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Petição 5 Constitucional

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ ª VARA DA COMARCA DE SÃO CAETANO – PE.
AUTOS DO PROCESSO n.º 000000000000-0
LUIZ AUGUSTO, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, através de sua procuradora, vêm, respeitosamente, perante à V. Exa., diante da r. decisão monocrática que negou seguimento ao Recurso Especial interposto pelo agravante, interpor o presente:
AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL
O que faz com fundamento no artigo 1.042 do Código de Processo Civil e pelas razões de fato e de direito em anexas.
Requer, desde já, seja o presente Agravo recebido e processado para que, ao final, conduza ao provimento do Recurso Especial em sua totalidade.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
São Caetano, (dia) de (mês) de (ano).
Assinado digitalmente
OAB n° 0000000.
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL
RECORRENTE: LUIZ AUGUSTO.
RECORRIDOS: JACINTO JACARÉ, MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO E ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO CAETANO.
TRIBUNAL DE ORIGEM: TIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. 
AUTOS n.º 000000000000-0
COLENDA CÂMARA, EMÉRITOS JULGADORES,
1. DA SÍNTESE FÁTICA
Trata-se de Ação Popular que objetiva a nulidade do Decreto Municipal n.º 01/2019 que transferira, sem prévia e necessária licitação, a cobrança do serviço de estacionamento em locais públicos, denominado “Zona Azul”, para uma associação de comerciantes locais (ACSC-PE), bem como a devolução dos valores recebidos de maneira indevida decorrentes da concessão.
De acordo com os documentos anexos aos autos, a Associação, nos poucos meses em que explorou o serviço público, recebera mais de R$3.000.000,00 (três milhões de reais), tendo um gasto ínfimo de cerca de R$10.000,00 (dez mil reais), estando comprovado o prejuízo aos cofres públicos.
Contudo, ao proferir a sentença, o magistrado indeferiu os pedidos feitos pelo recorrente que, inconformado com essa decisão, interpôs Apelação ao Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.
Ao julgarem o caso, os Desembargadores do Tribunal acordaram em anular o Decreto Municipal n.º 01/2019, contudo, entenderam pela impossibilidade de devolução dos valores recebidos irregularmente pela Associação-ré, alegando que a Lei de Ação Popular prevê apenas a anulação do ato ilegal realizado e não a reparação dos danos decorrentes dele.
Discordando desse entendimento, o recorrente interpôs Recurso Especial que teve seguimento negado pelo Presidente do Tribunal de Justiça sob o fundamento de que "a Lei Federal apenas prevê a desconstituição do ato administrativo combatido pela Ação Popular, não cabendo o pedido de devolução de dinheiro público pelos serviços prestados, estando correta a aplicação da lei
federal”.
Embora respeitável, essa decisão não merece prosperar pois, conforme será comprovado nos tópicos a seguir, o artigo 11 da Lei n.º 4.717/65 permite o ressarcimento por parte dos réus através do pagamento de perdas e danos.
2. DO CABIMENTO
O artigo 1.029 do Código de Processo Civil afirma que:
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
Portanto, tendo sido interposta corretamente e preenchidos os requisitos do conteúdo das petições, resta comprovado o cabimento do presente recurso, segundo o Código de Processo Civil.
Quanto à Constituição Federal, em seu artigo 105, inciso III, alínea “a”, ela explicita que:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência
Portanto, conforme mencionado no tópico acima, o recorrente entende que o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco contrariou o artigo 11 da Lei n.º 4.717/65 ao afirmar que a mencionada lei não prevê a reparação dos danos decorrentes do ato ilegal.
Importante mencionar que o teor do artigo é claro a respeito desse assunto:
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Logo, demonstrada a divergência entre o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco e a Lei Federal n.º 4.717/65, resta comprovado o cabimento do presente recurso.
3. DA TEMPESTIVIDADE
O parágrafo 5º do artigo 1.003 do Código de Processo Civil afirma que, com a exceção dos embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
Logo, demonstra-se a tempestividade do presente recurso pois, tendo sido intimado o recorrente da decisão que inadmitiu o Recurso Especial no dia 02 (dois) de maio, a presente peça é protocolizada no dia 11 (onze) de maio, ou seja, dentro do prazo legal.
4. DO PREPARO
No tocante ao preparo do recurso, a parte recorrente informa que, por se tratar de Ação Popular, está isenta de custas judiciais, bem como do ônus da sucumbência, conforme previsão constitucional in verbis:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Portanto, ficando o recorrente isento de custas judiciais, não há a necessidade de demonstrar o preparo para propositura do presente recurso.
Importante salientar, ainda, que por se tratar de Agravo em Recurso Especial, o §2º do artigo 1.042 do Código de Processo Civil afirma que: "A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais".
Logo, resta comprovada a desnecessidade de recolhimento do preparo para interposição do presente recurso.
5. DO PREQUESTIONAMENTO
Todos os atos atacados nesse Recurso Especial foram ventilados na decisão recorrida que, muito embora tenham sido suscitados em sede de Embargos de Declaração, podem ser considerados para fins de prequestionamento, conforme dita o artigo 1.025 do Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Afinal, tratam-se de clara inobservância à Lei Federal n.º 4.717/65, em específico seu artigo 11.
Contudo, caso não se entenda pelo prequestionamento expresso, é inegável ter se configurado o prequestionamento implícito pois, ao fundamentar a sua decisão na Lei Federal mencionada acima, o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco levantou o questionamento sobre a aplicação correta da Lei.
Este Tribunal vem reiteradamente decidindo de maneira favorável quanto à admissibilidade do prequestionamento implícito, conforme jurisprudência abaixo:
PROCESSUAL CIVIL, AMBIENTAL E ADMINISTRATIVO. SÚMULA 7/STJ. INAPLICABILIDADE. DESNECESSIDADE DE REVOLVIMENTO	DA	MATÉRIA	FÁTICA. PREQUESTIONAMENTO IMPLÍCITO. ADMISSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO NUMÉRICO. DESNECESSIDADE. 1.
Trata-se de Agravo Interno contradecisão que deu provimento ao Recurso Especial do Ibama para julgar improcedentes os Embargos à Execução Fiscal de multa imposta pela autarquia pela operação de posto de gasolina sem licença, considerada desproporcional pelo tribunal de origem. A agravante sustenta que o recurso não poderia ter sido conhecido por incidência das Súmulas 7/STJ e 282 e 386/STF, diante da necessidade de revolvimento da matéria fática e falta de prequestionamento dos dispositivos ditos violados. 2. A decisão agravada está baseada nos fatos como estabelecidos pelas instâncias ordinárias, inclusive com transcrição dos trechos pertinentes do acórdão recorrido. Assim, incorreta a alegação de que a Súmula 7/STJ deveria ter obstaculizado o conhecimento do recurso. 3. "O prequestionamento implícito consiste na apreciação, pelo tribunal de origem, das questões jurídicas que envolvam a lei tida por vulnerada, sem mencioná-la expressamente. Nestes termos, tem o Superior Tribunal de Justiça admitido o prequestionamento implícito" (EREsp 155.621, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, Corte Especial, julgado em 2/6/1999, DJ 13/9/1999). 4. "Não é de exigir-se, de modo a que se tenha por atendido o requisito do prequestionamento, o denominado prequestionamento numérico. Basta que a questão federal suscitada, no Recurso Especial, tenha sido efetivamente versada, no acórdão objurgado. O que se prequestiona é a matéria jurídica, não o número do dispositivo de lei". (AgRg no REsp 1.417.199/RS, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, julgado em 1º/9/2015, DJe 15/9/2015). 5. Agravo Interno não provido.
(STJ - AgInt no AREsp: 664479 RN 2015/0037504-1, Relator:
Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 21/06/2016, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 06/09/2016)(grifamos).
Requer, portanto, seja recebido o presente recurso por estar preenchido o requisito do prequestionamento.
6. DAS RAZÕES RECURSAIS
Conforme mencionado anteriormente, o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco indeferiu o pedido de devolução dos valores recebidos irregularmente pela associação ré, em razão da Lei de Ação Popular prever apenas a anulação do ato ilegal realizado, mas não a reparação dos danos decorrentes dele.
O Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, ao analisar o Recurso Especial, negou seu provimento reafirmando o entendimento do Tribunal.
Contudo, o artigo 11 da Lei de Ação Popular - Lei Federal n.º 4.717/65 - diz exatamente o oposto, senão vejamos:
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Portanto, estando a decisão proferida em desacordo com a Lei Federal, requer seja reformada, visando a condenação dos recorridos à devolução aos cofres públicos dos valores recebidos indevidamente.
7. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer:
a) Seja conhecido e provido o presente Agravo em Recurso Especial;
b) Sejam os agravados intimados para se manifestar, dentro do prazo legal, caso assim o queiram;
c) Sejam os autos remetidos ao Tribunal Superior de Justiça, a fim de reformar a decisão que inadmitiu o Recurso Especial, conforme §4º do artigo 1.042 do Código de Processo Civil;
d) Seja reformado o Acórdão do Tribunal de Justiça de Pernambuco, visando a condenação dos réus ao pagamento dos valores recebidos indevidamente em decorrência do serviço ilegalmente concedido à associação ré aos cofres públicos.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
São Caetano, (dia) de (mês) de (ano).
Assinado digitalmente
OAB n° 0000000.

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