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Recurso Ordinário Constitucional

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Processo n° 0000.00000.000
João e José, devidamente qualificados nos autos do processo n° 0000.00000.0000, vêm à presença de Vossa Excelência, por meio da advogada que esta subscreve (procuração em anexo), com escritório localizado na Rua XXX, n° XXX, bairro XXX, cidade XXX, CEP XXXXX-XXX, nos termos dos artigos 102, inciso II, alínea “a” e 105, inciso II, alínea “b” da Constituição Federal de 1988, Lei n° 8.038/90 e do artigo 1.027, inciso I, do Código de Processo Civil, interpor
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
Requer seja o presente recurso recebido e processado, e remetido, com as razões a seguir expostas, ao Supremo Tribunal Federal.
Pede deferimento.
Joana Lages Moreira
OAB XXX.XXXX
Belo Horizonte, 07 de abril e 2020.
AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Recorrentes: João e José
Recorrido: Ministro de Estado
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
A decisão que denegou a segurança aos recorrentes deve ser reformada em razão dos argumentos a seguir expostos:
I – TEMPESTIVIDADE
	A publicação da decisão recorrida se deu no dia xx/xx/xxxx e, em razão do artigo 1.003, §5° do CPC/15, bem como o artigo 33 da Lei n° 8.038/90, o prazo para a interposição do recurso é de 15 (quinze) dias, sendo, assim, o presente recurso tempestivo.
II – DO CABIMENTO DO RECURSO
	Nos termos do artigo 105, inciso I, alínea “b” da CF/88, o Superior Tribunal de Justiça é competente para julgar mandatos de segurança contra atos de Ministro de Estado.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II - julgar, em recurso ordinário:
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
	Em caso de denegação, é cabível interposição de recurso ordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, II, a da CF/88:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
O Código de Processo Civil de 2015 também prevê em seu artigo 1.027:
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
	Portanto, o presente recurso é cabível havendo decisão denegatória em Mandado de Segurança decidido em uma única instância pelo Supremo Tribunal de Justiça.
III – DO PREPARO RECURSAL
	Conforme disposto no artigo 1.007 do Código Civil de 2015, é necessário comprovar, no momento da interposição do recurso, quando exigido, o preparo, porte de remessa e de retorno, pena de deserção.
Desta forma, comprova-se o pagamento do preparo mediante guia em anexo.
IV – DOS FATOS
	João e José, portadores de deficiência física, graduados em curso de nível superior, se inscreveram para preencherem as vagas destinadas à deficientes que foram abertas para os cargos vinculados ao Ministério da Agricultura, disposto em lei.
	Apesar da previsão legal a respeito das vagas destinadas aos deficientes, bem como do grau comprovado de deficiência que eles possuem ser o exigido em lei, tanto de João quanto de José, as inscrições de ambos foram indeferidas pelo Ministro do Estado, sob a justificativa de que, apesar de a lei estar vigente há dois anos, ou seja, possuir plena eficácia, não seria aplicável no referido concurso por não estar previsto no edital.
	Diante de tal situação, fora apresentado Mandado de Segurança, no âmbito do Supremo Tribunal de Justiça, tendo a seção, por maioria dos votos, denegado a segurança, dando razão a Ministro de Estado. Foram interpostos embargos de declaração, sendo os provimentos negados.
V – DO DIREITO
	Há previsão constitucional determinando a reserva de um percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas com deficiência, no artigo 37 do CF/88:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VIII -  a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
	No mesmo sentido, há o artigo 5°, §2° da Lei n° 8.112/90, que dispõe a respeito da reserva de vagas nos concursos públicos para as pessoas com deficiência:
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
	Por fim, determina o artigo 5°, inciso II, da CFRB/88:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Diante do exposto, é evidente ser uma obrigação constitucional de todos os concursos públicos reservarem um percentual das vagas disponíveis para os deficientes.
Não é necessário estar disposto no edital, vez que se trata de um preceito constitucional. Dessa forma, a não disposição no referido edital não pode de maneira alguma impedir que João e José se inscrevam no concurso em questão.
VI – DOS PEDIDOS
 	Diante do exposto, requerem os concorrentes que sejam conhecidas as razões recursais apresentadas, o provimento do recurso ordinário constitucional para reformar a decisão que denegou o mandado de segurança impetrado, bem como a determinação da autoridade coautora para conceder tal direito aos recorrentes.
Nestes termos, pede deferimento.
Belo Horizonte, 04 de abril de 2020.
Joana Lages Moreira
OAB XXX.XXX

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