depende da bomba é considerado um transporte ativo secundário. Sódio sai pela membrana basolateral pela própria bomba e glicose tem o transportador GLUT na membrana basolateral, que é por onde ela sai por diferença de concentração; então a glicose vai aumentando ali dentro e vai passando por diferença de concentração pro outro lado; e o sódio pela bomba. Então no túbulo proximal tem reabsorção de sódio e glicose pro sangue. Grande parte dos transportadores nessa região são semelhantes ao SGLT. Muitos dos transportes que acontecem nessa região, acontecem conjunto a esse transporte do sódio e depende disso aqui (?). A glicose e os nutrientes, boa parte deles, se não em sua totalidade, são absorvidos nessa região. **Obs.: diabéticos: começa a observar glicose na urina. Pessoas saudáveis o sangue é filtrado e dai temos a glicose no ultrafiltrado inicial e toda ela volta pro sangue. Todo esse transporte de glicose depende desses transportadores aqui, da bomba tá funcionando e do outro transportador também; com isso ele reabsorve 100% da glicose. Já no diabético a concentração de glicose no sangue é alta; com isso, a quantidade de glicose que vai aparecer no filtrado é maior. Com isso, essa glicose também vai ser reabsorvida. So que esse transporte acontece até uma taxa máxima; então por mais que esse transportador funcione em sua capacidade máxima, tem tanta glicose que ele não da conta de reabsorver tudo. Então quando tem um aumento importante de glicose no sangue que ultrapassa a capacidade máxima de transporte e reabsorção, começamos ver a glicose na urina. - A energia para a reabsorção proximal é derivada da bomba Na/K ATPase, localizada na membrana basolateral. - Praticamente toda glicose e aminoácidos filtrados são reabsorvidos no TP. A maioria dos transportes que ocorrem nessa região são semelhantes, ou seja, depende do sódio. Além do transportador sódio- glicose, existe um transportador sódio-aminoácido, sódio-fosfato, sódio-…; todos esses funcionam na dependência da bomba de Na/K ATPase. Nessa região, uma vez que eles são reabsorvidos (passam pela membrana luminal) saem pela membrana basolateral pros canais/transportadores que funcionem de acordo com a diferença de concentração. E conforme esses solutos passam (sódio, fosfato, glicose, lactato…) a água vai junto pois essa membrana também é permeável a água. O que podemos concluir quando dizemos que uma membrana é permeável a agua? 2 coisas: podemos dizer que essas junções permitem a passagem de água, e que na membro a gente também vai ter transportadores pra água, que são as aquaporinas. Conforme temos aqui a passagem de substâncias; algumas substancias que acontecem no caso transcelular (via esses transportadores) a gente pode ter um estimulo pra ter passagem de algumas outras substancias via paracelular. Então conforme passa pra lá via transcelular a gente tem a passagem paracelular do cloreto e mais pro final do TCP temos a uréia passando também. Então precisamos saber que nessa região inicial ocorre um importante transporte quantitativo; vai ter transporte isosmótico de solutos e água; boa parte se não todos os nutrientes serão reabsorvidos nessa região. Então até vimos reabsorção, passagem do túbulo pro outro lado; mas não acontece só isso, nessa região também ocorre de forma importante secreção. Secreção de H+: para cada H+ secretado, um HCO3 é reabsorvido. Transportador que também depende da bomba de sódio e potássio, ou seja, também é um transporte ativo secundário. Devido ao gradiente favorável de entrada do sódio, entra o sódio e ao mesmo tempo sai o H+. Esse transportador é importante já que ele ajuda a gente a reabsorver o bicarbonato filtrado. Então se afetarmos esse transporte, acabamos afetando o equilíbrio ácido- básico do organismo. Então quando a gente lembra que todos/maioria dos compostos do nosso organismo são ácidos, então a gente precisa eliminar esses ácidos; e vários segmentos do néfron tem transportadores justamente para eliminar esse ácido. Então teremos muita secreção de H+ ao longo de todas as regiões e no caso desse segmento, essa secreção de H+ é acoplada ao transporte do sódio. Sempre que um H+ é secretado na luz vamos ter a reabsorção de um bicarbonato. Então estamos eliminando um ácido e reabsorvendo um bicarbonato que foi filtrado. Secreção de metabólitos e xenobióticos: Mais uma forma que observamos que os transportes dependem de forma muito importante da bomba de Na/K ATPase. Essa bomba vai favorecer sempre os transportes que acontece com o sódio. Nesse caso é um exemplo que podemos ter transportes ativos secundários que dependem diretamente da bomba. Esse exemplos de ânions orgânicos é uma forma que temos de eliminar alguns produtos do metabolismo e algumas drogas também. Então as drogas podem ser secretadas nessa região do TCP. Essa região então é importante quantitativamente em reabsorver mas também é importante na secreção de H+ e também com a secreção de alguns metabólitos e drogas que teremos que eliminar do nosso organismo. Entre eles: acido acetilsalicilico e o antibiótico penicilina. - Trocadores de ânions - secreção de metabólitos endógenos (sais biliares) e exógenos (xenobióticos, como o salicilato proveniente do acido acetilsalicilico, o adoçante artificialsacarina) e o antibiótico penicilina. Reabsorção de proteínas/aminoácidos: Acaba que pessoas normais, saudáveis não tem um filtração importante de proteínas mas existe uma taxa baixíssima que é aceitável. Então acontece sim alguma pequena filtração de proteínas. Em um exame de urina vamos ver que tem uma faixa aceitável de aparecer proteína na urina. No caso quando acontece essa filtração em baixa quantidade, existe uma forma que também tentamos recuperar essas proteínas. Então ainda nessa região de TCP, as células do tubulo proximal tem alguns receptores que conseguem se ligar a proteína e com isso acontece a invaginação da membrana, forma uma vesícula contendo essas proteínas que aparecem na luz tubular e essa vesícula sofre ação de algumas proteínas/enzimas que vão clivar essas proteínas e vão gerar aminoácidos; esses por sua vez serão absorvidos na membrana basolateral. Então quando existe a filtração das proteínas, a gente consegue recuperar elas dessa forma. O que aparece la no final é o que não conseguiu ser recuperado na região do TCP e que de qualquer forma existe uma eliminação considerada fisiológica, ou seja, aceitável. ** Quando temos alguma patologia que acontece como uma lesão na membrana de filtração (doencas nefríticas); se acontece uma lesão e começa a passar uma quantidade muito grande de proteínas pela barreira, vai começar a aumentar a quantidade de proteínas no TCP pra ser reabsorvida dessa forma. Esse transporte não vai dar conta de reabsorver tudo, com isso teremos la no final um aumento das proteínas presentes na urina, devido a um aumento da passagem e “saturação” desse transporte de retirada de proteínas no TCP. - Endocitose mediada por receptor de proteínas, que serão digeridas a aminoácidos nos lisossomos. Assim, os aminoácidos serão reabsorvidos pro capilar peritubular. Alça de Henle —> Ramo fino descendente: • Células delgadas com poucas mitocôndrias que indicam pouca atividade metabólica e de transporte, predominando transporte passivo. • Epitélio altamente permeável a água e pouco permeável a soluto. —> Ramo fino e grosso ascendente: • Epitélio praticamente impermeável a água e altamente permeável a soluto. • Predomina transporte passivo (parte fina) e ativo (parte espessa) ——— Porção fina descendente da alça de Henle ———- Então filtrou, os segmentos iniciai reabsorvem soluto e água de forma proporcional, então não altera osmolaridade. No primeiro segmento da alça é permeável a água, não passa de forma importante soluto nessa região, então se a água sai e o soluto não, ficando concentrado ali dentro. Era 300, conforme começa a sair água vai ficando 600, 900, 1200… pode chegar até 1400. Então esse primeiro segmento tá concentrando o fluido e com isso o fluido esta ficando hiperosmótico em relação ao plasma. - Reabsorve aproximadamente 20% da agua filtrada, pois possui canais de água em toda a extensão do segmento e está envolto por uma medula hipertônica. Água passa tanto via paracelular e principalmente porque as células ali possuem aquaporinas. Então tanto na membrana lateral quanto na membrana nas-lateral tem aquaporinas e com isso a água passa de um lado pro outro. A água vai passar devido a uma diferença de concentração. Lembrar sobre a primeira aula que a professora falou sobre a importância da medula ser hipertônica. Quanto mais pra dentro da medula, mais hipertônica. Isso quer dizer que nessas região tem acumulado do lado de fora sódio, cloreto e ureia, é isso que da a hipertonicidade medular; e ai quanto mais pra dentro mais hipertônico, chegando até 1400 miliOsmol. Vai entrando o liquido ali, a região do lado de fora vai ficando cada vez mais concentrada. O soluto não passa, quem passa é a água, e ela busca o meio de maior concentração. Então ela vê um meio mais concentrado e passa, conforme vai descendo na medula vai ficando mais concentrado e ai a água vai passando cada vez mais pois há transportadores (aquaporinas) e porque tem diferença de concentração entre os meios. - Fluido tubular vai se concentrando em direção a medula. Tem uma hora que atinge o nível de hipertonicidade máximo da medula (1400); então vai chegar o interior do fluido até esse equilíbrio osmótico, 1400. So que ai vai voltar subindo. Conforme vai subindo vai ficando menos hipertônico, ou seja, regiões menos concentradas. 1400 -> 1200 -> 900 -> 600 -> até voltar pro córtex que é em torno de 300. ——— Porção fina ascendente da alça de Henle ——— - Pouco permeável a água, com isso água não sai. Não tem aquaporinas e não passa de forma importante pelas junções; quem passa mais nessa região é sódio e cloreto. Conforme vai subindo e encontramos uma menor concentração do lado de fora isso faz com que o soluto tenda a sair do túbulo (porque ali dentro tá muito concentrado). Então nessa região fina o soluto vai saindo e conforme encontra a região espessa ela novamente continua impermeável a água; ocorre também a passagem de soluto, só que dessa vez vai ser por transporte ativo. - Reabsorção passiva e paracelular de NaCl. - Permeável a soluto e praticamente impermeável a água. - Fluido tubular se dilui: porque fluido vai saindo e água fica. - Por ser fino não realiza muito transporte ativo. Ramo fino descendente: verde Ramo fino ascendente: preto Ramo espesso ascendente: vermelho 2 parte da aula ——— Porção espessa ascendente da alça de Henle ——— - Presença de transporte ativo por ser uma região “grossa” - Reabsorção ativa de NaCl (25% carga filtrada) - Praticamente impermeável a água - Fluido tubular vai se diluindo ate atingir o túbulo distal. **Diurético de alça por exemplo são mais potentes do que os que atuam nas regiões mais distais porque a quantidade de sódio e cloreto que ainda tá chegando aqui é maior do que a que vai chegar nas regiões posteriores. Então inibir o transporte que corresponde a 25% e inibir outro que corresponde a 7%, inibir o de 25% é mais potente do que o de 7%. Essas regiões mais finais também são pouco permeáveis a água, mas dependendo da ação de algum hormônio, como o ADH, elas podem se tornar permeáveis a água. Sempre temos um nível basal de ADH, que confere uma certa permeabilidade a essas regiões. Então a maioria dos livros fala que é impermeável ou pouco permeável. Pouco permeável quando se entende que existe um nível basal de ADH que confere a essa região uma baixa permeabilidade devido a presença das aquaporinas nas duas membranas. Transportador muito importante (NKCC2 - tríplice), transporta sódio, potássio e 2 cloretos ao mesmo tempo da luz tubular pra dentro da célula e depois saem pro sangue pela membrana basolateral. Diuréticos de alça inibem esse transportador. O sódio que entrar sai pela bomba Na/K ATPse. O potássio sai pelo cotransporte com o cloreto. Além disso ainda tem um canal de potássio aqui na membrana luminal. Esse NKCC2 depende da bomba de Na/K ATPase, ou seja, também é um transporte ativo secundário. Nesse local tem também a ação da anidrase carbônica gerando H+ e bicarbonato; que no caso pra cada H+ secretado na luz tubular temos a absorção de 1 bicarbonato. Além disso, a água nesse local bate e volta, ou seja, essa região é impermeável a agua. Ela não passa nem transcelular pois não tem aquaporinas em nenhuma das duas membranas e nem passa pela junção. Conforme temos esses transportes via transcelular a gente pode alterar também o equilíbrio elétrico e favorecer o transporte de íons de carga positiva (sódio, potássio, cálcio e magnésio) que podem passar também via paracelular através das junções. Quando afetamos algum transportador podemos afetar diretamente os íons que o mesmo transporta ou pode impactar o equilíbrio elétrico que acaba afetando o transporte de outros íons. Fármacos que agem em alguma porção podem mudar/desequilibrar transportes em outras partes do néfron. Limitando a reabsorção de sódio a gente perde água junto com ele.Túbulo distal - Reabsorção de NaCl (7%): dependente da bomba Na/K ATPase presente na membrana basolateral. - Outros transportadores envolvidos com o transporte de cálcio. Nas regiões anteriores até pode ter algum transportador de cálcio, mas eles estão muito mais nessa região final. - Praticamente impermeável a água: “praticamente” justamente pelo nível basal de ADH comentado acima. - Alvo dos hormônios que regulam o metabolismo do cálcio e do fósforo: paratormônio (PTH), vitamina D os quais atuam aumentando a expressão e atividade desses transportadores de cálcio…. - Quando impactamos o transporte de sódio, já que temos um transportador de sódio que troca com o cálcio na membrana basolateral, podemos afetar o transporte de cálcio. - Transportador sódio/cloreto é o alvo dos diuréticos tiazídicos. Então se você usa esse diurético você diminui a intensidade desse transporte, mais sódio e cloreto vão ficar na luz tubular, e com ele a água fica e vai ser tudo eliminado na urina. Isso mostra que o fármaco apresenta acho diurética e natriurética. Ducto coletor - Final do túbulo distal e ducto coletor é onde a gente tem a ação dos hormônios e conseguimos fazer os ajustes finos. No final de tudo conseguimos ajustar de acordo com a entrada; ou seja, se eu ingeri muito sódio eu vou ter que eliminar mais sódio pra não reter ele, etc… - Regulação final da excreção urinária de Na, K, H+, uréia e água; - Reabsorve aproximadamente 3% da carga filtrada de sódio; - Praticamente impermeável a água; - Na presença de ADH, a permeabilidade do ducto coletor a água aumenta. Alguns livros também falam que pode ter um efeito no final do túbulo distal e ducto coletor; isso pois a transição entre eles não é muito bem delimitada. *Obs.: reabsorvemos em todo comprimento no néfron 99% do sódio “ingerido”. **ADH -> aumenta reabsorção de água -> urina + concentrada ** Pouco ADH -> diminui reabsorção de água -> urina + diluída Então nessa região final teremos o efeito da aldosterona e do ADH. Aldosterona: ação no ENaC, na bomba e no potássio (alguns livros). Vai agir no ENaC que fica na membrana luminal e ele leva a passagem do sódio da luz tubular até o intracelular que depois vai sair pela membrana basolateral. Então novamente quem vai propiciar esse transporte vai ser a bomba Na/K ATPase. Essa bomba tá sempre na membrana basolateral, e ela funcionando vai sempre favorecer a diminuir o sódio intracelular e a criar o gradiente do sódio pra maioria dos transportes que acontecem ao longo das regiões. Aqui no final também vai promover a entrada do sódio (que vai sair do outro lado); conforme a bomba funciona, ela aumenta aqui o potássio o qual pode sair tanto do lado basolateral quanto do luminal; ai tá o pulo do gato kkkk. A maioria das regiões possui muito mais canais de potássio na membrana basolateral. Então, conforme a bomba funciona e joga o potássio pra dentro, esse potássio pode vazar de volta pro interstício e voltar pra dentro da célula e ficar ali recirculando ou ser de fato reabsorvido; com isso não estamos perdendo esse potássio. Agora nessa região mais final de TCD e ducto coletor começa-se observar um aumento do numero de canais de potássio (RONC) no lado da membrana luminal; então conforme ele entra, uma parte vai pra basolateral e outra vem pra luminal. E se ele vem pra ca e sai e fica dentro da luz, ele vai ser eliminado na urina. Então, quando a gente tem a ação da aldosterona que ela aumenta a expressão e atividade desses transportadores aqui, principalmente do sódio, da bomba, alguns livros comentam sobre ação no RONC… então ela vai aumentar o transporte de sódio, consequentemente a reabsorção de sódio e vai aumentar também a perda de potássio. Se a gente usa alguns diuréticos que tem efeitos nesses transportes a gente inibindo o transporte do sódio nessa região, a gente inibe ele e consequentemente ele não volta pro sangue; o sódio fica na luz e com ele vai a água, mas deixamos também de perder potássio pra luz; então a gente poupa o potássio. Nessa região, além dessas células que tem o ENaC, RONC (nas células principais)… tem também um outro tipo de célula que são as células intercaladas. Essas podem ser do tipo alfa e beta. Basicamente são células que estão envolvidas com o transporte de H+ e de bicarbonato; então elas vão ajudar a regular o equilíbrio acido básico do organismo. Mas basicamente a gente consegue ver que a célula intercalada do tipo alfa ela tem um comportamento semelhante ao que a gente observa nas outras regiões, que é aquela função de eliminar o H+. Então ela vai secretar o H+. Com isso temos na membrana luminal uma bomba de prótons que secreta o H+, gastando direto o ATP. Temos também um trocador H+/K; e pra cada H+ que sai por qualquer um desses transportadores, temos a geração de um bicarbonato aqui dentro, pela reação da anidrase carbônica. Então pra cada H+ que é secretado, novamente a gente tem a absorção de bicarbonato. A célula intercalada do tipo beta basicamente a gente inverte a polaridade; então os transportadores de H+ vão estar na outra membrana, que é a membrana basolateral e com isso conseguimos reabsorver H+ enquanto que pra cada H+ que sai desse lado, o bicarbonato sai também do outro lado. Então nessa célula a gente tem a capacidade de secretar bicarbonato e reabsorver H+. Então essa é uma célula que tem aqui na porção final que a gente só vê essa função de secretar bicarbonato mais pro final porque a maioria das regiões vai ter o papel oposto. Isso pois a todo momento nosso organismo tá produzindo ácidos, então ele é muito mais preparado pra eliminar os ácidos do que as bases, com isso grande parte das regiões do néfron vão justamente fazer isso, eliminar os ácidos. No final em que conseguimos fazer o ajuste, temos as duas opções, secretar ácidos ou bases. Isso vai depender da condição do seu organismo. Se a gente tem uma acidose isso aqui vai tá mais em ação e com isso tem maior secreção de ácido; ao passo que se você tem uma alcalose e você precisa excretar as bases, essa célula (intercalada alfa) não vai estar tão atuante, quem vai estar atuando mais vai ser a célula intercalada beta, e com isso conseguimos reabsorver o ácido e excretar a base. Então a aldosterona tem ação no ENaC, na bomba e alguns livros falam que pode ter ação no potássio. A aldosterona por consenso aumenta a expressão de ENaC e da bomba; ou seja, reabsorve mais sódio, o cloreto vai via paracelular e secreta mais o potássio. ADH/vasopressina: O ADH na mesma região (túbulo distal final e ducto coletor); consegue tornar essa região mais ou menos permeável de acordo com o nível de ADH. Quanto mais ADH, mais permeável. O ADH vai atuar no receptor V2. Receptor V2 (acoplado a ptn G), e quanto mais ADH/vasopressina se liga ao V2, mais ativa a via de sinalização que é uma via acoplada ao receptor de proteínas G do tipo subunidade alfa S; com isso -> Estimula adenilatociclase -> ATP -> AMPc -> PKA ativa -> fosforila alvos dentro da célula. Entre eles: Fosforila proteínas relacionada a homeostase das vesículas, o que estimula essa vesícula contendo aquaporina a ir pra próximo da membrana, se juntar com a membrana e inserir a aquaporina 2 na membrana luminal. Então se tem mais ADH, mais você ativa essa via e mais aquaporinas eu tenho na membrana. Essa resposta acontece pra inserir as aquaporinas do tipo 2 na membrana luminal, pois na membrana basolateral já tem as aquaporinas 3 e 4 de forma constitutiva, ou seja, independem do nível de ADH. *Se não tem ADH tem aquaporina 3 e 4 na membrana basolateral mas não tem a 2 da membrana luminal. Não adianta ter aquaporina de um lado se eu não tiver do outro, porque a água não vai conseguir atravessar as duas membranas. Na presença do ADH eu vou inserir essas aquaporinas 2 na membrana luminal e ai sim a água consegue entrar por aqui, e como já tem a 3 e 4 aqui elas conseguem passar; e aiquanto mais ADH eu tenho, mais água eu consigo reabsorver da luz para o sangue. *A aldosterona e o ADH são os hormônios mais importantes pra regulação do volume/ osmolaridade (próxima aula) ADH é um peptídeo liberado pelos neurônios paraventriculares/supraópticos. Então ele é um peptídeo que vai atuar em proteínas de membrana, ativar uma via de sinalização rápida e fazer um efeito rápido. A aldosterona é produzida no córtex da adrenal; ela é um hormônio lipossolúvel, ou seja, atua dentro da célula. Então ela vai atuar com efeito um pouco mais lento, mas ainda apresenta efeito importante; que é justamente o de aumentar a expressão desses transportadores já falados e com isso aumentar o transporte. Então um deles tem um efeito mais lento porque precisa de uma ação de ir la no DNA, ligar com seus receptores mineralocorticoides e ai fazer o aumento da expressão dos transportadores. O outro (ADH) é um peptídeo que atua em uma via de sinalização rápida já tem um efeito rápido de inserir as aquaporinas e aumentar o transporte de água. Então, a resultante disso tudo é que na ausência do ADH a gente vai reabsorver água no TCP, em que absorvermos sódio, soluto e água de uma maneira geral, depois na alça de Henle fina descendente, a partir dai considera-se tudo impermeável ou pouco permeável a água. Então fina ascendente passa soluto e não passa água; ascendente espessa passa soluto e não passa água. Então podemos tentar gravar que as regiões iniciais reabsorvem água e soluto, mas a parte final reabsorve praticamente só soluto. Porém, na presença do ADH, as regiões mais distais vão conseguir reabsorver água também. Como aqui não reabsorvemos praticamente nada de água, a água sai (?) e a urina sai diluída. Córtex tem mais ou menos 300miliOsmol, ai depois tem a medula externa e a medula interna que são as regiões mais hipertônicas. Quanto mais a gente entra, mais hipertônico fica, podendo chegar a 1200/1400 miliOsmol. No caso que a gente tem os néfrons justamedulares que vão até as regiões mais internas e que os ductos coletores de todos os néfrons vão passar também por essas regiões bem concentradas; então nesse momento a gente consegue reabsorver água. *Animais do deserto conseguem sobreviver a tempos sem beber água pois eles tem mais néfrons justamedulares e porque eles tem uma hipertonicidade muito superior a nossa. Esses hormônios (aldosterona e ADH) podem contribuir pra essa hipertonicidade, principalmente o ADH; a gente sabe que o que se concentra aqui é sódio, cloreto e uréia. Então, o ADH pra poder atuar e aumentar a reabsorção de água, isso aqui precisa estar concentrado. Então um outro efeito que ele tem é justamente estimular o transportador tríplice e com isso aumentar a hipertonicidade medular e contribui pro efeito dele. Na presença do ADH, essas regiões absorvem água buscando esse interstício concentrado e se a água é reabsorvida a urina sai mais concentrada. —> Então resumindo: filtrou 300 miliOsmol (solução isosmótica em relação ao plasma); a partir do momento que descemos aqui e começamos a entrar na alça de Henle que absorve muito mais água do que soluto a água passa (setinha preta figura abaixo) e o soluto fica concentrado aqui dentro; quando a gente volta subindo o soluto passa de forma passiva e depois de forma ativa e esse liquido vai tendendo a se diluir aqui dentro até essas regiões mais finais, nas quais ele já vai estar próximo de 300 ou até menos miliOsmol. E no final reabsorvemos sódio, potássio, íons de uma maneira geral e água só na presença do ADH.
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